sexta-feira, 28 de junho de 2019

Comentário Bíblico Mensal: Junho/2019 - Capítulo 5 - Preparados para toda a Boa Obra




Comentarista: Mickael Ferreira



Texto Bíblico Base Semanal: Tito 3.1-8

1. Admoesta-os a que se sujeitem aos principados e potestades, que lhes obedeçam, e estejam preparados para toda a boa obra;
2. Que a ninguém infamem, nem sejam contenciosos, mas modestos, mostrando toda a mansidão para com todos os homens.
3. Porque também nós éramos noutro tempo insensatos, desobedientes, extraviados, servindo a várias concupiscências e deleites, vivendo em malícia e inveja, odiosos, odiando-nos uns aos outros.
4. Mas quando apareceu a benignidade e amor de Deus, nosso Salvador, para com os homens,
5. Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo,
6. Que abundantemente ele derramou sobre nós por Jesus Cristo nosso Salvador;
7. Para que, sendo justificados pela sua graça, sejamos feitos herdeiros segundo a esperança da vida eterna.
8. Fiel é a palavra, e isto quero que deveras afirmes, para que os que creem em Deus procurem aplicar-se às boas obras; estas coisas são boas e proveitosas aos homens.

Momento Interação

O apóstolo Paulo nos lembra de nossa conduta passada. “Éramos néscios, desobedientes, desgarrados, escravos de toda sorte de paixões e prazeres, vivendo em malícia e inveja, odiosos e odiando-nos uns aos outros” (Tt 3.3). A bondade e o amor de Deus foi manifestado quando salvou os homens pecadores como Paulo e aqueles com os quais Tito trabalhava. Contudo, esta divina misericórdia tem conseqüências. Deus não salvou os homens para que eles continuassem na sua conduta pecaminosa. Tito é mandado lembrar seus irmãos de que o comporta-mento deles como cristãos precisa ser muito diferente do passado (Tt 3.1-2). Observe que a conduta ordenada nestes versículos é diretamente oposta à que é descrita no versículo 3. Ao invés de odiar aos outros ou agir com maldade, os cristãos têm que ser pacíficos e gentis com as pessoas, evitando falar mal delas. Uma das acusações feitas contra os cristãos nas perseguições romanas do segundo e terceiro séculos era que eles eram desleais ao governo. Esta acusação era feita porque os cristãos não queriam adorar o imperador. Contudo, os cristãos estariam entre os melhores cidadãos em qualquer país, porque se submetiam voluntariamente ao governo, por causa de Cristo (Tt 3.1; cf. Rm 13.1-7). Paulo no capítulo que é a base do último capítulo do nosso estudo deste mês, ensina-nos que os membros da Igreja do Senhor Jesus Cristo devem ser bons cidadãos e fiéis seguidores de Jesus Cristo. Por meio do batismo, podemos receber a vida eterna pela graça do Senhor.

Introdução

Em Tito 3, Paulo adverte Tito sobre o comportamento dos cristãos na sociedade de uma maneira geral. Assim como em Tito 2 devia ensiná-los sobre como proceder no trabalho, nos relacionamentos e que deviam fugir dos pecados da língua.

Estes cristãos deviam ser influenciados pelo Espírito Santo, isto porque já haviam sido lavados pelo poderoso sangue de Jesus. Mais uma vez Tito é advertido a defender a fé evangélica, no entanto deve evitar discussões e debates improdutivos. Mais uma vez Paulo destaca o bom relacionamento. Tito devia advertir continuamente aos cristãos de Creta, que não deviam ser desordeiros, mas bondosos. Além disso, eles deviam fugir dos pecados da língua. Calúnia, difamação e mentira não deviam fazer parte de suas conversas. Paulo explica que isso era comum antes, quando éramos amantes do pecado. Agora em Cristo tudo isso ficou para trás (Tt 3.1–6).

I. Preparados para toda a Boa Obra

O apóstolo Paulo nos lembra de nossa conduta passada. “Éramos néscios, desobedientes, desgarrados, escravos de toda sorte de paixões e prazeres, vivendo em malícia e inveja, odiosos e odiando-nos uns aos outros” (Tt 3.3). A bondade e o amor de Deus foi manifestado quando salvou os homens pecadores como Paulo e aqueles com os quais Tito trabalhava. Contudo, esta divina misericórdia tem conseqüências. Deus não salvou os homens para que eles continuassem na sua conduta pecaminosa. Tito é mandado lembrar seus irmãos de que o comporta-mento deles como cristãos precisa ser muito diferente do passado (Tt 3.1,2). Observe que a conduta ordenada nestes versículos é diretamente oposta à que é descrita no versículo 3. Ao invés de odiar aos outros ou agir com maldade, os cristãos têm que ser pacíficos e gentis com as pessoas, evitando falar mal delas. Uma das acusações feitas contra os cristãos nas perseguições romanas do segundo e terceiro séculos era que eles eram desleais ao governo. Esta acusação era feita porque os cristãos não queriam adorar o imperador. Contudo, os cristãos estariam entre os melhores cidadãos em qualquer país, porque se submetiam voluntariamente ao governo, por causa de Cristo (Tt 3.1; veja também Romanos 13.1-7). Ainda que Paulo ressalte a necessidade dos cristãos estarem prontos para fazerem boas obras (veja 1.16; 2.7,14; 3.1,8,14), ele não quer que ninguém pense que sua salvação resultou de suas obras de justiça (Tt 3.5). Somos justificados pela graça através da lavagem espiritual cumprida no batismo (Tt 3.5; 1 Pe 3.21; Ef 1.7; At 22.16; Ap 1.5; Rm 6.3,4). Não merecemos a herança que nos é dada, a vida eterna (Tt 3.7).

II. A Benignidade do Senhor Deus

No entanto, como nos capítulos anteriores, Paulo se volta para a principal fonte de motivação para refrearmos nossa língua: o amor e a gratidão sinceros pela vida eterna que temos recebido de Cristo por permanecermos nEle (vs. 4-7). No final de sua carta a Tito, o apóstolo Paulo relembra-o de que deve reafirmar as verdades fundamentais do Evangelho. Deus em Cristo manifestou o Seu amor em graça e misericórdia na salvação daqueles que pela fé Nele creem como Senhor e Salvador (Ef 2.8– 10). Na salvação o que conta é o que Deus fez em Cristo por nós e em nós e não o que poderíamos fazer para alcançá-la ou merecê-la. Ela não é conquista, é presente divino. João 3. 16; Romanos 5. 8. Pecadores nada podem oferecer a Deus senão os seus pecados para serem perdoados. Uma vez salvo pelos méritos do Senhor Jesus, o salvo manifesta o caráter de Cristo pela prática das boas obras que Deus antecipadamente preparou para que fossem executadas para Sua honra e glória, nossa edificação e alegria, estendida aos beneficiados (Lc 15.10; 18.13; Ef 2.10). Desse modo, ficaremos longe de controvérsias e obedeceremos as leis governamentais. Como herdeiros da promessa da vida eterna, nossa vida deve ser preenchida com boas obras que são o resultado natural de uma vida em Cristo (v. 8). Viva hoje corajosamente por Ele. Resplandeça a sua luz diante dos homens para que venham a conhecer e glorificar a fonte dessa luz maravilhosa – o Pai celeste. 

III. O Perigo de entrar em Assuntos Vãos

Paulo deve ter ouvido falar a respeito de alguns dos desafios que Tito estava enfrentando em seu ministério na ilha de Creta. Assim, como nos dois primeiros capítulos, Paulo novamente incentiva cada crente a viver uma vida de entrega aos princípios do Céu. Esse estilo de vida exige submissão às leis e governantes da terra e inclui manter uma rédea curta sobre a língua (Tt 3.2), o instrumento mais frequentemente utilizado para gerar discórdia e conflito (Tg 3.5,6). Paulo também aconselha Tito a silenciar disputas sem sentido sobre questões teológicas inúteis e menores. Elas costumam criar mais calor do que luz (v. 9)! Na verdade, Paulo ainda incentiva Tito, assim como cada um de nós, a manter distância de pessoas problemáticas que parecem viver para criar controvérsias e divisões. Tito devia empenhar-se o ensino e defendê-lo a todo custo. No entanto, discussões tolas, intermináveis e que não edificam devem ser evitadas. Tito não devia se desgastar com isso. Paulo o adverte de que sempre haverá pessoas procurando dividir a igreja. Ele por sua vez, deveria confrontar essas pessoas por algumas vezes, após isso o desgaste é desnecessário.

IV. Recomendações Finais

Paulo diz a Tito que está prestes a enviar alguns irmãos. Isso nos mostra que a obra de Deus não é feita por uma pessoa. Juntos somos sempre mais fortes. Paulo encerra falando contra a improdutividade. O Senhor Jesus Cristo quer que todos nós sejamos produtivos, do contrário seremos lançados fora (Jo 15.6). Por fim, a graça a todos os que amam a fé. Se você ama a fé em Jesus, a graça de Deus permanece sobe a sua vida.

