sábado, 30 de abril de 2022

Comentário Bíblico Mensal: Abril/2022 - Capítulo 5 - A Salvação de Jerusalém

 




Comentarista: Leonardo Pereira



Texto Bíblico Base Semanal: Sofonias 3.8-20


8. Portanto esperai-me, diz o Senhor, no dia em que eu me levantar para o despojo; porque o meu decreto é ajuntar as nações e congregar os reinos, para sobre eles derramar a minha indignação, e todo o ardor da minha ira; porque toda esta terra será consumida pelo fogo do meu zelo.

9. Porque então darei uma linguagem pura aos povos, para que todos invoquem o nome do Senhor, para que o sirvam com um mesmo consenso.

10. Dalém dos rios da Etiópia, meus zelosos adoradores, que constituem a filha dos meus dispersos, me trarão sacrifício.

11. Naquele dia não te envergonharás de nenhuma das tuas obras, com as quais te rebelaste contra mim; porque então tirarei do meio de ti os que exultam na tua soberba, e tu nunca mais te ensoberbecerás no meu monte santo.

12. Mas deixarei no meio de ti um povo humilde e pobre; e eles confiarão no nome do Senhor.

13. O remanescente de Israel não cometerá iniqüidade, nem proferirá mentira, e na sua boca não se achará língua enganosa; mas serão apascentados, e deitar-se-ão, e não haverá quem os espante.

14. Canta alegremente, ó filha de Sião; rejubila, ó Israel; regozija- te, e exulta de todo o coração, ó filha de Jerusalém.

15. O Senhor afastou os teus juízos, exterminou o teu inimigo; o Senhor, o rei de Israel, está no meio de ti; tu não verás mais mal algum.

16. Naquele dia se dirá a Jerusalém: Não temas, ó Sião, não se enfraqueçam as tuas mãos.

17. O Senhor teu Deus, o poderoso, está no meio de ti, ele salvará; ele se deleitará em ti com alegria; calar-se-á por seu amor, regozijar-se-á em ti com júbilo.

18. Os entristecidos por causa da reunião solene, congregarei; esses que são de ti e para os quais o opróbrio dela era um peso.

19. Eis que naquele tempo procederei contra todos os que te afligem, e salvarei a que coxeia, e recolherei a que foi expulsa; e deles farei um louvor e um nome em toda a terra em que foram envergonhados.

20. Naquele tempo vos farei voltar, naquele tempo vos recolherei; certamente farei de vós um nome e um louvor entre todos os povos da terra, quando fizer voltar os vossos cativos diante dos vossos olhos, diz o Senhor.

Momento Interação

Podemos imaginar o que significa para uma criança ver que o pai ou a mãe estão se regozijando por causa dele. De igual maneira, podemos também nos alegrar com o pensamento de que Deus está alegre por nós. É claro que isso não é motivo para nos vangloriarmos, mas para desfrutarmos do amor de Deus, nosso Criador. O versículo 17 diz: "Ele terá grande prazer em você; em Seu amor Ele não vai mais lhe repreender, mas se deleitará em você com júbilo". Que quadro! Deus alegrando-se em nós a ponto de cantar de alegria! A imagem que me vem à mente é a imagem de um noivo adornando a sua noiva com belas roupas e depois regozijando-se por vê-la tão bela. Deus está nos tratando de uma forma maravilhosa e surpreendente. Louvemos ao Senhor por aquilo que Ele é!

Introdução

Neste último capítulo do estudo deste mês, analisaremos a parte final do capítulo 3 do Livro do Profeta Sofonias bem como a sua reflexão para os nossos dias. Apesar da crise existente em Judá pelas suas iniquidades e a sua indisciplina perante o Senhor, o próprio Criador por intermédio de seu profeta traz-lhes plena esperança de salvação e redenção da nação do Reino do Sul. Encontramos em Deus a redenção e salvação de nossas vidas. O profeta exorta-nos que é tempo de voltarmos as veredas do Altíssimo e assim, desfrutarmos da comunhão e da união do relacionamento para com Deus. Esta é a mensagem de Sofonias para Judá, e hoje é esta mensagem divina para todos nós.

I. O Objetivo do Senhor com a Disciplina

O juízo eminente para Judá traria sobre eles não somente um momento de angústia, mas um propósito bem maior, que se prossegue em uma intensa reflexão do agir do Senhor e a sua soberana vontade em toda a nação. Porém, para Deus, nada é impossível e por intermédio do profeta, ensina-lhes que és um Deus presente, atuante e constante em seu agir e no efetuar. Ao longo do Livro de Sofonias, podemos compreender que o Senhor usa a sua disciplina para os mais variados fins, que resultam na salvação de uma nação e o seu completo entendimento da vontade do Senhor em meio a exortação e correção divina.

1. A Disciplina como Instrumento Divino. É sempre importante possuirmos em mente que o Senhor sempre ao longo dos tempos, exorta e disciplina o seu povo para que os mesmos não sejam destruídos em suas próprias iniquidades. Por isto, o Senhor se utiliza da sua divina disciplina como forma de ensinar ao seu povo o correto e digno caminho, de acordo com a sua vontade para a nação em viver em integridade e retidão de coração. Jamais podemos pensar que a disciplina divina é injusta ou incorreta. O autor bíblico explica-nos os motivos da disciplina e o seu legado em nossas vidas, para a glória do Senhor: "E já vos esquecestes da exortação que argumenta convosco como filhos: Filho meu, não desprezes a correção do Senhor, E não desmaies quando por ele fores repreendido" (Hb 12.5).

2. O Senhor corrige aqueles que o Amam. Deus, apesar de ver o seu povo sendo totalmente devastado pelos seus pecados, e enfrentando eles, um grande juízo divino, tanto externo (), quanto interno, ainda traz luz a um povo imerso em trevas. A correção divina é um ato de amor, de paixão pela humanidade, que deseja ardentemente que o seu povo não pereça, mas que encontre n´Ele o caminho verdadeiro à trilharem continuamente. Diz o autor da Epístola aos Hebreus: "Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há a quem o pai não corrija? Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois então bastardos, e não filhos" (Hb 12.7,8).

3. O Senhor capacita aqueles que o Amam. No caso de Judá, para eles havia uma preciosa promessa aos que se convertessem dos seus pecados e das suas iniquidades. Na mensagem profética, Sofonias diz-lhes que o Senhor capacitaria-os para um viver em comunidade abençoada pelo Senhor, com um novo estilo de vida e de conduta ética, moral e espiritual: "Portanto esperai-me, diz o Senhor, no dia em que eu me levantar para o despojo; porque o meu decreto é ajuntar as nações e congregar os reinos, para sobre eles derramar a minha indignação, e todo o ardor da minha ira; porque toda esta terra será consumida pelo fogo do meu zelo. Porque então darei uma linguagem pura aos povos, para que todos invoquem o nome do Senhor, para que o sirvam com um mesmo consenso" (Sf 3.8,9). Aqueles que voltam aos caminhos do Altíssimo em sinceridade e integridade, possuem uma vida moldada (transformada maravilhosamente)  por Ele, para a sua honra e glória.

