terça-feira, 31 de maio de 2016

Serão salvas as pessoas não cristãs ?

Algumas pessoas acreditam que as religiões mundiais o islamismo, o cristianismo, o hinduísmo, etc. são, apenas diferentes, mas igualmente boas, maneiras de adorar a Deus. Elas dizem que o hinduísmo é o caminho de Deus para os orientais; que o islamismo é o caminho de Deus para os árabes; e que o cristianismo é o caminho de Deus para as civilizações ocidentais, etc.
Jesus, porém, disse: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim" (João 14:6). Em outra ocasião, Jesus afirmou: "Se não crerdes que eu sou, morrereis nos vossos pecados" (João 8:24). Jesus enviou seus discípulos para pregar a todas as nações, ordenando a cada homem que se arrependa e obedeça ao evangelho (Mateus 28:18-20). Paulo disse que Deus ordena a todos os homens, em qualquer lugar, que se arrependam, porque o mundo será julgado por Jesus Cristo (Atos 17:30-31). O mínimo que pode ser dito é que Jesus declarou ser o caminho exclusivo da salvação para todas as pessoas, de todas as raças, em todas as nações. Você pode decidir rejeitar isto, mas já não crerá mais em Jesus, se fizer isso.
Realmente, se os homens pudessem ser salvos pelo islamismo, o hinduismo, o budismo, o taoismo ou qualquer outra coisa, Jesus não precisaria ter sido crucificado. O sacrifício de Cristo seria desnecessário, se um homem seguindo, cuidadosamente, os princípios do hinduismo pudesse ser salvo. Há um só Deus, um só Salvador, um só Senhor, um único caminho da salvação, um só evangelho, uma única esperança (veja Efésios 4:4-6). Muitas são as invenções e perversões dos homens.

segunda-feira, 30 de maio de 2016

Deus fala hoje em dia diretamente com os homens?

Não. Houve um tempo em que Deus falou diretamente com homens, por uma variedade de meios e modos, mas agora ele só nos fala através de seu Filho, Jesus Cristo (Hebreus 1:1-2). O próprio Jesus Cristo nos fala através de homens que ele escolheu, incumbiu e inspirou através do poder do Espírito Santo (Mateus 10:19-20; João 14:26; 16:5-15; Atos 1:8). Esses homens nos falam através das palavras que eles escreveram e que estão registradas para nós no Novo Testamento (1 Coríntios 14:37; 1 Tessalonicenses 2:13). Portanto, o Novo Testamento é a completa, perfeita e final revelação de Deus ao homem (2 Timóteo 3:16-17; Judas 3). Se alguém, mesmo que seja um anjo, vier a nós trazendo um evangelho diferente do que está registrado no Novo Testamento, não devemos ouvir (Gálatas 1:6-9).
Muitas, muitas religiões são baseadas nas revelações dos últimos dias. Isto não é surpreendente, desde que, no Velho Testamento, os falsos profetas declaravam falarem em nome de Deus (Deuteronômio 18:22; Jeremias 28; etc.) O Novo Testamento também nos adverte contra os falsos profetas (Atos 20:29-30; 1 Timóteo 4:1-3; 1 João 4:1-6). O teste de todo o mestre religioso é a concordância de seu ensinamento com a Bíblia (1 Coríntios 14:37-38; 1 João 4:6). Hoje em dia os Mormons acreditam que Deus falou através de Joseph Smith. Os Adventistas acreditam que Ellen G. White foi uma profetisa. As Testemunhas de Jeová aceitam os pronunciamentos religiosos da Sociedade Torre de Vigia. Entretanto, todas estas religiões ensinam diferente do Novo Testamento. Cuidado!
Todo o cristão verdadeiro ouve a Bíblia e a Bíblia somente, porque esta é hoje a única revelação de Deus para os homens.

domingo, 29 de maio de 2016

Como crianças na praça



"A que, pois, compararei os homens da presente geração, e  a que são eles semelhantes? São semelhantes a meninos   que, sentados na praça, gritam uns para os outros: Nós vos tocamos flauta, e não dançastes; entoamos lamentações, e não chorastes" (Lucas 7:31-32).
A ressurreição do filho da viúva de Naim foi um dos mais notáveis milagres de Jesus, mas o relato dele não tinha sido suficiente para acalmar a perplexidade e a dúvida do prisioneiro João Batista. Teria isto que ser o assunto de seu poderoso chamado ao arrependimento da nação antes da iminente chegada do reino do céu? Onde estava o "machado posto na raiz da árvore", o julgamento abrasador sobre os ímpios e a exaltação dos justos? Ele era como um leão enjaulado que, acostumado a perambular livre, estava sendo abatido pelo seu longo confinamento. Os milagres de Jesus, não importa quão maravilhosos fossem, podem agora ter parecido a ele prosaicos em vista das grandes expectativas que sua momentosa proclamação do reino tinha criado, até nele mesmo.
A resposta de Jesus é gentil, mas firme. Ele disse que precisavam reconhecer no que ele fazia —mostrando misericórdia aos oprimidos, pregando o evangelho aos mansos — os sinais proféticos do reino de Deus (Isaías 35:5-6; 61:1 e seguintes) e que não devem ser levados a tropeçar porque o caminho que ele tomou não foi o caminho que eles imaginavam (Lucas 7:18-23). O Senhor então fala às multidões em defesa de João. Não havia nada de brando ou fraco nele. Ele não era nenhum esperto manipulador do sentimento popular. Sua pregação, destemida e resoluta, freqüentemente ia a contrapelo, e ele mesmo viveu em dedicação desconfortável ao seu imensamente significativo apelo. Como o arauto imediato do Messias, ele era "mais do que um profeta" e sua grandeza entre os homens não ultrapassada, mas ele não haveria de ver a chegada do reino que ele tinha tão corajosamente anunciado. Mas o que ele tinha feito foi determinar quem entre o povo estava preparado para recebê-lo e quem não estava, e no processo vergastou a cobertura de pretensões hipócritas dos fariseus. A ilustração de Jesus do vinho novo e dos odres velhos se destinava a responder a acusação que seus discípulos tinham falta de seriedade espiritual porque, diferentes dos fariseus e dos discípulos de João, eles eram dados a alegre festividade antes que a sóbrio jejum. Mas tão logo isso se tornou aparente, fez pouca diferença para os críticos de Jesus se ele festejava ou jejuava. Era o seu próprio caráter e ensinamento que os ofendiam e nenhuma mudança do estilo de vida seria bastante forte para silenciar os incansáveis ataques deles contra tudo o que ele fazia.
A insaciável natureza da oposição dos escribas e fariseus não foi mais dramaticamente revelada do que na resposta deles à pregação de João Batista. Aqui deveria estar o homem dos seus sonhos, abstêmio, solitário e recluso. Mas, ironicamente, eram os mundanos e abertamente religiosos publicanos que enxameavam alegremente para seu batismo, enquanto os fariseus, com sua propalada piedade, recusavam o chamado de João para o arrependimento (Lucas 7:29-30).
Tudo tinha se tornado tão previsível e tão triste. Jesus lhes disse que lhe lembravam crianças na praça, que recusavam qualquer jogo proposto por seus companheiros. Eles se recusaram a brincar de casamento e a brincar de funeral. A descrição deles pelo Senhor não é uma alegoria onde as personagens precisam ser identificadas, mas uma ilustração do tipo de mente que não quer jogar em nenhuma circunstância, contudo continua a justificar a recusa. Não tinha nada a ver como o modo como João pregava ou Jesus vivia, era a mensagem deles de humilde arrependimento que era inaceitável para os convencidos fariseus e não estavam aceitando nada dela, não importa como viesse embrulhada. Eles falavam com tanta confiança do julgamento justo de Deus, mas quando João veio e pregou-o e os chamou ao arrependimento, eles o rejeitaram. Eles falavam ansiosamente do Messias, mas quando ele chegou, em vez de regozijar, eles cavilaram e criticaram. O Batista, para eles, era um azedo "Joãozinho de uma nota só" com febre cerebral. Tudo o que ele sabia era "arrependei-vos, arrependei-vos, arrependei-vos". E com Jesus era alegria demais e perdão, confraternização fácil demais com a ralé (Lucas 7:33-34). Assim, completaram a loucura de seus pais, que piedosamente pediram a Deus pela libertação do Egito, mas quando sua libertação apareceu, eles não gostaram dela. Como crianças petulantes, eles clamaram a Deus, mas quando ele veio, eles não o quiseram.
Estamos nós, também, fazendo o jogo de Deus? Fazemos muita declaração de desejarmo-lo em nossas vidas, mas desaprovamos, criticamos e queixamos quando alguém nos fala de suas exigências? E cobrimos nossa rejeição de sua vontade com queixas sobre como foi dito, ou porque foi dito, ou quem o disse? Homens verdadeiros e mulheres de Deus podem aprender a vontade do seu Salvador até mesmo com seus piores inimigos! Há muitos cristãos que ainda estão brincando como crianças na praça. Eles não são sérios. Revertendo a advertência de Paulo aos Coríntios (1 Coríntios 14:20), em entendimento eles são como crianças estragadas, mas em malícia, ciúme e rivalidade eles têm profunda experiência. Em face da penetrante mensagem do evangelho, eles não se afligirão pelos seus pecados nem regozijarão na maravilhosa bondade de Deus. Em vez de justificar Deus, eles se justificam a si mesmos e assim revelam, como fizeram aqueles velhos queixosos, impertinentes egoístas, que eles não são filhos da sabedoria, mas os deformados descendentes da consumada estupidez (Lucas 7:35).

sexta-feira, 27 de maio de 2016

Sinais são sempre confiáveis?

