quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Comentário Bíblico Mensal: Janeiro/2018 - Capítulo 5 - A Conclusão do Sermão do Senhor Jesus




Comentarista: Anderson Ribeiro


Texto Bíblico Base Semanal: Mateus 7:1-5; 13-18; 24-29

1. Não julgueis, para que não sejais julgados.
2. Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós.
3. E por que reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu olho?
4. Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, estando uma trave no teu?
5. Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão.
13. Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela;
14. E porque estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem.
15. Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas, interiormente, são lobos devoradores.
16. Por seus frutos os conhecereis. Porventura colhem-se uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos?
17. Assim, toda a árvore boa produz bons frutos, e toda a árvore má produz frutos maus.
18. Não pode a árvore boa dar maus frutos; nem a árvore má dar frutos bons.
24. Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras, e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha;
25. E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e não caiu, porque estava edificada sobre a rocha.
26. E aquele que ouve estas minhas palavras, e não as cumpre, compará-lo-ei ao homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia;
27. E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e caiu, e foi grande a sua queda.
28. E aconteceu que, concluindo Jesus este discurso, a multidão se admirou da sua doutrina;
29. Porquanto os ensinava como tendo autoridade; e não como os escribas.

Momento Interação

Estudantes da Palavra de Deus, chegamos ao final de mais um Comentário Bíblico Mensal, que foi aberto com o tema: O Sermão da Montanha - Ensinos Preciosos do Senhor Jesus. Vimos diversas lições, morais, éticas sociais e espirituais, das quais o Senhor Jesus Cristo agrega em nossas vidas, de modo à glorificarmos ao nome do Senhor. Estudaremos neste último capítulo o fechamento do Sermão do Monte falando sobre Juízo Prévio, a porta estreita e sobre as palavras de Jesus que devem ser ouvidas e cumpridas. Que o Senhor Deus abençoe os seus estudos e até o próximo Comentário Bíblico Mensal.

Introdução

Neste último capítulo deste mês estudaremos acerca da conclusão final do Sermão da Montanha, ensinado a nós pelo nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. É muito importante analisarmos os pontos fundamentais na conclusão deste sermão pois aqui se encontra a base fundamental da vida cristã: a observância em suas palavras de modo a não somente ouvirmos, como também devemos cumprir de tal maneira a sermos verdadeiros discípulos seus. Estudemos pois, a partir de agora, acerca da conclusão do Sermão da Montanha do Senhor Jesus.


I. O Juízo Temerário

Podemos entender qual é o significado desta expressão proferida por nosso Senhor Jesus Cristo: “Não julgueis, para que não sejais julgados”, pela razão que Ele apresentou logo a seguir: “Porque com o juízo com que julgais, sereis julgados; e com a medida com que medis vos medirão a vós.” Evidentemente não está proibindo a formulação de juízos, porque isto devemos fazer em todo o tempo, até mesmo pela necessidade de separar o que é vil do que é precioso; o aprovado do que é reprovado. A que tipo de juízo então, está o Senhor Jesus se referindo?
Obviamente ao de nos compararmos com os outros, pensando que somos diferentes deles, quanto a termos méritos para sermos justificados por Deus, ou por qualquer outro motivo comparativo que nos leve a desprezá-los como pessoas, passando-lhes um juízo condenatório final, como fazia o fariseu da parábola, que condenou o publicano, a qual Jesus narrou para mostrar o estado deplorável de justiça própria que cegava os religiosos do Judaísmo. É evidente que há réprobos, ímpios no mundo, e muito mais do que pessoas piedosas. Todavia, muitos terão a oportunidade de serem justificados pela graça, mediante a fé, segundo o dom de justiça que está sendo oferecido pelo evangelho.
E nisto devem ser ajudados pelos que estão tirando as traves do pecado dos seus próprios olhos, pela santificação na Palavra, pelo Espírito Santo, de modo que possam ser eficazes em suas orações e testemunho de Cristo em favor dos tais, para que também alcancem a vida eterna e sejam santificados.

Há lobos, segundo nosso Senhor, para o meio dos quais somos enviados, e dos quais devemos nos acautelar com a prudência das serpentes, que se desviam de ameaças potenciais; associada à simplicidade das pombas, que não reagem aos ataques que sofrem, tanto quanto fazem as serpentes, que também agridem quando são agredidas. Das serpentes portanto, somente é recomendada a prudência. No entanto, nunca devemos esquecer que todos somos pecadores e necessitados da ajuda e intervenção divina, para sermos livrados do terrível espírito de justiça própria, que nos leva a nos compararmos com outros, nos julgando melhores do que eles aos olhos de Deus, por algo supostamente bom que exista em nossa própria natureza pecaminosa. Se os julgamos um caso perdido, ou como pessoas que merecem ser desprezadas por conta do que são ou do que praticam, passamos um atestado de condenação para nós mesmos, porque decretamos que o pecador deve ser desprezado e condenado, esquecidos que somos também pecadores aos olhos de Deus, e que seríamos justamente condenados, não fosse a Sua misericórdia em nos justificar com a Justiça do próprio Cristo, para sermos livrados da condenação eterna.
Confiemos portanto nossas almas ao fiel Criador, continuando na prática do bem, ainda que soframos ataques injustos por causa da proclamação do evangelho, os quais inevitavelmente ocorrerão, porque isto foi predito por nosso Senhor; e ao mesmo tempo procurando nos guardar de toda forma de juízo condenatório, ao contrário, dando sempre lugar à ira de Deus, que é o Único Juiz que sempre julga retamente (Rm 12.17-21).

II. A Porta Estreita

Por que disse Jesus que a porta que leva a vida eterna é estreita ? Por que são poucos os que entram por ela ? Se são poucos , porque “muitas” pessoas se dizem salvas por Cristo? Sendo assim, então é difícil então se salvar e ser um cristão ? Essas perguntas só serão possíveis de serem respondidas se voltarmos ao conceito bíblico do que é verdadeiramente a salvação.
A palavra salvação vem da origem grega “soteria” que significa também libertação, redenção, restauração e cura. Quando não entramos pela porta que leva a vida eterna ,devemos ter a consciência que ainda NÃO SOMOS SALVOS e que estamos sendo encaminhados a uma porta larga, de fácil acesso(onde muitos entram)e que nos leva a PERDIÇÃO ainda maior que esta desta Terra, que é uma ETERNIDADE SEM DEUS.

Quando não conheçamos o Senhor andamos batendo em diversas portas e muitas vezes sofremos as consequências das portas erradas que entramos e das más escolhas que fazemos.
Infelizmente temos visto que o conceito que hoje muitos possuem da “salvação em Cristo” em nada se compara ao que era em tempos passados e daquilo que “biblicamente” nos foi ensinado nas Escrituras. Hoje é possível aceitar Jesus e não carregar a cruz, aceita-lo de boca e não de coração. A porta que nos leva a salvação em Deus vem por Jesus Cristo (Jo 10.7;9). E está acessível a todos. (Jo 3.16). Porém o caminho que leva ao céu é uma porta estreita.

Existe uma enorme diferença entre uma porta estreita e uma porta larga. A porta estreita por exemplo, ela é apertada tem pouca largura. Ela é limitada e restrita a um tipo de pessoa. Já a porta larga é folgada, tem extensão tanto em largura como comprimento. Não é restrita, nem limitada, podendo entrar todo tipo de pessoas com seus excessos.

Verdadeiramente são poucos os que se abnegam, que renunciam a sua própria vontade para seguir Jesus. O jovem rico foi um exemplo disso (Mt 19.16-22). Como já foi dito, porta estreita é apertada e não tolera excessos, nem bagagem extra. Na porta estreita o “eu” não tem vez, nem todo tipo de obra da carne que é o fruto desse ego humano. As obras da carne são o resultado da força humana e quem as pratica não herdarão o reino . Diz as Escrituras que uma classe de pessoas não entrará no Reino. Quem são eles: OS INJUSTOS: "Não sabeis que os injustos não hão de herdar o reino de Deus? Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus" (1 Co 6.9-10).

Muitos crentes acham que por terem aceitado Jesus e confessarem como o salvador de sua vida estão isentos dessa lista de reprovados. Mas a palavra é clara quando diz que aquele que não fez a vontade de Deus não entrará. A palavra do Senhor diz que nem todo aquele que diz Senhor, Senhor entrará no Reino, mas aquele que fez a vontade do Pai (Mt 7:21) Pode essa pessoa ter profetizado no nome de Jesus, expulsado demônios e feito maravilhas, mas se não fez a vontade de Deus esta pessoa estará TOTALMENTE FORA ! Não adianta nada dizer que tem fé em Deus se essa fé não resultar numa ação concreta.

A Palavra de Deus diz que a fé é justificada pelas obras, pois a fé sem obras é morta (Tg 2:17). O fruto de nossa vida de fé em Cristo resultará numa vida santa e agradável a Deus, não profana e desprezível. As Escrituras dizem que devemos ser “praticantes” e não somente ouvintes, pois são esses que há de ser justificados (Tg 1.22-23; Rm 2.13). Diz Tiago que aquele que “atenta” para a lei perfeita e nela persevera, não sendo ouvinte esquecido, mas “fazedor da obra”, será bem aventurado no seu feito(Tg 1.25). Se aquele que aceitou Jesus não tiver um profundo arrependimento de suas obras passadas e as do presente, mas ao invés disso, um breve remorso do que lhe aconteceu, este se tornará um convencido e não um convertido cristão.
Há uma diferença enorme entre um ouvinte e um praticante da palavra , entre estar num templo e ser o templo do Espírito, entre se dizer cristão e ser um verdadeiro cristão, entre aquele que faz a vontade e aquele que não faz. E assim como existe diferença entre a porta estreita e a larga, assim é o convertido do convencido cristão. Só que infelizmente a diferença será que o convencido cristão não entrará na porta estreita e convertido sim.