II. O Renovo de Deus em Jerusalém

A parte final do capítulo 3 do Livro do Profeta Sofonias revela-nos promessa preciosas para a nação de Judá, promessas estas que são reservadas somente para aqueles que são fiéis e que renovam as suas constantemente na presença do Criador. Nas palavras do livro do profeta, encontramos esperança e redenção para os que buscam à Deus. Ainda que estejamos fracos, decaídos e abatidos, temos do Senhor plena segurança e esperança de um novo amanhã em nossas vidas e também em nossa querida nação, para a sua honra e glória creditadas somente à Ele.

1. A Promessa aos Fiéis. Dos versículos 8 à 10 do capítulo 3 de Sofonias, há uma promessa de renovo para Judá e as demais nações estrangeiras. Todas elas se congregariam diante da presença do Senhor para serem corrigidas e assim, suas vidas serão renovadas e todos trarão sacrifícios ao Senhor. Aqui, o sentido bíblico de sacrifício provém do termo de expiação dos pecados (cf. Lv 4.13-21; Dt 11.26-32), pois, eles houveram tido uma grande contenda contra o Altíssimo anteriormente (cf. Sf 2). Era necessário uma restauração para o povo por meio dos sacrifícios, a fim de aplacarem a ira do Senhor nas palavras do profeta Sofonias. Hoje, pela salvação que Cristo Jesus nos concede, Ele intercede por nós diante do Pai como nosso fiel advogado (Hb 2.9; 1 Jo 2.1,2).

2. A Alegria do Senhor em Judá. Logo após Judá ser restaurada pelo Senhor, a alegria voltaria à nação com muitos benefícios. Apesar do juízo divino, o Senhor é compassivo para aqueles que o temem e o honram. Haveria entre eles um povo pobre, mas humilde e fiel à Deus (v. 12), os remanescentes de Israel não cometeriam erros, ou adentrariam o caminho da iniquidade (v. 13), e que os judeus recuperariam a alegria que outrora havia sido perdida pelos seus muitos pecados diante dos homens e do Senhor, sobretudo pela sua indiferença  moral e espiritual (v. 14). O Senhor é um Deus de restituição. Para os que se arrependem e confessam verdadeiramente as suas iniquidades e retornam aos caminhos do Altíssimo, as bênçãos são restauradas, a alegria retorna e a paz e o poder de Deus permeia por todo ser do verdadeiro adorador.

3. O Renovo de Jerusalém. Jerusalém assim como toda a cidade será renovada pelo Senhor. Haverá para a capital da cidade santa purificação, santificação e restauração (cf Sf 3.15,16). Assim como em Jerusalém, nossas cidades e capitais podem ser purificadas e transformadas pelo Senhor. Em meio à corrupção que tanto nos rodeia, a incredulidade que nos cerca, e a imoralidade desenfreada que busca permear as nossas vidas, ouçamos a palavra do Senhor por intermédio do profeta, que busca exortar e renovar as nações, não somente para os tempos do profeta, bem como também em nossos dias: "Naquele dia se dirá a Jerusalém: Não temas, ó Sião, não se enfraqueçam as tuas mãos. O Senhor teu Deus, o poderoso, está no meio de ti, ele salvará; ele se deleitará em ti com alegria; calar-se-á por seu amor, regozijar-se-á em ti com júbilo" (Sf 3.16,17).

III. As Bênçãos de Deus para Jerusalém

Os versos finais do Livro de Sofonias mostra a redenção de Jerusalém por intermédio do próprio Deus Vivo e Todo-Poderoso. O profeta do Senhor descreve as preciosas bênçãos da cidade santa para o presente e a posteridade. Sofonias por intermédio do Espírito Santo, escreve que o Senhor possui planos maravilhosos de Jerusalém para todo o mundo. Encontramos nas palavras do profeta um reflexo da salvação no tempo futuro. Sofonias utiliza os versos finais para trazer à tona a mensagem divina para o atual momento e também para o porvir, abençoando a sua querida nação.

1. As Bênçãos de Deus para Jerusalém. Os versículos 18 e 19 do capítulo 3 do Livro de Sofonias se refere à proteção do Senhor em Judá, reunindo o seu povo em comunhão e união em seu precioso nome, e julgando aqueles que intentam mal contra a nação eleita. Sofonias vai nos dizer que o objetivo do Senhor era uní-los para abençoá-los em unidade, como se fossem um só. O Senhor em suas promessas e bênçãos não isola ninguém. À respeito de uma nação, família, ou comunidade eclesiástica, as bênçãos são para todos. Quando um é abençoado, todos são abençoados, tanto pela proteção do Senhor, quanto pelo modelo de Judá agora presente para a nação da época e hoje para todos nós. Assim como estava sendo abençoado o povo judeu, assim seremos nós abençoado pelo nosso Criador dos Céus e da Terra.

2. As Bênçãos de Deus para a Posteridade. O versículo final do Livro de Sofonias é um prelúdio para os tempos futuros: "Naquele tempo vos farei voltar, naquele tempo vos recolherei; certamente farei de vós um nome e um louvor entre todos os povos da terra, quando fizer voltar os vossos cativos diante dos vossos olhos, diz o Senhor" (Sf 3.20). O texto bíblico indica muito provavelmente o primeiro cativeiro da nação de Judá (597-538 a.C.), mas também pode se referir ao cativeiro da nação de Israel na maior diáspora da sua história, do ano 70 d.C. à 14 de maio de 1948 quando o estado de Israel é devidamente reconhecido em todo o mundo. Contudo, o povo congregado, abençoado e reunido é um sinal extremamente claro de que o nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo virá para mais uma vez estar conosco presencialmente para todo o sempre,

Conclusão

O Livro do Profeta Sofonias possuem maravilhosas lições para nossas vidas, sobretudo para o nosso porvir. Aprendemos por intermédio da palavra profética que o Senhor utilizando de suas disciplinas, exorta o seu povo à caminhar pelo vivo caminho e puro coração em conduta e práticas, e assim sendo, buscarmos conhecê-lo cada vez mais para caminhar com Ele e amadurecer em Espírito e em Verdade em sua preciosa presença. Sofonias foi um prelúdio da restauração de Judá através de Hilquias e Josias. O profeta com as suas ações e atitudes de acordo com a vontade de Deus, promoveu um verdadeiro reavivamento espiritual. Sua mensagem é objetiva, porém clara Forte, porém transformadora. O Livro de Sofonias é-nos tão importante hoje quanto o foi no período em que foi redigido pelo profeta do Senhor.


sábado, 23 de abril de 2022

Comentário Bíblico Mensal: Abril/2022 - Capítulo 4 - O Juízo de Deus sobre Jerusalém

 




Comentarista: Leonardo Pereira



Texto Bíblico Base Semanal: Sofonias 3.1-7


1. Ai da rebelde e contaminada, da cidade opressora!

2. Não obedeceu à sua voz, não aceitou o castigo; não confiou no Senhor; nem se aproximou do seu Deus.

3. Os seus príncipes são leões rugidores no meio dela; os seus juízes são lobos da tarde, que não deixam os ossos para a manhã.

