domingo, 27 de janeiro de 2019

Comentário Bíblico Mensal: Janeiro/2019 - Capítulo 4 - Jesus Cristo - A Centralidade do Pleno Avivamento




Comentarista: Leonardo Pereira



Texto Bíblico Base: Lucas 4.14-21

14. Então, pela virtude do Espírito, voltou Jesus para a Galiléia, e a sua fama correu por todas as terras em derredor.
15. E ensinava nas suas sinagogas, e por todos era louvado.
16. E, chegando a Nazaré, onde fora criado, entrou num dia de sábado, segundo o seu costume, na sinagoga, e levantou-se para ler.
17. E foi-lhe dado o livro do profeta Isaías; e, quando abriu o livro, achou o lugar em que estava escrito:
18. O Espírito do Senhor é sobre mim, Pois que me ungiu para evangelizar os pobres. Enviou-me a curar os quebrantados de coração,
19. A pregar liberdade aos cativos, E restauração da vista aos cegos, A pôr em liberdade os oprimidos, A anunciar o ano aceitável do Senhor.
20. E, cerrando o livro, e tornando-o a dar ao ministro, assentou-se; e os olhos de todos na sinagoga estavam fitos nele.
21. Então começou a dizer-lhes: Hoje se cumpriu esta Escritura em vossos ouvidos.

Momento Interação

O mundo contemporâneo passa por um processo de relativismo muito grande aonde tudo não é nem certo ou errado, e até mesmo quando ocorre vice-versa. Assim também acontece no Brasil com muitas congregações atualmente em que infelizmente, o relativismo solapa de forma intensa e arrasadora. Entre tudo isso que acontece em nosso meio, encontramos o Senhor e Salvador Jesus Cristo que é categórico em afirmar que é o caminho, a verdade e a vida (Jo 14.6). A centralidade do pleno avivamento ocorre na pessoa de Jesus Cristo que é o cumprimento das profecias do Antigo Testamento (Lc 24.44), e que nos concede poder do alto (At 1.8).

Introdução

Ao longo de 2.000 anos, a imagem de Jesus Cristo mudou. Apesar de termos acesso às informações importantíssimas que o Espírito Santo deixou registradas sobre a pessoa mais importante a nascer em toda a História, a percepção popular de Jesus nos dias de hoje é muito diferente do que no primeiro século. Para muitas pessoas hoje, Jesus é uma figura simpática e tão mansa que jamais reagiria contra qualquer coisa que acontecesse. A opinião popular é que seja uma pessoa pronta e disposta a fazer tudo que seus seguidores pedem ou, pior ainda, tudo que alguns mandam! Com tais pensamentos, se torna difícil compreender o impacto que Jesus teve no mundo do primeiro século, e difícil permitir o impacto necessário no século 21!

Jesus não ensinou um caminho fácil e sem sacrifício. Seguir a Jesus significava se afastar dos pensamentos carnais e materialistas que dominavam o mundo. Significava romper com as instituições religiosas que dominavam seus seguidores. Significava abrir mão da própria vida (Mt 16.25).

I. As Profecias acerca da vinda do Messias

O tempo se passou, e mais uma vez a nação de Israel se encontrava distante do Criador, mas chegada a Plenitude dos Tempos (Gl 4.4) Deus enviou a própria Palavra aos homens. Bom eu não preciso dizer que uma vez que Cristo era a própria Palavra, ele cumpriu em sua vida terrena toda a Lei, e revelou as “coisas que estavam ocultas desde a criação do mundo” (Mt 13.35). Em Cristo Jesus o mundo teve vida, é exatamente isso que João fala em sua primeira epístola: “O que era desde o princípio, o que vimos com os nossos olhos, o que temos contemplado, e as nossas mãos tocaram da Palavra da vida” (1 Jo 1.1). Em Jesus a humanidade passou a ter vida, houve uma mudança estrutural na história, o que resultou no maior de todos os avivamentos, pois em Cristo o homem foi reconciliado para com Deus. Jesus explicou que todo o Antigo Testamento se cumpria Nele: “E, começando por Moisés, e por todos os profetas, explicava-lhes o que dele se achava em todas as Escrituras” (Lc 24.27). 

II. A Vida e a Obra de Jesus Cristo

Em Jesus, Deus estabeleceu uma nova aliança, que alcança todos os homens. Eu poderia passar páginas e mais páginas escrevendo sobre o que Jesus realizou, tamanha a profundidade da obra de redenção. Na verdade a vinda de Cristo, foi tão marcante que podemos dizer que em toda a História não houve algo tão marcante. Tudo mais que ocorreu no Novo Testamento foi em decorrência da vinda do Messias, inclusive a descida do Espírito Santo, registrado no capítulo 2 de Atos, pois com Cristo “o povo que estava assentado em trevas viu uma grande luz; e aos que estavam assentados na região e sombra da morte a luz raiou.” (Mt 4.16). João fala que se tudo o que Jesus fez fosse relatado não haveriam livros suficientes para acomodá-los (Jo 21.25).

III. A Comissão do Senhor Jesus ao seu Povo

Mateus 28.19-20 descreve o que passou a ser chamado de “A Grande Comissão”: “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a observar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos”. Jesus deu esse comando aos Apóstolos logo depois de ascender aos céus. Esse comando praticamente resume o que Jesus esperava que os Apóstolos, e os Seus seguidores depois dos Apóstolos, fizessem em Sua ausência. 

É interessante notar que no grego original, os únicos comandos específicos em Mateus 28.19-20 são: "ide" e "fazei discípulos". A Grande Comissão nos instrui a fazer discípulos enquanto viajamos pelo mundo e enquanto realizamos nossas atividades diárias. Como devemos fazer discípulos? Ao batizá-los e ensiná-los tudo que Jesus comandou. "Ide" e "fazei discípulos" são os comandos da Grande Comissão. "Batizando" e "ensinando" são a forma que devemos usar para executar o aspecto de "fazer discípulos" da Grande Comissão.  Muitos enxergam Atos 1.8 como parte da Grande Comissão também: "Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samária, e até os confins da terra." A Grande Comissão é capacitada pelo poder do Espírito Santo. Devemos ser testemunhas de Cristo, realizando a Grande Comissão em nossas cidades (Jerusalém), em nossos estados e países (Judéia e Samária) e qualquer lugar aonde Deus nos enviar (os confins da terra).

Conclusão

O homem hoje está tentando tomar a iniciativa no buscar a Deus, através de métodos não bíblicos, isso não tem resultado em ação do Espírito Santo. O avivamento planejado por Deus, não tem nada a ver com os lenços suados, com as sementes, com as carteiras de trabalhos sobre uma mesinha, com os paletós mágicos, com os gritos, pulos, danças, transes, unções de risos, de leões, de colas, de sopros, de quedas. O avivamento que Deus esta trazendo tem a ver com Sua Palavra, com seu Evangelho Santo, outra marca do avivamento é que somente um é honrado no processo e este alguém não é o profeta, nem o apóstolo, nem o bispo, nem pastor algum, mas somente Jesus.

