segunda-feira, 29 de março de 2021

Por trás da Reforma Protestante

 




Por Leonardo Pereira



A Reforma Protestante começou em 1517, quando Martinho Lutero divulgou suas 95 Teses em Wittenberg, Alemanha. O que levou ao movimento é mais complexo. O movimento foi condicionado pelos fatores políticos, sociais, econômicos, morais e intelectuais. Mas, acima de tudo, foi um movimento religioso liderado por homens interessados em uma reforma verdadeira do cristianismo.

O declínio do poder papal

O surgimento de monarquias nacionais nos séculos XIII a XV veio às custas do poder do papado. Este fato é ilustrado pela luta do Papa Bonifácio VIII com o rei da França, que resultou na humilhação e morte precoce do papa em 1303. O papado subsequentemente estava localizado em Avinhão, França durante um período de aproximadamente 75 anos, conhecido na história como o Papado de Avinhão ou o Cativeiro Babilônico da igreja (1303-1377). Durante aquele tempo o papa foi dominado pela monarquia francesa. Esforços de restaurar o papado para Roma apenas provocaram, inicialmente, uma divisão, conhecida como o Grande Cisma. Papas rivais alegaram legitimidade até a situação finalmente se resolver em 1417.

Acontecimentos tão escandalosos na alta liderança da Igreja Católica Romana levaram ao aumento de corrupção e à perda de confiança na igreja. Muitos questionaram a autoridade absoluta reivindicada pelo papa. Outros clamavam cada vez mais por uma reforma da igreja nos “líderes e membros”.

Corrupção moral na liderança da igreja

Os anos antes da Reforma Protestante também foram marcados pela corrupção moral e o abuso de posição na igreja Católica Romana. O sacerdócio era culpado de vários abusos de privilégios e responsabilidades, inclusive simonia (usar as próprias riquezas ou influência para comprar uma posição eclesiástica), pluralismo (ocupar vários cargos simultaneamente) e absentismo (a falha em residir na paróquia onde deviam administrar). A prática do celibato que foi imposta pela igreja no sacerdócio muitas vezes era abusada ou ignorada, levando a conduta imoral por parte do clero. Padres ignorantes com mentes mundanas corromperam suas posições pela negligência e abuso de poder.

Durante o século XV, o mundanismo e a corrupção na igreja chegou ao pior. O problema da corrupção chegou até o papado. Entre aqueles que pediam uma reforma da igreja estava o domiciano Giralamo Savonarola (1452-1498) de Florença, Itália. Este pregador impetuoso falou contra os morais corruptos dos líderes da cidade e dos abusos do papado. O povo foi ganho pela causa de Savonarola em Florença, mas devido a rivalidades religiosas e circunstâncias políticas, o movimento durou pouco. Savonarola foi enforcado e queimado por heresia em 1498.

Primeiros movimentos religiosos da Reforma

Durante o final da Idade Média surgiram vários movimentos que desafiaram algumas das doutrinas básicas da Igreja Católica Romana. Muitos destes movimentos foram oficialmente condenados pela igreja como heresias e foram severamente oprimidos.

Os Albigensianos surgiram no sul da França no final do século XII e início do século XIII. Os Albigensianos (também chamados de Catari) seguiam um dualismo rigoroso semelhante ao antigo gnosticismo. Eles defendiam o Novo Testamento como o único padrão de autoridade — um desafio à autoridade alegada pelo papa. A seita tornou-se o objeto de uma campanha terrível de perseguição quando o Papa Inocêncio III lançou uma cruzada contra eles em 1204.

Um movimento conhecido como os Waldensianos provavelmente foi fundado no século XI por Pedro Waldo. Pregadores viajantes conhecidos como os Homens Pobres de Lyons enfatizaram o estudo e a pregação da Bíblia. Traduziram o Novo Testamento para a língua comum do povo, rejeitaram as doutrinas católicas do sacerdócio e purgatório, e defenderam à volta às Escrituras como a única autoridade na religião.

Na Inglaterra, João Wiclif (1324-1384), um professor bem-conhecido da Oxford, também desafiou a autoridade do papado. Durante o Papado de Avinhão, ele argumentou que todo o domínio legítimo vem de Deus e é caracterizado pela autoridade exercida por Cristo na terra – não de ser servido mas sim, de servir. Durante o Grande Cisma, Wiclif ensinou que a verdadeira igreja de Cristo, em vez de consistir em um papa e hierarquia da igreja, é um corpo invisível dos eleitos. Ele promoveu o estudo das Escrituras sobre a tradição da igreja. E ensinou que as Escrituras devem ser colocadas nas mãos dos eleitos, e na sua própria língua. Assim Wiclif fez uma tradução inglesa em aproximadamente 1384.

No fim, Wiclif foi condenado por heresia, mas sua influência continuou. Seus seguidores, chamados de lolardos espalharam seus ensinamentos como um movimento oculto na Inglaterra. Rejeitaram a doutrina da transubstanciação, a veneração de imagens, o celibato do clero e outras doutrinas católicas como abominações. Foram uma influência importante na Inglaterra na véspera da Reforma Protestante.

Uma outra voz precoce clamando pela reforma foi a de João Hus (1369-1415), um pregador e estudioso boêmio. Influenciado pelos escritos de Wiclif, Hus argumentou que a verdadeira igreja não era a instituição como definida pelo catolicismo, mas o corpo dos eleitos sob a liderança de Cristo. Ele insistiu que a Bíblia é a autoridade final pela qual o papa e qualquer cristão será julgado. Hus foi queimado por heresia em 1415, aproximadamente um século antes da resistência de Lutero em Wittenberg. O movimento Husita continuou a crescer depois da morte do seu líder, preparando o caminho para a Reforma Protestante.

Religião, movimentos místicos e pietistas

No final da Idade Média uma forma de misticismo religioso surgiu na Alemanha. Muitos dos místicos, como Meister Eckhart, enfatizaram temer o divino através da contemplação mística, em vez de através de uma abordagem racional à religião.

Outros, como Gerhard Groote, ensinaram uma abordagem mais prática ao cristianismo. Groote fundou os Irmãos da Vida Comum como um esforço de chamar seguidores a uma devoção e santidade renovadas. Seguiram a devotio moderna, uma vida de devoção disciplinada centralizada em meditar na vida de Cristo e seguir a mesma. A obra de mais influência desta escola de pensamento foi A Imitação de Cristo, escrita por Thomas à Kempis. Quando não se opuseram à igreja católica ou à hierarquia, o movimento criticava a corrupção da igreja. Seu ênfase no relacionamento pessoal com Deus parecia minimizar o papel da função sacramental da igreja. Escolas fundadas pelos Irmãos enfatizavam escolaridade e devoção e tornaram-se centros para a reforma. Muitos dos líderes da Reforma Protestante foram influenciados pelos seus ensinamentos.

O Renascimento

O Renascimento (ou Renascença) foi um movimento que constituiu a transição do mundo medieval para o mundo moderno. Começou no século XIV na Itália como resultado de um interesse renovado na cultura clássica ou humanística da Grécia e Roma. Estudiosos do Renascimento estudaram antigos manuscritos recuperados de um mundo que era decididamente mais secular e individualístico do que religioso e unido. Os artistas do período enfatizaram a beleza da natureza e do homem. A religião no Renascimento tornou-se menos importante conforme os homens voltaram sua atenção ao prazer do aqui e agora.

O Renascimento afetou os papas do período. Muitos dos “Papas do Renascimento”, como Júlio II (1441-1513), eram humanistas mais interessados na cultura clássica e arte do que em assuntos espirituais. Alguns, como Alexandre VI (1431-1503), viveram vidas notoriamente malvadas e escandalosas. Leão X (1475-1521), o filho de Lorenzo de’Medici e papa quando Martinho Lutero afixou as 95 Teses, uma vez disse que Deus lhe deu o papado, então ele ia “aproveitar”.

O Renascimento contribuiu para a Reforma de outras maneiras mais positivas. A invenção da prensa de impressão móvel por Johann Gutenberg, em aproximadamente 1456, forneceu um meio para a divulgação de idéias. Estudiosos do Renascimento ao norte dos Alpes dividiram muitos dos mesmos interesses – uma paixão pelas fontes antigas, uma ênfase no ser humano como indivíduo e uma fé nas capacidades racionais da mente humana. No entanto, esses “cristãos humanistas do norte” estavam menos interessados no passado clássico do que no passado cristão. Eles aplicaram as técnicas e os métodos do humanismo do Renascimento no estudo das Escrituras nas suas línguas originais, assim como o estudo dos “pais da igreja” como Augustinho. Sua preocupação principal com os seres humanos era pelas suas almas. Sua ênfase era étnica e religiosa em vez de estética e secular.

O resultado desta ênfase era um interesse num retorno às Escrituras e a restauração do cristianismo primitivo. Os humanistas bíblicos apontaram os maus na igreja da sua época e pediram uma reforma interna. Talvez quem teve mais influência foi Disidério Erasmo (aproximadamente 1466-1536). Conhecido como o “príncipe dos humanistas”, Erasmo usou sua ampla escolaridade para desenvolver um texto do Novo Testamento em grego, baseado em quatro manuscritos gregos que estavam disponíveis para ele. Como a ajuda da prensa de impressão, Erasmo publicou o texto grego do Novo Testamento em 1516. A capacidade de estudar a Bíblia na sua língua original encorajou uma comparação mais precisa da igreja dos seus dias com a igreja do Novo Testamento. Martinho Lutero, por exemplo, usou imediatamente o texto grego de Erasmo. Ele logo percebeu que a interpretação da Vulgata Latina em Mateus 4:17 de “pagar penitência” mais precisamente seria “arrepender-se”. Tal conhecimento contribuiu para uma percepção crescente de que o sistema sacramental não era apoiado pelas Escrituras.