4. Os seus profetas são levianos, homens aleivosos; os seus sacerdotes profanaram o santuário, e fizeram violência à lei.

5. O Senhor é justo no meio dela; ele não comete iniquidade; cada manhã traz o seu juízo à luz; nunca falta; mas o perverso não conhece a vergonha.

6. Exterminei as nações, as suas torres estão assoladas; fiz desertas as suas praças, a ponto de não ficar quem passe por elas; as suas cidades foram destruídas, até não ficar ninguém, até não haver quem as habite.

7. Eu dizia: Certamente me temerás, e aceitarás a correção, e assim a sua morada não seria destruída, conforme tudo aquilo porque a castiguei; mas eles se levantaram de madrugada, corromperam todas as suas obras.

Momento Interação

Em Sofonias 3, o Senhor Deus apresenta um paralelo entre o comportamento humano e o Seu. Um comportamento injusto e opressor de nossa parte e o comportamento justo e benigno do nosso Deus. Todos os dias cometemos muitos erros. Todos eles ferem o coração de Deus. Mas o que lhe causa mais dor é o fato de estarmos atentos à sua correção. Todos os dias Ele está entre nós por meio de seu Espírito Santo, e poucos de nós prestam atenção às suas palavras. Por isso precisamos estar atentos à sua Palavra e à direção do seu Espírito, para que possamos desfrutar da paz da sua justiça.

No capítulo três, o profeta muda abruptamente de assunto da ira de Deus contra as nações vizinhas para a situação de Jerusalém. Deus vai direto ao ponto ao descrever o núcleo do problema do antigo Israel, assim como em nossas vidas: a falta de vontade de ouvir a Deus, de aceitar a correção, a nossa falta de vontade de colocar nossa confiança no Senhor, e de buscarmos a Deus como deveríamos. Todo o resto que dá errado são consequências, sintomas, da nossa falta de vontade de ter um relacionamento íntimo com Deus. A nossa condição contrasta totalmente com a descrição de Deus no versículo cinco.

Introdução

Neste capítulo estudaremos sobre a primeira parte do capítulo 3 do Livro de Sofonias no que se refere sobre o juízo divino em Jerusalém. O profeta menciona que a situação da capital de Judá era trágica e decadente. A população encontra-se descrente no Senhor, a iniquidade continua ganhando o seu poderio entre os judeus e a ira divina continua crescendo de maneira contra o povo da nação do norte, de modo a promulgar um julgamento imediato perante a capital da nação santa e escolhida do Criador dos Céus e da Terra. Também neste estudo aprenderemos também sobre o que  um verdadeiro servo do Senhor deve agir em conformidade com a sua Palavra e sua vontade, não estando momento algum, enveredado por caminhos escuros e tortuosos, mas sim, atentando-se sempre a mensagem divina por intermédio dos autores inspirados pelo Santo Espírito inclusos nas Escrituras Sagradas.. 

I. Deus Enviará Disciplina à Jerusalém

Deus atua de maneira soberana nas nações de diversas formas e com variadas situações. Judá estava em uma situação moral e espiritual extremamente crítica. O povo na imoralidade e na incredulidade. Os sacerdotes inertes diante da situação e a monarquia seguindo rumo à sua destruição eminente. Diante desta grande calamidade, o Senhor ergue Sofonias como o
seu arauto nestes tempos difíceis para exortar o seu povo, e repreendê-los pelas suas más obras e sua falta de fé. Em momentos de grande turbulência na nação, Deus haverá sempre de corrigir o seu povo, disciplinando-os para os mesmos não serem destruídos e condenados à ruína presente e eterna.

1. O Juízo em Jerusalém. Os cidadãos de Jerusalém se comportavam de maneira rebelde e incrédula. Não mais buscava à Deus e nem mesmo a sua Palavra. Mais do que buscarem seguir os seus próprios desígnios, tinham eles por alvo de suas vidas não buscarem mais ao Criador. Por isso, a grande indiferença como povo de Judá, a falta de zelo com as questões espirituais e morais da nação e as questões no que concerne a exortação que provém do profeta Sofonias para os seus patrícios, tinham como objetivo o iníico de um justo julgamento para Jerusalém. Da capital para a nação provinha intenções que Deus não se agradara. Antes, Ele mesmo os condena e através do seu profeta, diz-lhes que haverá à eles um juízo, por não darem ouvidos à sua voz, e por serem rebeldes e indiferentes quanto as questões espirituais de suas vidas e da própria população (Sf 3.1,2).

2. A Condição de Jerusalém. O Profeta Sofonias diz que as pessoas da cidade de Jerusalém estavam em uma situação de decadência moral e cegueira espiritual: "Ai da rebelde e contaminada, da cidade opressora! Não obedeceu à sua voz, não aceitou o castigo; não confiou no Senhor; nem se aproximou do seu Deus" (Sf 3.1,2). A cidade vivia uma completa apostasia. Um distanciamento completo de Deus levava-os a dizerem que não precisaram mais do Senhor, nem mesmo desejar buscá-lo. Se consideravam autosuficientes e por isto, receberam do Altíssimo um severa advertência, por sua iniquidade e desde a monarquia até mesmo os sacerdotes com o culto ao Senhor (Sf 3.3,4). Mais do que uma corrupção de cidade, era o perigo de ser um reflexo eminente do que ameaçava acontecer em toda a Israel. Sofonias como um profeta do Altíssimo, no Espírito do Senhor, expõe o triste estado da capital da cidade santa, que desde as lideranças da nação até os responsáveis pelos cultos e a exposição da Palavra de Deus, mostra-se uma condição debilitada pela indiferença para com o Criador.

3. A Exortação e a Disciplina Profética. No capítulo 3 do Livro do Profeta Sofonias, é-nos mostrado pela exortação e disciplina profética, com grande seriedade e responsabilidade dos povos têm para com o Senhor, especialmente no caso de Israel. A introdução do terceiro capítulo do livro profético informa-nos como se alastrou à semelhança do fogo em florestas, a incredulidade, a iniquidade e a apostasia generalizada dos judeus para com Jeová. Jerusalém deixara de cultuar a Deus e andar corretamente em seus caminhos. Antes, resolveu abandonar à Jeová e obterem um viver iníquo (cf. Sf 3.4). Tal apostasia da capital da Cidade Santa é um alerta para nós. Tomemos cuidado com a apostasia, pois ela é uma rota que leva-nos à um caminho da condenação (1 Pe 2.1-3; 5.7,8).

