terça-feira, 30 de junho de 2020

Comentário Bíblico Mensal: Junho/2020 - Capítulo 5 - A Praticidade Cristã no Séc. XXI




Comentarista: Marcos Rogério



Texto Bíblico Base Semanal: Efésios 4.1-13

1. Rogo-vos, pois, eu, o preso do Senhor, que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados,
2. Com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor,
3. Procurando guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz.
4. Há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação;
5. Um só Senhor, uma só fé, um só batismo;
6. Um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos e em todos vós.
7. Mas a graça foi dada a cada um de nós segundo a medida do dom de Cristo.
8. Por isso diz: Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro,e deu dons aos homens.
9. Ora, isto - ele subiu - que é, senão que também antes tinha descido às partes mais baixas da terra?
10. Aquele que desceu é também o mesmo que subiu acima de todos os céus, para cumprir todas as coisas.
11. E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores,
12. Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo;
13. Até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo,

Momento Interação

A declaração da Palavra de Deus de alcançar a “unidade da fé” tem a ver com dizer e crer na mesma coisa doutrinariamente falando; é sermos “um” na verdade de Deus (a sã doutrina). Nesta perspectiva, a igreja local deve usar as suas reuniões, principalmente para unidade da fé. Pois a revelação está na Palavra de Deus escrita e o Espírito Santo nos foi dado para nos ajudar a entendê-la. Este tipo de “fé” (doutrina) é que nos leva ao conhecimento de Cristo. A expressão “pleno conhecimento” indica algo que está além ou acima do conhecimento e compreensão intelectual. Conhecimento aqui é algo penetrante e profundo, é experimental. Significa conhecê-lo diretamente e ter comunhão e companheirismo com Deus pessoalmente. A Bíblia fala deste mesmo tipo de conhecimento em várias epístolas paulinas (Fp 3.10-12; Ef 3.18-19). O apóstolo João também aborda o tema em seu evangelho (Jo 1.16-17; 6.56-57). Tanto Paulo como João ressaltam que “o conhecimento de Cristo” tem a ver com estar recebendo continuamente algo de Seu poder, da Sua energia e da Sua graça. 

Introdução

O autor de Hebreus nos oferece uma das mais conhecidas definições de fé em (Hb 11:1) ao escrever: "Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, e a convicção de fatos que se não vêem". Embora a fé esteja incluída na lista de dons espirituais pelo apóstolo Paulo em 1 Coríntios 12.9, a fé precisa ser exercitada. Paulo também afirma que a fé vem pela pregação e pregação pela palavra de Cristo (Rm 10.17). São os ensinos de Jesus os responsáveis pela autêntica fé.

A fé cristã e bíblica promove nossa maturidade espiritual e a unidade entre os crentes firmes em um só propósito. O Evangelho de Jesus não é simplesmente uma teoria bonita, é a piedade na prática, e o amor manifestado no dia a dia.

I. A Edificação na Fé em Cristo Jesus

A palavra fé além de representar a confiança em Deus também representa o corpo doutrinário deixado pelo Senhor Jesus e por Seus apóstolos à igreja cristã. A fé é o sistema de doutrinas cristãs, a convicção daquilo que cremos como sendo verdade. A Bíblia trata dessa definição de fé. Quando os apóstolos pregaram com poder a Palavra de Deus, a Bíblia diz que além de outros, "muitíssimos sacerdotes obedeciam a fé (At 6.7). Lucas também relata no livro de Atos que um judeu mágico e falso profeta procurava apartar da fé o procônsul (At 13.6-8). Paulo, mais tarde profetizou que nos últimos dias, muitos iriam apostatar da fé por darem ouvidos a espíritos enganadores e doutrinas de demônios (1 Tm 4.1). Paulo havia exortado os recém-conversos a continuar na fé (At 14.22). Paulo aconselhou também os filipenses a viver de modo digno do Evangelho de Cristo e lutarem juntos pela fé evangélica (Fl 1.27). Em Judas 3 lemos que essa fé foi dada de uma vez por todas aos santos.

Como cristãos no século XXI também devemos perseverar na mesma fé evangélica da era apostólica. O modelo litúrgico para adoração na igreja atual é a igreja primitiva. No Novo Testamento encontramos todas as diretrizes bíblicas para o culto cristão. Também devemos estudar por nós mesmos as Escrituras Sagradas para perseveramos na autêntica fé cristã. Nós não devemos desprezar as profecias (1 Ts 5.20), mas devemos analisar, julgar e reter o que é bom (1 Ts 5.21) e agir como os bereanos mencionados em (At 17.11) que ouviam a mensagem e examinavam as Escrituras todos os dias para ver se as coisas eram realmente assim. O cristianismo não apresenta uma filosofia de vida baseada em uma fé cega e irracional, pelo contrário! O verdadeiro cristianismo incentiva os questionamentos, a análise crítica, o raciocínio analítico, o pensamento lógico. A religião cristã não é, como afirmam os ateus, coisa de gente simples e ignorante.

II. Maturidade Espiritual

"E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos, para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo" (Ef 4.11-13). Jesus ao triunfar sobre as forças do mal preparou o caminho para a vitória do povo de Deus e também capacitou a igreja com ministérios espirituais para que todos os crentes pudessem crescer e se desenvolver até a medida de estatura de Cristo.

"Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo" (Ef 4.15). Assim como um bebê cresce diariamente após seu nascimento, até tornar-se adulto, o cristão que nasceu novamente (Jo 3:3-7) também cresce também, diariamente, até tornar-se adulto espiritual, à medida da estatura de Cristo. O cristão maduro é preservado do erro, do engano, das falsas doutrinas, "para que não sejam como meninos, agitados de um lado para outro e levados ao redor por todo vento de doutrina (Ef 4.14). Assim como um adulto amoroso ajuda as crianças a caminhar, também, do mesmo modo um cristão experiente ajuda os menos experientes. Jesus disse a Pedro: "Tu, pois, quando te converteres, fortalece a teus irmãos" (Lc 22.32). O cristão que adquiriu a maturidade não vive tentando derrubar outro cristão, mas com carinho e amor o ajuda a caminhar até que ele mesmo, quando também adquirir a maturidade ajude outro irmão. A marca de um cristão convertido é como ele trata seu irmão.

III. O Corpo de Cristo como um Só

"Há somente um corpo e um Espírito, como também fostes chamados numa só esperança da vossa vocação; há um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos" (Ef 4.4-6). A Bíblia afirma que a igreja é o corpo de Cristo. "Ora, vós sois corpo de Cristo; e individualmente, membros desse corpo" (1 Co 12.27), ver também (Rm 12.4,5; 1 Co 6.15; 12.12; Ef 4.4; Cl 1.24; Ef 5.29,30; Cl 1.18; 3.15; Ef 4.16). A igreja é o corpo do qual Cristo é a cabeça. Assim como a cabeça é uma o corpo também é um.

A palavra igreja, do grego ekklesia, de ek "para fora" e kaleō "chamar" denota uma reunião de pessoas, a palavra ekklesia significa "chamados para fora", e representa uma convocação. A palavra hebraica, equivalente, é qahal, usada com referência à congregação de Israel. Qahal representa o povo de Deus nos tempos do Antigo Testamento e ekklesia representa o povo de Deus no Novo Testamento. Israel expressava sua fé no Messias que viria, ao passo que a igreja expressa sua de no Messias que já veio, morreu por nós e que prometeu voltar. O livro de Atos revela que as pessoas que aceitavam a Jesus e eram batizadas passavam então a fazer parte da igreja (At 2.41; 8.12, 37-38; 9.18; 10.47,48; 16.30-33 e 19.4-7). Para preservar a unidade da igreja sendo a igreja um só corpo, Paulo alertou contra a quebra de unidade na igreja (Rm 16.17; 1 Co 3.1-16; 5.9-13).

IV. A Unidade da Fé

"Rogo-vos, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que faleis todos a mesma coisa e que não haja entre vós divisões; sejais inteiramente unidos, na mesma disposição mental e no mesmo parecer" (1 Co 1.10). A preocupação tanto de Paulo como dos demais apóstolos era manter a unidade da fé cristã na igreja primitiva. Essa unidade consiste em todos os membros terem o mesmo parecer no que diz respeito ao Evangelho. A falta de unidade gera confusão e prejudica a pregação das boas novas da salvação. Deus, em Cristo Jesus, uniu os crentes em uma comunidade (igreja) para que todos pudessem se fortalecer mutuamente e que a pregação do Evangelho fosse feita de forma organizada e tivesse êxito. 

A igreja na Terra representaria a ordem e unidade do Céu. Ao olharem os homens para a igreja, devem ver em operação os princípios do reino de Deus. Os que causam divisão na igreja devem ser evitados (Rm 16.17) e devem ser advertidos (Tt 3.10). Os que foram remidos pelo sangue do Cordeiro de Deus jamais prejudicarão a unidade de fé na igreja causando divisões. Se há divisões na igreja, divergências doutrinárias e desunião, os ímpios justificarão seu ímpio procedimento racionalizando que os cristãos não podem ser o povo de Deus na Terra porque estão desunidos entre si.

A Bíblia diz que devemos nos compadecer dos que estão na dúvida (Jd 1.22). Baseados nesse texto concluímos que embora a igreja deve manter a unidade da fé, também não deve ter a mentalidade fechada para o diálogo tratando mal ou desprezando quem tem ideias diferentes por dois motivos, o primeiro é que aquela pessoa pode ser realmente uma pessoa sincera e que deve ser ajudada e esclarecida, e o segundo motivo é que alguns membros que tem um conhecimento das Escrituras Sagradas que a igreja local foi negligente em obter, pode estar sendo usada por Deus para ajudar essa igreja. A luz não deve ser desprezada (1 Ts 5.20), mas ser testada (1 Ts 5.21). Cada membro individualmente pode contribuir para o crescimento do corpo de crentes e para manter a unidade da fé evangélica.

Conclusão

Entendemos o importante papel do Espírito Santo em edificar nossa fé em Cristo Jesus e que essa edificação produz a maturidade espiritual que tanto almejamos, chegando nós a medida e estatura de Cristo por Seus méritos. Como igreja de Deus devemos mostrar ao mundo a eficácia do Evangelho de Jesus em mudar vidas. Nossa unidade e amor mesmo na diversidade, testifica ao mundo que servimos a um Deus vivo e verdadeiro.

Sendo a igreja o povo de Deus na Terra, testemunhamos ao mundo o poder transformador do Evangelho o qual mantém em um só corpo todos os filhos de Deus que ainda estão na Terra. Batalhamos pela unidade da fé e temos obtido constantes vitórias pelo auxílio do Espírito Santo. Oramos a Deus o Pai em nome de Deus sabendo que o Espírito também intercede por nós, para que venhamos a crescer em amor e unidade de fé, para que em breve o Senhor venha nos buscar e encontre um povo dividido em localidades, mas unido em amor e mantendo a unidade de fé e logo teremos um só rebanho e um só pastor (Jo 10.16). Esses são os votos de toda a Equipe do Evangelho Avivado.



Sugestão de Leitura da Semana: GONÇALVES, Matheus. Conhecendo o Deus da Bíblia. São Paulo: Evangelho Avivado, 2017.

Comentário Bíblico Mensal: Junho/2020 - Capítulo 4 - O Cristão na Pós-Modernidade




Comentarista: Marcos Rogério



Texto Bíblico Base Semanal: 1 João 2.1-12

1. Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo.
2. E ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo.
3. E nisto sabemos que o conhecemos: se guardarmos os seus mandamentos.
4. Aquele que diz: Eu conheço-o, e não guarda os seus mandamentos, é mentiroso, e nele não está a verdade.
5. Mas qualquer que guarda a sua palavra, o amor de Deus está nele verdadeiramente aperfeiçoado; nisto conhecemos que estamos nele.
6. Aquele que diz que está nele, também deve andar como ele andou.
7. Irmãos, não vos escrevo mandamento novo, mas o mandamento antigo, que desde o princípio tivestes. Este mandamento antigo é a palavra que desde o princípio ouvistes.
8. Outra vez vos escrevo um mandamento novo, que é verdadeiro nele e em vós; porque vão passando as trevas, e já a verdadeira luz ilumina.
9. Aquele que diz que está na luz, e odeia a seu irmão, até agora está em trevas.
10. Aquele que ama a seu irmão está na luz, e nele não há escândalo.
11. Mas aquele que odeia a seu irmão está em trevas, e anda em trevas, e não sabe para onde deva ir; porque as trevas lhe cegaram os olhos.
12. Filhinhos, escrevo-vos, porque pelo seu nome vos são perdoados os pecados.

Momento Interação

De maneira geral, é possível afirmar que a vida cristã possui características e objetivos comuns em todos os momentos da história. A ordem de “santificar a Cristo no coração” (1 Pe 3.15), por exemplo, se aplica a todos os cristãos em todos os momentos históricos. No entanto, é possível afirmar que cada momento histórico apresenta desafios próprios para o cristianismo. Nós somos chamados por Deus para viver a vida cristã num tempo específico. Por isso, no exercício de santificar a Cristo no coração, por exemplo, cristãos de diferentes épocas se deparam com diferentes dilemas e desafios. Neste capítulo procuraremos avaliar à luz da Bíblia, um desafio próprio para os cristãos contemporâneos, que vivem na chamada pós modernidade.

Introdução

A era pós-moderna com seus progresso científico, tecnológico e o "desenvolvimento" filosófico trouxe inúmeros desafios para o cristão, especialmente agora no século XXI. Com seus novos paradigmas e sua ideologia propõe-se um novo estilo de vida, mas muitas vezes oposto aos ideais bíblicos expostos no Evangelho. O desafio do cristão é permanecer inabalável na defesa dos inegociáveis princípios bíblicos.

A era pós-moderna propõe um novo estilo de adoração, uma adoração não racional, mas emocional, onde as pessoas querem sentir Deus e não conhecer a Deus. A influência do existencialismo no cristianismo trouxe uma série de superstições, crendices, misticismos, equívocos interpretativos e como cristãos temos que além de permanecer em defesa da verdade, desmistificar e esclarecer aquilo que é deturpado por falsas ideologias, filosofia existencialista e até mesmo combater a influência do materialismo e do secularismo na igreja.

Comparando a igreja atual com a igreja de duas décadas vemos muita diferença. Como cristãos reformadores em nosso legado protestante defenderemos arduamente a verdade e lutaremos pela reforma mantendo a igreja pura e preparada para estar sem mácula ao encontrar o Senhor.

I. O Perigo dos Falsos Mestres

Além da perseguição feroz a qual irrompeu sobre a igreja, esta também enfrentou as ameaças de falsos mestres. Esses falsos ensinadores podem parecer muito zelosos pela causa de Deus, mas como misturam verdade com mentira deve-lhes fazer oposição, não porque sejam maus em si, pois muitos deles são até sinceros, mas como colocam sobre suas falsas teorias como sendo resultado de revelação divina deixando de lado a Palavra de Deus ou a distorcendo, são uma ameaça para a pureza doutrinária da igreja e colocam em risco a espiritualidade dos recém conversos e mesmo a de irmãos mais experientes.

O inimigo tem procurado dividir e esfacelar a igreja de Cristo e tirar-lhe a força, uma vez que na união há força e na divisão há fraqueza. Hoje tem havido separação e divisão onde deveria haver união e unidade. As divisões desonram a religião de Cristo diante do mundo e dão ocasião para que os ímpios justifiquem sua reprovável conduta. Paulo advertiu inúmeras vezes contra os falsos mestres: "Atendei por vós e por todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para pastoreardes a igreja de Deus, a qual ele comprou com seu próprio sangue; Eu sei que, depois da minha partida, entre vós penetrarão lobos vorazes, que não pouparão o rebanho. E que, dentre vós mesmos, se levantarão homens falando coisas pervertidas para arrastar os discípulos atrás deles" (At 20.28-30).

"Porque os tais são falsos apóstolos, obreiros fraudulentos, transformando-se em apóstolos de Cristo. E não é de admirar, porque o próprio Satanás se transforma em anjo de luz. Não é muito, pois, que os seus próprios ministros se transformem em ministros de justiça; e o fim deles será conforme as suas obras" (2 Co 11.13-15).

II. O Perigo dos Falsos Irmãos

Em 2 Coríntios 11.26, Paulo afirmou que entre muitos dos perigos pelos quais ele passou houve o perigo entre falsos irmãos. De fato, tal ameaça é muito perigosa tendo em conta que sabemos quem são nossos inimigos declarados, mas não sabemos quem são nossos falsos irmãos. Em Gálatas 2.16, Paulo novamente menciona falsos irmãos que tentavam espreitar deles a liberdade em Cristo e reduzí-los à escravidão.

Satanás tenta apartar os cristãos da fé se utilizando de servos externos e internos, ou seja, Satanás tem súditos fora e dentro da igreja e se utiliza de falsas doutrinas, perseguição de inimigos e mesmo a bajulação de falsos irmãos, falsos amigos, o que é uma forma de perseguição mais sutil e perigosa. Muitos cristãos não se apartaram da fé, mas cederam ante o desânimo causado por desprezo e abuso espiritual por parte de falsos irmãos. Saíram da igreja feridos e magoados, ferida esta que nunca cicatrizou.

Como membros da igreja nossa função é animar e ajudar uns aos outros e nunca invejar, derrubar, "puxar o tapete", torcer para o outro fracassar, derrubar o outro através de calúnias, difamações e mentiras. Ao vermos um irmão prosperando em todos os sentidos nossa exclamação deve ser: Convém que ele cresça e eu diminua! (Jo 3.30). O princípio que governa os habitantes do céu é, primeiro Deus, depois meu próximo e por último eu.

III. Sendo Sal da Terra e Luz do Mundo

Nos tempos bíblicos o sol não era usado somente para dar sabor aos alimentos, mas também para conservá-los. Ao propagar o Evangelho do reino de Deus os cristãos exercem uma influência conservadora em defesa dos princípios bíblicos. Assim como o sal se se tornasse insípido não teria serventia, o mesmo ocorre com o cristão que perde suas características distintivas e é reformado e remodelado pelo mundo. Só seremos autênticos cristãos se defendermos o Evangelho de Cristo.

A luz sempre representou a presença divina (Gn 1.3; 3.24; Sl 27.1; Is 60.1; Dn 2.22; 2 Co 4.6; 1 Jo 1.5, etc...) e quando os cristãos aceitam a Jesus, a luz do mundo (Jo 8:12) também são chamados a resplandecer essa luz (Is 60.1-3). Como seguidores de Jesus devemos comunicar luz a um mundo que perece em trevas (Is 42.6; 49.6; At 13.47). Para sermos luz do mundo devemos guardar também nossos olhos. "São os olhos a lâmpada do corpo. Se os teus olhos forem bons, todo o seu corpo será luminoso; se, porém, os teus olhos foram maus, todo o teu corpo estará em trevas, caso a luz que há em ti sejam trevas, que grandes trevas serão!" (Mt 6.22,23). Nas Escrituras a luz e as trevas representam os dois poderes antagônicos do bem e do mal. A luz representa Deus e o bem, as trevas representam os inimigos de Deus, o mal.

Porque Jesus menciona os olhos nessa pregação? Os olhos são uma parte do cérebro e representam o contato do cérebro com o mundo exterior. "O olho humano é uma estrutura complexa, formada por diversas estruturas, como a pupila, a íris, a córnea e a retina, que trabalham juntas, para que o olho possa captar as imagens que vemos. Na retina (aonde a imagem é projetada), acontece um fenômeno bem interessante: a transformação da luz/imagem em sinais nervosos. É como se a imagem fosse traduzida para uma língua que o cérebro entende. E isso acontece graças a células chamadas de cones e baçonetes.

Conclusão

Jesus espera que Seus discípulos representem Seu caráter e sigam e defendam Seus princípios expostos no Evangelho. Para sermos o sal da terra e a luz do mundo devemos manter constante comunhão com Jesus, para que assim como a lua reflete a luz do sol, também os cristãos reflitam a luz de Cristo Ao visitar uma igreja, um incrédulo deve ficar convencido do poder e da existência de Deus vendo o amor e a unidade entre os irmãos. Nas escolas, nos empregos, no dia a dia cada cristão é observado, sabendo ele ou não e cada um de nós temos a grande honra e também a responsabilidade de refletir ao mundo a luz do Evangelho de Jesus Cristo.



Sugestão de Leitura da Semana: ATAÍDE, Romulo. O Cristão na Pós-Modernidade. São Paulo: Evangelho Avivado, 2017.

domingo, 28 de junho de 2020

A Oração de Paulo pelas Igrejas




O apóstolo Paulo foi um grande plantador de igrejas, combateu os falsos mestres que assolavam as igrejas, ensinava e escreveu cartas que ajudava as comunidades em seus problemas locais. Olhando para as cartas enviadas as igrejas, percebemos o amor que ele nutria por elas, isso fica evidente na forma como ele orava.

Nesse texto, queremos fazer uma síntese de suas orações por Éfeso, Filipenses e Colossenses. Como podemos aplicar os pedidos de Paulo em nossas intercessões.

Oração pela igreja de Éfeso

(Efésios 1.16-23)

Paulo começa primeiramente agradecendo a Deus em sua oração a igreja de Éfeso. Aqueles cristãos haviam depositado sua fé em Cristo Jesus e amor de uns para com os outros (Ef 1.15,16). Em seguida, ele apresenta os conteúdos que compõem sua oração.

Primeiro, que Deus dê entendimento espiritual. Paulo ao pedir a Deus que concedesse aos de Éfeso “espírito de sabedoria” e “revelação no pleno conhecimento sobre Deus”, era justamente porque as verdades espirituais podem ser apenas discernidas espiritualmente, somente o Espirito Santo confere esse entendimento (1Co 2.9-16). O próprio Jesus disse: “Em verdade, em verdade te digo: quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus” (Jo 3.5). Em resumo, aqueles irmãos mesmo sendo selados pelo Espírito Santo, precisariam da sabedoria e de conhecimento para terem uma vida cristã autentica.

Segundo, os benefícios do seu pedido. Paulo ao orar por entendimento espiritual para que a comunidade de Éfeso compreendesse a esperança do seu chamado. Essa esperança não depende de obras humanas, mas inteiramente da graça de Deus que nos escolheu antes da fundação do mundo (Ef 1.4,5). Além do mais, para que eles conhecessem o poder de Deus. Eles deveriam entender que a sua disposição estava o mesmo poder que ressuscitou Cristo dentre os mortos, Jesus venceu todos os principados e potestades. Segundo Wiersbe, “o povo de Deus não luta por vitória, mas de uma posição de vitória. Estamos sentados com ele nos lugares celestiais em que há poder, paz e vitória”[1]. Assim, Paulo orava pelo bem espiritual daqueles irmãos.

Oração pela igreja de Colossos

(Colossenses 1.9-12)

Paulo a semelhança de Éfeso, agradece os irmãos de Colossenses por depositarem sua fé em Jesus Cristo e o amor para com os irmãos. Aqueles irmãos tinham sidos instruídos por Epafras, ao qual Paulo agradece nessa epístola (Cl 1.3,4,7). Agora vejamos os conteúdos que compõem a oração do apóstolo por essa igreja.

Primeiro, Paulo ora pelo crescimento deles. Porque Paulo orou pelo crescimento deles? Justamente porque eles estavam sendo atacados por falsos mestres que ensinavam os seus seguidores alcançarem uma plenitude mística, o apóstolo refuta tal ideia que “o crente em Cristo é pleno” (Cl 2.9,10). O pedido de Paulo nessa oração, mostra que a vida cristã é contínuo crescimento e desenvolvimento diário, é uma experiência pessoal com Cristo, não apenas a aceitação de um conjunto de doutrinas.

Segundo, os resultados do seu pedido. Primeiro, Paulo ora para que possam conhecer a vontade de Deus. Segundo, que possam andar de forma a agradar a Deus. Terceiro, que trabalhassem para frutificarem. Quarto, que compreendam melhor a palavra. Quinto, que conheçam o poder glorioso de Deus. Assim, eles encontrariam essas bênçãos apenas na pessoa de Cristo e não nas falsas promessas heréticas dos pregadores da época.

Oração pela igreja de Filipenses

(Fp 1.9-11)

Paulo ao escrever esta epístola aos Filipenses, agradece eles fazendo sempre, com alegria, súplicas por todos eles, em todas as suas orações (Fp 1.4). Vale observamos a estrutura da sua oração nessa carta.

Primeiramente, Paulo ora que o amor desses irmãos aumente mais e mais. O amor que o apóstolo está se referindo é de amar uns aos outros (Vv 9). Escrevendo a igreja de Roma, ele disse: “A ninguém devais coisa alguma, a não ser o amor com que vos ameis uns aos outros” (Rm 13.8). Na parte “mais e mais”, Paulo estava pedindo que o amor deles tivessem progresso, mas essa não era a única preocupação do apóstolo. Esse amor tinha que crescer em “conhecimento” para que o cristão fosse completo, esse conhecimento dariam a eles habilidade de colocar em prática os princípios da palavra de Deus em situações particulares. Dessa forma, podemos aprender que o amor não é desprovido de conhecimento, o amor não segue a ignorância.

Segundo, o propósito da petição. O pedido de Paulo era que “provasse as coisas excelentes” (Vv 10). Segundo Beacon, o termo excelente “indica superioridade, o melhor entre coisas que são boas, o qual só os de maturidade espiritual mais adiantada conseguem descobrir a superioridade[2]”. Além do mais, pediu para eles tivessem sinceridade e fossem inculpáveis (Vv 10). A sinceridade se refere aquelas pessoas que podem ser examinadas sob a luz mais clara e mais forte, sem revelar uma única falha ou imperfeição segundo Beacon. Inculpável descreve uma pessoa de caráter que anda sem tropeçar e que vencem os obstáculos até mesmo os inesperados. Portanto, o alvo dessa oração de Paulo era que eles fossem cheios do fruto de justiça, o qual é mediante Jesus Cristo, para a glória e louvor de Deus (Vv 11).

Conclusão

A oração de Paulo pelas igrejas tem muito a nos ensinar sobre a intercessão. Ele orava a Deus pedindo espírito de sabedoria e conhecimento; iluminação espiritual; que o amor dos irmãos aumentasse mais e mais em conhecimento; crescimento espiritual e frutos de justiça. Tudo isso para que eles tivessem uma vida cristã autêntica e desfrutasse da presença de Deus em suas vidas. Com os pedidos dessa oração, podemos aplicar na igreja, família, amigos, vizinhos, novos convertidos , etc. Dessa forma, querido leitor, aplique cada um desses pedidos de Paulo na sua oração quando for interceder por alguém.  .   

 

Sidney Muniz

 

Notas:



[1] Comentário de Warren W. Wiersber

[2] Comentário Bíblico Beacon

segunda-feira, 22 de junho de 2020

A Ênfase da Paz




Por Leonardo Pereira



A ênfase em paz entre pessoas hoje em dia quase sempre parte para apelos para tolerância de diferenças e a rejeição de qualquer noção de convicções absolutas sobre o certo e o errado. Aqueles que pregam a tolerância acima de tudo são intolerantes com as pessoas que enfatizam princípios morais, éticos e espirituais absolutos revelados por um Ser Superior. 

Aqueles que tiram do contexto e frisam acima de tudo as palavras de Jesus, “Não julgueis, para que não sejais julgados” (Mt 7.1), tipicamente aproveitam toda oportunidade para julgar os que julgam! As tentativas de superar ou ignorar a revelação da Palavra de Deus deixam no seu lugar as opiniões da moda da sociedade ou, pior ainda, de uma elite que conduz governos e os pensamentos da maioria. Se Deus não determina a distinção entre o certo e o errado, os presidentes e juízes de países influentes vão defini-la.

A paz espiritual que Deus deseja é fundamentada na aceitação da mensagem exclusiva revelada por Deus. O pluralismo não traz paz. A submissão a Deus e às doutrinas reveladas por ele é o único caminho à paz que Jesus deseja (Ef 4.3-6). O verdadeiro seguidor de Cristo não avança a causa do seu Rei por meios carnais e militares. Apesar de muitos abusos históricos e atuais no nome do cristianismo, o ensinamento das Escrituras sempre foi claro. 

Não se engane, a Bíblia usa linguagem de guerra para falar sobre o papel dos cristãos no mundo, mas as armas não são carnais e não têm o objetivo de matar as pessoas que discordam. São armas de amor! Paulo escreveu aos cristãos coríntios: “Porque, embora andando na carne, não militamos segundo a carne. Porque as armas da nossa milícia não são carnais, e sim poderosas em Deus, para destruir fortalezas, anulando nós sofismas e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo” (2 Co 10.3-5).

sábado, 20 de junho de 2020

Comentário Bíblico Mensal: Junho/2020 - Capítulo 3 - Vivendo as Palavras de Cristo




Comentarista: Marcos Rogério



Texto Bíblico Base Semanal: Mateus 7.21-29

21. Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.
22. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas?
23. E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade.
24. Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras, e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha;
25. E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e não caiu, porque estava edificada sobre a rocha.
26. E aquele que ouve estas minhas palavras, e não as cumpre, compará-lo-ei ao homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia;
27. E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e caiu, e foi grande a sua queda.
28. E aconteceu que, concluindo Jesus este discurso, a multidão se admirou da sua doutrina;
29. Porquanto os ensinava como tendo autoridade; e não como os escribas.

Momento Interação

Nós, cristãos, sabemos que a partir do momento que nos entregamos para Jesus nossos desejos e vontades têm que ficar em segundo plano e os nossos projetos têm que passar pela aprovação de Deus ou então não darão certo. Sabemos disso tudo, mas é fácil viver assim? Penso que não. Viver uma vida totalmente guiada por Cristo é difícil, pois todo homem tem a natureza pecaminosa (o que pode ser mudado por Deus), mas também é difícil porque o homem em si tende a viver para cumprir SEUS propósitos, viver SEUS sonhos, e SE dar bem. Mas como sabemos que não somos nada e que nossa vida passará (1 Pe 1.24, Tg 4.14-17), buscamos viver uma vida para Cristo. 

Nada para o cristão é fácil e viver uma vida para Cristo nesse mundo é uma das tarefas mais complicadas que existe. Ainda bem que temos a bíblia, nosso manual, para nos basearmos nela e buscar todas as instruções de como viver uma vida pra Cristo (2 Tm 3.16,17). Servir a Jesus e viver a vida dEle é um desafio. Haverão dias que tomaremos decisões corretas com facilidade mas também haverão dias em que erraremos com facilidade (1 J 1.6,8,10), é cheio de altos e baixos, mas uma coisa é certa: Aquele que busca se santificar esse aperfeiçoar na vida de Cristo consegue mesmo nas lutas e muitas adversidades se recompor após cada queda, sacudir a poeira, pedir perdão e recolocar seus pés nos trilhos do caminho do Senhor.

Introdução

As palavras de Jesus foram as maiores pérolas de sabedoria já proferidas na face da Terra. Seria tudo em vão para nós como indivíduos se não as colocarmos em prática em nossa vida. As palavras de graça que saíram dos lábios do Salvador devem ter profunda implicação espiritual em nossa vida. Estudamos os ensinos do Salvador como discípulos anelantes de aprender com seu mestre. Jesus foi o maior Mestre de todos os tempos e foi muito mais que um simples mestre. Jesus é o Deus encarnado o qual veio nos mostrar o caminho a seguir para nossa salvação.

I. A Fidelidade a Cristo

Pedro foi crucificado de cabeça pra baixo no ano 67 d.C. Tiago foi decapitado por ordem do rei Herodes Agripa I por volta de 44 d.C. João foi preso e desterrado para a rochosa ilha de Patmos para trabalhar nas minas como escravo. Mateus foi morto a espada na Etiópia. Tiago foi lançado do pináculo do templo de Jerusalém e apedrejado até a morte. André foi crucificado em Ática, na Ásia Menor. Bartolomeu foi esfolado vivo. Simão, o Zelote foi martirizado até expirar por ordem do imperador Trajano. Tomé afamado erroneamente como incrédulo foi atravessado com uma lança em Coromandel. Marcos foi arrastado pelas ruas de Alexandria até morrer. Judas Tadeu foi cravado de flechas. Lucas foi enforcado numa oliveira quando estava na Grécia. Estêvão morreu apedrejado pelos líderes do "povo de Deus". Paulo foi decapitado em Roma por ordem de Nero. Matias foi apedrejado e em seguida decapitado.

Isso sem falar nos demais cristãos desses últimos dois mil anos e o que dizer dos profetas? Durante toda a história da humanidade, os que querem ser fiéis tem sofrido todo tipo de injustiça e perseguição. Quando Policarpo foi instado a negar a Cristo disse: Por oitenta e seis anos eu o tenho servido e Ele nunca me fez mal algum e como posso blasfemar do meu Rei que me tem salvado? Policarpo foi queimado vivo por amor a Jesus Esses fatos históricos e as histórias bíblicas igualmente verídicas nos ensinam que devemos ser fiéis a Jesus não somente quando tudo está bem, mas também quando tudo estiver aparentemente ruim.

II. Ouvindo as Palavras de Jesus

A mensagem central de Jesus era o reino de Deus. Através de histórias, de parábolas e outros meios, Jesus contrastava a eternidade e superioridade do reino de Deus com a brevidade dessa vida e sua falta de sentido. Uma vida sem Deus não tem sentido. A frase "reino dos céus" ou "reino de Deus" é uma das que mais brotam dos lábios do Salvador conforme relatam os quatro Evangelhos. Um paliativo para o homem cansado das agruras desse mundo tenebroso, cheio de frustração e sofrimento. É através do arrependimento e fé no Salvador e a aceitação de Seus sacrifício viário que temos acesso ao reino de Deus. Podemos vislumbrar esse reino pela fé quando nossa natureza e transformada e passamos a ser cidadãos desse reino celestial aqui, ainda nessa Terra. O cerne da mensagem de Jesus onde o homem adquiri a promessa da vida eterna é o arrependimento.

O governo teocrático de Israel havia passado e agora Roma governava Israel. Cristo, nesse contexto, falava de um novo reino, um novo governo teocrático, uma nova esperança, mas uma esperança eterna onde o reino inaugurado jamais seria substituído por outro reino. A mente dos homens era encaminhada para um reino superior onde habitaria a justiça (2 Pd 3.13). No decorrer de todo o Seu ministério, Jesus explicou o que se requeria do homem. Uma parte central da mensagem do Mestre era a mensagem sobre o reino de Deus. A nação judaica sabia do intento de Deus em reinar sobre Seu povo, mas imaginavam que Deus restabeleceria novamente uma teocracia sobre a nação em termos também de uma soberania política. 

Eles não entendiam a natureza espiritual do reino de Deus. Nas parábolas e outros métodos pedagógicos de Cristo, o reino de Deus era descrito como aquilo que é mais importante para o homem. O reino de Deus é comparado ao grão da mostarda (Mt 13.31,32; Mc 4.30-32) e como o fermento (Mt 13.33; Lc 13.20,21) e também como o tesouro escondido no campo (Mt 13.44) e uma pérola excelente, uma pérola de grande valor (Mt 13.45), que vale todo sacrifício e renúncia para obtê-la. O reino de Deus vale todo sacrifício e renúncia dos objetivos egoístas humanos para obtê-lo.

III. Vivendo e Cumprindo as Palavras de Jesus

Jesus viveu a plenitude do Evangelho exemplificando na Sua vida o verdadeiro amor, o amor abnegado, o amor ágape. Jesus aprendeu com seu pai terrestre a profissão de carpinteiro e sua mãe lhe ensinou os preceitos religiosos como era costume da época. Jesus estudava as Escrituras como todo menino da sua idade e a educação que recebeu de pais zelosos e que lhe contaram os atos miraculosos de Deus a favor deles livrando Jesus da morte por meio de Herodes.

Jesus se destacava das crianças da sua idade crescendo em sabedoria, estatura e graça, diante de Deus e dos homens (Lc 2.52). Nesse relato de Lucas os próprios doutores da lei se surpreenderam com o conhecimento das Escrituras por parte de Jesus (Lc 2.47). Por volta dos seus trinta anos de idade, Jesus foi batizado por seu primo João Batista no rio Jordão (Mt 3.13-17; Mc 1.9-11 e Jo 1.32-34) dando início ao Seu ministério terrestre que durou três anos e meio culminando com sua morte na cruz do Calvário (Lugar da Caveira). 

Logo aos ser batizado Jesus se retirou para o deserto sob a direção do Espírito Santo e jejuou durante quarenta dias e quarenta noites e foi duramente tentado por Satanás (Mt 4.1-11; Mc 1.12,13; Lc 4.1-13) e resistiu as tentações dando-nos exemplo de perfeita obediência, pois ao homem Deus não permite que seja tentado além das suas forças (1 Co 10.13), pois somente Cristo foi tentado acima das forças humanas sendo Ele o segundo Adão (1 Co 15.45) e hoje é poderoso para socorrer os que são tentados porque experimentou-lhes as dores (Hb 2.18). Jesus iniciou a pregação do Evangelho logo após a tentação no deserto, mas foi no episódio conhecido como o Sermão do Monte onde Ele mostrou a plenitude de Seu Evangelho mas antes dessa ocasião já percorria toda a Galiléia pregando o Evangelho do reino e curando as enfermidades do povo (Mt 4.23-25). A obra de Cristo era tanto médica como missionária. Jesus aliviava o sofrimento e pregava as boas novas. Essa é uma ótima estratégia missionária!

Conclusão

Seguir ao Senhor Jesus e colocar em prática Suas palavras é o mais alto privilégio do cristão e sua maior honra e também responsabilidade. Jesus pregou a verdade sem se importar com o que as pessoas diriam ou fariam: "Então, aproximando-se dele os discípulos, disseram-lhe: Sabes que os fariseus, ouvindo a tua palavra, se escandalizaram?" (Mt 15.12). "Chegando, disseram-lhe: Mestre, sabemos que és verdadeiro e não te impostas com quem quer que seja, porque não olhar a aparência dos homens; antes, segundo a verdade, ensinas o caminho de Deus; é lícito pagar tributo a César ou não? Devemos ou não devemos pagar?" (Mc 12.14). "Muitos dos seus discípulos, ouvindo tais palavras, disseram-lhe: Duro é este discurso, quem o pode ouvir? A vista disso, muitos dos seus discípulos o abandonaram e já não andavam com ele" (Jo 6.60,66).



Sugestão de Leitura da Semana: RIBEIRO, Anderson. O Sermão da Montanha. São Paulo: Evangelho Avivado, 2017.

sexta-feira, 19 de junho de 2020

A Intercessão da Igreja Primitiva a favor de Pedro




Em Atos 12 registra que a igreja primitiva enfrentava uma grande perseguição por causa do Evangelho. O texto destaca que dois homens foram alvos dessa perseguição, Tiago e Pedro. O rei Herodes ocasionou tudo isso, inclusive mandava prender alguns com objetivo de maltratá-los, fez passar ao fio da espada Tiago, irmão de João (At 12.1-2). Os judeus gostaram da atitude de Herodes, o rei prosseguiu nisso e prendeu também o apóstolo Pedro. Quando a igreja recebe a informação que Pedro estava preso, passa a orar incessantemente a favor dele (At 12.5). Portanto, nesse texto analisaremos a oração dessa igreja a favor de Pedro.

Pedro na prisão

Tendo-o feito prender, lançou-o no cárcere, entregando-o a quatro escoltas de quatro soldados cada uma, para o guardarem, tencionando apresentá-lo ao povo depois da Páscoa (At 12.4).

Pedro foi lançado na prisão por ordem de Herodes, pois isso era uma atitude que agradava os judeus. Em nenhuma parte do texto encontramos Pedro murmurando ou com medo da morte. Então, como ele poderia ter paz sabendo que estava prestes a morrer? A resposta encontra-se em João (21.18,19), Jesus deixou claro que Pedro morreria velho e na cruz, não pela espada como Tiago (Vv 2).

Pedro confiou na promessa de Cristo, precisamos confiar semelhantemente nelas, pois Deus estabeleceu em sua palavra várias promessas para o nosso conforto em tempos de tribulações. Como disse William Spurstowe sobre meditar nas promessas de Deus:

“O boticário não infunde nenhuma virtude às ervas, mas as destila e extrai delas tudo quanto é eficaz e proveitoso. A abelha não incute nenhuma doçura à flor, mas suga pela diligência o mel latente nela. A meditação não transmite nada de valor à promessa, mas lhe extrai a doçura e lhe descobre a beleza, pois, doutro modo, pouco se lhe poderia fazer ou tirar proveito”.[1]

Assim, fica evidente o valor de meditarmos nas promessas de Deus. Aplique textos como Mateus 28.19, Isaias 43.1-5, João 14 que falam sobre as promessas do Espírito Santo, são ótimos textos para meditar e renovar nossa fé em Cristo.

Pedro liberto da prisão

Quando Herodes estava para apresentá-lo, naquela mesma noite, Pedro dormia entre dois soldados, acorrentado com duas cadeias, e sentinelas à porta guardavam o cárcere.
Eis, porém, que sobreveio um anjo do Senhor, e uma luz iluminou a prisão; e, tocando ele o lado de Pedro, o despertou, dizendo: Levanta-te depressa! Então, as cadeias caíram-lhe das mãos (At 12.6,7).

Enquanto Pedro dormia entre os soldados, o anjo do Senhor apareceu e o libertou da prisão. Tudo isso aconteceu, devido a oração incessante da igreja a favor dele (At 12.5). Segundo Wiersbe, “não devemos nunca subestimar o poder de uma igreja que ora. Os crentes oraram de forma incessante, decisiva e corajosa. Deus honrou as orações deles e trouxe glória para si mesmo, apesar da descrença deles quando Pedro apareceu”.[2]

Semelhantemente, devemos orar pelos missionários que estão ministrando a palavra de Deus onde o Evangelho é proibido. Cada um deles necessitam das nossas orações, por mais que não tenhamos condições de ajudá-los financeiramente, podemos fazer isso com as nossas orações. Portanto, ore por eles!

O juízo de Deus sobre os inimigos do Evangelho

Em dia designado, Herodes, vestido de trajo real, assentado no trono, dirigiu-lhes a palavra; e o povo clamava: É voz de um deus, e não de homem! No mesmo instante, um anjo do Senhor o feriu, por ele não haver dado glória a Deus; e, comido de vermes, expirou (At 12.21-23).

Deus executará seu juízo sobre os inimigos do Evangelho. Herodes é um exemplo disso, “que morreu no ano 44. Deus, zela pela sua glória que a Ele pertence, pune o homem vaidoso”.[3] Herodes tinha assinado Tiago e pretendia matar Pedro, mas Deus o puniu por seus atos pecaminosos de adoração blasfema e por não reconhecer a soberania de Deus.

Nada pode deter o avanço do Evangelho, apesar das perseguições que se levantaram contra a igreja de Cristo, a Palavra de Deus crescia e se multiplicava (At 12.24). Jesus disse para os seus discípulos que as portas do inferno não prevalecerão contra a igreja (Mt 16.18). Logo, o trabalho da igreja em divulgar o Evangelho irá sempre progredir mesmo diante das oposições e Deus um dia punirá os seus inimigos.

Conclusão

A oração da igreja primitiva a favor de Pedro pode nos ensinar muitos princípios práticos para a vida cristã quanto a oração. Primeiro, devemos sempre orar por aqueles que estão sendo perseguidos por causa do Evangelho em países onde o nome de Cristo não pode ser anunciado. Segundo, Deus ouve as orações da sua igreja quando ela se dispõe a orar incessantemente por seus ministros em tempos de aflições. Terceiro, nada pode impedir o avanço do Evangelho, se queremos que ele alcance mais pessoas é necessário orar, era isso que igreja primitiva fazia. Portanto, tenha uma vida de oração, porque dela dependa a sua vida cristã. Muitas vidas precisam ser alcançadas por meio da palavra de Deus, e a oração é imprescindível nisso, ore para que o Reino de Deus continue avançando no mundo. 

 

Sidney Muniz


Notas:



[1] Igreja Puritana Reformada em São Paulo

[2] Comentário de Warren W. Wiersbe

[3] Bíblia de Estudo Shedd

sábado, 13 de junho de 2020

Comentário Bíblico Mensal: Junho/2020 - Capítulo 2 - Assim Cremos - Assim Vivemos




Comentarista: Marcos Rogério



Texto Bíblico Base Semanal: 1 Pedro 3.8-15

8. E, finalmente, sede todos de um mesmo sentimento, compassivos, amando os irmãos, entranhavelmente misericordiosos e afáveis.
9. Não tornando mal por mal, ou injúria por injúria; antes, pelo contrário, bendizendo; sabendo que para isto fostes chamados, para que por herança alcanceis a bênção.
10. Porque Quem quer amar a vida, E ver os dias bons, Refreie a sua língua do mal, E os seus lábios não falem engano.
11. Aparte-se do mal, e faça o bem; Busque a paz, e siga-a.
12. Porque os olhos do Senhor estão sobre os justos, E os seus ouvidos atentos às suas orações; Mas o rosto do Senhor é contra os que fazem o mal.
13. E qual é aquele que vos fará mal, se fordes seguidores do bem?
14. Mas também, se padecerdes por amor da justiça, sois bem-aventurados. E não temais com medo deles, nem vos turbeis;
15. Antes, santificai ao Senhor Deus em vossos corações; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós,

Momento Interação

Somos da fé, temos o espírito da fé, conhecemos e entendemos bem o poder que há na confissão da Palavra, e os resultados que elas geram em nossas vidas quando proferidas em fé. Mas nesta postagem, não quero focar na Palavra falada (você pode encontrar mais sobre este conteúdo nas postagens anteriores do Blog). Quero falar acerca da Palavra vivida, o Verbo na vida: “A Palavra se tornou um ser humano e morou entre nós, cheia de amor e de verdade. E nós vimos à revelação da sua natureza divina, natureza que ele recebeu como Filho único do Pai” (Jo 1.14). Jesus, o Verbo, a própria vida, manifestando vida entre nós e em nós. A nossa referência de vida, de pessoa, de ser humano, de ministro se concentra especificamente nEle. Jesus, o amor manifestado, a fé em pessoa, nos ensina com suas palavras e nos ama com suas atitudes. A vida de Jesus nos ensina até mesmo quando não existem palavras, nos acrescenta até mesmo no silêncio, e na descrição dos seus atos, na forma como Ele viveu e se comportou nesta terra, se torna a própria inspiração.

Introdução

Deus, o Soberano do universo e responsável pela criação tem sido alvo de debates teológicos acirrados no mundo cristão. Tais debates de devem pelo fato da Trindade ser um mistério inexplicável, pelo fato de não entendermos como Deus é eterno se tudo tem um princípio, e por não entendermos o dilema do sofrimento pelo fato de Deus ser todo supremo, poderoso e amorável.

Entendemos a Divindade como um Deus único e verdadeiro em três pessoas. Adoramos um Deus em Trindade. Não temos a pretensão de explicar Deus porque o nosso Deus não se explica, simplesmente o aceitamos pela fé crendo que um dia poderemos ter todas as respostas que procuramos. Embora a revelação geral nos proporcione vislumbres do amorável cuidado do Deus Criador, a revelação especial na pessoa de Jesus Cristo é o meio pelo qual Deus se revela toda a sua grandeza.

A Bíblia não proporciona princípios para um debate se Deus existe ou não, mas parte do princípio da existência de Deus como Pai e Criador: "No princípio criou Deus os céus e a terra" (Gn 1.1). Os processos cognitivos humanos são limitados principalmente após a degradação que o pecado efetuou. Portanto, cabe a nós entendermos e aceitarmos que mesmo a Bíblia Sagrada que é a Palavra escrita e Jesus Cristo que é a Palavra encarnada temos uma quantidade esmagadora de informações a respeito de Deus, mas com humildade cristã reconhecemos que nem o mais habilidoso escritos poderá esclarecer todos os aspectos da divindade e nem o mais elevado em intelecto poderá compreender Deus plenamente.

I. Cremos na Trindade Una

Como a revelação da Palavra é progressiva (Pv 4.18; Jo 16.12), a doutrina bíblica da Trindade foi se desdobrando no decorrer das Escrituras Sagradas encontrando seu auge no Novo Testamento. Assim criam também os primeiros cristãos. Não foi senão DEPOIS que o Evangelho fora pregado quase 300 anos, nos exatos termos do Novo Testamento, que "alguém" se propôs a atacar a crença dos cristãos na Deidade de Cristo. Quem o fez foi Ário. E a maneira insólita de seus ataques demonstrou que até aquela época os cristãos criam na Divindade de Jesus, sem nenhuma sombra de dúvida. Era assunto líquido e certo. Mas os argumentos arianos, da forma como foram elaborados, eram uma objeção à crença prevalecente, e não a correção de uma heresia. Diante deste fato, então o unitarismo e o arianismo é que são heresias. E de fato o é. Heresia que distancia a homem da graça divina e o faz perder a salvação em Cristo Jesus.

A doutrina bíblica da Trindade não é um dogma pagão ou católico, mas como vimos é escriturística estando presente no Antigo e Novo Testamento. As tríades sim eram um conjunto de três deuses pagãos e não devemos confundir as tríades pagãs com a doutrina bíblica da Trindade que diferente daquela é a adoração de um só Deus verdadeiro em três pessoas distintas, coeternas e iguais. Foi por isso que Jesus ordenou batizar as pessoas imergindo-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo (Mt 28.19). O texto de Mateus 28.19 é tão conclusivo no que se refere a verdade bíblica da Trindade que os teóricos da conspiração tentam desacreditar a inspiração desse texto dizendo contra os fatos que tal texto foi adulterado, mesmo sabendo que contra fatos não há argumentos.

Os estudiosos consultaram mais de 1400 manuscritos antigos do Evangelho de Mateus e em todas elas encontram-se as palavras de (Mt 28.19). Nunca se achou uma cópia autentica do Evangelho de Mateus seja em hebraico, aramaico ou grego sem os dizeres de (Mt 28.19). A fórmula batismal em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo se encontraram em todas as cópias do Evangelho de Mateus. Desacreditar o texto sagrado coloca em cheque a capacidade de Deus de preservar a integridade das Escrituras. Por outro lado, não dependemos somente de (Mt 28.19) para crer na doutrina bíblica da Trindade. Em (2 Co 13.13) lemos: "A graça do Senhor Jesus, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós". Nesse texto semelhantemente a (Mt 28.19) vemos a expressão de fé trinitariana de Paulo aos cristãos de Corinto.

II. Cremos nas Escrituras Sagradas

As Escrituras Sagradas, o Antigo Testamento escrito em hebraico e pequenas porções em aramaico e o Novo Testamento escrito em grego koinê são a Palavra de Deus escrita sob inspiração do Espírito Santo (2 Tm 3.16) nos transmitem todo o conhecimento necessário à nossa Salvação. A palavra grega traduzida para inspirada é theopneustos, que significa soprada por Deus, proveniente do fôlego de Deus.

A Bíblia Sagrada é a infalível revelação da vontade de Deus. Constituem para nós o padrão moral de caráter ao qual temos que desenvolver pela graça de Cristo, a prova de experiência, o revelador de doutrinas e o fiel registro dos atos de Deus na história da humanidade. O livro mais amado e odiado pela humanidade, o mais reverenciado e o mais desrespeitado. O mais exaltado e também o mais rebaixado livro. Pessoas morreram e mataram por causa da Bíblia. Milhares de exemplares foram queimados e ao mesmo tempo a Palavra de Deus subsiste. O livro mais debatido do qual se utilizaram para inúmeras controvérsias entre cristãos e ateus, arminianos e calvinistas, católicos e protestantes.

Mas o que torna a Bíblia Sagrada um livro singular, incomparável é a sua origem. A revelação de Deus. Assim como Jesus é a Palavra encarnada a Bíblia é a Palavra escrita. O personagem central da Bíblia é nosso Senhor Jesus Cristo (Jo 5.39). Nele todas as doutrinas se encontram e se fundem. A Bíblia mostra o problema do pecado e aponta a graça divina como solução. Ao ser humano revelado como perdido a Bíblia apresenta a Cristo como Salvador (Mt 1.21; Lc 2.11), o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1.29).

A inspiração das Escrituras Sagradas revelando sua origem divina atestam sua confiabilidade. Evidência desse fato é a unidade doutrinária das Escrituras Sagradas. Sendo escritas por quase quarenta autores num período de aproximadamente 1.600 anos, a Bíblia ao ser estudada corretamente respeitando as regras de hermenêutica revelam tanta coerência como se tivessem sido escritas por um único autor mostrando que a mente divina estava por trás da mente dos profetas guiando-os sem anular sua individualidade, personalidade e sua cultura.

III. Cremos em Jesus Cristo

O Cristianismo é a religião que crê em Jesus, Sua Divindade, Sua humanidade, Seu ministério terrestre e celestial e aceita a Jesus como único e suficiente Salvador. Nós cristãos cremos que Jesus é o único mediador entre Deus e os homens (1 Tm 2.5). Cremos que Jesus não foi simplesmente um bom homem, um profeta, um guia, mas Deus em forma humana. Jesus é o Deus conosco (Mt 1.23).

Foi a fé em Jesus como Deus Todo-Poderoso que fez com que em Antioquia fossem os discípulos pela primeira vez chamados de cristãos (At 11.26), pois falar de Jesus era o que eles mais faziam. Jesus era o tema principal de suas conversações. Na Bíblia Sagrada é possível conhecer Jesus de forma tão plena como o conheceram os palestinos que com Ele tiveram contato pessoal. Conhecer a Jesus não foi o privilégio restrito da geração que viveu a 2.000 anos.

Conhecemos a Jesus pelos relatos dos Evangelhos Sinóticos, Mateus, Marcos e Lucas e pelo Evangelho de João, mas toda a Bíblia fala de Jesus direta ou indiretamente. Não só podemos conhecer o Senhor Jesus e se relacionar com Ele, como também podemos, por meio do Espírito Santo ser semelhantes a Ele (2 Co 3.18). A Teologia é o estudo sobre a Divindade, o estudo sobre o Espírito Santo é chamado de Pneumatologia, nesse texto entraremos em um ramo da teologia conhecido como Cristologia, o estudo sobre o que a Revelação nos revela sobre a pessoa de Cristo em Sua vida de perfeita obediência. A vida de Jesus foi de obediência, razão pela qual Ele se tornou nosso exemplo (1 Jo 2.6).

Jesus, como o Filho de Deus tinha uma responsabilidade muito grande. Cabia-lhe ser nosso exemplo em todas as coisas e para tal Jesus precisava ser perfeito, separado dos pecadores (Hb 9:26).Jesus passou quarenta dias e quarenta noites sem comer e assim como Satanás derrubou Adão pela alimentação, tentou derrubar o Senhor Jesus Cristo. A grande diferença é que Adão era perfeito no Éden e sem a mortalidade, já Jesus veio na natureza física mortal e Adão podia comer de todas as árvores do jardim (Gn 2.16) menos da árvore do conhecimento do bem e do mal (Gn 2.17) e Jesus estava quarenta dias e quarenta noites sem comer e teve fome (Mt 4.2; Lc 4.2). Esse foi o contraste entre o primeiro e o segundo Adão, o Adão pelo qual veio o pecado e a salvação e o Adão pelo qual pelo qual veio a obediência perfeita e a salvação (Rm 5.12-21).

IV. Vivemos a Esperança da Segunda Vinda

O retorno do Senhor Jesus à Terra em glória e majestade é conhecida na teologia cristã como a doutrina da segunda vinda. As Escrituras Sagradas ensinam a doutrina do segundo advento para concluir a obra da salvação a qual teve grande ênfase no primeiro advento. A segunda vinda será algo tão real como foi a primeira. Haviam mais de trezentas profecias indicando a primeira vinda e as pessoas acreditando ou não Jesus veio e cumpriu as profecias, o mesmo ocorrerá na segunda vinda. Jesus virá quer as pessoas acreditem, quer sejam céticas.

O próprio Senhor Jesus prometeu voltar para buscar Seu povo (Jo 14.1-3). Os anjos asseguraram aos discípulos que Jesus viria da mesma forma que o viram subir (At 1.9-11). A segunda vinda de Jesus marca o limite para a eternidade onde o povo de Deus estará para sempre com o Senhor (Jo 14.2,3; 1 Ts 4.17) e tomarão posse do reino preparado para eles desde a fundação do mundo (Mt 25.34) para reinar pelos séculos dos séculos (Ap 22.1-5). Paulo chama a segunda vinda de Cristo de "a bem-aventurada esperança" (Tt 2.13).