Assuntos doutrinárias e autoridade religiosa

O assunto imediato que levou Lutero a afixar suas 95 propostas para debate em 1517 foi o abuso do sistema católico romano de indulgências. A doutrina de indulgências, inicialmente formulada no século XIII, era associada com o sacramento de penitência e a doutrina do purgatório. Enquanto acreditava-se que o sacramento fornecia perdão dos pecado e do castigo eterno, acreditava-se que havia uma satisfação temporal que o pecador arrependido teria que cumprir nesta vida ou no purgatório. A indulgência era um documento que a pessoa podia comprar por uma certa quantia de dinheiro que a livraria da punição temporal do pecado. Acreditava-se que os méritos excedentes de Cristo e dos santos seriam guardados numa “tesouraria de mérito” celestial da qual o papa podia tirar méritos para o benefício dos vivos. Em 1517 o dominicano Johann Tetzel estava vendendo uma indulgência plena especial (prometendo o perdão completo dos pecados) para conseguir dinheiro para a igreja. Metade do dinheiro seria dada ao Arcebispo Alberto, a quem o papa havia dado uma dispensa especial para ocupar dois cargos. O resto ajudaria a financiar o término do catedral de São Pedro em Roma. O protesto de Lutero inicialmente era contra o que via como o abuso do sistema de indulgências. Também era um desafio à autoridade papal que tornava tais abusos possíveis.

Depois de um tempo Lutero rejeitou todo o sistema sacramental católico romano. Mais do que qualquer outro fator, suas conclusões surgiram de seu estudo intensivo da Bíblia. A partir de aproximadamente 1513 até 1519 Lutero discursou sobre as Escrituras na Universidade de Wittenberg. Ele estava convicto de que a Bíblia era a única autoridade verdadeira na religião (sola scriptura), em oposição ao papa ou um conselho geral da igreja. Através do seu estudo ele percebeu que muitos dos aspectos do sistema teológico da Igreja Romana não eram baseados nas Escrituras. Lutero acreditava que havia resgatado a verdadeira essência do cristianismo nos seus ensinamentos de que a salvação é pela graça através da fé em Cristo (sola fide), e não através de um sistema de obras como manifestado no sistema sacramental católico. Ele desafiou o conceito católico do sacerdócio com a declaração de que o Novo Testamento ensinava o sacerdócio de crentes.

Enquanto muitos outros fatores se combinaram para tornar a Reforma Protestante possível, acima de tudo era a crença dos reformadores em voltar à autoridade única da Bíblia que definiu o movimento. A que ponto conseguiram em fazer uma verdadeira reforma pode ser julgado pelo quanto aderiram a esse princípio.


Referências:

CHAVES, Gilmar Vieira. Reforma Protestante - História, Ensinos e Legado. Rio de Janeiro: Central Gospel, 2017.

GEORGE, Timothy. Teologia dos reformadores. São Paulo: Vida Nova, 2007.

ALMEIDA, Abraão de. A Reforma Protestante. Rio de Janeiro: CPAD, 2017.


sábado, 27 de março de 2021

Comentário Bíblico Mensal: Março/2021 - Capítulo 5 - Uma Vida de Frutificação

 




Comentarista: Emanuel Barros




Texto Bíblico Base Semanal: João 15.1-16

1. Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o lavrador.
2. Toda a vara em mim, que não dá fruto, a tira; e limpa toda aquela que dá fruto, para que dê mais fruto.
3. Vós já estais limpos, pela palavra que vos tenho falado.
4. Estai em mim, e eu em vós; como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em mim.
5. Eu sou a videira, vós as varas; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer.
6. Se alguém não estiver em mim, será lançado fora, como a vara, e secará; e os colhem e lançam no fogo, e ardem.
7. Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito.
8. Nisto é glorificado meu Pai, que deis muito fruto; e assim sereis meus discípulos.
9. Como o Pai me amou, também eu vos amei a vós; permanecei no meu amor.
10. Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; do mesmo modo que eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai, e permaneço no seu amor.
11. Tenho-vos dito isto, para que o meu gozo permaneça em vós, e o vosso gozo seja completo.
12. O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei.
13. Ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida pelos seus amigos.
14. Vós sereis meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando.
15. Já vos não chamarei servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho feito conhecer.
16. Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto em meu nome pedirdes ao Pai ele vo-lo conceda.

Momento Interação

Uma das primeiras coisas que acontecem logo após a conversão é descobrirmos que agora, nosso maior propósito de vida é fazer a vontade de Deus (1Co 6.20), descobrir o que Ele espera de nós (Ef 5.15-17). E na verdade não se trata de nenhum segredo. Jesus deixou isso bem claro em João 15.16, onde Ele diz: “Vocês não me escolheram, mas eu os escolhi para irem e darem fruto, e fruto que permaneça, a fim de que o Pai vos conceda tudo o que pedirem em meu nome” (NVI). Jesus nos escolheu para darmos fruto e fruto que permaneça! Essa é a vontade de Deus pra nossas vidas! Mas do que se trata esse fruto? Talvez possa se pensar que sejam vidas que conhecerão a Jesus através de nós, mas na verdade não, fruto aqui está no singular, trata-se de apenas um fruto, o fruto do Espírito.

Introdução

Só é possível frutificar no Reino de Deus se estivermos em Cristo Jesus. Esta é a conclusão que seu aluno precisa chegar ao final deste trimestre. Ao longo dele, vimos o caráter bíblico e prático acerca do Fruto do Espírito como oposição às Obras da Carne. Neste trimestre, destacamos o embate que se dá na vida do cristão em relação ao “frutificar” no Reino de Deus e o de manifestar as obras da carne. Nesse aspecto, trabalhamos as seguintes oposições: Alegria x Invejas; Paz x Inimizades; Paciência x Dissensões; Benignidade x Porfias; Bondade x Homicídios; Fidelidade x Idolatria e Heresias; Mansidão x Pelejas; Temperança x Prostituição e Glutonaria. Concluindo que o amor é a razão ímpar para frutificarmos na presença do Senhor. Propositalmente, o tema do amor foi colocado como o último na lista do Fruto do Espírito.

Por isso, a parábola da vinha ganha uma grande importância em nosso estudo. O que João 15 deixa muito claro é que ninguém pode frutificar no Reino de Deus se não estiver firmado em nosso Senhor: “Eu sou a videira, vós, as varas; quem está em mim, e eu nele, este dá muito fruto, porque sem mim nada podereis fazer” (Jo 15.5). Todo discípulo é chamado por Jesus para dar muito fruto. Mas há uma pergunta imediata que precisa ser feita: Que fruto é este?

O texto bíblico responde taxativamente: “O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei. [...] Vós sereis meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando. [...] Isto vos mando: que vos ameis uns aos outros” (vv.12,14,17). De modo que o teólogo Donald Stamps confirma esse entendimento e o amplia conforme Gálatas 5: “Todos os cristãos são escolhidos ‘do mundo’ (v.19) para ‘dar fruto’ para Deus (vv.2,4,5). Essa frutificação se refere (1) às virtudes espirituais tais como as mencionadas em Gálatas 5.22,23 — amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança (cf. Ef 5.9; Cl 1.10; Hb 12.11; Tg 3.18) e (2) à conversão a Cristo doutras pessoas” (Jo 4.36,12.24).

I. Jesus, a Videira Verdadeira

Neste último capítulo deste Comentário Bíblico Mensal, estudaremos a respeito da frutificação na vida do crente. Você tem produzido o fruto do Espírito? Precisamos frutificar! Por isso, necessitamos estar ligados à Videira Verdadeira. É Cristo em nós que nos permite produzir o fruto do Espírito. Sem Ele nada podemos (Jo 15.4). O propósito de uma vida frutífera é tão somente glorificar o Pai (Jo 15.8). Deus fez a terra com a capacidade de ser produtiva. Nela constam elementos que a fazem produzir. Porque a terra por si mesma frutifica; primeiro, a erva, depois, a espiga, e, por último, o grão cheio na espiga (Mc 4.28). Na vida espiritual, para que de fato haja frutificação, isto é, o efeito de frutificar, é imprescindível que a terra do coração seja trabalhada pela Palavra de Deus. Dessa forma, os bons frutos irão aparecer, e é por meio dessa fertilidade que se prova a fidelidade do crente (Mt 13.8).

A primeira coisa que vemos quando lemos o capítulo 15 de João, é que não há como acontecer produtividade se não houver investimento, mas note que Deus investiu grandemente em Israel, que é comparado a uma videira (Is 5.1,2; Sl 80.8-19), esperando fruto, mas não aconteceu. Deus investe no seu Filho, que no texto aparece como a genuína videira. Ele faz isso porque sabe que é por intermédio do seu filho que a vida verdadeira para o mundo irá surgir. É dEle que vem a seiva para a salvação, a capacidade para a frutificação. Há um cuidado especial do Pai com a videira, Cristo, mas Ele cuida dos ramos produtivos, eliminando os galhos que não servem para nada, para que a produção seja ainda maior.

