terça-feira, 30 de abril de 2019

Comentário Bíblico Mensal: Abril/2019 - Capítulo 5 - A Evangelização na Atualidade




Comentarista: Anderson Ribeiro



Texto Bíblico Base Semanal: Mateus 22.1-10

1. Então Jesus, tomando a palavra, tornou a falar-lhes em parábolas, dizendo:
2. O reino dos céus é semelhante a um certo rei que celebrou as bodas de seu filho;
3. E enviou os seus servos a chamar os convidados para as bodas, e estes não quiseram vir.
4. Depois, enviou outros servos, dizendo: Dizei aos convidados: Eis que tenho o meu jantar preparado, os meus bois e cevados já mortos, e tudo já pronto; vinde às bodas.
5. Eles, porém, não fazendo caso, foram, um para o seu campo, outro para o seu negócio;
6. E os outros, apoderando-se dos servos, os ultrajaram e mataram.
7. E o rei, tendo notícia disto, encolerizou-se e, enviando os seus exércitos, destruiu aqueles homicidas, e incendiou a sua cidade.
8. Então diz aos servos: As bodas, na verdade, estão preparadas, mas os convidados não eram dignos.
9. Ide, pois, às saídas dos caminhos, e convidai para as bodas a todos os que encontrardes.
10. E os servos, saindo pelos caminhos, ajuntaram todos quantos encontraram, tanto maus como bons; e a festa nupcial foi cheia de convidados.

Momento Interação

Pense na revolução que poderíamos fazer se, utilizando as mídias digitais, pudéssemos testemunhar com as nossas vidas, com nossos bons exemplos, o Evangelho em nós. Seria uma revolução do amor. Mas ainda é tão difícil encontrar a dose certa, não é verdade?

Da mesma forma como seus valores devem permanecer com você em qualquer lugar, com quaisquer tipos de pessoas que encontre, você não retira o cristianismo de você quando está fora da igreja. Os valores cristãos devem te acompanhar por onde andar. Você, guiado por Jesus Cristo, se encontra no  centro de evangelização em todos os sentidos, quer seja falando presentemente, quer seja nas redes sociais. Evangelizemos a tempo e fora de tempo (2 Tm 4.2).

Bons Estudos! 

Introdução

Evangelho é boas novas do Senhor Jesus Cristo, perfeitamente compreensível por todos. Evangelismo é na verdade, a tarefa de testemunhar do Senhor Jesus àqueles que estão perdidos. É especificamente a Grande Comissão que foi entregue pelo Senhor Jesus aos seus discípulos (Mt 28.19,20). Fazer discípulos, batizá-los e ensinar-lhes o que aprendemos do Senhor Jesus é o autêntico evangelismo, e, portanto, a responsabilidade de cada crente. Existe, até certo ponto, um abandono desta atividade tão prima, na igreja atual por parte daqueles que a compõe. Há um estado de acomodação ao ambiente das quatro paredes e raramente nos aventuramos a uma saída para o campo evangelístico.

Outrora, estávamos acostumados ver aos finais de semanas, a leitura da lista de vários nomes dos novos convertidos que foram evangelizados e ganhos pela igreja durante a semana, para que pudéssemos discipular e integrá-los. Nos dias atuais entra mês, sai mês, não vemos a menção sequer de alguém, que por ventura, tenha se decidido por Cristo. Isto é tão sério, e não obstante à seriedade do fato, não nos incomodamos com esta situação. Para alguns, tudo normal. Se não há evangelização, então, há uma falha grave que precisa ser corrigida urgentemente, pois essa pratica é uma das mais profundas características do Cristianismo. Esse é sem dúvida um trabalho primacial e da maior importância para a Igreja do Senhor Jesus.

I. A Evangelização na Atualidade

Não há tarefa mais importante destinada à Igreja do Senhor Jesus, que anunciar a salvação através de Cristo a toda humanidade. A Igreja primitiva se ocupou primacialmente desta tarefa. A evangelização foi de tal maneira desenvolvida pelos cristãos primitivos que, em aproximadamente dois anos, a Ásia Menor já havia sido alcançada. Tendo sido o Senhor Jesus assunto ao céu, o mundo de então passou a se ressentir da necessidade de uma mensagem que comunicasse paz e felicidade à alma. O poder romano, a filosofia grega e a religiosidade judaica não conseguiam atender os reclamos daquela geração. Mas com a descida do Consolador, capacitando a Igreja a realizar eficazmente o trabalho evangelístico, essas reivindicações puderam ser satisfeitas.

Pedro se dedicou à evangelização dos judeus. Filipe foi a Samaria. O apóstolo Paulo, Barnabé, Silas e Timóteo e outros cooperadores, voltaram-se aos gentios. A Igreja através do Espírito Santo se envolveu integralmente com o trabalho de evangelização dos povos. Nestes últimos dias, o Espírito Santo deseja usar todos os crentes para uma poderosa operação evangelística, porque a maior necessidade do mundo atual é ouvir a única mensagem que salva o pecador: o Evangelho de Cristo. E esta necessidade se torna mais premente se levarmos em conta que, face ao crescimento demográfico, o mundo encontra-se, hoje, menos evangelizado que nos dias de Paulo. Não queremos dizer que este ou aquele método é o correto para se realizar o trabalho evangelístico. O importante é que o Espírito Santo glorifica a Cristo quando realizamos a obra de evangelização sob sua direção. O trabalho evangelístico, efetivamente realizado pela igreja, precisa está bem definido. Além, do que, se deve entender que, em primeiro lugar, evangelizar não é uma opção; é uma obrigação (1Co 9.16).

II. A Evangelização em nossa Vida Social

A presença, inspiração e orientação do Espírito Santo tornará o trabalho realizado pelos cristãos, eficaz. Evangelizar sem a direção do Espírito Santo é trabalhar sem objetivos e incorrer em erros, além da ineficácia do trabalho. Atualmente os métodos de evangelismos têm sido aprimorados, e isso é bom, desde que não fujam aos princípios bíblicos que é sempre imutável e infalível: “Mas os que andavam dispersos iam por toda a parte anunciando a Palavra” (At 8.4). “E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor e confirmando a palavra com os sinais que se seguiram. Amém!” (Mt 16.20). A Palavra de Deus nos mostra o principio da evangelização efetivado na igreja, que infelizmente hoje se acha estagnado em grande parte das igrejas locais. Urge, pois, retornarmos imediatamente ao trabalho efetivo da evangelização, pois, esta é nossa principal tarefa nesta vida. A igreja deve empreender todo esforço possível no trabalho evangelístico, pois como enfatizou apóstolo Paulo, somos devedores. 

III. A Evangelização nas Mídias Sociais

Nunca o mundo esteve tão conectado com as mídias virtuais e eletrônicas. É importante ressaltar que a explosão da tecnologia digital trouxe uma série de benefícios ainda incalculável para a sociedade. Hoje em dia, muitos não se veem mais sem o uso de uma determinada mídia digital. Esta se engendrou na rotina diária das pessoas. Muitos hoje ganham a vida por intermédio do mundo virtual. Não batem mais o ponto ou cartão numa empresa física, mas por intermédio de um computador e de uma internet, abrem as suas empresas virtuais e fazem sua jornada de trabalho em casa ou em qualquer outro lugar do mundo. É bem verdade que o mundo da mídia digital não é somente “luz”, mas “trevas” também. Há um submundo das coisas mais torpes que o ser humano poderia pensar um dia em fazer. As palavras do consagrado romancista italiano, Umberto Eco, já falecido, sintetizam bem esse estado de coisas negativas no mundo virtual: “as redes sociais deram voz a legião de imbecis”. Para além do mundo virtual, mais especificamente as redes sociais são o reflexo do que está presente na natureza humana. Uma natureza decaída, esfacelada pela prepotência humana que não dá qualquer sinal de arrependimento e humildade. Pessoas não têm o pudor de expor e ridicularizar outras pessoas. É o predomínio do ódio, da ignomínia e da sabotagem de outras pessoas. Entretanto, é neste mundo que a Igreja de Cristo deve atuar. No lugar da imbecilidade das redes sociais, a Igreja deve levar uma mensagem e uma atitude diferenciadas. Mansidão, equilíbrio e domínio próprio são características que precisam ser notadas no uso dessa riqueza de mídia que a Igreja tem à disposição. A potência das redes sociais é algo absurdo! Grandes movimentos sociais no mundo foram combinados por intermédio delas. Se há mentira na mídia oficial, as redes sociais são as vozes de cada pessoa para desmentir o ocorrido. É de fato uma mídia poderosa à disposição da Igreja de Cristo e sem pagar caro por isso.