II. O Exemplo das outras nações à Jerusalém

No contexto do Antigo Testamento, o juízo divino era configurado de diversas maneiras, entre elas, um castigo como disciplina do Senhor para com o seu povo em meio à diversas condutas incorretas diante dos homens e do próprio Criador. Deus por intermédio de Sofonias, relembra os cidadãos de Jerusalém o que aconteceram com as nações que se rebelaram contra Ele e o seu fim eminente. Devemos sempre relembrar que o Senhor é plenamente um Deus de Amor, mas também é um Deus de Justiça e que jamais permitirá que o pecado fique impune ou que passe desapercebido aos seus olhos. Maior que o seu amor é a sua santidade e que todos nós devemos sempre recordar-nos deste atributo divino. Assim teremos temor e tremor diante da sua presença, majestade, glória e poder. O Deus de Israel é um Deus santo e exige do seu povo, plena santidade em meio à condição moral, social, ética e espiritual da nação (cf. Lv 11.44,45; 1 Pe 1.15,16).

1. A Excelência do Criador. A fim de compreendermos a mensagem profética, teremos de regressar à época em que o Profeta Sofonias exortou o povo judeu. A nação dividida no caso da profecia de Sofonias em Judá, estava corrompida completamente á ponto de se apostatarem completamente dos caminhos do Criador. Antes, foram eles indo mais além ainda, seguindo as suas próprias intenções, e se tornando um povo de dura cerviz, desde o sacerdócio até a monarquia. Por isso, Deus por intermédio do profeta palaciano prenuncia um julgamento severo, para que os judeus, sobretudo o povo de Jerusalém. Deus é soberano nos seus desígnios, mas sempre exortando e disciplinando o seu povo para que entendam que Ele sempre está no controle de todas as coisas, ainda que Jerusalém pensasse ser autossuficiente e autoconfiante em suas ações. A justiça de Deus sempre será cumprida, pois os seus planos não podem ser frustrados (Jó 42.1,2; Sf 3.5).

2. O Exemplo das Nações Estrangeiras. Sofonias em sua mensagem profética, transmite á cidade santa que o julgamento do Senhor às nações estrangeiras é um exemplo do que poderia acontecer com os seus patrícios caso continuassem com as mesmas atitudes dos povos de outras nações: "Exterminei as nações, as suas torres estão assoladas; fiz desertas as suas praças, a ponto de não ficar quem passe por elas; as suas cidades foram destruídas, até não ficar ninguém, até não haver quem as habite" (Sf 3.6). Jerusalém caminhava à passos largos rumo à sua condenção, à semelhança das nações estrangeiras que não ouviam à Deus, desobedeciam à Deus e constantemente entrava em conflitos com o Altíssimo. Sofonias pela sua mensagem exorta-os à um tempo necessário para que regressem aos caminhos do Senhor. A mensagem do profeta palaciano é um alerta para todos nós. Vigiemos para que não entremos em condenação e perecermos em nossos próprios pecados. Se não nos arrependermos e confessarmos as nossas falhas, de igual modo, receberemos o juízo divino pela nossa soberba e iniquidade aos olhos de Deus (Sl 14.1-3; Sf 3.8; Mt 19.23-28; Lc 13.1-5).

III. O Julgamento do Senhor à Jerusalém

O papel do julgamento do Altíssimo à Cidade de Jerusalém possuem vários ensinamentos para nós, sobretudo no que diz respeito ao temor do Senhor ao seu nome e o seu eterno poder e soberania sobre tudo e todos. Deus é santo e jamais permite que o pecado impune, nem mesmo entre os que pertencem a cidade santa e amada por Ele. Por isso, Sofonias exorta-os trazendo sobre eles uma mensagem clara e objetiva, que o Senhor haveria de agir repreendendo-os por suas atitudes errôneas e contrárias à vontade do Senhor, não dizendo d´Ele, o que é correto e justo, mas sim, tratando o próprio Deus como um ser indiferente e abstrato, e inerte às questões humanas. Deus por intermédio do profeta palaciano ensina-os que mais do que encontrar-se presente, o Senhor está sempre consciente e totalmente no controle de todas as situações que vemos e as que não vemos.

1. Jerusalém e a sua Reflexão sobre Vida e sobre Deus. A nação de Judá (Reino do Sul) bem como a sua capital e principal cidade Jerusalém, possuíam uma ideia completamente errônea de suas vidas, de conduta, e de entendimento sobre o Senhor. O próprio Altíssimo por intermédio do profeta define plenamente como os judeus refletiam a respeito de suas próprias vidas e d´Ele mesmo: "E há de ser que, naquele tempo, esquadrinharei a Jerusalém com lanternas, e castigarei os homens que se espessam como a borra do vinho, que dizem no seu coração: O Senhor não faz o bem nem faz o mal" (Sf 1.12). O caminho de uma vida tranquila e agradável para os judeus era viver como bêbados, atônitos a toda e qualquer situação que sobrevier as suas vidas, sabendo que, no pensamento deles, Deus é indiferente com esta situação, não fazendo bem nem mal. Os judeus possuíam uma ideia errada do Senhor e por isso, suas iniquidades cresciam em demasia. Por isso, o Senhor haveria de vir com um justo juízo para que Jerusalém conhecesse verdadeiramente quem é o Deus Vivo e Todo-Poderoso.

2. Devemos buscar conhecer verdadeiramente á Deus. O principal erro dos judeus no que tange á suas vidas e no relacionamento com o Altíssimo encontra-se no principal objetivo de suas vidas terem um foco totalmente errado. Ao invés de voltarem-se para o Senhor com quebrantamento de coração contrito, arrependendo dos seus pecados, o Reino do Sul (Judá), intentava-se contra o Criador, sendo impiedosos chegando-se à ser comparados por Sofonias com as nações estrangeiras, em suas práticas e na desobediência contra o Altíssimo. Um pensamento errado e um entendimento do Senhor contrário à sua Palavra, pode levar-nos à uma vida totalmente incorreta e incompatível com o que o Senhor anseia de nós, se não o buscarmos conhecê-lo verdadeiramente. O pensamento de Judá em crer que Deus não se importa com a nossa condição é incorreta e nas palavras do salmista, não há um ser maior que se importa e se preocupa conosco do que o Altíssimo, o Criador dos Céus e da Terra: "SENHOR Deus da minha salvação, diante de ti tenho clamado de dia e de noite. Chegue a minha oração perante a tua face, inclina os teus ouvidos ao meu clamor" (Sl 88.1,2).

3. Sejamos Sóbrios e Vigilantes. Vivemos tempos difíceis à semelhança do profeta Sofonias. Encontramos em um estado de crise na nação nunca antes vista. No entanto, em tempos trabalhosos (2 Tm 3.1-5), devemos manter-nos sóbrios e vigilantes, pois o Diabo ainda busca  aqueles que se mantém firmes no Senhor para devorá-los (1 Pe 5.8). Busquemos sempre á Palavra do Senhor e estarmos atentos à sua voz, pois cremos que Ele tem cuidado de nós (1 Pe 5.7). Evitemos a idéia errônea da inércia do Senhor diante do mundo e da humanidade, pois ela jamais se susterá perante às Escrituras Sagradas. Deus é um ser participativo em nossas vidas, que nos exorta, repreende e corrige aqueles que amam, assim como um pai que corrige os seus filhos para que não suceda em nós coisa pior em nossas vidas. Temos em Deus um porto-seguro para nossas almas e o nosso viver presente com Ele.