III. Devemos Ouvir e Cumprir as Palavras de Jesus

Jesus utilizou essa parábola para concluir Seu sermão (Sermão da Montanha – Mt 5-7, ou Sermão da Planície – Lc 6), logo, diferente de outras parábolas em que Jesus se dirigiu apenas aos discípulos, essa, Jesus pronunciou para uma grande multidão.
As diferenças que podemos notar entre a descrição de Mateus e a de Lucas acorrem, sobretudo, pela distinção dos destinatários. Mateus escreveu para os judeus que viviam em Israel, enquanto Lucas escreveu para os gregos e helenos que viviam na Ásia Menor e na região do Mediterrâneo. Como Jesus, na ocasião, contou essa parábola para judeus, Ele utilizou elementos comuns aos judeus, ou seja, Jesus descreveu as técnicas típicas de uma construção rural na Palestina daquela época. Como Lucas escreveu para gentios de outra região, ele utilizou uma descrição das técnicas de construção que eram familiares às pessoas para quem ele escrevia. Além disso, ele também levou em consideração as diferenças climáticas e geográficas que existiam entre as regiões para melhor compor a parábola em seu Evangelho. Mesmo com todas essas pequenas diferenças, o significado da Parábola dos Dois Fundamentos permanece o mesmo.

Ao analisarmos as características das construções rurais dos dias de Jesus, podemos facilmente entender a ilustração que Jesus utilizou. As casas eram bem diferentes das construções que estamos habituados hoje em dia. As paredes não eram tão sólidas, ao contrário, eram feitas com uma mistura de barro endurecido, de modo que era comum que ladrões furassem as paredes para entrar nas casas (Mt 6.19). O telhado também era frágil, feito com uma mistura de terra e palha, podia tranquilamente ser aberto (Mc 2.3,4). Algumas pessoas preferiam construir suas casas bem longe do leito de um rio, porém isso também poderia ser um problema, pois era muito importante para o estilo de vida da época, ter um riacho nas proximidades da casa. Isso favorecia a criação de animais, as plantações, e o abastecimento da própria casa. Logo, era preferível construir uma casa perto do leito de um rio, mesmo que ele estivesse seco, pois quando a estação das chuvas chegava, o riacho que se formava garantia a água necessária até mesmo para atravessar o período de seca. Muitas vezes as tempestades também ocasionavam o transbordamento dos rios, principalmente com mudanças climáticas repentinas que são comuns naquela região.

Quando percebermos a fragilidade das construções da época, e consideramos o padrão climático da região, fica nítida a importância que havia no alicerce da casa. O construtor prudente escolhe bem o local onde sua casa será construída. Ele tira a terra solta, cava buracos profundos até encontrar a rocha, e, então, ele constrói o alicerce na rocha (Lc 6.48). Já o construtor insensato não faz nada disso. Ele edifica sua casa na terra árida e solta, em plena areia. O insensato não considera as mudanças climáticas. Ele se ilude com o sol brilhando fortemente no período de seca, e não pensa nas tempestades que certamente virão. A mensagem principal da parábola é bastante óbvia: o construtor prudente é o que constrói a casa sobre uma base sólida. O próprio Jesus, na introdução da parábola, explica que o significado figurativo do alicerce é “estas minhas palavras” (Mt 7.24; Lc 6.47). Podemos entender que essa expressão “estas minhas palavras”, não se refere apenas ao Sermão do Monte, mas a todas as palavras de Jesus, e, por extensão, a toda Escritura como a infalível Palavra de Deus. Visto que as Escrituras revelam Cristo como Filho de Deus, também é correto dizer que, no significado espiritual da parábola, o próprio Cristo é a Rocha (Is 28.16; 1Pe 2.6; Rm 9.33; 1Co 3.11; 10.4). Jesus também deixa claro que “praticar o Evangelho”, ao invés de apenas ser um “ouvinte”, diferencia o prudente do insensato.

Conclusão

Algumas pessoas interpretam essa parábola de maneira completamente equivocada. Eles tentam defender um possível mérito, ou colaboração do homem, no processo de salvação. Pensar assim é um erro, e fatalmente culminará em uma salvação por obras, uma doutrina completamente estranha às Escrituras. É fácil perceber que ambos os construtores utilizaram o mesmo material para levantar as paredes e fazer o telhado. Elas eram idênticas superficialmente, talvez eu não ficasse surpreso se a aparência da casa que foi construída sobre a areia parecesse ser mais sofisticada, já que seu tolo construtor não gastou tempo cavando para alicerçá-la na rocha. Mas perceba que não foi a construção em si que manteve uma casa de pé enquanto a outra desmoronava. O segredo estava no fundamento, no alicerce sobre a rocha. Um princípio claro dessa parábola é que o fundamento da bem aventurança eterna do homem não está no próprio homem, e, sim, em Cristo e Suas palavras. O ímpio confia em sua própria capacidade, e acha que isso o livrará. O prudente entende que nenhuma de suas realizações poderá livrá-lo do juízo que virá, mesmo que ele seja um exímio construtor. Diante das provações que vem sobre o justo e sobre o injusto, a capacidade humana é tão transitória quanto a areia. Apenas a Rocha poderá manter sua casa de pé. Apenas os méritos de Cristo poderão satisfazer a justiça de Deus no grande dia do juízo.

sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

Comentário Bíblico Mensal: Fevereiro/2018 - A Importância desse Estudo




Por Leonardo Pereira


Estamos chegando ao final de mais um mês, e consequentemente, ao fim de mais um Comentário Bíblico Mensal no qual estamos estudando acerca do célebre discurso do Senhor Jesus Cristo, o Sermão da Montanha. Um mês que claramente, como humanos, tivemos muita luta, muitos desafios, muitas lágrimas, mas também, muitas alegrias, crescimento moral e espiritual e estamos atravessando Janeiro debaixo da bênção do Senhor nosso Deus (Dt 6.4). E com isso, damos prosseguimento aos nossos estudos bíblicos, sempre conhecendo e prosseguindo em conhecer ao Senhor Deus (Os 6.3a).

No próximo mês, o mês de Fevereiro, iremos estudar acerca de um dos homens mais pregados, estudados e mencionados ao longo da história humana, que é o Patriarca Davi. O grande compositor, rei, líder militar e também como um conhecido descendente do Senhor Jesus Cristo (Rm 1.3). Acerca do estudo deste grande homem de Deus poderemos aprender com seus erros e acertos, de maneira que, a vida que ele viveu, seja como um aprendizado para acertarmos aonde devemos acertar e evitarmos errar.

Davi não foi um super-homem, nem tampouco um homem perfeito. Suas falhas e seus fracassos ao longo da sua caminhada mostra-nos um homem disposto a mudar, e a mudar-se. E é aí que verdadeiramente se encontra a essência de estudarmos acerca deste homem singular dentro das Escrituras Sagradas: Um caráter de mudança em meio a sua vida, em meio as lutas e lágrimas, e em meio as diversas circunstâncias, como foi mencionado nas palavras do apóstolo Paulo: "E, depois disto, por quase quatrocentos e cinqüenta anos, lhes deu juízes, até ao profeta Samuel. E depois pediram um rei, e Deus lhes deu por quarenta anos, a Saul filho de Cis, homem da tribo de Benjamim. E, quando este foi retirado, levantou-lhes como rei a Davi, ao qual também deu testemunho, e disse: Achei a Davi, filho de Jessé, homem conforme o meu coração, que executará toda a minha vontade. Da descendência deste, conforme a promessa, levantou Deus a Jesus para Salvador de Israel" (At 13.20-23). O propósito deste estudo não é passar para os irmãos amantes da Palavra do Senhor "uma receita de bolo" para uma vida vitoriosa e apenas de prosperidade. Mas sim, para que tenhamos uma reflexão de quem foi Davi, o que ele fez, como adorou e louvou ao Senhor, e extrairmos preciosas lições para amadurecimento em nosso relacionamento com o Senhor. Foi muito bem exemplificado pelo apóstolo Paulo quando ele disse que "Porque tudo o que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito, para que pela paciência e consolação das Escrituras tenhamos esperança. Ora, o Deus de paciência e consolação vos conceda o mesmo sentimento uns para com os outros, segundo Cristo Jesus, Para que concordes, a uma boca, glorifiqueis ao Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo" (Rm 15.4-6).

Por isso, saúdo aos irmãos já na estrada do conhecimento bíblico no próximo mês, e lhes convido a estudarmos acerca daquele que foi chamado "o homem segundo o coração de Deus", acerca da pessoa de Davi. Cremos firmemente que o Senhor nos abençoará com grandes aprendizados éticos, sociais e espirituais para as nossas vidas.

O Comentarista do mês de Fevereiro é o Irmão Matheus Santos. Ministro do Evangelho, articulista, Professor de EBD e escritor.


Deus vos abençoe!

Livro do Mês (Impresso): 


Livro do Mês (E Book): 



Livro - Texto do Comentário Bíblico Mensal de Fevereiro de 2018




Ao longo de toda a Bíblia Sagrada, do Antigo ao Novo Testamento, nos deparamos com diversos personagens que deixaram uma marca, não somente no sentido ético de uma nação, como também o sentido moral e espiritual.

E é nessa ênfase que o autor do livro, Matheus Santos, escreve sobre um dos personagens mais conhecidos, admirados e estudados tanto dentro do Judaísmo quanto no Cristianismo, que é o patriarca Davi. Um homem como nós, com seus defeitos, lutas, desafios, mas acima de tudo, um homem que buscava incansavelmente a presença de Deus, pedindo direção, perdão pelos seus pecados, orientação moral e espiritual divina na liderança militar e monárquica. Davi claramente mostra-nos lições preciosas que todo cristão, leitor da Palavra de Deus, pregador, discipulador deve se esmerar em estudar sobre a vida de um dos homens mais dedicados ao Senhor e ao Seu serviço. Este livro é um importante contributo a igreja evangélica brasileira que em seu estado de mudança, deve dedicar-se a buscar ser cada vez mais direcionados e orientados pelo Senhor.

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quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

Quando a Tradição se torna um Fardo




Por Carlos Vagner


Os religiosos têm mantido continuamente seus costumes/tradições meticulosamente sem transgredir, pois suas ações equivalem obediência ao mandamento "divino" dado pelo homem. Por isso, vivem em uma vida de espiões do sagrado, observando se alguém do seu circulo religioso está cumprindo suas ordenanças, fiscalizando as condutas de dentro e fora dos seus portões da sacralidade. Funcionam como castradores de seres humanos, impondo suas formas de legalismo. Observam, coisas simples, do âmbito humano, apontando o dedo do julgamento, trazendo a equivalência de espiritualidade, se, quem obedece seus costumes/tradições são mesmo espirituais. Por outro lado quem não obedece está longe do sagrado. Fazendo e agindo assim, se classificam como seitas, ainda que pensem que estão "ajudando a Deus" na santificação. Na realidade estão invalidando o mandamento pela tradição. 

Ferem, machucam, trucidam, passam por cima, tudo isso em e no nome de Deus. A subversão do evangelho, muda essas "palhaçadas infantis". Com o Senhor Jesus Cristo, a preocupação não é com costumes/tradições, mas sim, que o homem tenha consciência que precisa guardar o seu coração das perversidades, pois do coração saem os males que contaminam o homem. Quando eu era menino agia como menino, agora sou adulto, não preciso e nem quero viver como menino no entendimento (Mc 7.1-23).


quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

Comentário Bíblico Mensal: Janeiro/2018 - Capítulo 4 - A Solicitude pela Vida




Comentarista: Anderson Ribeiro


Texto Bíblico Base Semanal: Mateus 6:19-24; 31-34

19. Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam;
20. Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam.
21. Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração.
22. A candeia do corpo são os olhos; de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo terá luz;
23. Se, porém, os teus olhos forem maus, o teu corpo será tenebroso. Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão tais trevas!
24 Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom.
31. Não andeis, pois, inquietos, dizendo: Que comeremos, ou que beberemos, ou com que nos vestiremos?
32. Porque todas estas coisas os gentios procuram. Decerto vosso Pai celestial bem sabe que necessitais de todas estas coisas;
33. Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.
34. Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal.

Momento Interação

A inquietação e o drama do país que se encontra em meio às crises e corrupções nos levam à refletirmos as ternas palavras do Mestre. Há muitas pessoas que estão sendo iludidas por coisas materiais deste mundo, vendendo até mesmo a sua própria vida nas mãos de forças malignas. O Senhor Jesus finalizando o capítulo 6 do Evangelho de Mateus fala à respeito dos nossos olhos e a sua atenção, com o cuidado de olharmos para objetos ou pessoas, sobre os dois senhores, sobre o perigo de adentramos ao caminho errado e sobre as preocupações que acercam as nossas vidas. Devemos nos atentar ao que o Senhor Jesus diz, assim como Ele fala às Igrejas da Ásia: "Quem tem ouvidos, ouça, o que o Espírito diz às Igrejas" (Ap 3.13).

Introdução

Uma das coisas que chamam a atenção no texto é o que ele retrata acerca do nosso coração. Não devemos colocar nosso coração em coisas materiais que perecem, mas devemos nos voltar a Deus. Se nosso coração está aqui nesta terra certamente ele não está voltado para o Senhor. Por isso devemos ter cuidado para que não nos deixemos enganar pelas coisas deste mundo. É muito fácil se perder naquilo que gostamos de fazer e nem mesmo percebemos quando o mundo nos suga e enlaça com suas redes. Satanás usa muito bem as artimanhas deste mundo para nos contaminar de alguma forma. Seja por tirar nosso alvo de Cristo, seja nos manchar em acusação ou nos enredar com o mundo.
Muitos têm sucumbido por causa destas coisas. Nós, por vivermos em um mundo capitalista, consideramos ser correto o trabalho exacerbado e o conseqüente acúmulo de riquezas. E assim o nosso coração vai sendo enredado por várias riquezas e com vários cuidados deste mundo. Se seguimos esta vida acabaremos por esquecer de Jeová Jireh, Deus o nosso provedor. Devemos nos lembrar que: “Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas” (Mt 6.24).

I.  Jesus fala sobre os Olhos Bons e Maus

Esta ilustração foi proferida por Jesus especialmente para os Fariseus, e outras autoridades religiosas. Tais homens transformavam a religião em um grande drama mundano, motivados somente pelos interesses pessoais. Não se pode dizer que nunca tiveram algum impulso espiritual, mas este sempre surgia mesclado com os seus apetites carnais.

Jesus acabara de dizer a verdade sobre os tesouros na terra e nos céus. Alguns desejavam possuir ambas as coisas, e, assim, pretendiam servir a dois senhores, ao Deus Criador dos céus e da terra, e a "Mamom" (isto é, às riquezas). O olhar desses indivíduos era DUPLO, e não SIMPLES. Os olhos saudáveis vêem uma imagem só, e não duas, como sucede no caso de certas doenças dos olhos...
Assim também a alma banhada de luz espiritual:

- vê somente uma imagem
- é orientada por um só propósito
- serve a um só Deus
- busca exclusivamente as riquezas celestes, e não também as terrenas
- segue um só código de moral

O olho natural capta a luz que guia todo o corpo em suas ações. A ALMA, a mente SIMPLES, recebe de Deus a luz espiritual para guiar o homem no caminho de Deus. A saúde dos olhos físicos determina se uma pessoa pode ver, ou não. A percepção espiritual é obtida pelos Olhos do Coração!  
O indivíduo pleno da Luz do Senhor ilumina o mundo ao seu redor, assim como um candeeiro ilumina a sala toda. "Olhos maus" significa: "olhos enfermos" - que não funcionam corretamente, que não podem captar uma IMAGEM SÓ, ÚNICA, mas sempre enxerga duas imagens, distintas...

O Senhor Jesus está falando da faculdade espiritual, utilizando-se do símbolo da visão. Se essa faculdade não for NORMAL, mas enfermiça e fraca, o indivíduo não terá bom senso espiritual para evitar o servir a dois senhores. Os fariseus e os religiosos daquela época estavam sofrendo dessa DUPLICIDADE espiritual. A única LUZ que pode iluminar verdadeiramente a alma é JESUS.

II. Os Dois Senhores

O perigo da riqueza é real é mais profundo do que imaginamos. Muitas vezes estas coisas não chamam a nossa atenção, pois não tratam especificamente dos nossos pecados carnais. Também em Mateus 13:22 é dito: “O que foi semeado entre os espinhos é o que ouve a palavra, porém os cuidados do mundo e a fascinação das riquezas sufocam a palavra, e fica infrutífera”. Este texto é uma parte da explicação que Jesus deu a seus discípulos sobre a parábola do semeador. No texto Jesus explica que a semente caída entre espinhos são aqueles irmãos que escutam a palavra, mas os cuidados deste mundo e a fascinação das riquezas sufocam a palavra a ponto de a tornar infrutífera. O ponto culminante do texto é a palavra "infrutífera". Jesus não diz que a palavra foi roubada ou secou-se, mas disse que ela ficou infrutífera. Como há irmãos infrutíferos em nossos dias! É importante perceber que a única diferença entre esses irmãos e os da boa terra é que eles são infrutíferos e esta característica pode passar despercebida em muitas situações. Esse é o mesmo principio do trigo e do joio. Ambos são iguais. A diferença é o fruto que produzem ou deixam de produzir.
Em João o Senhor Jesus complementa esta palavra nos dizendo acerca de uma videira. Ele diz: “Todo ramo que, estando em mim, não der fruto, ele o corta” (Jo 15.2). E diz mais: “Se alguém não permanecer em mim, será lançado fora, à semelhança do ramo, e secará; e o apanham, lançam no fogo e o queimam” (Jo 15.6). Devemos compreender a importância de dar frutos. Assim Deus é glorificado e assim nós nos tornamos discípulos de Jesus (Jo 15.8).
Portanto nós devemos nos atentar exclusivamente para Deus que nos supri em toda e qualquer circunstância. Devemos esperando Nele a resposta das nossas dificuldades e não confiar em nós mesmo para saciar qualquer necessidade. Antes de tudo devemos buscar, em primeiro lugar, o Seu reino e todas as coisas que temos necessidade nos serão acrescentadas (Mateus 6:25-34). Glória a Deus! Porque Ele mesmo sabe do que precisamos para viver e nos dará em tempo oportuno. E se não conceder em tempo oportuno e por ocasião tivermos fome, Ele mesmo enviará a sua provisão. Sendo pobre ou tendo fartura devemos nos achegar a Ele e servi-Lo com gozo a fim de que Sua obra em nós seja completa. E em vindo a necessidade sei que Deus enviará anjos ou mesmo homens para suprir toda a necessidade dos seus filhos. Porque se mesmo às aves do céu ele concede a provisão, quanto a nós homens de pouca fé?
Que essas palavras testifiquem ao seu coração. Não importam os nossos bens ou riquezas, pois Deus precisa ser a primazia em nossas vidas. Ele mesmo é o centro de todas as coisas. À Jeová, o Deus invisível e todo poderoso, seja a glória e a honra e o poder pelos séculos dos séculos!