IV. A Evangelização em Tempo e Fora de Tempo

Uma exposição exegética de 2 Timóteo 4.2, segundo a qual Paulo não estaria sugerindo que deveríamos ser inconvenientes na pregação da palavra. Uma interpretação bem diferente do que tenho ouvido já há algum tempo. A  mensagem é imperativa: prega a palavra! E segundo a gramática, o imperativo é usado para indicar uma ordem, pedido ou exortação. Não há dúvida alguma de que essa é uma ordem de Paulo, e pesquisar o significado de “pregar a palavra” no contexto bíblico deveria ser nossa primeira preocupação para saber como responder à sua ordem. Será que “pregar a palavra” teria o mesmo significado de hoje, ou estaríamos agindo de uma maneira completamente diferente do que foi ordenado?

Paulo estaria referindo-se ao sermão estritamente evangelístico quando urge a Timóteo para pregar a palavra, insta em tempo oportuno ou não. Timóteo, o pastor aprendiz, recebia as últimas instruções de seu mestre: “Prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina.” O que ele quis dizer com “prega a palavra”? Seria o mesmo que “Evangeliza, insta...”?

Observe o final do versículo. Corrigir, repreender, exortar com longanimidade e doutrina são palavras associadas ao cuidado pastoral com suas ovelhas, seria coerente amarrar o início do versículo com o seu contexto final. Levando em consideração o contexto pastoral da epístola, ousaria parafrasear o versículo da seguinte maneira: “Prega a palavra para corrigir, repreender, exortar e doutrinar as suas ovelhas com toda a longanimidade”. Lembre-se que a palavra pregar [kérussó] também é utilizada em outros textos com o sentido de doutrinar. Ademais, os versículos anteriores (2Tm 3.16,17) também estão dentro do contexto de conselhos pastorais sem qualquer associação à prática de evangelização: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra”. De acordo com o contexto, toda a Escritura é útil para quê? Evangelizar ou doutrinar? Ensinar, repreender, corrigir e educar na justiça é próprio do trato pastoral com seu rebanho.

Conclusão

Precisamos nos agarrar ao contexto mais uma vez para entender o que Paulo chamava de tempo oportuno e inoportuno. No primeiro versículo do capítulo 3, ele diz que Timóteo enfrentaria tempos difíceis nos últimos dias. Comenta sobre a variedade de perseguições que sofreu em Antioquia, Icônio e Listra (2 Tm 3.11) e garante que todos quantos desejassem viver piedosamente em Cristo Jesus seriam perseguidos também (2 Tm 3.12).  Por esses motivos (tempos difíceis e perseguições), Paulo aconselha: Prega a palavra, prepara-te, quer seja oportuno, quer não... encarando tempos difíceis, ou não... sofrendo perseguição, ou não... porque haverá tempo em que o seu rebanho não suportará a sã doutrina (4:3). Ou seja, não deixe para fazer amanhã o que você pode fazer hoje pelo seu rebanho, mesmo que isso seja inconveniente para você. Portanto, esteja pronto! 

Pregar a palavra em tempo oportuno ou inoportuno era uma preocupação do pregador pelo seu próprio bem-estar, não dos ouvintes! Pregue a palavra, esteja preparado a tempo e fora de tempo” (2Tm 4.2). Esse também é o apelo de Paulo para cada um de nós. Devemos estar prontos para pregar a palavra, quer seja oportuno, ou não.

Hoje, gozamos de certa liberdade, mas, amanhã, poderemos enfrentar perseguições e muitas outras dificuldades para pregar a tão preciosa Palavra. Estaremos prontos! Isso é o que importa.  Preparar-nos-emos, porque entendemos corretamente a mensagem de 2 Timóteo 4.2. E não pregaremos de maneira inconveniente, importunando os ouvintes, uma vez que conhecemos a maneira mais apropriada de anunciar as boas novas de Cristo!




quarta-feira, 24 de abril de 2019

Oração, Leitura da Palavra de Deus e a Meditação




Por Leonardo Pereira



Estamos presentes em um período que ocorre muita polaridade nas mídias digitais aonde presenciamos um extenso crescimento do estudo da Palavra de Deus das mais diversas maneiras: textuais, expositivas, devocionais, etc. A cada dia, aparece ante nós um site novo de estudos bíblicos, um canal de vídeos na internet e inúmeros textos para estudos em casa, na rua, em qualquer hora, e em qualquer momento. Isto é significativamente bom, pois, outrora não havia tamanha facilidade para informações e os seminários e cursos teológicos eram bastante diversificados e bem desafiadores como por exemplo, para se locomover e encontrar um equilíbrio de tempo entre igreja, família e trabalho. De alguns anos para cá, este desenvolvimento e interação entre o estudo bíblico e as mídias digitais trouxe muitos benefícios que abençoaram e abençoam a vida de muitos de nossos irmãos em Cristo que tinham dificuldades em buscarem cursos bíblicos com estudos de qualidade.

A Interação entre as pessoas e as mídias digitais

Entretanto, temos nesta interação entre pessoas que estudam a Bíblia Sagrada e as mídias digitais um lado negativo da história. Com o crescimento desta diversidade midiática bíblica, inúmeras plataformas entraram por este caminho e buscaram soluções próprias para cooptar muitos seguidores para tais estudos. Entre muitos exemplos, presenciamos o surgimento de cursos com menor período de tempo, com um conteúdo de estudo bíblico muito pequeno em detrimento do que deveriam ser ensinado e assimilado pelos estudiosos das Escrituras Sagradas. Com isto, encontramos pessoas que não possuem uma grande desenvoltura nos temas da Bíblia, especialmente no que concerne sobre as questões da fé cristã. Isto significa um grande risco para muitos que estudam e também para muitos que ensinam de maneira que os assuntos a serem aprendidos, desde os seminários, dos maiores aos menores, até em cursos bíblicos na internet, deve ser expandido ao máximo, com mais tempo para aprendizado, e um tempo maior para assimilação das temáticas ali abordadas.

Um retorno às origens

Sendo assim, um retorno às origens é sempre preciso e vital para o amadurecimento na fé cristã. E aqui se concentra o pilar fundamental de todo aquele que almeja se achegar à Cristo: a oração que se segue com a leitura da Palavra de Deus. Isto deve reger as características que sustentam a nossa fé no Senhor. Passamos por tempos turbulentos aonde que o acúmulo de informação é exorbitante e nisso podemos nos perder em assuntos minuciosos que podem nos afastar do foco daquilo que estudamos nas Escrituras. A oração é o nosso clamor ao Senhor para que possa colocar nossos olhos aonde devemos nos atentar. Pela oração é aberta a porta da Palavra: "Perseverai em oração, velando nela com ação de graças; Orando também juntamente por nós, para que Deus nos abra a porta da palavra, a fim de falarmos do mistério de Cristo, pelo qual estou também preso; Para que o manifeste, como me convém falar. Andai com sabedoria para com os que estão de fora, remindo o tempo" (Cl 4.2-5).