Muitas pessoas hoje, especialemente no movimento pentecostal e suas ramificações, valorizam sinais acima de tudo. Interpretam acontecimentos na vida como provas da aprovação divina de suas decisões. Recorrem para visões e revelações para justificar suas práticas. Defendem suas doutrinas, citando algum sinal especial como confirmação do Espírito Santo.
Sinais sempre são confiáveis como prova da aprovação divina?
Em geral, os sinais, prodígios e milagres na Bíblia serviam para confirmar a palavra revelada por Deus aos profetas e apóstolos. No Velho Testamento, Deus capacitou homens como Moisés, Elias e Eliseu a realizarem milagres para confir-mar a sua mensagem. No Novo Testa-mento, os apóstolos e vários outros recebiam os dons do Espírito Santo para confirmar a palavra revelada (Marcos 16:20; Hebreus 2:4; 2 Coríntios 12:12).
Em outros estudos, temos visto várias diferenças entre os verdadeiros sinais dos tempos da Bíblia e os supostos dons milagrosos que tantas pessoas buscam hoje. Neste artigo, consideremos outro aspecto da questão dos dons. Mesmo se alguém acreditar ver um sinal milagroso hoje, ainda deve dar mais importância às Escrituras.
Deus nunca colocou os sinais acima da palavra.
No Velho Testamento, o Senhor disse: “Quando profeta ou sonhador se levantar no meio de ti e te anunciar um sinal ou prodígio, e suceder o tal sinal ou prodígio do que te houver falado, e disser: Vamos após outros deuses...não ouvirás a palavra deste profeta ou sonhador; porquanto o Senhor, vosso Deus, vos prova, para saber se amais o Senhor, vosso Deus, de todo o vosso coração e de toda a vossa alma” (Deuteronômio 13:1-3). Neste caso, mesmo se o sinal fosse verdadeiro, qualquer um que seguisse o profeta seria condenado, pois a palavra dele contradizia a verdade já revelada.
No Novo Testamento, sinais milagrosos acompanharam os apóstolos do Senhor. Mas Paulo, um dos apóstolos, nos alerta: “Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema” (Gálatas 1:8). Se viesse direto do céu ou se mostrasse os sinais dos apóstolos, ainda seria necessário avaliar pela palavra.
Paulo avisou, também, de sinais e prodígios de mentira, empregados por Satanás (2 Tessalonicenses 2:9-10).
Não importa quantos sinais alguém alega ter visto ou ter feito, a prova final é a palavra já revelada. Nunca devemos colocar sinais acima da palavra.

quarta-feira, 25 de maio de 2016

O Que Devo Fazer Para Me Salvar?

Por quase 2.000 anos, as pessoas têm feito uma pergunta crucial: "O que devo fazer para me salvar?" (Atos 16:30). Respondendo a esta pergunta, várias respostas têm sido dadas. Os líderes e professores de religião sempre discordam em suas respostas para esta questão básica. Se nós temos alguma esperança de uma vida eterna, é essencial que encontremos a resposta de Deus.
Quase todos os estudantes da Bíblia concordam que ela fala de várias coisas que estão envolvidas com a salvação. Quando nós lemos a Bíblia, aprendemos a importância de:

- O Evangelho
- Cristo
- Fé
- Confissão
- Arrependimento
- Batismo
- Perseverança
Todas essas coisas são importantes. Mas, são necessárias todas elas? Neste ponto, existe muita discórdia entre os professores de religião. Alguns ensinam que devemos ser batizados mesmo sendo incapazes de crer e confessar. Outros dizem que devemos crer e confessar, mas que o batismo não é necessário. Alguns dizem que devemos superar nossas tentações fielmente depois que nossos pecados do passado foram perdoados, enquanto outros dizem que um Cristão não pode se perder, mesmo que a pessoa volte para o pecado. Outros ainda dizem que a mensagem do Evangelho de Cristo é somente uma das várias maneiras para se salvar. As doutrinas humanas são terrivelmente confusas.
Quando nós finalmente estivermos diante de Deus, não seremos julgados pelas recomendações de igrejas ou professores humanos. Seremos julgados pelas palavras de Jesus, as quais estão reveladas para nós no Novo Testamento (João 12:48-50). Devemos nos voltar para as páginas do Novo Testamento para descobrir se podemos omitir qualquer um dos itens acima mencionados, e ainda permanecermos salvos. Por favor, pegue sua Bíblia e leia as passagens mencionadas nas páginas seguintes. Lembre-se, a sua salvação eterna depende de encontrar a resposta de Deus para essa pergunta tão importante.

O Cristão e os Problemas Financeiros


Você está enfrentando problemas financeiros? Faturas que você não consegue pagar? Cheques que você não pode cobrir? Necessidades que você não tem dinheiro para suprir? Vergonha? Frustração? Excesso de trabalho? Tensão? Problemas financeiros são excessivamente preocupantes e conduzem a muitos pecados: descontentamento, ingratidão, ira, desonestidade, impaciência, ansiedade e negligência das responsabilidades espirituais. A Bíblia ensina-nos como enfrentar muitas situações diferentes na vida, incluindo as dificuldades financeiras. A chave para enfrentar problemas financeiros está na atitude da pessoa. Para responder bem precisamos permitir que a palavra de Deus opere em nosso coração e mude nosso modo de ver as coisas.

Atitudes

Gratidão: Paulo insiste em que sejamos gratos. Precisamos estar "... transbordando de gratidão" (Colossenses 2:7). "Dêem graças em todas as circunstâncias..." (1 Tessalonicenses 5:18). Não devemos nos queixar nem sentir pena de nós mesmos, mas antes devemos considerar cuidadosamente todas as razões que temos para sermos agradecidos e louvar a Deus por suas bênçãos a nós. Os israelitas no deserto estavam se queixando constantemente, mas tinham se esquecido da grande libertação que Deus lhes tinha dado havia apenas pouco tempo. Temos que atentar para o que o Senhor nos tem dado e não para as coisas que não temos.
Contentamento: "Conservem-se livres do amor ao dinheiro e contentem-se com o que vocês têm, porque Deus mesmo disse: ‘Nunca o deixarei, nunca o abandonarei’" (Hebreus 13:5). A presença de Deus com seu povo deveria dar tanta alegria e segurança que poderíamos facilmente nos contentar com qualquer padrão de vida. Paulo estava contente na fome ou na abundância (Filipenses 4:10:13). Por outro lado, as Escrituras estão repletas de advertências contra a ganância e a avareza (veja Lucas 12:15, por exemplo). Por qualquer razão, nunca parecemos reconhecer o desejo desordenado por coisas em nossas próprias vidas. Pensamos que todas as coisas que queremos são necessidades e que a dívida que acumulamos ao buscar adquiri-las é perfeitamente aceitável. Poderia ser que poucos de nós admitem a ganância em nossas vidas porque nos cegamos e deixamos de perceber o verdadeiro estado de nosso coração? Paulo exortou: "Por isso, tendo o que comer e com que vestir-nos, estejamos com isso satisfeitos" (1 Timóteo 6:8). Estamos satisfeitos somente com isto?
Sobriedade: Muitos textos nos exortam a sermos sóbrios (1 Tessalonicenses 5:6, 8; 1 Pedro 1:13; 4:7; 5:8). A pessoa sóbria encara os fatos e não deixa seus desejos colorirem sua percepção da realidade. Muitas pessoas tratam das finanças num mundo de sonho, sempre imaginando que tudo dará certo magicamente. Mas fugir de um problema ou negá-lo não ajuda e não está de acordo com o caráter de Cristo. Temos que reconhecer nossa situação atual, não importa quão triste seja, e ser "homens de coragem" (1 Coríntios 16:13). Ignorar os problemas não os extingue. Lutas financeiras não desvanecem sem mais nada, mas precisam ser resolvidas por disciplina séria e perseverante.

Honestidade: A honestidade é parte do caráter cristão (2 Coríntios 8:21; Tito 2:5). Pessoas honestas aceitam suas limitações financeiras e não tentam ser uma coisa que não são, vivendo num estilo de vida que suas condições não permitem. Pessoas honestas admitem que há muitas coisas que outras em torno delas têm ou podem fazer que elas não podem porque não têm dinheiro suficiente para isso. E pessoas honestas não fazem dívidas que não têm capacidade para pagar (veja Romanos 13:8).

Diligência: Algumas vezes, porém nem sempre, os problemas financeiros resultam da preguiça. "Tirando uma soneca, cochilando um pouco, cruzando um pouco os braços para descansar, a sua pobreza o surpreenderá como um assaltante, e a sua necessidade lhe sobrevirá como um homem armado" (Provérbios 6:10-11). "Por causa da preguiça, o telhado se enverga; por causa das mãos indolentes, a casa tem goteiras" (Eclesiastes 10:18). Problemas financeiros devem ser esperados quando nos mimamos com descanso e sossego, e não trabalhamos esforçadamente. Um homem deve sustentar sua família (1 Timóteo 5:8) mesmo que isso possa envolver trabalho difícil ou empregos desagradáveis, ou mesmo se o trabalho disponível é relativamente mal pago.

Espiritualidade: Precisamos manter nosso foco principal em Cristo, não em coisas materiais. "Ninguém pode servir a dois senhores: pois odiará um e amará o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro... Busquem, pois, em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas lhes serão acrescentadas" (Mateus 6:24, 33). Nossas posses, nossa posição e nosso sucesso nesta vida são matérias insignificantes para o verdadeiro cristão. Ele se vê como meramente passando através desta vida como um peregrino e portanto relativamente desinteressado nas suas condições. Ele nunca faz da prosperidade material uma meta séria (veja Lucas 9:57-58). O homem espiritual percebe que seu dinheiro e sua posição financeira não são as coisas importantes da vida.

Altruísmo: O servo do Senhor está sempre buscando dar, em vez de gastar consigo mesmo. Ele vê o dinheiro que ganha trabalhando como uma bênção que ele pode aplicar servindo a outros: "O que furtava, não furte mais; antes trabalhe, fazendo algo de útil com as mãos, para que tenha o que repartir com quem estiver em necessidade" (Efésios 4:28). Discípulos verdadeiros vêem a prosperidade material não tanto como algo para si mesmos, mas como algo útil para servir outros (2 Coríntios 9:8-11). Enquanto o cristão for egoísta, ele sempre sentirá frustrações ao lidar com assuntos financeiros.

