quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Comentário Bíblico Mensal: Outubro/2019 - Capítulo 5 - Elias - Um profeta à frente do seu Tempo




Comentarista: Maxwell Barbosa



Texto Bíblico Base Semanal: Mateus 17.1-12

1. Seis dias depois, tomou Jesus consigo a Pedro, e a Tiago, e a João, seu irmão, e os conduziu em particular a um alto monte,
2. E transfigurou-se diante deles; e o seu rosto resplandeceu como o sol, e as suas vestes se tornaram brancas como a luz.
3. E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele.
4. E Pedro, tomando a palavra, disse a Jesus: Senhor, bom é estarmos aqui; se queres, façamos aqui três tabernáculos, um para ti, um para Moisés, e um para Elias.
5. E, estando ele ainda a falar, eis que uma nuvem luminosa os cobriu. E da nuvem saiu uma voz que dizia: Este é o meu amado Filho, em quem me comprazo; escutai-o.
6. E os discípulos, ouvindo isto, caíram sobre os seus rostos, e tiveram grande medo.
7. E, aproximando-se Jesus, tocou-lhes, e disse: Levantai-vos, e não tenhais medo.
8. E, erguendo eles os olhos, ninguém viram senão unicamente a Jesus.
9. E, descendo eles do monte, Jesus lhes ordenou, dizendo: A ninguém conteis a visão, até que o Filho do homem seja ressuscitado dentre os mortos.
10. E os seus discípulos o interrogaram, dizendo: Por que dizem então os escribas que é mister que Elias venha primeiro?
11. E Jesus, respondendo, disse-lhes: Em verdade Elias virá primeiro, e restaurará todas as coisas;
12. Mas digo-vos que Elias já veio, e não o conheceram, mas fizeram-lhe tudo o que quiseram. Assim farão eles também padecer o Filho do homem.

Momento Interação

Todo líder, de qualquer seguimento, um dia terá que deixar o cargo. Isso é um processo natural. Acontece que muitos pensam que são insubstituíveis, ou não querem "largar" a liderança para não perder status, vantagens, benefícios, privilégios etc. É aí que surgem os problemas. Toda lição bíblica precisa ser aplicada e contextualizada. A aprendizagem na escola dominical precisar transformar a nossa vida, a nossa maneira de ser e fazer as coisas. Dessa maneira, vamos partir de alguns problemas concretos em nossos dias, para depois aprendermos sobre Elias. Eliseu, longe de ficar enciumado ou preocupado, soube lidar com prudência e sabedoria diante da situação. Ele tinha convicção de sua chamada e da posição que o Senhor lhe colocara.

Outra coisa que compromete uma sucessão é quando o líder atual passa do tempo de sair. Elias saiu no tempo certo, não resistiu diante da vontade de Deus (2 Rs 2.11). Não tinha ao que se apegar (cargos, bens, dinheiro, status, etc.). Imagino que se no dias atuais um carro de fogo, com cavalos de fogo, fosse enviado pelo Senhor para buscar alguns líderes, eles pediriam para não ir, ficariam somente para continuar desfrutando das honras humanas, do luxo e dos privilégios que conquistaram. Eliseu não apenas herdou a primazia do poder do Espírito que operava em Elias, mas foi herdeiro também do seu caráter, de sua integridade e de sua fidelidade ao Senhor.

O que estamos deixando para as novas gerações de líderes, para os nossos sucessores? O que estamos fazendo por eles? Ainda somos referenciais como Elias foi para Eliseu? Nossa capa é ainda desejada pelos mais jovens?

Introdução

O profeta Elias apareceu, sem qualquer ligação com o sistema em que ele se encontrava, seja no ofício sacerdotal, como do lado monárquico, ou profético. Sua origem começa em 1 Reis 17.1.”Então Elias, o Tisbita, dos moradores de Gileade”…Nada mais é citado sobre ele. Deus o levantou do nada, porque queria alguém que não dependesse de nenhum sistema religioso, que fosse a voz divina para confrontar os pecados de israel. A voz profética de Elias surge logo após o reinado de Jeroboão, filho de Nebate ter feito Israel se desviar dos caminhos do Senhor (1 Rs 15.34; 2 Rs 17.7-23). Este momento histórico é considerado como uma vara para medir o pecado subsequente de Israel em 23 ocasiões. Jeroboão é seguido por Acabe como apóstata que, por sua vez, tomou-se modelo para Manassés (2 Rs 21.3), o “Acabe” de Judá (cf. 1 Rs 16.31-34). A vida e o ministério de Elias deixam muitas lições para os cristãos deste tempo. Ele foi um homem de Deus que foi relevante para a sua época. Apesar da crise estatal, e das suas próprias limitações humanas, foi uma voz profética para aquela geração. Neste estudo trataremos a respeito do seu legado, sua sucessão por Eliseu, e as qualidades que fazem com que ele seja digno de ser lembrado.

I. Elias e o Discipulado de Eliseu

Elias tinha consciência da sua transitoriedade, mais que isso, reconhecia a necessidade de um sucessor. Por isso, próximo de ser tomado pelo Senhor em um redemoinho, partiu de Gilgal, mas em companhia de Eliseu (2 Rs 2.1). Essa é uma característica fundamental de todo homem ou mulher que exerce função de liderança na igreja. Jesus deu o exemplo preparando Seus discípulos ao longo do ministério. Paulo formou filhos na fé que foram capazes de conduzir o rebanho de Deus. O movimento cristão evangélico no Brasil está em crise. Muitos pastores não vislumbram mais o futuro da obra, muito menos os valores do Reino. Eles querem se eternizar em seus cargos, tem receio de perderem “a benção” terrena. A maioria deles não prepara sucessores para assumir a obra quando partirem. E quando o fazem, escolhem não com base na orientação de Deus, mas nas conveniências pessoais. Aqueles que estavam próximos a Elias sabiam que Eliseu seria o sucessor, e o próprio Eliseu também (2 Rs 2.2-6). Certamente Eliseu se destacou na escola dos profetas, ele era aquele aluno que chamou a atenção do mestre. As pessoas a quem Deus chama tem um potencial que não pode ser negado. Elas geralmente são as mais interessadas nas “escolas dos profetas”. A preparação faz parte do processo de formação de um líder, ele precisa tanto de conhecimento teórico quanto prático. As escolas e institutos bíblicos, bem como as Escolas Bíblica Dominicais exercem papel preponderante na formação de líderes. Se quisermos encontrar líderes que queiram dar continuidade à obra de Deus, não desprezemos aqueles que estão nesses contextos.

II. Elias é elevado ao Céu

Antes de ser transladado Elias passou por um percurso geográfico e, ao mesmo tempo, espiritual. Ele estava em Gilgal, depois seguiu a Betel, somente depois ao Jordão. Gilgal foi o princípio, naquele lugar Josué acampou com o povo de Israel (Js. 4.19). Depois Elias prosseguiu para Betel, um lugar de oração, onde Abraão edificou um altar ao Senhor (Gn. 12.8). Somente depois ele partiu para Jericó, o lugar da batalha, e finalmente para o Jordão, de onde subiu. Aquela jornada fazia parte também da formação dos seus sucessores. Eliseu reconheceu a necessidade de acompanhar Elias naquele momento. O sucessor do profeta prometeu não deixá-lo sozinho, sabia do valor do homem de Deus (II Rs. 2.6). A ausência de comunhão entre os líderes deste tempo é algo preocupante. A competitividade se instaurou de tal maneira no seio da igreja que os pastores não conseguem mais confiar uns nos outros. Eles estão sempre disputando terreno, querendo ser um maior do que outro. A insegurança tem feito com que muitos adoeçam tanto no corpo quanto na alma. Precisamos desesperadamente de “eliseus” entre os pastores. Líderes em quem se possa confiar, principalmente nos momentos mais difíceis. Essas pessoas podem, como Eliseu, desejarem o ministério profético, e até mesmo o pastorado, pois excelente coisa almeja (1 Tm 3.1,2), respeitando o tempo de Deus.  Aqueles que passam o cajado, devem saber quando devem fazê-lo para não sacrificar a obra de Deus. Elias fez um pedido ousado, queria ser profeta. Não estava pedindo comodidade, antes um ministério atuante. Esse é o principal problema de alguns líderes eclesiásticos, eles não querem assumir o preço do ministério profético. A seara continua grande, mas os ceifeiros ainda são poucos (Mt 9.37). Nem todos querem ir para a seara, preferem os grandes centros, onde há status e riqueza. Eliseu não pediu para ser sacerdote, mas profeta, essa é uma diferença que não pode ser desconsiderada. Pedir a porção dobrada no ministério não significava, como alguém possa pensar, maior visibilidade. Com a porção dobrada viriam maiores exigências, e por conseguinte, grandes responsabilidades.

III. Elias no Monte da Transfiguração

Cerca de uma semana depois de Jesus claramente dizer aos Seus discípulos que iria sofrer, ser morto e ressuscitar de volta à vida (Lc 9.22), Ele levou Pedro, Tiago e João a um monte para orar. Enquanto orava, Sua aparência pessoal foi transformada em uma forma glorificada, e as suas vestes tornaram-se brancas deslumbrantes. Moisés e Elias apareceram e falaram com Jesus sobre a Sua morte que aconteceria em breve. Simbolicamente, o aparecimento de Moisés e Elias representava a Lei e os Profetas. Entretanto, a voz de Deus do céu - "Ouçam a Ele!" - mostrou claramente que a Lei e os Profetas deviam dar lugar a Jesus. Aquele que é o novo e vivo caminho está substituindo o antigo; Ele é o cumprimento da Lei e das inúmeras profecias no Antigo Testamento. Além disso, em Sua forma glorificada eles tiveram uma breve visualização da Sua glorificação e entronização vindoura como Rei dos reis e Senhor dos senhores.

IV. O Legado de Elias

Líderes precisam ser nutridos e precisam de espaço para crescer. Líderes mais velhos precisam dominar menos e delegar mais. Mais importante, os líderes precisam dar tempo àqueles sob seus cuidados. Elias e Eliseu pertenciam a uma era abençoada, onde o aprendizado acontecia com o professor e o estudante vivendo e trabalhando juntos. Sem a intervenção da alta tecnologia, eles estabeleciam um relacionamento de alto contato. Se desejarmos preparar a nova geração para os desafios do ministério, precisamos investir nela agora. O aprendizado no ministério se dá através do ouvir, ver e fazer. É preciso capacitar e treinar, é preciso mentorear a nova geração.

Eliseu se portou com a devida prudência, e adotou a postura de um verdadeiro líder, a de servo (1 Rs 19.21; 2 Rs 3.11; Mt 20.25-28; Jo 13.3-17). Diferente de alguns pretensos sucessores na atualidade, ele não precisou bajular, nem trair a confiança de seu líder. Assim comportam-se os verdadeiros escolhidos de Deus. Para que um sucessor realize o seu trabalho com eficácia, é preciso que o antecessor saia de “cena”. Elias saiu de cena. Muitos líderes depois que são substituídos continuam interferindo no trabalho do seu sucessor, alimentando a “devoção” do povo. Um líder ao ser sucedido deve ser honrado, mas a direção não está mais com ele. O novo líder precisa andar com as próprias pernas, e na direção do Espírito. Mesmo com a ausência de Elias, Eliseu teve que lidar com o saudosismo de um grupo devoto e leal a Elias.

Conclusão

O mesmo poder que esteve sobre Elias está disponível para os cristãos hoje (Ef 3.18-21), não apenas em porção dobrada, mas em abundância (Jo 16.23; At 1.8; 2.2-4). Para recebermos precisamos orar, pois esta é a vontade de Deus, dar o Seu Espírito à Igreja (Lc 11.11-13). Muitos não receberam o Seu poder porque não pedem, não se interessam, querem apenas bençãos materiais (Tg 4.2,3). A vontade de Deus é que sejamos cheios do Espírito Santo, peçamos, pois, Ele nos atenderá (1 Jo 2.14,15). Mas não nos afastemos das Escrituras, saibamos manuseá-la, para sermos aprovados por Deus (2 Tm 3.16,17).

quinta-feira, 24 de outubro de 2019

Com Alegria, Louvores - Com Lágrimas, Oração




Por Leonardo Pereira



A medida que o tempo passa em uma correria alucinante, temos pouco tempo para tudo e muito para aquilo que não convém, o que não é proveitoso para nossas vidas. No dia-dia, diferentes tipos de sentimentos nos sobrevêm, unido-se também às circunstâncias da vida. Momentos de alegrias, de tristezas, de dúvidas, de soluções, de repostas, mas também de medos e de temores. Para diversas circunstâncias da vida, reagimos de maneiras variadas em períodos variados. Nem sempre estaremos em cima, como também nem sempre estaremos para baixo, cabisbaixos e desanimados. Para cada períodos da nossa vida, o nosso supremo manual de fé, regra e prática nos ensina que devemos portar-nos de uma forma em que aquela situação se encontra sobre as nossas vidas.  

Um dos livros das Escrituras Sagradas que nós encontramos bálsamo e conforto para nosso ser se encontra na Epístola de Tiago, uma carta direcionada ao encorajamentos dos fiéis em meio às provações do cotidiano e da intensa perseguição contra o Povo de Deus. Tiago estava consciente da situação de seus irmãos e escreve nas últimas partes desta obra, conselhos importantes e preciosos inspirados pelo Senhor para a edificação da Igreja de Cristo Jesus. Nas últimas partes da sua obra literária, o meio irmão do Senhor escreve assim: "Está alguém entre vós aflito? Ore. Está alguém contente? Cante louvores" (Tg 5.13). Por que o autor escreve que devemos em cada momento, reagir de uma forma diferente? Encontramos pelo menos 4 razões para que isso deva acontecer. Duas na questão da oração, e duas também na condição do louvor.

1) A Oração é o contato direto com o próprio Deus: Todos os grandes homens e mulheres da Bíblia Sagrada foram gigantes na oração. Davi em diversos momentos de aflição e angústia, orou ao Senhor pedindo segurança, refúgio, misericórdia, perdão, direção e instrução. Neemias orou para que o Senhor o conduzisse prudentemente para a obra em Jerusalém. Ana orou constantemente a Deus em prol de um filho para a sua vida e o Senhor a atendeu. Existem muitos outros personagens que poderíamos citar, mas estes são alguns exemplos de que em momentos de grandes desafios na vida, é extremamente necessário orarmos para estarmos em constante presença no Senhor. É a ligação direta ao Senhor, Aquele que sempre estar de braços abertos para os seus: "Eis que a mão do SENHOR não está encolhida, para que não possa salvar; nem agravado o seu ouvido, para não poder ouvir" (cf. Is 59.1-4).

2) A Oração ao Senhor Deus é tônico para as nossas vidas: Existe uma grande diferença entre aqueles que oram e aqueles que não oram. Aqueles que buscam a Deus e aqueles que não almejam a presença do Criador. A oração é o tônico que movimenta as nossas vidas. Encontramos paz e conforto diante da presença de Deus por intermédio da oração, e em momentos de aflição, somente em Deus encontramos gloriosa paz e gozo. Tiago escreve para os que estavam dispersos e tristes com a perseguição que prossigam em seus ministérios de oração. Como um pastor que cuida do rebanho de Jesus Cristo, exorta o povo de Deus para que prossigam orando. Aonde encontramos um homem ou uma mulher de oração, a tristeza se dispersa, e se esvai. Aonde há oração, o temor some, o medo cessa e a tempestade se acalma.

3) O Louvor traz alegria para os que se encontram na presença de Deus: O louvor é um método que Deus utiliza para que possamos cantar louvores e canções para adorá-lo somente. A recomendação de Tiago ao escrever uma parte deste versículo se focando em entoar cânticos e hinos espirituais, se encontra no objetivo principal em estarmos na presença de Deus. O salmista em Salmos 150 declara que tudo que têm fôlego, deva ser entoado diretamente e exclusivamente a Deus: "Louvai ao SENHOR. Louvai a Deus no seu santuário; louvai-o no firmamento do seu poder. Louvai-o pelos seus atos poderosos; louvai-o conforme a excelência da sua grandeza" (Sl 150.1,2). A nossa alegria nos leva a entoar louvores ao Senhor, a exaltá-lo e bendizê-lo por tudo que és e o que fazes.

4) O Louvor é utilizado somente para Exaltar à Deus: "Far-me-ás ver a vereda da vida; na tua presença há fartura de alegrias; à tua mão direita há delícias perpetuamente" (Sl 16.11). Disse isso o salmista  quando se encontrava na presença de Deus e ali encontrava plena alegria e o louvor com o coração alegre leva-nos a adorar ao Senhor da Glória. O louvor nos ensina a Palavra, molda as nossas mentes, traz um poderoso impacto para a vida humana, e ali temos uma mensagem que é guardada no coração. É tão importante a ideia da adoração nas Escrituras Sagradas que o Apóstolo Paulo na Epístola aos Efésios e Colossenses (cf. Cl 3.16) repetem a mesma objetividade sobre a importância dos Salmos, Hinos e Cânticos Espirituais: base principal para adorar exclusivamente a Deus: "Falando entre vós em salmos, e hinos, e cânticos espirituais; cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração; Dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo" (Ef 5.19,20).



Referências:

Bíblia Sagrada - Almeida Revista e Corrigida. São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 2009.

BRAZIL, Thiago. Em Espírito e em Verdade. Rio de Janeiro: CPAD, 2016.

BOYER, Orlando. Pequena Enciclopédia Bíblica. Rio de Janeiro: CPAD, 2012.

Cantor Cristão. Rio de Janeiro: Editora Geográfica, 2005.

COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Fé & Obras. Rio de Janeiro: CPAD, 2014.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário Aurélio. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1993.

HALLEY, Henry Hampton. Manual Bíblico de Halley. São Paulo: Editora Vida, 2001.

Harpa Cristã. Rio de Janeiro: CPAD, 2017.

MUNIZ, Sidney. O Propósito da Oração. São Paulo: Evangelho Avivado, 2017.

Novo Testamento - Nova Tradução da Linguagem de Hoje. São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 2010.

PEARLMAN, Myer. Através da Bíblia - Livro por Livro. São Paulo: Editora Vida, 2006.

RENOVATO, Elinaldo. Comentário Bíblico Colossenses. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.

SANTOS, Matheus. O Homem Segundo o Coração de Deus. São Paulo: Evangelho Avivado, 2018.





Comentário Bíblico Mensal: Outubro/2019 - Capítulo 4 - O Ministério do Profeta Elias




Comentarista: Maxwell Barbosa



Texto Bíblico Base Semanal: 1 Reis 19.8-14, 19-21

8. Levantou-se, pois, e comeu e bebeu; e com a força daquela comida caminhou quarenta dias e quarenta noites até Horebe, o monte de Deus.
9. E ali entrou numa caverna e passou ali a noite; e eis que a palavra do Senhor veio a ele, e lhe disse: Que fazes aqui Elias?
10. E ele disse: Tenho sido muito zeloso pelo Senhor Deus dos Exércitos, porque os filhos de Israel deixaram a tua aliança, derrubaram os teus altares, e mataram os teus profetas à espada, e só eu fiquei, e buscam a minha vida para ma tirarem.
11. E Deus lhe disse: Sai para fora, e põe-te neste monte perante o Senhor. E eis que passava o Senhor, como também um grande e forte vento que fendia os montes e quebrava as penhas diante do Senhor; porém o Senhor não estava no vento; e depois do vento um terremoto; também o Senhor não estava no terremoto;
12. E depois do terremoto um fogo; porém também o Senhor não estava no fogo; e depois do fogo uma voz mansa e delicada.
13. E sucedeu que, ouvindo-a Elias, envolveu o seu rosto na sua capa, e saiu para fora, e pôs-se à entrada da caverna; e eis que veio a ele uma voz, que dizia: Que fazes aqui, Elias?
14. E ele disse: Eu tenho sido em extremo zeloso pelo Senhor Deus dos Exércitos, porque os filhos de Israel deixaram a tua aliança, derrubaram os teus altares, e mataram os teus profetas à espada, e só eu fiquei; e buscam a minha vida para ma tirarem.
19. Partiu, pois, Elias dali, e achou a Eliseu, filho de Safate, que andava lavrando com doze juntas de bois adiante dele, e ele estava com a duodécima; e Elias passou por ele, e lançou a sua capa sobre ele.
20. Então deixou ele os bois, e correu após Elias; e disse: Deixa-me beijar a meu pai e a minha mãe, e então te seguirei. E ele lhe disse: Vai, e volta; pois, que te fiz eu?
21. Voltou, pois, de o seguir, e tomou a junta de bois, e os matou, e com os aparelhos dos bois cozeu as carnes, e as deu ao povo, e comeram; então se levantou e seguiu a Elias, e o servia.

Momento Interação

O Profeta Elias não era uma pessoa que havia se misturado com as estruturas religiosas desvirtuadas e contaminadas do reino de Israel. Nos dias de Elias, vivia Israel uma situação espiritual extremamente difícil. O rei era Acabe, filho de Onri, o fundador da terceira dinastia (família real) do reino de Israel, o reino do norte, o reino das dez tribos que haviam se separado de Roboão, neto de Davi (cf. 1 Rs 12.16-25). Esta terceira família reinante não se apartou do pecado de Jeroboão, o primeiro rei de Israel (reino do norte), que havia criado um culto próprio, fazendo sacerdotes dos mais baixos entre o povo, e levando o povo a adorar dois bezerros de ouro, um situado em Dã e outro em Betel (1 Rs 12.26-33), tendo, além disso, Acabe se casado com Jezabel, filha do rei de Sidom, que, ao se mudar para Israel, trouxe com ela o culto a Baal, o deus da fertilidade dos fenícios, criando, assim, um culto rival ao culto a Deus.

Servir a Deus nestas circunstâncias não era nada fácil, pois, ou se adotava o culto oficial do reino, criado no tempo de Jeroboão, idolátrico e totalmente desvirtuado das prescrições da lei de Moisés ou, então, se aderia ao culto a Baal, trazido por Jezabel e que alcançou grande popularidade. Isto explica o distanciamento físico não só de Elias mas também dos filhos dos profetas, que não tinham espaço para, com liberdade, servir a Deus em meio a estruturas sociais altamente desfavoráveis a quem buscasse a presença do Senhor.

Introdução

Em 1 Reis 19, vemos que a atitude de Elias deixou Jezabel bastante irritada, e ela jurou o profeta de morte, dizendo que faria com ele o que foi feito aos profetas de Baal. Na atitude de Jezabel vemos o nível de sua maldade. A nação havia acabado de testemunhar um grande feito de Deus, quando o fogo consumiu o holocausto e após a oração de Elias, as chuvas voltaram a regar Israel. Mesmo assim, a sua atitude se manteve contrária ao Servo de Deus e a sua justiça. De alguma forma, as palavras de Jezabel alcançaram o coração do profeta Elias, e ele com medo e desanimado, deixou Israel e foi se esconder em Judá. Contudo, o Senhor foi ao seu encontro. Seguiu os passos do profeta e lhe deu: comida, bebida, conforto, segurança e encorajamento (v.6-8).

I. Elias e as ameaças de Jezabel

Elias tinha acabado de fazer um grande feito em Israel e levado toda a nação a escolher entre Deus e Baal. Foi de fato um ato de coragem, ousadia, e muita fé em Deus. Algo mesmo cinematográfico, digno de ir para as telas de cinemas. Elias foi instrumento de Deus que pregou o evangelho, restaurou o altar, pregou a união das tribos, executou a justiça e foi instrumento de Deus no juízo daqueles profetas de Baal.

No entanto, Elias cria que estava só! Que somente ele era a figura de expressão e importância, mas Deus tinha reservado, de todo o povo, 7000 homens que nem tinham se curvado a Baal, nem o tinham beijado. Triste e se sentindo ameaçado, temeu por sua vida, por causa da ameaça de Jezabel e fugiu. Quando percebeu o que fizera, ficou deprimido e pediu a Deus a sua morte. Comparou-se com seus pais e outros heróis da fé e se sentiu pequeno, humilhado, fraco e desprezível.

Estar a serviço de Deus e fazer a sua vontade no meio de nossa geração é um desafio muito grande porque tudo parece conspirar contra a gente. Sofremos humilhações, perseguições e zombarias porque insistimos em acreditar em Deus que nos falou. Então nos pedem provas acerca de Deus. Dizem-nos na cara que estamos simplesmente sendo tolos, religiosos, carolas, doidos, transtornados na mente e de parafuso solto. 

Elias estava assim triste e se foi em seu caminho. Deus lhe envia um anjo que o acorda. Somente isso já deveria ser o suficiente, mas Elias parece que estava mesmo muito pesado. À sua cabeceira estava um pão cozido sobre as brasas, e uma botija de água; e comeu, e bebeu, e tornou a deitar-se.  Parecia cansado também, mas muito mais triste que cansado. Elias estava mesmo deprimido no meio do deserto, nem sequer a visão de um anjo o servindo conseguiu despertá-lo.

II. A Procura de Elias por Refúgio

Novamente o anjo, depois de um tempo em que ele descansara ali no deserto que já deve ter sido outro milagre e feito extraordinário, o anjo lhe aparece segunda vez e o acorda e manda comer. Comida celestial, preparada por anjos. Comida forte que o sustentou por 40 dias e 40 noites, sem se quer comer novamente. Ele estava para ter um encontro com Deus, o maior encontro de sua vida! Era Deus que estava preparando aquele momento especial na vida dele e ele simplesmente estava seguindo seus instintos e intuição.

Não é o homem que marca um encontro com Deus, mas é Deus que isca o homem para um encontro com ele. Assim estava acontecendo com Elias e ele estava sendo conduzido pelo deserto até Horebe, o monte de Deus. Ao chegar no lugar de encontro, 40 dias depois, ele entra numa caverna e passa a noite ali. Deus se lhe manifesta a ele e pergunta a ele o que ele estava fazendo ali. Sentindo-se revigorado e obediente a Palavra do Senhor, Elias seguiu viagem, mas o desânimo logo o cercou novamente e ele entrou em uma caverna em Horebe e parou. Vendo-o, o Senhor lhe perguntou por quê havia parado. Elias respondeu que mesmo sendo zeloso ao Senhor, estava sozinho em sua obediência a Ele. Porém, Deus lhe dá instruções para continuar seu ministério, pois ainda havia muito pelo que lutar. Sete mil servos fieis a Deus ainda não havia se prostrado diante da apostasia de Acabe e Jezabel. Pessoas que amavam ao Senhor.

Todos nós passamos por momentos assim, vejo que o próprio Deus se encarrega de cuidar de nós. Na vida de Elias, eu percebo que Deus, e não nós é quem merece todo o mérito por tudo o que fazemos e realizamos em Seu Nome, pois a força que temos, vem dEle.

III. Elias encontra Eliseu

Revigorado e restaurado, Elias obedece a voz do Senhor e encontra Eliseu, aquele que assumirá o posto de profeta, em seu lugar. A atitude de Eliseu é uma das mais belas que vejo em um vocacionado. Quando é chamado por Elias, para segui-lo. Ele deixou a junta de bois com a qual trabalhava e o pediu para beijar seu pai e sua mãe, algo que Elias consentiu. Em seguida, Eliseu matou a junta de bois, fez um grande banquete, e seguiu o profeta. 

Muitos de nós quando chamados complicamos muito as coisas, colocamos tantos empecilhos, fazemos tantas provas, enfim. Queremos ter certeza que de fato, é Deus que nos chama. Mas Eliseu não. Ele rapidamente se desprendeu de tudo o que podia segurá-lo e seu sua vocação. Além disso, ele mata os animais, com os quais trabalhava, o que é uma garantia de que nunca mais voltaria para a “velha vida”. O que vemos nesse homem de Deus, é uma convicção maravilhosa em Deus e no chamado. Foi prontamente que Eliseu seguiu a Elias, como fora prontamente que muitos dos discípulos de Jesus seguiram a Jesus. Quando Deus nos chama, significa que ele há tempos vinha trabalhando nesse nosso chamado. Assim, 

Conclusão

Quando pregamos em obediência ao Senhor, cremos que ele já preparou os corações em que ele irá ministrar a fé e gerar neles a salvação. Basta tão somente que preguemos com fé de que a obra da salvação pertence ao Senhor que salvará o ouvinte para sua própria glória. Amém!

quinta-feira, 17 de outubro de 2019

Comentário Bíblico Mensal: Outubro/2019 - Capítulo 3 - Elias e os profetas de Baal




Comentarista: Maxwell Barbosa



Texto Bíblico Base: 1 Reis 18.31-39

31. E Elias tomou doze pedras, conforme ao número das tribos dos filhos de Jacó, ao qual veio a palavra do Senhor, dizendo: Israel será o teu nome.
32. E com aquelas pedras edificou o altar em nome do Senhor; depois fez um rego em redor do altar, segundo a largura de duas medidas de semente.
33. Então armou a lenha, e dividiu o bezerro em pedaços, e o pôs sobre a lenha.
34. E disse: Enchei de água quatro cântaros, e derramai-a sobre o holocausto e sobre a lenha. E disse: Fazei-o segunda vez; e o fizeram segunda vez. Disse ainda: Fazei-o terceira vez; e o fizeram terceira vez;
35. De maneira que a água corria ao redor do altar; e até o rego ele encheu de água.
36. Sucedeu que, no momento de ser oferecido o sacrifício da tarde, o profeta Elias se aproximou, e disse: Ó Senhor Deus de Abraão, de Isaque e de Israel, manifeste-se hoje que tu és Deus em Israel, e que eu sou teu servo, e que conforme à tua palavra fiz todas estas coisas.
37. Responde-me, Senhor, responde-me, para que este povo conheça que tu és o Senhor Deus, e que tu fizeste voltar o seu coração.
38. Então caiu fogo do Senhor, e consumiu o holocausto, e a lenha, e as pedras, e o pó, e ainda lambeu a água que estava no rego.
39. O que vendo todo o povo, caíram sobre os seus rostos, e disseram: Só o Senhor é Deus! Só o Senhor é Deus!

Momento Interação

A história do declínio de Israel começa com Salomão. Ainda que seu pai, Davi, tivesse tentado servir ao Senhor e tivesse humildemente arrependido quando pecou, Salomão não permaneceu fiel. Apesar de todas as bênçãos que Deus lhe deu, ele seguiu suas centenas de esposas para longe do Senhor e para a idolatria. Quando Salomão morreu, Deus retirou dele a maior parte do reino e a deu a Jeroboão. Esta nova nação, que consistia das dez tribos do norte, foi chamada Israel. Deus disse a Jeroboão que o abençoaria e estabeleceria a sua como a família real, por muitas gerações, se ele fosse fiel e obediente ao Senhor. Mas Jeroboão não confiou em Deus. Ele não se voltou para o Senhor, mas se afastou dele. Estava tão preocupado com sua posição de poder em Israel que não queria permitir ao povo voltar a Jerusalém para suas festas religiosas anuais. Temia que o povo se decidisse a servir o filho de Salomão e não mais quisesse Jeroboão como rei. Para impedir o povo de sair de Israel, Jeroboão inventou um novo sistema religioso. Ele tomou emprestadas muitas idéias da religião verdadeira que Deus tinha estabelecido no Monte Sinai. Com seus bezerros de ouro, centros de adoração não autorizados e sacerdotes não levíticos, Jeroboão deu um grande passo afastando-se de Deus. Jeroboão não foi o pior dos reis de Israel. Deus destruiu sua família e a família de Baasa e permitiu que a família de Onri governasse Israel durante quatro gerações. O segundo rei da dinastia de Onri foi Acabe, que é descrito em 1 Reis 16.30 como pior do que todos os reis anteriores. Ele se casou com Jezabel, filha do rei idólatra de Sidom. Para agradar sua esposa, ele se esqueceu do Senhor. Construiu um templo com altar para a adoração de Baal. Sua esposa odiava os profetas do Senhor com tanta veemência que até tentou matar todos. Ela queria matar especialmente Elias. Isto acerca do desafio entre ele e os profetas de Baal veremos no estudo desta semana.

Introdução

O profeta Elias foi levantado por Deus no tempo mais turbulento da história da sua nação; com a morte do rei Salomão, em 931 antes de Cristo, o reino de Israel foi rasgado, foi dividido, uma grande cisão. Das 12 tribos, 10 seguiram à liderança cismática de Jeroboão I, formando o que nós chamamos de reino do norte, cuja capital veio a ser Samaria; este reino durou apenas 209 anos, 931 antes de Cristo a 722, quando a Assíria dominou este território e levou este povo para o cativeiro. Nesses 209 anos nós tivemos 19 reis em oito dinastias diferentes; e todos esses reis foram homens maus, ímpios, idólatras e perversos. O que é curioso é que, no tempo de Elias, está governando o pior rei de Israel, o rei acabe, que casou-se com uma mulher perversa, sanguinária, que impôs à força da baioneta o culto a Baal em Israel, e perseguiu, e matou os profetas de Deus.

I. Acabe confronta Elias

Nesse tempo de perseguição religiosa, de apostasia, de crise política, econômica e moral de Israel, é que Deus levanta não um partido político, não uma denominação religiosa, Deus levanta um homem, Deus levanta Elias. E Elias começa o seu ministério confrontando o rei Acabe lá no seu palácio, dizendo que Deus iria fechar as torneiras dos céus e não haveria chuva nem orvalho sobre a terra; desta forma, desbancando a falsa divindade Baal, a que o povo servia e adorava; porque Baal era considerado o padroeiro da prosperidade, se não houvesse chuva, então a credibilidade de Baal estaria completamente destruída. Depois que Elias prega a palavra de juízo ao rei e a sua nação, Deus manda Elias se esconder junto a fonte de Querite, no deserto, Deus leva o seu servo para esse deserto, para trabalhar nele, para então trabalhar através dele. Ali no deserto, na escola superior do Espírito Santo, Deus tratou da vida de Elias, isso porque Deus está mais interessado em quem você é do que no que você faz. E ali Elias precisou aprender a depender mais do provedor do que da provisão; quando Deus nos leva para o deserto, Deus não tem o propósito de nos destruir, mas de tonificar a musculatura da nossa alma. E depois que a fonte secou, porque ele bebia de uma fonte; Deus mandava carne e pão para ele, naquele local, onde ele estava escondido.

II. Elias e os profetas de Baal

Durante o período da seca profetizada poe Elias, a fome castigou Samaria. Nesse período Jezabel mandou matar os profetas do Senhor. Porém, havia um homem chamado Obadias, oficial de Acabe, que consegui esconder alguns profetas. Obadias também foi o responsável em intermediar um encontro entre Elias e Acabe.

Acabe culpava Elias da miséria em Israel, mas o profeta deixou claro que ele e sua família é que eram os verdadeiros culpados. Eles tinham pecado contra o Senhor, especialmente por causa da idolatria (1 Rs 18.17,18). Então o profeta Elias convocou todo Israel a comparecer no Monte Carmelo. Naquele lugar confrontaria os profetas de Baal sustentados por Jezabel. Os 450 profetas de Baal e os 400 profetas de Aserá foram até o monte. Ali, dois sacrifícios seriam apresentados, um pelos pagãos e outro pelo profeta do Senhor. Ninguém poderia queimar os sacrifícios, pois o fogo deveria surgir de forma sobrenatural. O verdadeiro Deus seria aquele que queimasse o sacrifício. Os profetas de Baal fizeram tudo o que puderam, mas nada aconteceu. Elias então consertou o altar do Senhor que estava quebrado, e pediu que derramassem água sob o holocausto. O profeta Elias clamou ao Senhor, e Deus respondeu com fogo que consumiu o holocausto (1 Rs 18.23-38).

III. Só o Senhor é Deus!

Todo povo de Israel reconheceu que “Jeová é Deus”. Naquele dia os profetas de Baal foram mortos e uma grande chuva caiu sobre Israel. Havia chegado ao fim o período de seca conforme Elias havia anunciado (1 Rs 18.40,41). Nesse episódio também encontramos mais uma demonstração do poder de Deus na vida do profeta Elias. Ele foi capaz de correr à frente da carruagem de Acabe por todo o caminho até Jezreel. Isto representava uma distância de 30 a 35 quilômetros do local onde estavam.

De um lado, quatrocentos e cinquenta profetas de baal e mais quatrocentos da divindade pagã Aserá, estremecem. Do outro lado, Elias cheio do Espírito Santo, proclama que o tempo do arrependimento é chegado. No meio está o povo de Israel, confuso e nada responde. Após mais de três anos sem chover, em meio a seca devastadora que provocou uma fome jamais vista no reino do norte de Israel, e sob o comando do rei Acabe, com a convocação do profeta Elias, todo povo é congregado no monte Carmelo para este grande duelo. 

O Senhor não havia se esquecido de Israel, antes buscava resgatar os seus filhos, como um pai amoroso, como um pastor em busca de suas ovelhas perdidas. Ele permanecia fiel às suas promessas, ainda que o povo andasse em infidelidade, adorando a deuses estranhos, porém o Senhor em sua infinita graça e misericórdia apregoava através de Elias a necessidade urgente de arrependimento e de um novo pacto.

Conclusão

São tantos “profetas de baal” hoje em dia. São tantos apelos, convites fáceis para caminhos diversos que levam a perdição. Quantas vezes não somos seduzidos por estas ofertas chamativas e atraentes, que parecem até fazer sentido, mas são pecaminosas no final. E quando percebemos caímos presos nestas armadilhas espirituais, mas não sem dar vazão aos nossos próprios desejos. E é tão difícil levantar, sair do erro, negar a si mesmo. O que fazer? Por onde começar?

A restauração do altar [do hebraico מִזְבֵּ֫חַ mizbeach, ‘imolar’] falava da reparação das nossas atitudes, de uma mudança, de nova prática de vida onde a vontade de Deus pudesse reinar em nós. O altar é o nosso coração. Semelhantemente é preciso endireitar os nossos caminhos, e consertar o altar do Senhor, o nosso coração, por uma transformação interior, pela renovação do entendimento sobre o perdão a fé e o sacrifício vicário de Jesus.

terça-feira, 15 de outubro de 2019

Jesus Paga o Imposto do Templo



Jesus paga o imposto no templo após instruir que Pedro fosse ao mar para pegar um peixe, na boca dele haveria as moedas que pagariam a dívida. Esse foi o único milagre de Jesus que envolvia dinheiro. A passagem é marcada por perguntas, Pedro é o que recebe mais, tanto de Jesus, como dos cobradores de impostos.

Podemos tirar algumas conclusões práticas para a vida cristã desse milagre, nesse texto abordaremos elas.

A pergunta dos cobradores de impostos

Quando Jesus e os discípulos chegaram a Cafarnaum, os que cobravam o imposto das duas dracmas se dirigiam a Pedro e perguntaram: O Mestre de vocês não paga as duas dracmas? (Mt 17.24).

Os cobradores de impostos perguntam a Pedro se Jesus não pagaria a taxa estabelecido pelo o Templo. Percebemos por meio dessa passagem que, os coletores ficavam responsável por recolher os impostos do Templo. Essa taxa, que era de duas dracmas ou meio siclo que foi instituído por Deus no Antigo Testamento (Ex 30.13), tinha o objetivo de saldar as despesas do Templo. As dracmas eram uma moeda grega, de prata, do mesmo valor aproximadamente do denário, moeda romana.

Mas a final de contas, porque os cobradores fizeram essa pergunta a Jesus? Comumente desejavam pegar Jesus em algum erro, caso Jesus se recusasse, tinham motivos para acusa-lo de desobedecer o mandamento de Deus.

A pergunta de Jesus a Pedro

Pedro respondeu: Claro que paga! Quando Pedro estava entrando em casa, Jesus se adiantou, dizendo: Simão, o que você acha? De quem os reis da terra cobram impostos ou tributo: dos seus filhos ou dos estranhos? Quando Pedro respondeu: “Dos estranhos”, Jesus disse: Logo, os filhos estão isentos (Mt 17.25,26).

Após Pedro receber a pergunta dos cobradores, Cristo também lhe faz uma e ele responde. Mas podemos destacar alguns pontos nesse trecho. Primeiro, a onisciência de Cristo. Pedro tinha sido abordado com uma pergunta, Cristo não estava por perto, mas Ele conhece todas as coisas. Isso prova claramente a Divindade de Cristo. Segundo, Jesus estava na casa de Pedro pela segunda vez. Na primeira Ele curou a sogra deste, nessa, operou o milagre que saldou sua dívida, como também um dia Cristo pagou a nossa na cruz do calvário. Terceiro, porque Jesus fez uma pergunta a Pedro. Tinha como proposito ensinar que Cristo é o Rei e que ele não tinha nenhuma obrigação de pagar a dracma do Templo, tudo no Templo apontava para Ele. Cristo é o Rei e nós somos herdeiros como afirma o apóstolos Paulo (Rm 8.16,17).

Jesus paga o imposto

Mas, para que não os escandalizemos, vá ao mar, jogue o anzol e puxe o primeiro peixe que fisgar. Ao abrir a boca do peixe, você encontrará uma moeda. Pegue essa moeda e entregue aos cobradores, para pagar o meu imposto e o seu (Mt 17.27).