A importância de locais com conteúdo bíblico robusto

Existem muitos seminários e muitos estudos nas mídias virtuais que não priorizam mais e nem informam que devemos fazer uma oração antes mesmo de qualquer estudo bíblico que possamos fazer, antes mesmo de abrirmos a Palavra de Deus. Alguns erros acontecem quando ocorre tamanha indiferença do contato com o Senhor para tal façanha. Falta de atenção, se perder no assunto em que estuda, uma atenção para um comentário fora do contexto são alguns dos sinais que ocorrem o fato de não levarmos os nossos estudos diante de Deus. A sua poderosa palavra requer um cuidado muito especial e isto requer a busca pela verdadeira sabedoria que se encontra em Deus: "E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente, e o não lança em rosto, e ser-lhe-á dada. Peça-a, porém, com fé, em nada duvidando; porque o que duvida é semelhante à onda do mar, que é levada pelo vento, e lançada de uma para outra parte" (Tg 1.5,6). Proveniente do estudo da Palavra de Deus após a oração, vemos que chegamos até a meditação bíblica. Estudarmos por apenas conhecimento temático leva-nos a ficarmos secos e inférteis se a meditação naquelas palavras mais ricas do que o ouro não estiver em nosso coração.

Priorizemos a oração e a leitura da Palavra de Deus

Medite na Escritura em prol para sua vida e a vida de muitos. Ore ao Senhor para revelar o que lhe que falar através do texto com o seu devido contexto. Peça ao Senhor que inunde o seu coração e de muitos com a oração, que lhes enche de força e poder para a leitura e o estudo bíblico, bem como uma meditação sobre o que lemos e o que encontramos nesta belíssimas páginas Sagradas (Jo 17.17).  

segunda-feira, 22 de abril de 2019

Comentário Bíblico Mensal: Abril/2019 - Capítulo 4 - O Evangelismo no Novo Testamento




Comentarista: Anderson Ribeiro



Texto Bíblico Base Semanal: Atos 1.1-8

1. Fiz o primeiro tratado, ó Teófilo, acerca de tudo que Jesus começou, não só a fazer, mas a ensinar,
2. Até ao dia em que foi recebido em cima, depois de ter dado mandamentos, pelo Espírito Santo, aos apóstolos que escolhera;
3. Aos quais também, depois de ter padecido, se apresentou vivo, com muitas e infalíveis provas, sendo visto por eles por espaço de quarenta dias, e falando das coisas concernentes ao reino de Deus.
4. E, estando com eles, determinou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, que, disse ele, de mim ouvistes.
5. Porque, na verdade, João batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias.
6. Aqueles, pois, que se haviam reunido perguntaram-lhe, dizendo: Senhor, restaurarás tu neste tempo o reino a Israel?
7. E disse-lhes: Não vos pertence saber os tempos ou as estações que o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder.
8. Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra.

Momento Interação

Nunca teremos uma igreja conquistadora de almas enquanto não tivermos crentes com o desejo de buscarem o poder de Deus, de estarem cheios do Espírito Santo. Enquanto não tivermos a coragem de nos dispormos de corpo e alma para tal tarefa nunca teremos uma igreja evangelizadora nos moldes da igreja primitiva e, por conseguinte nunca teremos crentes autenticamente avivados. Da-se pouca importância a este fato em reuniões de evangelismo, passa por cima dele apenas superficialmente, e isto é perigoso porque ele, e unicamente ele, é o principal motor do avivamento para o evangelismo, não existe outro, não ha métodos, formulas, ou truques que o substitua.

Jesus sempre usava o evangelismo pessoal, lançava mão de termos como: pescar e semear, algo que só podemos fazer pessoalmente, mais do que isso Ele os ensinou comissionando. Seguindo a ordem de seu mestre, os apóstolos e todos os crentes primitivos, não deixaram de usar o evangelismo pessoal e os resultados eram tremendos. 

Introdução

O evangelismo ou a evangelização, no cerne, envolve o anúncio da intervenção de Deus na história humana, especificamente a ressurreição de Jesus de Nazaré duma morte por crucificação, uma pena que lhe foi atribuída por motivos políticos e religiosos. Ao ressuscitar Jesus e entre os mortos, Deus o vindicou, efetivamente estabelecendo não só a sua inocência, mas também a sua posição como Filho de Deus e realizador das promessas de Deus nas Escrituras para os judeus e para todas as etnias do mundo (Rm 1.1-6). Portanto, o evangelismo possui essencialmente um caráter narrativo, promissório e histórico. Como anúncio é uma narração. É um relato feito por testemunhas e assim é uma atividade verbal e pessoal. Por isso no Novo Testamento a atividade evangelística que mais se sobressai é o testemunho (At 5.32; 1 Co 15.5-11). Entretanto, por envolver o testemunho o evangelismo não é meramente subjetivo, relativo à experiência de cada um. Baseia-se na realização histórica de promessas específicas feitas no Antigo Testamento a respeito dum novo período na história humana demarcada pela vinda do Messias. Estas promessas também se destacam no evangelismo (At 2.25-32; 3.18, 24; 1 Co 15.3-4).

I. A Mensagem de Cristo com uma Direção (At 1.8)

O contexto de Atos 1.8 é a ascensão de Cristo. Os que estavam reunidos no monte das Oliveiras perguntaram ao Mestre quando seria o tempo da restauração do reino de Israel. O Senhor respondeu que não competia a eles conhecer tempos e épocas que o Pai reservou para a Sua exclusiva autoridade. Porém, prometeu: “Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra”. Em Atos 1.8 o Senhor Jesus repete as promessas da Grande Comissão (Mt 28.18-20; Mc 16.14-18; Lc 24.44-49; J.o 20.21).

1. O poder do Espírito: Há uma série de termos para “poder” no Novo Testamento. Lucas empregou dynamis em Atos 1.8, mas tem também exousia, thronos, bia, ischys, energia, kratos e keras. Será que existiu algum motivo especial para que Lucas usasse a palavra dynamis ao invés de qualquer outra, ou ele a escolheu aleatoriamente? Vejamos: Exousia é uma palavra usada com muita freqüência no Novo Testamento. A rigor é traduzida como “autoridade”. Contudo, geralmente era empregada num contexto político (cf. Rm 13.1-3). Thronos indicava, a priori, a sede do governo, mas depois passou a significar a pessoa que detinha semelhante posição de autoridade ou força. Bia está associada ao emprego da força coerciva. Energia é poder no seu exercício; força em ação. Ischys significa força física. Kratos tem um sentido semelhante ao de ischys, mas se refere mais ao exercício da autoridade. E keras (lit.: chifre), por sua vez, indica força e, juntamente com kratos, formam as duas palavras do Novo Testamento cujo significado fica mais perto de exousia e dynamis. Contudo, dynamis tem um sentido todo exclusivo. É a palavra do poder sem fronteiras, por assim dizer. Ela é a palavra por excelência para se referir ao poder do Espírito Santo. Portanto, Lucas sabia muito bem que ao escolher dynamis estava utilizando o termo que melhor representava a ação poderosa do revestimento do Espírito na vida do crente e da igreja. “… permanecei, pois na cidade”, disse Jesus aos discípulos, a quem Ele havia comissionado para evangelizar o mundo, “até que do alto sejais revestidos de poder…” (Lc 24.49; At 1.8). Quando o Espírito Santo foi derramado por ocasião do Pentecostes, “com grande poder os apóstolos davam o testemunho da ressurreição do Senhor Jesus…” (At 4.33). E ainda: “Estêvão, cheio de graça e poder, fazia prodígios e grandes sinais…” (At 6.8). Temos também a declaração de Pedro na casa de Cornélio a respeito de Jesus, que “Deus ungiu…com o Espírito Santo e poder…” (At 10.38). Nestes exemplos Lucas revela que desde o princípio o evangelho foi disseminado pelo poder do Espírito Santo.