Humildade: A humildade para admitir enganos e buscar corrigi-los é básica. Muitos de nós temos tido atitudes impróprias e não temos administrado bem nosso dinheiro. Nunca mudaremos até que admitamos que temos estado errados. Precisamos também ter a humildade de examinarmo-nos à luz da palavra de Deus e fazer as coisas que aprendermos (Tiago 1:21-24). Esta seria uma boa hora para parar de ler este artigo e rever as oito atitudes que precisamos ter e tentar honestamente avaliar-nos e resolver mudar nossa atitude nas áreas necessárias. Como Deus nos vê em cada uma destas atitudes?

Mudanças Específicas
As coisas específicas que precisamos fazer ao lidar com problemas financeiros dependem de nossa mudança e adoção das atitudes mencionadas acima. Sem perspectivas corretas, os passos seguintes terão pouca validade.
1. Avalie honestamente sua situação. Encare os fatos. Talvez ajudasse pegar uma folha de papel e lançar todas as suas dívidas e anotar os valores de todas. Então, lançar sua renda e suas despesas mensais. Qual é, exatamente, sua situação financeira.
2. Comece a pagar suas dívidas. "Não devem nada a ninguém, a não ser o amor de uns pelos outros..." (Romanos 13:8). Calcule quanto dinheiro por mês é necessário para pagar todos os juros e, também, comece a pagar o principal (o valor original do empréstimo, antes do acréscimo de juros). Se suas prestações e obrigações mensais forem mais do que tem disponível no orçamento da família, ha três coisas que poderia fazer de modo a ter dinheiro para pagar as dívidas: (a) Gastar menos. Quando for necessário, as despesas podem ser reduzidas às mínimas necessidades de comida e lugar para viver (veja 1 Timóteo 6:6-10). (b) Ganhar mais. Às vezes há oportunidades para trabalhar mais horas, ter um segundo emprego, ou encorajar os filhos adolescentes ou adultos que estejam vivendo no lar a trabalharem. (c) Vender coisas. Os cristãos primitivos vendiam casas e terras para aliviar as necessidades de seus irmãos (Atos 4:32-37); certamente não é irracional esperar que um discípulo de Cristo venda coisas para poder pagar o que deve.0142
3. Viva dentro dos limites de seu orçamento. A Bíblia adverte sobre a loucura de fazer dívidas: "O rico domina sobre o pobre; quem toma emprestado é escravo de quem empresta" (Provérbios 22:7). A escravidão aos credores é muito penosa; é melhor esperar pacientemente e comprar somente aquelas coisas que se pode pagar.
4. Comece a aplicar sua renda no sentido de metas espirituais. Temos que chegar a ver tudo o que temos como pertencendo ao Senhor e começar a usar nossos recursos para servi-lo. O Novo Testamento exorta-nos a dar generosa e abundantemente (2 Coríntios 8-9). Conquanto seja verdade que não estamos mais obrigados ao dízimo, não devemos usar isso como uma desculpa para sovinice. Não devemos permitir que nossa oferta seja diminuída pela avareza (2 Coríntios 9:5).

Conclusão
Em todas as áreas da vida, a palavra do Senhor nos fornece a orientação perfeita. Da mesma maneira, no campo financeiro devemos dar ouvidos à sabedoria de Deus revelada na Bíblia. Quando obedecemos os mandamentos do Senhor, recebemos tanto "a promessa da vida presente" como a da vida "futura" (1 Timóteo 4:8). Que sigamos estas instruções!

terça-feira, 24 de maio de 2016

Vencendo o Desânimo



Que contraste! Em 1 Reis 18, Elias era forte e corajoso. Logo no próximo capítulo ele entrou em pânico e fugiu para salvar sua vida. O que acontecia? O que enfraquecia este grande profeta e fazia com que ele esquecesse seu dever? Era o desencorajamento que fazia Elias cair. Precisamos tomar cuidado porque o desânimo pode incapacitar nossa vida espiritual também.

O contexto da vitória de Elias no capítulo 18 é impressionante. A idolatria, especialmente a adoração de Baal, dominava o país de Israel. O rei e a rainha desta nação, Acabe e Jezabel, eram totalmente corruptos. Neste ambiente espiritual desanimador, a voz solitária de Elias soava em oposição. Ele lançou um desafio aos falsos profetas para disputarem para ver quem era o Deus verdadeiro. A competição seria simples: seriam preparados sacrifícios no altar e o deus que respondesse com fogo do céu para queimar o animal seria o vencedor. Os resultados foram inconfundíveis. Os idólatras clamaram a Baal desde a manhã até o meio da tarde, mas não houve resposta. Em contraste, Elias cavou uma valeta em volta do seu sacrifício, molhou o animal com doze baldes de água até o ponto em que a valeta ficou cheia e então, calmamente pediu ao Senhor que o consumisse. O fogo de Deus não somente queimou o boi, mas também as pedras do altar, a água da valeta e até a terra em volta dele. Esta demonstração dramática convenceu o pov, e os falsos profetas foram executados.

Imediatamente após, Elias partiu para o palácio em Jezreel, onde Jezabel mandou dizer que planejava matá-lo no dia seguinte. Desanimado, Elias fugiu. Ele disse ao Senhor que queria morrer e então fugiu durante quarenta dias e noites. O desânimo nem sempre é pecaminoso, mas leva ao pecado freqüentemente. Neste caso, a depressão do profeta levou-o a esquecer seu posto de serviço, fraquejar em sua fé em Deus e, finalmente, tornar-se egoísta. Ele se queixou que era o único restante que servia ao Senhor fielmente. A vida de Elias, então, oferece um modelo útil para estudar o desencorajamento, o que o causa e como vencê-lo.

Causas
Ironicamente, um dos principais fatores que produziam o desânimo de Elias era a grande vitória que ele conseguira no Monte Carmelo contra os falsos profetas. Vitórias espirituais decisivas são momentos especialmente vulneráveis; somos mais suscetíveis nesses momentos tanto ao orgulho como ao desencorajamento. Neste caso, sem dúvida, Elias previu um reavivamento avassalador. Talvez ele esperasse que Acabe e Jezabel de

algum modo conduzissem a nação inteira ao arrependimento. Assim, o desafio continuado de Jezabel foi uma decepção. A mesma coisa pode acontecer conosco. Quando as coisas vão bem, nossas expectativas são grandes. Então vem o revés, e ficamos desencorajados.

Uma segunda coisa que causou a depressão de Elias foi seu fracasso em conseguir os resultados desejados. Depois de anos de fidelidade ao Senhor e depois da matança dos falsos profetas, nada tinha realmente mudado. Ou assim parecia. É extremamente desanimador trabalhar, trabalhar, trabalhar e mesmo assim não ver resultado positivo. Isto não é incomum. Noé, um pregador da justiça (2 Pedro 2:5), procurou salvar somente sua própria família. Jesus mesmo foi desprezado e rejeitado (Isaías 53:3; João 1:11). Muitos dos mais diligentes servos de Deus têm experimentado a frustração de ver os pequenos resultados de seu labor. Quando vemos pouco ou nenhum fruto de nossas atividades no serviço do Senhor, precisamos ser pacientes (Gálatas 6:9) e confiar em que a colheita virá (1 Coríntios 15:58). Terceira coisa, Elias estava desanimado porque aqueles que deveriam estar servindo o Senhor se esqueciam dele. Acabe e Jezabel deveriam ter sido os guias espirituais daquela nação. A conduta deles era desmoralizante. Para nós, poem ser os irmãos que nos desapontam. A oposição do mundo não surpreende, mas quando vemos aqueles que declaram estar servindo o Senhor voltar suas costas a ele, isto se torna mais do que podemos suportar. Isto não é um problema novo. Josué e Calebe ficaram virtualmente sós (Números 14). Num momento crítico em sua vida, Paulo foi abandonado por todos os irmãos (2 Timóteo 4:16). Precisamos continuar servindo a Deus, independente da resposta dos outros (Habacuque 3:17-18).

Uma quarta causa do desencorajamento de Elias foi a comiseração de si mesmo. Ele estava sentindo pena de si mesmo. Ele sentia que estava só, que todos os outros tinham abandonado o Senhor. É difícil ficar deprimido quando se está fixo na obra do Senhor, mas quando se está pensando principalmente em si mesmo, o desânimo quase sempre acontece.

A culpa era uma causa final da depressão de Elias. Ele tinha abandonado sua responsabilidade e agido sem a orientação de Deus. Ele sabia que estava errado porque estava na defensiva quando o Senhor falou com ele. Precisava de perdão e necessitava voltar ao seu posto de serviço. A culpa freqüentemente produz depressão. Algumas vezes, quando estamos abatidos, não precisamos simplesmente arranjar um modo de sentir melhor, mas precisamos de arrepender.

A pergunta de Deus
O Senhor veio a Elias duas vezes e perguntou: "Que fazes aqui, Elias?" (1 Reis 19:9, 13). Aqui estava um homem bom e justo que tinha caído. Como Deus lidaria com ele? Deus não ficou aborrecido ou desistiu dele. Por outro lado, Deus também não o mimou. O Senhor desafiou-o diretamente, ajudando-o a superar seu desânimo, e reassumir seu serviço fiel. É encorajador perceber que Deus cuida de seus servos fracos e decaídos, e que ele trabalha para encorajá-los e restaurá-los. É também bom ver o modelo do Senhor quando procuramos ajudar a reerguer nossos irmãos quando se tornam abatidos. Não devemos abandoná-los com desprezo, mas também não devemos só tentar fazê-los se sentir melhor. Precisamos desafiá-los e ajudá-los a se levantar novamente na obra do Senhor.