sábado, 19 de janeiro de 2019

Comentário Bíblico Mensal: Janeiro/2019 - Capítulo 3 - O Deus do Avivamento




Comentarista: Leonardo Pereira



Texto Bíblico Base Semanal: Esdras 9.3-15

3. E, ouvindo eu tal coisa, rasguei as minhas vestes e o meu manto, e arranquei os cabelos da minha cabeça e da minha barba, e sentei-me atônito.
4. Então se ajuntaram a mim todos os que tremiam das palavras do Deus de Israel por causa da transgressão dos do cativeiro; porém eu permaneci sentado atônito até ao sacrifício da tarde.
5. E perto do sacrifício da tarde me levantei da minha aflição, havendo já rasgado as minhas vestes e o meu manto, e me pus de joelhos, e estendi as minhas mãos para o Senhor meu Deus;
6. E disse: Meu Deus! Estou confuso e envergonhado, para levantar a ti a minha face, meu Deus; porque as nossas iniquidades se multiplicaram sobre a nossa cabeça, e a nossa culpa tem crescido até aos céus.
7. Desde os dias de nossos pais até ao dia de hoje estamos em grande culpa, e por causa das nossas iniquidades somos entregues, nós e nossos reis e os nossos sacerdotes, na mão dos reis das terras, à espada, ao cativeiro, e ao roubo, e à confusão do rosto, como hoje se vê.
8. E agora, por um pequeno momento, se manifestou a graça da parte do Senhor, nosso Deus, para nos deixar alguns que escapem, e para dar-nos uma estaca no seu santo lugar; para nos iluminar os olhos, ó Deus nosso, e para nos dar um pouco de vida na nossa servidão.
9. Porque somos servos; porém na nossa servidão não nos desamparou o nosso Deus; antes estendeu sobre nós a sua benignidade perante os reis da Pérsia, para que nos desse vida, para levantarmos a casa do nosso Deus, e para restaurarmos as suas assolações; e para que nos desse uma parede de proteção em Judá e em Jerusalém.
10. Agora, pois, ó nosso Deus, que diremos depois disto? Pois deixamos os teus mandamentos,
11. Os quais mandaste pelo ministério de teus servos, os profetas, dizendo: A terra em que entrais para a possuir, terra imunda é pelas imundícias dos povos das terras, pelas suas abominações com que, na sua corrupção a encheram, de uma extremidade à outra.
12. Agora, pois, vossas filhas não dareis a seus filhos, e suas filhas não tomareis para vossos filhos, e nunca procurareis a sua paz e o seu bem; para que sejais fortes, e comais o bem da terra, e a deixeis por herança a vossos filhos para sempre.
13. E depois de tudo o que nos tem sucedido por causa das nossas más obras, e da nossa grande culpa, porquanto tu, ó nosso Deus, impediste que fôssemos destruídos, por causa da nossa iniqüidade, e ainda nos deste um remanescente como este;
14. Tornaremos, pois, agora a violar os teus mandamentos e a aparentar-nos com os povos destas abominações? Não te indignarias tu assim contra nós até de todo nos consumir, até que não ficasse remanescente nem quem escapasse?
15. Ah! Senhor Deus de Israel, justo és, pois ficamos qual um remanescente que escapou, como hoje se vê; eis que estamos diante de ti, na nossa culpa, porque ninguém há que possa estar na tua presença, por causa disto.

Momento Interação

Nossas vidas são guiadas e direcionadas pelo Senhor para cumprirmos os seus desígnios aqui nesta terra enquanto vivermos. Ao longo de toda a trajetória humana desde o Éden, Deus sempre enviou homens, que , transmitindo a sua palavra, rogaram ao Senhor por um transformar nos lugares aonde residiam em prol da nação, da família ou da confissão de seus pecados para uma conversão. O avivamento é plenamente uma obra Deus do início ao fim e isso jamais pode ser esquecido por cada um de nós.

Introdução

Avivamento significa tornar a ter vida, ou seja, voltar a viver, reanimar. Desta forma é preciso que algo que esteja morto ou próximo a morte, seja reanimado. Nós precisamos disso, voltar ao primeiro amor, sempre que nos distanciamos de Deus, o Espírito Santo nos induz ao retorno, principalmente através da pregação bíblica, dessa forma podemos sentir a presença mística (não pense que eu estou falando de esoterismo, não me entenda mal) de Deus perto ou dentro de nós. Se o genuíno avivamento está realmente acontecendo, podemos realmente verificar biblicamente, isto por que, de tempos em tempos Deus toma a iniciativa e atrai novamente o seu povo para Ele, a Bíblia Sagrada e a história nos dá uma pista de como acontece o verdadeiro avivamento, então vejamos alguns exemplos no capítulo de hoje acerca sobre os avivamentos biblicamente.

I. O Avivamento no Antigo Testamento

Avivamento através de Moisés

Em se tratando de Moisés não podemos usar o termo avivamento no sentido estrito da palavra, mas não poderia deixar de mencioná-lo pois através dele Deus começou a forjar sua autocracia. O povo de Israel embora reconhecido por Deus como seu povo, não sabia nada sobre o Deus de Abraão, Isaque e Jacó, os quatrocentos anos no Egito lhes fizeram esquecer quem era El Shaday. Deus, para se fazer conhecido de seu povo, deu-lhes a Lei escrita, através da Lei, que deveria ser lida de dia e de noite, Israel conheceria o seu Senhor. Através da Lei Israel passaria a ter vida em Deus. Isso mudou completamente a relação entre os hebreus e Jeová. Agora havia uma regra escrita, não mais tradição oral, assim Deus registrava a sua vontade a nação.

Avivamento através de Josué

No livro de Josué nos capítulos 23 e 24, nós temos as tribos mais ou menos encaminhadas, a maior parte dos inimigos já havia sido destruída, e as tribos partem para tomar posse da parte que lhes cabia na herança, temendo que a nação viesse a se esquecer do Senhor, o substituto de Moisés, no final de sua vida, reúne a nação e traz um reascender levando o povo a se lembrar do que Deus fez e reafirmando a Lei, o que resultou em uma renovação da Aliança por parte de Israel.

II. O Avivamento no Novo Testamento

Com a disseminação do Evangelho vários grupos tentaram, em todo o período apostólico, perverter as Boas Notícias de Salvação: O judeus queriam dar um jeitinho para harmonizar a Lei e a Graça (como se isso fosse possível ser Salvo pela Graça e ainda cumprir a Lei); os gnósticos queriam perverter a mensagem evangélica diluindo-a em sua filosofia; Isso tudo regado com os aproveitadores (é já existiam naquela época) que volte-e-meia tentavam se beneficiar com a Igreja, é o caso de Simão (At 8.18) e Diótrefes (3 Jo 9) a resposta dos apóstolos foi estabelecer aquilo que Cristo havia ensinado. As epístolas nada mais são do que a explicação dos Ensinos de Cristo e a aplicação destes na vida do crente. 

III. O Avivamento em Plena Realidade Celestial

Avivar significa tornar mais vivo, dar brilho. Quando falamos de avivamento falamos em lapidar a forma e o agir do cristão. O avivamento descrito pela bíblia pode ser sim de multidões, mas geralmente é relacionado com uma mudança interna, em que Deus trabalha no coração do verdadeiro crente. Se queremos ser avivados, devemos ser lapidados. Porém quando se lapida algo (um diamante), se perde algo. Como assim? Para o joalheiro lapidar um diamante, muitas vezes ele precisa desgastá-lo um pouquinho, afim de que o cristal obtenha a forma e o brilho desejado. De igual forma, quando somos lapidados por Deus (exemplo dado pela bíblia como sendo Deus o oleiro e nós o barro), ele tira resquícios de autossuficiência que há em nós, pensamentos contrários à sua vontade e uma infinidade de coisas que atrapalham nosso relacionamento com Ele. O foco se muda da terra para o céu. Da realidade terrena para a plena realidade espiritual e celestial.

Conclusão

É muito interessante vermos em Israel que, apesar da renovação dos pactos, volte e meia a nação se afastava do Deus vivo. Isso perdurou durante toda o Antigo Pacto e não é diferente no Novo Testamento. Deus através das séculos vem atraindo providencialmente seu povo de volta para ele.
Em todos esses avivamentos duas coisas são padrões:

1: Deus sempre tomou a iniciativa, nunca partiu do homem a busca, sempre foi Deus que atraiu o homem. Deus sempre foi em busca do perdido.

2: Em todos os casos a Palavra de Deus foi o combustível usado por Deus para acender a chama no coração do homem. Desta forma se não está havendo um retorno a Palavra de Deus, se as pessoas não estão buscando Deus no local correto, ou seja, em sua Palavra, então todo este barulho, todo este “suposto avivamento” não passa de falso fogo, de intenso barulho. 

sábado, 12 de janeiro de 2019

O Desafio do Crescimento Espiritual




Por Sandro Amora



“ Antes crescei na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo” (2 Pe 3.18)

O DESAFIO DE COMBATER A FALSA ESPIRITUALIDADE

Antes de adentrarmos ao assunto do crescimento espiritual, primeiro precisamos entender o que é , e o que não é espiritualidade, visto que no meio evangélico atual, existe uma confusão e visão totalmente deturpada e distorcida do verdadeiro conceito de espiritualidade.

O culto espiritual, teocêntrico e centrado na imutável Palavra do Senhor, foi e está cada vez mais  sendo substituído por um evangelho diluído, sincrético e pragmático. No início do século XXI, a pregação bíblica tornou-se cada vez mais escassa e obsoleta nos púlpitos . Hoje o modelo que prevalece e encanta multidões é o dos “ungidos”, no melhor estilo diga-isso-e-aquilo-para-o-seu-irmão, com pouquíssimo conteúdo bíblico e malabarismo de sobra .São as marcas desse movimento, animação, manipulação emocional, berros prolongados ao microfone, palavras de efeito, exibição teatral.  Através de congressos  como os Gideões  missionários , tornaram os tais malabaristas, verdadeiras celebridades e “padrão de referencia de espiritualidade”.

Muitos pastores levados pelo apelo e clima de espetaculosidade destes eventos, foram introduzindo em seus cultos estas práticas, deixando de lado os princípios da palavra de Deus, cedendo  ao pragmatismo. Trouxeram para o povo  uma visão distorcida do que é a verdadeira espiritualidade, inibindo o seu desenvolvimento e crescimento espiritual, gerando crentes estéreis, analfabetos em bíblia e despreparados para os desafios  e provações da vida.


DESCONSTRUINDO A FALSA ESPIRITUALIDADE?

Espiritualidade não é pieguice: Espiritualidade não é falar manso, gestos ensaiados, melosidade. Todos conhecemos na igreja, pessoas que o discurso não combina com a prática, tentam demonstrar espiritualidade através de gestos mais interiormente, são maldosos, maldizentes, tramam contra os outros, ambicionam poder e são autoritários. Aspiram liderança não por amor a cristo, mas por necessidade de reconhecimento pessoal. A verdadeira espiritualidade não é de aparência, mas é efetuada através do Espirito Santo no coração do crente levando-o a viver em novidade de vida, não de fora para dentro , mas de dentro para fora.

Espiritualidade não pode ser um meio para se alcançar um fim: Espiritualidade não é barganha, muitas pessoas buscam a Deus não pelo que Ele é, mas pelo que ele pode dar. “Se eu orar mais”, “se ler mais a Bíblia”, “se eu me dedicar mais às disciplinas espirituais”, obterei sucesso na minha vida material. Com esta mentalidade, a espiritualidade se desvirtua. A verdadeira espiritualidade é manifesta não por aquilo que Deus irá fazer, mas pelo que Ele já fez. A  Espiritualidade não é projeção pessoal, muitas pessoas não querem o púlpito querem o palco, a fé não é objeto de projeção pessoal, muitos tem feito da fé um negócio, trabalham em benefício próprio e não causa de Deus, a verdadeira espiritualidade não labuta por causa própria, mas em prol da causa de Deus, o que deve prevalecer é a causa de Deus e não os interesses humanos.

O QUE A BÍBLIA ENSINA SOBRE O CRESCIMENTO ESPIRITUAL?

“A bíblia ensina que todo crescimento espiritual começa com a operação de Deus em minha vida”.
A santificação (termo teológico que significa “crescimento espiritual” é obra da livre  graça de Deus, pela qual somos renovados no homem pleno, segundo a imagem de Deus, e cada vez mais capacitados a morrer para o pecado e viver para a justiça”(Catecismo menor de Westminster). Quando nascemos de novo, Deus vive em nosso interior e nos  renova interiormente para sermos cada vez mais, capazes de morrer para o pecado e viver para a justiça, tornar-se cristão é mais do que virar uma página. É uma transformação numa vida totalmente nova.

O QUE DEVO FAZER PARA CRESCER ESPIRITUALMENTE?

O primeiro passo é entender qual a obra de Deus e qual a nossa parte. 

“Deus faz a obra de Deus o homem faz a obra do homem , o homem não pode fazer a obra de Deus e Deus não fará a obra do homem”. Deus opera em nossa vida de dentro para fora, para nos transformar em sua imagem.O processo não é perfeito. Falhamos, não entendemos direito, mesmo assim , Deus está sempre conosco e nunca nos abandona. Ele sempre está perto, chamando dirigindo, confortando e fortalecendo.


Deus nos ajuda a crescer espiritualmente iluminado nossa mente para entendermos a verdade, pois o homem natural não compreende as coisas do Espirito de Deus, pois lhe parece loucura, porque elas se discernem espiritualmente “O ser humano não recebe nem entende a verdade espiritual revelada nas escrituras, porém , quando nos tornamos cristãos, Deus habita em nosso interior, ilumina nossa mente para conhecermos sua vontade e sua palavra. Deus nos dá desejo e caráter espiritual, Ele opera em nós “tanto o querer como o efetuar, segundo sua boa vontade”(Fp 2.12,13).Quando Desejamos fazer algo para Deus, não somos responsáveis por esse desejo, mas sim Deus, somos responsáveis por agir de acordo, mas foi Deus que colocou este desejo em nós.Deus não somente nos dá o desejo de sermos justos como também nos capacita e nos dá forças para sermos justo. Deus também nos capacita a fazer.Dá a cada um dons espirituais,ou seja uma capacidade sobrenatural para servi-lo.Ele nos chama para usarmos este dons para servir uns aos outros (1Pe 4.10).

Embora o processo de crescimento espiritual seja iniciado por Deus, não ocorrerá sem que haja uma resposta  adequada de nossa parte.

QUAIS SÃO OS DESAFIOS PARA NOSSO CRESCIMENTO ESPIRITUAL:

Nosso maior desafio na busca do crescimento espiritual é tornar-nos cada vez mais semelhantes a Cristo, o que significa abdicar da minha própria vontade para viver e me dedicar à vontade de Deus e em benefício dos outros. Os puritanos foram gigantes espirituais e seu lema era Viver e fazer tudo para a Glória de Deus, a verdadeira espiritualidade não é somente no templo, ou  em tempos pré-estabelecidos, mas a alegria de se satisfazer-se em Deus, e ver Deus nas mínimas coisas. E entender que o fim supremo não é fama, sucesso, reconhecimento ou uma conta bancária polpuda, mas glorificar a Deus e gozá-lo para sempre. (Catecismo maior de Westminster).

O DESAFIO DE COMBATER O PECADO E VIVER EM SANTIDADE

Não há crescimento espiritual, sem uma resolução firme de lutar contra o pecado. É certo que somos falhos e pecadores, mas uma coisa e pecar outra e viver na prática do pecado. Não estou pregando a perfeição sem pecado, quero dizer que todo pecado conhecido deve ser nomeado,  identificado e
repudiado, e que devemos confiar em Deus para nos libertar dele, para que não exista qualquer pecado consciente, deliberado em qualquer parte de nossa vida. E absolutamente necessário que façamos isso, porque Deus é um Deus santo, e o pecado nos afasta de sua presença, jamais conseguiremos romper em nossa vida espiritual, mantendo pecados em nossa vida.

O que encobre as suas transgressões nunca prosperará, mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia (Pv 28.13).

O DESAFIO DE UMA VIDA DE ORAÇÃO

Se quisermos ter nossas vidas verdadeiramente transformadas, se quisermos ver a manifestação do poder de Deus, temos que orar! não há substitutos à oração. Enquanto a igreja hoje está em busca de melhores métodos,  o Espirito Santo esta em busca de melhores homens, homens poderosos em oração.Ele não vem sobre mecanismos, ele não unge planos , mas homens, homens de oração.Os grandes homens do passado que tiveram grandes revelações e foram usados por Deus, todos foram homens de oração. Jesus foi um homem de oração, sempre se retirava para estar em oração secreta com o pai. Hoje em dia fala-se muito em oração, mas o povo não ora. As reuniões de oração são as mais negligencias. Sem oração não há crescimento, sem oração não há poder, sem oração não há vida espiritual abundante. Quando oramos deixamos de recorrer aos recursos da terra e passamos a depender dos recursos de Deus.

O DESAFIO DA MEDITAÇÃO DIÁRIA NA PALAVRA DE DEUS

mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em me conhecer” (Jr 9.23,24).

O Homem moderno diz que não tem tempo, na verdade temos tempo,para tudo que é prioridade para nós mais com o desenvolvimento da tecnologia, internet e outras mídias, várias coisas lutam para tomar o nosso tempo,o homem que diz que não tem tempo para estudar a palavra e porque tem priorizado outras coisas.Ninguém cresce na ignorância ou alheio a verdade, só crescemos com conhecimento de Deus, revelado na sua palavra através de sua palavra. Não há crescimento sem estudo sistemático, constante é disciplinado da palavra de Deus. Se quiser crescer espiritualmente devemos meditar dia e noite na palavra de Deus, buscando todo conselho na palavra do Senhor: “Toda Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente preparado para toda boa obra” (2 Tm 3.15-17). A maior mentira de satanás no mundo moderno é dizer que a palavra de Deus não é mais relevante, para nossa época. Jesus venceu satanás através da palavra e a escritura é proveitosa para ensinar no caminho da verdade, nos corrigir nos mostrando onde estamos falhos , instruir no caminho certo, para que sejamos uma arma poderosa nas mãos de Deus. Aleluia, glória a Deus por ter nos dado sua palavra.


O DESAFIO DA OBEDIÊNCIA E DA FÉ QUE NÃO OLHA PARA O QUE É APARENTE

O maior desafio para o crescimento espiritual é o desafio da obediência, “porque o que quero, isso não pratico; mas o que aborreço, isso faço” (Rm 7.14).Obedecer a Deus é lutar contra o Eu, a minha vontade, obedecer a Deus é andar na contra-cultura , na contra-mão da humanidade é dizer sim para Deus e não para o mundo, é entrar numa luta constante contra mim mesmo, contra as minhas paixões interiores, contra o mundo e contra o diabo. Jesus disse: “As aves tem os seus ninhos, as raposas os seus covis mas o filho do homem, não onde reclinar a cabeça.” Não avalie seu desenvolvimento espiritual por aquilo que é aparente, temos a tendência de avaliar nosso desenvolvimento por manifestações carismáticas, Deus muitas vezes trabalha no silêncio.A igreja de Corinto era a igreja que tinha a maior quantidade de dons , mas Paulo os teve como carnais, saiba que há tempo para todo propósito debaixo do céu.

Gary Chapman disse que quando era pequeno, no colo de sua mãe a viu fazendo tricô e no meio daquele emaranhado de  fios não conseguia ver sentido e nem beleza alguma no que ela fazia, vendo que ele estava intrigado ela o levantou,  e de cima ele conseguiu ver um belo vestido que ela estava sendo formado. Quando olhamos sob uma perspectiva do alto as coisas mudam. Deus é o autor e consumador da fé, o que Ele iniciou ele terminará basta a nós confiarmos. Mesmo que hoje aos nossos olhos não consigamos ver sentido, ou nos parece um emaranhado de situações disformes e sem sentido, mas um dia veremos algo belo que o Senhor preestabeleceu desde a eternidade. Pois o que Ele determinou, ninguém impedirá!








quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

Comentário Bíblico Mensal: Janeiro/2019 - Capítulo 2 - O Avivamento Genuinamente Bíblico




Comentarista: Leonardo Pereira



Texto Bíblico Base Semanal: Jeremias 29.8-14

8. Porque assim diz o Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel: Não vos enganem os vossos profetas que estão no meio de vós, nem os vossos adivinhos, nem deis ouvidos aos vossos sonhos, que sonhais;
9. Porque eles vos profetizam falsamente em meu nome; não os enviei, diz o Senhor.
10. Porque assim diz o SENHOR: Certamente que passados setenta anos em babilônia, vos visitarei, e cumprirei sobre vós a minha boa palavra, tornando a trazer-vos a este lugar.
11. Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais.
12. Então me invocareis, e ireis, e orareis a mim, e eu vos ouvirei.
13. E buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes com todo o vosso coração.
14. E serei achado de vós, diz o Senhor, e farei voltar os vossos cativos e congregar-vos-ei de todas as nações, e de todos os lugares para onde vos lancei, diz o Senhor, e tornarei a trazer-vos ao lugar de onde vos transportei.

Momento Interação

O verdadeiro avivamento é o avivamento que se encontra dentro das Escrituras Sagradas. Existem movimentos que parecem ser avivamento mas que não é avivamento. Para sabermos sobre o avivamento que o Senhor Deus nos envia, somente e plenamente, precisamos retornar as Escrituras Sagradas pois é lá que se encontram os fundamentos verdadeiros e reais do pleno avivamento do Senhor que manda ao Senhor.

Introdução

Avivamento em primeiro ponto de significado é tornar mais ardente, e o que temos visto nestes últimos dias é exatamente um frio constante e inextinguível nas igrejas, cumprindo Mateus 24.12 “E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará”. Ao entrar na questão de questionar essa passagem entre os cristãos, mitas vezes achamos que esse amor é referente ao amor mundano, o amor vivido pelas pessoas que não conhecem a Cristo, mas pergunto então que amor esfriaria de uma pessoa que não conhece a fonte do amor que é Jesus? Ou seja, se alguém tem amor pra esfriar é exatamente o povo cristão, porque esses receberam amor do Pai celeste, esses receberam amor da fonte que é Cristo. Neste capítulo abordaremos acerca do estudo sobre o avivamento genuinamente bíblico e as suas bases nas Escrituras Sagradas.

I. O Avivamento Começou no Éden

Quando Deus formou o homem do pó da terra (Gn 2.7), disse ele: "Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa  semelhança" (Gn 1.26), e assim o fez. Que privilégio para o homem ser feito à imagem e semelhança da santidade de Deus e, semelhantemente, da sua misericórdia, bondade, amor, e muito mais.

Deus preparou um local para o homem habitar. Um local especial chamado Éden. Deus providenciou, em sua sabedoria, um lugar santo, onde o pecado não existia, um local onde sua imagem e semelhança, espiritualmente falando, habitaria, e assim o fez (Gn 2.8). O Senhor detalhadamente descreveu esse lugar em Gênesis 2.8-14. Eu gostaria que você analisa-se cuidadosamente a riqueza. Não é por menos. Quem habitaria ali era o Senhor, Deus Único (Gn 3.8). O Éden era um verdadeiro santuário até a introdução do pecado por Eva e Adão (Gn 3.6). Deus já estava começando a mostrar seu plano, que era habitar juntamente com seu povo, sua criação.

Adão e Eva tinham, no Jardim do Éden, perfeita comunhão com Deus e o melhor ambiente que se possa imaginar. Com acesso à árvore da vida, eles não envelheciam, nem adoeciam. Quase não tinham restrições; um fruto somente era proibido. Mas o diabo, na forma de uma serpente, tentou Eva e ela comeu do fruto proibido, e o repartiu com Adão. Essa desobediência fez com que eles fossem separados de Deus, expulsos do jardim, e privados da árvore da vida. Mas Deus desejava trazer o homem de volta à perfeita harmonia com ele. Para isso tinha desenvolvido um plano restaurador antes mesmo de haver criado o mundo. Quando o primeiro casal pecou, ele começou a desenvolver esse plano progressivamente. Através do Velho Testamento, Deus fez promessas importantes que levaram o homem a entender como o Senhor haveria de reconciliá-los consigo.

Imediatamente depois do pecado do homem, Deus amaldiçoou o diabo: "Porei  inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te  ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar" (Gn 3.15). Essas palavras revelavam como Satanás continuaria a opor-se aos melhores interesses do homem, mas um descendente da mulher destruiria o poder dele. A referência ao descendente da mulher é incomum, porque quase sempre a linhagem é traçada através do homem. À luz do cumprimento podemos ver como essa declaração foi apropriada, uma vez que o descendente em questão, Jesus Cristo, não teria um pai terrestre. A derrota de Satanás é descrita na forma de um homem pisando sobre uma serpente, assim ferindo seu próprio calcanhar, mas esmagando a cabeça dela. Essa promessa seria cumprida de um modo notavelmente claro.

II. Confissão de Pecados: Prosseguimento para o Avivamento

Desde Adão e Eva, o pecado tem corrompido nosso mundo e manchado nossas vidas. Deus ofereceu aos homens inúmeras oportunidades para serem limpos do pecado, mas as pessoas, egoístas, concupiscentes, continuam pecando. O problema é tão difundido que Paulo afirmou: "Pois todos pecaram e carecem da gloria de Deus" (Rm 3.23) e "...assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram" (Rm 5.12). Na verdade, aqui temos um problema. O mais completo argumento da Bíblia sobre o assunto da culpa humana é encontrado nos capítulos da abertura do livro de Romanos. Paulo principia com a mensagem do evangelho da salvação para os judeus e gentios (Rm 1.16). O fato que os homens precisam de salvação implica em que eles estão perdidos, separados de Deus pela barreira do pecado (cf. Is 59.1-2). Paulo desenvolve sua tese muito claramente, começando pelos gentios e então voltando para os judeus.

Paulo disse que os gentios eram culpados porque tinham fechado seus olhos à evidência da existência e justiça de Deus. Eles não glorificavam a Deus, em vez disso adoravam a criatura antes que o Criador (Rm 1.25). Tal rejeição da pessoa de Deus levou rapidamente à rejeição de seus princípios: "Por causa disso, os entregou Deus a paixões infames, porque até as mulheres mudaram o modo natural de suas relações íntimas por outro, contrário à natureza; semelhantemente, os homens também, deixando o contacto natural da mulher, se inflamaram mutuamente em sua sensualidade, cometendo torpeza, homens com homens, e recebendo em si mesmos a merecida punição do seu erro" (Rm 1.26-27). Não somente tais pessoas começaram a praticar o homossexualismo, mas também acrescentaram malícia, avareza, homicídio, desobediência aos pais e vários outros pecados dignos de morte (Rm 1.28-32). É com tristeza que vemos este antigo cenário sendo repetido hoje em dia. Numa época em que a evolução nega a existência de Deus, religiões politeístas e místicas estão se tornando crescentemente proeminentes e homens estão defendendo como "normal" toda a perversão da lei de Deus, desde a desonestidade à homossexualismo e ao adultério.

Pessoas religiosas, freqüentemente, acham muito fácil condenar tais horríveis pecados. Mas Paulo não parou depois de definir o mal dos gentios. Ele imediatamente voltou sua atenção para aqueles que deveriam ser considerados o povo mais espiritual de sua época, os judeus. Estes descendentes de Abraão conheciam a lei e aborreciam a carnalidade dos gentios. Mas seriam eles melhores por isso? Paulo não deixou espaço para auto-justificação quando se voltou para os judeus e perguntou: "Tu, que te glorias na lei, desonras a Deus pela transgressão da lei? Pois, como está escrito, o nome de Deus é blasfemado entre os gentios por vossa causa" (Rm 2.23-24). Finalmente, Paulo mostrou que os dois grupos gentios e judeus tinham uma coisa em comum: "Pois todos pecaram e carecem da gloria de Deus" (Rm 3.23). Muitas outras passagens ilustram este ponto e, muito significativamente para nós, demonstram claramente nossa própria culpa. Se todos pecaram, então eu tenho pecado. Eu o desafio a ler as passagens do Novo Testamento que relacionam os pecados, considerando cuidadosamente sua própria vida. Toda pessoa honesta e responsável perceberá, por estas passagens, que está condenada pelo pecado. Quando Deus relaciona tais pecados, está claramente pronunciando nossa culpa. Fazer o que Deus proibiu é pecado (1Jo 3.4). Não fazer o que ele exigiu é pecado (Tg 4.17). A conseqüência do pecado é a eterna separação de Deus (Rm 6.23; 2 Ts 1.8-9). Eu tenho pecado. Você tem pecado. Necessitamos do perdão misericordioso de Deus.

Devemos confessar os nossos pecados a Deus para receber perdão. João escreveu aos cristãos: "Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça" (1 Jo 1.8-9). A confissão aqui é feita pelo cristão ao Pai, com ajuda do Advogado Jesus Cristo. Alguns pecados não precisam ser confessados a outros homens, mas todos precisam ser confessados ao Senhor para receber o perdão dele. Devemos confessar os nossos pecados às pessoas que ofendemos. Jesus mostrou que tal confissão é necessária para receber o perdão do irmão ofendido: "Se teu irmão pecar contra ti, repreende-o; se ele se arrepender, perdoa-lhe. Se, por sete vezes no dia, pecar contra ti e, sete vezes, vier ter contigo, dizendo: Estou arrependido, perdoa-lhe" (Lc 17.3-4).

III. A Busca Constante pelo Senhor

A nossa busca por Deus precisa ser diligente. O que significa isso?  Significa que devemos nos entregar à busca por Deus com uma prioridade   e paixão com as quais não investimos em qualquer outra busca. Deus deve vir primeiro em nossos corações. Devemos estar prontos a sacrificar qualquer outra coisa – na verdade todo o resto – para ver a face dele. Nossos corações têm de estar livres de qualquer interesse que entre em conflito ou qualquer desejo que compete. “Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus” (Mateus 5:8). Em nosso anseio por Deus devemos ser totalmente sinceros, e em nossa busca por Deus devemos estar apaixonadamente comprometidos. Ele merece nada menos que o nosso todo.

A maneira que Deus fez o mundo é tal que achamos necessário buscá-lo e procurá-lo, mas na verdade ele “não está longe de cada um de nós” (At 7.27). O fato de ele parecer escondido neste mundo quebrado não é para dificultar a nossa busca, e sim para nos instigar a procurá-lo. Enquanto stimula nosso apetite por ele, Deus está nos desmamando de nossa rebelião uto-suficiente e pecaminosa. Está nos ensinando a amá-lo. Com as evidências e seu poder, e as amostras amorosas de sua bondade, ele nos puxa para a sua presença eterna. “Atraí-os com cordas humanas, com laços de amor” (Os 11.4). É prazeroso para Deus ser encontrado por todos aqueles que anseiam por ele em amor honesto e obediente.

Deus não é neutro em relação à inclinação dos nossos corações. O seu desejo é que nós o encontremos. Ele anseia por aqueles que se alegram com ele. “Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós outros” (Tg 4.8). Ainda há um perigo: não podemos mentir a nós mesmos dizendo estarmos buscando a Deus se de fato são apenas algumas das bênçãos de Deus que buscamos. Resistindo à tendência de nos concentrarmos em nós mesmos, devemos aprender a buscá-lo, contente e simplesmente. Quando assim o fizermos diligentemente, nossa recompensa será o próprio Deus, que suprirá os nossos anseios mais profundos de acordo com o plano do próprio amor dele. Tendo buscado a Deus fervorosamente, seremos enriquecidos pela alegria de um coração que transborda com sua glória.

Conclusão

Vamos considerar as coisas que, conforme diz o salmista, nos admoestam.  A lei do Senhor é perfeita e restaura a alma; o testemunho do Senhor é fiel e dá sabedoria aos símplices. Os preceitos do Senhor são retos e alegram o coração; o mandamento do Senhor é puro e ilumina os olhos. O temor do Senhor é límpido e permanece para sempre; os juízos do Senhor são verdadeiros e todos igualmente, justos. São mais desejáveis do que ouro, mais do que muito ouro depurado; e são mais doces do que o mel e o destilar dos favos. Além disso, por eles se admoesta o teu servo....” (Salmo 19.7-11a). Às vezes, temos a tendência de ignorar avisos porque achamos que não se aplicam a nós. Os tripulantes do navio Titanic foram avisados sobre o perigo de icebergs, mas eles baixaram suas defesas porque acreditavam que o navio fosse inafundável. O resultado foi a morte de 1.600 pessoas. A palavra de Deus nos ensina que haverá um julgamento e que a maneira de sobreviver a este julgamento é atender à Palavra. Quando Pedro ouviu do Senhor que ia negá-lo três vezes naquela noite, ele não deu a devida importância ao aviso. Nós, como Pedro, podemos nos tornar confiantes demais e ignorar os avisos. Como resultado, sofreremos as consequências. Há muitos avisos na palavra de Deus que as pessoas ignoram. Por exemplo, Jesus avisa que ninguém pode entrar no reino sem nascer de novo (Jo 3.1-5). Milhões não dão ouvidos a este aviso. Eles confiam na sua moralidade, nas suas boas obras ou na sua fé. Mas Jesus foi bem claro: “Quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus”. Uma pessoa nasce da água e do Espírito quando obedece o mandamento de Deus para se arrepender e ser batizada (At 2.38). Deus nos avisa, também, que temos um inimigo que procura nos destruir. É este mesmo inimigo que nos faz ser confiantes demais. Foi o mesmo inimigo que convenceu Eva no jardim que ela não morreria se comesse do fruto proibido (Gn 3). Este inimigo é um “leão que ruge” que procura nos devorar (1 Pe 5.8). Este inimigo é agressivo e um enganador que procura nossa ruína total. Este inimigo é o Diabo. Devido à natureza do Diabo, somos avisados da importância de der sóbrios e vigilantes.

sábado, 5 de janeiro de 2019

Comentário Bíblico Mensal: Janeiro/2019 - Capítulo 1 - Avivamento - A Obra de Deus no meio do seu Povo




Comentarista: Leonardo Pereira



Texto Bíblico Base Semanal: Efésios 3.14-21

14. Por causa disto me ponho de joelhos perante o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo,
15. Do qual toda a família nos céus e na terra toma o nome,
16. Para que, segundo as riquezas da sua glória, vos conceda que sejais corroborados com poder pelo seu Espírito no homem interior;
17. Para que Cristo habite pela fé nos vossos corações; a fim de, estando arraigados e fundados em amor,
18. Poderdes perfeitamente compreender, com todos os santos, qual seja a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade,
19. E conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento, para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus.
20. Ora, àquele que é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera,
21. A esse glória na igreja, por Jesus Cristo, em todas as gerações, para todo o sempre. Amém.

Momento Interação

Estudantes da Palavra de Deus. Depois de um importante estudo sobre a missão que todo discípulo de Cristo tem em sua vida e que deve cumpri-lo, estudaremos acerca do avivamento e as suas bases bíblicas. Vivemos em um tempo a qual o termo tem sido usado de maneira generalizada e muitas vezes mal-interpretada. Por isso um estudo sobre esta temática tão importante e vital em nosso meio é bastante crucial para nosso amadurecimento moral e espiritual.

O comentarista do mês de Janeiro é o irmão Leonardo Pereira. Ministro do evangelho, educador, articulista, escritor e membro da equipe de Produção-Textual do Evangelho Avivado. Que nesse estudo possamos glorificar ao Senhor em nossas vidas, pois o nosso Deus é o Deus do Avivamento.
Bons estudos!

Introdução

Um tema que há muito tempo tem certamente sido proclamado em decorrentes linhas de diversas congregações e movimentos denominacionais do nosso país sem dúvidas, é acerca do avivamento ou da espera de um avivamento. Vivemos em um período da proliferação, (do aumento) de diversos congressos, movimentos evangélicos levantados aos montes na nação brasileira em busca desse avivamento. Cultos de cura, vitória e de prosperidade tem sido ditos como um prelúdio para este pleno avivamento vindo de Deus. Não que esses movimentos e congressos possam ser errôneos em tê-los, ou que eles não possam contribuir, mas é importante já de antemão sermos informados que o avivamento é uma obra de Deus, que tem o operar de Deus, e o que o seu objetivo final é a plena glória de Deus.

O estudo bíblico acerca do avivamento não é em si um estudo somente teórico ou pedagógico, mas plenamente prático embasado total e plenamente, nas Escrituras Sagradas como um todo, para podermos assim, sermos instrumentos poderosos usados nas mãos de Deus para esta nação e legarmos as próximas gerações, as gloriosas maravilhas de Deus em nosso meio. Neste capítulo inicial sobre o avivamento, estudaremos pontualmente acerca do que é o genuíno avivamento, a poderosa obra de Deus no avivamento, identificarmos o que é avivamento e o que é aviltamento, e por fim, entendermos porque a nossa nação precisa desesperadamente do avivamento que vem do Senhor Deus e colocarmos em prática, as muitas lições que a Bíblia nos oferece, de acordo incisivo com o que o apóstolo Paulo nos ensina em sua Epístola aos Efésios quando ele diz: "Ora, àquele que é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera;  A esse glória na igreja, por Jesus Cristo, em todas as gerações, para todo o sempre. Amém" (Ef 3.20).
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I. O que é Avivamento

De acordo com o Dicionário Aurélio, avivamento significa "Ação ou efeito de avivar ou avivar-se (tornar mais vivo)".  Quando falamos de avivamento ou despertamento, sempre vem à nossa mente a ideia de manifestações poderosas e visíveis do Senhor, sempre pensamos em Deus agindo de maneira grandiosa através do Seu Espírito Santo. Realmente, às vezes, o Senhor se revela de maneira poderosa e visível em nossas vidas. Mas isso nem sempre é assim. Às vezes, Deus também age de maneira diferente, e um despertamento pode se manifestar de maneira bem diversa.

Quando acontece isso? Quando Deus decide deixar um despertamento por completo (um todo pessoal) acontecer em pequena escala, dentro da vida de uma só pessoa. Avivamento significa em primeiro lugar que os crentes mornos, cansados, devem por ordem de Deus, despertarem para uma nova vida plena, espiritual e entrem outra vez em contato com “rios de água viva” (Ap 3.18-20); Ou expressando-o com uma passagem bíblica: “… a vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus” (Cl 3.3). Esse é quase sempre o início de um avivamento. Mas nós pensamos sempre em acontecimentos espetaculares quando falamos em rios de água viva e em despertamento. Entretanto, o acontecimento maior e mais espetacular é quando filhos de Deus que estavam mornos e cansados espiritualmente se tornam outra vez ardorosos pelo Senhor; quando em suas vidas começam a jorrar outra vez os “rios de água viva”.

II. Avivamento - Uma Obra do Senhor

O verbo hebraico hyh (avivar) tem o significado primário de "preservar" ou "manter vivo". Porém, "avivar" não significa somente preservar ou manter vivo, mas também purificar, corrigir e livrar do mal. Esta é uma conseqüência natural em toda vez que Deus aviva. Na história de cada avivamento, dentro ou fora da Bíblia, lemos que Deus purifica, livra do mal e do pecado, tira a escória e as coisas que estavam impedindo o progresso da causa.

O verbo "avivar", em suas várias formas , é usado mais de 250 vezes no Antigo Testamento, das quais 55 vezes estão num grau chamado piel. Um verbo nas formas do Piel expressa uma ação ativa intensiva no hebraico. Neste sentido, o avivamento é sempre indicado como uma obra ativa e intensiva de Deus. Alguns exemplos de sua ocorrência são as clássicas orações de Davi, como esta: "Porventura, não tornarás a vivificar-nos, para que em ti se regozije o teu povo?" (Sl 85.6), e da clássica oração do profeta Habacuque: "Tenho ouvido, ó Senhor, as tuas declarações, e me sinto alarmado; aviva a tua obra, ó Senhor, no decorrer dos anos, e, no decurso dos anos, faze-a conhecida; na tua ira, lembra-te da misericórdia" (Hc 3.2).

Encontramos no Novo Testamento grego um conjunto de palavras que expressam o conceito básico de avivamento. São elas: 'egeíro, 'anastáso, 'anázoe e 'anakaínoo. Outras palavras gregas comparam o avivamento ao reacender de uma chama que se apaga aos poucos (cf. 'anazopyréo em 2 Tm 1.6) ou uma planta que lança novos brotos e "floresce novamente" (cf. 'anaphállo em Fp 4.10). No Novo Testamento grego as palavras supracitadas aparecem, no contexto de avivamento, apenas sete vezes, embora a idéia básica de avivamento seja sugerida com mais freqüência. Uma possível explicação para o uso escasso dos termos, em comparação ao Antigo Testamento, é que o Novo cobre apenas uma geração, durante a qual a Igreja Cristã desfrutou, na maior parte do tempo, um grau incomum de vida espiritual.

III. Avivamento ou Aviltamento?

Estas duas palavras são parecidas, porém, divergentes. Temos visto que, na igreja hodierna, elas misturam-se na mente do povo de Deus. Infelizmente, muitos não conseguem distinguir uma da outra.

Avivamento, em primeiro lugar significa de forma mais abundante, se tornar mais “ardente”. É por exemplo um cristão que esta morno, cansado, se despertar para uma nova vida espiritual. Quando se fala de avivamento, as pessoas já pensam em acontecimentos grandiosos e espetaculares, mas essa não é a única forma de Deus agir, aliás, o acontecimento grandioso é quando filhos de Deus voltam a ter sede dele.

Já a palavra “aviltamento” significa: vileza, desonra, ignomínia, descrédito, vergonha. A maioria dos “avivamentos” que existem por ai não passa de aviltamento. Verdadeira vergonha de um pseudo-evangelho, uma pseudo-salvação. Verdadeira infâmia contra a santidade de nosso Deus maravilhoso.
Vários períodos da história da Igreja pós-apostólica foram marcados por reavivamentos maravilhosos, onde Deus usou soberanamente homens falíveis para uma proclamação das verdades de um Deus infalível. Por exemplo: A Reforma Protestante (John Wycliffe,Martinho Lutero, João Calvino, John Knox), Reavivamento Morávio (conde Zinzendorf), o Grande Reavivamento do séc. XVIII (John Wesley, Charles Wesley e Jorge Whitefield), e o Reavivamento Americano de 1725 e 1760 (Teodoro Fredinghuysen e Jonathan Edwards). Todos os despertamentos históricos foram marcados em contraposição por desvios e abusos que tentaram passar por avivamento, mas que nada mais eram que aviltamento.

IV. O Povo de Deus Precisa do Genuíno Avivamento

Para alcançarmos um avivamento real, certas condições precisam estar presentes em nossa vida. Mas existe uma outra coisa que não devemos esquecer quando falamos de despertamento: a oração. Temos de orar por um despertamento! A seguir, não quero falar das razões para implorarmos por avivamento. Pretendo mostrar, com alguns exemplos bíblicos, que a oração por avivamento está plenamente de acordo com a Bíblia. Pensemos em Asafe, que no Salmo 80 orou três vezes: "Restaura-nos, ó Senhor Deus dos Exércitos, faze resplandecer o teu rosto, e seremos salvos" (v. 19, comp. também os versículos 3 e 7).Naturalmente aqui, dentro do contexto, trata-se de uma vivificação exterior. Mas quando se conhece a história bíblica de Israel mais ou menos profundamente, então se sabe que uma vivificação, uma restauração exterior sempre antecedia um avivamento interior. Por isso, quando Israel orava por nova vida, isso era também um clamor por nova vida espiritual, por renovação interior. Encontramos outro exemplo de oração por despertamento e nova vida no Salmo 85. Vemos isso especialmente no versículo 6, onde os filhos de Coré imploram: "Porventura não tornarás a vivificar-nos, para que em ti se regozije o teu povo?"

Conclusão

Deus espera poder finalmente nos dar um avivamento. Em Isaías 33.9-10 está escrito a respeito desse assunto: "A terra geme e desfalece; o Líbano se envergonha e se murcha; Sarom se torna como um deserto, Basã e Carmelo são despidos de suas folhas. Agora me levantarei, diz o Senhor; levantar-me-ei a mim mesmo, agora serei exaltado." Deus falou isso a Israel naquela época. Em Jesus Cristo e através de Jesus Cristo Ele diz as mesmas coisas para nós hoje. Deus, quando diz: "Agora me levantarei, diz o Senhor; levantar-me-ei a mim mesmo, agora serei exaltado", o faz porque a terra estava "gemendo e desfalecendo". E com isso Ele quer expressar exatamente o que está escrito também em Isaías 44.3: "Porque derramarei água sobre o sedento, e torrentes sobre a terra seca; derramarei o meu Espírito sobre a tua posteridade, e a minha bênção sobre os teus descendentes." E é exatamente isso que Deus quer dar a uma terra que, a Seus olhos, está "gemendo e desfalecendo". Naturalmente essa promessa vale em primeiro lugar para Israel, mas fico tão feliz porque posso ter a certeza de que o Senhor dirige essas palavras também a nós atualmente.

Comentário Bíblico Mensal: Dezembro/2018 - Capítulo 5 - O Amor à Cristo acima de Todas as Coisas




Comentarista: Oliveira Silva



Texto Bíblico Base Semanal: Lucas 9.23-27

23. E dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me.
24. Porque, qualquer que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas qualquer que, por amor de mim, perder a sua vida, a salvará.
25. Porque, que aproveita ao homem granjear o mundo todo, perdendo-se ou prejudicando-se a si mesmo?
26. Porque, qualquer que de mim e das minhas palavras se envergonhar, dele se envergonhará o Filho do homem, quando vier na sua glória, e na do Pai e dos santos anjos.
27. E em verdade vos digo que, dos que aqui estão, alguns há que não provarão a morte até que vejam o reino de Deus.

Momento Interação

Prezado estudante da Palavra de Deus. Chegamos ao final de mais um Comentário Bíblico Mensal e nesta feita, ao final do ano de 2018. Vimos aqui diversos estudos, diversas reflexões e grande crescimento bíblico, e espiritual em nossas vidas. Ao longo deste comentário, vimos o que precisamos para sermos discípulos legítimos de Cristo.  Há uma grande diferença entre ser discípulo e ser seguidor. Seguidor é aquela pessoa que segue com alguma intenção. Discípulo é a pessoa que ouve, aprende, e põe em prática os ensinamentos genuínos do mestre. Que possamos por em prática os ensinamentos do mestre à modo de sermos sal da terra e luz do mundo (Mt 5.13-16). Bons estudos e até o ano de 2019 se o Senhor assim permitir. Bons Estudos!