2. Poder e testemunho: No dia de Pentecostes a promessa de Atos 1.8 se cumpriu. A igreja foi batizada e revestida do poder do Espírito Santo. Entretanto, o poder do Espírito para a igreja não tem, como nunca teve, um fim em si mesmo. Em Atos não existe esta concepção moderna equivocada de que o poder do Espírito é para edificar o crente e ficar tudo por isso mesmo. Não! O poder do Espírito tinha como finalidade primordial capacitar os crentes para dar testemunho de Cristo. No Novo Testamento os dons ou manifestações do Espírito (línguas, curas, profecias, etc.) foram dados com o único objetivo de que a igreja testemunhasse de Jesus ao redor do mundo. Nada do que a igreja recebe do Espírito tem nela um fim em si mesmo. “Recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas…”, disse Jesus (At 1.8).O poder do Espírito é o segredo do sucesso da missão da igreja. Lembremos que os discípulos de Jesus foram homens que andaram cerca de três anos com o Mestre. Conheceram-nO intimamente, foram ensinados por Ele, ouviram Seus sermões e viram Seus milagres. Viram Seus sofrimentos, morte, ressurreição e ascensão. Se alguma vez existiram homens que estivessem em melhor posição e condição de falar ao mundo acerca da ressurreição de Jesus e de todos os fatos a respeito dEle, estes homens eram Seus discípulos. Entretanto, o que o Senhor Jesus diz é que eles seriam totalmente incapazes de fazê-lo se do alto não fossem revestidos do poder do Espírito.

II. Os Discípulos foram genuínos exemplos de Evangelização

“Cristo era “poderoso em obras e palavras” (Lc 24.19). Seus milagres são chamados dynameis (cf. Heb. gebûrôt; i.é, “atos poderosos”), porque neles, o reino de Deus na terra começa a ter efeito poderoso, e a luta contra o diabo é levada a efeito no nível da existência humana (Mt 12.22-30; Mc 6.2; Lc 19.37; At 10.58). Jesus é o “mais forte” que, como Representante de Deus, subjuga o “homem forte”, o diabo (cf. Mc 1.8 com 3.22-30). Os milagres de Jesus são operados por um poder dentro dEle (Mc 5.39 par. Lc 5.17; Mc 6.14). Lucas liga este poder, dado por Deus, com o Espírito Santo em Lc 1.35; 4.14; At 1.8; 10.38. Os milagres, portanto, são encarados como evidência da parte de Deus quanto a Jesus ser o Messias, Aquele que foi ungido pelo Espírito (At 2.22; 10.38). A glorificação do Messias faz dEle, em grau ainda maior, Mediador do poder salvífico de Deus. É, pois, pelo poder do Espírito que Jesus derramou sobre os Seus servos, que estes podem operar atos poderosos (At 4.7; 6.8; 8.13; 19.11)”. Às vezes os sinais e prodígios preparavam o palco, por assim dizer, para uma pregação cheia do Espírito (cf. At 3; 16.16-34); outras vezes estavam intercalados numa pregação (cf. At 20.7-12), mas na maioria das vezes sucediam a mensagem do evangelho (cf. At 19.8-12).

III. As Cartas são Autênticas Mensagens Evangelísticas

Os cristãos primitivos levavam a Palavra para qualquer lugar que fossem (8.4). O que manteve Paulo dezoito meses ou mais em Corinto foi a Palavra (18.5). Em Éfeso a mesma coisa, durante os dois anos em que trabalhou ali (19.10). E quando Lucas quer indicar o sucesso de uma missão, ele diz que a Palavra do Senhor “crescia e prevalecia poderosamente”. “A pregação autoritativa dos apóstolos (At 4.33; Cf. 6.8-10) é vista como prova de um poder sobrenatural”. Não é por menos que o evangelho causou tanto impacto sobre Teófilo (At 1.1; cf. Lc 1.1), o centurião Cornélio (10.44), o procônsul de Chipre (13.7) e os cidadãos de Antioquia (13.44). Não é de admirar que o ministério da Palavra fosse prioridade para os doze (6.4). Também não é de admirar que eles comprometessem seus convertidos com ela (20.28) e que os missionários anônimos de Atos 8.4 a tinham como sua grande arma. Quando alguém cria é porque a Palavra trouxe fé (4.4). Quando alguém recebia o Espírito isto acontecia por ouvir a Palavra (10.44). Quando alguém se tornava cristão é porque o Espírito iluminava o coração dos ouvintes com a mensagem apostólica (16.14). “Não é exagero dizer que a Palavra é o principal instrumento na missão evangelizadora da igreja, sob o poder do Espírito de Deus”.. Será que o poder do Espírito dos tempos bíblicos continua sendo o mesmo para a igreja evangélica brasileira hoje? Com certeza, pois precisamos testemunhar. E não é possível um testemunho autêntico de Jesus sem o poder do Espírito. A Igreja Primitiva tinha desafios imensuráveis, mas não se curvava diante deles. Clamava a Deus para ser revestida com mais e mais poder para proclamar com ousadia e intrepidez as verdades do Senhor a quem ela tanto amava (At 4.23-31). Era uma igreja de oração que buscava constantemente a plenitude e enchimento do Espírito Santo. A igreja de hoje, principalmente no mundo ocidental, também possui seus desafios. Felizmente (ou seria infelizmente?) seus desafios são mais de ordem interna que externa. Atualmente já não são tantos os Pilatos, os Herodes, os judeus e gentios que estão perseguindo a igreja. Hoje, a igreja é perseguida pelo fantasma de sua própria morbidez por persistir, muitas vezes, numa vida contemplativa, alienada do mundo, com pouca ou nenhuma perspectiva da missão para a qual ela foi chamada.

Conclusão

O evangelismo é um anúncio, sim, e é pessoal no sentido de ser transmitido por pessoas transformadas pelos eventos narrados na mensagem proclamada. Mas, é também histórico. Por mais pessoal que seja, a mensagem possui um conteúdo essencial, sem o qual a mensagem não seria mais evangelística. E este conteúdo se refere à crucificação e a morte duma pessoa que viveu e morreu de fato, e igualmente de fato foi ressurreto por Deus (At 2.23; 5.30; 10.39; 13.29; Dt 21.22-23; Gl 3.10-13; 1 Pe 2.24). O caráter histórico e verificado destes eventos completam a nossa definição das três características necessárias do evangelismo: é um anúncio de promessas divinas realizadas na morte e na ressurreição de Jesus de Nazaré, agora proclamado Jesus Cristo.

quarta-feira, 17 de abril de 2019

Comentário Bíblico Mensal: Abril/2019 - Capítulo 3 - O Evangelismo no Antigo Testamento




Comentarista: Anderson Ribeiro



Texto Bíblico Base Semanal: 2 Crônicas 36.15-23

15. E o Senhor Deus de seus pais, falou-lhes constantemente por intermédio dos mensageiros, porque se compadeceu do seu povo e da sua habitação.
16. Eles, porém, zombaram dos mensageiros de Deus, e desprezaram as suas palavras, e mofaram dos seus profetas; até que o furor do Senhor tanto subiu contra o seu povo, que mais nenhum remédio houve.
17. Porque fez subir contra eles o rei dos caldeus, o qual matou os seus jovens à espada, na casa do seu santuário, e não teve piedade nem dos jovens, nem das donzelas, nem dos velhos, nem dos decrépitos; a todos entregou na sua mão.
18. E todos os vasos da casa de Deus, grandes e pequenos, os tesouros da casa do SENHOR, e os tesouros do rei e dos seus príncipes, tudo levou para babilônia.
19. E queimaram a casa de Deus, e derrubaram os muros de Jerusalém, e todos os seus palácios queimaram a fogo, destruindo também todos os seus preciosos vasos.
20. E os que escaparam da espada levou para babilônia; e fizeram-se servos dele e de seus filhos, até ao tempo do reino da Pérsia.
21. Para que se cumprisse a palavra do Senhor, pela boca de Jeremias, até que a terra se agradasse dos seus sábados; todos os dias da assolação repousou, até que os setenta anos se cumpriram.
22. Porém, no primeiro ano de Ciro, rei da Pérsia (para que se cumprisse a palavra do Senhor pela boca de Jeremias), despertou o Senhor o espírito de Ciro, rei da Pérsia, o qual fez passar pregão por todo o seu reino, como também por escrito, dizendo:
23. Assim diz Ciro, rei da Pérsia: O Senhor Deus dos céus me deu todos os reinos da terra, e me encarregou de lhe edificar uma casa em Jerusalém, que está em Judá. Quem há entre vós, de todo o seu povo, o Senhor seu Deus seja com ele, e suba.