Conclusão

O Reino do Sul presenciava um crise interna extremamente conflitante para com o Senhor e os valores divinos à ponto de chegar à serem semelhantes no agir e no pensar com as demais nações estrangeiras. Deus novamente retorna ao justo julgamento que será realizado em Jerusalém como indiferença às advertências que o Senhor havia dito por intermédio de Sofonias. O perigo de dar às costas à exortação divina, está no fato de que corremos o risco de não mais obtermos à direção que nos é necessária para vivermos em retidão de coração e e alma perante o Senhor. Vigiemos quanto ao nosso andar e falar perante os homens e perante Deus. Somente na sua presença é que jamais perderemos o foco de nossas vidas no presente e no porvir.


Recomendação de Leitura da Semana: GOMES, Eliezér. Batalha Espiritual. São Paulo: Evangelho Avivado, 2019.


sábado, 16 de abril de 2022

Comentário Bíblico Mensal: Abril/2022 - Capítulo 3 - O Juízo do Senhor às Nações Estrangeiras

 




Comentarista: Leonardo Pereira



Texto Bíblico Base Semanal Sofonias 2.1-15


1. Congregai-vos, sim, congregai-vos, ó nação não desejável;

2. Antes que o decreto produza o seu efeito, e o dia passe como a pragana; antes que venha sobre vós o furor da ira do Senhor, antes que venha sobre vós o dia da ira do Senhor.

3. Buscai ao Senhor, vós todos os mansos da terra, que tendes posto por obra o seu juízo; buscai a justiça, buscai a mansidão; pode ser que sejais escondidos no dia da ira do Senhor.

4. Porque Gaza será desamparada, e Ascalom assolada; Asdode ao meio-dia será expelida, e Ecrom será desarraigada.

5. Ai dos habitantes da costa do mar, a nação dos quereteus! A palavra do Senhor será contra vós, ó Canaã, terra dos filisteus; e eu vos destruirei, até que não haja morador.

6. E a costa do mar será de pastos e cabanas para os pastores, e currais para os rebanhos.

7. E será a costa para o restante da casa de Judá; ali apascentarão os seus rebanhos; de tarde se deitarão nas casas de Ascalom; porque o Senhor seu Deus os visitará, e os fará tornar do seu cativeiro.

8. Eu ouvi o escárnio de Moabe, e as injuriosas palavras dos filhos de Amom, com que escarneceram do meu povo, e se engrandeceram contra o seu termo.

9. Portanto, tão certo como eu vivo, diz o Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel, Moabe será como Sodoma, e os filhos de Amom como Gomorra, campo de urtigas e poços de sal, e desolação perpétua; o restante do meu povo os saqueará, e o restante do meu povo os possuirá.

10. Isso terão em recompensa da sua soberba, porque escarneceram, e se engrandeceram contra o povo do Senhor dos Exércitos.

11. O Senhor será terrível para eles, porque emagrecerá todos os deuses da terra; e todos virão adorá-lo, cada um desde o seu lugar, de todas as ilhas dos gentios.

12. Também vós, ó etíopes, sereis mortos com a minha espada.

13. Estenderá também a sua mão contra o norte, e destruirá a Assíria; e fará de Nínive uma desolação, terra seca como o deserto.

14. E no meio dela repousarão os rebanhos, todos os animais das nações; e alojar-se-ão nos seus capitéis assim o pelicano como o ouriço; o canto das aves se ouvirá nas janelas; e haverá desolação nos limiares, quando tiver descoberto a sua obra de cedro.

15. Esta é a cidade alegre, que habita despreocupadamente, que diz no seu coração: Eu sou, e não há outra além de mim; como se tornou em desolação, em pousada de animais! Todo o que passar por ela assobiará, e meneará a sua mão.

Momento Interação

No início do capítulo dois o profeta Sofonias enfaticamente pede ao seu povo para que se unam. Ele usa a expressão antes que três vezes no versículo 2, referindo-se à urgência do assunto. Ele enfatiza que o dia do Senhor está bem próximo, e portanto ele exorta as pessoas a se voltar para o Senhor, porque senão elas terão que sofrer as consequências da ira divina. A humildade é uma característica dos grandes personagens da Bíblia. Podemos pensar em Moisés, a quem a Bíblia denomina o homem mais humilde que já viveu na terra (cf. Nm 12.3). A humildade, segundo a Bíblia Sagrada, é uma das principais qualificações para uma liderança de excelência.

Deus sabe que haverá uma chance para o seu povo e que a salvação do povo irá acontecer se eles estiverem dispostos a humilhar-se diante de Deus e entre sí. Ao ligar humildade com justiça, Sofonias deixa claro que a verdadeira humildade está sempre ligada à justiça social. A cura de igrejas, sociedades e comunidades só é possível através da humildade perante Deus (cf. 2 Cr 7.14) e de uns para com os outros. Portanto, busquemos ao Senhor com humildade e retidão, para que possamos estar protegidos quando Ele vier.

Introdução

No estudo desta semana trataremos sobre o julgamento divino do Senhor por intermédio de Sofonias perante as nações estrangeiras. O capítulo 2 do livro profético informa-nos que o Senhor, à semelhança da nação de Judá, exorta aos povos de outras nações que se convertam e humilhem-se perante a poderosa mão de Deus, deixando as suas práticas pecaminosas, idólatras e pagãs. Neste capítulo, conheceremos um pouco mais também da onisciência do Altíssimo, quando Deus através do seu profeta, lida com as nações conhecendo-as profundamente concedendo a elas um diagnóstico da situação na qual, elas se encontravam.

I. O Juízo Divino sobre os Filisteus

Os Filisteus era uma nação adversária de Israel desde épocas remotas. No entanto, como um Deus de amor, de graça e de misericórdia, o Senhor exorta ao povo adversário da nação eleita que abandone as iniquidades ou então viria sobre eles o juízo divino. Filístia retrata a condição de um povo que não cria em Deus, muito menos em sua palavra profética. Sofonias então corajosamente no poder de Deus, entrrega-lhes uma mensagem proveitosa ao seu tempo, de modo que os antigos inimigos de Israel, reconheçam a autoridade divina sobre tudo e todos.

1. O Convite ao Arrependimento. O Profeta Sofonias diz para os filisteus que o Senhor estava convocando-os para um período de grande arrependimento, confissão de pecados e adoração ao Deus Vivo e Verdadeiro. Deus está dando ao povo estrangeiro um tempo para que possam examinar-se a si mesmos e assim, abandonarem as práticas errôneas que possuíam, se atentarem a poderosa voz do Senhor e caminharem na sua presença em sinceridade e integridade de coração. Deus exortando-os a obterem uma vida santa e fiel mostra perante as nações a sua graça, misericórdia, dando-lhes o perdão se convertem dos maus caminhos.