III. Não Andeis Inquietos

A ganância do ser humano de acumular bens e riquezas neste mundo está fundamentada na preocupação de ter provisão no futuro para si e para seus dependentes, além da vaidade e da ânsia de poder, de status e de outras aberrações dos desejos humanos.
É verdade que Jesus não está dando uma receita proibindo que se planeje uma provisão sensata para o futuro. Ele está censurando esta preocupação injustificável a respeito das necessidades do dia de amanhã. A sua tese é lógica e clara:  Se o Pai celeste dá a vida e o corpo, é evidente que Ele dará as cousas necessárias para a manutenção da vida e para a proteção do corpo, como o alimento e as vestes. Deus sabe que a vida e o corpo são mais importantes do que o alimento e as vestes. Seria um contra-senso se Ele desse a vida e negasse o alimento que a sustenta, bem como se Ele desse o corpo e negasse as vestes que o protegem.

O exemplo das aves do céu tem como finalidade mostrar o cuidado de Deus para com os Seus filhos, que têm para Ele muito mais valor que as aves. O exemplo das flores do campo, maravilhosamente vestidas por Deus, mostra que Ele cuida também das necessidades de Seus filhos, no que diz respeito ao vestuário.

O verso 30 vem concluir, no final desta perícope, que a inquietação pelas necessidades da vida, além de não levar a resultado nenhum, ainda representa um mal: a falta de fé em Deus. Aqueles que vivem neste clima de incerteza quanto ao futuro são chamados “homens de pequena fé”.

Conclusão

A inquietação a respeito do futuro e das necessidades da vida é cousa própria dos pagãos, daqueles que não conhecem a Deus e não sabem que Ele está a par de todas as nossas necessidades, e que Ele é capaz de supri-las todas. Daí surge a pergunta: Como escapar da ansiedade que sobrevém ao ser humano por causa destas cousas? A resposta vem de Jesus no verso 33: é necessário dar prioridade ao reino de Deus e viver de acordo com a sua justiça, conforme foi explicado no capítulo 6, dos versos 1 ao 24, sem hipocrisia, com verdadeira devoção a Deus e buscando ajuntar tesouros no céu.

O Verso 34 adverte a não antecipar os problemas do amanhã para o dia de hoje. Isto também é sintoma de ansiedade. Não é certo envolver-se com problemas de um futuro que não se conhece. Quem conhece o futuro é Deus e só Ele poderá conduzi-lo. Para nós basta a cada dia o seu mal.

quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Comentário Bíblico Mensal: Janeiro/2018 - Capítulo 3 - A Humildade, a Oração e o Jejum




Comentarista: Anderson Ribeiro


Texto Bíblico Base Semanal: Mateus 6:1-5; 9-13; 16-18

1. Guardai-vos de fazer a vossa esmola diante dos homens, para serdes vistos por eles; aliás, não tereis galardão junto de vosso Pai, que está nos céus.
2. Quando, pois, deres esmola, não faças tocar trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão.
3. Mas, quando tu deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita;
4. Para que a tua esmola seja dada em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, ele mesmo te recompensará publicamente.
5. E, quando orares, não sejas como os hipócritas; pois se comprazem em orar em pé nas sinagogas, e às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão.
9. Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome;
10. Venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu;
11. O pão nosso de cada dia nos dá hoje;
12. E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores;
13. E não nos conduzas à tentação; mas livra-nos do mal; porque teu é o reino, e o poder, e a glória, para sempre. Amém.
16. E, quando jejuardes, não vos mostreis contristados como os hipócritas; porque desfiguram os seus rostos, para que aos homens pareça que jejuam. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão.
17. Tu, porém, quando jejuares, unge a tua cabeça, e lava o teu rosto,
18. Para não pareceres aos homens que jejuas, mas a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente.

Momento Interação

Diversos momentos da vida aparecem à nós como momentos inofensivos e seguros quando na verdade podem ser momentos de quedas e de ruínas. O Senhor Jesus ensinou preciosos valores completamente paradoxais aos doutores da Lei que ensinavam nas sinagogas. Um exemplo muito claro disso é sobre o ensino de Cristo com relação à ajuda oculta, a oração teocêntrica e sobre a prática do jejum. Temos nesta semana uma oportunidade ímpar de adentrarmos aos conhecimentos destes ensinamentos e como podemos aplicá-los em nossas vidas. Ótimos estudos!

Introdução

Jesus entra numa nova parte da mensagem, falando sobre o perigo de fazer as nossas obras para sermos vistos por homens. Ele não está dizendo que o discípulo esconderá todas as boas coisas que faz (compare 5:16), mas que nunca devemos fazer as coisas apenas para sermos vistos por homens. Devemos servir a Deus, e nos comportar de uma maneira agradável a ele. Esmolas devem ser dadas para servir a Deus e para ajudar aos necessitados, não para glorificar a pessoa que dá.

I. A Ajuda Oculta

O verbo traduzido neste sentido da ajuda sem se mostrarem para os outros, era no caso usado em sentido de recibos e significava totalmente pago. A única retribuição que os hipócritas receberiam era a glória dos homens (Mt 6.5,16). Compare tais recompensas com os galardões celestiais que Cristo dá a Seus servos (2 Co 5.10; Ap 22.12). Aqueles que oram com propósitos errados já receberam o seu galardão — assim como aqueles que praticam boas obras, mas com intenções indevidas (Mt 6.2). A partir dos propósitos de oração (Mt 6.1-6), Jesus voltou-se para os métodos de oração. O propósito da oração determina como alguém ora (Mt 26.39,42,44). Não há nada de errado em repetir uma oração. Jesus está falando aqui da repetição de palavras vazias, como veremos à seguir.

II. A Importância da Oração

Orações devem ser dirigidas a Deus, não aos homens. Aqui, ele não está condenando orações feitas em público e nem está sugerindo que a oração não terá algum benefício para os ouvintes (cf. Jo 11.41-42). Ele está criticando as orações feitas para impressionar os homens, ao invés de comunicar com Deus.

Jesus inclui nesta advertência algumas práticas comuns na época: (1) a tendência de alguns judeus de fazer orações na rua para serem vistos dos homens, e (2) a prática de alguns gentios (pagãos) de usar muitas vãs repetições nas orações.

Obs: Algumas pessoas, determinadas a fazer regras onde Jesus faz apelos aos corações, têm distorcido a mensagem do versículo 5. Inventam regras dizendo que é pecado orar em pé, mas isso não é o ponto de Jesus. Em Lucas 18.13-14, o homem justificado orou em pé.
Não é o tamanho da oração, mas, sim, o seu poder, que agrada a Deus. O próprio Jesus orou a noite inteira antes da crucificação e em outras ocasiões fez breves orações, na maioria das vezes. Ele não está criticando longas orações aqui, embora não haja nada de especialmente espiritual nelas. Ele está simplesmente dizendo que a oração deve expressar um desejo sincero do coração, não apenas um monte de palavras. Deus não se impressiona com palavras, mas com o verdadeiro clamor de um coração necessitado. A oração não é uma tentativa do homem de mudar a vontade de Deus. O método que Deus usa para mudar nossa vontade é fazer com que ela se torne semelhante à dele. Mais do que mudar alguma coisa, a oração muda as pessoas. Oração não é dirigida a Deus para que Ele nos responda, mas para nos sintonizar com a Sua vontade, para que Ele nos ajude a obedecer-lhe. A oração na vida de um verdadeiro cristão é uma atitude de total confiança e conformidade aos planos e propósitos de Deus.

III. A Importância do Jejum

Quando jejuardes é uma referência ao jejum estabelecido pela Lei mosaica no Dia da Expiação (Lv 16.29) e o jejum voluntário. Os fariseus acrescentaram dois dias de jejum, às segundas e terças-feiras de cada semana, para mostrar ao povo sua piedade. Mas o verdadeiro propósito do jejum era a contrição e a comunhão com Deus. O jejum é especialmente citado como um meio eficaz de subjugar a carne e vencer a tentação (Is 58.6). Os fariseus consideravam a prática do jejum uma maneira de demonstrar piedade e apareciam nas sinagogas vestidos de modo desleixado. A aparência abatida do rosto e as vestes maltrapilhas que usavam eram uma tentativa de mostrarem uma santidade maior diante do povo.

A frase desfiguram o rosto (gr. aphanizo) significa literalmente que cobrem o rosto. Também é uma figura de linguagem que expressa os gestos de contrição e a aparência humilde daqueles que queriam que todos vissem que eles estavam jejuando. Isso também era feito com cinzas (Is 61.3).

domingo, 14 de janeiro de 2018

Os Ensinos do Senhor Jesus Cristo em um mundo relativista




Por Leonardo Pereira

O mundo contemporâneo mostra-nos um perigoso preocupar no horizonte da humanidade de acordo como vai caminhando as pessoas nesta era da pós-modernidade (um avanço considerável da tecnologia e da ciência), não somente acerca da nação brasileira, como também de todas as partes, pessoas e culturas do mundo como um todo. A preocupação em sua grande maioria parte sobre a responsabilidade de Seus discípulos legarem os ensinamentos do Senhor Jesus conforme a Sua palavra antes de ser assunto aos céus (Mt 28.19,20; At 1.8). Esta é uma reflexão necessária importante para os nossos dias, visando prepararmos adequadamente as próximas gerações.