Conclusão

O apóstolo Paulo encerra sua breve e rica carta ao jovem discípulo-pastor orientando-o nos procedimentos ministeriais adequados na liderança das igrejas na ilha de Creta. Reforça alguns conselhos e alerta Tito a fazer uso inteligente do tempo e das palavras tanto na proclamação da sã doutrina como na disciplina cristã a ser adotada com os insubmissos e divisionistas que insistiam em ser ouvidos na igreja. Os fiéis que se ocupam na prática das boas obras oferecem as respostas mais eficazes àqueles que pela negligência tumultuam o ambiente de paz a existir na igreja de Cristo. Os irmãos que estavam com Paulo enviaram por essa carta as saudações cristãs aos irmãos em  Creta desejando-lhes graça e paz. A graça de Deus está presente, opera e se manifesta na vida de quem O ama. Graça e Paz. Amém. 

Comentário Bíblico Mensal: Junho/2019 - Capítulo 4 - Exortações ao Povo de Deus




Comentarista: Mickael Ferreira



Texto Bíblico Base Semanal: Tito 2.1-7; 11-15

1. Tu, porém, fala o que convém à sã doutrina.
2. Os velhos, que sejam sóbrios, graves, prudentes, sãos na fé, no amor, e na paciência;
3. As mulheres idosas, semelhantemente, que sejam sérias no seu viver, como convém a santas, não caluniadoras, não dadas a muito vinho, mestras no bem;
4. Para que ensinem as mulheres novas a serem prudentes, a amarem seus maridos, a amarem seus filhos,
5. A serem moderadas, castas, boas donas de casa, sujeitas a seus maridos, a fim de que a palavra de Deus não seja blasfemada.
6. Exorta semelhantemente os jovens a que sejam moderados.
7. Em tudo te dá por exemplo de boas obras; na doutrina mostra incorrupção, gravidade, sinceridade,
11. Porque a graça salvadora de Deus se há manifestado a todos os homens,
12. Ensinando-nos que, renunciando à impiedade e às concupiscências mundanas, vivamos neste presente século sóbria, e justa, e piamente,
13. Aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo;
14. O qual se deu a si mesmo por nós para nos remir de toda a iniquidade, e purificar para si um povo seu especial, zeloso de boas obras.
15. Fala disto, e exorta e repreende com toda a autoridade. Ninguém te despreze.

Momento Interação

Paulo instruiu Tito, no capítulo um, a auxiliar as igrejas da ilha de Creta a identificar e escolher presbíteros. Uma das responsabilidades de tais homens seria confrontar indivíduos que estavam desencaminhando outros pelos seus ensinamentos de fábulas judaizantes e mandamentos dos homens. Enquanto essas pessoas professavam que “conheciam” Deus, elas negavam sua própria afirmação por sua desobediência (Tt 1.10-16). Agora, no capítulo 2, Paulo ordena a Tito que ensine, em contraste, como as pessoas devem comportar-se. Ele se refere a este tipo de ensinamento como “sã doutrina” porque, se seguida, ela levará os cristãos a manterem a saúde espiritual.

Paulo continua observando em geral por que os cristãos deveriam viver de acordo com a sã doutrina (Tt 2.11-14). Deus demonstrou sua graça para com a humanidade enviando seu Filho para morrer na cruz. Jesus morreu para redimir os homens de sua iniquidade, assim provendo para ele próprio um povo especial purificado e zeloso das boas obras (cf. Ef 5.25-27). A mensagem do evangelho é que podemos tornar-nos parte deste povo especial se quisermos deixar a impiedade e as paixões pecaminosas do mundo e viver de acordo com a sã doutrina.

Introdução

Paulo instruiu Tito, no capítulo um, a auxiliar as igrejas da ilha de Creta a identificar e escolher presbíteros. Uma das responsabilidades de tais homens seria confrontar indivíduos que estavam desencaminhando outros pelos seus ensinamentos de fábulas judaizantes e mandamentos dos homens. Enquanto essas pessoas professavam que “conheciam” Deus, elas negavam sua própria afirmação por sua desobediência (1.10-16). Agora, no capítulo 2, Paulo ordena a Tito que ensine, em contraste, como as pessoas devem comportar-se. Ele se refere a este tipo de ensinamento como “sã doutrina” porque, se seguida, ela levará os cristãos a manterem a saúde espiritual. Paulo aborda a conduta e as responsabilidades dos cristãos nas bases de idade, sexo e emprego. Primeiro, ele descreve o papel dos mais velhos, e então das mais velhas (2.2,3). Ele esmiúça as responsabilidades das mulheres mais jovens observando que as mulheres mais velhas deveriam ensiná-las (2.4,5). A seguir, ele passa aos moços em geral no versículo 6 e a Tito especialmente no versículo 7. Finalmente, ele conclui esta parte descrevendo a conduta apropriada dos servos (2.9,10). Ainda que suas instruções dadas a um grupo obviamente não sejam totalmente diferentes daquelas dadas a outro grupo, Paulo aborda necessidades específicas e tentações dos vários grupos (por exemplo, roubo entre servos, falta de submissão entre viúvas, integridade entre jovens; 2.5,7,10).

I. Exortações aos Idosos

Para Tito a responsabilidade primária era pregar e ensinar a verdade, aquela que estivesse de acordo com a sã doutrina (sadios; Tt 1.9, 13; 2.1; e o adjetivo em Tt 2.8). O uso desta palavra nas Pastorais, sempre em conexão com a doutrina, mostra a ênfase que Paulo dá ao ensino correto. Para os homens idosos, que já eram mestres ou em potencial, a vida e a doutrina tinham de andar juntas. Esta é uma importante consideração em relação a cada uma destas categorias de pessoas. Conselhos adicionais encontram-se em 1 Timóteo 5.1: "Não repreendas asperamente o ancião, mas admoesta-o como a pai; aos moços como a irmãos". Paulo escreveu a Timóteo e disse: “Não repreendas ao homem idoso; antes, exorta-o como a pai; aos moços, como a irmãos; às mulheres idosas, como a mães; às moças, como a irmãs, com toda a pureza” (1 Tm 5.1,2). Mas, no mesmo capítulo, ele falou sobre presbíteros (anciãos, necessariamente homens de alguma idade– veja as qualificações em 1 Timóteo 3 e Tito 1) e disse: “Quanto aos que vivem no pecado, repreende-os na presença de todos, para que também os demais temam” (1 Tm 5.20). Será que Paulo está se contradizendo no mesmo capítulo? Claro que não. A solução está nas palavras que ele usou.

A tradução de textos de um idioma para outro sempre apresenta algumas dificuldades. Às vezes, uma língua tem várias palavras para comunicar uma ideia e outra língua pode ter uma palavra só. Neste caso, os tradutores usaram uma palavra (repreender) para traduzir duas palavras diferentes no original. A palavra que Paulo usou em 1 Timóteo 5.1 quer dizer “tratar com rudeza”. A palavra usada em 1 Timóteo 5.20 é outra. Ela tem o sentido de “reprovar, convencer ou corrigir”.

II. Exortações aos Jovens

O ensino aos jovens tem sua caracterização: “exorta-os para que, em todas as cousas, sejam criteriosos.” (2.6) Erradamente pensam que o termo exortar significa uma ríspida bronca, de forma bem ignorante. Até por que, dizem, os jovens são irresponsáveis. Este termo no Novo Testamento em nada é similar ao nosso falho entendimento de exortar. Exortar (gr. parakaleo) significa literalmente “chamar para perto”. Tem o sentido de auxiliar, ajudar, consolar e encorajar. Para compreendermos a dimensão da importância deste termo ele é similar à palavra usada para designar o ministério do Espírito Santo: “Consolador” (gr. parakletos – Jo 14.16, 26; 15.26; 16.7). Quando estamos “ao lado” com o objetivo de consolar, exercemos, em certo grau, o ministério do Consolador. A exortação, conforme esse parâmetro bíblico, equivale a edificação e não a acusação. Por isso, Paulo alista o exortar bíblico como um dom espiritual. (Rm 12.8) Exortar os jovens significa colocar-se ao lado deles encorajando-os. Neste encorajamento, os jovens devem ser lembrados de serem “criteriosos”. O ser criterioso também é solicitado aos homens idosos (2.2, traduzido por sensato) e as moças (2.4, traduzido por prudente). Contudo, em relação aos moços, a construção verbal indica uma atitude contínua, constante. Lembremos que a “glória do jovem é sua força” (Pv 29.20). Nessa força, se tornam ansiosos e precipitados. Os jovens devem ser encorajados a “exercer autocontrole, ter cabeça no lugar, ter toda a vida sob o controle da mente”.