A produtividade espiritual é possível quando acontece tanto o aírei, que aqui é uma ação direta de Deus de tirar, arrancar, quanto o kathaírei, que é a ação de limpar, podar, ou fazer sua própria análise. Essas duas ações acontecem por meio da Palavra. Não há capacidade em nós mesmos para produzirmos o fruto; ele é resultado da nossa permanência em Cristo Jesus. Observe que o verbo imperativo grego meínate, permanecei, é o segredo para que a produtividade aconteça, pois é de Cristo que sai a vida para o ramo a fim de que a produção do fruto do Espírito seja real.

Quem permanece em Cristo recebe a seiva para não ser um ramo inútil, infrutífero. Muitas pessoas ficam impressionadas com o desempenho do grande ministério do apóstolo Paulo, como ele conseguiu levar tão longe a mensagem do evangelho e escrever tantas cartas. O segredo é que ele sempre permanecia em Cristo, recebia dEle a vida verdadeira: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim” (Gl 2.20). Improdutividade, esterilidade, falta de fruto, é resultado da quebra de comunhão com Cristo. Israel desvencilhou-se da vontade de Deus, por isso se tornou apenas um galho seco de uma videira, que não prestava para nada, a não ser para ser queimada.

II. Enraizados em Cristo

A palavra “verbo” já aparecia nas páginas do Antigo Testamento, só que com o conceito de sabedoria. Logos quer dizer palavra. A razão de João fazer uso dessa palavra é porque no seu tempo todos sabiam muito bem o sentido e a expressão que essa palavra tinha, o que ela enunciava; todavia, o propósito de João fazer uso dessa palavra é que ele usa esse logos para denotar a palavra de Deus em ação conforme também registra o escritor aos hebreus (Hb 1.1-3). Esse logos, palavra, pode ser entendido como o logos cósmico, isto é, o agente de toda a criação. João especifica que dEle não vem somente a vida, mas que Ele é a própria vida, é Ele quem dá a verdadeira luz, conhecimento da própria vida de Deus (Jo 17.3). Esse conhecimento que o verbo dá de Deus, possibilita ao homem receber as verdades divinas; assim ele pode deixar as trevas, que é a vida moral comprometida com o pecado.

Mas no texto Jesus diz que se suas palavras estivessem nos seus discípulos. Observe que nesse caso Ele faz uso de hêma, que é a palavra falada, dizeres, expressão, mas tudo se resume em Cristo, de modo que quer eles estivessem em Jesus, quer na Palavra, estariam vivendo e recebendo a verdadeira vida. É a fé que leva a oração do crente a ser atendida quando segue todo o ensino dito por Jesus, e os que permanecem em sua Palavra são transformados, purificados para dar muitos frutos. É importante entender uma coisa: oração respondida é também frutificação espiritual (Jo 14.13), e pela produção de fruto o Pai é glorificado, pois isso prova o relacionamento perfeito que o crente está tendo com Ele. Entendemos então que estar em Cristo e nos seus ditos é a forma de sermos capacitados para produzirmos muito para Deus. Isso dá glorificação ao Pai, pois prova que o crente está produzindo o fruto segundo a sua espécie, ou seja, ele está sendo semelhante a Jesus, e tal fruto é o descrito em Gálatas 5.22. Não há como duvidar, quem está em Cristo reproduz seu caráter (Jo 8.31; 1 Jo 3.2).

É no relacionamento do Pai com o Filho e do discípulo com Cristo que o verdadeiro amor se processa, gerando vida, alegria, obediência, sem qualquer constrangimento. O desejo de Jesus para que todos permanecessem nEle, isto é, no seu amor, é porque tudo vinha do Pai, pois assim como Ele era amado, quem permanecesse nEle seria amado também (Jo 3.35; 5.20). Jesus sempre permaneceu no amor do Pai, isso é comprovado por causa de sua obediência, sempre fazendo aquilo que lhe agradava (Jo 8.29). A grande prova do amor dos discípulos para com Jesus estava na obediência plena ao Pai. Se assim eles procedessem, estariam sempre tendo aprovação em tudo e gozando da companhia divina. É impossível um cristão ser produtivo fora da obediência a Cristo, aos seus ensinos, pois o amor, como virtude do fruto do Espírito, leva o crente a ser obediente, para que Deus possa se comprazer nele.

III. Frutos que Permanecem

Jesus ensina os discípulos a amar não tomando como base qualquer filosofia ou uma figura humana, mas Ele usa a si mesmo, dizendo: Como eu vos amei... Jesus amou se doando (Jo 3.16). Os discípulos foram objetos do amor verdadeiro de Jesus cristo, por isso logo, logo eles irão se multiplicar, porque irão amar de modo semelhante. A frutificação espiritual só acontece quando o amor verdadeiro é posto em pratica, se doando, se sacrificando. Foi nesse mesmo sentimento que Paulo disse que, se possível, queria ser separado de Cristo por causa de seus irmãos (Rm 9.3). O amor que está em evidencia aqui é o Ágape. Jesus procurou desenvolver com esses discípulos um bom relacionamento, uma amizade marcada pelo amor e obediência. Ele abre o seu coração e lhes diz o porquê de sua vinda ao mundo e morte. Naquele momento, Jesus não estava se relacionando com eles no nível de escravo, posição que eles continuarão tendo, mas como amigo estaria manifestando seus sentimentos, planos, esperanças, pois o escravo não precisa saber do que o seu Senhor pensa.

Note que sempre Jesus procura voltar ao tema do assunto que abriu a seção: videira e ramo, pois seu alvo é que todos sejam frutescentes. Os discípulos teriam que produzir o fruto da videira, isto é, Cristo, pois desse modo dariam frutos bons, duráveis. Ligados em Jesus, tudo que seus servos fazem é bem aceitável, é de qualidade. Podemos dizer que, vivendo no amor de Cristo, é do sacrifico, da doação, do bom relacionamento, da amizade, que fica provado que esta é a base, o fundamento para que aconteça a verdadeira frutificação espiritual. Se o amor não estiver presente, tudo será em vão, como disse Paulo: "Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria. E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria" (1 Co 13.1-3).

Nos tempos antigos, especialmente quando eram intensas as perseguições contra os servos de Cristo, eles venceram porque cultivaram o amor de Cristo em seus corações. Em nossos dias estamos vendo a revolta de muitos contra os cristãos, aqueles que procuram fazer a vontade de Deus, mas a igreja só poderá vencer se realmente firmar no amor ensinado pela Palavra. O mundo sem Deus está no controle do maligno, seu propósito sempre é ser contrario àquilo que fere seus desejos pecaminosos. Jesus foi objeto de ódio dos pecadores, porque falava a verdade; os discípulos foram perseguidos da mesma forma, porque estavam no mundo, mas fora do mundanismo, da carnalidade. Nisso consistia o ódio para com eles.

Conclusão

Jesus passa a dar instrução aos seus discípulos quanto aos sofrimentos a que seriam submetidos e como eles poderiam suportar (Mt 10.22). quem permanecesse nEle ficaria de pé. O relacionamento de Jesus com os seus discípulos era tão forte, o amor que os ligava era tão lindo, que quando Paulo estava perseguindo os crentes, o próprio Jesus lhe disse: Por que me persegues? (At 9.4; 22.7). Jesus diz que a geração do seu tempo estaria em condições lamentáveis, porque nenhuma outra teve o privilégio que agora estava tendo, pois estavam contemplando o amor de Deus expresso em sua pessoa, viram suas grandes obras, ouviram suas palavras, pelas quais poderiam mudar de vida, mas rejeitaram, por isso teriam uma sentença maior (Mt 11,23,24). 

Alguém pode perguntar: Mas por que tanto ódio contra esses discípulos? Jesus vinha de Deus, os discípulos vinham dEle, todo o relacionamento aqui era espiritual, estava fora do poder do mundo pecaminoso, era contra o pecado, sendo que essa oposição não era tolerada. É o que acontece atualmente; muitas pessoas não gostam dos crentes porque reprovam as obras da carne, das trevas, as quais são praticadas por aqueles que não querem vir par a luz. Paulo diz que até falar das obras que os homens sem Deus praticam é vergonhoso (Ef 5.12). Jesus se revelou como amor, o mundo o odiou. Jesus se revelou como a luz, o mundo não quis brilhar. Jesus se revelou como a vida, eles não quiseram. Jesus se revelou como o caminho, pão, água, e eles descartaram.

Jesus diz que todo o ensino que transmitiu aos seus discípulos não deixaria de ter seu vigor, pois quando Ele fosse retirado deste mundo, o Espírito Santo estaria com eles, capacitando-os a suportarem toda e qualquer situação ou perseguição difícil (Mt 10.19) e uma prova de que isso aconteceu pode ser vista em Atos 5.32. O Espírito Santo estaria no coração dos discípulos fortalecendo-os nas verdades ensinadas por Jesus, posto que Ele é a própria verdade (Jo 14.17).



Sugestão de Leitura da Semana: SILVA, Oliveira. A Missão dos Discípulos de Cristo. São Paulo: Evangelho Avivado, 2018.


