sexta-feira, 27 de abril de 2018

Comentário Bíblico Mensal: Abril/2018 - Capítulo 5 - Jesus Venceu o Mundo




Comentaristas: Leonardo Pereira e Sidney Muniz


Texto Bíblico Base Semanal: João 3.11-18

11. Na verdade, na verdade te digo que nós dizemos o que sabemos, e testificamos o que vimos; e não aceitais o nosso testemunho.
12. Se vos falei de coisas terrestres, e não crestes, como crereis, se vos falar das celestiais?
13. Ora, ninguém subiu ao céu, senão o que desceu do céu, o Filho do homem, que está no céu.
14. E, como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do homem seja levantado;
15. Para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
16. Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
17.Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele.
18. Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.

Momento Interação

Prezados estudantes da Palavra do Senhor, neste mês de abril de 2018 chegamos ao final de mais um Comentário Bíblico Mensal. Com certeza a nossa fé foi acrescentada no nome do Senhor Jesus Cristo e compreendemos que as aflições não são para nos destruir, mas sim, para testar a nossa fé e sermos obreiros aprovados pelo Senhor (2 Tm 2.15). Neste último capítulo do mês, estudaremos sobre a vitória do Senhor Jesus Cristo neste mundo (Jo 16.33). O Senhor Jesus alertou aos seus discípulos que no mundo teríamos aflições, mas que venhamos ter bom ânimo pois Ele venceu. Embora passemos por muitas dificuldades e desafios em nossas caminhada cristã, devemos sempre nos focarmos e direcionarmos os nossos olhos para Cristo, "o autor e consumador da nossa fé" (Hb 12.2). Desejamos à vocês ótimos estudos neste capítulo e até o próximo Comentário Bíblico Mensal. Deus vos abençoe!

Introdução

Na luta do cristão contra o diabo, o principal campo de batalha é a tentação. O discípulo precisa vencer o inimigo superando as tentações. Não estamos sós, contudo. Jesus tornou-se um homem, foi tentado como somos, obteve a vitória, assim mostrando como nós podemos triunfar sobre Satanás (cf. Hb 2.17-18; 4.15). É essencial, portanto, que analisemos cuidadosamente de que forma Jesus venceu. Embora Jesus foi tentado várias vezes, ele enfrentou um teste especialmente severo logo depois que foi batizado. Lucas recorda este evento (Lc 4.1-13), mas seguiremos a história conforme Mateus a conta: "A seguir, foi Jesus levado pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo. E, depois de jejuar quarenta dias e quarenta noites, teve fome" (Mt 4.1-2). Pelo fato que foi o Espírito que levou Jesus para o deserto mostra que Deus pretendia que Jesus fosse totalmente humano e sofresse tentação. Note estas tentativas de Satanás para seduzir Jesus.
Neste capítulo, estudaremos sobre as aflições e os inúmeros desafios que o Senhor Jesus Cristo enfrentou em sua vida, de modo seguirmos as suas pisadas, conforme o evangelista Lucas reitera em seu evangelho: " Então Jesus, chamando-os para junto de si, disse: Bem sabeis que pelos príncipes dos gentios são estes dominados, e que os grandes exercem autoridade sobre eles. Não será assim entre vós; mas todo aquele que quiser entre vós fazer-se grande seja vosso serviçal; E, qualquer que entre vós quiser ser o primeiro, seja vosso servo; Bem como o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos" (Mt 20.25-28).

I. Jesus Orou ao Pai em meio à Aflição

Tendo terminado a Festa da Páscoa e tendo sido proferidos o discurso de João 14-16 e a oração de João 17, Jesus atravessou o vale com os onze discípulos para o monte das Oliveiras. Muitas vezes ele se retirou para aquele monte e ia até o jardim do Getsêmani para descansar, orar e ter momentos de comunhão com os discípulos, muitas vezes também passando a noite ali (Lc 21.37; Jo 18.2). Essa noite era diferente. Ele estava bem consciente do que lhe esperava. Ele já tinha sido traído por um de seus apóstolos e vendido por 30 moedas de prata; o impetuoso Pedro o negaria três vezes antes do galo cantar na manhã seguinte; os demais apóstolos se espalhariam como ovelhas sem pastor; ele passaria pela farsa de um julgamento, seria despido, açoitado, esbofeteado, cuspido e por fim crucificado. Sabendo plenamente tudo o que estava para acontecer, ele procurou um lugar solitário para orar.
Jesus deixou oito dos discípulos na entrada do jardim e disse: "Assentai-vos aqui, enquanto eu vou ali orar" (Mt 26.36). Depois levou Pedro, Tiago e João consigo para o jardim. Então aconteceu aquela espantosa e misteriosa agonia: ele começou a ficar profundamente triste, como se estivesse para morrer. Ele se virou para os três e disse: "Ficai aqui e vigiai comigo" (Mt 26.38). Afastando Jesus só um pouco deles (Lc 22.41), caiu com o rosto em terra e orou: "Meu Pai, se possível, passe de mim este cálice! Todavia, não seja como eu quero, e sim como tu queres" (Mt 26.39).
O nosso Senhor estava prestes a andar pelo "vale da sombra da morte" e era como uma tempestade que estava sobre ele. Será que estava com medo de morrer? Terá sido esse o motivo de sua agonia? Seria a morte o "cálice" que ele queria que fosse afastado? Podemos estar quase certos de que não era apenas o medo de morrer que o deixou "em agonia" enquanto "seu suor se tornou como gotas de sangue caindo sobre a terra" (Lc 22.44). Muitos entre o povo de Deus e mesmo alguns ímpios encontraram-se com a morte e hesitaram com medo; mas sabemos com que segurança e tranqüilidade o Senhor suportou a vergonha da cruz.
Não podemos compreender todo o significado dessa agonia por demais tremenda, mas devemos constantemente contemplá-la com respeito e gratidão. Se não fosse o Getsêmani, nunca teria havido o Calvário. Ele tinha o poder de convocar 10 mil anjos e gritar "Chega" a qualquer momento, mas ele passou por tudo aquilo por você e por mim. Onde ele conseguiu força para não desistir? Na epístola aos hebreus, temos mais alguns detalhes comoventes: "Jesus, nos dias da sua carne, tendo oferecido, com forte clamor e lágrimas, orações e súplicas a quem o podia livrar da morte e tendo sido ouvido por causa da sua piedade, embora sendo Filho, aprendeu a obediência pelas cousas que sofreu" (Hebreus 5:7-8). Jesus orou intensamente e verteu lágrimas. Desceu um anjo do céu para consolá-lo e fortalecê-lo, cumprindo Salmo 91:11. Jesus pediu que o "cálice" fosse afastado, mas ele não o foi. Ele ainda tinha de tomar do cálice, mas com a força do Pai e o consolo do anjo, ele teve condições de suportá-lo.

II. Agonia no Jardim

Poucos dias antes dessa agonia no jardim, a impenitência de Jerusalém tinha-lhe arrancado algumas lágrimas; e agora, quando a profunda perversidade dos homens, os pecados dos apóstolos e das autoridades de seu próprio país achavam-se ao seu redor, é bem possível que ele tenha agonizado diante dessa desalentadora perspectiva. Ele tinha amado aquelas pessoas. Ele tinha descido do céu para salvá-las, e elas se apressavam para o pecado mortal, para a completa ruína. Jesus estava bem consciente do fato de que ele seria feito pecado por todo o mundo. Isaías informa-nos que "o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos" (Is 53.6). Paulo disse: "Aquele que não conheceu pecado, ele [Deus] o fez pecado por nós" (2 Co 5.21). Uma vez que Deus o fez pecado por todo o mundo, podemos estar certos de que todos os pecados desde o primeiro, cometido por Eva, até o último a ser cometido pelo último homem S todos se fizeram um só fardo de terror acumulado sobre "o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo". Aquele que não tinha pecado estava prestes a ser a nossa oferta pelo pecado. Ele sabia que, por causa de nossos pecados, Deus, o Pai, haveria de abandoná-lo por um breve instante. Na cruz, Jesus exclamou: "Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?". Embora Deus o amasse como Filho, teve de voltar as costas para Jesus por causa dos nossos pecados.
Jesus veio aos apóstolos como se buscasse a compreensão e a afeição deles, em seu isolamento e em sua profunda tristeza. Mas eles dormiam. "Esperei por piedade, mas debalde; por consoladores e não os achei" (Sl 69.20). Ele disse a Pedro: "Então nem uma hora pudestes vós vigiar comigo?" (Mt 26.40). A tentação estava bem perto. Eles precisavam estar atentos; eles precisavam orar.
Três vezes ele agonizou em oração. Com tranqüilidade, ele pôde por fim dizer: "Se não é possível passar de mim este cálice sem que eu o beba, faça-se a tua vontade". Era chegada a sua hora, e ele estava pronto. Ele tinha educa-do a sua vontade humana chegando à completa resignação, à harmonia absoluta com a vontade do Pai. Ele estava pronto para morrer por você e por mim.