2. O Juízo Divino sobre Filístia. No entanto, devido as suas práticas pecaminosas, idólatras e impiedosas, Sofonias também transmite-lhes um juízo severo perante eles. Suas cidades seriam completamente arrasadas, sua moral abalada e soberba colocada por terra. As suas iniquidades seriam lidadas diretamente com o Senhor que não permite que o pecado continue impune. Deus é misericordioso e gracioso, no entanto, Jeová também é justo e executa corretamente a sua reta justiça. Sofonias proclama com ousada a mensagem divina do fim de suas atitudes perversas, contrárias a vontade do Senhor.

3. A Graça de Deus sobre Filístia. Infelizmente muitas pessoas erroneamente lidam de maneira diversificada com a forma de como o Senhor executa a sua justiça perante as nações, ao tempo em que Ele também transmite o seu amor, misericórdia e graça às nações. É importante nos lembrarmos que o amor de Deus não anula a sua justiça. O Senhor não permite que o pecado continue impune e por isso, exerce com detalhes a sua reta justiça para as nações. Por isso, Deus é santo e plenamente justo, e ainda que não mereçamos a sua graça e misericórdia, Ele derrama a sua infinita bondade, e como um pai exortando aos seus filhos, assim Ele o faz para com as nações, e também para conosco.

II. O Juízo Divino sobre Moabe e Amom

Pela palavra profética, entendemos que as nações de Moabe e de Amom também fizeram o que não lhes era devido na presença do Senhor. Por isso, mediante ao intermédio do profeta Sofonias, o Senhor haveria de julgar também estas nações pelas suas práticas e palavras contra Israel e também contra o Criador. Moabe e Amom enfrentariam um juízo divino em decorrência das suas iniquidades e atos profanos. Chegava o momento destas nações receberem do Altíssimo o que lhes era devido mediante as suas ações contra a nação santa e eleita do Senhor, Israel.

1. O Juízo Divino sobre Moabe. Os moabitas eram um povo que descendia de Moabe, filho de Ló. Eles eram parentes próximos dos israelitas, e até conseguiram conviver com eles amistosamente em alguns períodos da História. Porém em muitas outras ocasiões os moabitas aparecem na Bíblia como inimigos do povo de Deus. Moabe falou de Israel o que não era correto aos olhos do Altíssimo. Deus estava ao mesmo tempo que santificando o seu povo, dando-lhes autoridade perante as demais nações, sendo ela uma nação abençoadora para todo o planeta. No entanto, os amonitas, ainda que exerciam práticas pagãs, iníquas, estavam lietralmente zombando de Israel e Deus não permitiria que eles escarnecessem continuamente. Nas palavras do profeta Sofonias, Moabe seria reduzida às cinzas como ocorreu com Sodoma (Sf 2.9), não restando "pedra sobre pedra". Moabe durante muito tempo, fora inimigos do Povo de Deus e a partir de Sofonias, proclamava a ruína de uma nação que zombava do Povo do Senhor (cf. Is 15; 16; Jr 9.26; 25.21; 48; Ez 25.8:11; Am 2.1-3; Sf 2.8-11).

2. O Juízo Divino sobre Amom. Os amonitas eram os descendentes de Ben-Ami, filho de Ló com sua filha mais nova (Gn 19.38). O povo amonita era aparentado dos israelitas. Este parentesco se devia ao fato de Ló ser sobrinho de Abraão, o grande patriarca do povo de Israel. O Povo do Senhor recebeu ordens divinas para tratar os amonitas com misericórdia (Dt 2.19). Apesar disto, os textos bíblicos revelam que muitas vezes os amonitas foram um problema para os israelitas. Em diversas ocasiões eles aparecem associados a outros povos em oposição ao povo de Deus. Os amonitas também estavam entre os invasores estrangeiros de Judá nos dias do rei Jeoaquim (2 Rs 24.1-4). Vários profetas do Senhor profetizaram o juízo divino contra os amonitas (Jr 49.1-6; Ez 21.20; 25.1-7; Am 1.13-15; Sf 2.8-11). Partindo do profeta Sofonias a mensagem do juízo divino, à semelhança de Moabe, Amom ficaria também destruída por completo, sem qualquer vestígio de continuidade na história, pela sua falta de temor á Deus e ao Povo do Senhor.

II. O Juízo Divino sobre Assíria e Etiópia

Os assírios eram de uma região a norte de Israel, que atualmente é o norte do Iraque. Sua capital era Nínive, que se situava perto da cidade moderna de Mosul. Entre 900 e 600 a.C., Os assírios conquistaram um vasto império, de um tamanho nunca visto antes, e dominaram politicamente toda a região à volta de Israel. O império assírio se tornou uma grande ameaça para os israelitas, que sofreram muitos ataques. Já a Etiópia era um país que ficava ao sul do Egito e que incluía a Núbia, o Sudão e o norte da Etiópia dos tempos modernos. Em hebraico esse país se chamava Cuxe (RA) ou Cuse (RC), nome de um dos filhos de Cam. Israel teve em alguns momentos de sua trajetória como nação, contatos com a Etiópia (Nm 12.1; 2 Cr 12.3; 14.9-13; 2 Rs 19.9). Os profetas a mencionaram (Is 11.11; 18.1; 20.3-5; Jr 46.9; Ez 29.10; 30.4-9; Na 3.9; Sf 3.10). Estas duas nações provocaram a ira do Altíssimo e por intermédio do profeta Sofonias consequentemente, tiveram do Senhor um severo juízo divino.

1. O Juízo Divino sobre a Assíria. Os assírios eram um povo violento e cruel que conquistou vários países, incluindo o reino de Israel. O império assírio foi a maior potência de seu tempo e foi usado por Deus para castigar os israelitas. O reino de Judá sobreviveu como vassalo do império assírio. Quando o império ruiu, os assírios foram conquistados pelos babilônios. A força do império assírio estava no seu exército organizado e tecnologicamente avançado. Eles também usavam o terror para intimidar os inimigos, se tornando famosos por sua brutalidade contra quem derrotavam. Para manter os povos conquistados subjugados, os assírios criaram uma política de deportações. Eles obrigavam povos conquistados a viver em outras partes do império, perdendo sua identidade nacional e união para se revoltarem. 

2. O Juízo Divino sobre a Etiópia. Conforme dito anteriormente na introdução deste tópico, a Etiópia em alguns momentos da história bíblica, encontrou-se com Israel em situações adversas (Nm 12.1; 2 Cr 12.3; 14.9-13; 2 Rs 19.9). O Profeta Sofonias promulga-lhes um juízo proveniente do Senhor no que concerne à condição futura dos etíopes: "O Senhor será terrível para eles, porque emagrecerá todos os deuses da terra; e todos virão adorá-lo, cada um desde o seu lugar, de todas as ilhas dos gentios. Também vós, ó etíopes, sereis mortos com a minha espada" (Sf 2.11,12). O profeta diz que o Senhor estará no controle da condição das nações estrangeiras. Da autoridade do Senhor, ninguém poderá fugir ou se esconder. As nações haveriam de prestar contas diretamente ao Deus Vivo.

