Os profetas estão em toda a parte!
Nós os ouvimos dentro dos edifícios das igrejas, na televisão e no
rádio, nas ruas, ou plantados na porta de nossas casas, para nos falar
da vontade de Deus. Eles se dizem mensageiros de Deus, revelando quando o
mundo vai acabar, ou o que vai acontecer em nossas vidas, atualmente.
Às vezes, predizem grandes bênçãos. Outras vezes, eles nos avisam sobre
sérias calamidades. Freqüentemente, nos dizem que Deus lhes tem falado
para ordenar-lhes a construção de uma grande catedral ou o
empreendimento de algum glorioso empenho no serviço do Senhor.
Sem
dúvida, a Bíblia menciona freqüentemente profetas de Deus (que
revelaram a palavra do Senhor). Algumas vezes, eles falaram sobre os
acontecimentos de seu tempo, ou sobre o fim do mundo. Eles predisseram
bênçãos maravilhosas e terríveis tragédias. Mas aqueles que desejaram
conhecer a vontade de Deus, durante os tempos da Bíblia, também tiveram
que se guardar contra os profetas enganadores e falsos. Eles não
poderiam aceitar cegamente o testemunho de cada homem que dissesse estar
falando por Deus. Hoje, mais do que nunca, precisamos testar aqueles
que alegam serem portadores das mensagens de Deus. Toda pessoa que diz
falar a palavra de Deus precisa ser experimentada de acordo com a
palavra de Deus. Seguindo as recomendações de 1 João 4:1, precisamos
submeter os profetas de nossos dias ao teste. São eles, verdadeiramente,
mensageiros de Deus?
Testes bíblicos das pretensões dos profetas
Baseados
nos exemplos e instruções encontradas na Bíblia, podemos examinar as
palavras daqueles que têm a pretensão de serem profetas, aplicando estes
cinco testes:
1. Contradição
2. Cumprimento
3. Confirmação
4. Revelação completa
5. Apóstolos contemporâneos
Considere a importância destes cinco testes.
1. O teste da contradição
Deus não é
a fonte de contradições, indecisão e confusão (2 Coríntios 1:18-21; 1
Coríntios 14:33). A verdade que provém de Deus (João 8:31-32) promove a
unidade e não promove a divisão, o conflito ou a diversidade de doutrina
(João 17:17-23).
Estes
princípios são a base do teste da contradição. A verdade não contradiz a
verdade, portanto, duas revelações da verdade de Deus não podem ser
contraditórias. Qualquer um que seja reprovado neste teste não é um
profeta de Deus. Se as "profecias" de um homem contradizem aquelas
feitas em outra ocasião, ele é um mentiroso, não é um profeta. Se um
homem apresenta uma "revelação" que conflita com revelações prévias na
Bíblia, ele é um falso mestre que tem que ser rejeitado (Gálatas
1:6-10).
O teste da
contradição apresenta sérios problemas para aqueles que hoje alegam
inspiração. Muitos deles ensinam doutrinas contraditórias, enquanto
dizem que Deus é a fonte de suas mensagens! Que insulto a Deus, culpá-lo
pela confusão criada pelo homem, que obscurece a verdade que ele
revelou! "Seja Deus verdadeiro e mentiroso todo homem" (Romanos 3:4).
2. O teste do cumprimento
Deus usou a profecia como evidência de sua Divindade. Em Isaías 46:9-11, ele disse: "que
eu sou Deus e não há outro, eu sou Deus e não há outro semelhante a
mim; que desde o princípio anuncio o que há de acontecer, e desde a
antiguidade as cousas que ainda não sucederam; que digo: O meu conselho
permanecerá de pé, farei toda a minha vontade. . . . Eu o disse, eu
também o cumprirei; tomei este propósito, também o executarei."
A
implicação deste argumento é clara. Se suas profecias não fossem
cumpridas, suas outras palavras (inclusive sua própria declaração de ser
Deus) seriam falíveis. Não haveria mais razão para temer Jeová do que
para respeitar os deuses impotentes descritos em Isaías 46.
Os
que se dizem mensageiros de Deus não merecem um exame mais benevolente.
Deus revelou um teste muito claro para ser aplicado àqueles que alegam
falar por Ele: "Se disseres no teu coração: Como conhecerei a palavra
que o Senhor não falou? sabe que quando esse profeta falar, em nome do
Senhor, e a palavra dele se não cumprir nem suceder, como profetizou,
esta é palavra que o Senhor não disse; com soberba a falou o tal
profeta: não tenhas temor dele" (Deuteronômio 18:21-22). Todos os
anos, algum "profeta" aparece com predições específicas sobre
acontecimentos no mundo ou até mesmo a volta de Cristo, algumas vezes
vendendo milhões de livros e ganhando fama. Quando se passam os meses e
suas profecias falham, lembramo-nos novamente de que não há necessidade
de respeitar as palavras daqueles que têm a pretensão de falar por Deus.