Comentário Bíblico Mensal: Março/2021 - Capítulo 4 - Frutos para a Glória de Deus

 




Comentarista: Emanuel Barros



Texto Bíblico Base Semanal: Mateus 7.16-23

16. Por seus frutos os conhecereis. Porventura colhem-se uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos?
17. Assim, toda a árvore boa produz bons frutos, e toda a árvore má produz frutos maus.
18. Não pode a árvore boa dar maus frutos; nem a árvore má dar frutos bons.
19. Toda a árvore que não dá bom fruto corta-se e lança-se no fogo.
20. Portanto, pelos seus frutos os conhecereis.
21. Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.
22. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas?
23. E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade.

Momento Interação

Dentre tudo aquilo que nós podemos desejar na vida, nada supera o fruto do Espírito Santo! Por mais que a gente não se dê conta, aquilo que nós mais buscamos com todo nosso esforço, seja em estudo ou trabalho, é o que nós encontramos  no fruto do Espírito. E o que é o fruto do Espírito? Em Gálatas 5 diz que o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio (Gl 5.22,23).

E por mais que até seja possível alcançar algo semelhante a isso através do nosso esforço pessoal, sem o Espírito Santo o resultado será sempre limitado, temporário e totalmente dependente das circunstâncias, seja de saúde, financeira ou emocional. O segredo é que quando nós entregamos nossa vida a Jesus Cristo, o Espírito Santo passou a habitar dentro de nós (1 Co 6.19), e é somente através da ação Dele que o fruto é gerado em nossas vidas (Jo 16.13,14). O fruto do Espírito independe das circunstâncias. Uma vez gerado e desenvolvido, ele permanece por toda a vida (Gl 6.8).

Introdução

"Do mesmo modo, toda árvore boa produz bons frutos, e toda árvore má produz frutos maus.' (Mt 7.17); "Então Jesus proferiu esta parábola: Certo homem tinha uma figueira plantada na sua vinha e, indo procurar nela fruto, não o achou. Pelo que disse ao viticultor: Há três anos venho procurar fruto nessa figueira, e não o acho. Corta-a! Por que ocupa ainda a terra inutilmente?' (Lc 13.6,7). Quando Jesus ensinava as multidões, muitas vezes fazia uso de parábolas para citar fatos e situações que aconteciam naquela época. E, naquela época, assim como hoje, existiam três classes de pessoas que encontramos dentro e fora das igrejas...

A primeira classe à qual quero me referir é comparada a uma árvore que produz bom fruto. Tais pessoas comportam-se conforme o ensino de Cristo, deixando enraizar em seus corações a semente da Palavra, produzindo frutos de amor, misericórdia, fidelidade, paz e bondade que são percebidos por todos. A segunda classe, segundo Mateus 7.17, é como uma árvore má, produzindo frutos maus. São pessoas que, às vezes, até vão às igrejas, ouvem a Palavra, se emocionam, mas continuam produzindo os mesmos tipos de frutos: ódio, contendas, intrigas, confusões, incompreensão, infidelidade... Endurecem seus corações e não permitem que a semente de Cristo penetre e cresça.

Por fim existe também a árvore que não produz nenhum fruto. Pessoas que vão aos cultos, estudam a Palavra, mas não fazem nada na obra de Deus. Estão há anos na mesma estagnação espiritual, como plantações cheias de folhas, mas sem fruto algum que se aproveite... Reflita consigo mesmo: qual árvore você está sendo? Quais frutos Jesus encontrará em seus ramos? "Nisto é glorificado meu Pai, em que deis muito fruto, e assim vos tornareis meus discípulos" (Jo 15.8).

I. Pelos seus Frutos Conhecereis...

No nosso dia a dia encontramos pessoas as mais diversas, que têm enorme influência na nossa vida. Por isso, neste Evangelho, Jesus nos ensina a conhecê-las. Ele nos chama a atenção para que tenhamos cuidado, principalmente, com aquelas por quem nos sentimos atraídos (as) em vista do que aparentam, do que pregam. Ele nos orienta que, antes de cairmos na tentação de segui-las e obedecê-las, procuremos conhecê-las observando as suas ações, atitudes, gestos, comportamento. Jesus as denomina de “falsos profetas”, pois, “em nome de Deus” elas nos aconselham e nos fazem propostas as mais diversas, no entanto, muitas vezes, pretendem nos desvirtuar dos verdadeiros conceitos evangélicos. 

Às vezes nós encontramos pessoas ”iluminadas” que nos dão conselhos até para praticar o que é mal. Assim sendo, não devemos nos enganar com os falsos profetas que se apresentam a nós como pessoas de Deus. Devemos observar, as suas ações com suas consequências, para podermos optar pelo caminho de Deus. Para que tenhamos a garantia de que são pessoas de Deus ou não, Jesus nos manda observar os seus frutos comparando-as com árvores que produzem frutos bons e árvores que produzem frutos maus. E afirma: “toda árvore boa produz frutos bons e toda árvore má produz frutos maus”. 

Não nos deixemos enganar: o mau vem do maligno que tenta nos confundir, mas o fruto do Espírito é o bem, que é cheio de paz, amor, serenidade, bondade, alegria, longanimidade, paciência etc. Se, as pessoas que nos abordam, não têm atitudes coerentes com a paz, brandura, temperança, sinceridade, então já podemos perceber que elas não são árvores que dão bons frutos. No entanto, nós precisamos perceber se não estamos também enquadrados no perfil de “falsos profetas que se vestem com peles de ovelha, mas por dentro são lobos ferozes.” Nós também somos como as árvores e, na medida em que nos deixamos ser tratadas e adubadas pelo Senhor, seguindo os Seus ensinamentos, a nossa vida será profícua e fecunda e, assim poderemos contribuir para que o mundo se eleve. Do contrário, seremos como uma árvore sem serventia que será cortada e jogada no fogo, isto é, desaparecemos na nossa inoperância. 

II. Nem todo que diz: Senhor, Senhor!

Jesus advertiu Seus discípulos sobre o caminho amplo que leva à perdição, e seguindo no versículo 15 do capítulo 7 do Evangelho de Mateus. Ele adverte sobre o perigo dos falsos profetas que conduzem as pessoas por essa estrada larga. Nos versos 16 a 20 Ele explica como distinguir um genuíno profeta de um falso profeta. Jesus diz que você simplesmente os conhecerá pelos seus frutos. Você deve examiná-los muito de perto, porque quanto melhor a falsificação, mais cuidadosamente ela deve ser examinada antes que seja possível determinar que ela é falsa. Jesus está dizendo que as doutrinas que ensinam e o caráter de suas vidas revelam se pertencem a Deus ou não. 

Então, nos versículos 21-23, Jesus reforça sua advertência dizendo que muitos dos falsos profetas farão e dirão coisas maravilhosas e impressionantes – “… Não profetizamos em teu nome, não expulsamos demônios em teu nome e não realizamos muitos milagres em teu nome?” Eles fazem algumas coisas muito impressionantes, mas eles não são de Deus. No versículo 20, Jesus novamente diz: “Portanto, pelos seus frutos vocês os reconhecerão!”  Então, o contexto dos versos 21-23 está lidando com os falsos profetas. Esses falsos profetas podem dizer: “Senhor, Senhor”, mas eles não são de Deus. 

Uma pessoa pode chamar Jesus de Senhor e não saber quem Ele é. O título “Senhor” não indica que uma pessoa tenha uma crença em Cristo. Antes de Paulo ser convertido na estrada para Damasco, ele chamou Jesus de Senhor, mas não sabia quem Ele era: “Quem és tu, Senhor?” Então o Senhor disse: “Eu sou Jesus, a quem você está perseguindo” (At 9.3-5). Como vemos, ele O chama de Senhor, mas não sabe quem Ele é. 

III. Aqueles que fazem a Vontade de Deus

Muitos também poderiam estar chamando Jesus de Senhor em um sentido hipócrita, o que significa que eles estão chamando-O de Senhor, mas eles realmente não acreditam Nele. Jesus os chamou de: “Hipócritas! Bem profetizou Isaías acerca de vocês, dizendo: ‘Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. Em vão me adoram; seus ensinamentos não passam de regras ensinadas por homens’” (Mt 15.7-9). Então, o fato de que eles chamam Jesus de Senhor não significa que eles acreditem em quem Ele realmente é.  

Precisamos lembrar o que Jesus disse: “mas apenas aqueles que, de fato, fazem a vontade de meu Pai, que está no céu.” Jesus está claramente dizendo que somente aqueles cuja vida é caracterizada pela obediência a tudo o que o Pai ordenou terão o privilégio de estar com Ele por toda a eternidade. Ele disse a eles: “Eu sou o pão da vida. Aquele que vem a mim nunca terá fome; aquele que crê em mim nunca terá sede. Mas, como eu lhes disse, vocês me viram, mas ainda não creem. Todo aquele que o Pai me der virá a mim, e quem vier a mim eu jamais rejeitarei. Pois desci dos céus, não para fazer a minha vontade, mas para fazer a vontade daquele que me enviou. E esta é a vontade daquele que me enviou: que eu não perca nenhum dos que ele me deu, mas os ressuscite no último dia. Porque a vontade de meu Pai é que todo aquele que olhar para o Filho e nele crer tenha a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia” (Jo 6.35-40). 