Conclusão

Neste capítulo estudamos sobre os juízos do Altíssimo que haveriam de sobrevir às nações estrangeiras por intermédio do Profeta Sofonias. Aprendemos também que o Deus de Israel é único e exclusivo detentor dos atributos de conhecer, saber e observar tudo e todos. O Senhor jamais se encontrava inerte enquanto as nações estrangeiras zombavam de Israel e do seu santo nome. Deus estava dando-lhes o tempo necessário para que se arrependessem e criam no seu nome e no seu eterno poder. No entanto, persistindo na iniquidade, Deus jamais se deixaria escarnecer mediante ao pecado. Sobre isto, alerta-nos o apóstolo Paulo: "Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará. Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna" (Gl 6.7,8).


Recomendação de Leitura da Semana: SOUZA, Éverton. O Reino de Israel. São Paulo: Evangelho Avivado, 2021.


sábado, 9 de abril de 2022

Comentário Bíblico Mensal: Abril/2022 - Capítulo 2 - O Juízo do Senhor na Nação de Israel

 




Comentarista: Leonardo Pereira



Texto Bíblico Base Semanal: Sofonias 1.7-18

7. Cala-te diante do Senhor DEUS, porque o dia do SENHOR está perto; porque o SENHOR preparou o sacrifício, e santificou os seus convidados.

8. Acontecerá que, no dia do sacrifício do Senhor, castigarei os príncipes, e os filhos do rei, e todos os que se vestem de trajes estrangeiros.

9. Castigarei naquele dia todo aquele que salta sobre o limiar, que enche de violência e engano a casa dos seus senhores.

10. E naquele dia, diz o Senhor, far-se-á ouvir uma voz de clamor desde a porta do peixe, e um uivo desde a segunda parte, e grande quebrantamento desde os outeiros.

11. Uivai vós, moradores de Mactes, porque todo o povo que mercadejava está arruinado, todos os que estavam carregados de dinheiro foram destruídos.

12. E há de ser que, naquele tempo, esquadrinharei a Jerusalém com lanternas, e castigarei os homens que se espessam como a borra do vinho, que dizem no seu coração: O Senhor não faz o bem nem faz o mal.

13. Por isso serão saqueados os seus bens, e assoladas as suas casas; e edificarão casas, mas não habitarão nelas, e plantarão vinhas, mas não lhes beberão o seu vinho.

14. O grande dia do Senhor está perto, sim, está perto, e se apressa muito; amarga é a voz do dia do Senhor; clamará ali o poderoso.

15. Aquele dia será um dia de indignação, dia de tribulação e de angústia, dia de alvoroço e de assolação, dia de trevas e de escuridão, dia de nuvens e de densas trevas,

16. Dia de trombeta e de alarido contra as cidades fortificadas e contra as torres altas.

17. E angustiarei os homens, que andarão como cegos, porque pecaram contra o Senhor; e o seu sangue se derramará como pó, e a sua carne será como esterco.

18. Nem a sua prata nem o seu ouro os poderá livrar no dia da indignação do Senhor, mas pelo fogo do seu zelo toda esta terra será consumida, porque certamente fará de todos os moradores da terra uma destruição total e apressada.

Momento Interação

Em Sofonias 1, o Senhor Deus faz o anúncio de uma grande destruição sobre seu povo. Mas qual o grande motivo? A idolatria praticada entre o povo de Deus, despertou a ira o Senhor. Fica muito claro na Palavra de Deus que o Senhor exige adoração exclusiva de seu povo. Como consequência ao comportamento idólatra eles teriam que enfrentar um grande juízo da parte de Deus. Em nossas vidas a adoração ao Senhor deve ser algo exclusivo. Imagens de esculturas, divindades, entidades, misticismo, enfim, cultos a outros deuses é algo que irrita muito ao Criador de todas coisas. Sofonias chama as pessoas a ficar em silêncio diante do Senhor Deus, mas este silêncio não é o tipo de silêncio que indica uma abertura do coração e da mente à voz de Deus, mas é por causa da expectativa acerca do Dia do Senhor.

Introdução

Enquanto vivermos nesta terra, seremos tentados à colocar diversos fatores de nossas vidas como prioridade ao invés do Senhor. As circunstâncias da vida, o dinamismo de nosso tempo diários, leva-nos à uma desafio que nos sobrevém por intermédio de uma pergunta: estamos colocando verdadeiramente o Senhor e Mantenedor de Todas as Coisas como prioridade de nossas vidas? Para o mundo pós-moderno, dedicarmos por inteiro a Deus é um sinal de um completo delírio. No entanto, para nós que cremos nas obras de suas mãos, pela Palavra do seu poder, compreendemos que não há maior prazer que nos encontrarmos na presença do Deus Vivo e Verdadeiro. Se não ouvirmos a voz de Jeová em um período de completa calamidade moral e espiritual da nação, o que será de nós e das próximas gerações? Restará somente um final de uma vida em completo estado de ruína, resultados da Ira Divina para com os incrédulos e com os infiéis. Portanto, vigiemos.

I. O Juízo de Deus sobre Judá

No capítulo 1 do Livro de Sofonias em seu início, conheceremos um pouco mais do contexto em que viviam os judeus e os outros povos. Deus estava inconformado com a situação do seu povo e a forma como eles se comportavam perante Ele. Assim sendo, o Senhor envia o profeta com a incumbência de exortá-los sobre o grande juízo que haveria de vir sobre eles. O alerta profético se torna de extrema necessidade pois o povo já não buscava ouvir a voz divina, muito menos as suas repreensões. Assim como foi para com os judeus na época de Sofonias, continua sendo hoje uma mensagem de alerta para toda a igreja do Senhor e para a nação brasileira: a conformidade com a situação moral, ética, social e espiritual da nação que ignora a mensagem divina provinda dos seus enviados.

1. Deus enviará a Disciplina ao seu Povo. Na primeira parte do capítulo encontramos Sofonias repreendendo o povo por parte do Senhor, pelas atitudes das quais os judeus haviam agregado aos seus costumes cotidianos. O comodismo, a idolatria e a incredulidade de muitos levou o Senhor à levantar o profeta como uma voz poderosa não de consolação ou correção, mas sim, de juízo. Nem mesmo os palacianos escapariam deste julgamento divino que haveria de vir sobre eles (Sf 1.8). Todos aqueles que estavam contrários à vontade do Senhor e o desonrando, receberiam do Altíssimo a justa medida. Deus não se deixar escarnecer em nenhum momento, muito menos pelo seu próprio povo.

2. Deus irá exercer o Juízo sobre o seu Povo. O período em que ocorre o ministério profético de Sofonias é de uma completa iniquidade por parte da nação de Judá. A adoração ao Senhor não era  mais uma prioridade magna do povo. As nações estrangeiras com os seus cultos místicos ganhavam guarida nos lares e corações dos muitos descendentes de Abraão. Unindo todas estas questões com o comodismo moral e espiritual do povo, Deus estava prestes a exercer um grande julgamento para o seu povo (Sf 1.9,10). Judá colocava sobre si mesma outras prioridades das quais o Senhor não era mais precioso para eles. Tudo aquilo que se coloca como prioridade em nossas vidas acima de Deus é considerado como idolatria, conduta abominável aos olhos do Senhor Deus de Israel (cf. Is 42.8). 