Momento Interação

A dicotomia que alguns cristãos fazem hoje das Escrituras Sagradas nunca fez parte da hermenêutica de Cristo e dos seus apóstolos. Toda a Escritura Sagrada aponta como objetivo acerca da pessoa de Jesus Cristo, e por conseguinte, da sua gloriosa obra. Por isso, é muito importante proclamarmos as verdades do Evangelho em uma totalidade da Bíblia, afirmando sim, que o Antigo Testamento mostra-nos a obra de uma autêntica Evangelização.

Bons Estudos!

Introdução

Em 2 Timóteo 3.16,17: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra”. O texto não deixa dúvidas de que cada escrito, seja do Antigo ou Novo Testamento, faz parte da Revelação divina para educar, aperfeiçoar e preparar o ser humano para a prática do bem, seja nesse mundo ou no mundo por vir. Por isso, Richard Davidson pôde afirmar que a frase toda a Escritura “[…] certamente inclui todo o Antigo Testamento, as Escrituras canônicas da igreja apostólica (ver Lc 24.44,45; Jo 5.39); Rm 1.2; 3.2; 2Pe 1.21)”. A origem divina e sagrada dos Escritos do Antigo Testamento (que incluem a Lei de Moisés) é claramente revelada no termo grego original da palavra “toda”, como aponta Canale. Segundo o autor, a palavra theopneustos possui um sentido original mais amplo, o mesmo que “respirar”. Desse modo, Paulo está afirmando em 2 Timóteo 3.16 que todos os escritos do Antigo Testamento, incluindo a Lei de Moisés, foram “respirados por Deus”, o que exclui qualquer possibilidade de o Novo Testamento “substituir” ou “corrigir” o Antigo Testamento, pois, Deus não erra.

I. Os Patriarcas foram Evangelistas

Um texto que me chamou bastante a atenção foi Hebreus 11.9,10, que claramente diz que Abraão, Isaque e Jacó habitaram em tendas na Terra Prometida de Canaã, considerando-a como terra alheia, porque nutriam a esperança de uma outra espécie de terra prometida, de caráter celestial, cujo arquiteto e construtor é o próprio Deus; O que nos faz lembrar das palavras de Jesus que disse aos discípulos que deveria subir aos céus para construir nossa definitiva habitação! Portanto, para o autor de Hebreus, a esperança dos patriarcas quanto a terra prometida é a mesma da Igreja: “Pois a nossa pátria está nos céus, de onde também aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo” (Fp 3.20). Por isso é que o autor de Hebreus arremata a questão dizendo: “Todos estes morreram na fé, sem ter obtido as promessas; vendo-as, porém, de longe, e saudando-as, e confessando que eram estrangeiros e peregrinos sobre a terra. Porque os que falam desse modo manifestam estar procurando uma pátria. E, se, na verdade, se lembrassem daquela de onde saíram, teriam oportunidade de voltar. Mas, agora, aspiram a uma pátria superior, isto é, celestial. Por isso, Deus não se envergonha deles, de ser chamado o seu Deus, porquanto lhes preparou uma cidade” (Hb 11.13-16). De modo que as Escrituras do Novo Testamento não vêem as promessas da Terra Prometida encontrando um cumprimento terreno, mas celestial: “Pela fé, peregrinou na terra da promessa como em terra alheia, habitando em tendas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa; porque aguardava a cidade que tem fundamentos, da qual Deus é o arquiteto e edificador” (Hb 11.9,10). Outro texto bastante esclarecedor é o de Paulo, em Romanos 4.13, que diz: “Não foi por intermédio da lei que a Abraão ou a sua descendência coube a promessa de ser herdeiro do mundo, e sim mediante a justiça da fé”. Onde se vê que a promessa da terra é uma profecia que diz respeito aos descendentes espirituais de Abraão, judeus e gentios crentes em Cristo, herdeiros de todo o mundo renovado e celestial, uma nova terra, uma nova Jerusalém, ou seja, uma nova Canaã!

II. Os reis foram Evangelistas

A história da redenção é o registro dos atos de Deus para redimir o seu povo e restaurar sua criação. Assim, toda ela é centrada em Deus. As narrativas são descrições desses grandes atos e feitos de Deus. “O reconhecimento de que a história redentora é centrada em Deus é importante porque estabelece a ligação com o ato culminante de Deus em Cristo.” Assim, deve-se perceber nas narrativas o pulsar escatológico da salvação de Deus em curso e reconhecer o seu cumprimento na primeira e segunda vindas de Cristo.Localizando a passagem dentro dessa história, pode-se traçar uma linha consistente e segura entre o relato biográfico e Jesus Cristo. Por exemplo, ao aplicar o método cristocêntrico ao relato do enfrenta- mento entre Davi e Golias em 1 Samuel 17, não isolaremos a passagem apresentando “Davi à congregação como um herói cuja coragem devemos imitar ao lutar contra nossos ‘Golias’ particulares”. É óbvio que o texto registra a história pessoal de um jovem que matou um gigante filisteu com apenas uma funda e uma pedra. Uma história única e extraordinária. Entretanto, o interesse do autor bíblico não está aí. Ele quer mostrar que esse enfrentamento é uma parte importante da história nacional e real de Israel: Samuel acabara de ungir secretamente o jovem pastor como rei de todo o Israel (1Sm 16). Em seguida (1Sm 17), o jovem pastor-rei salva Israel de seu arqui-inimigo, matando Golias. A mensagem é: Davi, o rei ungido de Deus, livra Israel e garante sua segurança na terra prometida. Passa-se, então, à consideração do relato dentro da história redentora. Pergunta-se o que essa passagem ensina sobre Deus e seus atos. Nesse texto deve-se notar que Davi não depende de sua própria força ou de armas ou de habilidade […] (1Sm 17.45-47). A essência dessa história, portanto, é mais que Israel vencer o inimigo de seu povo; a essência é que o próprio Senhor derrota os inimigos do seu povo. Esse tema localiza a passagem na estrada principal da história do reino de Deus que leva diretamente à vitória de Jesus sobre Satanás […] Assim, a batalha entre Davi e Golias é mais que uma luta pessoal; é mais que o rei de Israel vencendo um poderoso inimigo – é um pequeno capítulo na batalha entre a semente da mulher e a semente da serpente. A partir daí, pode-se fazer diversas aplicações dependendo das condições da igreja moderna. Entretanto, a mensagem deve permanecer em torno do confronto entre Deus e os inimigos de seu povo, vencido pela obra de Cristo na cruz e a ser consumada na segunda vinda de Cristo. Esse mesmo conflito básico pode ser visto nos conflitos entre Abel e Caim, Isaque e Ismael, Jacó e Esaú, Moisés e Faraó.

III. Os Profetas foram Evangelistas

No Antigo Testamento, um profeta era alguém chamado por Deus para cumprir uma tarefa ou várias tarefas, especialmente a de entregar uma mensagem Dele. A grande característica da mensagem do profeta eram as palavras: “Assim diz o Senhor”. Deus chamou homens comuns, como você e eu, com personalidades diferentes, em situações bem diferentes, para fazer e dizer coisas diferentes. “Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias nos falou pelo Filho” (Hb 1.1‑2). A Carta aos Hebreus continua mostrando a supremacia de Cristo e a Sua obra redentora. Isso quer dizer que os profetas do Antigo Testamento são antiquados e obsoletos? De jeito nenhum!

Como crentes afirmamos aceitar a Bíblia toda como a Palavra inspirada de Deus, mas o Antigo Testamento, que é quase 80% da Bíblia, é muito negligenciado. A maioria dos sermões pregados se baseia quase exclusivamente no Novo Testamento, com alguma referência aos Salmos. Não há dúvida de que a parte mais negligenciada do menos conhecido Antigo Testamento são os profetas menores. Muitos crentes não têm a mínima ideia a respeito do conteúdo dos profetas menores e da sua relevância para os dias de hoje. De fato, vemos a cada dia que, apesar de todo o progresso na tecnologia moderna, o mundo dos profetas não é tão diferente do nosso!

Conclusão

A palavra "igreja" significa simplesmente assembléia, congregação ou agrupamento de pessoas. Neste sentido você vai encontrar a palavra também no Antigo Testamento, porque em alguns lugares Israel é chamado de assembléia ou congregação. O Salmo 107.32, por exemplo, usa assembléia e congregação para Israel: "Exaltem-no na congregação do povo e glorifiquem-no na assembléia dos anciãos!" Mas o ponto de partida para a interpretação não pode ser apenas a palavra "igreja", que significa assembléia, existir no Antigo Testamento. Em Atos, quando uma turba quer pegar Paulo, esse ajuntamento é chamado de "eclésia" no original grego em Atos 19.32, 39, no entanto ninguém de sã consciência diria que aquilo era a "igreja" no sentido que hoje usamos. A afirmação: “a Igreja bíblica fica com o Evangelho”, deveria ser complementada do seguinte modo: a Igreja bíblica fica com o Evangelho presente em toda a Bíblia, seja no Antigo ou no Novo Testamento (cf. Gn 3.15; Jo 3.16, 36; Jr 31.33 e Hb 8.10). O evangelho de João no capítulo 16.13 afirma que o Espírito Santo guiaria os crentes à “toda a verdade” – verdade essa que está presente também no Antigo Testamento, que era a Bíblia de Jesus e dos apóstolos, bem como fonte autorizada de verdade para todos eles (ver Lc 24.27, 44-45; 2Tm 3.15-17; 2Pe 1.19-21). Além disso, Jesus reafirmou a autoridade do Antigo Testamento em Seu sermão na Montanha (Mt 5.17-19) e Paulo, autor que mais bem sistematizou a doutrina da graça, usou abundantemente os escritos da Lei de Moisés e do restante do Antigo Testamento para ensinar a doutrina da justificação pela fé, tanto em sua carta aos Gálatas quanto em sua carta aos Romanos.

quarta-feira, 10 de abril de 2019

Comentário Bíblico Mensal: Abril/2019 - Capítulo 2 - Deus - O Exemplo Supremo de Evangelista




Comentarista: Anderson Ribeiro



Texto Bíblico Base Semanal: Gênesis 12.1-4; Gálatas 3.8,9

1. Ora, o SENHOR disse a Abrão: Sai-te da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei.
2. E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei e engrandecerei o teu nome; e tu serás uma bênção.
3. E abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra.
4. Assim partiu Abrão como o Senhor lhe tinha dito, e foi Ló com ele; e era Abrão da idade de setenta e cinco anos quando saiu de Harã.
8. Ora, tendo a Escritura previsto que Deus havia de justificar pela fé os gentios, anunciou primeiro o evangelho a Abraão, dizendo: Todas as nações serão benditas em ti.
9. De sorte que os que são da fé são benditos com o crente Abraão.

Momento Interação

Deus, o Criador de todas as coisas, que deu início ao trabalho de evangelização, exige de cada um de nós uma atitude evangelística responsável e amorosa. Deus proclama, quer pessoalmente, quer através de seus profetas e apóstolos, a Salvação a todos os povos da Terra. Por conseguinte, a exemplo do Senhor dos Céus e da Terra, proclamemos com zelo o Evangelho de Jesus Cristo.
Bons Estudos!

Introdução

Enfocaremos, no capítulo de hoje, a experiência do patriarca Abraão, que ouviu, do próprio Deus, o anúncio do Evangelho. A partir daquele momento, caberia aos descendentes do patriarca, por meio de Isaque e de Jacó, preparar o mundo para a chegada do Messias. Vê-se, pois, que Deus se compraz em anunciar as Boas-Novas à humanidade caída e carente de sua graça. A chamada de Abraão evidencia-nos que a Bíblia é um livro evangélico com uma missão claramente evangélica. De Gênesis a Apocalipse, Deus proclama, quer pessoalmente, quer através de seus profetas e apóstolos, a Salvação a todos os povos da Terra. Por conseguinte, a exemplo do Senhor dos Céus e da Terra, proclamemos com zelo o Evangelho de Jesus Cristo.

I. O Evangelismo do Senhor a Abraão

Gênesis é o livro das origens. Ali aprendemos como surgiu o universo, como a humanidade foi criada e como o pecado entrou no mundo. Uma vez que a salvação do pecado, conforme o ensino de Jesus, "vem dos judeus" (Jo 4.22) , em Gênesis também aprendemos como se originou aquele povo, a partir da chamada de Abrão, o grande patriarca de Israel. 

A história de Abrão começa em Gênesis 11, onde é narrada a sua saída de Ur dos caldeus, na Mesopotâmia, rumo a Harã. No capítulo 12, a Bíblia diz que quando Abrão estava em Harã, Deus falou com ele e lhe disse o seguinte: "Saia da sua terra, do meio dos seus parentes e da casa de seu pai, e vá para a terra que eu lhe mostrarei. Farei de você um grande povo, e o abençoarei. Tornarei famoso o seu nome, e você será uma bênção. Abençoarei os que o abençoarem e amaldiçoarei os que o amaldiçoarem; e por meio de você todos os povos da terra serão abençoados" (Gn 12.1-3) . Obediente à ordem divina, Abrão, aos 75 anos de idade, juntou todos os seus bens e partiu para Canaã, atual Palestina, onde chegou com Sarai, sua mulher, com Ló, seu sobrinho, e com outras pessoas de sua casa. Ali o Senhor lhe falou de novo, dizendo: "À sua descendência darei esta terra" (Gn 12.7) . Então, Abrão edificou um altar ao Senhor e seguiu viagem. Fixou-se por algum tempo entre Betel e Ai, onde construiu outro altar e, então, continuou sua jornada, sempre rumo ao sul.  A história da chamada de Abrão serve como base para duas lições importantes. Em primeiro lugar, por ela aprendemos que, no relacionamento entre o homem e Deus, é sempre Deus quem toma a iniciativa. De fato, no livro de Josué, aprendemos que Abrão pertencia a uma família pagã, que adorava falsos deuses (Js 24.2). Somente por iniciativa do Deus verdadeiro aquele homem virou as costas para a religião de sua família e se tornou obediente ao Senhor. 

II. Abraão e a Orientação vinda de Deus em seus Caminhos 

Dentre os vários exemplos de fé presentes na Bíblia, neste texto abordarei sobre uma característica marcante de Abraão: ter uma vida de tenda e altar. Quando lemos em Gênesis 12, vemos que Deus chama Abrão para uma nova terra. Porém, esse lugar não foi especificado por Ele, pois apenas disse: “Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai e vai para a terra que te mostrarei” (v. 1). E a decisão de Abrão foi: “Partiu, pois, Abrão, como lho ordenara o SENHOR” (v. 4a). Naquela época, obviamente, não existia GPS, nem mesmo outros aplicativos de navegação. Abraão era guiado, simplesmente, pela voz do SENHOR, em que, pela fé, deixou tudo o que tinha e O seguiu. Vemos aqui uma lição para nós: não ficar analisando se pode ou não, se quer ou não, mas ouvir e reagir de acordo com a vontade de Deus – seguindo para onde Ele for.