Embora o texto exato da segunda vinda seria desconhecido (Mt 24.36), haveriam sinais que indicariam a proximidade desse acontecimento (Mt 24.5-31; Mc 13.5-23; Lc 21.8-24). A segunda vinda de Cristo à Terra será um evento real e glorioso, a igreja tem esse evento não apenas como uma esperança, mas como uma certeza. A realidade da primeira vinda torna certa a realidade da segunda vinda. Os cristãos que estudam as Escrituras e conhecem a aproximação desse grandioso evento e espectantes aguardam por esse grande dia saberão quando o Senhor estiver voltando para buscá-los (1 Ts 4.5,6) ao passo que os demais habitantes da Terra serão pegos de surpresa (1 Ts 5.2,3). 

Conclusão

Entendemos que Deus é amor e é constitui de uma unidade cooperativa, funcional de três pessoas, Pai, Filho e Espírito Santo e que esse Deus único e verdadeiro trabalha pela nossa salvação e proveu em Cristo Jesus salvação pela graça para todos que o aceitam. Sentimos profundo anseio pela união com o Senhor Jesus em Sua vinda a qual coloca fim nesse mundo de pecado, tristeza e sofrimento e cremos nas Escrituras Sagradas como regra de fé e prática, sendo a Bíblia Sagrada nosso manual de fé e prática e o meio pelo qual todos os ensinos devem ser provados. Cremos na importância da Bíblia Sagrada nos hospitais, clínicas, escolas e no lar de todos os cidadãos independente de sua nacionalidade e religião.

Entendemos que a Bíblia mostra Jesus como único e suficiente Salvador ao qual todos os que almejam sua salvação devem aceitá-lo como o único que pode conduzí-los ao Pai. Temos fé nas promessas do Senhor Jesus e da Bíblia Sagrada de que em breve o Senhor virá nos buscar para estarmos para sempre com Ele (Jo 14.1-3). Vivemos pela fé a esperança da segunda vinda, esperança essa que nos trás alívio e conforto em nossa caminhada cristã nesse mundo, uma jornada que logo chegará ao fim e estaremos na glória com o Pai, o Filho, o Espírito Santo, os anjos e os salvos de todas as eras. O Ministério Evangelho Avivado existe para compartilhar essas realidades espirituais e levar esperança aos corações oprimidos. Pela fé vislumbramos o futuro maravilhoso que nos aguarda.



Sugestão de Leitura da Semana: CARLOS, José. Vida Santa e Irrepreensível. São Paulo: Evangelho Avivado, 2017.

segunda-feira, 8 de junho de 2020

Recomendação do Livro do Mês - Os Dons do Espírito Santo - Gordon Chown




Por Leonardo Pereira



Neste mês de Junho, com objetivo de uma excelente obra fazer parte neste artigo, do acervo de recomendações de obras cristãs para o ano de 2020, pensamos em expor para todos os que acompanham o Ministério Evangelho Avivado, uma obra clássica que une simplicidade e autenticidade, teologia e vida, doutrina e prática. Estamos falando da grande obra Os Dons do Espírito Santo de Gordon Chown. Mas antes de falarmos um pouco sobre ela, é importante também conhecermos o seu autor.

O Pastor Gordon 

Gordon Chown é pastor assembleiano no Brasil e perito em Línguas Bíblicas, lê e traduz em 12 idiomas. Nascido no dia 14 de Maio de 1938 em Hale (Inglaterra), estudou Divindade em Westminster e realizou Estudos Avançados em Hebraico e Grego na legendária Universidade de Cambridge. Veio para o Brasil em 1963 e se vinculou à Igreja Presbiteriana Independente do Brasil - IPIB. Foi ordenado pastor da IPIB pelo Presbitério de São Paulo em 15 de janeiro de 1964, assumindo a IPI do Jabaquara (SP). No mesmo ano passou a colaborar como professor da Faculdade de Teologia da IPIB em São Paulo, lecionando Hebraico, Exegese do Velho e do Novo Testamento. Aderiu ao movimento de renovação carismática na IPIB e se desligou daquela denominação em 3 de janeiro de 1974, filiando-se à Igreja Presbiteriana Independente Renovada - IPIR. Em janeiro de 1975, com a fusão da IPIR com a Igreja Cristã Presbiteriana, dando origem à Igreja Presbiteriana Renovada do Brasil, filiou-se a esta denominação.

Em 1970, ainda pastor da IPIB, publicou o livro Os Dons do Espírito, sua tese de mestrado em Teologia e fruto de seis anos de pesquisas. No mesmo ano, traduziu o livro Eles falam em outras línguas, de John L. Sherril, um jornalista cético que investiga um Movimento Pentecostal e se surpreende com os resultados. Um dos principais exegetas em solo brasileiro, Gordon Chown participou do projeto de tradução da Nova Versão Internacional da Bíblia, da Bíblia de Estudo NVI (Editora Vida) e da Chave Linguística do Novo Testamento Grego.

O pastor Gordon Chown trouxe para a língua portuguesa cerca de 160 mil laudas de material técnico de exegese bíblica, dentre as quais destacam-se o monumental Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento, editado por Lothar Coenen e Colin Brown (Edições Vida Nova), Exegese do Novo Testamento, de John D. Grasmick (Edições Vida Nova) a Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã, de Walter A. Elwell (Edições Vida Nova), a Gramática do Hebraico Bíblico para Iniciantes (Editora Vida), Palavras Chaves do Novo Testamento, de William Barclay (Edições Vida Nova), Entendes o Que Lês?, de Gordon Fee e Douglas Stuart (Edições Vida Nova) e Ouvindo a Deus: Uma Abordagem Multidisciplinar da Leitura Bíblica, de Eugene Peterson (Edições Vida Nova), entre muitas outras obras.

A Obra

Ao ser convidado a preparar um artigo, os pensamentos do pastor Gordon foram passando pela literatura lida e escrita sobre os dons espirituais, durante anos passados, inclusive pela minha atuação como intérprete e ajudante de missionários estrangeiros em campanhas de cura divina. (Aliás, é bom lembrar que hoje, há grande aceitação mundial dos missionários avivalistas provenientes do Brasil – talvez o maior país exportador de reavivamento). Essas questões foram compiladas na tese do pastor chamada Os Dons do Espírito Santo, escrita em caneta e tinta em fins de 1963, e posteriormente publicada em várias tiragens por diferentes editoras, especialmente na Editora Vida, acabara de ter uma edição revista lançada na 17ª Bienal do Livro em São Paulo, em abril de 2002. 

A mesma editora pediu logo em seguida com urgência, para traduzir imediatamente em seguida, um livro chamado Os Dons Milagrosos são para Hoje?, fruto de um simpósio dirigido pelo Dr. Wayne Grudem, com mais quatro participantes de grande fama e capacidade. Nele, havia citações de quase uma dúzia de livros em inglês que já existiam em português, e aos quais Gordon Chown foi consultando. Inclusive algumas dessas obras estive envolvido desde 1969, tais como Eles falam em outras línguas, de John Sherrill e Vai, Disse-me o Espírito, de David Duplessis. 

A Análise

A doutrina dos dons espirituais sempre foi cercada de muita polêmica e, infelizmente, ainda é motivo de muita discórdia na Igreja. Por isso, Gordon Chown busca trazer cura a esta ferida e clareza ao debate sobre este assunto envolto em mistério. Com o objetivo de promover um resgate de uma igreja inspirada e dependente do Espírito Santo, o livro aborda os nove dons de 1 Coríntios 12 – como cura, milagres, dom de línguas, profecia, dentre outros. O autor nos traz um exame bíblico do assunto, assim como relatos verídicos de sua própria experiência e de outras pessoas com os dons espirituais. Escrito para toda a igreja, Os Dons do Espirito Santo é uma análise acessível e pastoral, a fim de que todo cristão descubra o propósito dos dons e aprenda a discerni-los. Deus lhe concedeu dons... aprenda como usá-los para a glória dEle!