Ser cristão é mais do que apenas acreditar nas coisas certas, você deve obedecer, o que significa ouvir a Palavra de Deus e agir de acordo. A obediência bíblica a Deus significa, simplesmente, ouvir, confiar, submeter-se e render-se a Deus e à sua Palavra. “Disse Jesus aos judeus que haviam crido nele: “Se vocês permanecerem firmes na minha palavra, verdadeiramente serão meus discípulos” (Jo 8.31).  O Novo Testamento ensina que a salvação é pela graça através da fé. Fé é o meio instrumental; a graça é o meio efetivo de nossa salvação. Nós somos salvos por Jesus Cristo. Somos salvos pela Sua graça através da fé. Mas precisamos entender que Jesus também disse: “Se vocês me amam, obedecerão aos meus mandamentos” (Jo 14.15). Isso significa que precisamos ser obediente. 

Conclusão

Precisamos entender que devemos nos arrepender e abandonar nossos pecados e obedecer à palavra de Deus. Ao continuarmos lendo a Bíblia e obedecendo ao que lemos, a palavra nos lavará e, pela graça de Deus, mudanças incríveis ocorrerão. A graça é definida como a influência divina que opera nos seres humanos para regenerar e santificar e para dar força para suportar a prova e resistir à tentação; é uma virtude de origem divina.  1 Pedro 1.15,16 nos diz: Mas, assim como é santo aquele que os chamou, sejam santos vocês também em tudo o que fizerem, pois está escrito: “Sejam santos, porque eu sou santo”. 

E Paulo escreve ao jovem Timóteo: “Mas o alicerce sólido de Deus permanece firme, com esta inscrição: “O Senhor conhece quem pertence a ele” e “Todos que pertencem ao Senhor devem se afastar do mal” (2 Tm 2.19).  O mundo está cheio de falsos profetas que estão falando por espíritos mentirosos. Estes falsos profetas pretendem falar em nome do Senhor. Mas a mensagem deles não é uma mensagem de arrependimento e obediência. É uma mensagem de prosperidade e bênçãos. Certamente somos abençoados pelo Senhor, mas nossa mensagem sempre deve ser uma mensagem de se afastar do mundo e voltar-se para o Senhor.

A fé salvadora se manifestará em mudança. Se nenhuma mudança ocorre na vida de uma pessoa, temos muitas escrituras para nos informar que a verdadeira conversão nunca ocorreu.  Nós não somos salvos por nossas obras, mas quando somos salvos; nossa vida certamente refletirá essa decisão por nossas boas obras. “Assim também a fé, por si só, se não for acompanhada de obras, está morta” (Tg 2.17). O reino dos céus não é para aqueles que meramente se dirigem a Jesus como Senhor com suas palavras, mas que reconhecem Jesus como seu Senhor em seu comportamento. Esse contraste é esclarecido na versão de Lucas, onde Jesus diz: “Por que você me chama de ‘Senhor, Senhor’ e não faz o que eu digo?” (Lc 6.46). Se você não faz a vontade do Pai, se você chama Jesus de Senhor, mas não faz o que Ele diz, você precisa examinar seu relacionamento com Ele. Se você suspeita que Jesus não te conhece como esta passagem descreve, você precisa falar com Ele em oração agora mesmo. Peça a Ele para salvá-lo e que você quer que Ele seja o Senhor da sua vida. 



Sugestão de Leitura da Semana: ROGÉRIO, Marcos. Defendendo o Evangelho de Cristo. São Paulo: Evangelho Avivado, 2019. 


quarta-feira, 24 de março de 2021

Deixando de Ser para Receber

 




Por Priscila Rodrigues



Hadassa precisou está por dose meses em purificação para ela se tornar a rainha Ester. Isso traduzindo para nosso dias, precisamos nos despir da velha criatura, deixar velhos hábitos, para receber do rei Novas vestes, santas e reais, inovar comportamentos para sermos coerente à mesa que estamos sentando com rei. 


A parábola das bodas descreve que um convidado  indevidamente vestido, ele  era posto para fora do banquete.  Devemos está com as vestes apropriadas à cerimônia pois não saberemos a hora do noivo chegar, mas a sua noiva sempre terá que está pronta para Ele. A mesa está posta e você, está se vestindo adequadamente?



terça-feira, 23 de março de 2021

Atravessando as Fronteiras de Samaria (João 4.1-6) Parte 1

 




Por Carlos Alberto Junior



“E era-lhe necessário passar por Samaria”.

 A bíblia relata que Jesus Cristo, juntamente com seus discípulos, percorria por vários lugares, como cidades, províncias e tribos. Podemos citar inúmeras cidades e lugares, onde o filho de Deus realizava seus feitos, Cafarnaum, por exemplo, foi um lugar, em que as autoridades se maravilharam da sua doutrina. Em Marcos 1:21-28; Jesus repreendeu um espirito imundo, que, atormentava um homem, os religiosos da sua época, se maravilhavam, ao ponto de dizer: Que isto? {...} Que nova doutrina é esta? Pois com autoridade ordena aos espíritos imundos, e eles lhe obedecem! (ACF, 1995). 
   
Os milagres de Jesus era visto por muitos, o evangelho estava sendo anunciado, se citamos alguma restrição no que tange a obra da evangelização, podemos encontrar algumas situações em, que, o próprio Jesus recomenda que o discípulos não percorresse lugares gentílicos e nem em cidade de samaritanos (Ler Mateus10.5); mas quando lermos João 4.4, Jesus disse que era necessários passar por Samaria, então fica uma pergunta a ordem de evangelização era para todos ou exclusivamente a um povo em especial aos judeus? 

Segundo o Manual de Dificuldades Bíblicas: 

Tais ordens aparentemente contraditórias referem-se a dois períodos diferentes. É verdade que a missão original de Jesus foi para os Judeus. Mas as Escrituras testificam que ele “veio para o que era seu, e os não receberam” (Jo 1.11). A posição oficial dos judeus foi a de rejeitá-lo como o seu Messias, e crucificaram-no (Mt 27; Mc 14; Lc 22; Jo 18). Foi depois da crucificação e ressureição de Jesus, portanto, que a missão dos discípulos passou a ser ir às nações, cumprindo-se, assim, as profecias quanto aos gentios. Dessa forma, o apostolo Paulo pôde dizer aos cristãos de Roma que o evangelho era “primeiro do judeu e também do grego” (Rm 1.16). Por causa de sua rejeição a Jesus, a nação de Israel foi cortada (Rm 11.19), mas, quando futuramente se completar a "plenitude dos gentios” (11.45), então Israel será enxertada de novo (11.23,26). É certo que, mesmo tendo sido a missão de Jesus oficialmente para os judeus, ele não negligenciou os gentios. Ele curou a filha da mulher sírio-fenícia (Mc 7.24-30) e saiu para ministrar à mulher samaritana (Jo 4). Ele disse a seus discípulos de antemão que a sua obra (a ser feita por intermédio deles ) iria alcançar os gentios (Jo 10.16), e a sua grande comissão foi para que fizessem discípulos de todas as nações (Mt 28.18-20). Mas, tanto por uma questão de prioridade com o tempo, a mensagem de Cristo veio primeiro para o judeu e depois para o gentio.1 A própria Samaritana afirmou que em Jerusalém é o lugar onde se deve adorar (Jo 4.20), isto é, o povo judeu tinha um lugar especifico de adoração, a cidade santa, era o centro das atenções, pois, neste lugar, eles aguardavam o Messias. Mas o que nos chama atenção, e que nos evangelhos sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas),eles não menciona a passagem onde o Mestre evangelizou a Samaritana, acredito que  no livro de João, diferentemente dos outros evangelhos, ao citar essa passagem, ele nos mostra o compromisso de Jesus Cristo também com os gentios, e samaritanos, lendo o evangelho de João 4 perceberemos a mensagem evangelística que atravessou as fronteiras de Samaria.

ENTRANDO EM SAMARIA

Imagine um lugar onde quase ninguém queria entrar, percorrer ou visita-lo, lugar esse chamado Samaria. Diferente de muitas cidades que Jesus e seus discípulos andavam, esse foi o lugar escolhido para uma evangelização particular, isso se tornaria inédito, a ponto dos próprios discípulos de Jesus se maravilharem (Ler João 4.27). Essa “cidade foi fundada em aprox. 880 a.C., por Onri, rei de Israel. Permaneceu como a capital do reino do norte ate a sua queda em 722/21 a.C.2  A Bíblia menciona poucas vezes o contexto samaritano no NOVO TESTAMENTO, mas aos lermos o evangelho de João no seu capitulo 4, encontramos um texto onde iremos entender o porquê os samaritanos eram excluídos da sociedade judaica, Jesus apresentou o evangelho a uma pecadora de forma particular, isso mesmo, mas por que Jesus não anunciou o evangelho do reino a multidão como de costume? Iremos encontrar resposta examinando o texto de João 4 .

JESUS E JOÃO BATISTA

Antes de Jesus Cristo atravessar Samaria, ao lermos João 4, nos versículos 1e 2, os Fariseus tinham ouvido falar que Jesus fazia e batizava mais discípulos que João Batista, isso se deu pelo fato do testemunho descrito no capitulo 3 do evangelho de João. Quando o Messias veio ao mundo, o anúncio da sua mensagem foi anunciado por um homem que aguardava a chegada do filho de Deus, este era João o (Batista). As profecias referentes a João Batista com um profeta, que, anunciaria a Israel o advento do Messias são inúmeras, uma delas se encontra em Malaquias 3.1, João Batista é o mensageiro que prepará o caminho do filho de Deus: Como está escrito nos profetas; Eis que eu envio o meu anjo ante a tua face, o qual prepara o teu caminho diante de ti [...] Apareceu João Batista no deserto, e pregando o batismo de arrependimento [...] Marcos 2.2-4. (Acf).