A partir disso, foi Abrão guiado pelo SENHOR e onde ele parava montava a sua tenda e edificava um altar ao SENHOR, como é visto no versículo 8: “Passando dali para o monte ao oriente de Betel, armou a sua tenda, ficando Betel ao ocidente e Ai ao oriente; ali edificou um altar ao SENHOR e invocou o nome do SENHOR”. Mas o que significa ter uma vida de “tenda e altar”? À luz da Palavra e de livros espirituais, pude compreender que, primeiramente, uma vida de tenda é uma forma de exercitarmos a nossa fé. Para Abrão, era uma confirmação da promessa que Deus fez a ele “porque aguardava a cidade que tem fundamentos, da qual Deus é o arquiteto e edificador” (Hb 11:10), ou seja, a terra onde ele estava não era a que Deus lhe prometera, mas apenas algo temporário. Onde eu quero chegar com essa definição? Quando nos achegamos a Deus e oramos por determinada coisa (uma faculdade, um emprego, um casamento, etc) nem sempre ela vem imediatamente. Daniel registrou no capítulo 10 de seu livro que desde o momento em que fez uma oração a Deus, Ele ouviu, mas apenas depois de vinte e um dias é que a oração se cumpriu (vs. 10-13). Que isso seja para nosso ânimo, pois uma oração feita em fé e no espírito é recebida pelo Senhor no momento em que é feita. A partir desse momento, Ele trabalha a nosso favor, nos mostrando “terras temporárias para montarmos nossas tendas”, isto é, Ele provê meios para chegarmos ao que pedimos em oração: uma terra com fundamentos!! Isso é maravilhoso!! Que tenhamos fé em aguardar nossos desejos!! E o que seria uma vida de altar? Vimos, anteriormente, que onde Abraão parava para armar a tenda, edificava ali um altar. Isso é uma demonstração de que ele adorava a Deus e que entregava a Ele tudo o que era e que tinha para servi-lo. Além disso, demonstrava gratidão e temor a Deus, pois aprendeu a seguir ao seu chamado e com isso não abandonava o SENHOR, e Ele não o abandonava. Além disso, no final do versículo de Gênesis 12.8, lemos que ele invocou o nome do SENHOR, indicando sua total dependência a Ele, porque via que o fruto das bênçãos que recebia provinha Dele! 

III. Deus - O Exemplo Máximo de Evangelista

A história do Pentateuco (Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio), dos Escritos (Josué a Cantares) e dos Profetas (Isaías a Malaquias), que formam o cânon do Antigo Testamento, é a extensão dessa Aliança de Deus com Abraão — essa é uma das razões pelas quais o Antigo Testamento é indissociável do Novo. Nesse sentido, além de Abraão e Moisés, a história de Israel, sua poesia e seus escritos proféticos são comprometidamente evangélicos. O povo de Israel foi forjado por Deus para dar testemunho da grandeza e da beleza do seu Reino a fim de convencer as nações daquele tempo de que havia um único Deus, o criador dos céus e da terra: o Deus de Abraão, de Isaque e de JacóSendo Deus o primeiro evangelista da História Sagrada, toda a sua palavra é amorosamente evangelizadora. E por isso que a Bíblia, ao contrário de outros livros tidos como sagrados, é lida e relida, sem jamais deixar de ser apaixonante. Embora concluída há mais de dois mil anos, ela é repleta de manchetes que, todas as manhãs, surpreendem-nos por sua graça, misericórdia e alvíssaras.

Do Gênesis ao Apocalipse, temos uma proclamação evangelística que, tendo início na criação, vai até a consumação de todas as coisas, inaugurando o Novo Céu e a Nova Terra. Deus se compraz em comunicar o evangelho. Quer pessoalmente, quer por intermédio de seus arautos, Ele conclama-nos à salvação. Até mesmo em seus juízos, entrevemos o inexplicável amor, que o constrangeu a entregar o Unigênito a morrer em nosso lugar. Que ninguém o acuse de injustiça, pois a sua natureza leva-o a proclamar a todos, em todo o tempo e lugar, as Boas-Novas de seu Reino. O Pai anseia por incluir-nos em seus domínios eternos.

Conclusão

Na criação dos céus e da terra, quando Deus montava o cenário para o drama de nossa redenção, seus anjos, antegozando o triunfo do Calvário, louvam-no exaltadamente (Jó 3 8.7). Eles sabiam que o nosso planeta não seria mais uma esfera entre outras esferas, mas o círculo que, na plenitude do tempo, haveria de se fechar com a morte de Cristo. Por isso, os santos anjos ensaiavam, naquele instante da obra divina, para celebrar o nascimento do Filho de Deus em Belém (Lc 2.13.14). A proclamação do evangelho evoca cânticos de júbilos. Ao descrever o regozijo dos exércitos celestes na conversão de um pecador, declarou Jesus: "Digo-vos que assim haverá alegria no céu por um pecador que se arrepende, mais do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento. Ou qual a mulher que, tendo dez dracmas, se perder uma dracma, não acende a candeia, e varre a casa, e busca com diligência até a achar? E, achando-a, convoca as amigas e vizinhas, dizendo: Alegrai-vos comigo, porque já achei a dracma perdida. Assim vos digo que há alegria diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende" (Lc 15.7-10). Deus evangeliza tanto trabalhando quanto proclamando. Ninguém melhor do que Ele sabe usar as palavras, pois a nossa linguagem nEle nasceu e nEle se desenvolve. Ele cria o mudo e o eloquente (Ex 4.11). Por intermédio de seu Espírito Santo, inspirou o Livro dos livros (2 Tm 3.16). E, pela boca de seus servos, narra as histórias mais belas, declama as poesias mais sublimes, anuncia as promessas mais escondidas e consola-nos, diariamente, com o cajado do Bom Pastor. A Bíblia não se limita a conter a Palavra de Deus. Ela é a Palavra de Deus que evangeliza e redime o pecador, guiando-o às regiões mais celestes (Ef 2.6). Todas as vezes que a Sagrada Escritura é lida, ouve-se o próprio Deus evangelizando. Por isso, quem rejeita o Filho, rejeita o Pai.

quarta-feira, 3 de abril de 2019

Comentário Bíblico Mensal: Abril/2019 - Capítulo 1 - A Obra Gloriosa da Evangelização




Comentarista: Anderson Ribeiro



Texto Bíblico Base Semanal: Marcos 16.14-20

14. Finalmente apareceu aos onze, estando eles assentados juntamente, e lançou-lhes em rosto a sua incredulidade e dureza de coração, por não haverem crido nos que o tinham visto já ressuscitado.
15. E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura.
16. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado.
17. E estes sinais seguirão aos que crerem: Em meu nome expulsarão os demônios; falarão novas línguas;
18. Pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e porão as mãos sobre os enfermos, e os curarão.
19. Ora, o Senhor, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu, e assentou-se à direita de Deus.
20. E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor, e confirmando a palavra com os sinais que se seguiram. Amém.

Momento Interação

Estudantes da Palavra do Senhor. Depois de um estudo abençoado acerca do terceiro evangelho, o Evangelho de Lucas, estudaremos com grande afinco no mês de Abril sobre a missão prioritária de todo cristão, comissionado pelo Senhor e Salvador Jesus Cristo: a Evangelização. Esta missão pertence a todo aquele que pertence ao Corpo de Cristo, seguindo as ordens do Senhor até que Ele venha. O comentarista deste mês é o Diácono Anderson Ribeiro. Ministro do Evangelho, escritor e coordenador geral da mocidade da 2ª região do Ministério de Boa Esperança - RJ.

Que este estudo possa nos trazer grande alegria e sabermos que mais do que uma teoria, a Evangelização é uma obra de amor, demonstrada na prática testemunhando continuamente a todos os povos que Jesus Cristo é o Messias prometido, que morreu, ressuscitou e em breve voltará. 
Bons Estudos!