3. O teste da confirmação
Moisés
revelou a palavra de Deus ao Faraó, e sua mensagem foi acompanhada por
milagres para confirmar que essas palavras vinham de Deus. Jesus
freqüentemente acompanhava seus ensinamentos com milagres notáveis, e
ordenava aos seus apóstolos que fizessem o mesmo: "cooperando com eles o Senhor, e confirmando a palavra por meio de sinais, que se seguiam" (Marcos 16:20; veja, também, Hebreus 2:3-4).
Estes
sinais de confirmação eram inconfundíveis: ressuscitar os mortos, curar
instantaneamente doenças inegáveis e sérias, etc. Os milagres da Bíblia
eram muito mais do que afirmar a alguém que ele foi curado de uma
doença mental ou invisível.
Quando
os homens, em nossos dias, afirmam que estão proferindo alguma mensagem
recebida diretamente de Deus, precisamos desafiá-los a confirmar suas
palavras com milagres genuínos e inegáveis. Que eles ressuscitem os
mortos e restaurem os membros dos amputados, ou então que parem de
afirmar que têm revelações de Deus!
4. O teste da revelação completa
Alguns
desses profetas podem afirmar que seus ensinamentos estão em completa
harmonia com a Bíblia e que eles realizam milagres do mesmo tipo
encontrado nas Escrituras. Suas pretensões a revelar alguma coisa nova
de Deus não passarão no teste da revelação completa. A Bíblia mostra que
milagres, também profecias, línguas e revelações especiais de Deus,
tinham um propósito específico e temporário: confirmar a palavra dita.
Uma vez que essa palavra foi revelada e confirmada, não haveria mais
necessidade de uma confirmação milagrosa. Escrevendo sob a inspiração do
Espírito Santo, Paulo ensinou que os dons espirituais foram planejados
por Deus para serem temporários, e que eles cessariam quando a revelação
completa ou perfeita (a Bíblia) fosse conhecida (1 Coríntios 13:8-13).
"Profetas" modernos focalizam meios imperfeitos e temporários de
revelação, enquanto falham em dedicar o tempo adequado a estudar e
aplicar a verdade da Bíblia, completamente revelada.
Alegações
de inspiração e de habilidades milagrosas são hoje negações da
adequação e da confiabilidade das Escrituras (veja 2 Timóteo 3:16-17).
5. O teste dos apóstolos contemporâneos
Mais um
problema para estes "profetas" modernos, que é uma questão de tempo.
Eles chegaram cerca de 1900 anos atrasados! A Bíblia mostra que os dons
milagrosos do Espírito Santo (incluindo-se a profecia veja 1 Coríntios
12:7-11) eram normalmente transmitidos pela imposição das mãos dos
apóstolos (Atos 8:18; 19:6), e sempre na presença pessoal de um ou mais
dos apóstolos. Visto que o último dos apóstolos morreu lá pelo fim do
primeiro século, qual é o meio de transmitir esses dons hoje em dia? Os
profetas de hoje têm que:
-
ou alegar que ainda existem apóstolos o que seria uma alegação difícil
de provar, pois os apóstolos foram testemunhas oculares do Cristo
ressuscitado (Atos 1:21-22; 1 Coríntios 15:3-9),
-
ou afirmar que a Bíblia não é confiável quando diz que esses dons eram
transmitidos pelas mãos dos apóstolos (leia novamente Atos 8:18).
Os profetas modernos passam nestes testes?
Quando
examinados à luz das Escrituras, os profetas modernos falham a cada
volta. Alguns deles podem ser capazes de enganar milhões de pessoas para
que aceitem e apoiem seus ensinamentos, mas grandes números de
seguidores não podem transformar o erro em verdade. Esses profetas
contradizem uns aos outros e, mais importante, contradizem a Bíblia.
Eles falham em produzir milagres autênticos para confirmar suas
mensagens. Suas predições sobre o futuro falham uma atrás da outra. Eles
alegam ter dons que cessaram segundo o plano da sabedoria de Deus cerca
de 1900 anos atrás. Eles pretendem ter hoje dons que foram transmitidos
diretamente pelos apóstolos, ainda mesmo que os apóstolos tenham
morrido 1900 anos atrás. Tais pretensões de revelações sensacionais de
Deus podem atrair seguidores e seu dinheiro, mas não resistiriam ao
exame cuidadoso daqueles que respeitam as Escrituras como sendo a
palavra de Deus, completa e autorizada. Precisamos ter cautela com a
atração mortal daqueles que nos conduziriam para longe de Deus. Jesus
elogiou os cristãos de Éfeso pelo seu cuidadoso exame daqueles que
traziam a eles mensagens novas e diferentes: ". . . e que não podes
suportar homens maus, e que pusestes à prova os que a si mesmos se
declaram apóstolos e não o são, e os achastes mentirosos" (Apocalipse 2:2). Precisamos imitar seu exemplo, lembrando a atitude tomada pelos cristãos de Beréia, "examinando as Escrituras todos os dias para verem se as cousas eram de fato assim" (Atos 17:11).
Que faremos com aqueles que alegam falar por Deus? Temos que submetê-los ao teste!