Curas
Quando o Senhor visitou Elias na montanha e perguntou o que ele estava fazendo ali, Deus lhe disse para sair "e põe-te neste monte perante o SENHOR." Deus mostrou a Elias um vento grande e forte que quebrou as rochas da montanha em pedaços, depois revelou um terremoto e depois um fogo. Cada um deles demonstrava o poder de Deus, algo que Elias precisava ver urgentemente. Ele precisava de mais confiança no Senhor; precisava ver quem estava ao seu lado. Mas, surpreendentemente, o Senhor não estava no vento, nem no terremoto, nem no fogo. Por fim, Elias ouviu um sopro suave e ali estava o Senhor! A lição parece ser que precisamos confiar no Senhor até mesmo quando não vemos nada dramático. Deus pode trabalhar quieto, por meios pequenos e aparentemente insignificantes. Precisamos deixar mais nas mãos de Deus e não esperar que ele sempre opere de uma maneira dinâmica e impressionante. Elias estava esperando um vento, um terremoto e um fogo, mas o Senhor estava num som soprado suavemente. Em tempos de desencorajamento, confiemos no Senhor, esteja ele agindo sensacionalmente ou imperceptivelmente.

Deus deu a Elias uma tarefa para cumprir. Ele lhe disse que ungisse Azael como rei sobre a Síria e Jeú como rei de Israel, e Eliseu como seu próprio sucessor. Elias precisava apressar-se; sua inatividade lhe havia dado simplesmente mais tempo para se lamentar. Dificilmente, ficamos deprimidos quando estamos ativos. Mas quando nos sentamos e remoemos um pensamento, então ficamos desanimados.

Finalmente, o Senhor falou a Elias sobre os 7000 que jamais haviam se prostrado diante de Baal. Elias não tinha percebido aqueles que eram os verdadeiros servos do Senhor. Ele nunca tinha observado que não era realmente o único restante. Quando estamos desencorajados, nossa tendência é pensar que tudo e todos estão contra nós. Precisamos reconhecer as coisas boas como as más. Conquanto nossa tendência possa ser nos retirarmos daqueles que nos elevariam, os momentos de depressão são, muitas vezes, os próprios momentos em que precisamos mais da amizade de nossos irmãos. Posso não estar com vontade de ir à igreja, ou passar algum tempo com um irmão cristão, mas se eu fizer isso vou me sentir reanimado.

Aplicação
Os cristãos ficam, às vezes, desanimados. Nesses momentos precisamos voltar-nos para o Senhor e permitir que ele nos ajude a superar a depressão, para que não nos enfraqueçamos e nos afastemos dele. E para nós, como para Elias, as soluções são relativamente simples. Precisamos de mais confiança no Senhor, até mesmo quando não o observamos operando de modos dramáticos. Precisamos nos levantar e nos ocupar, deixando de pensar em nós mesmos. E precisamos ver o bem à volta de nós e passar mais tempo com nossos irmãos.

segunda-feira, 23 de maio de 2016

A Gratidão

Uma mulher passou anos da vida trabalhando, lavando as roupas de sua família à mão. Já tinha visto outras pessoas usando suas máquinas de lavar, mas ela simplesmente não tinha condições de comprar uma. O marido dela queria lhe dar uma máquina como presente, mas ganhava pouco. Ele começou a poupar dinheiro e, depois de muito sacrifício, conseguiu comprar uma máquina nova que facilitaria muito a vida de sua mulher amada. Foi entregue na casa deles e colocada, com todo cuidado, no lugar preparado. A mulher colocou detergente, encheu a máquina com água e pôs as primeiras roupas para lavar. Quando a máquina começou a girar, ela ficou admirada, olhando para o presente que jamais esperava receber. Agradeceu ao marido dezenas de vezes. Para mostrar a sua gratidão, ela caprichava na cozinha e sempre lavava as roupas do marido antes das dos outros membros da família.
Algumas amigas foram visitá-la. Ela as levou à lavanderia, e sorria o tempo todo enquanto mostrava-lhes a sua nova máquina. Cada amiga ouvia a história do amor do marido dela e do sacrifício que ele fez para lhe dar esse presente tão especial. Ela cuidava bem da máquina, sempre a mantendo limpa e em boas condições para o próximo uso. Cada vez que a usava, ela lembrava da generosidade e sacrifício do seu marido. Ela sentia sincera e profunda gratidão no coração.
Qualquer pessoa educada sabe que deve agradecer quando recebe um presente. A verdadeira gratidão se reflete, também, de outras maneiras. Falamos para outras pessoas; cuidamos bem do presente recebido; procuramos agradar à pessoa que se mostrou generosa para conosco; etc.
A gratidão faz parte da vida do servo de Deus. Devemos mostrar a gratidão para com outros homens, mas o foco deste artigo é a nossa gratidão para com Deus.

Por que ser gratos a Deus?
As respostas a essa pergunta são mais numerosas do que as estrelas no céu. Deus nos deu vida, e preparou um mundo especial para nos agradar. Ele é a fonte das nossas necessidades diárias. Mas, o discípulo de Cristo sente gratidão por outras razões, além das bênçãos materias. Considere alguns dos motivos da gratidão do servo de Deus:

Motivos materiais/terrestres/físicos:
Deus nos dá alimentos e as necessidades da vida (Mateus 6:11,30-34;João 6:11; 1 Timóteo 4:3-4).
Somos abençoados com famílias (Rute 4:12-14; Salmo 127:3; Provérbios 31:10,29-30).
A presença e o bem-estar/segurança de pessoas queridas (Atos 28:15; Efésios 1:16; 1 Tessalonicenses 1:2).
A proteção divina e as vitórias nesta vida (Êxodo 15:1-2; Esdras 8:31).
Devemos orar e agradecer por todos os homens (1 Timóteo 2:1).

Motivos espirituais/celestes/eternos:
Deus enviou a luz para os homens na pessoa de Jesus Cristo (Lucas 1:78; 2:38).
A salvação pela graça em Jesus (Romanos 7:25; 1 Coríntios 1:4; Colossenses 1:12).
O Senhor revelou a sua palavra de maneira que a podemos entender (Lucas 10:21).
Ele nos deu a Ceia do Senhor para lembrar a morte de Jesus (Mateus 26:26-29; 1 Coríntios 11:23-27).
A fé e fidelidade de irmãos espirituais (Romanos 1:8; 6:17; 1 Tessalonicenses 2:13; 3:9; 2 Tessalonicenses 1:3; 2:13; 2 Timóteo 1:3; Filemom 4).
Temos, em Cristo, a vitória sobre a morte (1 Coríntios 15:57).
Nossos irmãos oram e se preocupam conosco (2 Coríntios 1:11; 8:16; 9:11-15).
Deus nos usa, como seus servos, para divulgar a sua palavra (2 Coríntios 2:14).
Deus Todo-Poderoso reina sobre todos (Apocalipse 4:9; 7:12; 11:7).
Temos esses e muitos outros motivos para ser gratos a Deus. Resumindo, devemos lembrar que Deus é a fonte de todas as coisas boas que recebemos (Tiago 1:17). Ele nos ama e mostra o seu amor em tudo que faz para conosco. Devemos viver constantemente agradecidos ao Senhor.
Como mostrar a nossa gratidão a Deus?
A mulher que ganhou a máquina de lavar falou para o marido, expressando a sua gratidão. Ela fez coisas para lhe agradar. Também, falou para outras pessoas sobre a bondade do homem que a amava. Como servos de Deus, devemos mostrar gratidão das mesmas maneiras:

Expressemos a nossa gratidão a Deus em palavras.
Orações freqüentemente incluem palavras de gratidão. Paulo disse: "Antes de tudo, pois, exorto que se use a prática de súplicas, orações, intercessões, ações de graças, em favor de todos os homens" (1 Timóteo 2:1). Ações de graças fazem parte da comunicação essencial do servo ao Senhor. Devemos enfatizar oração em nossas vidas, orando "sem cessar" e dando graças "em tudo" (1 Tessalonicenses 5:17-18). Como pessoas radicadas e edificadas em Cristo, vamos crescer em ações de graças (Colossenses 2:7). Percebemos em tais trechos que a oração não é meramente um ritual ou obrigação de falar certas palavras de rotina. É uma parte fundamental da vida do servo de Deus (Colossenses 4:2).
Ações de graças são um aspecto do louvor a Deus, e representam uma oferta feita a ele. No Velho Testamento, ações de graças freqüentemente são citadas em relação à adoração musical (Neemias 12:46; Salmo 69:30; 100:4; etc.). Sob o Novo Testamento, louvamos a Deus com salmos, hinos e cânticos espirituais, com gratidão em nossos corações (Colossenses 3:16; veja Efésios 5:19-20). Na antiga aliança, ações de graças são mencionadas várias vezes quando se fala das ofertas e dos sacrifícios feitos pelo povo judeu (2 Crônicas 33:16; Salmo 107:22; Jeremias 33:11). Na aliança de Cristo, mostramos a gratidão em nossos sacrifícios e ofertas (2 Coríntios 9:11-12).
Pensando dessa forma ajudará o nosso louvor. Ao invés de oferecer adoração egoísta, do estilo e da maneira que nos agrada, louvaremos ao Senhor da maneira que ele pede. Bandas de rock ou hinos acompanhados por instrumentos musicais podem agradar ao homem, mas o Senhor, na Nova Aliança, pediu louvor que vem do coração, oferecido com a voz e os lábios do adorador que serve em espírito e em verdade (leia João 4:24; 1 Coríntios 14:15; Efésios 5:19; Colossenses 3:16; Hebreus 13:15).
Quando louvamos a Deus para mostrar a nossa gratidão, vamos levantar as nossas vozes em adoração sincera. Vamos cantar louvores a Deus porque ele merece a honra. Pensemos no signficado de cada palavra que cantamos, porque queremos adorar em espírito e em verdade.

Mostremos nossa gratidão fazendo coisas para agradar a Deus.
A nossa obediência a Deus reflete a gratidão de pessoas resgatadas pelo sacrifício de Jesus. Paulo frisa bem esse fato na sua carta a Tito. Leia e pondere a mensagem de Tito 2:11 - 3:8. Este trecho destaca a necessidade da santidade nas nossas vidas: "...educando-nos para que, renegadas a impiedade e as paixões mundanas, vivamos, no presente século, sensata, justa e piedosamente..." (2:12). Paulo descreve os seguidores de Cristo como "um povo exclusivamente seu, zeloso de boas obras" (2:14). Fala sobre a obediência a Deus em termos práticos: "Lembra-lhes que se sujeitem aos que governam, às autoridades; sejam obedientes, estejam prontos para toda boa obra, não difamem a ninguém; nem sejam altercadores, mas cordatos, dando provas de toda cortesia, para com todos os homens" (3:1-2). Devemos perceber que Paulo não está ditando regras ou impondo a sua própria vontade sobre os homens. Ele descreve a conduta de pessoas realmente convertidas a Cristo, pessoas dedicadas a Deus e determinadas a fazer a vontade dele.
O mesmo texto mostra os motivos por trás desta transformação no caráter e no procedimento do discípulo do Senhor. Naturalmente sentimos gratidão, porque: (a) Deus mostrou a sua bondade para nos salvar:"Porquanto a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens" (2:11); "Quando, porém, se manifestou a benignidade de Deus, nosso Salvador, e o seu amor para com todos... segundo sua misericórdia, ele nos salvou..." (3:4-5); "...justificados por graça..." (3:7); (b) Temos esperança em Cristo: "...aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus" (2:13); "...a esperança da vida eterna" (3:7); (c) Jesus se sacrificou por nós: "o qual a si mesmo se deu por nós" (2:14); (d) Ele nos purificou para ser seu povo especial: "...e purificar, para si mesmo, um povo exclusivamente seu, zeloso de boas obras" (2:14); (e) Recebemos a renovação do Espírito Santo: "ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo, que ele derramou sobre nós ricamente, por meio de Jesus Cristo" (3:5-6); (f) Ele nos fez herdeiros de Deus: "...nos tornemos seus herdeiros" (3:7).
Uma vez que Deus fez tudo isso, quem não mostraria sua gratidão na obediência? "...para que os que têm crido em Deus sejam solícitos na prática de boas obras" (3:8).
Falemos a outras pessoas sobre a bondade de Deus.
Davi reconheceu o valor da sua salvação e pediu o privilégio de poder falar para outras pessoas: "Então, ensinarei aos transgressores os teus caminhos" (Salmo 51:13); Paulo valorizou a sua salvação e deu importância à evangelização de outros: "...pois sobre mim pesa essa obrigação; porque ai de mim se não pregar o evangelho" (1 Coríntios 9:16). Paulo entendeu que a divulgação do evangelho continuaria de uma geração para outra: "E o que de minha parte ouviste através de muitas testemunhas, isso mesmo transmite a homens fiéis e também idôneos para instruir a outros" (2 Timóteo 2:2). Uma vez que entendemos o significado da salvação em Cristo, falaremos aos outros. Pedro e João disseram: "...pois nós não podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos" (Atos 4:20).
Mostremos a nossa gratidão
Cada cristão foi resgatado pelo amor de Deus manifestado na cruz de Cristo. A nossa gratidão nos motivará a adorar a Deus, viver por ele, e divulgar a boa nova para todos ao nosso redor. Ele merece isso, e muito mais!

domingo, 22 de maio de 2016

Satanás Domina Pessoas Hoje como o Fazia no Novo Testamento?


O Novo Testamento, especialmente os relatos do evangelho, fala freqüentemente do poder do diabo e dos seus servos. Encontramos no registro bíblico várias pessoas endemoninhadas, ou seja, possuídas por um ou mais demônios. Tais casos envolvem pessoas boas e inocentes possuídas contra a sua vontade e incapazes de se livrarem destes poderes maus.
Hoje, a expulsão de demônios e demonstrações semelhantes, bem como sessões de "descarrego" espiritual, se tornaram comuns em muitas igrejas. Será que o diabo continua agindo hoje como o fazia no Novo Testamento? A Bíblia ensina que não. Vamos considerar alguns fatos importantes:
1. Deus é maior do que Satanás, e por isso, o diabo age na terra dentro dos limites definidos pelo Senhor (Jó 1 e 2; Zacarias 3:1-5; Apocalipse 20:1-3).

2. A Bíblia fala de possessão de demônios somente nas épocas nas quais Deus estava fazendo novas revelações, principalmente nos evangelhos, quando Jesus revelava a sua nova doutrina. Quando ele demonstrava seu poder sobre enfermidades, morte física e demônios, as pessoas corretamente interpre-taram o seu poder como sinal de uma nova revelação (Marcos 1:26-27). Agora é diferente. Qualquer um que revela novas doutrinas hoje é amaldiçoado por Deus e deve ser rejeitado por todos nós (Gálatas 1:6-9).

3. Jesus mesmo explicou a expulsão de demônios como preparação para uma vitória completa sobre Satanás (Marcos 3:27).

4. Jesus derrubou o diabo pela sua morte na cruz (Hebreus 2:14-15).

5. Zacarias profetizou sobre a nossa libertação do pecado em Cristo, e disse que, entre o povo do Senhor, não haveria mais idolatria, nem profetas, nem espíritos imundos (Zacarias 13:1-2). Uma vez que a Nova Aliança foi completamente revelada, sabemos que a profecia cessou (1 Coríntios 13:8-13). Sabemos também que a idolatria não faz parte da vida do discípulo de Jesus (2 Coríntios 6:16 - 7:1), e que o diabo foge do verdadeiro servo de Deus (Tiago 4:7).

6. A arma que usamos para vencer o diabo é a poderosa palavra de Deus (Efésios 6:11-17; Tiago 1:21).
A nossa vitória sobre o diabo hoje não exige exorcismo, expulsão de demônios ou sessões de descarrego. Para ficarmos libertos do diabo e longes dos ministros dele, temos que abraçar a verdade e resistir os ataques do Maligno. Vamos resistir a sedução de falsos professores que falam mais do diabo do que do Salvador. Ponhamos a nossa confiança no Senhor e na palavra dele. "Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará" (João 8:32). "E esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé" (1 João 5:4). "Jovens, eu vos escrevi, porque sois fortes, e a palavra de Deus permanece em vós, e tendes vencido o Maligno" (1 João 2:13). "Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não vive em pecado; antes, Aquele que nasceu de Deus o guarda, e o Maligno não lhe toca" (1 João 5:18).

sábado, 21 de maio de 2016

Como devemos entender as bem-aventuranças?

Seria difícil imaginar uma pregação mais revolucionária ou mais importante do que o Sermão do Monte, relatado em Lucas 6 e, na versão mais completa, em Mateus 5, 6 e 7. Jesus já estava pregando o evangelho do reino (Mateus 4:23) quando sentou num monte na Galileia e começou a falar algumas das palavras mais desafiadoras de todos os tempos.
Ele introduz esta mensagem com uma lista de qualidades espirituais conhecidas como as bem-aventuranças (Mateus 5:3-12). Nestes versículos ele diz que os abençoados no reino de Cristo são: os humildes/pobres de espírito, os que choram, os mansos, os que têm fome e sede de justiça, os misericordiosos, os limpos de coração, os pacificadores, os perseguidos.
Vale a pena estudar o significado de cada qualidade para compreender melhor este desafio, mas neste artigo quero comentar sobre o valor geral destes versículos como um todo. Algumas sugestões para ajudar no entendimento das bem-aventuranças:

(1) Não devem ser tratadas separadamente, ou seja, não deve imaginar que teria algum benefício em chorar sem ser misericordioso, ou em ser perseguido se não tiver fome e sede de justiça. Jesus lança um desafio importante: cultivar todas estas qualidades em nossas vidas.

(2) Não são qualidades naturais. Jesus não descreve pessoas que são naturalmente choronas ou mansas. Ele fala das disposições de corações aptos para o reino dele. São características espirituais que exigem autonegação na vida de cada discípulo.

(3) Não devem ser entendidas em termos materiais. O reino de Cristo é espiritual, não uma nação física com fronteiras geográficas. Ele fala de pessoas humildes ou pobres de espírito, uma atitude que não tem nada a ver com sua situação financeira. Ele não fala de pessoas que negociam tratados entre países, mas de pessoas que contribuem à paz entre o pecador e seu Criador. No mesmo sentido, as bênçãos mencionadas nestes versículos devem ser entendidas como descrições da abençoada comunhão com o Senhor, e não como promessas materiais. Não devemos imaginar a ocupação perpétua deste planeta, mas devemos buscar e manter comunhão com seu dono!
Para ter o privilégio de participar do reino de Jesus Cristo, precisamos desenvolver as qualidades descritas nas bem-aventuranças

terça-feira, 17 de maio de 2016

Como é que “o amor cobre multidão de pecados”?

                                                                              

No meio de várias instruções práticas, Pedro disse: “Acima de tudo, porém, tende amor intenso uns para com os outros, porque o amor cobre multidão de pecados” (1 Pedro 4:8).
Como é que o amor cobre os pecados? Outros textos esclarecem o sentido.
Na ausência do amor, pessoas de mentes carnais podem alimentar pensamentos errados e criar conflitos desnecessários. O amor, porém, não age de uma maneira que provoca os outros a pecarem. “O ódio excita contendas, mas o amor cobre todas as transgressões” (Provérbios 10:12). Paulo condenou como obras da carne os pecados de “discórdias, dissensões e facções” (Gálatas 5:20).
O sentido em que o amor cobre os pecados vai além da prevenção do pecado. A palavra “cobrir”, em outros versículos, claramente envolve o perdão. Davi disse: “Bem-aventurado aquele cuja iniqüidade é perdoada, cujo pecado é coberto. Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não atribui iniqüidade, e em cujo espírito não há dolo” (Salmo 32:1-2).
Quando alguém nos ofende e, depois, se mostra arrependido, devemos perdoar (veja o ensinamento de Jesus sobre o perdão em Mateus 18:21-35).
Mesmo quando nós não somos pessoalmente prejudicados pelo pecado do outro, ainda devemos amar de uma maneira que ajuda aquela pessoa alcançar o perdão dos seus pecados. Tiago explicou bem o nosso papel em ajudar o irmão que cai no pecado: “Meus irmãos, se algum entre vós se desviar da verdade, e alguém o converter, sabei que aquele que converte o pecador do seu caminho errado salvará da morte a alma dele e cobrirá multidão de pecados” (Tiago 5:19-20).
Jesus amou os pecadores tanto que ele ofereceu a solução para o pecado. Ele morreu na cruz e convidou todos a receberem o benefício daquele sacrifício por meio da fé obediente (Marcos 16:16; cf. Atos 2:38). Nós não podemos e não precisamos morrer como sacrifícios pelos pecados dos outros, mas ainda temos um papel na salvação dos pecadores – a pregação do evangelho que leva à salvação (Romanos 1:15-16; 2 Timóteo 2:2).
Tiago falou de converter o irmão que volta ao pecado. Pedro falou para Simão que ele precisava se arrepender e rogar ao Senhor, pedindo perdão (Atos 8:20-23). Paulo disse que devemos corrigir o irmão que tropeça, agindo com humildade para salvá-lo (Gálatas 6:1). Judas falou da compaixão que age com urgência, para arrebatar do fogo os contaminados (Judas 22-23).
O amor ajuda o pecador a receber o perdão de Deus, e assim cobre multidão de pecados.

segunda-feira, 16 de maio de 2016

Por que Jesus proibia que pessoas falassem sobre ele?

Depois de curar um leproso, Jesus disse: "Olha, não digas nada a ninguém..." (Marcos 1:44). Esta ordem parece muito estranha para nós, porque entendemos que o evangelho é importantíssimo para a salvação. Sabemos que Deus quer a salvação de todos (2 Pedro 3:9). Por que, então, Jesus proibia que algumas pessoas falassem dele?

Continuando a leitura em Marcos, descobrimos o motivo desse mandamento estranho: "Mas, tendo ele saído, entrou a propalar muitas coisas e a divulgar a notícia, a ponto de não mais poder Jesus entrar publicamente em qualquer cidade, mas permanecia fora, em lugares ermos; e de toda parte vinham ter com ele" (Marcos 1:45). Nas regiões onde Jesus já era bem conhecido, ele não precisava de ajuda! O propósito dele, durante o ministério na Terra, não era de ficar num lugar para edificar uma congregação grande. Ele queria introduzir a mensagem da salvação em muitos lugares. Ele estava plantando a semente que produziria fruto mais tarde.

Quando este homem desobedeceu a palavra de Jesus, ele atrapalhou o trabalho do Senhor. A constante presença das multidões tirou a liberdade de Jesus de entrar nas cidades. Já no capítulo 2 de Marcos, o relato diz que não houve espaço suficiente na casa para receber as pessoas interessadas.

Em outras circunstâncias, Jesus fazia diferente. Por exemplo, quando ele expulsou os demônios do geraseno, o homem queria o acompanhar. Jesus não o deixou, dizendo: "Vai para tua casa, para os teus. Anuncia-lhes tudo o que o Senhor te fez e como teve compaixão de ti" (Marcos 5:19). Os gerasenos haviam rejeitado Jesus. Ele não foi seguido por multidões naquela região. Por isso, ele deixou uma pessoa que divulgou a notícia em toda a região de Decápolis.

Podemos observar outro fato importante no evangelho de João. Desde o primeiro milagre, Jesus mostrou que estava trabalhando dentro de um determinado horário, e as outras pessoas, às vezes, atrapalharam esse plano (João 2:4; 7:6,8,30; 8:20; 12:23; 13:1; 17:1).

Jesus veio ao mundo com uma missão. Ele controlava seu próprio trabalho, e sabia onde e quando falar. Ele mandou outros a pregarem ou a se calarem, conforme o seu plano. E Jesus, por sua vez, trabalhou dentro do plano dado pelo Pai (João 17:4).
            

sábado, 14 de maio de 2016

O que quer dizer “culto racional” em Romanos 12:1?

                                                                                 

Apresentar os nossos corpos a Deus é o nosso “culto racional” (Romanos 12:1). Qual o significado desta expressão? Para entender o termo usado por Paulo, devemos compreen-der as duas palavras que ele empregou.

Culto traduz uma palavra grega (latreia) que aparece cinco vezes no Novo Testamento. Na Almeida Revista e Atualizada 2ª Edição, é traduzida “culto” em João 16:2; Romanos 9:4 e 12:1 e “serviço(s) sagrado(s)” em Hebreus 9:1 e 6. Significa serviço. Pode ser o serviço de obediência a Deus em geral, ou pode se referir, como nas duas citações em Hebreus 9, aos atos específicos de louvor dirigidos a Deus. Assim, a palavra culto, em nosso uso hoje, corretamente descreve o serviço dado ao Senhor quando cristãos o adoram. Mas, a mesma palavra pode abranger qualquer ato de obediência que honra o nome de Deus.

Racional vem da palavra grega logikos. Nesta palavra, não é difícil ver a idéia da lógica ou raciocínio. Este adjetivo aparece, no Novo Testamento, somente aqui e em 1 Pedro 2:2, onde descreve o leite espiritual. A forma do substantivo (logos), porém, aparece mais de 300 vezes no NT, e é traduzida por termos como palavra, conta, ensinamento, modo, ditado, testemunho, verbo, etc. A idéia principal tem a ver com discurso e raciocínio.
O que é, então, o nosso culto racional? Uma vez que entendemos o que Deus tem feito por nós, faz sentido nos dedicar a ele em obediência e serviço. O uso da palavra “pois” em Romanos 12:1 mostra que este serviço razoável se baseia nas coisas ditas anteriores. Paulo acabou de falar sobre a profundidade da riqueza de Deus, que nos criou e nos deu a salvação de graça (Romanos 11:33-36). Por isso, devemos nos dedicar ao Senhor.
Nenhuma outra resposta faz sentido. Rejeitar o Deus que nos deu a vida – duas vezes! – seria loucura. Não amar aquele que nos ama tanto não seria sensato. Rebelar-se contra o soberano que tem demonstrado sua bondade e severidade (Romanos 11:22) seria totalmente ilógico.
Romanos 12:1 frisa um fato importante no estudo da palavra de Deus. Nosso estudo nunca deve se reduzir a um exercício acadêmico – aprendendo só para saber. O conhecimento da palavra de Deus exige uma aplicação prática. A maioria das cartas do NT, como é o caso de Romanos, contém uma série de aplicações práticas no final, depois de estabelecer a base doutrinária. Tiago disse: “Tornai-vos, pois, praticantes da palavra, e não somente ouvintes” (Tiago 1:22). Este é o nosso culto racional!

quinta-feira, 12 de maio de 2016

Um dia de Decisão

                                                                             
     