Introdução

Porque o evangelismo é tão necessário? Precisamos pregar para todos, ou existe aqueles ao qual não são escolhidos? Nesse estudo vamos falar da necessidade do evangelismo, descobrir um pouco mais sobre esse chamado universal de todos anunciarem o evangelho, sendo isso, comissionado pelo próprio Jesus a cada um de nós simpatizantes do cristianismo. A Palavra não foi colocado dentro de um caixa e escondido para apenas algumas pessoas encontrar, a mensagem da Cruz foi colocada dentro de nossos corações e cabe a cada um de nós apresentarmos ela para aqueles que ainda não a conhecem. O assunto que iremos abordar refere-se à missão mais sublime relacionada a igreja do Senhor aqui na terra. Pela sua profundidade, nesse tópico quero trazer da forma mais clara possível o tema.

I. O que é Evangelismo 

Evangelismo tem sido um assunto esquecido hoje em dia, estamos diversas vezes preocupados com as atividades do templo que nos esquecemos de desempenhar o real propósito da igreja, não menosprezando de forma alguma os afazeres eclesiais, más nós somos conhecedores da maravilhosa graça de Deus (se você não conhece, indico agora você desfrutar desse aprendizado), e temos que “incendiar o mundo” com isso. Lembremo-nos das palavras de Spurgeon. Se você não tem nenhum desejo de levar outros para o céu, você mesmo não está indo para lá. C.H. Spurgeon.

Grande ensinamento essa frase traz para você, quando estamos em um caminho ao qual nos conduz a salvação temos o prazer de também levar as demais pessoas a ele. Além do mais pense no amor que a Bíblia ensina a termos pelos nossos irmãos, agora imagine a alma dele sendo levada ao lago de fogo, “o peito de um apaixonado por Jesus chora ao lamentar esse momento em seu pensamento.” Então, exerça a piedade com o seu próximo na melhor maneira de demonstra-la que é apresentando a salvação para o mesmo. O caminho celestial. Evangelismo é uma ação constante do Cristão, qualquer mínima oportunidade devemos aproveitar para entrar com o plano da redenção da humanidade.

II. O que é a Evangelização

Evangelismo é uma ação constante do Cristão, qualquer mínima oportunidade devemos aproveitar para entrar com o plano da redenção da humanidade. Evangelizar é muito mais do que sair pelas ruas com “cartazes bonitos” ao qual deixam o ego do homem lá em cima com jargões como: “Deus vai te dar bênçãos materiais”, “Deus quer melhorar seu serviço”, “Com Jesus não tem problema, ele te ajuda em tudo”.

Eu entendo expressamente que essas técnicas utilizadas em casos específicos são sim realidade, pelo fato de que Deus pode te dar bênçãos materiais e melhorar seu serviço se assim for da vontade dEle, e claro com Jesus não tem problema, porque todos parecem pequeno diante de um Deus que ajuda você. Mas, ao apresentar isso como método para atrair as pessoas, estamos de certo modo atraindo pelos “benefícios da vida” e não pela mensagem da Cruz.

No ato da evangelização deve ser apresentado a mensagem correta, que consigo resumir um pouco dela com versículos bem conhecidos: “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus”. (Rm 3.23); “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16); “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 6.23). Conforme a mensagem que anunciamos, vai ser o público que conquistaremos.

III. O Propósito da Evangelização

Se buscamos uma unidade em Cristo e nossas igrejas sendo conhecidas como casa de oração (a oração é tão importante, que o próprio Jesus fez questão de ensinar como orar) porque existe um povo cheio de Deus que tem uma fé no seu filho Jesus Cristo ao qual sempre tem o amor ao Pai acima de todas as coisas e seu próximo como a si mesmo, apresente a Bíblia como ela é. Sem distorcer, uma mensagem simples que apresenta a santidade de Deus diante de uma humanidade caída e qual foi o plano para salvar o mundo do seu pecado.

Quando observamos a igreja primitiva, o Senhor derramou o Poder do Alto pois ele queria que o evangelho fosse anunciado em todo o mundo daquela época (At 1.8) e até hoje ele deseja que o Reino seja apregoado (1 Tm 2.3,4). Pedimos para Deus nos encher do Espírito, para falarmos em línguas espirituais, más a pergunta que ele faz quando pedimos é: “para que?”, qual o propósito que estamos pedindo essa maravilha? porventura é porque achamos bonito? ou algo que apenas seja bom para você? muito mais do que isso se o Senhor te deu a dádiva concedendo essa manifestação espiritual é porque Ele naquele momento te comissionou a uma obra, talvez ainda oculta, más reafirmo uma parte dela você tem em suas mãos, a mensagem do Calvário ao qual todos dependem dela! Até o próprio Jesus exerceu o ato de evangelismo, quão dirá cada um de nós. Se lembra como ele salvou a mulher pecadora? Ele sabia dos seus pecados mas mesmo assim, pelo amor dela, e pela sua graça, ofereceu a salvação.

IV. A Importância desta Obra em nossos Dias

Evangelizar significa: “Anunciar as boas novas”. Trata-se literalmente de pegar o Evangelho ao qual outrora nos foi outorgado e levar apara aqueles que estão cativos na concupiscência da carne (1 Jo 2.16). É a prática efetiva da proclamação do Evangelho, quer pessoal, quer coletivamente, até aos confins da Terra, fazendo-nos cumprir plenamente o mandato que Jesus delegou. A evangelização não é um trabalho opcional da igreja más sim um chamado de cada seguidor de Cristo. Interessante que quando falamos disso, logo pensamos que se as boas novas estão confiada a cada um de nós Cristão, então como está o “mundo lá fora?” Se não atendermos esse chamado, não olhamos para ele de forma espiritual, iremos deixar o maligno todos os dias cirandar com homens e mulheres que são também chamados por Cristo. Me lembro de um texto ainda para melhor meditarmos: “Quem deu crédito à nossa pregação? e a quem se manifestou o braço do SENHOR?” (Is 53.2). Isaías quando fala essas palavras, até podendo considerar um lamento, ele te mostra que apesar de ter uma geração naquela época que fechou o coração diante de Deus, ele mesmo assim não cessou de anunciar as palavras de Jeová, agora, já no momento da graça devemos sim levar a mensagem da Cruz. Não importa muitas das vezes se seremos rejeitados ou se quer caluniado, devemos ter consciência que ela é poder de Deus para salvação de todo aquele que crê (Rm 1.16).

Conclusão

Curioso observar meus amados, que vemos países aonde a palavra de Deus ainda não se pode entrar, alguns deles infelizmente vivem na ditadura, impedindo que nosso Deus seja adorado (afinal, Deus procura adoradores e não adoração) mas sim apenas o ditador deles. Nesses lugares existem Cristão fervorosos aonde anunciam a palavra de Cristo, não se preocupam se não assistiram o próximo pôr do Sol, ou se terão o prazer de ter uma carreia financeira ótima, se vão “curtir a vida”. Que lindo! me admiro com cada um deles, sabendo que existe uma fé inestimável dentro desses corações incendiados pelo Espírito Santo, e mesmo eles com todas dificuldades lutam o bom combate. Agora muita das vezes nós brasileiros (não estou generalizando), mas mesmo com todo conforto que temos de viver, em um país aonde não prendem ao anunciar Jesus, ainda assim deixamos a desejar ao anunciar as boas novas.

Existe um hino da Harpa Cristã, que tem um verso interessante: "Sim, eu amo a mensagem da cruz, Té morrer eu a vou proclamar; Levarei eu também minha cruz, Té por uma coroa trocar". Será que podemos cantar esse louvor de uma forma até ele penetrar nossa alma? Se for com uma espada no pescoço, arma apontada, diante de leões ou seja como for. Ter a coragem de levantar a voz e dizer: “Deus não troco, não renuncio, eu te amo e minha vida é tua!”. Sabe irmãos, Paulo ensina um pouco sobre a morte daqueles que estão em Cristo: “Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho” (Fp 1.21).