III. Jesus Orou por seus Discípulos 

Não é difícil imaginar o tremendo efeito que a vida de Jesus deve ter tido sobre seus discípulos, de todos os modos, enquanto estava tão intimamente associados com ele durante os três anos e meio de seu ministério. Como a escritura nos revela, a regularidade da oração em sua vida, a proximidade que ele sentia com o Pai, e a natureza sincera de suas orações como é vista naquelas poucas que são registradas, ele se torna nosso exemplo na oração como em outras características de uma vida espiritual. Há tanto que precisamos aprender com Jesus sobre este poder maravilhoso que está tão prontamente acessível a nós em nossas vidas.
João 17 é a oração de Jesus mais longa que foi registrada. O que podemos aprender com o conteúdo desta oração de nosso Senhor? A oração é dividida em três partes. Primeira, Jesus ora em vista de sua própria relação com o Pai, segundo, ele ora em favor de seus apóstolos; e terceira, ele ora por todos os crentes. Certamente as preocupações de Jesus deveriam ser desejo de glorificar a Deus. Sabemos como ele glorificava a Deus e como nós, por nossa vez, podemos glorificá-lo. Ele já tinha glorificado a Deus cumprindo a obra que era para ele fazer. Tinha chegado a hora dele morrer na cruz pelos pecados da humanidade. Ele seria reerguido dentre os mortos, derrotando assim aquele que tinha o poder da morte, o diabo; e depois de aparecer para confirmar sua ressurreição, ele subiria ao trono de Deus para receber seu reino e reinar até que o último inimigo, a morte, fosse vencido pela ressurreição final da humanidade.
Ele orou a Deus para que o glorificasse, para que, por sua vez, ele glorificasse a Deus. Nós também temos que glorificar a Deus (1 Co 6.20) e fazemos isso adequadamente, cumprindo a obra que ele nos deu para fazer. As Escrituras nos preparam completamente para toda a boa obra e o glorificamos sendo cumpridores dessa palavra, e não apenas ouvintes.
Sua oração por seus apóstolos foi em vista de ele não mais estar no mundo, mas ir para o Pai. Ele tinha feito, antes, muitas coisas pela proteção deles. Ele tinha manifestado o "nome" de Deus a eles, e isto inclui manifestar "tudo o que um nome implica, de autoridade, caráter, posição, majestade, poder, excelência, etc." (W. E. Vine, An Expository Dictionary of New Testament Words, p. 100). Ele também lhes deu as palavras que Deus lhe deu, glorificando Deus ao transmitir-lhes que o Pai era a fonte de seu ensinamento. Ele os tinha conservado no nome de Deus, e agora orava para que o Pai continuasse a guardá-los na verdade, afirmando: "Tua palavra é a verdade." Devemos fazer nossa parte para realizar as coisas pelas quais oramos. Entretanto, depois que fizermos tudo dentro de nosso poder pelo bem daqueles que amamos, devemos orar, sabendo que o poder de Deus é grande, muito além de nossa capacidade de agir. Nós, como Jesus, devemos confiar no poder da palavra de Deus para dar conhecimento benefício e para nos santificar ou apartar-nos para uma santa maneira de viver, ajudando-nos, e aqueles que amamos, a abster-nos do mal do mundo. Devemos, também, confiar no poder de Deus para responder as nossas orações e para fazer aquilo que não podemos realizar.
A oração de Jesus por todos os discípulos foi para que todos eles fossem um só. Ele orou pela mais íntima unidade: "como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti". Verdadeiramente, ele e o Pai são um só. O Pai está no Filho e o Filho deve estar em nós. Quando aperfeiçoamos Cristo em nós, podemos ser aperfeiçoados na unidade. Devemos desejar esta unidade e sermos diligentes para mantê-la, porque é a oração sincera e expressa de nosso Senhor. Também, percebendo que outros, vendo tal unidade, podem ser levados a crer, devemos ser motivados pelo amor a eles para trabalhar por tal unidade. Deus irradia a glória de seu caráter maravilhoso, uma parte do qual é seu grande amor por Cristo e por nós. Cristo irradia esta glória e, quando contemplamos sua glória, ela pode motivar-nos a aperfeiçoar Cristo em nós. Assim como seu glorioso amor é aperfeiçoado em nós, ele nos levará a sermos um só com todos os gloriosos benefícios de tal unidade.
Que oração maravilhosa!

IV. Jesus Ressuscitou

"Ele não está aqui, mas ressuscitou" (Lc 24.6).  Jesus ressuscitou!  Ressuscitou!  Essa palavra ressoa poderosamente atravessando os séculos.  Ela pode ter sido a palavra mais poderosa que jamais foi pronunciada.  Entre todas as grandes proclamações da História, nenhuma se compara, em grandeza de significação a esta simples afirmação.  Esta declaração levou o espanto e a alegria aos seguidores de Jesus.  Ela se tornou o assunto central da pregação apostólica.  De fato, cada ponto da Bíblia gira em volta desta ressurreição vitoriosa de Jesus Cristo, deixando a sepultura e o poder do diabo que essa sepultura representava.  Jesus ressuscitou!
Três dias depois da crucificação de Jesus, seu túmulo foi encontrado vazio. Esse fato é fundamental para a fé dos cristãos, que servem um Senhor que venceu a morte e o pecado que trouxe a morte ao mundo. A ressurreição de Jesus distingue o cristianismo de outras religiões que honram profetas ou outros líderes até com visitas aos seus túmulos. O fundamento do cristianismo não está no sepulcro, mas na exaltação de Jesus Cristo depois de ressurgir. Depois da sua ressurreição, Jesus apareceu a centenas de pessoas. Paulo resumiu os fatos principais do evangelho e o acesso dos cristãos primitivos às evidências: “Irmãos, venho lembrar-vos o evangelho que vos anunciei, o qual recebestes e no qual ainda perseverais; por ele também sois salvos, se retiverdes a palavra tal como vo-la preguei, a menos que tenhais crido em vão. Antes de tudo, vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras” (1 Co 15.1-4). Paulo continua com citações de pessoas, mais de 500 ao todo, que viram Jesus depois da sua ressurreição. Quando ele escreveu, a maioria dessas testemunhas estava viva, e assim qualquer um poderia confirmar as afirmações de Paulo com testemunhas oculares.
Além de provar a sua ressurreição, Jesus agiu durante um período de quarenta dias para preparar seus apóstolos para sua missão de levar a mensagem do evangelho ao mundo. O final de cada um dos quatro registros da vida de Jesus na Bíblia (Mateus, Marcos, Lucas e João) descreve a interação de Jesus com os apóstolos depois da ressurreição. Atos dos Apóstolos, o livro que acompanha o desenvolvimento da igreja durante as primeiras três décadas, começa onde os Evangelhos terminam, comentando sobre os quarenta dias que Jesus passou com eles: “A estes [apóstolos] também, depois de ter padecido, se apresentou vivo, com muitas provas incontestáveis, aparecendo-lhes durante quarenta dias e falando das coisas concernentes ao reino de Deus” (At 1.3). Ele instruiu os apóstolos sobre seu trabalho, que iniciaria com a vinda do Espírito Santo sobre eles em Jerusalém. Essa promessa foi cumprida pouco tempo depois da ascensão de Jesus no dia de Pentecostes (At 2.1-4). O trabalho deles teria uma progressão geográfica, começando em Jerusalém e se estendendo até “toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra” (At 1.8). A mensagem pregada teria dois elementos principais: a posição de Jesus como Rei e Senhor, e a resposta adequada dos homens pecadores. Eles levariam ao mundo a mensagem da soberania de Jesus, que exerce autoridade absoluta sobre o céu e a terra (Mt 28.18). Assim Pedro pregou em Jerusalém logo após a ascensão de Jesus: “Esteja absolutamente certa, pois, toda a casa de Israel de que a este Jesus, que vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo” (At 2.36). Esta mensagem não é uma mera declaração de um fato acadêmico. Os ouvintes devem reagir. Jesus disse que a resposta adequada seria crer e se tornar discípulos dele, sendo batizados para o perdão dos pecados e assumindo o compromisso de submissão a ele. Ele disse aos apóstolos: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado” (Mt 28.18-20); “Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado” (Mc 16.16). Pedro foi fiel no seu trabalho. Quando seus ouvintes foram persuadidos do seu pecado e da necessidade do perdão, perguntaram: “Que faremos?” Pedro respondeu: “Arrependei-vos e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo” (At 2.37-38).

Conclusão

Por causa da ressurreição de Jesus, podemos ter fé, esperança e salvação do pecado.  Porque Jesus conquistou a morte, podemos aguar-dar uma vitória eterna sobre a prisão da cova (cf. 1 Co 15).  Com este milagre Deus oferece a maior prova da Sua existência, de Seu poder, de Sua pureza e de Seu amor.  Tudo o que é bom em Deus é resumido na força desta declaração:  Jesus ressuscitou!  Todas as nossas esperanças na eternidade estão contidas nesta simples expressão de triunfo.
Agradeçamos a Deus pelo fato maravilhoso que é a ressurreição de Jesus.  Tomemos a resolução de viver cada dia como seguidores vitoriosos de nosso triunfante Senhor, de maneira que possamos elevar-nos para estar com Ele na Eternidade.
Que estas palavras soem claramente em nossos ouvidos:  Jesus ressuscitou!

quinta-feira, 26 de abril de 2018

Comentário Bíblico Mensal: Abril/2018 - Capítulo 4 - As Aflições por Intermédio do Pecado




Comentaristas: Leonardo Pereira e Sidney Muniz


Texto Bíblico Base Semanal: Romanos 7.5-13

5. Porque, quando estávamos na carne, as paixões dos pecados, que são pela lei, operavam em nossos membros para darem fruto para a morte.
6. Mas agora temos sido libertados da lei, tendo morrido para aquilo em que estávamos retidos; para que sirvamos em novidade de espírito, e não na velhice da letra.
7. Que diremos pois? É a lei pecado? De modo nenhum. Mas eu não conheci o pecado senão pela lei; porque eu não conheceria a concupiscência, se a lei não dissesse: Não cobiçarás.
8. Mas o pecado, tomando ocasião pelo mandamento, operou em mim toda a concupiscência; porquanto sem a lei estava morto o pecado.
9. E eu, nalgum tempo, vivia sem lei, mas, vindo o mandamento, reviveu o pecado, e eu morri.
10. E o mandamento que era para vida, achei eu que me era para morte.
11. Porque o pecado, tomando ocasião pelo mandamento, me enganou, e por ele me matou.
12. E assim a lei é santa, e o mandamento santo, justo e bom.
13. Logo tornou-se-me o bom em morte? De modo nenhum; mas o pecado, para que se mostrasse pecado, operou em mim a morte pelo bem; a fim de que pelo mandamento o pecado se fizesse excessivamente maligno.

Momento Interação

O pecado nos aflige tanto de modo interno, quanto de modo externo. Muitas situações em que a nossa vida se desenvolve, em muitas etapas dela, há sempre um momento para que o pecado se manifeste em nosso meio, visando afastar-nos cada vez mais de Deus. Nesta capítulo estudaremos à respeito sobre o efeito do pecado em várias áreas da vida de uma pessoa e o que a Palavra de Deus nos fala sobre como vencê-lo e glorificarmos ao Senhor. Temos nesta semana uma grande oportunidade de reflexão e meditação para as nossas vidas. Que o Senhor Deus vos abençoe e ótimos estudos!

Introdução

O homem nasce com muitas perturbações e medos. Quando criança desenvolve medo do escuro, ou de palhaços, e torna-se apreensivo. Esse processo é natural aos homens, e estes devem aprender a enfrentar tais medos a ponto de superar qualquer dificuldade quanto a isso. Há ainda outro temor que todos os homens hão de passar: o medo de enfrentar os próprios pecados. E, nessa luta, o homem nunca estará sozinho. Ele jamais poderá superar esse mal com as próprias forças. Todavia deve aprender a se submeter àquele que poderá não só ajudá-lo a vencer este temor como também tem o poder de limpá-lo de toda sujeira do pecado.  Enquanto João ensinava a dois de seus discípulos, avistou Jesus passando e disse: “Eis aqui o Cordeiro de Deus” (Jo 1.36). Assim, todo cristão entende que o fundamento principal é saber onde estão colocados seus pecados. A lei dos judeus repousava os pecados do povo sobre sua consciência, mas Deus, em sua nova aliança, afasta de nós o peso do pecado e o coloca sobre os ombros do Cordeiro, pois, caso Deus o colocasse sobre qualquer um de nós, estaríamos fadados à perdição, uma vez que o pecado é pesado demais para, por nosso próprio vigor, carregá-lo. O peso do pecado é uma carga que nossos ombros não podem suportar. E assim o pecado só pode estar em dois lugares: ou está sobre seus ombros, pesando sobre sua vida, ou está colocado sobre Cristo, o Cordeiro enviado por Deus. Se você depositar sobre a cruz de Cristo os seus pecados, você estará livre e será salvo. Todos têm de escolher o que preferem.