Os moradores da região em volta do Mar da Galiléia jamais haviam visto tal poder! Ele era um homem que podia curar todas as suas sérias aflições, ressuscitar os seus mortos e alimentar as multidões com migalhas de comida. Um tal mestre e obreiro de milagres seria perfeitamente adequado ao trabalho de resgatar o povo escolhido da opressão romana. Esse tinha que ser o Messias! Por que demorar em fazer dele o seu rei? Não surpreende que desejassem fazer exatamente isso (João 6:15)!
Jesus, contudo, tinha uma perspectiva diferente de sua missão. Havia mais para sua vida e obra do que glória e popularidade. Que escolhas ele faria? O que os outros decidiriam sobre ele? Jesus e seus seguidores enfrentavam um dia de decisão. Leia João 6 e considere suas escolhas.
Um dia importante na vida de Jesus
Quando estudamos os relatos dos escritores do evangelho juntos, podemos ver o significado do dia do discurso de Jesus em João 6. Um estudo cuidadoso dos capítulos 9, 10 e 14 de Mateus, 6 de Marcos e 9 de Lucas auxiliará a perceber os pormenores. Algum tempo antes, Jesus tinha enviado os doze a pregar, e ele mesmo foi a várias cidades pregar. O tempo é, provavelmente, um pouco mais de um ano antes de sua morte. Sua popularidade estava chegando ao auge, ajudada pelo trabalho dos apóstolos.
Quando os apóstolos voltaram de sua missão, o lugar em que eles ficavam se tornou uma colmeia de atividade. Muitas pessoas foram atraídas pelo ensinamento e os milagres dos apóstolos, e queriam ver seu Senhor. Ao mesmo tempo, Jesus recebeu a triste notícia de que João Batista tinha sido decapitado. Tantas pessoas procuraram por eles que Jesus e os discípulos saíram em busca de um lugar para descansar e orar. Mas não era fácil afastar-se do povo. A multidão o seguia, e Jesus ficou comovido com o desejo do povo de estar com ele. Ele ensinava e curava os doentes. No fim do dia, ficou preocupado com que eles estariam muito fracos para irem para casa, por isso alimentou os 5000 com cinco pães e dois peixes.
O povo estava convencido. Este era certamente o Profeta que Moisés tinha prometido. Ele seria o rei ideal. Com seu poder para curar os doentes, ele poderia garantir a perfeita saúde de seus súditos. Com seu poder para multiplicar o alimento, eles jamais sofreriam fome. E tal poder seria suficiente para sacudir as algemas da opressão romana. Eles estavam prontos para coroá-lo seu novo rei. Subitamente, Jesus enfrentou uma crise.
Ele tinha vindo para ser rei, porém não agora, e não desta maneira. O plano de seu Pai exigia outro ano de ministério, enfrentando perseguição, rejeição e, por fim, uma cruz penosa. A exaltação viria, mas somente depois de ter sido humilhado no sofrimento. Ele não tinha vindo para reinar sobre um reino terrestre na Palestina, e não poderia permitir que o plano do povo tivesse sucesso.
Jesus subiu a um monte para orar. Na manhã seguinte, antes de romper o dia, ele caminhou vários quilômetros sobre o mar e, então, acompanhou seus apóstolos até o outro lado do pequeno Mar da Galiléia. Não há menção de repouso físico neste dia extremamente árduo, mas Jesus certamente levou seus problemas ao seu Pai em oração.
A multidão seguiu-o até o outro lado do mar. Muitos pregadores modernos iam sentir-se lisonjeados com tal crescente popularidade entre seus leais seguidores. Eles continuariam a fazer tudo o que se mostrasse eficaz para ajuntar as multidões. Poucos teriam entendimento claro do plano de Deus e coragem desprendida para fazer o que Jesus fez. Vejamos as escolhas dele e as decisões dos outros que estavam naquele dia na Galiléia.
Jesus Cristo
A popularidade é atraente. A maioria das pessoas gosta de ser apreciada. Jesus era, certamente, popular. Milhares estavam seguindo-o, e ele tinha capacidade para continuar a atrair as multidões. Satanás tinha-o tentado antes com um atalho para o poder (veja Mateus 4:8-9), mas agora a oportunidade para ser rei veio completa com os súditos prontos para servi-lo. Certamente eram grandes as necessidades do povo, e não há dúvida de que Jesus sentia grande compaixão por ele. Se já houvesse um momento para reconsiderar sua missão, deveria ter sido esse. Deveria o plano eterno de Deus ser modificado para satisfazer a circunstância da sociedade?
Jesus lutou, sem dúvida, com tais assuntos quando passou a noite orando. Como parece ter sido típico do Salvador, ele emergiu dessa longa sessão de oração com determinação para avançar. Mesmo com risco de perder sua popularidade, Jesus apresentou mensagens que desafiavam o povo a olhar além das coisas físicas para as necessidades reais de suas almas. Ele tinha curado os doentes para provar seu poder para curar suas doenças espirituais (veja Marcos 2:10-12), não para dar-lhes esperança de saúde perfeita nesta vida. Ele tinha alimentado os famintos para satisfazer a necessidade deles e para demonstrar que ele é o pão da vida (João 6:33), não para garantir-lhes prosperidade material.
Mas Jesus se recusou a usar o alimento para atrair as multidões. De fato, quando vieram por este motivo, ele prontamente os repreendeu: "Em verdade, em verdade vos digo: vós me procurais, não porque vistes sinais, mas porque comestes dos pães e vos fartastes. Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que subsiste para a vida eterna, a qual o Filho do homem vos dará; porque Deus, o Pai, o confirmou com o seu selo" (João 6:26-27). Sua missão era espiritual, e ele não a abandonaria; não importa o "sucesso" que poderia ter usando outras táticas.
Há uma mensagem poderosa e necessária para nós. Muitas igrejas hoje em dia encontram meios para encher grandes edifícios fazendo o que agrada às multidões. Se o povo quer comida, algumas igrejas oferecerão refeições. Se quiserem aprender inglês, oferecerão cursos de inglês. Se quiserem ficar em forma física, oferecerão aulas de aeróbica. Se querem atividades sociais com os jovens, oferecerão mesas de sinuca e balcões de refrescos nos edifícios de suas igrejas. Se quiserem divertimentos, poderão escolher entre espetáculos de talento ou de capoeira, ou exibições de coros e produções teatrais. Mas antes que percamos nossa fé na palavra de Deus e comecemos a usar tais táticas não autorizadas, vejamos um pouco o exemplo de nosso Senhor. Jesus preferiria ter 12 almas dedicadas a ele, do que 5000 pessoas vindo para satisfazer seus desejos pessoais e físicos. Os apelos não espirituais das igrejas modernas têm tirado Jesus do trono e colocado os caprichos extravagantes das pessoas egoístas em primeiro lugar.
As multidões
"É hora de conseguir um pregador diferente!" Não seria esta a resposta em muitas igrejas de hoje se a freqüência caísse de milhares para dúzias de um dia para outro? Isto foi o que aconteceu a Jesus quando as multidões abandonaram ele. "À vista disso, muitos dos seus discípulos o abandonaram e já não andavam com ele" (João 6:66).
Esta reviravolta desagradável dos acontecimentos deve ter feito a decisão de Jesus mais penosa. Com alimento físico e curas milagrosas —coisas que apelavam para as preocupações físicas dos seus ouvintes— ele poderia atrair multidões. Mas com a mensagem do maná do céu, salvadora da alma, ele pôde atrair meros punhados.
Era culpa de Jesus? Deveria ele ter apelado para as pessoas satisfazendo as expectativas delas? Deveria ele ter prestado atenção às necessidades e carências delas, esquecendo seus eternos problemas? Deveria ele ter polido sua imagem para se ajustar melhor aos interesses da sociedade contemporânea? Não! Jesus fez a escolha certa. As multidões que o rejeitaram são as que cometeram o erro trágico.
Muitas igrejas de hoje procuram satisfazer as expectativas da sociedade, até mesmo abatendo o espiritual para acentuar o social. Números e estatísticas são ídolos modernos usados para justificar tal desrespeito pela mensagem espiritual do evangelho. Jesus não estava preocupado com grandes números de seguidores, mas com a qualidade dos corações voltados para ele.
Judas Iscariotes
Pare um momento para ler João 6:66-71. Conquanto o texto não diga explicitamente que este foi o momento decisivo na vida de Judas, há muitas indicações de que nesse dia ele deu um grande passo na direção errada. A natureza do assunto que fez com que tantos abandonassem Jesus também teria sido um problema para Judas. Seu materialismo egoísta abateu-o mais tarde, e poderia ter facilmente interferido com sua fé quando ele enfrentou esta provação. Não é sensato nem bíblico afirmar que o deslize de Judas foi instantâneo.
O impacto sobre Judas do destaque espiritual de Jesus parece ter sido o foco do comentário nos últimos versículos de João 6, sobre aquele que logo seria o traidor. Judas teve que tomar uma decisão difícil, e optou por afastar-se de Jesus.
Simão Pedro
Ao mesmo tempo em que muitos outros discípulos voltaram atrás, Pedro levantou-se ao desafio do ensinamento de Jesus. Quer tenha Jesus satisfeito suas idéias e expectativas preconcebidas, quer não, Pedro resolveu seguí-lo porque ele era o Cristo! Precisamos ver o que Pedro viu naquele dia de decisão.
Jesus tem as palavras de vida eterna. Nenhuma filosofia ou método do homem podem melhorar a mensagem do Messias. Não há nenhum outro lugar para onde se voltar (Atos 4:10-12).
Não importam os benefícios que esperamos obter ao seguir Jesus, devemo-lhe nossa fidelidade simplesmente porque ele é o Filho de Deus, que foi investido de plena autoridade sobre tudo. O fato que ele é Senhor exige nossa submissão a ele (veja Mateus 28:18-20; Atos 2:36-38).
A vontade de Cristo pode algumas vezes ser exigente. Nós, como Pedro, precisamos ter fé para seguir quando enfrentamos provações difíceis!
Para quem iremos?
Decisões difíceis foram tomadas naquele dia, na Galiléia, decisões que afetariam as vidas e a eternidade de todos os envolvidos. Podemos aprender com as escolhas de cada um dos que lá estavam. Com Jesus, aprendemos a importância de manter em ordem as prioridades e vemos que a missão do evangelho vai muito além das preocupações físicas e sociais dos homens. Com Judas e com as multidões, podemos ver a loucura de tentar Jesus a se encaixar em nossas expectativas. Com a fé corajosa de Pedro, podemos tirar a força para seguir Jesus pelos motivos certos. Precisamos dizer ao Mestre, como o fez Pedro: "Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras da vida eterna" (João 6:68).
Para onde você se voltará? Para quem você irá? A decisão é sua!

quarta-feira, 11 de maio de 2016

Um camelo pode passar pelo fundo de uma agulha?

                                                                                      
Um camelo pode passar pelo fundo de uma agulha?
 

 Por Denis Allan
 

Jesus disse: “E ainda vos digo que é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no reino de Deus” (Mateus 19:24). Este comentário apresenta desafios de, pelo menos, quatro tipos:

(1) A tentação de aceitar explicações convenientes inventadas por homens. Durante muito tempo, tem se circulado algumas explicações para tornar possível o que Jesus disse. Alguns tem dito que a palavra certa não seria camelo e sim, cabo. Outra explicação mais difundida é que o fundo da agulha se refere a um portão baixo que supostamente existia em Jerusalém, pelo qual os camelos passavam de joelhos. Mas as evidências para estas explicações são muito fracas. Não devemos nos perder com explicações forçadas e inventadas.

(2) O problema com interpretações literais de linguagem figurada. Muitas coisas na Bíblia são literais, e normalmente aceitamos as palavras exatamente como foram dadas. Mas, Deus também usa linguagem figurada, e corremos o risco de errar em não compreendê-la. Jesus criticou seus discípulos por não compreenderem linguagem figurada (Mateus 16:6-12). Muitas pessoas erram por não reconhecer o sentido figurado de referências a 144.000 selados (Apocalipse 7:4; 14:3). Erramos, também, quando não reconhecemos o uso de hipérbole, linguagem intencionalmente exagerada para enfatizar um ponto. Não podemos tratar hipérbole como linguagem literal sem cair em contradição. Por exemplo, as avaliações de Ezequias (2 Reis 18:5) e Josias (2 Reis 23:25) seriam contraditórias se a linguagem fosse literal. E a promessa a Abraão sobre descendentes tão numerosos como as estrelas e a areia do mar (Gênesis 22:17) não pode ser tratada como uma afirmação literal. O comentário de Jesus sobre o camelo e a agulha é mais um exemplo de exagero proposital.

(3) O perigo de interpretar um versículo de uma maneira que contradiga outros ensinamentos bíblicos. Outros trechos esclarecem o sentido. A dificuldade das riquezas vem nas prioridades (Mateus 6:19-21,24; Colossenses 3:1-5) e na confiança (Mateus 6:25-33; 1 Timóteo 6:17-19), não apenas na questão de possuí-las.