Introdução

Tomar a cruz significa assumir um compromisso até o ponto de morrer por causa dele. Esse versículo não está dizendo que os únicos salvos serão aqueles que o sempre foram totalmente comprometidos. Se isso fosse verdade, quem seria justificado? Na verdade, quando alguém que é salvo comete erros, como fez Pedro e faz o cristão carnal (1Co 3.1-4), tal pessoa, com certeza, não é digna de Cristo, e esses atos fazem com que ela perca seu galardão. É claro que o mesmo vale para aquele que está perdido, cujas obras, por mais maravilhosas que sejam, no fim serão consideradas inúteis, pois foram feitas sem conhecimento e dependência de Cristo (Rm 3.12). Achar a sua vida significa viver não para ter bens materiais e desfrutar dos prazeres deste mundo, mas para investir hoje no Reino futuro de Cristo (Mt 6.19-21). E possível ter tudo isso aqui e lá também. Já que somos mordomos da nossa vida e de tudo o que diz respeito a ela, podemos avaliar como investir bem no Reino (Lc 19.11-26). Não somos capazes de levar nada conosco, mas podemos usar de sabedoria e fazer sábios investimentos para o futuro.

I. Jesus veio Trazer a Espada

Jesus veio trazer paz ou espada? Muita gente se confunde a respeito desse tema. Isso porque, na Bíblia, vemos que Jesus é chamado de Príncipe da Paz (Is 9.6). Vemos também Jesus dizendo “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize” (Jo 14.27). Ao mesmo tempo somos apresentados a uma fala muito forte de Jesus, onde Ele diz: “Não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada” (Mt 10.34). Seria possível Jesus ao mesmo tempo trazer paz e espada à terra? Uma não anula a outra?  Sem sombra de dúvida a Bíblia aponta para Jesus como sendo o Príncipe da Paz. Ele é o Soberano portador da paz perfeita. Não a paz – falsa – segundo o mundo, mas a paz – verdadeira – segundo Deus (Jo 14.27). A paz de Jesus é distribuída sem medida no mundo quando Cristo é Senhor na vida das pessoas. Nesse sentido, fica claro que a paz verdadeira está ligada a Cristo, conforme nos diz João 16.33: “Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo.”. Como Jesus esclarece, a paz está “Nele” e é alcançada plenamente através “Dele”.

Apesar da paz de Cristo estar à disposição de todos, não são todos que a vivem e a acolhem. No mundo existem os rebeldes, aqueles que encaram a mensagem do Evangelho de Cristo como sendo loucura (1 Co 1.18). O mundo está cheio de perversos, de pessoas que têm suas vidas baseadas no pecado, sem qualquer arrependimento. Nesse sentido vemos Jesus explicando que essas pessoas se levantarão em oposição àqueles que vivem a Sua paz. A “espada” mencionada em Mateus 10.34 é sinônima de divisão e conflito. O mundo insiste em hostilizar a mensagem de Cristo e rejeitá-Lo. Os servos de Deus, como embaixadores de Cristo que vivem nesse mundo, também são hostilizados e rejeitados por seguirem a Cristo. Assim, Jesus exemplifica que até dentro de suas casas, Seus servos poderão enfrentar hostilidade por causa de Seu nome: “Pois vim causar divisão entre o homem e seu pai; entre a filha e sua mãe e entre a nora e sua sogra. Assim, os inimigos do homem serão os da sua própria casa” (Mt 10.35-36). Esse é o sentido da “espada” mencionada nesse texto. 

Assim, não existe contradição no fato de Jesus trazer a paz e também trazer a “espada” em meio a esse mundo. É apenas a consequência provocada pelos rebeldes guiados pelo pecado, que resistem fortemente à paz de Jesus, pois a consideram loucura. Jesus, como o Grande Rei Soberano, deixa claro que seus súditos devem amá-Lo sobre todas as coisas (Mt 10.37-39).

II. O Amor à Cristo mais do que à Família 

Em nenhum outro lugar se manifesta como aqui a extraordinária honestidade de Jesus Cristo. Aqui nos fala da exigência da fé cristã da maneira menos equivocada e mais comprometedora possível. Diz aos seus exatamente o que podem esperar se aceitarem a ordem de sair como mensageiros do Rei. Até mesmo os próprios parentes e amigos do cristão serão seus inimigos quando for ministrar o Evangelho de Cristo. Jesus usa uma linguagem que os judeus conheciam perfeitamente bem. Os judeus acreditavam que uma das características do Dia do Senhor, o dia em que Deus irromperia na história, seria a divisão das famílias. Os rabinos diziam: "Quando vier o Filho de Davi, a filha se levantará contra sua mãe, a nora se rebelará contra sua sogra". "O filho desprezará a seu pai, a filha se rebelará contra sua mãe, a nora contra sua sogra e os inimigos de cada homem serão os de sua própria casa". É como se Jesus estivesse dizendo: "O fim que todos vocês esperavam chegou; a intervenção de Deus na história está já dividindo os lares, os grupos, as famílias."

Toda causa de certa magnitude inevitavelmente divide os homens; sempre haverá quem responda ao desafio e quem se negue a fazê-lo. Ao ser confrontados por Jesus inevitavelmente somos também confrontados pela decisão de aceitá-lo ou rejeitá-lo; enquanto o mundo existir está e estará sempre dividido entre os que aceitaram e os que não aceitaram a Cristo. A amargura maior desta luta era que os inimigos do homem seriam os de sua própria casa. É possível que um homem ame tanto a sua esposa e a seus filhos, que se negue a aceitar o desafio de uma grande aventura, de uma forma de serviço, de um chamado ao sacrifício, seja porque não quer abandoná-los, seja porque acredita que se aceitar, os que ama se veriam envoltos em riscos e perigos.

Tem sucedido muitas vezes que os homens rejeitem o chamado de Deus a uma vida de serviço, aventura ou luta por permitir que suas amizades ou família os imobilizassem. Muitas vezes muitos se encontram de frente com esta terrível opção; possivelmente a maioria passe toda sua vida sem ter que decidir desta maneira; mas subsiste o fato de que é possível que os seres mais amados se transformem em nossos inimigos, ao nos impedir de fazer o que sabemos que Deus quer de nós e espera que nós façamos.

III. Tomando à Cruz e Seguindo Jesus 

Jesus lhes ofereceu uma cruz. Os galileus sabiam muito bem o que era uma cruz. Os homens a quem Jesus se dirigia tinham visto mais de uma vez a seus compatriotas vergando sob o peso de suas cruzes, e morrendo na mais terrível agonia sobre elas. Os grandes crentes, cujos nomes estão inscritos na lista de honra da fé, sabiam perfeitamente bem o que estavam fazendo. O cristão pode ser chamado a sacrificar suas ambições pessoais, o conforto e o lazer de que poderia ter desfrutado, a carreira que poderia levá-lo a triunfo pessoal; pode ter que deixar de lado seus sonhos, compreender que coisas brilhantes das que percebeu um brilho não são para ele. Certamente deverá sacrificar sua vontade, porque nenhum cristão pode jamais voltar a fazer o que gostaria muito; deve fazer o que Cristo quer que faça. No cristianismo sempre há alguma cruz, porque o cristianismo é a religião da cruz. 

Jesus disse-lhes que o homem que encontrava sua vida, em realidade a perdia; e que o homem que perdia sua vida, a achava. Uma e outra vez esta afirmação aparentemente contraditória foi demonstrada nos fatos como verdadeira até em um sentido literal. Sempre foi certo que mais de um cristão poderia ter salvo sua vida; mas ao fazê-lo, a teria tivesse em realidade perdido, porque ninguém jamais teria ouvido falar dele, e o que ele fez na história jamais teria sido feito, e teria perdido o lugar que ocupa na galeria dos homens que deram forma ao presente em que vivemos.