Antes de qualquer escolha, recorde-se de que, segundo a Lei e a Justiça, seus pecados deveriam repousar como um grande peso sobre seus ombros. No entanto, pela graça de Deus, repousam sobre Jesus Cristo. Pense: se Deus quisesse entrar em juízo conosco estaríamos todos perdidos. Não seja tolo, abrace essa oportunidade e deixe o Cordeiro Santo levar o seu medo principal e lavar seus pecados. 

I.  O Pecado afligindo a Vida do Cristão

Desde Adão e Eva, o pecado tem corrompido nosso mundo e manchado nossas vidas. Deus ofereceu aos homens inúmeras oportunidades para serem limpos do pecado, mas as pessoas, egoístas, concupiscentes, continuam pecando. O problema é tão difundido que Paulo afirmou: "Pois todos pecaram e carecem da gloria de Deus" (Rm 3.23) e "...assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram" (Rm 5.12). Na verdade, aqui temos um problema.

O mais completo argumento da Bíblia sobre o assunto da culpa humana é encontrado nos capítulos da abertura do livro de Romanos. Paulo principia com a mensagem do evangelho da salvação para os judeus e gentios (Rm 1.16). O fato que os homens precisam de salvação implica em que eles estão perdidos, separados de Deus pela barreira do pecado (veja Isaías 59.1-2). Paulo desenvolve sua tese muito claramente, começando pelos gentios e então voltando para os judeus.

Paulo disse que os gentios eram culpados porque tinham fechado seus olhos à evidência da existência e justiça de Deus. Eles não glorificavam a Deus, em vez disso adoravam a criatura antes que o Criador (Rm 1.25). Tal rejeição da pessoa de Deus levou rapidamente à rejeição de seus princípios: "Por causa disso, os entregou Deus a paixões infames, porque até as mulheres mudaram o modo natural de suas relações íntimas por outro, contrário à natureza; semelhantemente, os homens também, deixando o contacto natural da mulher, se inflamaram mutuamente em sua sensualidade, cometendo torpeza, homens com homens, e recebendo em si mesmos a merecida punição do seu erro" (Rm 1.26-27). Não somente tais pessoas começaram a practicar o homossexualismo, mas também acrescentaram malícia, avareza, homicídio, desobediência aos pais e vários outros pecados dignos de morte (Rm 1.28-32). É com tristeza que vemos este antigo cenário sendo repetido hoje em dia. Numa época em que a evolução nega a existência de Deus, religiões politeístas e místicas estão se tornando crescentemente proeminentes e homens estão defendendo como "normal" toda a perversão da lei de Deus, desde a desonestidade à homossexualismo e ao adultério.

Pessoas religiosas, freqüentemente, acham muito fácil condenar tais horríveis pecados. Mas Paulo não parou depois de definir o mal dos gentios. Ele imediatamente voltou sua atenção para aqueles que deveriam ser considerados o povo mais espiritual de sua época, os judeus. Estes descendentes de Abraão conheciam a lei e aborreciam a carnalidade dos gentios. Mas seriam eles melhores por isso? Paulo não deixou espaço para auto-justificação quando se voltou para os judeus e perguntou: "Tu, que te glorias na lei, desonras a Deus pela transgressão da lei? Pois, como está escrito, o nome de Deus é blasfemado entre os gentios por vossa causa" (Rm 2.23-24).

Finalmente, Paulo mostrou que os dois grupos gentios e judeus tinham uma coisa em comum: "Pois todos pecaram e carecem da gloria de Deus" (Rm 3.23). Muitas outras passagens ilustram este ponto e, muito significativamente para nós, demonstram claramente nossa própria culpa. Se todos pecaram, então eu tenho pecado. Eu o desafio a ler as passagens do Novo Testamento que relacionam os pecados, considerando cuidadosamente sua própria vida (Dê uma olhada cuidadosa a 1 Coríntios 6.9-11; Gl 5.19-21; Efésios 5.3-7; Cl 3.5-11; 2 Tm 3.1-5 e Ap 21.8). Toda pessoa honesta e responsável perceberá, por estas passagens, que está condenada pelo pecado. Quando Deus relaciona tais pecados, está claramente pronunciando nossa culpa. Fazer o que Deus proibiu é pecado (1Jo 3.4). Não fazer o que ele exigiu é pecado (Tg 4.17). A conseqüência do pecado é a eterna separação de Deus (Rm 6.23; 2 Ts 1.8-9). Eu tenho pecado. Você tem pecado. Necessitamos do perdão misericordioso de Deus.

II. O Pecado afligindo a Vida Conjugal

O casamento é a primeira relação humana. Tem sobrevivido a milhares de anos na história da humanidade. Ao mesmo tempo, o casamento está constantemente sob ataque. Muitos procuram diminuir a santidade desta relação especial de um homem e uma mulher, apoiando casamentos de homossexuais. Outros negam a sua permanência, defendendo o divórcio por qualquer motivo. E muitas pessoas simplesmente ignoram a importância do casamento, vivendo amigadas e desrespeitando o plano divino para um compromisso especial e exclusivo entre duas pessoas.  No meio a tanta corrupção do plano de Deus, os discípulos casados precisam lutar para manter casamentos sólidos, conforme a palavra do Senhor. Neste artigo, vamos considerar este plano de Deus e alguns desafios de doutrinas erradas. No próximo (veja Andando na Verdade, Ano 7, Número 3), daremos atenção a outros desafios egoístas e morais.

1: O plano de Deus para o casamento: Deus definiu o casamento quando criou o primeiro casal. Ele disse: “Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne” (Gn 2.24). Observamos nestas palavras os elementos básicos da aliança do casamento: uma decisão de entrar num novo relacionamento (deixar pai e mãe); um compromisso assumido (unir-se a sua mulher); uma relação especial que sela a aliança (tornar-se uma só carne). Apesar dos abusos tolerados durante milhares de anos, Jesus afirmou os mesmos princípios como base da sua legislação sobre o casamento (Mt 19.4-6; Mc 10.6-8). Continuando a mesma ênfase na mensagem do Novo Testamento, Paulo frisou o caráter monógamo do casamento: “...cada um tenha a sua própria esposa, e cada uma, o seu próprio marido” (1 Co 7.2). A lei conjugal vigora até a morte de um dos cônjuges, deixando o viúvo livre para casar de novo (Rm 7.1-3; 1 Co 7.39; 1 Tm 5:14; Mt 22.30).  No geral, Deus proíbe o divórcio e pessoas divorciadas que casam de novo praticam adultério (Lc 16.18; Mc 10.11-12; 1 Co 7.10-11). Se alguém se divorciar, assim pecando contra Deus, deve reconciliar-se com o cônjuge ou ficar só (1 Co 7.11). Se um descrente abandonar seu cônjuge cristão, este pode deixá-lo sair, mas Deus não autoriza segundo casamento nestes casos (1 Co 7.15). A única situação em que o Senhor autoriza divórcio e segundo casamento é no caso de divórcio por causa de relações sexuais ilícitas (Mt 19.9).

2: O casamento ameaçado por falsas doutrinas: É triste observar que um dos maiores desafios que os casados enfrentam hoje vem de igrejas que ensinam falsas doutrinas sobre a santidade deste relacionamento especial. Muitos pastores e teólogos procuram amenizar as exigências do Senhor, dando abertura para pessoas entrarem ou ficarem em casamentos ilícitos. Vamos observar alguns dos argumentos usados para negar a força da palavra de Deus e enfraquecer a santidade do casamento: Alguns procuram negar a validade das núpcias contraídas antes de se converter, dizendo que o casamento abençoado é o casamento de crentes. São diversos os argumentos usados para tentar dizer que uma mensagem se aplica aos descrentes, e outra, aos cristãos. Mas, por estudo cuidadoso das Escrituras, podemos ver os problemas com tais ensinamentos. José respeitou o casamento de pessoas que não serviam a Deus (Gn 39.7-9), e nós devemos mostrar o mesmo respeito hoje. O casamento veio antes da Lei de Moisés, antes do evangelho e antes da igreja. Nunca foi subordinado a alguma instituição religiosa, e não depende de nenhuma organização religiosa para ter sua validade. No Novo Testamento, Jesus falou sobre o casamento sem limitar suas palavras a determinadas pessoas. A mensagem dele é para a salvação de todos (Rm 1.16), exige o arrependimento de todos (At 17.30) e julgará todos (Jo 12.47).  A linguagem de Paulo mostra que os casamentos de descrentes são reconhecidos por Deus. Ele disse que alguns dos coríntios eram adúlteros antes de se converterem (1 Co 6.9-11). Se cometeram adultério, é porque estavam sujeitos à lei conjugal antes de se tornarem cristãos.  Outros usam afirmações como “E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas” (2 Co 5.17) para dizer que a pessoa convertida pode esquecer dos casamentos anteriores e começar outro. É uma distorção do versículo que, no contexto, claramente fala de relações espirituais em Cristo, não de relações carnais de casamentos ilícitos. Não devemos usar uma afirmação geral para negar as palavras específicas do Senhor sobre o assunto do casamento. 

3: O problema de igrejas que seguem a sociedade: Estes e outros problemas doutrinários vêm de uma tendência maior de adaptar a mensagem da igreja para se adequar aos padrões da sociedade. O divórcio se tornou muito mais comum nas últimas duas gerações, e igrejas, em geral, têm modificado sua mensagem para não condenar o que a sociedade aprova.  Mas o Novo Testamento foi escrito num ambiente semelhante. O império romano se tornou conhecido por sua libertinagem e devassidão, mas os apóstolos chamaram os discípulos de Cristo a uma vida santificada. Paulo falou para deixar as obras da carne e desenvolver o fruto do Espírito (Gl 5.16-25). Pedro disse: “Como filhos da obediência, não vos amoldeis às paixões que tínheis anteriormente na vossa ignorância; pelo contrário, segundo é santo aquele que vos chamou, tornai-vos santos também vós mesmos em todo o vosso procedimento, porque escrito está: Sede santos, porque eu sou santo” (1 Pe 1.14-16).  Apesar das tendências erradas da sociedade, nós podemos e devemos manter a pureza e a santidade do casamento, respeitando os princípios revelados por Deus durante a vida toda. “E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm 12.2).

III. Lançando as Ansiedades sobre o Senhor Jesus

Você já se viu como alguém ansioso? O apóstolo Pedro, sim… ele foi do tipo ansioso. Temeu afundar quando estava caminhando sobre as águas, mesmo estando Jesus ao seu lado (Mt 14.29-31). Também teve medo do que aconteceria com Jesus no Jardim do Getsêmani, o que o fez puxar sua espada e tentar enfrentar um batalhão de soldados romanos (Jo 18.2-3,10) (o medo pode ser muitas coisas, mas nunca é esperto!). Como você, Pedro foi ansioso. Mas aprendeu a lidar com sua ansiedade segundo Deus. As lições que ele aprendeu foram ensinadas a nós em uma das cartas que escreveu. Observaremos que ele mudou, e isso enche de esperança até o mais ansioso dos corações.

Precisamos considerar aqui o exemplo de humildade de nosso Senhor Jesus Cristo. As Escrituras afirmam que Jesus, ao assumir nossa natureza, se humilhou obedientemente, indo até a morte para nos servir com a redenção por ele propiciada (Fp 2.5-10). É um desafio considerar outra pessoa mais importante do que nós mesmos.O primeiro passo para desfrutar das bênçãos da humildade, seguindo o exemplo de Cristo, é curvar-se para servir até mesmo o considerado indigno.

O apóstolo Pedro, com o propósito de dar peso ao seu argumento, lembra-nos do texto de Provérbios 3.34, que diz: “Certamente, ele escarnece dos escarnecedores, mas dá graça aos humildes”. Tiago, como Pedro, também se lembra desse texto de Provérbios em sua carta: “Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes” (Tg 4.6); Pedro chega à mesma conclusão: “Humilhai-vos, portanto, sob a poderosa mão de Deus” (1Pe 5.5- 6). A falta de humildade é, em primeira instância, um problema diante de Deus, pois acima de todos, devemos nos humilhar diante dele. A recusa em se humilhar é uma recusa diante de Deus. Deus reserva sua graça aos humildes, e diz, por meio do profeta Isaías, que faz sua habitação com o “abatido de espírito” (Is 57.15), que olha para “o aflito e abatido de espírito e que treme da minha palavra” (Is 66.2). Por intermédio de Miqueias, O Senhor nos informa o que requer de nós: “andes humildemente com o teu Deus” (Mq 6.8).

Quando Pedro nos orienta na direção da humildade, diz que o façamos “sob a poderosa mão” de Deus. Essa expressão, no Antigo Testamento, simbolizava o poder controlador de Deus. A pessoa humilde constata que Deus está no comando, sempre cumprindo seus propósitos soberanos, operando sabiamente todas as coisas para o bem daqueles a quem ele ama (Rm 8.28).A chave é nunca contestar a sabedoria de Deus, ao contrário, aceitar humildemente qualquer coisa que Deus trouxer à sua vida como vinda de sua poderosa mão.

Essa humildade foi exemplificada na vida de Jó. Muitas coisas foram questionadas por Jó, mas ele nunca fez isso para questionar a sabedoria soberana de Deus em escolhê-lo para manifestar sua glória. Pelo contrário, no lugar de contestar a sabedoria de Deus, ele a louvou (Jó 1.20-21), reconheceu que tudo provinha das mãos do Senhor (Jó 2.10). As Escrituras atestam que “Em tudo isto não pecou Jó com seus lábios”.

quarta-feira, 25 de abril de 2018

O Objetivo Primordial do Ser Humano no Planeta Terra




Por Leonardo Pereira


Salomão em seus últimos anos como rei em Israel já em idade avançada, escreveu o livro de Eclesiastes. Livro este que até hoje divide opiniões entre os estudantes da Bíblia acerca do seu conteúdo voltado para a realidade da vida humana que nos objetivos da pessoa, o seu fim é vaidade, e tudo o que fazemos e construímos durante nosso tempo de vida, de nada vale se o Senhor nosso Deus não estiver presente em todos os momentos fazendo valê-los a pena a cada instante.

Finalizado o livro de Eclesiastes no capítulo 12, Salomão, filho de Davi, retrata sobre a principal síntese do viver do homem (ser humano em geral), e do seu objetivo primordial aqui na terra: "De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus, e guarda os seus mandamentos; porque isto é o dever de todo o homem. Porque Deus há de trazer a juízo toda a obra, e até tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau" (Ec 12.13,14). Interessante destacar que Salomão começa o livro falando de vaidades, e finaliza Eclesiastes falando de temor, características que contrapõem em muito com o viver do ser humano como se fossem contrárias (dificilmente uma pessoa muito vaidosa conserva em sua vida o temor, principalmente o temor com  as coisas de Deus e com o próprio Deus). Mas o que Eclesiastes 12.13,14 se relaciona com a humanidade nos dias de hoje? 1
Basicamente, estes dois últimos versículos contrastam em muito com a humanidade no século XXI, especialmente sobre os temas ali inseridos como: audição objetiva, temor a Deus, conservação dos mandamentos do Senhor na vida do homem, a responsabilidade do ser humano, e temor pelo juízo vindouro. 2

O que Salomão deixa claro e objetivo neste livro é o versículo 13 que sintetiza praticamente a Bíblia Sagrada: "De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus, e guarda os seus mandamentos; porque isto é o dever de todo o homem". E aqui se encontram dois fatores fundamentais que está sendo abandonado pelo Pós-Modernismo e sendo deixado de lado: O que devemos realmente ouvir (escutar) e o dever de temermos ao Senhor.

Ouvimos muitas coisas no nosso dia-dia, no trabalho, na família, na rua, com os amigos, nos relacionamento eclesiásticos e em demais momentos. Alguém já mencionou que a "audição é a propaganda do ser humano". A Bíblia Sagrada recomenda estarmos prontos para ouvir (Tg 1.6). 3 Mas Salomão, inspirado pelo Espírito Santo, vai muitos além de filósofos gregos, cientistas americanos, pedagogos e psicólogos ao redor de todo mundo, e menciona que em meio a tudo o que nós ouvimos, existe um fim (um objetivo principal), e ele procede com uma ação, uma atitude que devemos tomar: temermos a Deus e guardar os seus mandamentos. E logo após isso, vem o versículo 14 do capítulo 12 de Eclesiastes.

Para o descrente, temer a Deus é temer o julgamento de Deus e a morte eterna, que é separação eterna de Deus (Lc 12.5; Hb 10.31). Para o crente, temer a Deus é algo muito diferente. O temor do crente é reverência a Deus. Hebreus 12.28-29 descreve muito bem: "Por isso, recebendo nós um reino inabalável, retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus de modo agradável, com reverência e santo temor; porque o nosso Deus é fogo consumidor". Essa reverência e santo temor explicam exatamente o que temer a Deus significa para os crentes. Esse é o fator que deve nos estimular a nos entregar totalmente ao Criador do Universo. 4

Provérbios 1.7 declara: "O temor do SENHOR é o princípio do saber...". Até compreendermos quem Deus é, e até desenvolvermos um temor reverencial a Ele, não podemos obter sabedoria verdadeira. Sabedoria verdadeira tem sua origem apenas na compreensão de quem Deus é – que Ele é Santo, justo e correto. Deuteronômio 10.12, 20-21 afirma: "Agora, pois, ó Israel, que é que o SENHOR requer de ti? Não é que temas o SENHOR, teu Deus, e andes em todos os seus caminhos, e o ames, e sirvas ao SENHOR, teu Deus, de todo o teu coração e de toda a tua alma... Ao SENHOR, teu Deus, temerás; a ele servirás, a ele te chegarás e, pelo seu nome, jurarás. Ele é o teu louvor e o teu Deus, que te fez estas grandes e temíveis coisas que os teus olhos têm visto". O temor de Deus é a base para andarmos em Seus caminhos, e para servirmos e amarmos a Ele. 5

Qual a forma de mostrarmos o amor aos nossos irmãos em Cristo? João respondeu que é quando “amamos a Deus e guardamos seus mandamentos” (1 Jo 5.2). “Mandamentos” aqui é os ensinamentos de Jesus em sua nova aliança – a sã doutrina dada a sua igreja. 

A Lei de Moisés e os profetas se resumiam em dois grandes mandamentos: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mt 22.37,39). Podemos fazer inúmeras coisas, mas se não tiver amor nas atitudes, nada seremos, como disse o apóstolo Paulo em 1 Coríntios 13. Este amor é o ‘ágape’, o amor sacrificial, o amor da ação; que age a favor e benefício do outro sem que ele mereça. Este é o amor que Deus exerceu sobre nós, pois não merecíamos, mas Ele nos amou e enviou seu Filho para morrer em nosso lugar para pagar a dívida que tínhamos com Ele.  Jesus morreu na cruz para nos dar vida; e ressurgiu dos mortos para nos dar a esperança e a confirmação de nossa ressurreição no último dia. Amemos como Deus ama! 6

Muitos têm a tendência de minimizar o temor de Deus dos crentes a apenas "respeito" por Ele. Embora respeito faça parte do conceito, temer a Deus na verdade significa mais do que isso. O bíblico temor de Deus, para o crente, inclui a compreensão do quanto Deus odeia o pecado, assim como temer Seu julgamento do pecado, mesmo na vida de um crente. Quando crianças, o medo da disciplina de nossos pais preveniu, assim esperamos, algumas ações perversas. Assim também deve ser com o nosso relacionamento com Deus. Devemos temer Sua disciplina e, portanto, procurar viver nossas vidas de uma forma que O agrade.

FONTES:

1. MELO. João Leitão de. Eclesiates versículo por versículo. Rio de Janeiro: CPAD, Pág. 93.
2. BUNYAN. John. O Peregrino. Curitiba: Publicações Pão Diário, 2014. Págs. 10-13.
3. MELO. João Leitão de. Eclesiates versículo por versículo. Rio de Janeiro: CPAD, Pág. 94.
4. COSTA. Jefferson Magno. Provas da Existência de Deus. Rio de Janeiro: Central Gospel, Pág 23.
5. ROGÉRIO, Marcos. Provérbios - Conselhos para um Viver Vitorioso. São Paulo: Evangelho Avivado, 2015. Pág. 20.
6. https://www.gotquestions.org/Portugues/temor-de-Deus.html - Acesso dia: 24/04/2018.

quinta-feira, 19 de abril de 2018

Comentário Bíblico Mensal: Abril/2018 - Capítulo 3 - As Aflições na Igreja de Cristo




Comentaristas: Leonardo Pereira e Sidney Muniz


Texto Bíblico Base Semanal: Mateus 10.17-24

17. Acautelai-vos, porém, dos homens; porque eles vos entregarão aos sinédrios, e vos açoitarão nas suas sinagogas;
18. E sereis até conduzidos à presença dos governadores, e dos reis, por causa de mim, para lhes servir de testemunho a eles, e aos gentios.
19. Mas, quando vos entregarem, não vos dê cuidado como, ou o que haveis de falar, porque naquela mesma hora vos será ministrado o que haveis de dizer.
20. Porque não sois vós quem falará, mas o Espírito de vosso Pai é que fala em vós.
21. E o irmão entregará à morte o irmão, e o pai o filho; e os filhos se levantarão contra os pais, e os matarão.
22. E odiados de todos sereis por causa do meu nome; mas aquele que perseverar até ao fim, esse será salvo.
23 Quando pois vos perseguirem nesta cidade, fugi para outra; porque em verdade vos digo que não acabareis de percorrer as cidades de Israel sem que venha o Filho do homem.
24. Não é o discípulo mais do que o mestre, nem o servo mais do que o seu senhor.