Ao longo dos tempos, houve diversos debates e inúmeros concílios eclesiásticos que buscarem estabelecer uma linha amena e equilibrada sobre os ensinamentos de Cristo e sobre o próprio Cristo. Infelizmente houveram os dois lados nesta empasse: os que conseguiram estabelecer uma média doutrinária, e os que fizeram as chamadas divisões teológicas e doutrinárias, dando origens a inúmeras seitas, várias organizações e muitos movimentos diversificados com suas próprias linhas doutrinárias e teológicas.

Com o crescimentos de grandes movimentos, houve por um lado, um momento favorável na ampliação do movimento discipulativo, missionário e evangelístico, como também houve diversas disputas por cargos e poderes dentro de várias organizações evangélicas, o que gerou mais divisões, mais desuniões e mais polêmicas doutrinárias e teológicas. E aqui cabe uma pergunta que hoje se tem feito com forte frequência: e os ensinos de Jesus Cristo? Aonde é que eles ficam em meio a tudo isso?
Esta é a pergunta que nós cristãos devemos responder, de acordo com as palavras do apóstolo Pedro: "Antes, santificai ao Senhor Deus em vossos corações; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós, Tendo uma boa consciência, para que, naquilo em que falam mal de vós, como de malfeitores, fiquem confundidos os que blasfemam do vosso bom porte em Cristo" (1 Pe 3.15,16). 

O verdadeiro cristão deve sempre buscar meditar na palavra e na oração para que possas ficar firme e preparado acerca de toda e qualquer situação que possa ocorrer em sua vida, tanto de modo teológico, quanto de modo doutrinário, tendo a Bíblia Sagrada sempre como sua primazia, e se atentar com muito cuidado e temor, para as palavra ternas e gloriosas do Senhor e Salvador Jesus Cristo sobre ouvi-lo sempre e cumprir a Sua poderosa vontade: "Qualquer que vem a mim e ouve as minhas palavras, e as observa, eu vos mostrarei a quem é semelhante: É semelhante ao homem que edificou uma casa, e cavou, e abriu bem fundo, e pôs os alicerces sobre a rocha; e, vindo a enchente, bateu com ímpeto a corrente naquela casa, e não a pôde abalar, porque estava fundada sobre a rocha. Mas o que ouve e não pratica é semelhante ao homem que edificou uma casa sobre terra, sem alicerces, na qual bateu com ímpeto a corrente, e logo caiu; e foi grande a ruína daquela casa" (Lc 6.47-49). Neste mundo relativista, que os genuínos ensinos do Senhor Jesus Cristo em Sua palavra venham sempre ser lâmpada para os nossos pés, e luz para os nossos caminhos (Sl 119.105).

quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

Comentário Bíblico Mensal: Janeiro/2018 - Capítulo 2 - O Amor e a Perfeição em Cristo



Comentarista: Anderson Ribeiro


Texto Bíblico Base Semanal: Mateus 5:17,18, 27-30,34-39

17. Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim ab-rogar, mas cumprir.
18. Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til jamais passará da lei, sem que tudo seja cumprido.
27.Ouvistes que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério.
28. Eu, porém, vos digo, que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela.
29. Portanto, se o teu olho direito te escandalizar, arranca-o e atira-o para longe de ti; pois te é melhor que se perca um dos teus membros do que seja todo o teu corpo lançado no inferno.
30. E, se a tua mão direita te escandalizar, corta-a e atira-a para longe de ti, porque te é melhor que um dos teus membros se perca do que seja todo o teu corpo lançado no inferno.
34. Eu, porém, vos digo que de maneira nenhuma jureis; nem pelo céu, porque é o trono de Deus;
35. Nem pela terra, porque é o escabelo de seus pés; nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande Rei;
36. Nem jurarás pela tua cabeça, porque não podes tornar um cabelo branco ou preto.
37.Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; Não, não; porque o que passa disto é de procedência maligna.
38. Ouvistes que foi dito: Olho por olho, e dente por dente.
39. Eu, porém, vos digo que não resistais ao mau; mas, se qualquer te bater na face direita, oferece-lhe também a outra;

Momento Interação

Estudantes da Palavra do Senhor, Graça e Paz à todos! Como tem sido a experiência com o novo currículo do Comentário Bíblico Mensal? Estão gostando das novidades? Estamos nos esforçando para passar à vocês excelentes conteúdos bíblicos de qualidade com toda dedicação e respeito que todo aluno, estudante da Palavra de Deus deve ter. Nesta semana estudaremos à respeito sobre características muito difíceis de serem encaradas no dia de hoje que é: o adultério, o juramento e a vingança. Vivemos em uma sociedade totalmente individualista, rancorosa e egoísta, aonde estes assuntos sempre são colocados de lado, visando ódio, mágoa e rancor. Não é fácil lidar com traições, falsidades e sentimentos vingativos. Temos neste capítulo uma excelente oportunidade de estudarmos e ter em nossas vidas unidas com o Senhor Jesus ,  imensos valores morais e espirituais provenientes dos ensinamentos do Senhor Jesus Cristo. Deus vos abençoe!

Introdução

Jesus já havia se tornado uma figura polêmica, e faz questão de esclarecer alguns pontos importantes antes de entrar numa série de contrastes. Muitas pessoas da época respeitavam os fariseus como fiéis defensores da lei do Velho Testamento (dada por Deus através de Moisés). Jesus já tinha discutido diferenças com os fariseus em várias ocasiões, principalmente sobre o sábado. Antes de desafiar diretamente os ensinamentos deles, ele quer deixar bem claro que ele respeita totalmente a vontade do Pai, o qual revelou a lei do Velho Testamento. Ele veio para cumprir, não revogar. A lei de Moisés preparou o povo para a vinda de Jesus. Estava cheia de sombras, tipos e profecias sobre o Messias. Jesus não ia negar nem jogar fora aquelas palavras significantes. Ele veio para cumprir o propósito da lei, e trazer a solução para o problema que a lei revelou nitidamente: o pecado.
Jesus não estava contradizendo a lei, nem incentivando outros a rejeitá-la. Ele mesmo guardou os mandamentos.
Mas, ele chamou seus discípulos a praticar uma justiça maior que a dos fariseus e escribas. A série de contrastes que segue mostra a diferença entre os ensinamentos de Cristo (nos quais ele vai ao coração do servo) e os dos fariseus e escribas (os quais inventaram muitas regras externas sem respeitar os princípios maiores da lei).

I. Jesus fala sobre o Adultério 

O exemplo que Jesus apresentou em seguida envolve os mandamentos sobre o adultério. Primeiro, ele citou o sétimo mandamento: ‘Não adulterarás’. No contexto da lei de Moisés, o adultério ocorria quando uma pessoa casada se envolvia sexualmente com alguém que não fosse seu cônjuge. A lei era muito clara em que ambas as partes culpadas de adultério deviam ser condenadas à morte. Assim como acontece com o sexto mandamento, Jesus mostrou as implicações mais profundas desse mandamento específico. O adultério muitas vezes começa muito antes da concretização do ato. Da mesma forma que o assassinato começa com a intenção de causar dano permanente a alguém, o adultério começa no exato momento em que o indivíduo deseja sensualmente outra pessoa, casada ou solteira, com quem ele não é casado.
Jesus foi bem claro e objetivo, os nossos sentidos, instrumentalizados através dos olhos, das mãos e de outros membros do corpo, pode nos levar a cometer pecado. No entanto, vale salientar que o pecado antecede qualquer ação para pratica-lo efetivamente. Só a graça de Deus é capaz de nos tornar capazes de superar o grande desafio de vencer o pecado.
Nossos olhos e nossas mãos podem nos levar ao pecado. Acabamos realizando aquilo que nutrimos com nossos sentidos e nossa mente. Na realidade, o pecado já começa nas intenções impuras. Somente a graça de Jesus pode nos livrar dessa morte espiritual.
Jesus ofereceu uma solução instantânea para aqueles pecados que foram expostos. A solução não é seguir com o pecado, mas fazer uma autocirurgia radical. Com metáforas fortes, Jesus aconselhou a pessoa que tem o problema a fazer o que é necessário se ela deseja entrar no reino. Isso pode significar tomar um caminho diferente para ir ao trabalho ou terminar uma amizade querida, mas o ganho eterno supera em grande medida as paixões do momento.

II. Jesus fala sobre o Juramento

O povo judeu possuía uma formação muito rigorosa com respeito ao juramento. Isto vinha dos tempos de Moisés, quando instituía a Lei para os judeus citando por diversas vezes as restrições com respeito ao jurar usando o nome de Deus.
É interessante verificar que esses cuidados eram de tal ordem que, em cada um dos livros do Pentateuco, exceto o Gênesis, onde ele funcionou apenas como escriba, isto é, em Êxodo 20.7, em Levítico 19.12, em Números 30.2 e em Deuteronômio, duas vezes, 5.11 e 23.23, ele faz menção ao juramento como algo que podia ser feito em nome de Deus, desde que fosse depois cumprido na íntegra.
Davi dá outro realce ao cuidado com o juramento quando em um de seus salmos, aquele que alude ao "verdadeiro cidadão dos céus", chega a mencionar que o perfil desse cidadão é de alguém que, "mesmo que jure com dano seu, não muda" (Sl 15.4b). Vem Cristo agora e vai mudar tudo isto. É o terceiro antagonismo que ele traz entre a sua Graça e a Lei de Moisés:
"Outrossim, ouvistes que foi dito aos antigos: Não jurarás falso, mas cumprirás para com o Senhor os teus juramentos. Eu, porém, vos digo que de maneira nenhuma jureis..." (Mt 5.33,34).
Sim, à guisa de mostrar-se zeloso, o judeu passou a banalizar o juramento. Jurava por qualquer coisa, especialmente pelas mínimas, o que não lhe exigiria sacrifício algum em cumpri-las, fazendo-o apenas para mostrar-se como um cidadão respeitável e temente a Deus. Vem o Senhor Jesus e diz: Nada disto! Nenhum compromisso terreno é digno de ser garantido pelos valores espirituais e eternos. O cristão tenha sua palavra garantida e dignificada por seu caráter e integridade. Ele não precisa de artifícios outros para demonstrar que, em seu viver, o seu falar é "sim, sim; não, não", sem a necessidade de juramentos, pois aquilo que ele fala ele cumpre! Como crente, você está vivendo assim?

III. Jesus fala sobre a Vingança

O famoso "lex talionis" ou lei de retaliação estabelecia o conceito da reciprocidade do crime e da punição. A perda de um olho seria punido com a perda do olho do culpado. Na verdade, esta lei (Lv 24.19-20) visava coibir a retribuição e inibir a vingança. Não era que o culpado seria sempre obrigado a pagar com perda igual. A punição podia ser menor. Mas, a vítima não podia exceder o que ela havia originalmente sofrido ou perdido. Como Gandhi observou, se a lei fosse realmente aplicada em pouco tempo todo mundo estaria cego e sem dentes. Nos dias de Jesus a recompensa monetária havia substituído em boa parte a aplicação da "lex talionis". No entanto, Jesus mostrou uma justiça superior, que visa não a reparação de danos ou a restauração de bens matérias, mas, a restauração de almas perdidas e a reparação de relacionamentos quebrados. Quando somos injustiçados, quando alguém tira vantagem, como é que nos sentimos? Impotentes, indefesos, sem controle. E, quando nós nos vingamos, quando conseguimos "dar o troco", uma das coisas que tentamos ter de volta é a sensação de que temos alguma força, que temos controle, que nós também podemos mandar na situação. Quanto vale um objeto quebrado ou um bem danificado em comparação a uma alma perdida? Jesus não está mandando que seus discípulos se submetam cegamente a agressões, mas ele está nos proibindo de revidar, de nos vingar. Veja as atitudes de Pedro (At 5.29) e Paulo (At 16.37; 22.25; 25.8-12), que nem sempre se submetiam passivamente a ameaças ou agressões. Entretanto, há situações em que será melhor perder ou sofrer do que buscar nossos "direitos". Jesus está nos apontando para um reação alternativa que pode surpreender e começar a mudar quem nos ofendeu ou nos machucou. Quem sabe a mudança alcance não só os que nos ofenderam, mas, a nós também. Talvez seja nós que mais precisamos.

Conclusão

Grande tem sido a misericórdia do Senhor para conosco. Não há como medir o que o Senhor já perdoou das minhas ofensas. Dai a todos nós, ó Pai, uma medida igual do seu amor, para todos que precisam, especialmente aqueles que nos ofendem. Que nós possamos ser embaixadores do seu perdão para com todos.

quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

Comentário Bíblico Mensal: Janeiro/2018 - Capítulo 1: Jesus Inicia o seu Sermão



Comentarista: Anderson Ribeiro

Texto Bíblico Base Semanal: Mateus 5.1-12

1. E Jesus, vendo a multidão, subiu a um monte, e, assentando-se, aproximaram-se dele os seus discípulos;
2. E, abrindo a sua boca, os ensinava, dizendo:
3. Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus;
4.Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados;
5. Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra;
6. Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos;
7.Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia;
8. Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus;
9. Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus;
10. Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus;
11. Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.
12. Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós.


Momento Interação

Prezados estudantes da Palavra do Senhor. Antes de mais nada, desejamos à todos os irmãos que estudam os comentários bíblicos mensais do Ministério Evangelho Avivado e que acompanham o ministério, um excelente ano de 2018. Primeiramente temos de agradecer ao Senhor por mais um ano que se inicia, mais um dia que nos concede  em vida, e uma gloriosa oportunidade de estudarmos a Sua poderosa palavra. Estamos iniciando mais um novo comentário bíblico e com grandes novidades para todos nós, que a equipe educacional do Ministério Evangelho Avivado está estreando o Novo Currículo de estudos do Comentário Bíblico Mensal Evangelho Avivado, para os seus estudos serem mais aprofundados e dinâmicos com base à estudarmos mais profundamente a Palavra de Deus. Agora, além do comentário escrito pelo comentarista, nós temos o texto bíblico base semanal, para todos terem a noção bíblica do que irá ser mencionado no capítulo em apreço do estudo da semana, e também agora temos o Momento Interação, cujo foco é a equipe de educação do Min. Evangelho Avivado se relacionar com você através dos Comentários Bíblicos escritos pelos grandes comentaristas do Ministério Evangelho Avivado. Estaremos iniciando este ano de 2018 com o tema: O Sermão da Montanha - Ensinos Preciosos do Senhor Jesus. Este é um estudo de grande importância e necessidade para vida de todo cristão em meio à este mundo contemporâneo globalizado. O comentarista é o Diácono Anderson Ribeiro. Ministro do Evangelho, escritor e Coordenador da Mocidade da 2ª Região do Ministério de Boa Esperança - RJ. Desejamos ótimos estudos!

Introdução

O sermão da montanha é a bênção que o céu confere ao mundo -- uma voz vinda do trono de Deus. Foi dado ao mundo para que ele pudesse seguir as instruções do céu e deveria ser a luz para a humanidade. Este sermão deveria ser para os homens a sua esperança e o conforto para as suas vidas. As beatitudes são as lembranças de Cristo para toda a família humana. Através de todos os tempos conservarão o seu poder as palavras que Cristo pronunciou no monte das beatitudes. Estas verdades destinam-se a todos os homens de todos os séculos.

I. As Beatitudes

"Bem aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus" (Mt 5.3)

Esta beatitude destina-se a todos aqueles que se sentem "desgraçados, e miseráveis, e pobres, e cegos, e nus" (Ap 3.17).
Cristo falou não só para dar esperança ao povo, mas também para despertar a consciência daqueles que se julgam sãos e pensa serem bons por eles próprios não precisando de Cristo. Não há lugar para Jesus numa pessoa cujo coração está cheio de orgulho. Jesus tentou tocar no coração de todos aqueles que sabem que não se podem salvar a si mesmos, mas que submetem a sua vontade a Deus e sabem que só Ele pode salva-los. Nesta beatitude Jesus tentou alertar para o facto de que mesmo para aqueles que têm o seu passado manchado pelo pecado, há uma solução, que é Ele mesmo. Se as pessoas o aceitarem e beberem da água da vida que Ele oferece nunca mais terão sede.(Jo. 4:14). Cristo fazia menção a Ele como salvador, mas também ao seu reino, o reino dos céus.
Todos aqueles que são humildes e que sabem que por si mesmos não podem fazer nada e que aceitam Jesus como Senhor e Salvador das suas vidas, esses são os pobres de espírito.

"Bem aventurados os que choram, porque eles serão consolados" (Mt 5.4)

O senhor tem graça especial para outorgar ao que pranteia, graça cujo poder é grande e torna-se bálsamo curativo para os que choram.
Jesus foi varão de dores, suportando angústias de coração tais que nenhuma linguagem pode exprimir (Is 53.3-7). Ele teve dores para que nós pudéssemos ser salvos, teve sofrimentos para aliviar as necessidades da humanidade, e fez tudo o que estava ao seu alcance pelo bem estar dos outros. Esta beatitude tem uma dupla função para a humanidade:

1: Jesus referia-se a todos aqueles que vendo que "crucificaram" de novo Cristo nas suas vidas e que se separaram por isso de Deus, por um abismo de pecado, choram pela sincera tristeza de coração pelo seu pecado e pelos pecados do mundo.

2: Por outro lado as palavras de Jesus contém uma mensagem de conforto para os que sofrem com Ele. Existe mensagem de conforto para todos os que choram e se entristecem como o nosso Salvador e tentam seguir o seu exemplo do bem aqui na terra.
Jesus consola todos aqueles que choram pela tristeza do pecado e em simpatia com Cristo, participam das suas dores e consolam os que estiverem em tribulação (2 Co 1.3,4). Mas esse choro se converterá em alegria aqui na terra e em alegria absoluta no céu(Jo 16.20,22).

"Bem aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra" (Mt 5.5)

Há através das beatitudes uma certa progressão na caminhada cristã. Os que sentiram necessidade de Cristo e os que choram por causa do pecado hão-de aprender a tornar-se mansos.
A declaração feita por Moisés sob a inspiração do Espírito Santo, de ser ele o homem mais manso que havia sobre a terra, não teria sido considerada pelo povo de seu tempo como um louvor; teria antes excitado piedade ou desprezo. mas Cristo coloca a mansidão entre os primeiros atributos para se herdar o reino dos céus. Jesus esvaziou-se de si mesmo e em tudo via o bem dos seus semelhantes e o seu objectivo era servir os outros. Nós devemos aprender o exemplo de Jesus(Mt. 11:29).
Aquele que aprende de cristo esvazia-se do próprio eu, do orgulho, do amor de supremacia, e o próprio eu é colocado ao dispôr do Espírito Santo(Mt. 16:24). Não devemos lutar por um lugar de destaque aqui na terra, mas devemos preparar-nos para estarmos prontos para a segunda vinda de Jesus; essa deveria ser a nossa preocupação. Devemos ser humildes e mansos, pois a humildade de coração e a mansidão são o fruto da nossa relação com Deus e da salvação por Ele dada( Sl 149.4; Sl 37.11).