 João Batista estava anunciando a mensagem de arrependimento (Ler João 3); ele era apenas a voz que clamava no deserto conforme profetizado por Isaias, uma das suas missões foi apresentar o nosso Senhor Jesus Cristo ao povo de Israel, isso se cumpriu, a Bíblia diz que ele viu o Cordeiro de Deus: No dia seguinte João viu a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. João 1.29. 

João Batista batizou Jesus Cristo nas águas do rio Jordão (Ler Mateus 3. 13 ao 17 ), tudo se cumpriu conforme o Profeta Isaias disse: Eis o meu servo, quem sustento, o meu eleito, em quem se apraz a minha alma, pus o meu espirito sobre ele; ele trará JUSTIÇA AOS GENTIOS(Isaias 42.1); Jesus precisava ser batizado por João Batista para que se cumprisse toda a justiça (Ler Mateus 3.15); essa justiça representava o evangelho sendo alcançados por outros povos, incluído judeus, gentios e samaritanos. No livro de Mateus 28.19, Jesus nos ensina a fazer discípulos de todas as nações, batizando em nome do Pai, e do Filho, e do Espirito Santo.  Devemos fazer discípulos, para depois ensinamos o real sentido do Batismo nas aguas, a missão de Jesus foi anunciar a sua mensagem as nações, Jesus foi batizado por João, para nos mostrar a importância desse ato. Em João 4.1 diz ,que, Jesus fazia, e batizava mais discípulos do que João, em continuação, no versículo 2, o texto se expressa dessa maneira : (Ainda que Jesus mesmo não batizava, mas os seus discípulos); fica uma pergunta quem batizava de fato, Jesus ou os seus discípulos? 
 
Resposta:

De fato ao examinamos o texto de João 2.22, Jesus não batizava, mas sim os seus discípulos, lendo o verso 26 do capitulo citado, temos um questionamento, devido o fato de Jesus e seus discípulos terem mais seguidores que João Batista, mas o próprio João Batista afirma que é necessário que Cristo cresça e ele diminua. Em outras palavras o ministério de João Batista estava se cumprindo não só pela sua pregação no deserto, mas pela chegada do Messias.

E SAMARIA? JOÃO 4.3

Depois que Jesus e seus discípulos apareceram nas terras da Judéia, sua missão muda de trajeto, o destino agora é Samaria, sim isso mesmo! Mas se lermos o texto de João 4.3, nos dar a entender, que, o Mestre amado tinha um compromisso em ir à Galileia: Deixou a Judéia, e foi outra vez para a Galileia (João 4.3). A expressão “foi outra vez" é classificado como uma locução adverbial significa que, Jesus já havia estado na Galileia. 

ERA NECESSARIO PASSAR POR SAMARIA, JOÃO 4.4.

A expressão necessário pode ser vista como indispensável, ou seja Jesus não iria perder tempo em Samaria, Ele não iria dispensar a oportunidade de evangelizar uma samaritana. Nenhum dos evangelhos sinóticos menciona Jesus Cristo indo falar de forma diretamente com uma pessoa de origem samaritana. Segundo o Comentário Bíblico do Novo Testamento, Wiliam Macdonald: Samaria estava na rota principal entre a Judéia e a Galileia. Mas pouco judeus usavam a rota direta. A Região de Samaria era tão desprezada pelo povo judeu que muitas das vezes faziam uma volta pela Peréia para chegar ao norte, na Galileia. Assim, quando nos é dito que para Jesus era necessário atravessar a província de Samaria, a ideia não é tanto que ele foi compelido a fazer isso por considerações geográficas, mas pelo fato de que havia uma alma necessitada em Samaria que ele podia ajudar. 3 Dentre inúmeros lugares Jesus poderia ir, como a Galileia, Cafarnaum e outras cidades onde a multidão o acompanhava, não obstante, Jesus escolheu um lugar pouco desejado pelos judeus, isto é Samaria, todavia existia um propósito em dizer ( era necessário passar por Samaria). Uma obra de evangelização pessoal aconteceria em SICAR, através do evangelho, uma pecadora passaria a conhecer o Messias, a necessidade de evangelizar deve está em nossos corações, ao olhar um pecador não com desprezo, mas com amor e misericórdia.

A CIDADE DE SICAR, JOÃO 4.5.

Quando Jesus decidiu ir a Samaria, Ele parou em uma cidade chamada Sicar. Situada no lado leste do monte EBAL, na estrada que ia de Jerusalém à Galiléia (Jo 4.5).4 Nessa mesma cidade existia uma herdade que Jacó tinha dado ao seu filho José, descrito em Genesis 33: 18-19 e 48.22. Essa cidade pode ser identificada como a antiga Siquém. Aquele poço era um meio de escape social para aquela Samaritana (adultera), devido o preconceito de outras mulheres da aldeia, ela decidi ir ao meio dia tirar agua do poço, isto é quando pouca gente circulava nesse horário ( Paráfrase minha).

A FONTE DE JAÇÓ, JOÃO 4.6.

Já cansado da viagem, o Mestre amado, assentou-se assim junto da fonte (poço) de Jacó, esse poço provavelmente media 39 metros de profundidade. Jesus Cristo estava em um lugar onde existiam pessoas desprezadas, na hora sexta, ou seja, ao meio dia do calendário judaico, Ele estava disposto a passar fome para evangelizar a samaritana. Sempre devemos estar disposto no que tange a obra de evangelização, você abriria mão de um almoço para evangelizar em pleno meio dia? Fazer o ide não ir a lugares específicos ou horários nobres, mas se prontificar em situações que serão difíceis, o exemplo de Jesus, faz nos enxergar o quanto precisamos renunciar barreiras sociais e egocêntricas. Vida de Missionário não é turismo e nem mar de rosas, nem sempre teremos bonificações ou regalias, enquanto Jesus evangelizava, os discípulos estavam em outro lugar, preocupados em o que comer, mas a resposta veio dessa forma: Jesus disse-lhes: A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou... João 4.34; ou seja, Deus, enviou o seu filho amado para salvar os pecadores, inclusive para o povo de Samaria. 

CONCLUSÃO

No Evangelho de João 4  e versos 1 ao 6, temos um grande exemplo de evangelização, Jesus Cristo nos mostrou que as barreiras sociais devem ser quebradas, a nossa exposição mostra que, Samaria ainda não era vista com um olhar de compaixão pelos judeus da época de Jesus. O grande protocolo está a ser quebrado, nos próximos artigos, iremos aborda o evangelismo pessoal entre Cristo e a Samaritana, desde o por que da falta de comunicação dos Judeus e Samaritanos, até o anuncio missionário em Samaria, pela antes menosprezada samaritana.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
 
1. MANUAL DE DIFICULDADES BÍBLICAS, Norma Geisler e Thomas Howe. Traduzido por Miltom Azevedo Andrade. São Paulo: Mundo Cristão, 2015.

2. Dicionário de Jesus e dos evangelhos, César Vidal Manzanares. tradução de Fátima Barbosa de Mello Simon. Aparecida, SP: Editor Santuário, 1997. p.307).

3. MACDONALD. Wiliam, COMENTÁRIO BÍBLICO POPULAR/NOVO TESTAMENTO. São Paulo: Mundo Cristão, 2008. p. 250.)

4. DICIONÁRIO BÍBLICO DE ALMEIDA.1999, Sociedade Bíblica do Brasil).

5. ACF, BÍBLIA ALMEIDA CORRIGIDA FIEL, SOCIEDADE BÍBLICA TRINITARIANA DO BRASIL. 1995.



Recomendação de Leitura do Mês - Fogo do Avivamento - Wesley Duewel

 




Por Leonardo Pereira



O despertamento espiritual é um milagre operado pelo Senhor. A Bíblia traz vários registros de despertamentos espirituais que ocorreram no meio do povo de Deus. De tempos em tempos o povo de Deus foi despertado para um maior compromisso com a obra divina e fidelidade à Palavra do Senhor. Algumas pessoas equivocadamente pensam que o despertamento espiritual é algo promovido pelo homem. Essas pessoas não enxergam o avivamento espiritual como um milagre, mas como o resultado do esforço humano. É verdade que os crentes são chamados para clamar a Deus por um despertamento, mas jamais esse despertamento espiritual pode ser produzido pelos próprios crentes.

A história bíblica não deixa qualquer dúvida de que o despertamento espiritual é um milagre que tem sua origem no próprio Deus. Num dos textos mais claros acerca da origem do despertamento espiritual, através do profeta Isaías Deus fala que Ele é quem derrama “água sobre o sedento e torrentes, sobre a terra seca” (Is 44.3). Um período bíblico que nos ensina muito sobre o significado, a importância e o propósito do despertamento espiritual é aquele que marcou o fim do cativeiro babilônico. Quando consideramos a narrativa bíblica desde o período final do exílio ­– com o profeta Daniel já idoso orando a Deus por um despertamento ­– até o período do pós-exílio em si – com as obras de reconstrução do templo e da cidade de Jerusalém –, obtemos maior entendimento acerca da necessidade do despertamento espiritual.

Então considerando esse contexto bíblico, neste artigo vamos refletir brevemente sobre alguns pontos que dizem respeito ao despertamento espiritual como um milagre realizado por Deus, partindo da grande obra Fogo do Avivamento, escrito por Wesley Duewel, a nossa sugestão de leitura para o mês de Março de 2021.

O avivamento é o ascender dessa chama de amor, estimular o amor, apressar a vida em outras pessoas, o que na realidade não tem acontecido com grande ênfase nas igrejas, por isso, me preocupo semrpe que escuto que o avivamento está chegando, que tem acontecido focos de avivamento, veja bem, não aqui dizendo que não existe avivamento em lugar algum, o que quero expressar é a verdade do avivamento que em tantos pontos estão sendo expressados de uma maneira errada e desfocalizada, muitas pessoas dizem que 2 ou 3 pessoas sendo batizadas com fogo em um culto é porque existe ali avivamento, nessas pessoas é verdade. mas o avivamento que elas receberam será usado para que? no serviço do avivamento geral, o que temso vistos é o enfraquecimento geral de igrejas porque pessoas vivem o seu eu sobre a vontade de Deus, eu tenho poder, eu sou o líder, eu tenho a decisão, isso tudo é frieza e não avivamento. Pessoas buscam a presença de Deus para que ela receba algo, para que a sua famílai receba o que lhe convém, tudo gira em torno da resposta de Deus, como que se Deus se deixasse ser persuadido pelas nossas atitudes, no mover da Sua vontade!

O avivamento real, só existirá, quando a igreja aprender a ser totalmente dependente do Senhor, quando vivermos o amor incondicional, sem colocar opções para Deus, fazermos tudo o possível as nossas forças simplismente pelo prazer de que o nosso Deus seja louvado. precisamos abrir mão das nossas vontades para que a vontade de Deus possa ser realizada em nós. Em todas as épocas, em todas as nações o fogo do avivamento faz com que o coração se incendeie. O fogo do céu arde, e uma pedra do altar pega fogo. Assim começa o despertamento espiritual, o aquecimento de um fogo de reavivamento que ainda arde hoje em dia.Wesley Duewel, começando com Elias e aquele fenomenal um dia de reavivamento de Israel, conta histórias de reavivamentos que se estendem por todo o globo, da América à China e à África, todos eles ocasionados pela obediência e pela oração sincera. Ele ilustra a forma como Deus usa o fogo do reavivamento ao longo dos séculos para reavivar a igreja e revelar a presença gloriosa do Espírito Santo.


domingo, 21 de março de 2021

Perdoa-nos as nossas dívidas!

 




Por Leonardo Pereira



Uma das belezas da oração é o privilégio que ela oferece ao povo de Deus para ter comunhão com o Todo-Poderoso, buscando seu perdão. Muitos de nós negligenciam este privilégio, perdendo assim as bençãos que vêm com ele. Quando Jesus disse aos seus discípulos que orassem, “perdoa-nos as nossas dívidas” (Mt 6.12), ele deixou subentendidas várias lições para seus seguidores.

Primeira, ser cristão não nos isenta da tentação. Paulo expressou isto em sua carta aos irmãos gálatas: “Irmãos, se alguém for surpreendido nalguma falta, vós, que sois espirituais, corrigi-o com espírito de brandura; e guarda-te para que não sejas também tentado” (Gl 6.1). Não temos intenção de desagradar a Deus, mas podemos falhar aqui e ali. Por exemplo, podemos ser tentados a pensar mal de alguém. Podemos ficar com raiva de um irmão, sem causa. Podemos, por raiva, falar com irreverência ou pecar deixando de fazer alguma boa coisa que sabemos fazer (Tg 4.17). Há conforto em saber que podemos ir a Deus em oração, em busca do seu perdão.

Segunda, o seguidor de Cristo que erra o passo ou peca, torna-se endividado com Deus. O termo dívida significa algo devido. Portanto, se um cristão transgredir, ele deve, pelo menos, uma desculpa a Deus pela sua atitude ou comportamento impiedoso. No Senhor não há nenhuma escuridão. Nossa desobediência não manifesta a imagem do Criador. O apóstolo João, guiado pelo Espírito, expressa a garantia ao povo de Deus que, se confessarmos nossos pecados diante dele, podemos receber o perdão e a limpeza (1 Jo 1.9).

O pecado produz culpa e vergonha; muitos reagem a isto retirando-se, escondendo-se e evitando contato com irmãos em Cristo. Esta pode ser a razão por que muitos cristãos param de se encontrar com os santos. Os cristãos não devem atolar-se nos pecados, mas confessá-los ao Senhor, afastar-se deles e receber a benção do perdão. Retirar-se das reuniões com outros cristãos é imprudente porque isso dá oportunidade a Satanás. Deus não quer isto. Portanto, como está subentendido neste modelo, ele nos oferece a alternativa de confiar em Deus e buscar seu perdão através da oração.

Terceira, o povo de Deus continua a necessitar de seu perdão. Perdão do pecado foi o verdadeiro propósito quando Cristo veio à terra e morreu pelo homem. “Assim está escrito que o Cristo havia de padecer e ressuscitar dentre os mortos no terceiro dia e que em seu nome se pregasse arrependimento para remissão de pecados a todas as nações, começando de Jerusalém” (Lc 24.46-47). Este fato deverá humilhar cada um de nós. Se alguém começar a pensar que é demasiado velho ou inteligente demais para precisar do perdão de Deus, a arrogância se manifesta e o provérbio será verdadeiro: “A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito, a queda” (Pv 16.18). Tal espírito de orgulho impedirá que o homem se humilhe diante do Todo-Poderoso para buscar seu perdão.

Finalmente, o perdão de Deus pela dívida do pecado de alguém depende da atitude dessa pessoa quanto a perdoar aos outros. A única atitude aceitável é a de Deus e Cristo. “Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará; se, porém, não perdoardes aos homens [as suas ofensas], tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas” (Mt 6.14,15).

Quando um cristão ofendido deixa de estender o perdão a outro, ele deixa de exemplificar a imagem de seu Senhor. Ele mesmo foi perdoado por Cristo quando se submeteu ao evangelho. Quando Pedro perguntou a Jesus quantas vezes tinha que perdoar seu irmão que peca contra ele, Jesus respondeu: “até setenta vezes sete” (Mt 18.22). Jesus, além disso, ilustrou com a parábola do servo injusto a importância de perdoar aos outros.

Este servo injusto recebeu o perdão de uma grande dívida para com o seu senhor, mas quando chegou sua vez de perdoar um camarada que estava em débito para com ele, meteu-o na prisão, em vez de perdoá-lo. Quando o senhor soube do que tinha acontecido, pediu a presença do servo injusto, chamou-o de peverso e incompassivo e, por causa da raiva dele, entregou-o aos torturadores até que pagasse tudo o que devia.

Que lição para nós nestes dias! Lembramo-nos de orar desta maneira: “E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores”.


sábado, 20 de março de 2021

Comentário Bíblico Mensal: Março/2021 - Capítulo 3 - Guiados pelo Fruto do Espírito

 




Comentarista: Emanuel Barros



Texto Bíblico Base Semanal: Gálatas 5.16-26

16. Digo, porém: Andai em Espírito, e não cumprireis a concupiscência da carne.
17. Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes opõem-se um ao outro, para que não façais o que quereis.
18. Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais debaixo da lei.
19. Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: adultério, fornicação, impureza, lascívia,
20. Idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias,
21. Invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus.
22. Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança.
23. Contra estas coisas não há lei.
24. E os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências.
25. Se vivemos em Espírito, andemos também em Espírito.
26. Não sejamos cobiçosos de vanglórias, irritando-nos uns aos outros, invejando-nos uns aos outros.

Momento Interação

Quando cremos que Jesus Cristo, sendo Deus se fez homem, morreu em nosso favor e ressuscitou dentre os mortos, nós somos salvos! (Rm 10.9-10). E com certeza a salvação é o que de mais importante pode acontecer na vida de qualquer pessoa, ser perdoado por Deus e receber o dom da Vida Eterna (Mt 16.26). A partir daí, existe algo que é obrigatório: a transformação de vida (Rm 12.2), afinal, se de fato houve uma conversão, significa que nós morremos para a vida que nós tínhamos (2 Co 5.14, Rm 6.2), incluindo conceitos, crenças e prioridades (1 Co 1.20,21, 2Co 5.17), para viver uma vida nova em Cristo (Rm 6.8-11).

Introdução

Muitas passagens do Novo Testamento ensinam que os seguidores de Cristo precisam remover o mal de suas vidas. Temos que crucificar a carne ". . . com as suas paixões e concupiscências" (Gl 5.24). Algumas vezes, as pessoas não entendem tais instruções e pensam que a vida de um cristão é vazia, despojada de todo o prazer. Mas Deus não tem intenção de deixar um vazio, de tornar nossas vidas vácuos sem significado. Quando ele nos diz que precisamos remover o pecado, ele também nos mostra outras coisas ­ que são muito melhores ­ para encher nossas vidas e fazê-las mais ricas. Por exemplo, quando Paulo disse a Timóteo: “Foge, outrossim, das paixões da mocidade”, ele imediatamente acrescentou esta instrução positiva para encher o vazio: "Segue a justiça, a fé, o amor e a paz com os que, de coração puro, invocam o Senhor" (2 Tm 2.22). Ele tinha que remover o mal, mas imediatamente lhe foi dito que pusesse o bem no seu lugar.

Gálatas 5 torna esta distinção muito clara. Precisamos crucificar a carne, removendo suas obras de nossas vidas (versículos 19-21). Mas Paulo não parou aí. Ele continua essa lista de obras proibidas com uma descrição do "fruto do Espírito" (versículos 22-23). Aqueles que vivem no Espírito devem andar no Espírito. Devemos desenvolver cada uma destas qualidades como uma parte de nossa personalidade. O fruto do Espírito tem que ser produzido na vida de cada seguidor de Cristo. Consideremos as nove características do fruto do Espírito, para ajudar-nos a desenvolver estas atitudes quando procuramos viver e andar no Espírito.

I. Andando no Espírito

Paulo escreve em sua Epístola aos Gálatas no capítulo 5.16: "Digo, porém: Andai em Espírito, e não cumprireis a concupiscência da carne". A bíblia descreve como carne, aquilo que mora dentro do homem, e se opõem contra Deus e sua vontade. Nosso "eu" é uma central que causa muitos sinais e ações, e que todos tem o destino de se poupar e proteger, ganhar honra e favorecimentos próprios e se promover com a ajuda de outros. Isso são as concupiscências da carne, que são sem fronteiras com suas exigências e expectativas. Até um certo ponto podemos dominar ele, de qualquer forma até onde compensa pro nosso "EU". Mas de outro, estamos sob essas forças, como pessoas: "Igual apenas somos pessoas", ouvimos com frequência quando essas propriedades que herdamos como pessoas vem a tona. Mas Paulo diz que não precisas seguir essas cobiças, ao andar em Espírito. Você pensa diferente e tuas ações são diferentes do que das outras pessoas, nas diferentes circunstâncias da vida.

Mudança radical, só acontece com um arrependimento sincero e verdadeiro. Onde você se sente mal por ofender a Deus, reconhece a morte de Cristo no seu lugar, e passa a viver para Cristo, todo dia se policiando para fazer a vontade do Senhor! E aqueles que reconhecem a Cristo, entendem que não estariam vivos se não fosse Cristo! Ou seja, devemos nossa vida a Ele! Uma dívida ETERNA. Por isso, viveremos para ele eternamente, começando de AGORA. Paulo diz qual resultado devemos produzir ao andar no Espírito: "Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. Contra estas coisas não há lei" (Gl 5.22,23).

Muitos pensam que andar no Espírito é expulsar demônio, fazer sinais e pedir oração por tudo, até se passar um gato preto, já estão pedindo oração! Dons e operações do Espírito Santo, não são dadas a todos, e também não são importantes para nossa salvação (Mt 7.21-23). Pensam que só estão fortes se estiverem “sentindo coisas na igreja”, (2 Co 5.7) chorando por qualquer coisa, ou até mesmo pulando e saltando! Quando não conseguem sentir nada, eles logo perecem e começam a imaginar um monte de bobagens. Deus não nos chamou para viver sentindo coisas, mas chamou para andar pela fé.

Outros pensam que só estão fortes quando estão recebendo “revelamentos, visões e sonhos” frequentemente, caso contrário, começam a murmurar e dizer que Deus esqueceu deles (Jr 29.8,9). Quando tem dúvidas, vivem correndo atrás de profetas, ao invés de um professor de bíblia, ou mesmo a própria bíblia. Falam muito de oração, mas precisam receber profecias para saber o que Deus tem para eles? Pela bíblia, você é forte quando esta andando no Espírito, ou seja, fazendo a vontade do Espírito! Em plena comunhão com Cristo, totalmente em PAZ COM DEUS. Se você esta assim, glorifique e louve a Cristo, esta tudo bem!

II. O Perigo das Obras da Carne

As obras da carne são pecados graves que resultam da natureza pecaminosa do homem. Foi o apóstolo Paulo quem apresentou uma lista uma lista de praticas denominadas por ele como “obras da carne” ao escrever para os cristãos da Galácia (Gl 5.20,21). Para entendermos o significado da expressão “obras da carne”, precisamos primeiramente entender a forma com que o apóstolo Paulo utiliza a palavra “carne” em suas epístolas. No Novo Testamento, “carne” o grego sarx, O apóstolo usa esse termo em pelo menos três sentidos: 1) Num sentido geral, se referindo simplesmente à humanidade. 2) Num sentido mais específico, se referindo ao aspecto físico e material da vida humana. 3) Num sentido ainda mais específico, se referindo à natureza humana depravada e corrompida pelo pecado. Neste caso inclui a mente e a alma do homem.  Falando sobre as obras da carne no capítulo 5 da Carta aos Gálatas, é evidente que Paulo está aplicando a palavra “carne” para se referir à natureza humana pecaminosa. Inclusive, ele estabelece um contraste especial entre “carne” e “Espírito”, do grego pneuma.

Precisamos entender que a lista apresentada na Carta aos Gálatas possui semelhanças com outras listas também elaboradas por Paulo em outras ocasiões (Rm 1.18-32; 13.13; 1 Co 5.9-11; 6.9; 2 Co 12.20,21; Ef 4.19; 5.3-5; Cl 3.5-9; 1 Ts 2.3; 4.2-7; 1 Tm 1.9,10; 6.4,5; 2 Tm 3.2-5; Tt 3.3,9,10). A referência de 2 Coríntios 12.20,21, por exemplo, possui notável semelhança com a lista apresentada em Gálatas 5.19-21, apesar de também haver algumas diferenças naturais. Na lista registrada em Gálatas, a qual estamos estudando aqui, o apóstolo mencionou quinze elementos reputados como “obras da carne”. Devemos também notar que esta relação é representativa, ou seja, não pretende ser exaustiva. Isto significa que o apóstolo selecionou algumas práticas pecaminosas para representar as obras da carne. Isto fica claro ao final da lista das obras da carne, quando o próprio apóstolo conclui dizendo: “e coisas semelhantes a estas” (Gl 5.21).

O apóstolo Paulo faz uma grave exortação quanto ao perigo das obras da carne. Sobre isso, ele escreve que “não herdarão o reino de Deus os que tais coisas praticam” (Gl 5.21). Com isto o apóstolo está dizendo que quem não vive segundo o Espírito, ou seja, quem se entrega às práticas da natureza pecaminosa, não participará da consumação do reino de Deus quando Cristo voltar. Essas pessoas não serão excluídas do reino porque suas obras foram más, visto que a salvação não é por obras, mas serão excluídas porque suas obras demonstraram que na verdade elas nunca foram regeneradas verdadeiramente.

III. O Conteúdo do Fruto do Espírito

Um dos propósitos principais do Espírito Santo ao entrar na vida de um Cristão é transformar aquela vida. É a tarefa do Espírito Santo conformar-nos à imagem de Cristo, fazendo-nos mais e mais como Ele. Os frutos do Espírito Santo estão em direto contraste com as obras da natureza pecaminosa em Gálatas 5.19-21: "Ora, as obras da carne são conhecidas e são: prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções, invejas, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, a respeito das quais eu vos declaro, como já, outrora, vos preveni, que não herdarão o reino de Deus os que tais coisas praticam". Gálatas 5.19-21 descreve a vida das pessoas, em proporções diferentes, quando elas não conhecem a Cristo e, portanto, não estão sob a influência do Espírito Santo. Nossa carne pecaminosa produz certos tipos de fruto (Gl 5.19-21), e o Espírito Santo produz outros tipos de fruto (Gl 5.22,23).

A vida Cristã é uma batalha entre as obras da natureza pecaminosa e os frutos do Espírito Santo. Como pecadores, ainda estamos presos a um corpo que deseja coisas pecaminosas (Rm 7.14-25). Como Cristãos, temos o Espírito Santo produzindo fruto em nós e o Seu poder disponível para nos ajudar a vencer as ações da nossa natureza de pecado (2 Co 5.17; Fp 4.13). Um Cristão nunca vai ser completamente vitorioso em sempre demonstrar os frutos do Espírito Santo. No entanto, um dos propósitos principais da vida Cristã é progressivamente permitir que o Espírito Santo produza mais e mais de Seu fruto em nossas vidas – e de permitir que o Espírito vença os desejos pecaminosos que se opõem aos Seus frutos.

Conclusão

Paulo estava enfatizando que o julgo e as restrições do legalismo não eram capazes de nos fazer obedecer à vontade de Deus e renunciar as obras da carne. Então ele ensina que somente Espírito Santo é quem pode nos capacitar a viver para Cristo da maneira correta. Ao falar sobre as obras da carne, Paulo também está nos advertindo sobre o equilíbrio entre a liberdade e a responsabilidade. Nós nunca devemos confundir a liberdade que desfrutamos em Cristo frente às restrições da Lei, com a libertinagem. Nós somos livres, mas jamais devemos ser libertinos. A verdadeira liberdade em Cristo pode ser vista no fruto do Espírito, enquanto a libertinagem pode ser vista nas obras da carne.

A lista das obras da carne é representativa. Portanto, ela representa todos os vícios e práticas comuns da natureza humana pecaminosa. Apesar disto, bons expositores do Novo Testamento concordam que o apóstolo mencionou esses itens específicos porque naquele contexto era necessário que fossem mencionados. Isto significa que alguns destinatários da Epístola aos Gálatas ainda lutavam contra a prática destes males.



Sugestão de Leitura da Semana: RIBEIRO, Anderson. A Mensagem de Cristo. São Paulo: Evangelho Avivado, 2020.