Momento Interação

Ao longo dos anos, depois que a Igreja foi estabelecida pelo próprio Senhor Jesus Cristo (Mt 16.18), ela tem sido constantemente atacada de diversas formas e maneiras que cada vez mais tem afligido os seus servos reais e fiéis. No capítulo de hoje analisaremos os constantes ataques que a Igreja sofreu durante os anos.

Introdução

Depois que a Igreja foi proclamada e edificada pelo próprio Senhor e Salvador Jesus Cristo (Mt 16.18), sempre a mesma foi atacada de diversas que possam haver, seja por meio Satanás, ou seja pelos seus instrumentos. Ao longo da história da igreja cristã, muitos eventos ocorreram para que haja descrédito da igreja e da Sua palavra. Quando Pedro se levantou com os onze no dia de Pentecostes, pregou à uma multidão desde o Antigo Testamento quem é o Senhor Jesus Cristo e a Sua obra da redenção (At 4.14-47). Logo depois da pregação houve uma perseguição extremamente ferrenha à Igreja, os Pedro e João foram presos (At 4), logo após os doze foram presos e milagrosamente pelo Senhor, soltos da prisão (At 5), e mais à frente mais lutas, mais desafios, muitas lágrimas e vitórias na caminha da Igreja, que está viva e triunfante até hoje glorificando o nome do Senhor (Ef 4.4-6).

I. A Igreja Primitiva foi Afligida

A Igreja em seu início foi alvo de diversas provações e aflições constantes tanto do lado de fora, quanto do lado de dentro (cf. At 2.13; 4.1-8; 5.1-10,17,18). A Igreja Primitiva lidava com as situações através do discernimento, com oração e com a pregação. Momentos diversos sempre será necessário que busquemos à Cristo, para o decorrer da vida na presença do Senhor, e para o progresso da continuidade da obra.  A história da Igreja foi marcada por perseguições. O próprio Senhor  Jesus, os apóstolos e todos aqueles que fielmente pregaram e viveram  segundo os princípios do Evangelho foram vítimas das mais cruéis e  sanguinárias ações. As primeiras perseguições contra a Igreja  estão registradas no livro de Atos (At 4.1-22; 5.17-42; 6.8-15; 7.54-60;  8.1-3; 12.1-19; 14.1-7; 19-20; 16.19-26; 35-40; 17.13; 18.5-11;  19.23-41; 20.1-3; 21.27-36, 22-30; 23.12-35; 24.1-27; 25.1-12 ss.). Os  primeiros perseguidores da Igreja foram os líderes judaicos da época: "Falavam eles ainda ao povo quando  sobrevieram os sacerdotes, o capitão  do templo e os saduceus,   ressentidos por ensinarem eles o povo e anunciarem, em Jesus, a   ressurreição dentre os mortos; e os prenderam, recolhendo-os ao cárcere  até ao dia seguinte, pois já  era tarde" (At 4.1-3, ARA).
"Levantando-se, porém, o sumo sacerdote e  todos os que estavam com ele,  isto é, a seita dos saduceus, tomaram-se  de inveja, prenderam os apóstolos e os recolheram à prisão pública"  (At 5.17-18, ARA).

II. Os Apóstolos foram Mortos

O início do martírio dos apóstolos já se iniciou em 44 d.C, com a morte do apóstolo Tiago, irmão de João (At 12.1,2), e posteriormente com os demais. Foi uma perseguição ferrenha e implacável, aos apóstolos de nosso Senhor Jesus Cristo. Mas quanto maior era o nível da perseguição, maior foi o e sempre será o crescimento da Igreja (Mt 16.18; Ef 2.20). Não podemos deixar de testemunhar o que temos visto e ouvido à respeito de Cristo (At 4.20), e em que outro nome, senão Cristo, não há salvação (At 4.12). Os 12 discípulos seguiram a Jesus Cristo, aprenderam com Ele, e foram treinados por Ele. Após a ressurreição e a ascensão de Jesus, Ele enviou os discípulos ao mundo (Mateus 28:18-20) para que fossem Suas testemunhas. Eles então passaram a ser conhecidos como os doze apóstolos. No entanto, mesmo quando Jesus ainda estava na terra, os termos discípulos e apóstolos eram de certa forma usados alternadamente, enquanto Jesus os treinava e enviava para pregarem. Os doze discípulos/apóstolos originais estão listados em Mateus 10.2-4: “Ora, os nomes dos doze apóstolos são estes: primeiro, Simão, por sobrenome Pedro, e André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão; Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu; Simão, o Zelote, e Judas Iscariotes, que foi quem o traiu”. A Bíblia também lista os 12 discípulos/apóstolos em Marcos 3:16-19 e Lucas 6.13-16. Ao comparar as três passagens, há algumas pequenas diferenças. Aparentemente, Tadeu também era conhecido como “Judas, filho de Tiago” (Lc 6.16). Simão, o Zelote também era conhecido como Simão, o cananeu. Judas Iscariotes, que traiu Jesus, foi substituído entre os doze apóstolos por Matias (veja Atos 1.20-26). Alguns professores bíblicos vêem Matias como um membro “inválido” para os 12 apóstolos, e acreditam que o apóstolo Paulo foi a escolha de Deus para substituir Judas Iscariotes como o décimo segundo apóstolo. Os doze discípulos/apóstolos eram homens comuns a quem Deus usou de maneira extraordinária. Entre os 12 estavam pescadores, um coletor de impostos, um revolucionário. Os Evangelhos registram as constantes falhas, dificuldades e dúvidas destes doze homens que seguiam a Jesus Cristo. Após testemunharem a ressurreição e a ascensão de Jesus ao Céu, o Espírito Santo transformou os discípulos/apóstolos em homens poderosos de Deus que “viraram o mundo de cabeça para baixo” (At 17.6). Qual foi a mudança? Os 12 apóstolos/discípulos haviam “estado com Jesus” (At 4.13). Que o mesmo possa ser dito de nós!

Todos eles se tornaram mártires da fé. Eles perderam sua vida porque não a amaram mais do que Deus, a morte deles serviu para glorificar o nome de Deus e fortalecer a Igreja, pois são testemunhas para a nossa geração. Como discípulos de Jesus, eles mesmo o ouviram dizer em várias situações sobre isso: "Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me. Porque aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de mim, achá-la-á. Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma? Ou que dará o homem em recompensa da sua alma?"(Mt 16.25-27).

III. As Heresias afligem a Igreja

As palavras “herege”, “heresia” e “seita” vêm de palavras gregas usadas no Novo Testamento, derivadas da mesma raiz. A idéia fundamental atrás destas palavras é “escolher” ou “escolha”. Assim a forma de verbo é usada quando Deus diz que escolheu seu servo (Mt 12.18). Outras vezes na Bíblia e no uso atual destas palavras, ainda podemos ver um elemento de escolha. Quando homens decidem seguir suas próprias opiniões, criando novas doutrinas e facções religiosas, estas palavras se aplicam. É neste sentido que lemos no Novo Testamento sobre seitas como dos saduceus (At 5.17) e fariseus (At 15.5), grupos que escolheram defender falsas doutrinas e tradições humanas. Os apóstolos condenaram o espírito faccioso (Gl 5.20), alertaram sobre heresias destruidoras (2 Pe 2.1) e ensinaram os cristãos a admoestarem e depois rejeitarem os hereges, ou homens facciosos (Tt 3.10). Escolher seguir qualquer doutrina que não vem de Deus é uma infração gravíssima da vontade do Senhor. Às vezes, estas palavras são corretamente usadas para identificar doutrinas erradas e seus defensores, e é assim que devem ser empregadas. Mas as palavras certas usadas pelas pessoas erradas podem se tornar armas maliciosas. Já no primeiro século, estas mesmas palavras foram usadas pelos adversários do Senhor para difamar seus servos fiéis. Tértulo, o orador que representou os judeus no processo contra Paulo, descreveu o apóstolo como “o principal agitador da seita dos nazarenos” (At 24.5). Paulo respondeu a esta distorção da palavra: “Porém confesso-te que, segundo o Caminho, a que chamam seita, assim eu sirvo ao Deus de nossos pais, acreditando em todas as coisas que estejam de acordo com a lei e nos escritos dos profetas” (At 24.14). Mais de dois anos depois, quando Paulo chegou a Roma, os judeus queriam ouvir “a respeito desta seita que, por toda parte, é ela impugnada” (At 28.22). Desde aquela época, os poderes religiosos têm usado estas palavras para identificar ideias ou pessoas que discordam da posição oficial de uma igreja ou das correntes principais de movimentos populares. Homens bons podem ser chamados de hereges, e homens maus podem ser vistos como servos “ungidos por Deus”.O Senhor Jesus já alertava aos seus discípulos sobre o surgimento de falsos mestres, e falsos cristos (Mt 24.2,3). Os apóstolos também escreveram cartas, alertando às igrejas à respeito deste assunto tão importante (1 Pe 2; 1 Tm 4; 1 Jo 4). Nunca em todo o tempo da história da igreja, ficou segura à respeito deste perigo. Pelo contrário, as heresias tem se espalhado cada vez mais (1 Pe 2.1-3). 

Conclusão

Vários falsos profetas e falsos mestres tem deturpado a real e pura mensagem do Evangelho do Senhor Jesus Cristo (Rm 1.16,17). É necessário e vital, todos nós atentarmos para a Palavra do Senhor, para não sermos, engodados por essas heresias, e por um outro evangelho, que não é o evangelho do nosso Senhor Jesus Cristo (Gl 1.6).

quarta-feira, 18 de abril de 2018

Depressão Profunda e Suicídio: Males que Afligem a Humanidade




Por Leonardo Pereira


O suicídio, um efeito bastante profundo da depressão, é uma realidade clara não somente para a população brasileira como para toda a população mundial. Esse grande malefício infelizmente tem se alastrado com grande impacto por inúmeros lares gerando um forte medo e desespero para todas as pessoas, especialmente para os lares cristãos.   O efeito que os levam a tal ponto é um momento de uma depressão profunda. Estima-se que só no Brasil, tenhamos mais de 2 milhões de casos de depressão por ano.