"Bem aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque ele serão fartos" (Mt 5.6)

Justiça é santidade, semelhança com Deus. É conformidade com a lei do criador(Sl 119.172), e o cumprimento da lei é o amor (Rm 13.10). Então podemos dizer que justiça é amor. Podemos dizer também que Jesus é a Justiça, pois a justiça de Deus acha-se centralizada em Cristo. Recebendo a justiça de Deus, recebemos Jesus.
Ao discernirmos a perfeição de carácter de Cristo, vamos desejar ser inteiramente transformados à Sua perfeita imagem. Quanto mais o conhecermos, mais quereremos ser semelhantes a Ele. Não é por meio de nossas penosas lutas ou fatigantes trabalhos, nem dádivas ou sacrifício que alcançamos a Justiça. Ela é dada gratuitamente por deus a todos quantos têm sede e fome. Se tivermos necessidade, se tivermos sede e fome de justiça, isso é prova que Cristo tem operado em nós através do seu Santo Espírito e Ele deseja que refletamos o seu carácter aos outros. Como precisamos de alimento físico para nos fortalecermos fisicamente, necessitamos de Jesus para manter a nossa fé e percepção espiritual, num mundo onde está implantado o pecado. Se formos com humildade aos pés de Cristo, com fome e sede de justiça podemos ter a certeza que Ele nos auxilia e podemos exclamar com viva certeza que "... O Senhor Justiça Nossa" (Jr 23.6).

"Bem aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia" (Mt 5.7)

O coração do homem é, por natureza, frio e egoísta e sempre que alguém mostra algum gesto de misericórdia e perdão, não o faz de si mesmo mas por intermédio Daquele que nos salvou, o nosso Senhor Jesus Cristo. É o próprio Deus a fonte de toda a misericórdia ( Ex 34.6). Os misericordiosos são participantes da natureza divina e nele se encontra expresso o amor de Deus. Todos aqueles que têm o coração em harmonia com a vontade divina, serão chamados misericordiosos. Eles são os que manifestam compaixão para com os pobres, os sofredores e oprimidos (Sl 41.1-3). Há uma doce paz para o espírito, uma bendita satisfação na vida de esquecimento de si em benefício dos outros. Muitos há para quem a vida é uma penosa luta; sentem suas deficiências e são infelizes. Palavras bondosas, olhares de simpatia, expressões de apreciação e de carinho seria para muitas almas como um refrigério. Esses actos de bondades são praticados pelos misericordiosos. Eles terão a recompensa que merecem, na hora da necessidade Deus nunca os abandonará e especialmente encontrarão abrigo na misericórdia do compassivo salvador e serão recebidos no Seu reino.

"Bem aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus" (Mt 5.8)

Os judeus eram tão meticulosos quanto à limpeza espiritual, que suas regras se tornavam extremamente pesadas. Importavam-se com a aparência exterior e não percebiam o que a mancha do pecado lhes estava a fazer ao coração. Jesus não diz que essas cerimônias exteriores são uma das condições para se entrar no reino dos céus. antes pelo contrário, Ele indica a necessidade da pureza de coração (Tg 3.17). Se Cristo habitar no coração de uma pessoa, aí haverá pureza e refinamento das ideias e maneiras. Os limpos de coração vêem a Deus numa nova e carinhosa relação, como de Pai para filhos, e quanto mais conhecem a beleza do seu carácter, mais anseio têm de refletir a Sua imagem.
As palavras de Jesus "bem aventurados os limpos de coração" têm um mais profundo sentido -- puros no sentido em que estão livres do que é sensual, puros das concupiscências da carne, mas também fieis nos desígnios do Mestre, isentos de orgulho e egoísmo, humildes, abnegados, semelhantes a uma criança. Os limpos de coração são aqueles que percebem o criador nas obras de Suas mãos, e em Sua palavra escrita lêm em mais distintos traços a revelação do Seu carácter. Estes podem conhecer a Deus.
Moisés foi oculto na fenda da rocha quando lhe foi revelada a glória do senhor, e é quando estamos "escondidos" em cristo que contemplamos o amor de Deus. Os puros de coração vivem na presença do Criador durante a permanência neste mundo e verão face a face o Salvador na pátria eterna(1 Co 13.12).

"Bem aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus" (Mt 5.9)

Cristo é "...Maravilhoso, Conselheiro, Deus forte, Pai de eternidade, Príncipe da paz" (Is 9.6) e é Sua missão restituir à terra e ao céu a paz que o pecado arrebatou.
A graça de Cristo, recebida no coração afasta a contenda, o ódio e enche o coração de amor. aquele que se acha em paz para com Deus não pode ser infeliz. Todo aquele que renuncia ao pecado e abre o coração ao perfeito amor de Jesus torna-se participante da graça divina. Se nós estamos em ligação com o céu teremos que obrigatoriamente de reflectir essa paz aos outros. O espírito de paz é um testemunho da nossa relação com o Salvador (Jo 14.27). A nossa maneira de ser, a beleza do nosso carácter, e a nossa comunhão com o Criador, revela ao mundo que somos filhos de Deus (Rm 8.14). Os seguidores de Cristo são mandados ao mundo com uma mensagem de paz. Quem quer que pela sua vida revelar o amor do Senhor e quem quer que pelo seu testemunho revelando a paz dos céus, mostrar ser filho de Deus, esse é um passificador.

"Bem aventurados os que sofrem perseguições por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus" (Mt 5.10)

Em todos os tempos, satanás perseguiu, torturou, maltratou e matou os filhos de Deus, por causa do seu amor à causa de Deus.
A seus seguidores, cristo não dá nenhuma garantia de glória ou riquezas terrestres, ou uma vida livre de tentações e dores, mas mostra-lhes o privilégio de andar com Ele o caminho da abnegação. A Jesus que fizera tudo para que fôssemos salvos, opuseram-se as forças satânicas e dos homens. Assim acontece a todos quantos desejam viver piamente em Cristo (Jo 15.20,21). Quem manifestar na sua conduta o amor do Salvador e a beleza da Sua santidade, satanás contra eles se levanta. Dificuldades, provações e perseguições atingirão a todos os que estão cheios do espírito de Cristo. Mas o amor de Jesus torna doces os sofrimentos. É verdade que, embora a maneira das perseguições tenha mudado com o tempo, o fundamento, a base é a mesma desde os primórdios da humanidade(Abel/Caim). Não devemos temer pois o poder de Deus está connosco e essa Omnipotência é superior a todas os principados e potestades. Aos discípulos de Cristo  deveriam as perseguições causar alegria em lugar de tristeza, pois isso é uma demonstração de como eles seguem as pisadas do Mestre. Deus diz: "A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo. Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando estou fraco, então sou forte" (2 Co 12.9,10). Se confiarmos em Cristo, Ele vai fazer o mesmo connosco como fez com os três fieis na fornalha em Babilônia; e os sofrimentos não terão valor nenhum quando comparados com o que Deus tem preparado para nós (Rm 8:18; 2 Co 4.17). E por fim os filhos de Deus poderão exclamar (Ap 7.14-17).

"Bem aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem, e, mentindo, disserem todo o mal contra vós, por minha causa" (Mt 5.11)

Desde a sua queda, satanás tem operado o mal através de enganos. Apresenta falsamente o carácter do Criador e também de uma maneira desfigurada o carácter dos filhos de Deus. Nunca houve ninguém, e jamais haverá entre os homens que tenha sido mais cruelmente caluniado e maltratado que Jesus cristo. Era caluniado e desprezado pela obediência à lei de Deus; todavia Ele permaneceu calmo e firme perante os seus inimigos. Ele foi maltratado, desprezado entre os homens, mas nunca pecou. Ele deixou-nos o exemplo de que podemos ser muitas vezes maltratados e escarnecidos, mas não pecar. se uma pessoa estiver com uma boa comunhão com Deus, tanto na prosperidade, como nas aflições essa pessoa ficará firme.
Em todos os séculos, os mensageiros de Jesus têm sido ultrajados e perseguidos. Devemos como discípulos de Cristo levar avante a obra que Ele começou, não importando quão difícil seja o caminho a percorrer. Essa deveria ser a missão e objectivo de qualquer discípulo de Cristo. O anunciar do evangelho (Fp 1.16-18). Nós podemos sofrer perseguições e até perseguidos pelos inimigos de Deus, mas o nosso Pai é Omnisciente e nos recompensará (Mt 10.26), pois se houve homens que sofreram perseguições por causa do nome de Jesus, porque não podemos sofrer nós também ? 
Vejamos o caso de Abel, que morreu mártir; o caso de Noé que foi escarnecido como fanático e alarmista; e que dizer de Paulo que esteve na prisão (Fp 1.17); e que dizer de Estevão que foi morto por causa da sua firmeza no Salvador (At 7.60); e que dizer de tantos outros que foram torturados, escarnecidos, açoitados e experimentaram cadeias e prisões(Hb 11.35,36). Mas apesar de todo este sofrimento, podemos ter a certeza que Deus nunca nos abandonará. Grande é o galardão que está no céu preparado para aqueles que testemunharam a favor de Cristo e sofreram perseguições por amor ao evangelho. Se nós estivermos ligados a Jesus e se fizermos d'Ele a nossa forca, escudo e protecção, podemos ter este pensamento no coração: "Regozijai-vos sempre no Senhor; outra vez digo, regozijai-vos". Jesus diz: "Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós".
O que Cristo quis transmitir nas beatitudes é que devemos depender inteiramente d'Ele para termos a felicidade terrena, bem como a eterna. Jesus quer dizer à humanidade que ela em si próprio nunca conseguirá nada; só poderá ter êxito se estiver ligada a Ele, fonte de toda a paz, o amor e o Único que nos pode salvar. Devemos submeter a nossa vontade à vontade de Deus para que nós possamos ter o regozijo no Senhor. Ele deve ser o Único Guia e Mestre da nossa vida e devemos seguir-lhe o exemplo, transmitindo o seu carácter a todos os povos em todos os séculos. Devemos unirmo-nos a Jesus e continuar a obra que Ele começou (Fp 4.9 ; Jo 14.12). Para que possamos conseguir continuar a Sua obra, Ele deixou-nos promessas para que nunca esqueçamos que estamos sozinhos (Mt 28.19,20). 