3. Deus tem um Limite de Paciência para o seu Povo. Judá e as demais nações vizinhas teve por pensamento próprio, viverem as suas vidas ao seu bel-prazer ignorando Deus como o Senhor Criador e Sustentador de Todas as Coisas, e deixando de lado o mais importante: o temor ao Senhor que é o princípio da sabedoria (Pv 9.10). Deus é mui paciente, contudo, a sua paciência dura um limite e não permite que a impunidade continue de maneira intensa e extensa. A paciência divina nos mostra a graça e o amor do Senhor em mostrar o caminho sobremodo excelente ao iníquo e transformá-lo em uma novo ser vivente. No entanto, para aqueles que não reconhecem a misericórdia e o amor do Altíssimo, lhes serão enviado um grande juízo como disciplina por não pararem com as iniquidades e continuar em uma vida cruel, pecaminosa e obscura: "Castigarei naquele dia todo aquele que salta sobre o limiar, que enche de violência e engano a casa dos seus senhores" (Sf 1.9).

II. O Juízo de Deus sobre Jerusalém

A segunda parte do capítulo 1 do Livro de Sofonias vai ser dedicado à um severo juízo contra Jerusalém. A Cidade Santa, a qual deveria ser referência para as demais capitais e nações do mundo conhecido na época era um local aonde se encontrava um número maior de pessoas cometendo gravidades contra o Criador. Por isto, Sofonias como uma voz profética, ergue-se como um enviado de Deus, guiado por Jeová para proclamar um juízo eminente na capital santa, que estava em completa crise moral, ética e espiritual da nação. Aonde estava uma capital idólatra e conformada com a atual condição de Judá, Sofonias exorta-os a uma vida de temor e obediência ao Senhor, para um período de grandes transformações abençoadoras para a nação.

1. A Crise em Jerusalém. Sofonias diz em sua obra profética que os cidadãos de Jerusalém tem o Altíssimo por irrelevante, e que muitos permanecem como bêbados, atônitos com a situação em que se encontravam: "E há de ser que, naquele tempo, esquadrinharei a Jerusalém com lanternas, e castigarei os homens que se espessam como a borra do vinho, que dizem no seu coração: O Senhor não faz o bem nem faz o mal" (Sf 1.12). A indiferença dos judeus para com o Criador traz-nos uma radiografia para os nossos dias. Assim como a idolatria provoca a ira de Deus por adorarem mais as criações que o Criador, a indiferença também provoca a ira do Senhor por ignorarem a sua mensagem e misericórdia e em detrimento da indiferença, buscam viver em conflitos constantes com o Senhor em sua forma de pensar e de viver. Devemos vigiar pois, assim como a idolatria desagrada ao Senhor, a indiferença também o desagrada e lhe provoca a ira do Altíssimo.

2. O Juízo em Jerusalém. O julgamento divino na cidade de Jerusalém em virtude da indiferença dos judeus para com o Senhor, será de uma gravidade sem igual, resultados dos seus pecados. Sofonias profetiza que o julgamento divino ocorrerá por etapas das quais afetarão tanto a vida social, quanto a moral: Bens serão saqueados de suas vidas, casas haverão de ser assoladas, arrasadas, e plantações de vinhas que serão cultivadas mas que não poderão usufruir do seu próprio cultivo (Sf 1.13). Os judeus seriam desprovidos de sua dignidade e moralidade em virtude das desobediências contra o Senhor. Seriam eles agora os julgados ao invés de julgarem ao Senhor e o chamarem de indiferente.

3. A Decadência Moral e Espiritual de uma Nação. A condição moral, social, cultural e espiritual de uma nação passa pelas prioridade as quais as pessoas tem colocado em suas vidas. Existem muitas pessoas que colocam como objetivos de suas vidas o  emprego, o dinheiro, a fama ou até mesmo a autoadoração, a personalidades humanas. A decadência moral e espiritual de uma nação passa por estes fatores. Quando colocamos outras prioridades, alvos de nossas vidas em alvos terrenos em detrimento de uma vida de intimidade e de grande relacionamento com o Criador. Quando uma nação busca adquirir o melhor da criação em preferência ao Senhor, surge uma inversão de valores e conceitos que não são do próprio Criador. Uma nação só será plenamente abençoada quando voltar-se para o Senhor, caso o contrário, ficaremos em ruínas conforme as palavras do salmista: "Os ídolos deles são prata e ouro, obra das mãos dos homens. Têm boca, mas não falam; olhos têm, mas não vêem. Têm ouvidos, mas não ouvem; narizes têm, mas não cheiram. Têm mãos, mas não apalpam; pés têm, mas não andam; nem som algum sai da sua garganta. A eles se tornem semelhantes os que os fazem, assim como todos os que neles confiam" (Sl 115.4-8).

III. O Dia da Ira do Senhor

Sofonias repete constantemente durante o seu livro a temática do "Dia do Senhor". No conceito profético do arauto palaciano, este dia é caracterizado quando Jeová enviará um grande juízo sobre o seu povo para os corrigir e discipliná-los. Para Sofonias, o julgamento do Senhor estava muito próximo e avisa aos judeus que se convertam e mudem de conduta, para que assim, voltem-se para o Senhor e também, o Criador irá voltar-se para o seu povo. Não mais os judeus veriam a Deus de Israel como um ser indiferente, mas como Criador de Todas as Coisas, o Deus Onipotente (aquele que detém todo o poder), Onisciente (aquele que conhce todas as coisas) e Onipresente (aquele que está presente em todo tempo e em todo lugar).

1. O Sentido Bíblico do Dia do Senhor. De Isaías ao Apocalipse, a frase "dia do Senhor" aparece em 25 versículos, e expressões semelhantes surgem em vários outros. A linguagem bíblica, freqüentemente citando "o dia do Senhor", é facilmente interpretada como se falasse de um só dia, talvez o dia final quando o Senhor voltará para julgar todas as pessoas. Mas o assunto não é tão simples assim. Esta pergunta serve para ilustrar bem uma regra fundamental de estudo bíblico: é necessário examinar palavras e frases em seus contextos. O dia do Senhor representa duas opções e dois destinos. É dia de destruição e de salvação. O mesmo dia que trouxe castigo aos opressores livrou os oprimidos. O mesmo dia que trouxe salvação aos que receberam a palavra condenou os desobedientes.

2. O Dia do Senhor está Próximo!  Considerando as citações bíblicas sobre o "Dia do Senhor", podemos ver que a mesma frase têm, pelo menos, quatro significados diferentes. Em cada caso, discernimos o sentido no contexto. Um dia de julgamento de pessoas, cidades, povos ou nações. Este é o sentido mais comum, especialmente nas profecias do Velho Testamento. Isaías falou desta maneira do castigo da Babilônia (Is 13.6,9). Jeremias descreveu o castigo do Egito como "o Dia do Senhor. . . dia de vingança contra os seus adversários" (Jr 46.10). