segunda-feira, 27 de setembro de 2021

A Graça de Deus na vida de Pedro

 




Por Leonardo Pereira



Dá para imaginar o olhar fixo e confiante e a voz forte de Pedro quando, na noite antes de crucificação de Cristo, esse discípulo disse que jamais abandonaria Jesus. É um dos poucos episódios registrados em todos os quatro relatos do evangelho no Novo Testamento: “Disse-lhe Pedro: Ainda que venhas a ser um tropeço para todos, nunca o serás para mim” (Mt 26.33). “Disse-lhe Pedro: Ainda que todos se escandalizem, eu, jamais!” (Mc 14.29). “Ele, porém, respondeu: Senhor, estou pronto a ir contigo, tanto para a prisão como para a morte” (Lc 22.33). “Replicou Pedro: Senhor, por que não posso seguir-te agora? Por ti darei a própria vida” (Jo 13.37). E todos os relatos registram a mesma resposta de Jesus. Ele disse que Pedro o negaria três vezes naquela mesma noite (Mt 26.34; Mc 14.30; Lc 22.34; Jo 13.38). Pedro não aceitou essas palavras de Jesus, e insistiu que jamais negaria seu Mestre. Na hora da provação, Pedro negou Jesus três vezes! Ele fingiu ignorância sobre Jesus e chegou a jurar e maldizer nas suas negações enfáticas de Jesus (Mt 26.69-74).

Muita Diferença!

Pedro poderia ter cometido pecado maior? Depois de três anos acompanhando Jesus por perto, observando sua bondade, amor e perfeição moral e, especialmente, depois de confessar com convicção sua fé em Jesus como “o Cristo, o Filho do Deus vivo” (Mt 16.16), como este apóstolo chegaria a negar conhecimento de Jesus? Será que o pecado de Judas, que admitiu conhecimento mas entregou Jesus aos seus inimigos, foi maior? É difícil ver muita diferença nos pecados destes dois apóstolos.

Fato Interessante

Lucas é o único dos quatro evangelistas a contar um fato especialmente interessante sobre aquela noite. Durante a série de julgamentos de Jesus, houve um momento em que Jesus “fixou os olhos em Pedro, e Pedro se lembrou da palavra do Senhor, como lhe dissera: Hoje, três vezes me negarás, antes de cantar o galo” (Lc 22.61). Jesus conhecia o coração de Pedro, e não precisava olhar para saber o que acontecia com esse apóstolo. Mas, naquele momento, Pedro sabia que Jesus olhava para seu íntimo e viu seus atos de traição. Quando Pedro enxergou o tamanho do seu pecado contra Jesus, ele saiu e chorou amargamente (Mt 26.75). Ele havia chegado ao fundo do abismo de afastamento do Senhor.

Depois da sua ressurreição, Jesus convidou Pedro a receber o perdão e se reconciliar com ele. Logo depois de sair do túmulo, Jesus mandou uma mensagem para os apóstolos e destacou Pedro (Mc 16.7). Pedro bem sabia que merecia a censura e até o castigo divino por seus atos, mas mesmo assim não tentou fugir do Senhor (essa é a grande diferença entre Pedro e Judas Iscariotes). Ficou com os outros apóstolos quando Jesus apareceu a eles (Mc 16.14). Durante seis semanas, Jesus andou com seus 11 apóstolos. Pedro viu novamente as provas da sua divindade e seu caráter misericordioso. Mas Jesus sabia que Pedro precisava ouvir as palavras de aceitação, e não deixou a terra antes de confirmar para Pedro a sua graça e perdão. O homem que negou a Jesus três vezes teve oportunidade de afirmar seu amor por ele três vezes, e ouviu três vezes a chamada do seu Senhor ao importante trabalho de apascentar as suas ovelhas. E aquele apóstolo, apesar de ter vacilado terrivelmente na noite dos julgamentos de Jesus, ouviu a afirmação do Senhor de que ele continuaria fiel até morrer por Jesus (Jo 21.15-19).

As Boas Novas do Senhor

Logo após a ascensão de Jesus, Pedro começou a pregar as boas novas do Senhor. Ele pregou sobre Jesus que se fez carne, viveu como homem sem pecar e morreu na cruz para estender sua misericórdia para todos que se mostram dispostos a se converter ao Senhor. Ele pregou o evangelho da graça de Jesus, porque ele mesmo recebeu esta graça. Pedro, um fraco e desprezível pecador, foi perdoado pela misericórdia de Jesus Cristo!



Referências:

LOPES, Hernandes Dias. Pedro - Pescador de Homens. São Paulo: Hagnos, 2015.

Bíblia Sagrada. Almeida Revista e Corrigida. São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 2009.

RIBEIRO, Anderson. A Mensagem de Cristo. São Paulo: Evangelho Avivado, 2020.


Recomendação de Leitura do Mês - O Calendário da Profecia (Antonio Gilberto)

 




Por Leonardo Pereira



Grandes livros (obras primas) se destacam pelos seus grandes autores e no âmbito evangélico não é diferente. Temas bíblicos em estudo voltados para a vida humana (antropologia), igreja (Eclesiologia) e a própria Bíblia (Bilbiologia) são fascinantes aos olhos dos estudantes da Palavra de Deus. Contudo, há um tema em que muitos gostam de se aventurar e outros que por receio já o evitam com temor e tremor, que é a Escatologia Bíblia, o estudo do fim dos tempos, um tema bastante complexo mas extremamente interessante e importante para as nossas vidas e as vidas de muitas pessoas. Dentre tantos autores e escritores que escreveram sobre este tema, um tem o seu destaque e grande contribuição para todos, que é o pastor Antonio Gilberto da Silva.

Antonio Gilberto é consultor doutrinário da CPAD, membro da Casa de Letras Emílio Conde, mestre em Teologia, graduado em Psicologia, Pedagogia e Letras, membro da diretoria da Global University nos Estados Unidos e autor dos livros “Mensagens, Estudos e Explanações em 1 Coríntios”, “O Calendário da Profecia”, “O Fruto do Espírito”, “A Bíblia: o livro, a mensagem e a história”, “A Prática do Evangelismo Pessoal”, “Verdades Pentecostais”, “A Bíblia através de séculos”, “Crescimento em Cristo” e “Manual de Escola Dominical”, todos títulos da CPAD, sendo este último o seu maior best-seller, com mais de 200 mil exemplares vendidos.

Muitos se intitulam videntes, astrólogos, magos, adivinhos, futurólogos ou profetas – todas a serviço da credulidade de uns e da sede da verdade de outros quanto ao seu próprio futuro ou ao futuro do mundo e da humanidade. Em meio a essa multidão de crédulos e de falsários, o fiel cristão precisa conhecer o que lhe reserva o futuro. As profecias sempre chamaram a atenção da humanidade, e muitos dos que se disseram profetas não puderam ser reconhecidos como tais, pois suas mensagens são obscuras e nunca se cumpriram.

Para responder a essas e outras importantes perguntas sobre as últimas coisas, o pastor Antonio Gilberto escreve O Calendário da Profecia, um verdadeiro tratado de escatologia. A escatologia, ou o estudo das últimas coisas, trata dos acontecimentos que hão de ocorrer no chamado fim dos tempos. Questões como a volta de Jesus, o arrebatamento da igreja, o domínio do Anticristo e a “grande tribulação”, e o julgamento final dos ímpios são alguns desses temas que fazem parte do calendário da profecia. Esses eventos possuem uma cronologia, uma sequência de atos que estão descritos na Bíblia e que, por meio desta obra, serão apresentados e compreendidos da forma correta.

Nos 11 capítulos deste livro, o autor faz uma análise minuciosa e ensina-nos sobre os principais eventos que estão para acontecer segundo as Escrituras, fechando a obra com um detalhado sumério geral dos eventos escatológicos, aprofundando o leitor ainda mais no assunto e mostrando que a Bíblia é, de fato, a santa e inerrante Palavra de Deus. O Calendário da Profecia é um verdadeiro tratado escatológico sobre eventos que estão para acontecer, referentes ao futuro do mundo e da humanidade. Leia este livro e veja o que Deus reservou para estes dias. Descubra o que há por trás das figuras e símbolos da última mensagem da Bíblia.


sábado, 25 de setembro de 2021

Comentário Bíblico Mensal: Setembro/2021 - Capítulo 5 - Roguemos ao Senhor da Seara por Ceifeiros na Obra

 




Comentarista: Gustavo Linhares



Texto Bíblico Base Semanal: 2 Coríntios 1.3-14

3. Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias e Deus de toda a consolação, 

4 que nos consola em toda a nossa tribulação, para que também possamos consolar os que estiverem em alguma tribulação, pela consolação com que nós mesmos somos consolados por Deus. 

5 Porque, como as aflições de Cristo transbordam para conosco, assim também por meio de Cristo transborda a nossa consolação. 

6 Mas, se somos atribulados, é para vossa consolação e salvação; ou, se somos consolados, para vossa consolação é a qual se opera suportando com paciência as mesmas aflições que nós também padecemos; 

7 e a nossa esperança acerca de vós é firme, sabendo que, como sois participantes das aflições, assim o sereis também da consolação. 

8 Porque não queremos, irmãos, que ignoreis a tribulação que nos sobreveio na Ásia, pois que fomos sobremaneira oprimidos acima das nossas forças, de modo tal que até da vida desesperamos; 

9 portanto já em nós mesmos tínhamos a sentença de morte, para que não confiássemos em nós, mas em Deus, que ressuscita os mortos; 

10 o qual nos livrou de tão horrível morte, e livrará; em quem esperamos que também ainda nos livrará, 

11 ajudando-nos também vós com orações por nós, para que, pela mercê que por muitas pessoas nos foi feita, por muitas também sejam dadas graças a nosso respeito. 

12 Porque a nossa glória é esta: o testemunho da nossa consciência, de que em santidade e sinceridade de Deus, não em sabedoria carnal, mas na graça de Deus, temos vivido no mundo, e mormente em relação a vós. 

13 Pois outra coisa não vos escrevemos, senão as que ledes, ou mesmo reconheceis; e espero que também até o fim as reconhecereis; 

14 como também já em parte nos reconhecestes, que somos a vossa glória, assim vós sereis a nossa no dia do Senhor Jesus. 