(4) O desafio principal das palavras de Jesus: o perigo de buscar ou confiar em riquezas. Talvez o maior perigo de todos seja o erro de não prestar atenção na lição que Jesus ensinou. Tantas pessoas buscam prosperidade, e tantos pastores incentivam estes desejos. Mas Jesus avisa que muitos perderão as suas almas por causa do dinheiro. Quer se tornar rico? Cuidado! Você está entrando numa área de grande perigo!
 


terça-feira, 10 de maio de 2016

Pecadores na Igreja


Pecadores na Igreja


■ O Que os Fiéis Devem Fazer? ■ 
A igreja do Senhor é composta de pessoas chamadas para deixar o pecado e sair definitivamente do império das trevas (Colossenses 1:13). O desejo de todo discípulo deve ser de manter a santificação – a separação da iniqüidade – para imitar e honrar o Mestre que o resgatou. As pessoas que fazem parte da igreja de Deus foram chamadas “para ser santos” (1 Coríntios 1:2). O Senhor que nos chamou disse: “Sede santos, porque eu sou santo” (1 Pedro 1:16).
Embora a santificação e perfeição sejam nossos alvos, ainda erramos. Deus faz tudo para nos ajudar nas batalhas contra a tentação (Romanos 8:31-39) e sempre oferece uma saída das ciladas do Adversário (1 Coríntios 10:13). Mesmo assim, falhamos. O apóstolo João escreveu aos cristãos quando disse: “Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós” (1 João 1:8).
Sabemos que não somos perfeitos. Eu faço coisas que não devo e deixo de fazer coisas que devo. Sei que os meus irmãos, também, erram. Reconhecendo esses fatos tristes, entendemos que há pecado na igreja.
Ao invés de nos conformar à realidade lamentável de pecado na igreja, devemos buscar e seguir as instruções bíblicas para purificá-la. “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hebreus 12:14). Uma igreja que respeita a vontade de Deus não pode se entregar à impureza. Deve agir agressivamente para ser pura e livre do pecado. Como? O que os fiéis devem fazer?

A Santidade Começa Comigo
Um rebanho não está totalmente limpo se tiver uma ovelha suja. Se eu tiver pecado na minha vida, a igreja da qual faço parte será manchada. O primeiro passo no caminho à pureza da igreja é corrigir os pecados nas nossas próprias vidas. É muito mais fácil criticar os outros do que limpar a nossa própria casa. Quantas vezes ficamos olhando pela janela para ver as falhas dos outros quando precisamos olhar no espelho e enxergar os nossos erros? Jesus perguntou: “Por que vês tu o argueiro no olho de teu irmão, porém não reparas na trave que está no teu próprio? .... Tira primeiro a trave do teu olho e, então, verás claramente para tirar o argueiro do olho de teu irmão” (Mateus 7:3-5).
Devemos levar a santificação a sério, começando com os nossos próprios corações, e com as atitudes e o procedimento do nosso dia-a-dia. Cobrar a pureza dos outros enquanto vivemos deliberadamente no pecado é seguir a hipocrisia dos fariseus (Mateus 23:3-4,25-28), e não a santidade de Jesus Cristo (1 Coríntios 11:1).
As Atitudes Necessárias Para Corrigir os Irmãos que Pecam
Este estudo fala do trabalho essencial de corrigir os irmãos que pecam, procurando resgatá-los da condenação. Ao mesmo tempo, estudaremos sobre a responsabilidade da igreja de se manter pura. Um pequeno artigo não é suficiente para examinar todas as passagens que falam sobre esses assuntos. Por isso, examinaremos especificamente as passagens que mostram como agir quando um irmão peca. Antes de falar sobre o que fazer, é importante também considerar as atitudes certas em fazer esse trabalho. As seguintes passagens devem ser consideradas por qualquer pessoa que se envolve na obra de resgate de irmãos perdidos. Observemos alguns princípios essenciais:
● Devemos procurar o pecador e perdoar o irmão arrependido (Lucas 15:1-32). Esta parábola bem conhecida repreende a auto-justiça do irmão mais velho, que não desejava e não agia para incentivar a reconciliação do irmão desviado com seu pai. Quantos “cristãos” de hoje mostram a mesma falta de amor?
● Cada membro do corpo tem sua função para a edificação dos outros (Efésios 4:16). O trabalho de correção dos irmãos que pecam não se limita aos pastores. Cada parte deve se cooperar na edificação mútua para o bem do organismo todo.
● Os irmãos mais fortes devem restabelecer “as mãos descaídas e os joelhos trôpegos” (Hebreus 12:12-17). Ajudemos os fracos e desanimados para que não caiam nas mãos do Inimigo.
● Uma igreja não deve ignorar nem tolerar o pecado (Apocalipse 2:12-17). A principal queixa de Jesus contra a igreja de Pérgamo foi a sua tolerância. Talvez exageraram no ensinamento de não julgar (pervertendo o sentido de Mateus 7:1-5) a ponto de ignorar a necessidade de discernir entre o bom e o mau (1 Tessalonicenses 5:21-22; Provérbios 24:23-25). É triste ver muitas igrejas hoje cheias de pecado por falta de amor – amor de Deus e amor ao próximo. As instruções de Deus a Ezequiel mostram a importância da correção dos pecadores (Ezequiel 3:16-21).

A Correção do Irmão que Cai no Pecado
Quando sabemos de pecado na vida de um irmão, devemos agir. Os espirituais devem corrigi-lo com brandura (Gálatas 6:1). Também sofremos com as fraquezas humanas, e devemos ser compreensivos na abordagem do pecador. Mas a nossa compreensão não justifica o pecado, e não deve se tornar tolerância ou aprovação. Ajamos com brandura, mas corrijamos!
● A conversão do irmão de seu pecado é a salvação de sua alma (Tiago 5:19-20; Provérbios 24:11). Igrejas que ensinam a impossibilidade do crente perder a salvação (uma doutrina fundamental do calvinismo) negam o ensinamento bíblico e oferecem uma falsa segurança às pessoas que caem. Tiago disse que o resgate do irmão que peca é uma conversão que salva a alma dele!
● Há casos em que a correção pública é necessária (1 Timóteo 5:20; Gálatas 2:11-14). Alguns pecados públicos, se não corrigidos diante das outras pessoas, poderão levar outros ao mesmo erro. É desagradável, mas necessário, responder publicamente aos erros de alguns irmãos.
● Em questões de ofensas pessoais, Jesus deu instruções específicas sobre como agir. Quando um irmão peca contra outro, devemos fazer o que Jesus mandou (Mateus 18:15-17): 1. Falar em particular com a pessoa que nos ofendeu. 2. Se ela não aceitar a correção, devemos tentar de novo, levando uma ou duas testemunhas. 3. Se ela ainda não se arrepender, devemos levar o caso à igreja, que também deve repreender o ofensor. Se a pessoa for rebelde até esta última etapa, devemos nos afastar dela. Por outro lado, se o ofensor se arrepender, em qualquer momento, devemos perdoar e nos reconciliar, certos de que Deus, também, perdoa o arrependido.
Estas instruções de Jesus proibem a prática comum de espalhar notícias dos erros particulares dos outros, sem primeiro falar com eles para ajudá-los (Provérbios 20:19; 26:20-22).

A Expulsão do Irmão Que Anda Desordenadamente
O ensinamento de Paulo reforça as instruções de Jesus. Quando um irmão volta ao pecado e recusa se arrepender, os discípulos não devem se associar com o ele (1 Coríntios 5:1-13). A linguagem de Paulo – especialmente seu uso da palavra “expulsar” – é tão forte que muitos procuram palavras mais suaves para diminuir o impacto deste ensinamento. Observamos neste capítulo vários pontos importantes:
● O problema: Tolerância do pecado (e do pecador) na congregação (5:1-2).
● A ação exigida: Entregá-lo a Sátanas (5:5). O pecador queria ficar com um pé no reino de Cristo e outro no império das trevas. Paulo mandou colocar os dois pés no reino do diabo, para que o irmão aprendesse a futilidade da vida no pecado.
● Os propósitos: 1. A salvação do pecador (5:5); 2. A pureza da igreja (5:6-8); 3. A obediência a Deus numa igreja pura e fiel (5:4,8).
● A aplicação prática: Evitar o envolvimento social com o pecador: “...não vos associeis com alguém que, dizendo-se irmão, for impuro...; com esse tal, nem ainda comais” (5:11). Em palavras ainda mais fortes, Paulo diz: “Expulsai, pois, de entre vós o malfeitor” (5:13).
Paulo reitera o mesmo princípio nas instruções dadas aos tessalonicenses. Devemos nos apartar de todo irmão que ande desordenadamente (2 Tessalonicenses 3:6,14-15). Observemos o significado deste trecho:
● Todo irmão que ande desordenadamente: Qualquer um, mesmo que seja familiar ou parente de irmãos respeitados que se mostra insubmisso à palavra de Deus.
● Devemos apartar/notar/não associar: Se mantermos a mesma relação de antes, a pessoa não se envergonhará do seu erro, e outros podem ser induzidos ao pecado.
● Advertir como irmão, não tratar como inimigo: Tudo que fazemos para corrigir o pecador e manter a pureza da igreja deve ser motivado pelo amor, não pelo ódio ou desprezo das pessoas que caem. Quando tivermos contato com um irmão que foi expulso, devemos aproveitar para advertir e encorajá-lo a voltar para Deus.
Em outra carta, Paulo ensinou que os fiéis devem notar e se afastar daqueles que provocam divisões contra a doutrina de Cristo (Romanos 16:17). Mais uma vez, temos de tomar uma postura firme contra o pecado.

O Perdão do Arrependido
Se o pecador se arrepender e voltar, os outros irmãos devem perdoar e aceitá-lo (2 Coríntios 2:3-11). Igrejas que praticam a expulsão sem a possibilidade de reconciliação (no caso de determinados pecados como adultério, por exemplo) erram por não mostrar o espírito de Deus, que “é rico em perdoar” (Isaías 55:7). O irmão arrependido deve ser perdoado e aceito e abraçado, não tratado como um cidadão de segunda classe. Uma vez que ele abandonou o império das trevas, precisará do apoio dos fiéis para se firmar novamente no reino de Cristo.
Tenhamos o amor e a coragem para confrontar o pecado – na nossa vida e na igreja -- da maneira que Deus quer.