III. O Exemplo de como Tito deve Ser

Após prescrever as característica dos presbíteros (Tt 1.5-9) e descrever os falsos mestres (1.10-16), o apóstolo se volta ao seu sucessor, Tito: “Tu, porém” (Tt 2.1). Esta ênfase de Paulo também fora destinada a Timóteo (2 Tm 3.10, 14 e 4.5). Em todas as ocasiões demonstra o desejo paulino de seguir caminho diferente dos falsos mestres. O termo “fala” indica discursar com objetivo de discipular: ensinar. Por isso, a Nova Tradução na Linguagem de Hoje (NTLH) traz o termo “ensine”. No caminho contrário aos falsos mestres, Tito deveria seguir o caminho “que convém a sã doutrina.” O seu ensino deveria ser apropriado (convém) ao que gera boa saúde na fé (sã doutrina). “Sã doutrina” também é o “reto ensino” (1.9) e a saúde na fé (1.13; 2.2). A “sã doutrina” é interesse de Paulo constante nas epístolas pastorais. (veja 1 Tm 1.10; 6.3; 2 Tm 1.13 e 4.3) Refere-se a “ser sadio na fé, com significado de sólido, firme, puro com respeito à doutrina e vida cristãs. Sobre a doutrina, com significado de doutrina genuína, isto é, verdadeira, pura, não corrompida”.

IV. A Manifestação da Graça da Salvação

Paulo continua observando em geral por que os cristãos deveriam viver de acordo com a sã doutrina (Tt 2.11-14). Deus demonstrou sua graça para com a humanidade enviando seu Filho para morrer na cruz. Jesus morreu para redimir os homens de sua iniquidade, assim provendo para ele próprio um povo especial purificado e zeloso das boas obras (cf. Ef 5.25-27). A mensagem do evangelho é que podemos tornar-nos parte deste povo especial se quisermos deixar a impiedade e as paixões pecaminosas do mundo e viver de acordo com a sã doutrina. A Graça de Deus através da morte e ressurreição de Jesus Cristo opera na vida do salvo, respectivamente, a morte da natureza pecaminosa e a substitui pela nova natureza divina em Cristo. É com essa nova natureza, semelhante a de Jesus vivida em Sua humanidade que o salvo é capacitado a viver de forma eficaz a vida de Deus em si. Essa nova vida o leva a renunciar toda forma de impiedade e as paixões do mundo sem Deus. O novo caráter em Cristo o leva a viver de maneira sensata, justa e piedosa. Renova no salvo a confiante esperança do retorno glorioso do Senhor Jesus e o leva a aguardar esse dia mantendo uma vida irrepreensível. O que Ele nos fez através de Sua morte e ressurreição é a garantia da vida eterna com Deus. Foi do Seu agrado eleger os salvos como um povo especial e praticante de boas obras. O privilégio dado a Israel antes da promulgação da Lei foi transferido à igreja neste período em que a Graça de Deus se manifestou salvadora àqueles que a acolhem pela fé em Jesus Cristo, Senhor e Salvador (Êx 19.5,6; 1 Pe 2.6–10).

Conclusão

Em Tito 2, Paulo dá prosseguimento às instruções de Tito 1. No entanto, agora ele vai dizer especificamente, como o jovem pastor Tito deve lidar com cada parte da congregação e qual deve ser o seu comportamento e ensino. Tito não devia aventurar-se em novos ensinos. Paulo o exorta, mais uma vez a apegar-se a sã doutrina. A partir disso, seu ensino devia ser ministrado a todas as faixas etárias da Igreja. Anciãos, mulheres, jovens, Tito devia instruir a todos tendo as Escrituras como fundamento.

Tito não devia ser um hipócrita. Antes de ministrar a outros, ele mesmo devia ser um exemplo de comportamento, boas obras e ensino. Sua linguagem não devia ser obscena, pejorativa ou discriminatória. Pelo contrário, ele devia mostrar seriedade e dedicação no falar. Seu ensino devia conduzir pessoas ao bom testemunho de Jesus. Até mesmo escravos, debaixo de julgo e vergonha, eram instruídos a dar exemplo de cristão aos seus senhores. É um grande exemplo para os nossos dias. Muitos cristãos não gostam de seu trabalho. Isso faz com que tenham mal comportamento diante dos companheiros. Não é o que a bíblia ensina. Se há insatisfação, ore a Deus e peça que ele abra outras portas, mas não manche o bom nome de Jesus Cristo, com mal comportamento.

terça-feira, 25 de junho de 2019

O Deus incompreensível



Será que podemos compreender Deus em toda sua plenitude? Quando descrevemos o Deus incompreensível, não queremos dizer que não podemos ter conhecimento de Deus, mas que é impossível conhecer Deus em todo seu Ser. Apesar de não o conhecermos de forma plena, conhecemos o que Ele revela a nós. Na história da igreja, os teólogos falavam do Deus incompreensível, assim como os reformadores.

Queremos abordar de forma sucinta, como Deus mesmo sendo incompreensível em seu Ser se revela ao homem.

1. História da Igreja

Os chamados pais da igreja, falavam do Deus invisível como um ser não gerado, eterno, incompreensível e imutável. Eles acreditavam inteiramente que Deus pode ser conhecido para a salvação.

Lutero falava do Deus oculto, em distinção do Deus revelado. Mesmo se revelando como um Deus oculto, através da sua revelação especial, não se pode conhecê-lo plenamente. Para Calvino, Deus nas profundezas do seu Ser, é insondável. Assim, os reformadores criam sobre a incompreensibilidade de Deus, porém sem negar o fato que o homem possa aprender alguma coisa sobre a natureza de Deus por meio da criação. O verdadeiro conhecimento de Deus vem somente por intermédio da revelação especial de Deus, iluminado pelo Espirito Santo de Deus.

2. Como podemos conhecer a Deus?

Podemos conhecer a Deus por meio da revelação Geral e Especial. Segundo R.C Sproul, há dois tipos de revelação Geral, imediata e mediata. A revelação mediata se refere uma revelação que é transmitida por meio de alguma coisa, um exemplo disso está na criação, o meio pelo qual Deus revela sua glória, nesse sentido, o universo é mediador da revelação de Deus. A Bíblia mostra claramente que toda a terra está cheia da glória de Deus. Diante disso, entendemos que estamos em constante contato com a revelação divina, quando reconhecemos a gloria de Deus na natureza.

A revelação Geral imediata se refere que Deus manifesta seu conhecimento na mente humana. O apóstolo Paulo fala da Lei de Deus escrita no coração do homem (Rm 2.12-16). João Calvino falou sobre “um senso divino, o qual Deus implanta na mente de cada pessoa”. Para C.R Sproul “todas as culturas atestam atividades religiosas, confirmando a incurável natureza religiosa da humanidade”. Com isso, podemos entender que todo ser humano é religioso no seu âmago.

A revelação Especial é a Escrituras Sagrada. Deus falou ao seu povo no passado por meio de visões, sonhos, poesia, profetas, revelações e etc. O autor de Hebreus disse: Havendo Deus, outrora, falado, de muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nesses últimos dias, nos falou pelo Filho (Hb 1.1,2). Hoje podemos dizer que temos a revelação completa de Deus, não precisamos de novas revelações, o que queremos saber sobre Deus e como procedermos, está na Bíblia. A palavra de Deus foi escrita por homens, mas que estavam sobre a espiração divina, Paulo disse: Toda Escritura é inspirado por Deus (2Tm 3.16). A palavra inspiração quer dizer “sopro de Deus”. Isso se refere que o próprio Deus, criador dos céus e da terra, soprou a Bíblia. A palavra inspiração também nos chama a atenção para o processo pelo o qual o Espírito Santo guiou os escritores da Bíblia a escrever os textos sagrados. Todos os escritores da Bíblia foram direcionados pelo poder do Espírito Santo, a comunicar as palavras exatas de Deus.

Conclusão

Portanto, o que podemos aprender sobre a incompreensibilidade de Deus, é que jamais conheceremos Deus em toda a sua plenitude, até porque se o conhecêssemos, Ele não seria Deus. Deus é infinito e os seres humanos finitos. Como disse os teólogos medievais: “o finito não pode conter o infinito”, ou seja, não podemos conhecer Deus em todo o seu Ser. Mas por outro lado, sabemos que Deus se revela em partes ao homem, Ele se revelou por meio da revelação geral e especial.

Referências:

Louis Berkhof – Teologia Sistemática
R.C Sproul – Verdades Essenciais da Fé Cristã 

Sidney Muniz

sexta-feira, 21 de junho de 2019

Comentário Bíblico Mensal: Junho/2019 - Capítulo 3 - O Perigo dos Falsos Ensinadores




Comentarista: Mickael Ferreira



Texto Bíblico Base Semanal: Tito 1.10-16

10. Porque há muitos desordenados, faladores, vãos e enganadores, principalmente os da circuncisão,
11. Aos quais convém tapar a boca; homens que transtornam casas inteiras ensinando o que não convém, por torpe ganância.
12. Um deles, seu próprio profeta, disse: Os cretenses são sempre mentirosos, bestas ruins, ventres preguiçosos.
13. Este testemunho é verdadeiro. Portanto, repreende-os severamente, para que sejam sãos na fé.
14. Não dando ouvidos às fábulas judaicas, nem aos mandamentos de homens que se desviam da verdade.
15. Todas as coisas são puras para os puros, mas nada é puro para os contaminados e infiéis; antes o seu entendimento e consciência estão contaminados.
16. Confessam que conhecem a Deus, mas negam-no com as obras, sendo abomináveis, e desobedientes, e reprovados para toda a boa obra.

Momento Interação

A esperança de vida eterna do cristão é certa! No começo de sua carta ao seu filho espiritual Tito, Paulo afirmou que ele labutava na esperança de vida eterna (Tt 1.2). Ele estava contando com a promessa de Deus feita antes do mundo começar. Essa promessa é certa porque é incompatível com a natureza justa de Deus mentir. Ele era um apóstolo, mas demonstrou sua humildade, descrevendo-se como um servo (Tt 1.1). Estava confiada a Paulo a pregação da mensagem divina que espalharia a fé e o conhecimento de Deus (Tt 1.1-3). Paulo tinha deixado Tito na ilha de Creta com instruções para que pusesse em ordem certas coisas naquelas igrejas. Explicitamente, Tito tinha que completar a indicação de presbíteros nessas igrejas (Tt 1.5). Paulo relacionou as qualificações de presbíteros para que Tito pudesse ajudar os cristãos dessas congregações a escolher homens capazes de fazerem este trabalho. Os presbíteros também eram chamados “bispos” e lhes era designado o trabalho de pastorear o rebanho de Deus (cf. Tt 1.5-7; At 20.17,28). Podemos concluir que um presbítero é um pastor! E é sobre o cuidado pastoral que estaremos atentos no estudo desta semana acerca desta importante e preciosa epístola.

Introdução

Em nossa última reflexão em Tito 1.5-9, vimos que Paulo havia orientado a Tito a que estabelecesse líderes e/ou pastores nas igrejas de Creta, e que estes fossem homens de grandes qualidades morais e espirituais, acima de tudo, ele encerra o verso 9, afirmando que deviam ser homens fiéis à sã doutrina, capazes tanto de ensinar como a convencer os opositores desta doutrina bíblica. Se naquela primeira parte, Paulo deu as qualidades esperadas de um líder na igreja, agora ele passa a descrever como são aquelas pessoas que divulga doutrinas falsas entre os membros da igreja. Nas Palavras de Paulo a Tito, temos orientações básicas sobre o trato com quem ensina doutrinas falsas. É preciso tomar cuidado para não sermos pessoas desobedientes, faladoras, teimosas, nem deixarmos que doutrinas falsas entrem em nossas mentes, sob o perigo de nos afastarmos da verdade bíblica para dar atenção às mentiras de homens que só pensam em dinheiro. Pelo contrário, que nos firmando naquilo que a Bíblia ensina, sejamos capazes de corrigir os que se afastam da verdade, e ajuda-los na sua recuperação.

I. Pessoas que Transtornam Casas Inteiras com Ensinos Perigosos

Paulo começa a descrever o porque do estabelecimento dessas pessoas e das qualidades. Existiam pessoas que são desajustadas, que falam demais, sem medida, mentirosos, principalmente os que se julgavam os melhores (os da circuncisão). Não é diferente hoje tratamos com pessoas que possuem uma vida desequilibrada, sem medida no falar, São torpes, mentirosos, aproveitadores  e por incrível que pareça em sua maioria os religiosos.

Paulo então define que estes homens precisam ser calados, esses homens destroem famílias inteiras apenas pelo prazer ganancioso de ser reconhecido. Precisamos ter a plena consciência que os falsos profetas precisam ser apontados e calados, pois podem destruir famílias inteiras e até igrejas, podem acabar com a vida de pessoas apenas pelo prazer de por um tempo ser considerado grande. O próprio profeta dos cretences os mencionam eles como mentirosos, ruins e preguiçosos. Não é exatamente o que temos visto hoje em nosso meio? Pessoas que têm a mentira por verdade e que não se preocupam com as consequências, pessoas de índole ruim, voltadas para o mal e que são aproveitadores preguiçosos. Paulo declara o que o que foi dito pelo profeta se trata da mais pura verdade, porém a função dos bispos e presbíteros é repreende-los de forma dura para que eles sejam curados e para que retornem a sã doutrina.

Assim como nos dias de Paulo essa continua sendo uma verdade e nossa função é confrontar os tais e de forma severa para que os mesmos possam se arrepender do seu mau caminho para que a partir daí possam ter uma vida santa e irrepreensível. Quanto aos bispos e presbíteros ainda cabe não dar ouvidos às fábulas fantasiosas dos judeus e nem prestar atenção aos mandamentos e ordens daqueles que se desviaram da verdade.

II. A Importância da Repreensão

O objetivo de repreendê-los duramente não é expulsá-los da congregação, mas sim, visar sua recuperação. O desejo de repreender alguém deve ser sua restauração completa à luz da Bíblia. Duas coisas precisam ser lembradas por nós. A disciplina bíblica precisa ser exercida, ou seja, precisamos repreender, mas a finalidade da repreensão não é abandono, mas recuperação. Por último, Paulo afirma que tais líderes falsos .Eles não deviam dar atenção às lendas judaicas. E como se dissemos aos nossos irmãos em Cristo, para que voltem sua atenção para a Bíblia e procurem aprender com ela, tornando-a suficiente para suas vidas, não buscando em outras experiências ou doutrinas extras.

III. A Pureza e a Impureza 

Ainda hoje existem homens que querem acrescentar as Escrituras às sua fábulas fantasiosas e deturpadoras às quais não devemos nem perder nosso tempo , homens totalmente desviados da verdade (do próprio Cristo - João 14.6) e que querem colocar suas próprias doutrinas e mandamentos, os quais não devemos dar ouvidos. Paulo adverte que a pureza é para os puros, mas aqueles que se contaminaram e foram infiéis para eles não  há pureza,  pois seu entendimento e consciência  estão totalmente contaminados pela impureza.

Quando andamos em pureza de coração todas as cousas que nós cercam se tornam puras, porém para aqueles que se contaminaram tudo que os cercam se torna impuro, pois pois foram contaminados em seu entendimento e não  podem compreender com clareza todas as coisas e como sua consciência também foi contaminada não possui mais um padrão moral. Estes tais afirmam conhecer a Deus, mas com suas atitudes os negam, são reprováveis e totalmente desobedientes. Pessoas hoje afirmam ser cristãs e até mesmo dizem conhecer a Deus intimamente, mas quando checamos às suas obras às mesmas os reprovam e provam que não o conhecem, tem uma vida totalmente reprovável  e até abominável e por isso se tornam reprováveis para toda a obra é ministério do Senhor.

Conclusão

Paulo havia plantado aquelas igrejas em Creta, mas não teve tempo de deixar nelas uma liderança saudável que servisse de modelo para os demais membros daquelas comunidades cristãs. Desde sua ausência até a chegada de Tito para “por as coisas em ordem”, ficou claro que algumas pessoas se levantaram na igreja para defenderem doutrinas não compatíveis com o evangelho de Jesus. No caso de Creta, o grupo mais destacado eram aqueles que defendiam as práticas judaicas como necessárias. Parece que alguns judeus convertidos a Cristo, estavam agora defendendo a lei judaica como necessária à salvação. Eles se esqueciam que, na doutrina cristã, a lei serve a Cristo e não o contrário. Cristo está acima da lei. Paulo passa a descrever as características destes homens que estavam difundindo heresias não cristãs, e tais características, nos ajudam a identificar, ainda hoje, aquelas pessoas que defendem falsas doutrinas.

quinta-feira, 20 de junho de 2019

A Multiplicação da Iniquidade




Por Leonardo Pereira




Desde os primórdios do tempo, em que o homem caiu no Éden (cf. Gn 3), é que a raça humana começou deliberadamente a pecar mais, e a deturpar ainda mais o seu caráter interna e externamente. Passando por Caim, Lameque, Cam, o filho de Noé e assim por diante até os nossos dias, presenciamos situação terríveis e assombrosos que comprovam com uma maior veracidade, o prenúncio do fim dos tempos por intermédio de Cristo Jesus: "E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará" (Mt 24.12). Jesus Cristo em seu célebre Sermão Profético anunciou aos seus discípulos que nos últimos tempos presenciaríamos um acúmulo exorbitante de iniquidade. Passando pelo período antediluviano (cf. Gn 6-8) e o período pecaminoso de Sodoma e Gomorra (Gn 18-19), podemos através da Palavra de Deus, comprovar de maneira detalhada e meticulosamente, que. quanto mais o tempo se passava, mais a humanidade entrava em um completo estado de ruína e de miserabilidade pessoal, moral, ético, social e principalmente, decadência espiritual.

Todas as áreas do ser humano a partir da desobediência de Adão e Eva foram afetadas negativamente e assim períodos de guerras, de destruições, de engano, de crueldades e de morte foram sendo escritas ao lado da história do desenvolvimento da humanidade. O período em que o Senhor Jesus andou por esta terra, presenciou pessoalmente na mente e nos corações de muitos. Tentaram maliciosamente ao Senhor com perguntas tendenciosas para escandalizá-lo (Mt 22.18), usavam de hipocrisia para com os ofícios em Israel, no caso, os Escribas e os Fariseus (Mt 23.1-29), e muitos ainda seguiam a Jesus pelo que Ele podia dar e não por quem Ele é: "Vendo, pois, a multidão que Jesus não estava ali nem os seus discípulos, entraram eles também nos barcos, e foram a Cafarnaum, em busca de Jesus. E, achando-o no outro lado do mar, disseram-lhe: Rabi, quando chegaste aqui? Jesus respondeu-lhes e disse: Na verdade, na verdade vos digo que me buscais, não pelos sinais que vistes, mas porque comestes do pão e vos saciastes" (Jo 6.24-26). Intenções contrárias à Palavra do Senhor e à sua vontade foram colocadas em cheque por muitos e isto se deve em sua grande parte, à diversas pessoas se atentarem aos cuidados deste mundo, sendo eles engodados pelos planos do Maligno. Diz à Escritura: "Não deis lugar ao diabo" (Ef 4.27). 

O apóstolo Paulo, convertido no Caminho de Damasco após a aparição do Senhor à ele, se revelando o Cristo da Glória e lhe outorgando uma missão evangelística sublime, o envia à muitos locais. Idolatrias, feitiçarias, perigos em muitos locais tanto dentro quanto fora de sua nação, mostram para o apóstolo que somente na presença do Senhor é que podemos estar firmados segundo Cristo, e não segundo o mundo. O apóstolo é uma prova viva de como o mundo afetado pelo pecado, faz oposição contra a mensagem apostólica, a mensagem de Jesus Cristo: "Recebi dos judeus cinco quarentenas de açoites menos um. Três vezes fui açoitado com varas, uma vez fui apedrejado, três vezes sofri naufrágio, uma noite e um dia passei no abismo; Em viagens muitas vezes, em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos dos da minha nação, em perigos dos gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre os falsos irmãos; Em trabalhos e fadiga, em vigílias muitas vezes, em fome e sede, em jejum muitas vezes, em frio e nudez" (2 Co 11.24-27). Presenciamos notícias estarrecedoras na televisão, no rádio, na internet, nos jornais e em cidades e bairros. Parece-nos que aonde quer que olhemos, encontraremos desgraças e crises das mais variadas formas. O apóstolo João diz que é o mundo (com a atuação crescente de Satanás) jaz no maligno (1 Jo 5.19) e que o espírito do anticristo já está agindo no mundo (1 Jo 2.18,19). 

A falta do amor passa-se pela sua maior ênfase em sua carta: o amor não fingido (1 Jo 4.7-11). O sofrimento atroz dos cristãos e de muitas pessoas piedosas e humildes durante as épocas foram realizadas em razão do detrimento do amor, conforme diz Paulo: "O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade" (1 Co 13.4-6).


Aonde há falta de amor à Cristo e à sua poderosa palavra, certamente ali se encontra uma habitação para a prática da iniquidade (Jo 3.4-6).


Referências:

Anderson Ribeiro. 1ª Coríntios - Conduta Cristã Digna nos Dias de Hoje. São Paulo: Evangelho Avivado, 2017.

Anderson Ribeiro. A Obra Gloriosa da Evangelização. São Paulo: Evangelho Avivado, 2019.

Anderson Ribeiro. O Sermão da Montanha. São Paulo: Evangelho Avivado, 2018.

Carlos Vagner. O Sermão Profético. São Paulo: Evangelho Avivado, 2018.

Emanuel Barros e Everton Souza. O Progresso do Evangelho. São Paulo: Evangelho Avivado, 2018.

Matheus Gonçalves. O Evangelho do Médico Amado. São Paulo: Evangelho Avivado, 2019.

Matheus Santos. Atos - A Missão da Igreja no Mundo. São Paulo: Evangelho Avivado, 2017.

Marcos Rogério. Defendendo o Evangelho de Cristo. São Paulo: Evangelho Avivado, 2018.

Marcos Rogério e Leonardo Pereira. No Mundo Tereis Aflições. São Paulo: Evangelho Avivado, 
2018.

Maxwell Barbosa. Andando como Ele Andou. São Paulo: Evangelho Avivado, 2018.

Romulo Ataíde. O Cristão e a Pós-Modernidade. São Paulo: Evangelho Avivado, 2018.

Oliveira Silva. A Missão dos Discípulos de Cristo. São Paulo: Evangelho Avivado, 2018. 

Oliveira Silva. O Fundamento da Igreja de Cristo. São Paulo: Evangelho Avivado, 2019.

sexta-feira, 14 de junho de 2019

Comentário Bíblico Mensal: Junho/2019 - Capítulo 2 - Orientações Ministeriais




Comentarista: Mickael Ferreira



Texto Bíblico Base Semanal: Tito 1.5-9

5. Por esta causa te deixei em Creta, para que pusesses em boa ordem as coisas que ainda restam, e de cidade em cidade estabelecesses presbíteros, como já te mandei:
6. Aquele que for irrepreensível, marido de uma mulher, que tenha filhos fiéis, que não possam ser acusados de dissolução nem são desobedientes.
7. Porque convém que o bispo seja irrepreensível, como despenseiro da casa de Deus, não soberbo, nem iracundo, nem dado ao vinho, nem espancador, nem cobiçoso de torpe ganância;
8. Mas dado à hospitalidade, amigo do bem, moderado, justo, santo, temperante;
9. Retendo firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina, como para convencer os contradizentes.

Momento Interação

A carta de Paulo a Tito, assim como suas cartas para Timóteo, contém inúmeros conselhos do Apóstolo Paulo aos líderes da Igreja. No capítulo 1 desta epístola a qual iremos estudar esta semana, Paulo instrui Tito a ordenar os líderes da Igreja e, depois, relaciona algumas qualificações para os bispos. Ele instrui o jovem obreiro Tito a corrigir as heresias e a repreender com grande veemência os falsos mestres que confessam que conhecem a Deus, porém com as suas obras o negam (Tt 1.16). Oremos ao Senhor, rogando-o para que nos ajude a discernir os muitos espíritos em nosso meio (1 Jo 4.1) de maneira a não sermos enganados ou levados por todo vento de doutrina.

Introdução

1. PAULO, servo de Deus, e apóstolo de Jesus Cristo, segundo a fé dos eleitos de Deus, e o conhecimento da verdade, que é segundo a piedade,  2. Em esperança da vida eterna, a qual Deus, que não pode mentir, prometeu antes dos tempos dos séculos; 3. Mas a seu tempo manifestou a sua palavra pela pregação que me foi confiada segundo o mandamento de Deus, nosso Salvador; 4. A Tito, meu verdadeiro filho, segundo a fé comum: Graça, misericórdia, e paz da parte de Deus Pai, e da do Senhor Jesus Cristo, nosso Salvador (Tt 1.1-4).

Paulo faz aqui nesta saudação a definição de quem ele é em Cristo e se define como primeiramente servo de Deus, (note que a função de servo por ele é considerada superior às demais) e depois então como apóstolo de Cristo (vale lembrar que os generais romanos que faziam a conquista de um território e que faziam que a partir dali a cultura romana tomasse o lugar da cultura anterior, eram chamados de apóstolos) e tudo isso segundo a fé daqueles que foram escolhidos por Deus (antes da fundação do mundo) e através do conhecimento da verdade (a verdade é uma pessoa e essa pessoa é Cristo - João 14.6) e só quem se torna piedoso é que pode conhecer esta verdade em sua plenitude. Somos primeiramente servos de Deus e esse deve ser o que almejamos primeiramente em nossas vidas e precisamos ter nossa vida guiada pelo Espírito em submissão para podermos verdadeiramente conhecermos a Cristo em toda a sua plenitude.

Paulo aqui começa a nos mostrar que precisamos estar esperançosos e fundamentados para a vida eterna que foi prometida pelo próprio Deus a nós e que esse mesmo Deus antes que qualquer coisa existisse já havia feito essa promessa e que Ele não pode mentir ( não há mentira N'Ele - Salmo 31.5, pois ele é a própria verdade. Não é homem para que minta - Números 23.19). Esse Deus que não é mentiroso e nem mesmo pode mentir, pois N'Ele só há verdade nos prometeu a vida eterna antes mesmo que fôssemos formados no ventre de nossa mãe. Está é nossa esperança.

I. A Missão e a Responsabilidade de Tito

5. Por esta causa te deixei em Creta, para que pusesses em boa ordem as coisas que ainda restam, e de cidade em cidade estabelecesses presbíteros, como já te mandei: 6. Aquele que for irrepreensível, marido de uma mulher, que tenha filhos fiéis, que não possam ser acusados de dissolução nem são desobedientes. 7. Porque é necessário que o bispo seja irrepreensível, como mordomo da casa de Deus, não soberbo, nem iracundo, nem dado ao vinho, nem espancador, nem cobiçoso de torpe ganância; 8. Mas dado à hospitalidade, amigo do bem, moderado, justo, santo, temperante; 9. Retendo firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina, como para convencer os contradizentes (Tt 1.5-9).

Agora a partir desse momento começa a ser descrita a missão de Tito em Creta que era primeiramente colocar todas as coisas necessárias em ordem e após isso que ele fosse de cidade em cidade preparando e estabelecendo presbíteros nessas regiões. Pessoas preparadas para fazer o mesmo em sua cidade. Algo já comunicado por Paulo anteriormente e relembrado agora.

Temos uma missão no Senhor é precisamos estar atentos ao seu derramar sobre nós e a partir daí deixar todas as coisas em ordem e preparar pessoas para que possam ir além  de nós. A partir daqui os requisitos para ser tornar um presbíteros começam a ser descritos. Não pode haver nada que o desabone em sua conduta, precisa ter uma única mulher e ter filhos que andam nos princípios e que também não podem ser desabonados em seu viver.

Precisamos ser aqueles homens que são  irrepreensíveis em sua conduta fora ou dentro do nosso lar. Homens fiéis às suas esposas (mulheres fiéis a seus maridos) que tenham uma só esposa  (cada um cumprindo o seu papel - Efésios 5.22,25) e que sejam capazes de governar a sua casa e seus filhos prepara do os mesmos para serem irrepreensíveis em suas ações e que se tornam obedientes a seus pais e tenentes a Deus. Era ainda necessário  que o Bispo fosse alguém irrepreensível  e que cuidasse com zelo da casa de Deus e que não tivesse espírito de soberba, que não fosse raivoso, nem alcoólatra e que não agredisse sua família de que não desejasse coisas vãs.

Estas qualidades ainda são necessárias hoje e devemos ser o exemplo para os demais, não tendo do que nós envergonhar, zelosos pela casa e pelas coisas de Deus e que não se achando melhor que os demais,  moderados, não beberrão, que cuida bem da sua família em amor e que não perde seu tempo com as coisas vãs desse mundo. Precisa ainda ser hospitaleiro, praticante do bem, moderado em suas posturas e ações, que pratica a justiça, que tenha uma vida santa e equilibrada, atribuições que nós enquanto cristãos precisamos ter pois devemos ser acolhedores, amantes da justiça, precisamos em todo tempo e em todo lugar sermos moderados em todas as áreas de nossa vida, sermos exemplos, andando em santidade e equilibrados em nossas emoções. 

O Bispo ainda precisa manter a palavra firme e fiel às escrituras segundo a doutrina estabelecida por Deus para que ele seja poderoso em palavras em Deus, para que possa repreender segundo a  sã doutrina e que possa até convencer aqueles que deturpam a palavra. Fato é que precisamos ser pessoas que conhecem bem a palavra de Deus , que manejam bem a palavra e que andam segunda às doutrinas estabelecidas pelo próprio Deus a ponto de convencer cada um que se opõe ou deturpam as Escrituras.

II. As Características do Despenseiro da Casa de Deus

No tempo do próprio Deus a sua palavra (o próprio Cristo - João 1.1) foi revelada através da pregação que foi dada e revelada a Paulo segundo o mandamento e vontade de Deus que é aquele que nós trouxe para ele é nós salvou.

Deus faz tudo no seu tempo e não no nosso (Ele não se atrasa - 2 Pedro 3.9). E no seu tempo através da ministração da palavra que foi confiada a alguém nos alcançou e agora nos devemos  fazer o mesmo pois esta palavra já foi confiada a nós e tem que alcançar a outros. Esse é um mandamento do nosso Senhor e Salvador. Tito era filho na fé de Paulo (2 Co 8.23), alguém que se converteu através do ministério de Paulo. Vale lembrar que Paulo chamava de filhos os seus discípulos mais fiéis a Cristo. Segundo a fé comum ou única de quem Cristo é e qual o seu propósito (só há salvação através de Cristo - João 14.6). 

Agora então, ele declara sobre Tito  a Graça, que é o favor imerecido de Deus liberados aos seus, misericórdia que é o coração de Deus na miséria humana e paz da parte de Deus, uma paz que excede a paz humana, a paz que mesmo em momentos tensos e de dificuldade traz tranquilidade aos seus. Essa mesma paz excede do próprio Cristo e é derramada sobre nós. Cristo é a nossa salvação. Precisamos ser bons filhos espirituais  que compreendem aquilo que os pais têm liberado sobre nós e aí também nos tornarmos bons pais espirituais que investem em seus filhos para que eles provem do melhor de Cristo. Homens cheios de graça e que entendem que receberam misericórdia do Pai e por isso pratica a misericórdia a todos e que vivem a paz que vem do trono da graça e que norteia nossa vida.

III. Retendo Firme a Fiel Palavra

A fiel palavra do Deus Todo-Poderoso é que vai nos manter forte o suficiente para batalhar e vencer todas as adversidades que possam passar. Deus é primeiramente Fiel e verdadeiro em tudo que faz e fala. Suas promessas e bênçãos são fiéis. Conhecer verdadeiramente o ‘dono’ desta Palavra, é o que vai modificar todo o nosso amor a essa palavra. Jesus diz “Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito”. Pedir o que bem “quisermos”! Logo pensamos em muitas coisas. Mas, a parte mais interessante que acho nesse versículo é quando Ele diz “Se vós estiverdes em Mim” e não apenas Ele, mas “e as minhas palavras estiverem em vós”. Logicamente, vemos nesse texto, que é impossível separar uma coisa da outra. Quem está em Cristo, precisa e tem que ter em si as Palavras d’Ele. É essa ligação, que poucos não entendem e vivem uma vida “cristã” totalmente sem nexo com as verdades do Evangelho.

A mídia e muitas igrejas mostram um Deus, mostram um Cristo de uma maneira bem diferente no que realmente diz em Sua palavra. A razão e motivo de Paulo falar a Tito, para ele “reter firme” a Palavra Fiel, é que ele sabia dos riscos que há do cristão errar nisso e como os resultados são tristes. Que possamos dá ouvidos a Paulo e sermos “poderosos” no nosso modo de viver o Evangelho, pois somente assim podemos combater o falso Evangelho e ajudar a todos que precisam conhecer esta “fiel palavra”.

Conclusão

O crente em Cristo é nascido de Deus, pois ao crer em Cristo recebe poder para ser feito filho de Deus (Jo 1.12). Esta ‘criança’ recém-nascida pertence a uma nova geração, a geração eleita, a geração de Cristo (último Adão), que contrasta com a geração ‘perversa’, a geração de Adão (1 Pe 2.9). Apesar do crente em Cristo continuar em um corpo mortal sujeito às provações, tentações, vicissitudes e aflições desta vida, por ter recebido poder de ser criado (feito) filho de Deus, é um ser espiritual, pois os nascidos do Espírito são espirituais (Jo 3.9; 1 Jo 4.17; 1 Co 15.48). Ao ressurgirem com Cristo compartilham da glória de Cristo, porque para este propósito foram de novo gerados “E eu dei-lhes a glória que a mim me deste, para que sejam um, como nós somos um” (Jo 17.22; 2 Pe 1.4). Que o nosso principal propósito a cada dia, devem ser ouvir e enfatizar verdades que ajudem a todos experimentarem mais da Palavra de Deus e saberem o quão sábio é, aquele que dá ouvidos a essas palavras. Busquemos ser claros e com temas em pontos específicos da vida.

terça-feira, 11 de junho de 2019

O Testemunho Cristão



Esse texto tem como objetivo discorrer sobre o testemunho cristão. O testemunho cristão gira em torno de uma vida de piedade, onde as pessoas olham para sua vida e veem algo diferente pela sua conduta. E também por pregar o evangelho às pessoas, anunciando Cristo a elas. Na Bíblia vemos do Antigo ao Novo Testamento, que as palavras e vida do cristão devem andar em harmonia, uma não pode contradizer a outra, se houver, seu testemunho não será aceito diante da sociedade.

1. O que é uma Testemunha?

Segundo o dicionário português, “é uma pessoa que presencia um acontecimento e é chamada para dizer o que viu e ouviu”. Segundo o dicionário bíblico, “é aquele que presenciou qualquer coisa”. Podemos perceber através das duas afirmações, que testemunha é uma pessoa que presenciou algum fato.

2. Testemunha no Antigo Testamento

A) Esfera judicial:

No velho Testamento a testemunha estava mais voltada para a esfera judicial (Dt 19.14- 21). Se acontecesse algum crime ou adultério, pessoas eram chamadas para depor de acordo com a lei, na lei não era aceito uma testemunha, mas duas ou mais.

B) Israel como Testemunha

Deus disse para a nação de Israel: vós sois as minhas testemunhas (Is 43.10). Quando Deus disse essas palavras por intermédio do profeta Isaias, era mensagem de esperança para a nação quando retornasse do cativeiro, eles veriam a mão poderosa de Deus agindo no meio deles e seriam testemunhas disso tudo. Vale ressaltar, que o proposito de Deus para com a nação de Israel, era de coloca-los como luz para as outras nações, que estavam nas trevas e não conheciam a Deus. Então, Israel deveria falar quem Deus é e o que Ele faz para as outras nações. Com isso, aprendemos que é dever de todo cristão falar quem Deus é e o que Ele faz. Você tem feito isso? 

3. Testemunha no Novo Testamento

O testemunho na Nova Aliança está voltado à pregação do Evangelho. Jesus disse: mas recebereis poder; ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra. O comprimento dessa passagem pode visto no livro de Atos, aonde os discípulos saíram pregando o Evangelho em muitos lugares.

4. Testemunha nos Evangelhos

Nos Evangelhos encontramos Jesus ensinando sobre como ser uma testemunha autêntica. Um dos seus ensinos sobre o assunto foi que o cristão é o “sal da terra e luz para o mundo” (Mt 5.13-16). O sal no contexto de Cristo era usado não como sabor, mas como conservante. Jesus estava dizendo para os discípulos, que eles foram chamados para impedir ou retardar a corrupção no mundo. Aprendemos com isso, que os cristãos estão no mundo para exercer influência. Você faz isso?

Jesus disse também que se o sal for insípido, ele serve apenas para ser pisado pelos homens. Quando o sal perdia o sabor, os sacerdotes guardava-o no templo em uma jarra, nos dias de chuva o pátio do templo ficava bastante liso e era arriscado ter acidentes. Então, o sacerdote pegava esse sal sem sabor e jogava no pátio para evitar acidentes. Com isso, Jesus deixou claro que quando o sal perde o sabor serve apenas para ser pisado pelos homens, ou seja, seu testemunho de vida não é aceito dentro da sociedade. 

Jesus disse que somos luz para esse mundo, Cristo afirmou que não se pode esconder uma cidade em uma montanha. Isso se referia ao testemunho, mas muitos vivem como se não fossem cristãos.

A)  A mensagem a ser pregada:

Encontramos nos Evangelhos os tipos de mensagens que as testemunhas deveriam anunciar, temos uma grande diferença desde Cristo até a igreja atual:

1. Jesus pregou o arrependimento (Mt 4.17);
2. Jesus instruem os discípulos pregarem o arrependimento e remissão dos pecados (Lc 24.47-49);
3. Pedro nos dias de Pentecostes prega o arrependimento (At 2.38)
4. Igreja atual: Jesus te ama, ele tem um plano na sua vida, vem pra Jesus que sua vida vai mudar... Percebeu a mudança desde Cristo até a igreja atual? Hoje é difícil um pregador chamar alguém ao arrependimento, geralmente são mais mensagens antropocêntricas e de alto-ajuda. Que Deus possa levantar mais pregadores compromissados com sua Palavra.

B) Discipulado

Jesus disse aos seus discípulos: ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações [...] (Mt 28.18-20).  A ordem nesse texto não cai tanto no ide, mas “em fazer discípulos”, Jesus não mandou apenas pregar o Evangelho, mas fazer discípulos! Muitas pessoas pensam que ao pregar ou levar alguém a igreja está cumprindo o ide. Cumpre o ide quem se aplica ao discipulado,  “discipulado requer acompanhamento e tempo, como Cristo fazia”. O dever do discipulador é ensinar a guardar o que Cristo ordenou e batizar (Mt 28.19,20). Depois da ascensão de Cristo aos céus, os discípulos fizeram isso na prática, basta olhar o livro de Atos. Eles ensinavam as ordenanças de Cristo e batizavam. 

C) Testemunha no Lar 

Jesus expulsa certo demônio que habitava na cidade dos gadarenos. A historia relata que esse homem vivia pelos sepulcros a noite clamando e ferindo-se com pedras, ninguém o dominava com correntes ou cadeias, pois ele soltava-se. Quando ele encontra-se com Jesus, imediatamente Jesus expulsa o demônio e o homem fica curado, sendo noticia em toda a cidade Decápolis. Depois de tudo, Jesus entra no barco e homem suplica que o deixe ir com o mestre. Mas Jesus ordena-o: vai para tua casa e anuncia aos teus tudo que o Senhor fez e como teve compaixão de ti. 

O testemunho desse homem com certeza seria poderoso se ele fosse com Cristo, mas Jesus mandou aquele homem para sua casa, para anunciar aos seus o Evangelho. Não adianta o cristão fazer a obra missionária em outros países, se ele não o faz na sua casa. Jesus mostrou para aquele homem que a sua casa, era o seu campo missionário, Paulo disse quem não cuida dos seus e principalmente dos de casa, negou a fé e é pior que o infiel (1Tm 5.8). Portanto, o nosso lar é o nosso maior campo missionário. 

5. Testemunha em Atos 

Os discípulos em Atos testemunharam de cristo no “poder do Espirito Santo”. Jesus antes de subir ao céu, ordenou que eles ficassem em Jerusalém até que do alto fossem revestidos de poder. Depois de eles guardarem as palavras de Jesus, foram revestidos de poder no dia de Pentecostes e saíram anunciando o Evangelho de Cristo. Em Atos 3 após a cura de uma coxo que vivia na porta do templo, Pedro e João foram interrogados sobre a autoridade com que tinham feito aquilo. Pedro cheio do Espirito Santo disse que foi em nome de Jesus (At 4.8). 

Se quisermos testemunhar de Cristo, precisamos do poder do Espírito Santo em nossas vidas para pregar o Evangelho como os discípulos fizeram. Segundo Hernandes Dias Lopes, “uma coisa é termos o Espirito Santo como habitação e outra coisa é termos o poder do Espirito Santo”. 

E como os discípulos receberam esse poder? Podemos observar que foi por intermédio da oração. Eles aguardaram a promessa de serem revestidos de poder em oração (At 1.5,14). No capitulo 4 de Atos, os discípulos sofreram perseguição das autoridades religiosas por pregar o Evangelho. Após isso, eles oraram a Deus e o lugar em que estavam reunidos tremeu, ficaram cheios do Espirito Santo e anunciaram a palavra de Deus com intrepidez (At 4.31).

Você tem vivido uma vida de oração? Saiba que para testemunhar de Cristo é fundamental ter uma vida de oração.

6. Testemunha nas Epistolas 

As epistolas segue os mesmos princípios dos Evangelhos, destacando a vida cristã e a forma de pregar. O apóstolo Paulo descreve os cristãos como o bom perfume de Cristo, esse aroma deve ser espalhado (2Co 2.14-17). Paulo escrevendo a igreja de Filipenses, disse que eles deveriam andar diante da sociedade de forma irrepreensível e sincera, assim estariam pregando a palavra e ganhando credibilidade (Fp 2.15,16). Para a igreja de Colossenses, deveriam falar com sabedoria com os de fora (Cl 4.5,6). Escrevendo para igreja da Ásia, disse que eles deveriam defender a fé cristã, mesmo diante das dificuldades. 

Tanto Paulo como Pedro, mostram que para ser uma  testemunha de Cristo, é preciso que primeiro haja um testemunho pessoal, ou seja, uma vida cristã autêntica.

Conclusão 

Portanto, o que podemos aprender sobre ser uma testemunha de Cristo, é que minhas palavras e ações devem andar em plena harmonia. Jesus ensinou a importância do testemunho pessoal no sermão da montanha, comparando que devemos ser como sal para a  terra e a luz para o mundo. Jesus também nos mostrou a mensagem apropriada para pregarmos. As epistolas e o próprio Antigo Testamento dão ênfase a isso. Como disse Kenneth Wieske:

O Brasil tem milhões de evangélicos que não fazem diferença na sociedade, porque pregam o Evangelho do Deus que precisa do homem ao invés do Evangelho do homem que precisa de Deus”.

Referências:

Dicionário Português – Geraldo Mattos
Enciclopédia Bíblica – Orlando Boyer 
Pregação Expositiva – Hernandes Dias Lopes
Novo Manual dos Usos & Costumes dos Tempos Bíblicos – Ralph Gower 

Sidney Muniz

sexta-feira, 7 de junho de 2019

Comentário Bíblico Mensal: Junho/2019 - Capítulo 1 - Introdução da Epístola a Tito




Comentarista: Mickael Ferreira



Texto Bíblico Base Semanal: Tito 1.1-4

1. Paulo, servo de Deus, e apóstolo de Jesus Cristo, segundo a fé dos eleitos de Deus, e o conhecimento da verdade, que é segundo a piedade,
2. Em esperança da vida eterna, a qual Deus, que não pode mentir, prometeu antes dos tempos dos séculos;
3. Mas a seu tempo manifestou a sua palavra pela pregação que me foi confiada segundo o mandamento de Deus, nosso Salvador;
4. A Tito, meu verdadeiro filho, segundo a fé comum: Graça, misericórdia, e paz da parte de Deus Pai, e da do Senhor Jesus Cristo, nosso Salvador.