Momento Interação

Todos são chamados para pregar a palavra de Deus! Você pode pregar de várias maneiras diferentes; não existe uma única fórmula para pregar (Mc 16.15). No entanto, a Bíblia dá vários conselhos sobre como pregar a palavra de Deus. Pregar significa anunciar, expor ou explicar a palavra de Deus. Algumas pessoas são chamadas para pregar com sermões e estudos bíblicos mas todos podemos pregar de outras maneiras. A Bíblia deve ser a base e o centro de toda pregação (2 Tm 3.16,17). Você pode usar outras histórias e exemplos para ilustrar situações mas a mensagem principal deve ser sempre fundamentada na Bíblia. Somente a palavra de Deus tem autoridade suprema. Procuremos fundamentar suas ideias e argumentos na Bíblia. Nosso objetivo principal ao pregar é revelar e explicar a palavra de Deus, para que outros ganhem entendimento e sejam edificados.

Introdução

Você já pensou em ser missionário? Se você não pensou, saiba que Deus tem planos missionários em sua vida. Pode ser onde você está. Pode ser do outro lado do mundo. O lugar é com Ele. A sua parte é ter o coração pronto para obedecer. Vamos ouvir a voz de Deus? Quando entendemos nosso papel de testemunhas, começamos a perceber as muitas oportunidades que temos para servir ao Senhor. “Aproveitai as oportunidades” (Cl 4.5). Quando analisamos a Palavra de Deus, nela nós percebemos que o primeiro gesto missionário de Deus aconteceu na criação. Depois de ter criado todas as coisas através da Palavra. Deus decide criar o ser humano. Mas esta criação se dá de forma especial.

A missão vai ter sempre o seu início naquele que é o missionário por excelência, o próprio Deus. Neste caso, precisamos entender com clareza que “a missão é anterior ao povo de Israel e a Igreja; ela começou com Deus em sua interação de Criador e com o seu amor” . A missão nasce então, do envolvimento de Deus com sua criação, trata-se de um envolvimento profundo, um envolvimento de amor cuja finalidade é a promoção do ser humano. O que deve mover o ardor missionário e com ele a evangelização, não é o desejo de encher a igreja de membros, mas o amor pelas almas associado ao desejo de promovê-las. Isto é, elevar seu nível e qualidade de vida. Trata-se aqui de pensarmos em missão num sentido integral, cuja finalidade é a promoção total do ser humano, envolvendo-o e transformando-o no âmbito religioso, social, político, étnico e ético.

I. A Perseverança nas Missões Evangelísticas

Qual é, portanto, o grande plano e propósito de Deus? Uma das respostas mais concisas a essa pergunta é dada por Paulo. Deus “revelou o mistério da sua vontade, de acordo com o seu bom propósito que ele estabeleceu em Cristo, isto é, de fazer convergir em Cristo todas as coisas, celestiais ou terrenas, na dispensação da plenitude dos tempos” (Ef 1.9,10, NVI). Quando Paulo fala da “vontade de Deus”, ele (normalmente) não se refere à orientação pessoal de Deus para nossa vida individualmente, mas a seu grande propósito cósmico para todo tempo e espaço. E Paulo diz: o plano de Deus é trazer cura e unidade para toda a criação em e através de Cristo. A missão de Deus é redimir toda a criação, ferida pelo pecado e pelo mal, em uma nova criação, povoada pelos redimidos de todas as culturas, através da cruz e da ressurreição de Cristo. Penso que é isso a que Paulo se referiu ao dizer “toda a vontade de Deus” (At 20.27). É o plano de Deus desde Gênesis até Apocalipse. Ele inclui toda a grande narrativa bíblica: criação – queda – redenção – nova criação, centrada em e unida em Cristo.

Missão, portanto, é fundamentalmente a atividade de Deus, levando adiante toda a história e trazendo-a à sua gloriosa conclusão. Toda a Bíblia revela a missão de Deus de trazer unidas sob Cristo todas as coisas, no céu e na terra, reconciliando-as através do sangue da sua cruz. No cumprimento da sua missão, Deus transformará a criação ferida pelo pecado e pelo mal em uma nova criação na qual não exista mais pecado nem maldição. Deus cumprirá sua promessa a Abraão de abençoar todas as nações na terra, através do evangelho de Jesus, o Messias, a semente de Abraão. Deus transformará o mundo partido formado pelas nações espalhadas sob o juízo de Deus em uma nova humanidade, de toda tribo, nação, povo e língua, redimida pelo sangue de Cristo, reunidos ali para adorar nosso Deus e Salvador. Deus destruirá o reino de morte, corrupção e violência quando Cristo voltar para estabelecer seu reino eterno de vida, justiça e paz. Então, Deus, Emanuel, habitará conosco, e o reino do mundo se tornará o reino do nosso Senhor e do seu Cristo e ele reinará para sempre e sempre.

E o nosso papel? Quem somos nós e para que estamos aqui? Qual é a missão do povo de Deus? A declaração acima deve pelo menos nos preparar para esperarmos que a resposta seja claramente ampla, pois se a Bíblia nos mostra que a grande missão de Deus é tão abrangente em escopo, então a missão da igreja deve ter uma amplitude análoga. Não no sentido de que possamos fazer tudo o que Deus faz. Deus é Deus e nós não somos! Mas no sentido de que quando Deus nos chama para participar com ele no cumprimento do seu grande propósito para a criação e a humanidade, ele nos chama de fato para uma tarefa realmente grande.

II. O Progresso das Missões Evangelísticas

Todo missionário tem um período de visita às igrejas. Ofereça hospedagem, chame para uma refeição. Você pode abençoar muito a família missionária, e sua família será grandemente abençoada também. É comum os missionários voltarem do campo esgotados e cansados, precisando de amigos, refúgio, cuidados e férias de verdade. Os que têm filhos precisam de tempo como casal. Enfim, os missionários têm necessidades como todas as pessoas e, quando estão fora do campo, precisam recarregar as forças emocionais e físicas, e renovar a visão. Aproxime-se, seja sensível. Abra seu coração e sua casa para acolher os que têm dado a vida no campo missionário.

Na igreja primitiva, os cristãos entendiam que tudo o que tinham, inclusive as casas, era para serviço ao Senhor. Os lares estavam sempre abertos para oração, comunhão e refeições (At 2.42-47). A sua casa pode ser um local de refúgio para os vizinhos angustiados e corações abatidos. Você pode abençoar muitos com estudos bíblicos, em pequenos grupos. Gastamos muito tempo cuidando de coisas, mas o Senhor nos chama para cuidar de pessoas. Por isso é preciso planejar, separar tempo, convidar pessoas e investir em relacionamentos. Não precisa ser nada muito elaborado e nem caro. O objetivo é desenvolver relacionamentos e estar aberto ao que Deus quer fazer. Faça um bolo e chame algumas vizinhas para um chá à tarde, leia um texto bíblico, compartilhe sua fé; ouça os outros. Busque as pessoas. Quando a igreja primitiva tinha a casa aberta, “acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que indo sendo salvos” (At 2.47).

Para abordar as necessidades do campo missionário, oferece-se ao cristão uma escolha entre três opções: orar, ir ou contribuir. Mas a Bíblia não coloca essa divisão; somos chamados a fazer as três coisas, e uma não exclui as outras! Se o nosso coração estiver em missões, nossos joelhos estarão dobrados, nosso testemunho alcançará pessoas e nosso bolso estará investindo no que é eterno! (Mt 6.19-21). Nossa cultura tem o costume de dar para missões aquilo que não serve mais. Com muita tristeza, missionários recebem roupas rasgadas e completamente fora de moda, medicamentos vencidos, brinquedos quebrados, livros rasgados e por aí afora. A obra missionária não deve ser feita com nossos restos, mas com aquilo que revela o amor do Pai. Em 1 Crônicas 21.23-34, Davi se recusa a dar ao Senhor algo que não lhe custasse nada. Ele queria pagar o preço, investir! Davi era generoso com as coisas de Deus, e o povo seguiu seu exemplo, dando voluntariamente e liberalmente ao Senhor (2 Cr 29.9).

III. As Missões Evangelísticas no Brasil e no Mundo

Nos últimos momentos com os discípulos, Cristo fez questão de enfatizar a necessidade de o Seu rebanho permanecer anunciando as boas-novas do Evangelho. Uma determinação explícita na Bíblia. “Jesus se aproximou deles e disse: ‘Toda a autoridade no céu e na terra me foi dada. Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinem esses novos discípulos a obedecerem a todas as ordens que eu lhes dei. E lembrem-se disto: estou sempre com vocês, até o fim dos tempos’” (Mt 28.18-20); “Ide por todo o mundo, pregai o Evangelho a toda criatura” (Mc 16.15).

Diz a lei ainda que devemos iniciar esse trabalho pela família. “Porque, se alguém não sabe governar a sua própria casa, terá cuidado da Igreja de Deus?” (1 Tm 3.5). Embora pareça simples cumprir essa ordenança, é preciso ter motivação, saber lidar de forma diferenciada com as finanças e se deixar ser ferramenta divina. Fato é que, mesmo em meio à nossa família, junto aos vizinhos ou amigos, muitos de nós vêm apresentando dificuldade em expressar o amor a Cristo ou não têm ficado atento à grande missão. Felizmente, há muitos crentes que arregaçaram as mangas e mergulharam de cabeça no desafio do Ide. Além de atuarem em meio à comunidade em que vivem, decidiram levar o conforto da fé a áreas de risco ou a comunidades mais isoladas, de difícil acesso.

“Porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: Quão formosos os pés dos que anunciam a paz, dos que anunciam coisas boas!” (Rm 10.13-15). Adoniran Judson, missionário americano que atuou na Birmânia (Myanmar) por quase 40 anos, disse que “muitos crentes consagrados jamais atingirão os campos missionários com os seus próprios pés, mas poderão alcançá-los com os seus joelhos”.

A situação missionária atual não é das melhores, pois das 258 tribos indígenas brasileiras apenas 34 possuem o Novo Testamento em sua língua. Isto é, 136 não têm nada da Bíblia traduzido, e 118 não possuem missionários. A janela 10/40, a área mais perigosa do mundo para se pregar o Evangelho, possui os 62 países menos evangelizados do mundo, 97% dos povos não alcançados e 82% da população mais pobre do mundo.

A SITUAÇÃO DO BRASIL, SEGUNDO O IBGE (2000):

71 cidades com menos de 1% de evangélicos;
A média de evangélicos nas regiões brasileiras é de 15,41%. Porém, no Nordeste a média é de 10,26%;
Em 12 estados brasileiros a taxa está acima de 20%. Porém, no Nordeste não há nenhum estado com mais de 15% de evangélicos. Em 6 estados do Nordeste a população de evangélicos está abaixo de 10% (AL, CE, PB, PI, RN e SE);
Desses 6 estados, a Paraíba é o que possui a maior concentração de cidades com menos de 5% de evangélicos;
Alagoas possui a maior concentração de cidades com menos de 1% de evangélicos;
O Piauí é o que possui a população com o menor percentual de evangélicos do país;
11 cidades brasileiras possui o índice de “0” (zero) evangélicos;
O Rio Grande do Sul é o estado com o maior número de cidades com índice “zero” de evangélicos (9 cidades);
Existem 11 cidades no Brasil sem nenhuma presença evangélica: Queluzito (MG), Carrapateira (PB), Boa Vista do Sul (RS), Nova Alvorada (RS), Nova Roma do Sul (RS), Protásio Alves (RS), Relvado (RS), Santo Antônio do Palma (RS), São Jorge (RS), União da Serra (RS), Vespasiano Correa (RS);

Conclusão

Além do compromisso com o Senhor, alguns requisitos são necessários. O voluntário ou missionário estarão em culturas diferentes (mesmo dentro do seu país). É preciso ter disposição para se adaptar ao clima, à alimentação, às condições de hospedagem, ao ritmo de trabalho, às estratégias de evangelismo. É importante verificar os cuidados de saúde para a região aonde vai, como vacinas, por exemplo. É necessário respeitar a realidade que encontramos; não diminuir as pessoas; não fazer piadas com as diferenças entre seu contexto e o do outro; estar disposto a demonstrar amor, apesar das diferenças!

O perfil dos voluntários em missões de curto prazo é bem variável. Apesar de todas as orientações, não é raro encontrar aqueles que chegam mais interessados em conhecer novos lugares do que pregar o evangelho. Outros acham que é algo como retiro da igreja, acampamento. Outros ainda acham que são algum tipo de super-herói cristão, um Indiana Jones missionário. As motivações podem ser diferentes, mas é certo que Deus trabalha em todos os lados: nas pessoas que recebem a atenção e nas que se dispõem a servir. Em cada vida Deus tem algo pessoal a fazer, e Ele faz!

É muito comum ser invadido por um sentimento de frustração frente às limitações. Temos a impressão que podemos fazer tão pouco ou quase nada, diante de tantos problemas sociais, econômicos, familiares, espirituais. Nesses momentos, levante os olhos, olhe para o Senhor e creia que Deus pode e usa o seu pouco para alcançar e abençoar o outro. O pouco aos seus olhos, colocado nas mãos do Pai, se transforma em muito.


Recomendação de Leitura da Semana: BARROS, Emanuel. Uma Vida de Frutificação. São Paulo: Evangelho Avivado, 2021.


Comentário Bíblico Mensal: Setembro/2021 - Capítulo 4 - Os Desafios nas Missões Evangelísticas

 




Comentarista: Gustavo Linhares



Texto Bíblico Base Semanal: João 15.15-27


15. Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas chamei-vos amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos dei a conhecer. 

16. Vós não me escolhestes a mim mas eu vos escolhi a vós, e vos designei, para que vades e deis frutos, e o vosso fruto permaneça, a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo conceda. 

17. Isto vos mando: que vos ameis uns aos outros. 

18. Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós, me odiou a mim. 

19. Se fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; mas, porque não sois do mundo, antes eu vos escolhi do mundo, por isso é que o mundo vos odeia. 

20. Lembrai-vos da palavra que eu vos disse: Não é o servo maior do que o seu senhor. Se a mim me perseguiram, também vos perseguirão a vós; se guardaram a minha palavra, guardarão também a vossa. 

21. Mas tudo isto vos farão por causa do meu nome, porque não conhecem aquele que me enviou. 

22. Se eu não viera e não lhes falara, não teriam pecado; agora, porém, não têm desculpa do seu pecado. 

23. Aquele que me odeia a mim, odeia também a meu Pai. 

24. Se eu entre eles não tivesse feito tais obras, quais nenhum outro fez, não teriam pecado; mas agora, não somente viram, mas também odiaram tanto a mim como a meu Pai. 

25. Mas isto é para que se cumpra a palavra que está escrita na sua lei: Odiaram-me sem causa. 

26. Quando vier o Ajudador, que eu vos enviarei da parte do Pai, o Espírito da verdade, que do Pai procede, esse dará testemunho de mim; 

27. e também vós dareis testemunho, porque estais comigo desde o princípio.

Momento Interação

Nossa cultura tem o costume de dar para missões aquilo que não serve mais. Com muita tristeza, missionários recebem roupas rasgadas e completamente fora de moda, medicamentos vencidos, brinquedos quebrados, livros rasgados e por aí afora. A obra missionária não deve ser feita com nossos restos, mas com aquilo que revela o amor do Pai. Em 1 Crônicas 21.23-34, Davi se recusa a dar ao Senhor algo que não lhe custasse nada. Ele queria pagar o preço, investir! Davi era generoso com as coisas de Deus, e o povo seguiu seu exemplo, dando voluntariamente e liberalmente ao Senhor Jesus Cristo (2 Cr 29.9). Para abordar as necessidades do campo missionário, oferece-se ao cristão uma escolha entre três opções: orar, ir ou contribuir. Mas a Bíblia não coloca essa divisão; somos chamados a fazer as três coisas, e uma não exclui as outras! Se o nosso coração estiver em missões, nossos joelhos estarão dobrados, nosso testemunho alcançará pessoas e nosso bolso estará investindo no que é eterno (Mt 6.19-21).

Introdução

Pesquisas recentes indicam que a maioria dos religiosos se considera boa e que Deus a ama por causa das coisas boas que faz. Uma visão que demonstra as densas trevas que pairam sobre a humanidade. Pode um pecador, sem a ajuda de Deus, deixado sozinho, escolher a Cristo, abandonar o pecado, abraçar a verdade, receber o evangelho, crer e ser salvo? Se você disser que sim, então você não entende a natureza pecaminosa do homem e sua terrível condição de cegueira e rebeldia. É uma mentira que há bondade no homem. Há uma total incapacidade de compreender Deus. “Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou o não trouxer” (Jo 6.44).

Ouço pessoas falando positivamente sobre Deus: “Deus te abençoe”, falando de um Deus que elas odeiam. Por que eu digo que eles odeiam a Deus? Porque elas odeiam seus mandamentos, seus padrões morais, odeiam a Escritura, odeiam a justiça e estão confortáveis com o pecado e a iniquidade. Você ouve as pessoas dizerem: “Eu amo a Deus e eu sou um cristão, apesar de eu viver no pecado”. Mas elas não amam a Deus; não conhecem a Deus. Inventaram um deus que tolera suas iniquidades. E quando um cristão verdadeiro apresenta a elas o verdadeiro Deus que confronta o pecado, o ódio que elas têm para com Deus se vira também contra o cristão.

Você só pode conhecer a Deus se conhecer a Cristo. Ele é o único caminho para Deus (Jo 14.6). Você não pode vir a Cristo e confessá-Lo como Senhor a menos que o Espírito Santo lhe permite fazê-lo (1 Co 12.3). Clame a Deus para ter misericórdia e dar-lhe vida, se você não conhece o Deus da Bíblia.

I. O Mundo irá Odiar os Mensageiros da Palavra do Senhor

Estamos gratos ao Senhor porque Ele está levantando pregadores da Palavra de Deus na África. Não há outra forma pela qual a salvação chegue às nações, senão a que Deus instituiu que é a pregação do Evangelho. O Evangelho é para todas as nações! Quando será o fim do mundo? Quando se realizará o clímax da História? Será que podemos ver acontecendo hoje alguma coisa daquilo que Jesus descreve no capítulo 24 de Mateus? Será que hoje há nação se levantando contra nação e reino contra reino? Será que hoje há fome e terremotos em vários lugares? Estes são princípios das dores do “parto” quando o reino de Deus está nascendo. Muitas pessoas são perseguidas por causa da fé e muitos são odiados em todas as nações; muitos falsos profetas têm surgido e a fé de muitos, a fé da grande maioria está se esfriando. Mas a Bíblia diz que “aquele que perseverar até o fim será salvo”.

O Evangelho precisa ser pregado e anunciado publicamente; precisa ser proclamado com autoridade. Este evangelho das BOAS NOVAS precisa ser pregado em todas as nações. Jesus afirmou que o Evangelho precisa ser pregado a todas as nações e somente assim virá o fim ― “E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então, virá o fim”. Estamos começando a experimentar o que os cristãos, através da história da igreja, têm experimentado. Nós não devemos nos surpreender. Foi exatamente o que o Senhor nos disse. E como qualquer outra coisa que Ele disse, é de uma precisão extrema. As palavras no capítulo 15 de João foram dadas por nosso Senhor aos seus onze discípulos, depois que Judas saiu para configurar a traição. Era noite antes da crucificação. Até este ponto, a conversa tinha sido sobre o amor. Tudo começou no capítulo 13, passou pelo capítulo 14 e foi através da primeira parte do capítulo 15.

Era uma espécie de uma noite de amor. Jesus estava mostrando seu amor a eles. Ele estava fazendo todos os tipos de promessas sobre alegria, paz, a vinda do Espírito Santo, produção de frutos e suas bênçãos, orações respondidas, e de que todos os recursos do Céu estariam disponíveis para eles. Ele estava indo embora, e eles estavam em uma espécie de pânico sobre sua saída. E assim Jesus os conforta com todas estas promessas que saem do Seu amor por eles, e são promessas que se estendem para todos os crentes através de toda a história. Mas aquela noite de amor mudou drasticamente no versículo 18 de João 15. No versículo 18, a palavra “ódio” aparece duas vezes no grego. E, em seguida, ele aparece novamente, e novamente, e novamente, e novamente, através dos versos acima. E, de repente, uma noite de amor se transforma em uma noite de ódio. É uma mudança dramática. Os discípulos estavam tentando compreender todas as promessas de amor, agora são confrontados com o fato de que, enquanto eles são amados por Deus, eles seriam odiados pelo mundo.