II. Sal da Terra e Luz do Mundo

Na analogia de Jesus o sal, a candeia e a cidade representam os homens. O sal pode salgar ou ser insípido e a candeia pode iluminar ou ser escondida. O sabor do sal, a iluminação da candeia e da cidade situada sobe o monte são equivalentes a “boas obras” (v. 16) que os homens podem vir a praticar. Já o sal insípido e a luz escondida são equivalentes aos operadores da iniquidade que “para nada mais presta, senão para ser lançado fora, e ser pisado pelos homens” (v.13). Diferentes pessoas definem o bem e o mal de diferentes maneiras. Mas isso é somente consequência da ruína de Adão. A essência de todo e qualquer pecado consiste na ideia de que o homem possa estabelecer as suas próprias palavras, o próprio julgamento, a própria opinião, no lugar da Palavra de Deus. Em resposta a isso, Jesus avisou: “Não penseis que vim destruir a Lei ou os profetas; não vim destruir, mas cumprir. Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, de modo nenhum passará da Lei um só i ou um só til, até que tudo seja cumprido” (v. 19). O bem e o mal não podem ser definidos por homens porque o homem não é Deus. O bem e o mal são definidos pela Lei de Deus. 
A noção da Lei como padrão pra distinguir o bem do mal foi posteriormente ensinada pelo Apóstolo Paulo: “eu não conheci o pecado senão pela Lei; porque eu não conheceria a concupiscência, se a Lei não dissesse: Não cobiçarás” (Rm 7.7). E também: “o que vem pela Lei é o pleno conhecimento do pecado”. (Rm 3.20) O Apóstolo João ensinou o mesmo: “o pecado é a transgressão da Lei”. (1 Jo 3.4) A Lei nos revela o que é justo e o que é injusto, o que é certo e o que é errado, o que é o bem e o que é o mau, o que é pecado e o que não é. Quando a Lei diz “não cobiçarás”, está revelando que a concupiscência é imoral. O mesmo é válido para todo o resto. É por isso que a Bíblia diz que a desobediência a Lei é a característica das pessoas carnais (Rm 8.7), que o prazer e a meditação na Lei do Senhor é a característica dos justos (Sl 1.2), que a Lei do Senhor no coração é o que faz dos homens justos e sábios (Sl 37.31), que são bem aventurados aqueles que andam na Lei do Senhor (Sl 119.1), que são soberbos aqueles que não andam segundo a Lei (Sl 119.85), que os que abandonam a Lei acabam louvando a maldade dos ímpios (Pv 28.4) e que Deus reconhece como abominável até mesmo a oração daqueles que não ouvem a Lei (Pv 28.9). O homem como sal e luz remete a posição original de Adão quando foi criado por Deus. O homem foi criado pra dominar e governar a terra, conforme as habilidades e características concedidas a ele por Deus. O homem foi criado pra ser o sal da terra e a luz do mundo. Como Salvador do mundo, Jesus Cristo veio restaurar a humanidade ao seu propósito original. Por isso Jesus começou seu ministério publico “Arrependei- vos, porque é chegado o Reino dos céus” (Mt 4.17). No sermão da montanha, Jesus marcou o inicio de seu ministério público chamando os homens a se a se voltarem em arrependimento para a Lei de Deus.  A comparação dos que guardam a Lei de Deus com a luz já havia sido feita no Antigo Testamento: “Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito”. (Pv 4.18) “Lâmpada para os meus pés é a tua palavra, e luz para o meu caminho” (Sl 119.105). “À Lei e ao testemunho! Se eles não falarem segundo esta palavra, é porque não há luz neles” (Is 8.20) A ideia de que o povo de Deus deveria instruir as nações na Lei de Deus também já estava no Antigo Testamento: “Guardai-os e observai-os, porque isso é a vossa sabedoria e o vosso entendimento à vista dos povos, que ouvirão todos estes, estatutos, e dirão: Esta grande nação é deveras povo sábio e entendido. Pois que grande nação há que tenha deuses tão chegados a si como o é a nós o Senhor nosso Deus todas as vezes que o invocamos? E que grande nação há que tenha estatutos e preceitos tão justos como toda esta lei que hoje ponho perante vós? Tão-somente guarda-te a ti mesmo, e guarda bem a tua alma, para que não te esqueças das coisas que os teus olhos viram, e que elas não se apaguem do teu coração todos os dias da tua vida; porém as contarás a teus filhos, e aos filhos de teus filhos” (Dt 4.6-9).

III. O Cumprimento da Lei e dos Profetas

Depois de ter-se referido aos cristãos como sal da terra e luz do mundo, Jesus disse o seguinte em relação à Lei dada por Deus a Moisés: “Não penseis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim destruir, mas cumprir. Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, de modo nenhum passará da lei um só i ou um só til, até que tudo seja cumprido. Qualquer, pois, que violar um destes mandamentos, por menor que seja, e assim ensinar aos homens, será chamado o menor no reino dos céus; aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no reino dos céus. Pois eu vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus” (Mt 5.17-20).
O tema aqui referido é o da justiça do evangelho, a justiça do reino de Deus que Jesus veio inaugurar com sua morte na cruz, e o impacto deste grande evento em nossas próprias vidas. Ele havia falado pouco antes, no final das bem-aventuranças sobre a perseguição que é deflagrada contra os seus discípulos, em razão de terem e viverem a sua própria justiça, que lhes é atribuída e implantada.
Então, para que não se pensasse num julgamento errôneo que esta justiça era algo desvinculado do que se achava revelado nas Escrituras do Velho Testamento (“Lei e Profetas”), nosso Senhor se apressou em desfazer qualquer equívoco neste sentido, afirmando que mais do que confirmar tais Escrituras, Ele viera para lhes dar cumprimento. Todavia, a nova aliança que Ele veio inaugurar com base no seu sangue (Novo Testamento) era um passo além de tudo o que havia sido revelado no Antigo Testamento, uma vez que a justiça do cidadão do reino, alcançado pelo evangelho, é muito maior do que a que existia no período de vigência da Antiga Aliança, a qual era representada e praticada sobretudo pelos escribas e fariseus. A justiça da lei se baseava num pacto de obras, e a justiça do evangelho, num pacto de pura graça e fé.
Cumprir as prescrições morais, civis e cerimoniais da lei dada a Moisés, trazia a aprovação de Deus aos praticantes do antigo pacto, mas do cristão se exige muito mais do que a prática dos mandamentos morais da lei. Exige-se conversão, conhecimento pessoal e real de Deus, por participação da sua natureza divina. Exige-se a mortificação do pecado e o revestimento das virtudes de Cristo, em sua própria vida. Exige-se um caminhar diário no Espírito e a proclamação do evangelho para a conversão e edificação de almas; entre outras exigências prescritas no Novo Testamento. Outro aspecto a ser considerado quanto à justiça do cristão que deve exceder a dos escribas e fariseus, é o de que os judeus consideravam os escribas e os fariseus como sendo os expoentes das Sagradas Escrituras. No entanto Jesus sublinhou que eles erravam tanto na exposição das Escrituras quanto na sua prática, mas Ele não somente faria a exposição correta do ensino da verdade das Escrituras, como também cumpriria perfeitamente todas as suas santas exigências. assim, não veio destruir a revelação do Antigo Testamento, mas confirmá-la, inclusive naqueles aspectos relativos à transposição profetizada no Velho Testamento, da Antiga para a Nova Aliança. nEle, Jesus, que haveria este cumprimento.
Nosso Senhor comprovou a validade das Escrituras do Velho Testamento na Antiga Aliança, vivendo sob os costumes dos judeus determinados pela Lei para o referido período do Antigo Testamento, como também, inaugurou uma Nova Aliança, revogando a obrigatoriedade de cumprimento das disposições civis e cerimoniais da Lei, especialmente para que o evangelho alcançasse também as nações gentílicas. om seu ensino Jesus destacou que a lei de Deus é absoluta e que não pode ser mudada, nem modificada no mínimo. É absoluta e eterna. Suas exigências são permanentes, e nunca podem ser revogadas, nem reduzidas “até que passem o céu e a terra”. De fato, muito do que está profetizado no Velho Testamento, teve cumprimento quando Jesus se manifestou em carne, e muito ainda do que está profetizado ainda aguarda pelo respectivo cumprimento, e as palavras de Jesus asseguram que tudo será cumprido a seu tempo, sem falhar.