No final do ano passado para este ano de 2018, presenciamos na mídia as notícias de mais pastores, mulheres de pastores, e ainda, líder de equipes nas congregações entrando por um triste caminho de suicídio. O próprio jornal conceituado Extra em um artigo publicado pela jornalista Monica Bayeh trouxe uma matéria no início de Janeiro deste ano falando com franqueza a respeito dos pastores que suicidaram no ano passado trazendo uma reflexão seríssima sobre a gravidade deste presente tempo. Nas palavras da jornalista, ela diz o seguinte sobre se eles tinham fé em Deus ou não e ainda refuta o argumento de muitos espectadores midiáticos de plantão:

"Não. Claro que não. Não acredito nisso. Eles tinham Deus. Lutavam por seus fiéis. Mas sofriam escondidos. Um sofrimento tão grande que sangra a alma. Que esfola a vida. Que torna tudo sem gosto. Sem graça. Insuportável continuar. Pensar em ir em frente. A depressão atinge fracos e fortes. Os que acreditam em Deus e os ateus (...) Depressão só dá em quem está vivo. Todos nós estamos sujeitos a passar por ela. Ninguém está livre. Pode ser pastor ou ovelha. Rico ou pobre. Da cor que for. Ela não liga. Todos lhe interessam. Por que? Porque somos feitos de carne, ossos, dores e traumas. Somos feitos de quedas e lutas. De conquistas e perdas. E tem horas que dói além da conta. Mais do que a gente consegue suportar. Não porque a gente é fraco. Não é. Mas porque a gente pode estar doente. Isso faz a diferença. Pessoas saudáveis conseguem sofrer e superar. Sofrem. Dão a volta por cima. Vão meio mancando, mas vão. Pessoas depressivas não conseguem. Toda a vida vai sendo contaminada pela depressão. Dormem demais ou de menos. Comem demais ou de menos. Até tomar banho começa a ficar difícil. Sair de casa então? Nem pensar. Tudo é muito custoso". 2

Criador do Mapa da Violência, o sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz destaca que o suicídio também cresce no conjunto da população brasileira. A taxa aumentou 60% desde 1980. Em números absolutos, foram 2.898 suicídios de jovens de 15 a 29 anos em 2014, um dado que costuma desaparecer diante da estatística dos homicídios na mesma faixa etária, cerca de 30 mil.

"É como se os suicídios se tornassem invisíveis, por serem um tabu sobre o qual mantemos silêncio. Os homicídios são uma epidemia. Mas os suicídios também merecem atenção porque alertam para um sofrimento imenso, que faz o jovem tirar a própria vida", alerta Waiselfisz, coordenador da Área de Estudos da Violência da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso). O sociólogo aponta Estados do Centro-Oeste e Norte em que a taxa de suicídio de jovens é maior, num fenômeno que os especialistas costumam associar aos suicídios entre indígenas: Mato Grosso do Sul (13,6) e Amazonas (11,9). 3

O pastor e escritor Hernandes Dias Lopes em um artigo aborda com grande clareza sobre este assunto de grande importância a todos nós e conclama um alerta a igreja para o perigo que paira sobre todos: a depressão profunda com desejo da morte:

"Há estudos que mostram que há mais suicídios do que homicídios no mundo. O suicídio é assassinato de si mesmo. O suicídio é antinatural, pois ninguém jamais odiou sua própria carne, antes a alimenta e dela cuida. Precisamos, porém, entender que Cristo é a nossa esperança. Ele é a esperança dos aflitos. Ele tem resposta para os desesperançados. A solução não é fugir de Deus saltando nos braços da morte; mas correr para Deus e fazer uma opção pela vida!" 4

Estudos mostram que a depressão tem sido a causa para um número enorme de suicídios no mundo. A depressão, nas suas várias formas clínicas, assume, hoje em dia, proporções inimagináveis. Ou talvez nem tanto, por existirem muitos casos diagnosticados como sendo de depressão, quando, de facto, se trata de outras situações. Ou por existirem muitas pessoas convencidas que sofrem de depressão porque tomam anti-depressivos. Ou pela enorme confusão entre uma tristeza saudável reativa às situações de vida e uma perturbação do humor com foros de patologia. Ou, ainda, pela absorção de uma evidência cultural moderna que nos impele à eliminação rápida e imediata de qualquer emoção desagradável, definindo essas emoções como doentias. 5

Isto tem sido um resultado da eminente chegada da pós-modernidade com os tempos trabalhosos ao redor de todo mundo (2 Tm 3.1-5), sabendo que o mundo jaz no maligno (1 Jo 5.19). No entanto, a Bíblia que o Senhor é o caminho, a verdade e a vida (Jo 14.6). Não é fácil o estado da depressão profunda na vida de uma pessoa, com o intuito de levá-lo ao suicídio. Não é fácil mesmo sair desta situação. Somente com a ajuda do Espírito Santo, podemos superar este momento desafiador em nossas vidas. Sabemos que há vida para todos nós (Jo 11.25) Sabemos que há luz para os nossos caminhos (Sl 119.105; Jo 8.12). Sabemos que há esperança para todos nós. Esta esperança está nas ternas e maravilhosas palavras de Jesus Cristo 6 quando ele disse: 

"Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve" (Mt 11.28-30).


Fontes:


1. CHAVES, Gilmar Vieira. Sentimentos que Aprisionam a Alma. Rio de Janeiro: Central Gospel, 2016. Págs. 62-64.

2.https://extra.globo.com/mulher/um-dedo-de-prosa/os-tres-pastores-evangelicos-que-se-mataram-nao-tinham-deus-no-coracao-22253063.html - Consulta dia: 18/04/2018.

3. http://www.bbc.com/portuguese/brasil-39672513 - Consulta dia: 18/04/2018.

4.https://guiame.com.br/gospel/mundo-cristao/hernandes-dias-lopes-o-suicidio-e-contrario-autoridade-de-deus.html - Consulta dia: 18/04/2018.

5.  https://oficinadepsicologia.com/depressao/ - Consulta dia: 18/04/2018.

6. NEVES, Natalino das. Seu Reino não Terá Fim. Rio de Janeiro: CPAD, 2017. Pág. 70.




quinta-feira, 12 de abril de 2018

Comentário Bíblico Mensal: Abril/2018 - Capítulo 2 - As Aflições na Família




Comentaristas: Leonardo Pereira e Sidney Muniz


Texto Bíblico Base Semanal: Marcos 9.17-27

17. E um da multidão, respondendo, disse: Mestre, trouxe-te o meu filho, que tem um espírito mudo;
18. E este, onde quer que o apanhe, despedaça-o, e ele espuma, e range os dentes, e vai definhando; e eu disse aos teus discípulos que o expulsassem, e não puderam.
19. E ele, respondendo-lhes, disse: Ó geração incrédula! até quando estarei convosco? até quando vos sofrerei ainda? Trazei-mo.
20. E trouxeram-lho; e quando ele o viu, logo o espírito o agitou com violência, e, caindo o endemoninhado por terra, revolvia-se, escumando.
21. E perguntou ao pai dele: Quanto tempo há que lhe sucede isto? E ele disse-lhe: Desde a infância.
22. E muitas vezes o tem lançado no fogo, e na água, para o destruir; mas, se tu podes fazer alguma coisa, tem compaixão de nós, e ajuda-nos.
23. E Jesus disse-lhe: Se tu podes crer, tudo é possível ao que crê.
24. E logo o pai do menino, clamando, com lágrimas, disse: Eu creio, Senhor! ajuda a minha incredulidade.
25. E Jesus, vendo que a multidão concorria, repreendeu o espírito imundo, dizendo-lhe: Espírito mudo e surdo, eu te ordeno: Sai dele, e não entres mais nele.
26. E ele, clamando, e agitando-o com violência, saiu; e ficou o menino como morto, de tal maneira que muitos diziam que estava morto.
27. Mas Jesus, tomando-o pela mão, o ergueu, e ele se levantou.

Momento Interação

O pecado afetou à todos os seres-humanos de uma maneira tão terrível que se alastrou através das famílias também. Depois do primeiro casal serem lançados para fora do Edén, o primeiro problema familiar já ocorreu no meio deles. Caim se levantou contra o seu irmão Abel e o matou (Gn 4.8), dando alí mesmo a origem dos problemas familiares. Vivemos em um mundo pós-moderno aonde muitas situações e muitas atuações malignas querem destruir as famílias de maneira muito cruel, visando aniquilar a fé de muitos e também acabar com a unidade familiar. Roguemos ao Senhor que possamos manter as nossas famílias em Sua presença assim como Josué se prontificou à ser um sacerdote de Deus em sua casas e afirmando: "Eu e minha casa serviremos ao Senhor" (Js 24.15).
Introdução

I. Dificuldades Financeiras 

O dinheiro pode ser um dos assuntos mais difíceis para um casal conversar calmamente. Não é de admirar que muitas vezes esteja no topo da lista dos motivos das discussões dos casais. Casais que não têm um ponto de vista equilibrado sobre dinheiro talvez fiquem estressados, entrem em conflito e sofram danos emocionais e até espirituais (1 Tm 6.9,10) Os pais que não administram bem o dinheiro talvez tenham de trabalhar mais, privando seus filhos e um ao outro do apoio emocional e espiritual que precisam. Os filhos acabam aprendendo a não ser equilibrados com o dinheiro. “O dinheiro é para proteção”, reconhece a Bíblia  (Ec 7.12) Mas ele só protegerá seu casamento e sua família se você aprender não apenas a controlá-lo, mas também a falar sobre ele com seu cônjuge. * De fato, as conversas sobre dinheiro, em vez de ser motivo de briga, podem na verdade fortalecer os laços maritais. A Bíblia não é um manual de finanças. Mas contém conselhos práticos que podem ajudar um casal a evitar problemas com dinheiro. Que tal considerar seus conselhos e tentar aplicar as seguintes sugestões?

1. Aprender a falar com calma sobre dinheiro: “Há sabedoria com os que se consultam mutuamente.” (Pv 13.10) Dependendo de como foi criado, talvez você ache constrangedor consultar outros, especialmente seu cônjuge, a respeito de dinheiro. Mesmo assim é bom aprender a conversar sobre esse assunto importante. Por exemplo, o que acha de falar com seu cônjuge sobre como você foi afetado pela atitude de seus pais com relação ao dinheiro? Tente também entender como a criação de seu cônjuge influenciou a atitude dele.
Vocês não precisam esperar que surja um problema para falar sobre dinheiro. Um escritor da Bíblia perguntou: “Acaso andarão dois juntos a menos que se encontraram por combinação?” (Amós 3:3) Como esse princípio se aplica? Se combinarem uma hora específica para falar sobre assuntos financeiros, diminuirão a probabilidade de conflitos por causa de mal-entendidos.

2. Entrar num acordo sobre como encarar os rendimentos: “Tomai a dianteira em dar honra uns aos outros” (Rm 12.10) Se só você recebe um salário, pode dar honra a seu cônjuge por encarar seu rendimento não como seu dinheiro, mas sim como dinheiro da família (1 Tm 5.8). Se os dois recebem salário, podem dar honra um ao outro por dizer quanto ganham e quanto gastam. Se você esconder essas informações pode minar a confiança de seu cônjuge e prejudicar o relacionamento. Não precisa consultar seu cônjuge para cada centavo que vai gastar. Mas se falar com ele antes de fazer compras grandes, mostrará que dá valor à opinião dele.