 Os cristãos são as pessoas mais amadas por Deus, e eles são os mais odiados de todas as pessoas por Satanás. Os verdadeiros cristãos são, de todas as pessoas, os mais amados por Deus e, portanto, presenteados com todas as bênçãos do céu. Bem como são os mais odiados por Satanás, e, portanto, combatidos por tudo que o inferno tem de pior. E eles vivem nesse mundo como os mais amados e os mais odiados; os mais abençoados e os mais agredidos. Eles têm os incomparáveis tesouros espirituais, mas estão propensos a ter que perder tudo desta terra, literalmente tudo. É assim como vivem aqueles que amam a Cristo. É por isso que Jesus recomendou fazer as contas dos custos antes de alguém decidir segui-lo (Lc 14.26-33).  O verdadeiro cristão será amado por Deus, mas será odiado pelo mundo.

II. Os Mensageiros da Palavra do Senhor não são do Mundo

Não queremos dizer que é o ambiente físico, o planeta ou a criação. No contexto bíblico, mundo é o “kosmos” (do grego “κόσμος”). Kosmos é um sistema ordenado. O oposto do “kosmos” no grego é o caos. Caos é uma realidade desordenada. O mundo é um sistema ordenado. É um Kosmos. O mundo, como um sistema ordenado, é um sistema ordenado do mal, caído e caindo. Ele continua a cair. É um sistema de pessoas não regeneradas controlados por Satanás e seus demônios. É um sistema de mentiras e enganos que se levanta contra o conhecimento de Deus. Este é o mundo: É um sistema de mentiras e enganos satânicos que trabalha na dimensão moral e espiritual. Porque esta é a mensagem que ouvistes desde o princípio: que nos amemos uns aos outros. Não como Caim, que era do maligno, e matou a seu irmão. E por que causa o matou? Porque as suas obras eram más e as de seu irmão justas. Meus irmãos, não vos surpreendeis, se o mundo vos odeia (1 Jo 3.11-13).

Por que o mundo odeia os cristãos? Suas obras são más e as dos cristãos são justas. Isto é um problema para o mundo. Somos como uma consciência para o mundo. Tantos pontos óbvios em que você pode demonstrar isso no mundo de hoje. Dizer que a homossexualidade, a mentira, o adultério, a fornicação, a ganância e tantos outros pecados são frutos da natureza caída do homem e que o levará ao inferno, é algo que trará uma reação violenta de um sistema organizado que milita contra Deus.

A razão pela qual o mundo quer nos marginalizar e nos banir do discurso público é porque ele ama o mal e nós amamos a santa justiça. O cristão “está em Cristo e nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (2 Co 5.17). Ele ama o que é verdadeiro, justo e o que é honroso por causa da vida de Cristo em nós. Estamos em choque com o que o mundo ama. Fomos escolhidos do mundo, tirados de sua influência, por isso o mundo nos odeia. O mundo é um sistema do mal que inclui também a religião e qualquer ideologia anti-Deus e anti-Bíblia.

"Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, e não vem para a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas" (Jo 3.20). Então, quem faz o mal odeia a luz. E quem pratica o mal? O mundo. O mundo odeia a luz. O que os cristãos são para o mundo? “Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte” (Mt 5.14). O mundo odeia a luz. Os verdadeiros cristãos são a luz do mundo. Eles lançam luz sobre a iniquidade. Puxam a rocha e descobrem o mal embaixo. Eles são odiados por causa disso. Assim o mundo nos odeia porque nós não somos parte do sistema do mal. Enfrentamos esse sistema, condenamos este sistema e incomodamos esse sistema com as nossas vidas e a mensagem do evangelho.

III. A Perseguição será implacável aos Mensageiros do Senhor

Para quem não é de fato convertido e que por conseguinte não possui a habitação do Espírito Santo, não é de modo algum possível entender o real significado das virtudes cristãs conforme estão reveladas na Bíblia. Ainda que muitos tentem justificá-los e a todos os demais que odeiam o evangelho secretamente, sob a alegação de que o seu ódio não é propriamente contra a pessoa de Jesus e dos cristãos, mas somente contra o sistema religioso chamado cristianismo que é manipulado pelos clérigos, todavia permanecem na mesma condição de opositores da verdade porque aqueles que conhecem a Cristo combatem o erro em outros termos e com sentimentos diferentes de um ódio consumidor pelo próprio Deus e por todos os que Lhe amam.

Não devemos erigir uma plataforma para embelezar o cristianismo: ele travou uma guerra de morte contra este tipo mais elevado do homem, ele colocou todos seus mais profundos instintos desse tipo sob a sua proibição, desenvolveu seu conceito de mal, do mal pelo próprio mal, fora desses instintos – o homem forte como o réprobo típico, o “pária entre os homens.” O cristianismo tomou partido de todos os fracos, do baixo, do que deu errado, e que fez um ideal fora de antagonismo a todos os instintos de auto-conservação da vida saudável, que corrompeu até mesmo as faculdades daquelas naturezas que são intelectualmente mais vigorosas, representando os maiores valores intelectuais como pecaminoso, como enganador, cheio de tentações. O maior exemplo lamentável: a corrupção de Pascal, que acreditava que o seu intelecto havia sido destruído pelo pecado original, ao passo que na verdade foi destruído pelo cristianismo!

O que incomoda e perturba os poderosos e nobres que são sábios segundo o mundo, é a verdade de que Deus tem escolhido para Si os que são humildes e fracos, para torná-los sábios e fortes segundo Deus, e não segundo o mundo: "Porque vede, irmãos, a vossa vocação, que não são muitos os sábios segundo a carne, nem muitos os poderosos, nem muitos os nobres que são chamados. Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes. E Deus escolheu as coisas vis deste mundo, e as desprezíveis, e as que não são para aniquilar as que são; para que nenhuma carne se glorie perante ele. Mas vós sois dele, em Jesus Cristo, o qual para nós foi feito por Deus sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção; para que, como está escrito: Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor" (1 Co 1.26-31).

Conclusão

Em João, capítulo 15, Jesus nos fala intensamente de toda a Sua vontade, de todo o propósito que Ele tem para nós, para que não sejamos de forma alguma contaminados, mas possamos absorver cada Palavra de Deus. A fé cristã não é simplesmente um conjunto de doutrinas, ainda que tenhamos práticas doutrinárias, a fé que nos sustenta baseia-se no relacionamento com Ele. Muitas vezes, as pessoas têm a doutrina certa, mas o relacionamento está errado. Jesus disse: “Por que me chamais Senhor, Senhor, e não fazeis o que vos mando?” (Lc 6.46). A nossa fé também se traduz na prática do relacionamento que temos com Deus (Jo 15.1-27).

Observe o que diz os versos 18 e 19: “Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim. Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; como, todavia, não sois do mundo, pelo contrário, dele vos escolhi, por isso, o mundo vos odeia”. Precisamos viver essa realidade a cada dia. No “mundo”, nesse sistema, existe um padrão, e se a pessoa não está dentro desse padrão, ela sofre as consequências. Se você não tem o status ou os recursos necessários, ou seja, dinheiro, certamente será punido. E se ficar acima do padrão também sofrerá retaliação, será perseguido. Os cristãos não são pessoas que têm prazer em sofrer, mas quando guardam no coração que não pertencem a este mundo, estão dentro do sistema, mas o sistema não está dentro deles. O sistema do mundo ensina que o valor está naquilo que se possui. Mas ser cristão significa ter valores completamente diferentes. Jesus disse: “Se o mundo vos odeia, sabei que primeiro odiou a mim”. Ele é o nosso exemplo.

Essa realidade precisa estar clara em nosso coração, a nossa identidade em Cristo Jesus. Estamos nesse sistema, mas não pertencemos a ele. “Somos peregrinos e forasteiros nesta Terra” (1 Pe 2.11). O peregrino não está firmado num lugar específico, o coração está no alvo a ser alcançado; para os cristãos, o alvo é Cristo.

Recomendação de Leitura da Semana: MENEZES, Walter. Teologia e Vida. São Paulo: Evangelho Avivado, 2021.






 


terça-feira, 21 de setembro de 2021

Palavras e Vida

 




Por Leonardo Pereira


Vivemos em um período de intensos desafios, tantos internos quanto externos em nossas vidas, nossas famílias e em nossos relacionamentos. O mundo está girando cada vez mais rápido, mais intenso e mais dinâmico cujo alvo é obter os objetivos pessoais ou coletivos o mais rápido possível, pelos meios possíveis da melhor forma possível (seja em uma forma positiva ou negativa). Pessoas estão mais individualistas e o amor está sendo uma palavra mais citada do que praticada, assim como a empatia, a paciência e a moderação de espírito. Jesus avisou aos seus discípulos que o amor de muitos se esfriaria e que uns aos outros se aborreceriam e se odiariam. Ou seja, Ele mostrou-nos o ambiente do presente século (fim dos tempos) de modo à ficarmos vigilantes afim de não sermos enveredados pelo momento em que nos cerca e pelas atitudes do mundo que chegam até nós por meio de informações e notícias que abalam o país e o mundo (televisão, internet, jornal, rádio e sites de notícias). Cristo Jesus tinha plena certeza que ao seu amado povo, deveria se preparar para enfrentar com coragem o fim dos tempos, não deixarmos desenganados quanto o que encontra-se ao nosso redor, e prosseguirmos em suas palavras até o fim de nossas vidas.

O que devemos fazer?

Primeiramente é escutar as Palavras de Jesus Cristo. Em Mateus no capítulo 7, Ele ensinou-nos a quem devemos ser e como devemos fazer no decorrer da vida: "Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras, e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha; E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e não caiu, porque estava edificada sobre a rocha. E aquele que ouve estas minhas palavras, e não as cumpre, compará-lo-ei ao homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia; E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e caiu, e foi grande a sua queda" (Mt 7.24-27). Escutando à Cristo e trazendo para sí a sua mensagem do Senhor e Salvador Jesus Cristo guardada em seu coração e sua alma. A maturidade chega quando aquele que põe em prática os ensinamentos do Mestre, nos condiciona à ação, à fazermos a diferença neste mundo imerso em trevas, vivendo prudentemente diante de uma sociedade bastante desvirtuada dos valores cristãos.