Momento Interação

Prezados estudantes da Palavra do Senhor. Vivemos realmente dias muito difíceis, com prenúncios de maiores coisas terríveis ainda por destruir uma nação por completo tanto dentro (Igreja) quanto por fora (Sociedade por inteiro). Dias estes em que se não estivermos plenamente orientados e guiados pela genuína Palavra de Deus, jamais seremos capazes de crescermos na fé, e glorificarmos ao Senhor com as nossas vidas, com todo o nosso ser. Por isso, estudaremos neste mês acerca da Epístola do Apóstolo Paulo a Tito com o tema: Epístola a Tito - Crescimento e Maturidade Espiritual. Um tema importante, urgente e extremamente vital para podermos sermos cristãos mais capacitados para a obra do Senhor, com o objetivo de sermos o sal da terra e a luz do mundo. O comentarista deste mês é o pastor Mickael Ferreira. Ministro do Evangelho, escritor, membro do Ministério Evangelho Avivado e Pastor-Titular da Missões Evangelísticas Vinde Amados Meus (MEVAM) da cidade de São Gonçalo - RJ. Desejamos a todos, bons estudos na Epístola de Paulo a Tito e que o Senhor vos abençoe!

Introdução

Nesta carta Paulo relembra a Tito às instruções passadas a Ele sobre a ordenação dos Presbíteros. No capítulo 1.1-4 Paulo começa fazendo sua apresentação e saudação na carta direcionada ao seu filho na fé Tito, após esta introdução agora nos versículos 5-16 Paulo lembra a Tito do porque o deixou em Creta e de suas instruções para ordenação de Presbíteros frisando a importância dos mesmos de serem um padrão moral para que a sã doutrina seja mantida, além de serem capazes de refutar os  oponentes enganadores vãos principalmente os das circuncisão que dizem conhecer a Deus, mas o negam com suas obras. No  Capítulo 2 (todo) até o capítulo 3.1-11 fala basicamente do ensino e Paulo então dá direção a Tito para que alcance às diferentes classes na igreja de Creta tais como Os homens e mulheres velhos, homens e mulheres jovens e escravos, ensinando os que devem ter suas vidas pautadas no evangelho, que renunciam a piedade e que vivam uma vida de santidade. Paulo ainda exorta a Tito que os ensine a respeito da vida fora da igreja que devem ser gentis, submissos às autoridades e que se lembrem que já foram libertos dos costumes pagãos e que sejam exemplo para os demais e que ainda que evitem conversas tolas e que rejeitem os hereges. A partir do capítulo 3.12-15  Paulo instrui a Tito que se encontro com ele em Nicópolis e que observem a Zena e Apolo para que sejam cumpridos em suas necessidades e que mantenham a boa obra e que não  sejam infrutíferos   e faz sua saudação final.

I. Autoria da Epístola

Essa epístola foi escrita pelo Apóstolo Paulo a Tito, que era um líder local da Igreja, e contém seus conselhos a esse líder (o que também ocorre nas epístolas a Timóteo), conselhos esses que permanecem sempre atuais. Paulo escreveu que a “esperança da vida eterna” se deve a uma promessa feita por Deus na vida pré-mortal “antes dos tempos dos séculos” (Tt 1.2). Ele ensinou que os santos devem aguardar “a bem-aventurada esperança” da exaltação e da Segunda Vinda (Tt 2.13). Paulo também escreveu a Tito sobre a “lavagem da regeneração” e sobre a “renovação do Espírito Santo” em alusão à ordenança do batismo e ao efeito purificador do recebimento do dom do Espírito Santo, ambas as ordenanças preparatórias para que sejamos “feitos herdeiros segundo a esperança da vida eterna” (Tt 3.5,7). Por meio do estudo dos conselhos inspirados de Paulo a Tito, nós podemos passar a ter mais fé na esperança de vida eterna que as doutrinas e ordenanças do evangelho trazem.

II. Data e Local da Escrita da Epístola

Tito faz parte das chamadas epístolas pastorais que compreendem além dela  1 Timóteo e 2 Timóteo, São cartas de cunho pessoal . No caso de Tito, a carta foi escrita em Nicópolis, na costa ocidental da Grécia para organização da igreja local através de Tito. O intuito principal da Epístola é o padrão ético, moral e governamental da igreja e de seus membros. Acredita -se que esse livro foi escrito entre 63 e 65 d.C por Paulo. Neste livro podemos achar as qualificações dos líderes da igreja e suas normas para uma vida cristã aos moldes bíblicos e como se relacionar com as pessoas. A fé aliada aos mandamentos bíblicos vencem qualquer barreira, inclusive as barreiras relacionais. Esta carta foi escrita o intuído de  organizar a igreja da época na região onde Tito estava estabelecido e ele era mais que um amigo íntimo era filhos espiritual e protegido de Paulo como consta em 2 Coríntios 8. 23: "Quanto a Tito, é meu companheiro, e cooperador para convosco; quanto a nossos irmãos, são embaixadores das igrejas e glória de Cristo".

III. O Destinatário da Epístola

Tito era um ajudante de confiança de Paulo e o mesmo o chama de meu verdadeiro filho segundo a fé, mas é interessante salientar que não a referências a seu respeito em Atos dos Apóstolos e encontramos referência  a ele é em Gálatas 2.1 onde Paulo está com Barnabé e leva Tito com ele.e no versículo 3 volta a ser citado como grego e que não foi obrigado a se circuncidar. Em 1 Coríntios 16.10, Tito não recuou de sua tarefa  de completar a coleta para os santos na Judéia,  2 Coríntios 8.16,17. Tito estava entusiasmado com os coríntios, estava livre de motivos errados em sua obra para com eles, e seguia nos passos do apóstolo (2 Co 12.18).

IV. O Propósito da Epístola

O objetivo dessa Epístola além de intimar Tito a encontrá-lo e dar diretrizes sobre os presbíteros e a igreja é de manter a fé e rejeitar e refutar todo tipo de heresia e que a vida que cristã está fundamentada na graça de Deus. Vale lembrar ainda que a igreja de Creta ainda não tinha estabelecido os presbíteros e essa era a função de Tito. Segundo o Manual Bíblico Vida Nova, podemos dividir estes três capítulos em 6 partes:

1. Introdução (Tt 1.1-4). Nesse quatro primeiros versículos Paulo faz toda a introdução para o desenrolar de todo o livro de Tito,. Aqui ele se apresenta e define as suas qualificações e prioridades.

2. A escolha dos presbíteros (Tt 1.5-9). A partir deste trecho Paulo começa explanar sobre a necessidade de preparar e levantar presbíteros e quais eram as qualificações necessárias para que os mesmos pudessem exercer as suas funções  pautados em Deus.

3. A repreensão dos falsos mestres (Tt 1.10-16). Nesse trecho da carta ele começa a descrever os falsos mestres e aquilo que eles têm feito no meio da igreja e o quanto são nocivos as famílias e exorta que  os mesmos precisam ser expostos, confrontados, repreendidos e até mesmos retirado do meio da igreja.

4. Os diversos grupos da igreja (Tt 2.1-15). Nesse momento ele fala a respeito dos diversos grupos que estão inseridos em nossa comunidade de fé e qual deve ser o proceder com os mesmos, sempre seguindo os padrões morais e éticos das escrituras.

5. A responsabilidade da vida cristã (Tt 3.1-11). Nós enquanto homens que professam a fé em Cristo precisamos seguir o padrão de vida segundo as Escrituras e que temos uma responsabilidade segundo essa mesma vida, para que sejamos modelos para que outros possam seguir e assim possuírem uma vida digna perante Deus.

6. Últimos pedidos pessoais (Tt 3.12-15). Aqui chega o fim da carta onde Paulo faz pedidos pessoais  e declara a bênção sobre Tito é os demais.

Conclusão

A Epístola do apóstolo Paulo a Tito é com certeza, um livro fundamental para esse tempo. Se de verdade quisermos formar uma boa organizações eclesiástica nós moldes bíblicos, preparando pessoas, desmascarado o impuro e colocando o puro em evidenciando o puro, evidenciando o verdadeiro para que o falso seja exposto. Construindo uma igreja sarada, viril e unida para enfrentar as adversidades deste tempo. A carta de Tito nós mostra todas as dificuldades,  mas a alegria das conquistas em Deus nesses tempos difíceis. Precisamos achar e preparar líderes qualificados para que o reino seja implantado segundo aquilo que Deus estabeleceu. Será estabelecido debaixo de muita luta e choro, mas trarão tempos de extremas alegrias para os que permanecem fiéis a sua Palavra.
Deus seja glorificado!