3. Fazer um orçamento por escrito: “Os planos de quem é diligente produzem abundância” (Pv 21.5) Uma maneira de fazer planos para o futuro e evitar desperdiçar o salário de um trabalho diligente é criar um orçamento familiar. Márcia, casada há cinco anos, diz: “Ver no papel o que você ganha e o que você gasta pode ser bem revelador. Contra fatos não há argumentos.”
O orçamento não precisa ser uma coisa complicada. Gustavo, casado há 26 anos e pai de dois rapazes, diz: “No começo, usávamos envelopes. Colocávamos o dinheiro de cada semana em envelopes diferentes. Por exemplo, tínhamos envelopes para comida, lazer e até para corte de cabelo. Se ficássemos sem dinheiro para uma dessas coisas, fazíamos um ‘empréstimo’ de outro envelope, mas nos certificávamos de repor o valor assim que fosse possível.” Se  vocês raramente pagam suas contas em dinheiro, optando por pagamento eletrônico ou cartão de crédito, é ainda mais importante fazer um orçamento e acompanhar os gastos.

4. Entrar num acordo sobre quem fará o quê: “Valem mais dois juntos do que um sozinho, pois o esforço de dois consegue melhores resultados” (Ec 4.9,10) Em algumas famílias, o marido é quem cuida das finanças. Em outras, essa responsabilidade é da esposa (Pv 31.10-28) Mas muitos casais optam por dividir essa tarefa. “Minha esposa cuida das contas e das despesas menores”, diz Mário, casado há 21 anos. “Eu cuido dos impostos, contratos e aluguel. Um mantém o outro a par da situação e trabalhamos como sócios.” Não importa o método usado, a chave é trabalharem juntos, como equipe.

II. Dificuldades Relacionais

Muitos dos problemas de lares inseguros, hoje em dia, resultam da desobediência deste princípio fundamental. Vamos ver alguns exemplos desses abusos e suas conseqüências:

Deixa o homem pai e mãe. O ato de casar-se cria uma nova família, independente das famílias dos pais. O ponto deste aspecto do mandamento não é distância física, pois encontramos exemplos de pessoas fiéis que moraram perto dos pais (Gênesis 24:67). É possível morar perto dos pais e ainda desenvolver uma família independente, mas não é fácil. Há duas tendências erradas que freqüentemente atrapalham famílias: 1. Pais que interferem nos assuntos dos filhos casados, e 2. Filhos casados que não assumem a responsabilidade na própria família.

Se unir à sua mulher. Nestas palavras encontramos dois aspectos importantíssimos de um bom casamento: 1. Se une à sua mulher. O ato de unir-se sugere o compromisso do casamento. Os costumes e as leis mudam de uma época para outra e de um país para outro, mas a ideia de assumir um compromisso de casamento com uma pessoa é essencial. No Brasil, atualmente, essa união exige um casamento lícito, devidamente registrado no cartório. Pessoas que vivem amigadas estão evitando o compromisso do casamento, deixando aberta uma porta de saída. O relacionamento de tais pessoas não se trata de casamento, mas sim de fornicação, um pecado contra o par e contra Deus (Hebreus 13:4; 1 Coríntios 7:9). Relações sexuais antes ou fora do casamento do casamento são pecaminosas. 2. Se une à sua mulher. Em três palavras, Deus já excluiu muitos dos motivos de lares instáveis. Deus, na Bíblia, autoriza cada homem a casar-se com uma mulher. A prática comum de divorciar e casar com outra não é da vontade de Deus. Deus não criou Adão e Eva e Ana e Sara. Ele criou um homem e uma mulher. O casamento hoje é um relacionamento fechado e exclusivo entre duas pessoas. Eu não tenho direito nem de pensar em me separar da minha esposa para achar outra. Devemos observar outra coisa importante nessas palavras. Deus criou um homem e uma mulher. Deus não autorizou que o homem tivesse relações sexuais com animais, nem com outros homens. Ele já tinha criado diversos animais, mas nenhum deles foi feito para ser companheiro íntimo do homem (Gn 2.20). Também, é óbvio que Deus não criou Adão e João. Não importa quantas teorias que os homens inventam, ou quantas leis que os políticos fazem, as relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo sempre serão condenadas pela palavra de Deus (Rm 1.24-27; 1 Co 6.9-11). Os homossexuais precisam parar de cometer esse pecado e voltar para Deus.

Tornando-se os dois uma só carne. No meio da libertinagem do nosso mundo, a ideia de fidelidade matrimonial parece antiquada. Filmes, novelas, revistas e jornais sugerem que a paixão é incontrolável e a traição inevitável. O mesmo antigo mentiroso que enganou Eva no jardim do Éden continua enganando milhões com essas mentiras. O privilégio de ter relações sexuais é uma das melhores coisas que Deus deu para o prazer do homem e da mulher, mas pessoas pecaminosas procuram estragar esse dom de Deus. A intenção de Deus é que, logo depois de assumir o compromisso de casamento, o homem e sua mulher começarão uma vida de relações íntimas que trarão prazer para os dois. O bom marido vai se preocupar com a satisfação sexual de sua esposa, e ela, por sua vez, vai responder aos desejos naturais dele. Pessoas que respeitam a vontade de Deus não admitem a possibilidade de se envolver sexualmente com outras pessoas (1 Co 7.3-5; Pv 5.1-23; Mt 5.27-28; Hb 13.4; 1 Co 6.9-11; Rm 7.1-3). As pessoas que encontram mais prazer sexual na vida são as pessoas que se dedicam ao desenvolvimento do relacionamento íntimo com seu legítimo parceiro. Essas pessoas não sofrem da culpa que vem com lembranças de pecados cometidos no passado, nem da insegurança que a infidelidade traz para a vida de muitos. No casamento lícito, o sexo se torna uma parte especial do amor verdadeiro e completo entre duas pessoas.

O cristão que respeita a Deus vai contrariar as tendências pecaminosas de uma sociedade que defende a libertinagem. Um artigo recente na revista Época acertou quando descreveu uma grande parte do problema de jovens terem relações sexuais: "Quem é adolescente, hoje, tem nos pais o exemplo de uma geração que derrubou barreiras para tornar o sexo antes do casamento algo moral e socialmente aceitável" (12/04/99, página 50). Temos que mudar este quadro. A fornicação pode ser socialmente aceitável, mas nunca será moralmente aceitável. Mesmo se não conseguirmos mudar o pensamento de todos, podemos e devemos começar nos nossos próprios lares e igrejas. Pais, assumam compromissos com seus filhos para ajudá-los a manter sua pureza, assim se preparando para felicidade verdadeira no casamento e no céu.

III. Famílias Seguras

Abandono e divórcio são fontes de muito sofrimento. A vida de muitas crianças e jovens se torna um pesadelo, devido às promessas quebradas dos pais. Muitos adultos sofrem feridas incuráveis de rejeição por alguém que, alguns anos antes, prometeu amor e fidelidade até a morte. Deus autorizou o casamento, mas a destruição de lares é obra do diabo. Muitas coisas mudam depois de casar, mas o compromisso é irrevogável. Geralmente, o homem de 50 anos não é tão bonito, fisicamente, como era quando tinha 20 anos. A mulher de 80 anos pode ter alguns problemas de saúde que não tinha aos 30 anos. Problemas mais difíceis, incluindo doenças mentais, podem se desenvolver depois do casamento, mas o compromisso não muda. Uma doença ou acidente pode deixar a pessoa incapaz de cumprir seu papel normal, mas o compromisso continua o mesmo. A sua esposa ou o seu marido merece a segurança de saber que vocês vão ficar juntos até a morte.

Seus filhos precisam da mesma segurança. Lares tumultuados e quebrados por divórcio deixam muitas vítimas. Pesquisa publicada na revista Veja prediz uma grande mudança na família brasileira: "Em apenas duas décadas, o número de famílias nucleares, compostas por pai, mãe e filhos de um primeiro casamento, será menor do que o de novas uniões resultantes de separações e divórcios." O mesmo artigo observa o fato óbvio: "Mas é ilusão achar que exista separação sem dor e sofrimento. O fim de um casamento é uma das situações mais estressantes que um ser humano pode enfrentar....Para as crianças, significa lidar com emoções desconhecidas, na maioria das vezes traumáticas...." (17/03/99, páginas 110-111). Existem muitas outras coisas que contribuem à segurança no lar. Homens responsáveis devem trabalhar e sustentar a família (1 Ts 4.11; 2 Ts 3.10; 1 Tm 5.8). Mulheres piedosas serão boas donas de casa, contentes com as necessidades da vida e livres da avareza (Tt 2.3-5; 1 Tm 6.7-10). Pais que temem ao Senhor vão instruir seus filhos por palavra e exemplo, os corrigindo em amor (Ef 6.4). Violência, bebidas, drogas, imoralidade e diversas outras más influências serão eliminadas das nossas famílias, deixando um ambiente saudável para o desenvolvimento de pessoas aptas para o reino de Deus. Vivendo bem no lar exige sacrifício e determinação. Mas, lembre-se de dois fatos importantes: 1. O amor de Deus exigiu um sacrifício maior (Jo 3.16; Ef 5.25), e 2. Estamos tratando de seres humanos, feitos à imagem de Deus, que têm espíritos eternos. Você terá uma grande influência na eternidade de seu companheiro e de seus filhos. Vale a pena ser fiel!

IV. Jesus Conhece as Aflições dos seus Servos

Onde Deus faz mais milagres? Nos hospitais, nas igrejas, nos centros de recuperação, nos campos de batalha? Não! É no ambiente familiar que os milagres são mais necessários, e é ali que eles acontecem com maior frequência. Não por acaso, o primeiro milagre de Cristo foi realizado em uma casa, em um casamento. É no cais da família que vão quebrar as ondas da vida: doenças, acidentes, vícios, dívidas, separações, etc. O que preciso fazer para que haja milagres em minha família?

1) Mantenha-se junto de Jesus: Cristo estava naquela casa porque havia sido convidado pelos noivos. Quando eles precisaram de ajuda, o Filho de Deus já estava lá. Não foi uma questão de sorte, mas de sabedoria.
Conta-se que certa vez Abraham Lincoln visitou uma casa humilde durante uma parada de trem. Quando lhe perguntaram por que havia honrado aquela família, ele lhes mostrou um convite escrito que recebera. E quanto a você? Já convidou Jesus para estar em sua casa? Já se dispôs a servi-lo em seu lar?