Vale ressaltar algumas considerações nesse trecho. Primeiro, Jesus pagou o imposto para não escandalizá-los. Aqui podemos aprender que nossas ações não devem trazer escândalos. Segundo, a autoridade de Cristo sobre os animais. Aqui mais uma vez a Divindade de Cristo sendo provada. Terceiro, Jesus supre as necessidade de Pedro. Jesus sempre estará atento as necessidades do seu povo. Quarto, Cristo cumpre com suas obrigações para com as autoridades. Jesus nos deu exemplo que devemos obedecer as autoridades. Elas foram constituídas por Deus (Rm 13. 1-7), mas se não estiverem de acordo com as Escrituras, não somos obrigados a obedece-las (At 5.29).

Conclusão

As lições que podemos enumerar nessa passagem são:
Jesus é onisciente. Isso deixa claro que Ele é o próprio Deus. Segundo, Jesus é o Rei por excelência. Terceiro, Jesus tem toda autoridade sobre os animais. Quarto, Cristo supre nossas necessidade. Quinto, Cristo paga o imposto nos deixando um exemplo para seguirmos.
  

Sidney Muniz

Referências:

Bíblia de Estudo de Genebra.
Pequena Enciclopédia Bíblica - Orlando Boyer.


quinta-feira, 10 de outubro de 2019

Comentário Bíblico Mensal: Outubro/2019 - Capítulo 2 - Elias, o Tisbita




Comentarista: Maxwell Barbosa



Texto Bíblico Base Semanal: 1 Reis 17.1-7

1. Então Elias, o tisbita, dos moradores de Gileade, disse a Acabe: Vive o SENHOR Deus de Israel, perante cuja face estou, que nestes anos nem orvalho nem chuva haverá, senão segundo a minha palavra.
2. Depois veio a ele a palavra do Senhor, dizendo:
3. Retira-te daqui, e vai para o oriente, e esconde-te junto ao ribeiro de Querite, que está diante do Jordão.
4. E há de ser que beberás do ribeiro; e eu tenho ordenado aos corvos que ali te sustentem.
5. Foi, pois, e fez conforme a palavra do Senhor; porque foi, e habitou junto ao ribeiro de Querite, que está diante do Jordão.
6. E os corvos lhe traziam pão e carne pela manhã; como também pão e carne à noite; e bebia do ribeiro.
7. E sucedeu que, passados dias, o ribeiro se secou, porque não tinha havido chuva na terra. 
8. Então veio a ele a palavra do Senhor, dizendo:
9. Levanta-te, e vai para Sarepta, que é de Sidom, e habita ali; eis que eu ordenei ali a uma mulher viúva que te sustente.
10. Então ele se levantou, e foi a Sarepta; e, chegando à porta da cidade, eis que estava ali uma mulher viúva apanhando lenha; e ele a chamou, e lhe disse: Traze-me, peço-te, num vaso um pouco de água que beba.
11. E, indo ela a trazê-la, ele a chamou e lhe disse: Traze-me agora também um bocado de pão na tua mão.
12. Porém ela disse: Vive o Senhor teu Deus, que nem um bolo tenho, senão somente um punhado de farinha numa panela, e um pouco de azeite numa botija; e vês aqui apanhei dois cavacos, e vou prepará-lo para mim e para o meu filho, para que o comamos, e morramos.
13. E Elias lhe disse: Não temas; vai, faze conforme à tua palavra; porém faze dele primeiro para mim um bolo pequeno, e traze-mo aqui; depois farás para ti e para teu filho.
14. Porque assim diz o Senhor Deus de Israel: A farinha da panela não se acabará, e o azeite da botija não faltará até ao dia em que o Senhor dê chuva sobre a terra.

Momento Interação

O profeta Elias viveu no século IX antes de Cristo, durante os reinados de Acabe e Acazias, no reino do norte. Lembrando que em sua época o povo de Israel havia se divido em dois reinos. Judá era o reino do sul com capital em Jerusalém, e Israel era o reino do norte com capital em Samaria. Saiba mais sobre os reis de Israel e os reis de Judá. A Bíblia não revela nada sobre a vida pessoal e familiar do profeta Elias. Sabemos apenas que ele era um tisbita que morava na terra de Gileade, a leste do Rio Jordão. O nome Elias significa “Jeová é Deus”.

Elias foi um dos homens mais conhecidos da Bíblia, citado tanto no Antigo Testamento quanto no Novo Testamento. A história de Elias possui um papel muito ativo na narrativa bíblica. Neste estudo, conheceremos acerca do que a Bíblia Sagrada a nos diz acerca de quem foi Elias.

Introdução

No momento em que o reino de Israel do norte atravessou um dos seus piores períodos da história, Elias é chamado por Deus para exercer o ministério profético. Este período foi marcado por uma profunda crise moral, social e espiritual, notadamente pela corrupção, assassinatos, idolatria, fome e miséria. Mas, em meio a esta crise, Deus contou com a coragem e a determinação de Elias, para ser Seu porta-voz. 

Este capítulo trará detalhes sobre a vida e a obra de um dos maiores personagens da história sagrada. Considerado como um dos mais destacados profetas de Israel, Elias é apresentado na Bíblia sem uma única palavra referente ao seu passado, nem sobre a identidade de seus pais e de sua parentela. Diz apenas que ele era tesbita (1 Rs 17.1), por ter vindo de Tesbi, um povoado das montanhas de Gileade, uma região ao leste do Jordão à beira do grande deserto da Arábia. Esse lugar não aparece em outras passagens bíblicas, mas é citado somente no contexto da história do profeta Elias.

I. A Aparição do Profeta Elias

Acabe era filho de Onri, rei de Israel, e sucedeu seu pai no trono do reino do Norte se tornando o sétimo entre os reis de Israel. Na narrativa sobre sua vida, Acabe é descrito como um rei forte e influente politicamente, porém fraco e reprovado espiritualmente. Foi nesse contexto que o rei Acabe reinou por 21 ou 22 anos, entre 874 e 853 a.C. No âmbito político, Acabe era respeitado tanto por seus aliados quando por seus adversários. Todavia, no aspecto religioso Acabe foi extremamente infeliz, deixando que o sincretismo e o próprio paganismo ganhasse força entre os israelitas. O rei Acabe encontrou no ministério do profeta Elias seu grande opositor. Elias denunciava ativamente suas práticas reprováveis. O caso da vinha de Nabote exemplifica perfeitamente o fracasso do rei Acabe em defender a Lei e a justiça. Na ocasião em que a vinha de Nabote foi tomada de forma inescrupulosa, o profeta Elias profetizou sobre o declínio e o completo extermínio da casa de Acabe (1 Rs 21.20-24; 2 Rs 9.7-26). A idolatria instalada durante o reinado do rei Acabe influenciou de alguma forma as gerações posteriores, de modo que até mesmo o profeta Oséias (Os 1.4) e o profeta Miquéias (Mq 6:16) denunciaram tal prática.

II. Elias confronta Acabe

A vinha de Nabote é uma história registrada em 1 Reis 21. Um estudo bíblico sobre a vinha de Nabote destaca o modo perverso com que Acabe e Jezabel se apoderaram da herança de um homem justo e temente a Deus. A Bíblia diz que um homem de Jezreel por nome de Nabote possuía uma vinha que ficava ao lado do palácio do rei Acabe. Jezreel ficava localizada a cerca de quase quarenta quilômetros ao norte de Samaria, que era a capital do reino de Israel. Então essa propriedade de Acabe era um segundo palácio, uma espécie de residência de verão.

Certo dia Acabe pediu que Nabote lhe cedesse a sua vinha, já que ela estava ao lado de sua casa em Jezreel. Inclusive o rei Acabe tentou negociar a compra da vinha, prometendo dar a Nabote outra vinha melhor, ou pagar-lhe em dinheiro o que lhe fosse justo. Nabote explicou para Acabe que não podia fazer um acordo com ele, porque sua vinha era herança de seus pais. O rei Acabe ficou muito desgosto e indignado por não ter conseguido ficar com a vinha de Nabote. Ele ficou tão abatido que nem queria se alimentar.

Tão logo Jezabel pôs em prática seu plano maligno para conseguir obter a vinha de Nabote. Ela escreveu cartas em nome de Acabe e enviou aos anciãos e aos nobres da região. A carta que havia sido selada com o sinete real convocava um jejum e ordenava que Nabote fosse trazido à frente do povo. Com isso Jezabel estava provocando grande apreensão entre os habitantes de Jezreel. Isso porque ao convocar um jejum, ela estava indicando ao povo que todos estavam diante de uma crise iminente causada por uma grande transgressão (cf. Jz 20.26; 1 Sm 7.5,6; 2 Cr 20.3; Jn 3.5-9). Então Jezabel também providenciou que dois homens maus testemunhassem falsamente contra Nabote. A Lei Mosaica determinava que uma acusação precisava ser sustentada por pelo menos duas testemunhas. Os dois homens acusaram Nabote de blasfemar contra Deus e contra o rei. A pena para quem amaldiçoasse a Deus era a morte por apedrejamento (cf. Êx 22.28; Lv 24.10-16). E foi assim que aconteceu. Após ter sido acusado falsamente, Nabote foi levado para fora da cidade e foi apedrejado até a morte (1 Rs 21.13). Além disso, os filhos de Nabote também foram mortos, garantindo que não houvesse mais nenhum herdeiro da vinha vivo (2 Rs 9.26). O escritor bíblico diz que naquele contexto veio a palavra do Senhor ao profeta Elias. Deus ordenou que o profeta fosse se encontrar com Acabe e denunciasse o seu pecado. Através do profeta, Deus anunciou que no mesmo lugar em que os cães lamberam o sangue de Nabote, também lamberiam o sangue de Acabe; bem como Jezabel também seria devorada por cães dentro dos muros de Jezreel. Deus ainda prometeu acabar com a linhagem de Acabe. Deus falou que o mesmo que aconteceu com a casa de Jeroboão, haveria de acontecer com a casa de Acabe. Quem morresse na cidade seria comido por cães; e quem morresse no campo seria comido pelas aves do céu (1 Rs 21.22; 14.11).

III. A Proclamação do tempo de seca em Israel

O reinado de Acabe já durava uns oito anos. A apostasia era assustadora. Deus não podia suportar tal afronta. Elias então é chamado por Deus. É curioso, mas nós não temos a origem de Elias. Apenas sabemos que ele era de Gileade.

Antes de Elias outros profetas foram enviados para levar Israel de volta a Deus. Tentaram mostrar ao povo que montes e vales, rios e fontes, todos estavam nas mãos do Deus vivo; que Ele controlava o sol, as nuvens do céu e todos os poderes da natureza. Tudo, porém, foi em vão. Entre a voz de um profeta e os ensinamentos do palácio de Acabe, a maioria preferiu ficar com a novidade que fora introduzida pela rainha Jezabel. Elias viajou dia e noite até chegar a Samaria, capital do reino do Norte, e sem ser anunciado comunicou ao rei que a guerra com Baal tivera início. Nos próximos anos não haveria chuva. Note que Baal era o deus da fertilidade e só poderia haver fertilidade se chovesse. Chegara então a hora da verdade. A hora de saber quem era quem. Quem era de fato o Deus da fertilidade. Deus estava usando a seca, um método duro de ensino, na tentativa de levar Seu povo a entender que quem fazia a semente germinar, o grão se desenvolver, não era Baal, mas Ele, Jeová, o Deus vivo. E a profecia começou a ter seu cumprimento imediatamente. Sem o orvalho da noite a terra começou a ficar ressequida. Deus, então, manda Elias para bem longe de Samaria. Os poços, rios, regatos e lagos acabam secando. A fome e o desespero alcançam a todos. Quanta dor e sofrimento porque um povo trocou o Deus do céu por um ídolo sem vida!

IV. O Sustento de Elias

O rei Acabe fez o que era mau diante dos olhos do Senhor, ele tomou a Jezabel como esposa e ela era filha do rei dos sidônios, adoradores de um deus estranho chamado Baal. Acabe não só casou com Jezabel, como adorou Baal e achando pouco, erigiu um altar para Baal. Deus estava muito bravo mesmo com Acabe. Então, Deus mandou o profeta Elias dizer a Acabe que nos anos que se seguiriam, não cairia orvalho e nem chuva sobre a face da terra, até que Elias desse uma palavra extinguindo a seca. E a Elias Deus deu a seguinte ordem: “Retira-te daqui, e vai para o oriente, e esconde-te junto ao ribeiro de Querite, que está diante do Jordão. E há de ser que beberás do ribeiro; e eu tenho ordenado aos corvos que ali te sustentem.” (1 Rs 17.3,4). Elias obedeceu e desta forma, ficou habitando junto ao ribeiro de Querite, bebendo da água e os corvos traziam pão e carne para Elias de manhã e a noite. Deus mandou que aves carnívoras levassem carne para o profeta.
Depois de muitos dias e a seca assolando a terra, Deus mandou Elias sair de Querite, porque as águas do ribeiro também secaram e fez outra coisa incrível, veja: “Levanta-te, e vai para Sarepta, que é de Sidom, e habita ali; eis que eu ordenei ali a uma mulher viúva que te sustente.” (1 Rs 17.9). Neste ponto é preciso lembrar que naquela época não havia previdência social, uma mulher viúva ficava completamente desamparada, não havia pensão, mas Deus disse que uma mulher viúva iria sustentar Elias. 

O profeta obedeceu e quando chegou a Sarepta, viu uma viúva que juntava lenha e pediu água a ela. A mulher foi buscar a água e quando chegou, Elias pediu um bocado de pão. A viúva ficou assustada e disse: “Vive o SENHOR teu Deus, que nem um bolo tenho, senão somente um punhado de farinha numa panela, e um pouco de azeite numa botija; e vês aqui apanhei dois cavacos, e vou prepará-lo para mim e para o meu filho, para que o comamos, e morramos.” (1 Rs 17.12). Elias disse: “Não temas; vai, faze conforme à tua palavra; porém faze dele primeiro para mim um bolo pequeno, e traze-mo aqui; depois farás para ti e para teu filho.” (1 Rs 17.13) e completou: “Porque assim diz o SENHOR Deus de Israel: A farinha da panela não se acabará, e o azeite da botija não faltará até ao dia em que o SENHOR dê chuva sobre a terra.” (1 Rs 17.14). Assim foi feito, nem a farinha e nem azeite acabaram e a viúva, sua casa e Elias comeram por muitos dias.

Deus é tremendo, poderoso e criativo. Primeiro mandou corvos levarem carne para Elias e depois mandou que uma pobre viúva desamparada, sustentasse Seu servo durante a seca. Coisas completamente inusitadas. Nunca tinha acontecido antes e nem tornou a acontecer.

Conclusão

Muitas outras coisas surpreendentes são narradas na Bíblia. São milagres, maravilhas e portentos e tudo para reconhecermos que o nosso Deus é o Senhor do céu, da terra, do mar e de tudo o quanto neles há. Mas nas nossas vidas não é diferente. Todos os dias recebemos vários milagre inusitados e únicos, é um acidente que não aconteceu conosco, porque nos atrasamos; é o nosso emprego que foi poupado do corte da empresa; é nossa casa que não foi atingida pelo fogo na casa ao lado, ou, simplesmente, acordamos pela manhã, sem nem imaginar os perigos que nos rodearam  durante a noite. É a sombra do Onipotente nos guardando de todo mal, de todos os perigos. É o cajado do Pastor nos levando para pastos verdejantes. É o anjo do Senhor se acampando ao redor dos temem a Deus. 

quarta-feira, 2 de outubro de 2019

Comentário Bíblico Mensal: Outubro/2019 - Capítulo 1 - A Situação Moral e Espiritual de Israel




Comentarista: Maxwell Barbosa



Texto Bíblico Base Semanal: 1 Reis 16.29-34

29. E Acabe, filho de Onri, começou a reinar sobre Israel no ano trigésimo oitavo de Asa, rei de Judá; e reinou Acabe, filho de Onri, sobre Israel, em Samaria, vinte e dois anos.
30. E fez Acabe, filho de Onri, o que era mau aos olhos do Senhor, mais do que todos os que foram antes dele.
31. E sucedeu que (como se fora pouco andar nos pecados de Jeroboão, filho de Nebate) ainda tomou por mulher a Jezabel, filha de Etbaal, rei dos sidônios; e foi e serviu a Baal, e o adorou.
32. E levantou um altar a Baal, na casa de Baal que edificara em Samaria.
33. Também Acabe fez um ídolo; de modo que Acabe fez muito mais para irritar ao Senhor Deus de Israel, do que todos os reis de Israel que foram antes dele.
34. Em seus dias Hiel, o betelita, edificou a Jericó; em Abirão, seu primogênito, a fundou, e em Segube, seu filho menor, pôs as suas portas; conforme a palavra do Senhor, que falara pelo ministério de Josué, filho de Num.

Momento Interação

Estudantes da Palavra do Senhor. Neste mês de outubro estudaremos acerca de um dos maiores profetas que já existiu e houve diversas referências a ele tanto no Antigo quanto no novo testamento. Estudaremos acerca do profeta Elias com o tema:  Um Ministério de Poder - O Ministério Profético de Elias e o seu Legado para a Igreja. O comentarista deste mês é Maxwell Barbosa. Ministro do Evangelho, comentarista dos estudos bíblicos mensais do Ministério Evangelho Avivado, articulista e professor de estudos bíblicos. 

Que o estudo acerca do profeta Elias e do seu legado possam contribuir gradativamente em sua vida e a glorificá-la ao Senhor Jesus. Desejamos a todos os estudantes um ótimo mês e bons estudos!

Introdução

Tanto Elias quanto Eliseu viveram após o reinado de Salomão, quando a nação de Israel estava dividida em dois reinos independentes. Judá ao sul e Israel ao norte. Ambas tiveram entre seus cidadãos homens levantados pelo Senhor para tratar de assuntos como justiça social, a necessidade do afastamento do pecado e da aproximação a Deus. Naquela época, Deus havia instituído nos dois reinos as figuras dos profetas, dos sacerdotes e permitido a existência da monarquia como forma de governo administrativo. Quando os líderes e os governos desviavam-se dos propósitos divinos os profetas entravam em ação. Os dias de Elias em Israel se passaram num período em que seu país ganhou fama devido a grande impiedade do rei Acabe e sua esposa Jezabel e desvios dos caminhos do Senhor por parte da maioria dos judeus.

I. A Apostasia de Israel

Onri (em hebraico, impetuoso) foi rei de Israel e pai de Acabe. Na esfera de poder neste mundo, foi um grande administrador, fundou Samaria e fez dela a capital de seu reino. No que tange à fé, exerceu um mau reinado e aplicou uma péssima instrução ao filho, que o precedeu no trono (1 Rs 16.23-28). Acabe (hebraico: irmão do pai, isto é, muito semelhante ao pai), governou no período de 874 e 853 a.C.. Ele é descrito como o monarca que mais irritou ao Senhor, e esta declaração é apresentada revelando que ele construiu um bosque (1 Rs 16.33). Não se trata da construção de um simples arvoredo, era a tentativa de misturar elementos de culto judaico com elementos de culto cananeu,  a criação de um ambiente de culto pagão preparado pelo rei, onde se encontrava troncos de árvores com imagens de esculturas, lugar em que o povo era incentivado a reunir-se para adorar a Baal e Asera (sugestão de leitura no rodapé), ou seja, Acabe institucionalizava a apostasia dos judeus, o governo de Acabe patrocinava a idolatria em Israel, induzia o povo de Deus a afastar-se dEle. Apostatar é o mesmo que renunciar. Não é possível abandonar aquilo que nunca foi nosso. O apóstolo Paulo não afirmaria que alguns largariam a fé se em alguma fase da vida não a possuíram.

II. A Ascensão de Acabe ao trono de Judá

Acabe foi um rei de Israel, marido de Jezabel, que foi condenado por sua idolatria e suas más ações. Acabe cometeu muitos pecados e deixou sua esposa cometer atrocidades em Israel. O profeta Elias viveu no tempo do rei Acabe. Era um rei poderoso e próspero, que fez várias grandes obras de construção. Mas ele fez o que Deus reprova e promoveu a idolatria em Israel. Influenciado por sua esposa, Acabe passou a adorar o deus Baal. A Bíblia diz que ele foi pior que todos os reis de Israel que vieram antes dele! (1 Rs 16.32,33). Por causa do pecado de Acabe, Elias profetizou que não iria chover. Depois de três anos de seca, Elias confrontou Acabe por seu pecado e matou todos os sacerdotes idólatras do país. Acabe voltou para casa e contou o que tinha acontecido a Jezabel, que jurou matar Elias (1 Rs 19.1,2).

III. A Aliança de Acabe com Jezabel

Jezabel foi esposa de Acabe, que reinou sobre as dez tribos do norte de Israel de 874 a 853 a.C. Acabe destacou-se pelo sucesso militar e político, mas era “fraco em questões religiosas”, pois: “fez Acabe, filho de Onri, o que era mau perante o Senhor, mais do que todos os que foram antes dele” (1 Rs 6.30). Ele escolheu casar-se com Jezabel, filha de Etbaal, um sumo sacerdote e rei pagão. Conforme o relato bíblico referente a Acabe: “tomou por mulher a Jezabel, filha de Etbaal, rei dos sidônios; e foi, e serviu a Baal, e o adorou” (1 Rs 16.30,31). “A malvada esposa de Acabe, Jezabel, provinha da cidade Fenícia de Tiro, de onde seu pai havia sido sumo sacerdote e rei. Jezabel adorava ao deus Baal”.1 Tomando em conta que Baal simplesmente significa “senhor”, Jezabel e Acabe introduziram uma contrafação de Deus e de sua religião em Israel. Portanto, Acabe, “incitado por Jezabel”, introduziu o culto a Baal em Israel (1 Rs 21.25,26). Para agradar a esposa, Acabe edificou um templo e um altar para Baal (1 Rs 16.32). E promoveu, assim, a idolatria, “até que quase todo Israel estava indo após Baal”. “O Baal mencionado aqui era considerado o deus que enviava chuva e fazia as colheitas crescerem. Os adoradores de Baal se envolviam em uma espécie de fornicação sagrada no templo para louvá-lo como a fonte da vida. Às vezes o povo até oferecia seus filhos a Baal como sacrifícios queimados” (Jr 19.5). O casamento de Acabe com Jezabel cumpriu uma agenda política e interesseira, mas não a vontade de Deus. Biblicamente, aquela união foi um adultério espiritual e uma traição a Deus. A influência deles, como lepra, aprofundou o sincretismo religioso e a apostasia da nação. Ao mesmo tempo que o povo professava servir a Jeová, também servia a Baal. Eles “coxeavam entre dois pensamentos” (1 Rs 18.21).

IV. A Degradação moral e espiritual de Acabe

Acabe não teve temor a Deus. Ele adorou os deuses falsos de sua esposa, Jezabel, e construiu templos para eles. Somente Deus merece adoração mas Acabe ignorou os mandamentos de Deus e procurou a proteção de ídolos inúteis (1 Rs 21.25,26). Além disso, ele promoveu a idolatria pelo país inteiro! Tudo tinha que ser do jeito que Acabe queria. Se não conseguia o que queria, ele ficava zangado e até fazia birra! Uma vez, Acabe quis comprar a vinha de um homem chamado Nabote, que era seu vizinho, para plantar uma horta. Mas Nabote se recusou a vender sua vinha, que pertencia a sua família. Por causa disso, Acabe se deitou na cama, embirrado (1 Rs 21.3,4). Contra os mandamentos de Deus, ele cometeu idolatria, casou com uma mulher estrangeira idólatra, foi cúmplice de assassinato e da perseguição aos profetas de Deus (1 Rs 16.30-32).

Conclusão

Na sociedade moderna, os religiosos que seguem as determinações bíblicas rigidamente são considerados fundamentalistas, fanáticos, retrógradas. E para esquivar-se dessa hostilidade, muitos que se apresentam como cristãos  praticam a religião proposta por Acabe - uma fé misturada. A filosofia da atualidade é: adore a Deus, mas não precisa seguir à risca os princípios bíblicos, relativize as propostas das Escrituras Sagradas. Adapte a Palavra de Deus a você, não permita que ela molde você. Ao contrário de Jezabel, Acabe não teve iniciativa bastante clara de matar profetas e nem de erradicar a religião judaica de Israel. Ele tentou misturar religiões. São muitos que hoje em dia desejam viver uma religião cristã cheia de misturas com diversos movimentos religiosos. E isso nos leva a perguntar: como vai a sua fé? Quais são as bases de suas decisões diárias? Só a Bíblia Sagrada deve ser a nossa regra de fé e conduta (Sl 119.109).