Vivendo Verdadeiramente

Diante de tudo o que ouvimos e vemos, o que nós entendemos é que necessitamos viver verdadeiramente na presença do Senhor. Vivendo verdadeiramente não nos garante uma vida calma, branda, tranquila ou até mesmo agradável. Poderemos passar por sofrimentos, tristezas, angústias, lamúrias e desânimos. Quando vivemos de verdade, uma vida regida por Deus, com sabedoria, educação e equilíbrio em nosso cotidiano, estamos completamente nos entregando a um momento especial em nossa jornada: a forte maturidade com responsabilidade em âmbito moral e espiritual. Por isso, é muito mais do que urgente e necessário o conselho de Salomão em nosso tempo: "Lembra-te também do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais venhas a dizer: Não tenho neles contentamento; Antes que se escureçam o sol, e a luz, e a lua, e as estrelas, e tornem a vir as nuvens depois da chuva; No dia em que tremerem os guardas da casa, e se encurvarem os homens fortes, e cessarem os moedores, por já serem poucos, e se escurecerem os que olham pelas janelas; E as portas da rua se fecharem por causa do baixo ruído da moedura, e se levantar à voz das aves, e todas as filhas da música se abaterem. Como também quando temerem o que é alto, e houver espantos no caminho, e florescer a amendoeira, e o gafanhoto for um peso, e perecer o apetite; porque o homem se vai à sua casa eterna, e os pranteadore andarão rodeando pela praça; Antes que se rompa o cordão de prata, e se quebre o copo de ouro, e se despedace o cântaro junto à fonte, e se quebre a roda junto ao poço, E o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu" (Ec 12.1-7).

Conclusão

Não deixemos nos contaminar com a cultura humana da atualidade que nos rodeia e que voltemos a mensagem de nosso Senhor Jesus Cristo. O mundo precisa de Jesus e nós também. Por isso, aproveitemos o nosso tempo para vivermos de acordo com as palavras do Mestre e que usemos a nossa vida da melhor forma possível: entregando todo o nosso ser ao Senhor, confiando n´Ele, crendo que Ele é poderoso para fazer infinitamente mais (Ef 3.20), além de tudo que pedimos e pensamos. O nosso Deus é Fiel!


sábado, 18 de setembro de 2021

Comentário Bíblico Mensal: Setembro/2021 - Capítulo 3 - A Mensagem do Evangelho às Missões

 




Comentarista: Gustavo Linhares



Texto Bíblico Base Semanal: Romanos 10.1-17


1. Irmãos, o bom desejo do meu coração e a minha súplica a Deus por Israel é para sua salvação. 

2. Porque lhes dou testemunho de que têm zelo por Deus, mas não com entendimento. 

3. Porquanto, não conhecendo a justiça de Deus, e procurando estabelecer a sua própria, não se sujeitaram à justiça de Deus. 

4. Pois Cristo é o fim da lei para justificar a todo aquele que crê. 

5. Porque Moisés escreve que o homem que pratica a justiça que vem da lei viverá por ela. 

6. Mas a justiça que vem da fé diz assim: Não digas em teu coração: Quem subirá ao céu? (isto é, a trazer do alto a Cristo;) 

7. ou: Quem descerá ao abismo? (isto é, a fazer subir a Cristo dentre os mortos). 

8. Mas que diz? A palavra está perto de ti, na tua boca e no teu coração; isto é, a palavra da fé, que pregamos. 

9. Porque, se com a tua boca confessares a Jesus como Senhor, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, será salvo; 

10. pois é com o coração que se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação. 

11. Porque a Escritura diz: Ninguém que nele crê será confundido. 

12. Porquanto não há distinção entre judeu e grego; porque o mesmo Senhor o é de todos, rico para com todos os que o invocam. 

13. Porque: Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. 

14. Como pois invocarão aquele em quem não creram? e como crerão naquele de quem não ouviram falar? e como ouvirão, se não há quem pregue? 

15. E como pregarão, se não forem enviados? assim como está escrito: Quão formosos os pés dos que anunciam coisas boas! 

16. Mas nem todos deram ouvidos ao evangelho; pois Isaías diz: Senhor, quem deu crédito à nossa mensagem? 

17. Logo a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Cristo.

Momento Interação

Testemunho é a declaração ou depoimento de alguém comprovando totalmente alguma coisa. A testemunha cristã dá sinais ou evidências da sua experiência pessoal, vivenciada pela fé em Cristo. De modo geral, testemunho cristão é o relato da vida ou da conversão da pessoa que confessa crer em Jesus Cristo. A fé e arrependimento de pecados (maus hábitos, falhas de caráter, vícios, etc), livramentos, curas de dores físicas e emocionais, resposta a pedidos de oração são algumas das mudanças que o Senhor faz ao longo da vida com Ele. A conversão para Deus estabelece uma novidade de vida tal que não deve passar desapercebida. Precisa ser comunicada. Os testemunhos de fé são diferentes mas todos são edificantes. Não importa se houve um grande milagre, cura ou nada exteriormente aparente, na sua experiência. O maior milagre que Jesus Cristo operou em nós foi a Salvação. Certamente, você pode contar como a sua forma de ver o mundo mudou; diga como compreendeu o plano de Deus para resgatar você; como tem aprendido a compreender a Sua Palavra; como Ele deu significado a sua vida; como encheu seu coração de alegria.

Introdução

Aprouve a Deus na sua infinita graça reconciliar-se com a humanidade através de Jesus. Sendo assim, nesta fala de Jesus evidenciamos duas necessidades básicas da igreja cristã na atualidade, na qual deve ser o foco da obra missionária e evangelística. Sendo assim, vejamos quais são tais características: A igreja não deve fazer distinção pessoas ou culturas. Costumeiramente temos o hábito de achar que nossa cultura é superior e melhor do que a do outro. Porém quando se trata de proclamar o evangelho não podemos ter em mente tal pensamento etnocentrista. O evangelho não pertence há um único povo ou cultura.

O Novo Testamento é escrito nas fronteiras entre as culturas. Na medida que o evangelho cruzava as fronteiras a igreja ia se tornando menos judaica e mais gentílica. Tornando o evangelho uma mensagem menos judaica e mais universal. Ou seja, inicialmente pensava-se que o evangelho da salvação era apenas destinado aos judeus. Mas a igreja primitiva aplicou de forma correta o ide de Jesus. Pois a ordenança era de evangelizar “todas as nações” não somente Israel. Por este motivo o cristão deve estar pronto a evangelizar toda e qualquer criatura. Sendo assim, nos cabe uma parcela de cuidado ao realizar um trabalho evangelístico. Pois não podemos julgar um povo por sua cultura. Devemos mostrar o Cristo que salva sempre procurando ter o cuidado de não sermos imprudentes em nossa fala ofendendo a cultura do outro. Devemos aprender com o apóstolo Paulo que sempre agiu com prudência diante de um novo povo e sua cultura (1 Co 9.19-24).

A igreja deve ter disposição para evangelizar. Sem disposição para pregar o evangelho a igreja não cresce. O livro de Atos relata a grande disposição em levar a palavra de Deus aos gentios. A igreja primitiva vivia sob constantes perseguições, porém a disposição dos apóstolos e discípulos em pregar o evangelho levou ao crescimento do cristianismo de forma rápida e consistente (At 1.15, 2.41, 2.47). Após a morte de Estevão (At 6.54-60) a igreja se dispôs a levar o evangelho entre os gentios. O evangelho chegou na Palestina, Fenícia, Chipre e Antioquia da Síria sem contar a viagens missionárias de Paulo e as igrejas que o apóstolo fundou. Os primeiros missionários cristãos concentraram seus ensinos na Pessoa e obra de Jesus Cristo. Declararam que ele era o servo impecável e Filho de Deus que havia dado sua vida para expiar os pecados de todas as pessoas que depositavam sua confiança nele (Rm 5.8-10). Ele era aquele a quem Deus ressuscitou dos mortos para derrotar o poder do pecado (Rm 4.24,25; 1 Co 15.17). Foi através da pregação desta verdade revelada em Cristo que milhares de vidas foram salvas.

I. A Mensagem do Evangelho às Nações

Mateus 24 (mesmo conteúdo de Marcos 13, Lucas 21) apresenta um texto que conhecemos como Sermão Profético. Jesus estava assentado no monte das Oliveiras, quando seus discípulos lhe perguntaram sobre o fim dos tempos. E esse foi o último discurso do Mestre, pois ele estava vivendo a sua última semana aqui na terra. E a resposta Dele aos discípulos foi bem ampla, descrevendo os sinais que precederiam esse fim. Primeiro vamos entender que o “tempo do fim” vai ocupar um período da história e isso pode levar alguns anos para acontecer. Nesse estudo, vamos analisar apenas um dos sinais que vai anunciar esse tempo, que é a pregação do Evangelho em todo o mundo.

Nunca saberemos ao certo quantas pessoas já viveram nesta terra. Mas é verdade que muita gente gostaria de saber quantos seres humanos Deus já criou até o dia de hoje. Mas não há registros demográficos disponíveis para isso. O que temos são apenas especulações e não dados científicos. De qualquer forma, segue o número: 108 bilhões de pessoas. Essa informação vem de uma instituição que realiza pesquisas e análises financiadas por fundações privadas e agências governamentais. Isso quer dizer que, nesse momento, o número de pessoas vivas pode equivaler a apenas 7% de toda a população que já viveu nesse mundo. Mas isso é só uma especulação.

Atualmente, temos um total de 6,8 bilhões de pessoas no mundo que já tiveram acesso à Bíblia (em 3.380 idiomas). Isso equivale a 89% da população mundial. Quer dizer que 11% (menos de 1 bilhão) ainda não têm nenhum acesso à Bíblia. E o desafio é grande, porque esses 11% representam 3.971 idiomas. Lembrando que não é necessário que a Bíblia seja traduzida para todos eles, isso porque muitos povos falam mais do que um idioma. Significa que essas pessoas podem ter acesso ao Evangelho em outra língua. A evangelização não é feita somente de forma presencial, através de missionários, mas através de rádios, TV’s, internet e os mais diversos recursos tecnológicos. Através de redes sociais, podcasts, bíblia online, micro cartões de memória, celular ou até uma página da Bíblia, que passa de bolso em bolso, clandestinamente, em locais onde o cristianismo é considerado um crime.

II. Indo em direção aos que precisam ouvir a Palavra de Deus

A Palavra de Deus é alimento,  e isso está claro em uma passagem que diz: “Mas Jesus lhe respondeu: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus” (Mt 4.4). Por que o nosso espírito vive de toda palavra que sai da boca de Deus? Porque assim como o pão é alimento para a vida do corpo, a palavra de Deus é o alimento da vida do espírito. Em relação a Deus, a Sua palavra é muito mais do que simples definição de objetos e realidades, pois somos informados que tudo foi criado por Ele mediante a expedição de Sua palavra de ordem.

Ele ordenou: “haja luz” e a luz foi criada. E assim se fez em todos os atos da criação. Vemos então, que a palavra é a expressão operativa da Sua vontade e poder. Isto foi visto no ministério terreno de Jesus quando operou milagres, expulsou demônios, e acalmou a fúria do mar, pelo simples uso da sua palavra de ordem. Deus possui, portanto o poder de dar à Sua palavra uma faculdade operativa e criativa. Por isso, Jesus afirma que Suas palavras são espírito e vida, e o apóstolo Pedro reconheceu que eram de fato, palavras de vida eterna.

Se lermos a Bíblia ou a ouvirmos sendo pregada e ensinada, com espirito de reverência e devoção, com certeza a fé será despertada e tornará a palavra lida ou ouvida, em espírito e vida para nós, pela ação do Espírito Santo em nossas mentes e corações. Isto ocorre, porque as Escrituras foram produzidas pela inspiração do Espírito Santo. A Palavra de Deus é alimento porque possui a vida que nela foi insuflada pelas verdades ensinadas e reveladas pelo Espírito. Essas verdades enchem a alma de vigor, paz e alegria. Elas renovam a mente e santificam a vida. Elas elevam o espírito à presença de Deus e o modelam à semelhança do caráter de Cristo. São palavras puras, poderosas, celestiais, espirituais e divinas. Elas inspiram bons sentimentos e propósitos. Inclinam o espírito a amar a Deus e ao próximo.

“A lei do Senhor é perfeita, e refrigera a alma; o testemunho do Senhor é fiel, e dá sabedoria aos simples. Os preceitos do Senhor são retos, e alegram o coração; o mandamento do Senhor é puro, e alumia os olhos. O temor do Senhor é limpo, e permanece para sempre; os juízos do Senhor são verdadeiros e inteiramente justos. Mais desejáveis são do que o ouro, sim, do que muito ouro fino; e mais doces do que o mel e o que goteja dos favos. Também por eles o teu servo é advertido; e em os guardar há grande recompensa” (Sl 19.7-11)

III. A Fé vem pelo ouvir da Palavra de Deus

Talvez você já tenha ouvido falar tantas vezes e talvez pense que por ter ouvido tanto então fé é gerada no seu coração. Percebemos que o ouvir a palavra de Deus não é apenas o sentido da audição que está ligado ao texto, mas algo mais profundo. Primeiramente, o que é fé?  Segundo Hebreus  11.1 fé é a certeza e convicção de fatos que não podemos ver. Ou seja, temos total certeza que acontecerá mesmo que todas as circunstâncias digam não. Fé em Jesus significa dizer que cremos ser Ele o Filho de Deus, aquele que morreu em nosso lugar, reconhecer nosso estado pecaminoso e de necessidade de um salvador, e crer que Jesus é este salvador. Crer que Ele pagou o preço do nosso pecado se fazendo maldito sendo pendurado no madeiro, que morreu e ressuscitou ao terceiro dia, a fim de nos justificar-nos das nossas iniquidades.

A Fé é gerada no nosso coração quando de fato ouvimos a palavra de Deus. Como sei que ouvi a palavra de Deus? Ouvir pode significar muitas coisas. Mas posso ouvir sem entender. Se eu for à China, posso perfeitamente ouvir qualquer chinês falar comigo, porém não compreenderei nenhuma palavra que disser. Pois não sei falar mandarim. Acontece a mesma coisa com as coisas espirituais. Vejo que o problema de muitos evangelistas, é querer que as pessoas que os ouvem repitam com eles uma oração para então os declararem salvos. Porém não podemos fazer isto. Não sabemos se de fato a pessoa OUVIU, ou se a pessoa simplesmente está seguindo mais um RITO.

A Fé vem por ouvir a palavra de DEUS. Quando a palavra é de Deus, ela gera em nós uma compreensão do nosso pecado. Nos conduz ao arrependimento, pois a fé é precedida e acompanhada de arrependimento. Quando de fato compreendemos a palavra de Deus, nossos olhos são abertos e passamos a enxergar nosso estado espiritual que é terrível. A partir daí podemos ver Cristo como salvador para nós que nos tira do império das trevas, nos dá novas vestes, nos limpa e nos traz para o Reino do seu amor. A Fé nos leva a nos aproximar de Deus. Queremos mais Dele. Buscamos santidade. Queremos agradá-lo. Nos colocamos na posição de servos e pecadores que carecem sempre da graça e misericórdia de Deus. O Ritual nos leva à religiosidade e tradicionalismo. Justificamos nossos pecados e acreditamos que estamos salvos porque um dia fizemos uma oração. Nos colocamos na posição de juízes para os outros.

Conclusão

Estamos gratos ao Senhor porque Ele está levantando pregadores da Palavra de Deus na África. Não há outra forma pela qual a salvação chegue às nações, senão a que Deus instituiu que é a pregação do Evangelho. O Evangelho é para todas as nações! Quando será o fim do mundo? Quando se realizará o clímax da História? Será que podemos ver acontecendo hoje alguma coisa daquilo que Jesus descreve no capítulo 24 de Mateus? Será que hoje há nação se levantando contra nação e reino contra reino? Será que hoje há fome e terremotos em vários lugares? 

Estes são princípios das dores do “parto” quando o reino de Deus está nascendo. Muitas pessoas são perseguidas por causa da fé e muitos são odiados em todas as nações; muitos falsos profetas têm surgido e a fé de muitos, a fé da grande maioria está se esfriando. Mas a Bíblia diz que “aquele que perseverar até o fim será salvo”. O Evangelho precisa ser pregado e anunciado publicamente; precisa ser proclamado com autoridade. Este evangelho das BOAS NOVAS precisa ser pregado em todas as nações. Jesus afirmou que o Evangelho precisa ser pregado a todas as nações e somente assim virá o fim ― “E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então, virá o fim”.

Recomendação de Leitura da Semana: SILVA, Oliveira. A Missão dos Discípulos de Cristo. São Paulo: Evangelho Avivado, 2018.


terça-feira, 14 de setembro de 2021

Jesus: “Eu Sou”

 




Por Leonardo Pereira



João relatou episódios selecionados da vida de Jesus para defender um tema principal: Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, que oferece a vida aos que crêem nele (Jo 20.30,31). Nas palavras e atos de Jesus, registrados neste livro, Jesus se apresenta com uma série de afirmações, normalmente ligadas imediatamente com os sinais que ele operava. Jesus disse:  1. Eu sou o pão da vida (Jo 6.35,41,48,51);  2. Eu sou a luz do mundo (Jo 8.12);  3. Eu sou a porta das ovelhas (Jo 10.7,9);  4. Eu sou o bom pastor (Jo 10.11,14); 5. Eu sou a ressurreição e a vida (Jo 11.25);  6. Eu sou o caminho, e a verdade e a vida (Jo 14.6);  7. Eu sou a videira verdadeira (Jo 15.1,5).

Cada afirmação ensina algo importante sobre a missão de Jesus, mostrando que ele veio para ensinar, salvar e proteger o seu povo. Mas, quem pode fazer tais promessas elevadas? Nenhum mero homem teria condições de oferecer tudo que Jesus prometeu, porque nenhum homem tem as mesmas qualidades que Jesus possui.  A capacidade dele de ser e oferecer tantas coisas vem de sua natureza divina. É exatamente esta natureza que ele destaca com mais uma afirmação. Em João 8.24,28 e 58, ele se descreve com as simples palavras: “Eu Sou”. Ele não é apenas o pastor, ou a luz, ele é o eterno Deus. Ele não foi criado e não veio a existir. Nas suas próprias palavras, Jesus disse: “Antes que Abraão existisse, Eu Sou” (Jo 8.58).

Os judeus consideravam esta afirmação blasfêmia, porque Jesus estava se igualando com Deus (Mc 14.61-64). De fato, é a mesma linguagem usada para descrever Jeová em Êxodo 3.14. Isaías, nas suas grandes profecias do Messias, afirmou a divindade do Salvador com as mesmas palavras (Is 43.11-15; 44.6; 45.6,18; 48.17). Jesus usou palavras carregadas de poder e eternidade para se apresentar ao mundo. Nós devemos crer no único “Eu Sou” para termos a vida eterna. Jesus disse: “Porque, se não crerdes que Eu Sou, morrereis nos vossos pecados” (Jo 8.24).


Autoridade e Catolicismo

 




Por Leonardo Pereira



A Igreja Católica deriva a autoridade para suas práticas de duas fontes diferentes: A Sagrada Escritura e a Sagrada Tradição. É ensinado aos católicos que as Escrituras são a palavra de Deus e que milhares de anos atrás a palavra de Deus foi escrita sob a inspiração do Espírito Santo. Para compor os livros que compreendem o Velho e o Novo Testamentos, Deus escolheu certos homens que, ainda que usando suas próprias capacidades e estilo, escreveram o que ele queria que fosse comunicado, nada mais, nada menos. Essa palavra, a Bíblia, é significativa e sagrada. A Bíblia, contudo, não é a única fonte de autoridade para os católicos. De acordo com o Catecismo da Igreja Católica (revisão de 1994), fé não é uma "religião do livro," mas antes uma religião da "Palavra" de Deus. Essa "não é uma palavra escrita e muda, mas encarnada e viva."
   
As Escrituras do primeiro século foram registradas e finalmente compiladas na Bíblia, mas os católicos creem que a divina inspiração não parou quando os apóstolos e seus contemporâneos morreram. Eles creem que a pregação dos apóstolos, que foi expressa de um modo especial na Bíblia, é também preservada numa linha contínua de sucessão até o fim do tempo. Esta revelação contínua é conhecida como a Tradição Sagrada. Os católicos entendem que o Papa é inspirado e fala por Deus, nos dias atuais. Através dos séculos, vários Papas fizeram decretos em nome de Deus e esses decretos foram seguidos como parte da tradição da Igreja Católica. Alguns desses decretos de Papas foram revistos através dos anos porque o Papa atual é considerado como tendo a mais atualizada informação de Deus.

A Igreja Católica, portanto, não proclama receber sua certeza sobre as verdades reveladas somente das Escrituras. Tanto a Sagrada Escritura como a Sagrada Tradição precisam ser aceitas e honradas igualmente.

Autoridade e a Bíblia

Logo antes de sua ascensão ao céu, as Escrituras nos contam que Jesus disse, "Toda a autoridade foi dada a mim no céu e sobre a terra. Portanto, vão e façam com que todos os povos se tornem meus discípulos, batizando-os em nome do Pai, e do filho, e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar tudo o que ordenei a vocês. Eis que estarei com vocês todos os dias, até o fim do mundo" (Mt 28.18-20). Na Epístola de Paulo aos Efésios, vemos um retrato claro da posição de Jesus a respeito da igreja: "Que lhes ilumine os olhos da mente, para que compreendam a esperança para a qual ele os chamou; para que entendam como é rica e gloriosa a herança destinada ao seu povo; e compreendam o grandioso poder com que ele age em favor de nós que acreditamos conforme a sua força poderosa e eficaz. Ele a manifestou em Cristo, quando ressuscitou dos mortos e o fez sentar-se à sua direita no céu, muito acima de qualquer principado, autoridade, poder e soberania, e de qualquer outro nome que possa nomear, não só no presente, mas também no futuro. De fato, Deus colocou tudo debaixo dos pés de Cristo e o colocou acima de todas as coisas, como Cabeça da Igreja, a qual é o seu corpo, a plenitude daquele que plenifica tudo em todas as coisas" (Ef 1.18-23).
 
A Bíblia ensina que Jesus tem autoridade exclusiva sobre sua igreja. Não estando mais na terra, contudo, ele está presente na palavra de Deus. A Bíblia confirma que a palavra de Deus tem autoridade na igreja. A segunda epístola de Paulo a Timóteo diz: "Quanto aos maus e impostores, eles progredirão no mal, enganando e sendo enganados. Quanto a você, permaneça firme naquilo que aprendeu e aceitou como certo; você sabe de quem o aprendeu. Desde a infância você conhece as Sagradas Escrituras; elas têm o poder de lhe comunicar a sabedoria que conduz à salvação pela fé em Jesus Cristo. Toda Escritura é inspirada por Deus e é útil para ensinar, para refutar, para corrigir, para educar na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito, preparado para toda boa obra" (2 Tm 3.13-16).
 
O termo "Sagrada Tradição" não é mencionado nas Escrituras. Contudo, há lugares onde "tradição" é mencionada. Em alguns lugares a tradição que está sendo seguida é condenada enquanto em outros é elogiada. No evangelho de Marcos, vemos Jesus censurando os fariseus por seguirem a tradição, antes que a palavra de Deus: "Os fariseus e os doutores da Lei perguntaram então a Jesus: 'Porque os teus discípulos não seguem a tradição dos antigos, pois comem pão sem lavar as mãos?' Jesus respondeu: 'Isaías profetizou bem sobre vocês, hipócritas, como está escrito: Este povo me honra com os lábios, mas o coração deles está longe de mim. Não adianta nada eles me prestarem culto, porque ensinam preceitos humanos. Vocês abandonam o mandamento de Deus para seguir a tradição dos homens'. E Jesus acrescentou: 'Vocês são bastante espertos para deixar de lado o mandamento de Deus a fim de guardar as tradições de vocês" (Mc 7.5-9, 13; cf. Mt 15.2-9).
 
Em sua Epístola aos Colossenses, Paulo adverte: "Cuidado para que ninguém escravize vocês através de filosofias enganosas e vãs, de acordo com tradições humanas, que se baseiam nos elementos do mundo, e não em Cristo. É em Cristo que habita, em forma corporal, toda a plenitude da divindade. Em Cristo vocês têm tudo de modo pleno. Ele é a cabeça de todo principado e de toda autoridade" (Cl 2.8-10). Em duas circunstâncias vemos falar de tradições de modo positivo. Na segunda Epístola aos Tessalonicenses, Paulo, Silvano e Timóteo escrevem: "Por isso, irmãos, fiquem firmes e mantenham as tradições que lhes ensinamos de viva voz ou por meio da nossa carta" (2 Ts 2.15). Paulo também aproveita a oportunidade para admoestar a igreja de Tessalônica: "Irmãos, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo ordenamos: fiquem longe de qualquer irmão que vive sem fazer nada e não segue a tradição que recebeu de nós" (2 Ts 3.6). A distinção entre a tradição que é positiva e a que é negativa é encontrada em sua fonte. Tradições que se originam dos humanos são condenadas, enquanto as tradições que se originam de Deus e são levadas através dos apóstolos e outros discípulos inspirados são aprovadas.

Resumo

Até este ponto temos visto que os ensinamentos e práticas da Igreja Católica diferem às vezes das práticas dos cristãos nas Escrituras. Algumas práticas católicas são encontradas na Bíblia; algumas não são nem mesmo mencionadas; outras parecem ser condenadas. O fato que a Igreja Católica declara derivar sua autoridade igualmente da Sagrada Escritura e da Sagrada Tradição é responsável por esta divergência. Quaisquer práticas passadas, presentes ou futuras da Igreja Católica que não podem ser apoiadas pelas Escrituras podem ser explicadas seguindo-as até o Papa que lhes deu existência. Para alguns, confiar tanto na Sagrada Escritura como na Sagrada Tradição como guias parece ser lógico e aceitável, mas se o Papa pode mudar as práticas autorizadas pela Sagrada Escritura, então a Sagrada Escritura e a Sagrada Tradição não podem ser iguais, como são declaradas. Quando o que o Papa decreta contradiz a palavra de Deus, antes que ser honrada, parece que aquela porção da Escritura é anulada.
   
Como foi mencionado antes, os católicos acreditam que Pedro foi o primeiro Papa. A Bíblia confirma que Pedro era inspirado, e dá exemplos dele e dos outros apóstolos distribuindo dons espirituais, tais como profecia, a outros discípulos. Os crentes que receberam os dons espirituais dos apóstolos foram capazes de operar milagres e profetizar exatamente como os apóstolos, contudo, aqueles crentes não podiam passar os dons espirituais que tinham recebido. Desde que somente os apóstolos foram capazes de distribuir dons espirituais (At 8.14-18), uma vez que os apóstolos morreram, como os futuros Papas receberam a capacidade de profetizar sobre assuntos relacionados com a igreja?
   
As Escrituras não fazem nenhuma menção a Pedro ser um Papa, nem mencionam nenhuma sucessão de liderança na igreja, além dos anciãos. As Escrituras também não fornecem nenhuma evidência de que o dom espiritual da profecia continuaria através dos séculos. Em 1 Coríntios 13.8, é-nos dito que o dom da profecia terminaria.


sábado, 11 de setembro de 2021

Comentário Bíblico Mensal: Setembro/2021 - Capítulo 2 - O Ide de Jesus

 




Comentarista: Gustavo Linhares



Texto Bíblico Base Semanal: Marcos 16.9-20


9. Ora, havendo Jesus ressurgido cedo no primeiro dia da semana, apareceu primeiramente a Maria Madalena, da qual tinha expulsado sete demônios. 

10. Foi ela anunciá-lo aos que haviam andado com ele, os quais estavam tristes e chorando; 

11. e ouvindo eles que vivia, e que tinha sido visto por ela, não o creram. 

12. Depois disso manifestou-se sob outra forma a dois deles que iam de caminho para o campo, 

13. os quais foram anunciá-lo aos outros; mas nem a estes deram crédito. 

14. Por último, então, apareceu aos onze, estando eles reclinados  mesa, e lançou-lhes em rosto a sua incredulidade e dureza de coração, por não haverem dado crédito aos que o tinham visto já ressurgido. 

15. E disse-lhes: Ide por todo o mundo, e pregai o evangelho a toda criatura. 

16. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado. 

17. E estes sinais acompanharão aos que crerem: em meu nome expulsarão demônios; falarão novas línguas; 

18. pegarão em serpentes; e se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e porão as mãos sobre os enfermos, e estes serão curados. 

19. Ora, o Senhor, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu, e assentou-se  direita de Deus. 

20. Eles, pois, saindo, pregaram por toda parte, cooperando com eles o Senhor, e confirmando a palavra com os sinais que os acompanhavam.

Momento Interação

Você pode pregar o evangelho com a ajuda do Espírito Santo. Ir e pregar o evangelho é uma ordem que Jesus deu a todos os seus seguidores. Existem muitas formas de pregar o evangelho mas a mensagem principal não muda. Na Grande Comissão, Jesus nos mandou ir e pregar o evangelho a todas as pessoas do mundo (Mc 16.15). Essa é a grande responsabilidade da Igreja. Cada crente precisa fazer sua parte. Nem todos têm facilidade para falar mas Deus é quem faz o trabalho todo! É Deus que convence e converte (Jo 16.7,8). Não pense que o fracasso ou sucesso depende de você. Seu trabalho é apenas levar a mensagem. Deus faz o resto. Se você está nervoso ou preocupado com a idéia de pregar o evangelho, ore! A oração é essencial para preparar. Na verdade, a oração é essencial em tudo (Fp 4.6). Através da oração, você se aproxima de Deus e fica mais em sintonia com Sua vontade.

Introdução

Você pode pregar o evangelho com a ajuda do Espírito Santo. Ir e pregar o evangelho é uma ordem que Jesus deu a todos os seus seguidores. Existem muitas formas de pregar o evangelho mas a mensagem principal não muda. Na Grande Comissão, Jesus nos mandou ir e pregar o evangelho a todas as pessoas do mundo (Mc 16.15). Essa é a grande responsabilidade da Igreja. Cada crente precisa fazer sua parte.

Nem todos têm facilidade para falar mas Deus é quem faz o trabalho todo! É Deus que convence e converte (Jo 16.7,8). Não pense que o fracasso ou sucesso depende de você. Seu trabalho é apenas levar a mensagem. Deus faz o resto. Se você está nervoso ou preocupado com a idéia de pregar o evangelho, ore! A oração é essencial para preparar. Na verdade, a oração é essencial em tudo (Filipenses 4:6). Através da oração, você se aproxima de Deus e fica mais em sintonia com Sua vontade.

Não existe uma fórmula mágica. Cada pessoa e cada situação é diferente. Deus é criativo e trabalha de muitas maneiras. Fique atento para as oportunidades e peça sabedoria a Deus para fazer a coisa certa (Tg 1.5).

I. A Mensagem de Jesus

Nós cristãos somos a mensagem e possuímos apenas uma missão; somos a mensagem que é o Santo Evangelho e nossa missão é fazer conhecido em todas as nações este evangelho. Simples assim. Jesus foi muito claro e direto ao nos delegar essa tarefa; ele disse:  “Ide por todo mundo, pregai o evangelho a toda criatura” (Mc 16.15) Note que nossa única missão é pregar o evangelho. Não podemos impedir que o mundo se corrompa; na verdade, o mundo vai se corromper de tal forma que será impossível para um cristão viver piamente nele; por isso os cristãos serão tirados um dia. Porém, durante o tempo em que for determinado aos cristãos permanecerem por aqui, cabe a eles refletir a luz de Cristo através de um viver pacífico, piedoso e reto; sendo, em tudo, exemplo de boas obras, moralidade, honestidade, bondade, benignidade, ética, honra, sensatez e tantos outros atributos valorosos ensinados a nós pela Palavra, como descrito na epístola a Tito 2.7 que diz: "Em tudo, te dá por exemplo de boas obras...". Para que as pessoas que vivem suas vidas na corrupção e nas vaidades do mundo enxerguem a mensagem, ou seja, vejam nosso exemplo, sejam tocadas pelo Espírito de Deus através de nós e julguem por si mesmas o que é melhor para suas vidas.

Cabe aqui ressaltar que o discurso e o exemplo de um cristão sempre são um só, ou seja, falar algo e não demonstrar com a própria vida jamais deve acontecer. O que o cristão prega é o mesmo que ele pratica. Não há exceção quanto a isto, pois está escrito: "Assim falai e assim procedei..." (Tg 2.12). A humanidade sempre viveu, vive e viverá por aquilo que julga e entende ser o correto; todas as pessoas agem dessa forma; Jamais devemos tentar obrigar não-cristãos a viver pela nossa filosofia de vida ou por nossas convicções, não devemos tentar impor às pessoas algo que elas não querem, sob pena de perdermos completamente o contato e a oportunidade futura de mostrarmos O Caminho, e, com isso acabar fazendo inimizades e batalhas desnecessárias com aqueles que devíamos amar e ajudar a serem salvos. "...Quando depender de vós, tende paz com todos os homens..." (Rm 12.18); porque o próprio Deus diz: "...Não por força nem por violência, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos" (Zc 4.6) Devemos, sim, mostrar, dizer e ensinar que existe uma opção melhor na vida; uma opção melhor que a dor, melhor que o sofrimento, melhor que a frustração, melhor que os dogmas. Devemos mostrar que esta opção é o Santo Evangelho de Jesus Cristo.

II. Ensinando a Guardar a Mensagem de Jesus à todas as Nações

Para pregarmos o evangelho primeiramente temos que conhecer o evangelho, conhecermos o verdadeiro sacrifício de Jesus na cruz do calvário, qual seu verdadeiro significado, e porque tinha que ser daquela forma, hoje pode ser que você ainda não tenha entendido a mensagem da cruz, porem existe em seu coração a disposição de entender porque foi chamado e como pregar o evangelho.

Durante toda nossa vida ouvimos falar que um homem morreu numa cruz para que fossemos salvos e perdoados de todos nossos pecados, mas na realidade nunca observamos que tudo aconteceu para que tivéssemos a oportunidade de conhecer o verdadeiro poder de Deus em nossas vidas, quando nos colocamos a disposição para entender esse sacrifício e começamos a buscar sabedoria de Deus, então, o Espírito Santo nos ensina e nos capacita para a obra que devemos cumprir. Portanto participarmos das atividades da igreja, ou seja, cultos, escola bíblica dominical, e outros cursos de ensinamento bíblicos, são de extrema importância, para que estejamos preparados para pregar o evangelho a toda criatura como ensina a palavra de Deus.

Todos os que foram resgatados das mãos de satanás, e liberto de uma vida de pecado, tem como dever expressar sua gratidão dando testemunho das maravilhas que Deus fez sobre sua vida, portanto todos foram chamados a evangelizar, desde que tenham verdadeiramente compromisso com a palavra de Deus:“ O Espirito do Senhor esta sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar aos pobres. Enviou-me para apregoar liberdade aos cativos, dar vistas aos cegos, pôr em liberdade os oprimidos ” (Lc 4.18).

Uma vez que uma pessoa se arrepende de seus pecados, aceita Jesus Cristo como seu Salvador e toma a decisão de segui-Lo, eles devem ser batizados em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Então, nós devemos continuar alimentando o bebê em Cristo, ensinando-os a guardar todas as coisas que Jesus nos mandou fazer. O Espírito Santo que habita em cada crente nos dará poder para fazer este trabalho. Atos 1.8 nos diz: “Mas receberão poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês, e serão minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra”.

Crentes que obedecem a esta ordem mudam sua vida espiritual para sempre e Jesus abençoará seus esforços, porque eles estão buscando obedecê-Lo. Um discípulo de Cristo é uma pessoa crente que vive uma vida de identificação consciente e constante com Cristo na vida, morte, ressurreição, nas palavras que saem da sua boca, no seu comportamento, atitude, motivo e propósito. Realizando plenamente que Cristo tem absoluto controle de sua vida e deleitando se no senhorio de Cristo. Um discípulo vive aderindo aos recursos de Cristo que habitam nele de acordo com Seus propósitos para o fim principal de glorificar seu Senhor e Salvador.

III. Batizando às nações em Nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo

A primeira vista parece estar errado o jeito que os católicos realizam a cerimônia de Batismo. A igreja católica utiliza como formula do Batismo: Eu te batizo em nome do Pai, do Filho e Espírito Santo. Os evangélicos utilizam a formula do Batismo em nome de Jesus. A questão toda na interpretação desta formula de Batizar vem da compreensão teológica a respeito do Batismo. Os católicos, usam a formula trinitária, em que o Pai e o Filho e o Espirito Santo são uma pessoa. Formam um só Deus. Os evangélicos têm dificuldade de interpretar está questão teológica e utilizam nas cerimonias de Batismo uma só pessoa: o Batismo em nome de Jesus.

A questão não é apenas dizer o que o apóstolo Paulo afirma vamos fazer. Temos que ver o conjunto de textos que falam do batismo no Novo Testamento. Cito apenas um que me está em minha mente a passagem de Mateus 28,19, no final do evangelho em que Jesus se despede dos discípulos e ordena que anunciem sua mensagem a toda a terra batizando todo o ser humano, vejamos o texto de Mateus 28,19 o que diz: “Ide, portanto, e fazei que todas as nações se tornem discípulos, batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e ensinando-as a observar tudo quanto vos ordenei. E eis que estrei convosco todos os dias até a consumação dos séculos”.

Como discípulos de Jesus Cristo, o Filho encarnado de Deus, podemos compartilhar as Boas Novas com um vizinho, um colega de trabalho ou alguém na escola. Podemos estar compartilhando-o com crianças menos afortunadas na rua ou em uma cidade à muitos quilômetros de distância. Onde quer que vamos, cada discípulo fiel de Cristo é compelido através da obediência para compartilhar o Evangelho. Como um crente em Jesus Cristo, somos chamados a ir para onde estamos sendo dirigidos e compartilhar Seu amor e Seu dom gratuito da salvação com todos que entramos em contato, sabendo que Cristo estará ao nosso lado, “fazendo discípulos de todas as nações.”

A Grande Comissão só é possível por causa do trabalho triunfante do Filho de Deus, Jesus o Senhor. Em outras palavras, é devido à sua obra como Deus, o Filho encarnado de que Ele age como nosso representante e substituto e ganha para nós a nossa salvação. Sem Seu trabalho completo, para nós não haveria salvação e tão pouco a Grande Comissão. É este último ênfase que Mateus 28.18-20 salienta. Em virtude da sua ressurreição, nosso Senhor anuncia que “toda a autoridade foi dada a Ele”, para que como o Senhor vitorioso e triunfante Ele envia o seu povo para o mundo. É sob as ordens do Rei Jesus que nós, como Seus embaixadores, devemos levar o evangelho às nações. Mais uma vez, isso nos lembra que não há vocação maior que se possa imaginar para servir como Seus embaixadores anunciando Seu trabalho triunfante e reino às nações.

Lembre-se que uma vida de testemunho é, e deve ser, uma vida de adoração. É levando outros a presença de Deus através da orientação e capacitação do Espírito Santo, com o resultado final sendo a glória suprema de Deus.

Conclusão

A Grande Comissão é a ordem que Jesus deu para ir e fazer discípulos em todo o mundo. Jesus deu essa ordem aos apóstolos quando ressuscitou. A Grande Comissão é uma ordem para todos os crentes. A passagem conhecida como a “Grande Comissão” é Mateus 28:18-20. Depois que ressuscitou, Jesus apareceu aos 11 apóstolos e os enviou para pregar o evangelho ao mundo todo, fazendo mais discípulos até o fim dos tempos. O nome “Grande Comissão” não aparece na Bíblia. Mas o nome não é errado. Uma comissão é uma ordem para fazer alguma coisa. Jesus deu uma grande ordem aos discípulos, uma grande comissão.

Sim, a Grande Comissão é válida hoje. Jesus não deu a Grande Comissão só aos apóstolos. Jesus mandou os discípulos fazer mais discípulos, que obedecem a todos os Seus mandamentos (Jo 14.15). Um desses mandamentos é fazer mais discípulos. Jesus também disse que estaria com os discípulos que obedecem à Grande Comissão até o fim dos tempos. Isso implica que a Grande Comissão é válida para todos os discípulos até o fim do mundo. O trabalho de cada discípulo de Jesus é anunciar o evangelho e fazer mais discípulos em todo lado.

Recomendação de Leitura da Semana: RIBEIRO, Anderson. A Mensagem de Cristo. São Paulo: Evangelho Avivado, 2020.