2) Vigie o nível da felicidade: O grande problema ocorrido naquele casamento foi devido ao fato de que ninguém acompanhou o nível do vinho. Só perceberam que ele estava acabando quando acabou. Abra os seus olhos. Como anda o nível de satisfação das pessoas que estão ao seu lado? O que você pode fazer para melhorar isso?
Uma jovem esposa ganhou de seu pai uma linda flor que, por falta de cuidados, acabou morrendo. Seu pai lhe disse que se ela não tratasse a família de um modo diferente o mesmo ocorreria com o amor em sua casa. A jovem aprendeu a lição. Fiquemos atentos ao nível de felicidade! Prestemos atenção nas pequenas falhas e busquemos corrigi-las!

3) Consulte sempre ao Senhor: Maria buscou a pessoa certa, na hora certa, da maneira certa. Ela disse a Jesus que havia um problema, mas não lhe disse de que maneira queria que o problema fosse resolvido. Ela deixou Deus ser Deus.
Jesus é o Médico dos médicos, mas muitos o tratam como se fosse um farmacêutico. Pedro, Nicodemos e Marta foram orientados por Cristo, ainda que fossem pessoas instruídas na sua área de atuação. Imite o seu exemplo. Devemos apresentar as nossas preocupações, e não necessariamente as nossas sugestões…

4) Obedeça sempre ao Senhor: O milagre só aconteceu quando as pessoas fizeram o que Jesus ordenara. Nas palavras de Stênio Marcius, “mandou encher as talhas de água, e ao servir as taças a água mudara no vinho mais raro que alguém já provara”. Fé é confiar a ponto de obedecer. Milagres são filhos da obediência.
Nos tempos do Velho Oeste, os carroções que paravam aos domingos para descansar e cultuar a Deus acabavam chegando primeiro a seus destinos. Aqueles pioneiros mostravam levar sua fé a sério, e o Senhor os honrou.

Conclusão

Jesus pode fazer milagres na sua família. Não desanime, não desista. Em Caná, o milagre fez com que o nome de Jesus fosse glorificado e com que os seus discípulos cressem nele. Jesus é assim: deixa o melhor para o final!

quinta-feira, 5 de abril de 2018

Comentário Bíblico Mensal: Abril/2018 - Capítulo 1 - No Mundo Tereis Aflições





Comentaristas: Leonardo Pereira e Sidney Muniz


Texto Bíblico Base Semanal: Gênesis 3.8-19

8. E ouviram a voz do Senhor Deus, que passeava no jardim pela viração do dia; e esconderam-se Adão e sua mulher da presença do Senhor Deus, entre as árvores do jardim.
9. E chamou o Senhor Deus a Adão, e disse-lhe: Onde estás?
10. E ele disse: Ouvi a tua voz soar no jardim, e temi, porque estava nu, e escondi-me.
11. E Deus disse: Quem te mostrou que estavas nu? Comeste tu da árvore de que te ordenei que não comesses?
12. Então disse Adão: A mulher que me deste por companheira, ela me deu da árvore, e comi.
13. E disse o Senhor Deus à mulher: Por que fizeste isto? E disse a mulher: A serpente me enganou, e eu comi.
14. Então o Senhor Deus disse à serpente: Porquanto fizeste isto, maldita serás mais que toda a fera, e mais que todos os animais do campo; sobre o teu ventre andarás, e pó comerás todos os dias da tua vida.
15. E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.
16. E à mulher disse: Multiplicarei grandemente a tua dor, e a tua conceição; com dor darás à luz filhos; e o teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará.
17. E a Adão disse: Porquanto deste ouvidos à voz de tua mulher, e comeste da árvore de que te ordenei, dizendo: Não comerás dela, maldita é a terra por causa de ti; com dor comerás dela todos os dias da tua vida.
18. Espinhos, e cardos também, te produzirá; e comerás a erva do campo.
19. No suor do teu rosto comerás o teu pão, até que te tornes à terra; porque dela foste tomado; porquanto és pó e em pó te tornarás.

Momento Interação

Pela graça do Senhor Jesus, chegamos ao início de mais um Comentário Bíblico Mensal, e desta feita, neste mês de Abril, estudaremos um tema bem desafiador para estes últimos dias: As aflições na vida do Cristão. Os estudos serão comentados pelos irmãos Sidney Muniz e Leonardo Pereira. Ministros do Evangelho, articulistas, escritores e apologistas cristãos. Que neste estudo maravilhoso, possamos rever valores, conceitos, e crescermos espiritualmente, no conhecimento e na graça que há somente no Senhor Jesus Cristo. Deus vos abençoe!

Introdução

Neste mês estudaremos à respeito das aflições na vida cristão. É muito importante e necessário entendermos antes de mais nada as origens das aflições humanas e o porque de sermos provados constantemente (2 Tm 2.15; Tg 1.3-5). Vivemos em mundo totalmente corrompido, aonde cada vez mais vemos notícias de guerras, fomes, desempregos, tribulações, moléstias e angústias na vida humana. No século passado, foi um período muito obscuro, com mais de 200 milhões de vidas ceifadas em decorrência da fé cristã, das lutas pelo poder, e pela corrupção humana. Neste presente século, mais guerras estão sendo travadas, mais lutas estão anunciadas aos 4 cantos da terra e mais crises tem sobrevindo a vida de muitas pessoas. Cristo anunciou que coisas assim iriam acontecer (Mt 24-25). Por isso, devemos nos preparar para a Sua vinda eminente e evangelizarmos (1 Ts 4; At 1.8), enquanto é tempo.

I. O Pecado no Jardim do Éden

Os conflitos e as aflições dos seres humanos já existem desde os primórdios dos tempos, Quando Adão e Eva pecaram (Gn 3), alí foi o início das Crises, das aflições e das angústias que tomaram e tomam até hoje, conta da humanidade. Crises, fomes, mortes, guerras, traições, doenças e moléstias são parte das consequências do pecado no Éden (Rm 5.15-18). Nenhum outro dia na História teve impacto negativo maior do que o dia registrado em Gênesis capítulo 3. A serpente tentou Eva, e ela e seu marido caíram no pecado, desobedecendo ao Criador. Desde aquele dia, muitas pessoas têm citado a história do pecado do primeiro casal como prova de alguma injustiça por parte de Deus. Acham injusto Deus criar o homem e permitir uma tentação, sabendo que as consequências seriam tão graves. Ironicamente, as mesmas pessoas que assim julgam Deus desejam exercer exatamente o mesmo privilégio que levou à queda no Éden: a capacidade de escolher e tomar suas próprias decisões.

II. As Consequências do Pecado

Não temos comoas consequências do pecados (altíssimo ainda é muito pequeno comparado ao afastamento entre Deus e os homens por consequência do pecado). Estar longe do Senhor e mortos em delitos e pecados é assustadoramente terrível de se pensar. Por ter dado ouvidos à serpente e não à Deus, o ser humano optou por se afastar do Senhor, indo por um caminho de queda, de ruína, e de mais e profundas densas escuras águas lamacentas do pecado. O pecado matou-nos por completo.
A serpente enganou a mulher, e ela comeu o fruto. Logo em seguida, ela ofereceu o mesmo para seu marido, e ele comeu. De repente, os dois perderam sua inocência e perceberam seu estado. Antes eram como crianças ingênuas andando nuas sem sentir vergonha, mas, depois de pecar, perceberam sua nudez e sentiram vergonha. Além de tentar cobrir a sua nudez, eles se esconderam quando Deus se aproximou (leia o registro bíblico em Gênesis 3.1-8). Quando Deus perguntou, o homem procurou jogar a culpa na mulher e até no próprio Senhor por ter criado sua companheira. Ela explicou que foi enganada pela serpente, e Deus nem perguntou para a serpente sobre seu papel nesta história. Mas nenhum dos três escapou do castigo divino.

A serpente foi rebaixada. De maior importância, o próprio Satanás esperaria sua derrota pela mão do descendente da mulher (Gn 3.15), uma profecia que olha para a vitória de Jesus quando venceu o pecado e a morte no seu sacrifício perfeito na cruz.

A mulher ainda teria um papel fundamental no plano de Deus, mas esse papel se tornou muito mais difícil. Especificamente, sofreria para ter filhos, sentindo dores de parto, e teria que superar grandes dificuldades para aceitar sua posição de submissão ao homem (Gn 3.16). Devemos observar que a submissão não foi consequência do pecado, e sim a dificuldade em aceitar esta posição. A submissão da mulher ao homem já foi determinada por Deus na criação do primeiro casal (1 Tm 2.11-13).

O trabalho do homem para se sustentar se tornou difícil. O trabalho não foi a maldição, pois Deus fez o homem para isso e já lhe deu trabalho (leia novamente Gênesis 2.15). Em consequência do pecado, o homem ficaria suado, fedido, dolorido e machucado no seu trabalho (Gn 3.17-19). Devido ao pecado cometido, o primeiro casal foi expulso do jardim, afastado de Deus e da árvore da vida. Adão e Eva tiveram sua escolha, e decidiram não amar. Devido a essa decisão errada, o mundo nunca mais foi o mesmo!

III. A Vontade Soberana de Deus

O Senhor Deus em Sua soberania e graça , fez o que nenhuma declaração de amor, por mais bonita que fosse, pudesse descrever o que ele faria. Ao cair o homem, no Éden, mediante à desobediência do casal, o Senhor alí fez uma afirmação da qual decorreria todo o contexto e conceito da humanidade: Que da semente da mulher viria um que esmagaria a cabeça da serpente (Gn 3.15). Bendizemos ao Senhor por nos enviar o Seu filho Jesus Cristo (Mt 1; Is 53.1-12; Lc 24.44) para nos redimir da maldição do pecado e de uma vida já, plenamente na morte (Ef 2.1-10).

Deus poderia ter criado os homens como uma raça de robôs, mas não o fez. Ele nos criou à sua imagem e semelhança, como seres inteligentes e capazes de amar. Se tivesse feito pessoas incapazes de escolher, não teriam condições de amar. Mas uma vez que Deus deu aos seres humanos o direito de escolher, ele admitiu a possibilidade de decidirem não amar. Por isso, por querer criaturas que amariam a ele e uma a outra, Deus deixou que decidissem. Poderiam amar, fazendo a vontade dele, ou odiar, sendo rebeldes e desobedientes. Ele deixou muito mais para atrair o homem para o bem do que para o mal. Em um jardim cheio de árvores boas e permitidas, deixou apenas uma proibida. Deus avisou claramente do perigo daquela, desejando poupar o homem do sofrimento que ela traria: “Tomou, pois, o SENHOR Deus ao homem e o colocou no jardim do Éden para o cultivar e o guardar. E o SENHOR Deus lhe deu esta ordem: De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás” (Gn 2.15-17). Contrário a algumas crenças populares, este fruto proibido não foi o sexo, pois as relações sexuais de homem com sua esposa legítima sempre foram lícitas e boas (Hb 13.4; 1 Co 7.2-5). O relato também não diz que foi maçã. Foi o fruto da árvore de conhecimento do bem e do mal. Comendo o fruto, o homem deixaria sua inocência e pureza e se tornaria pecador diante de Deus.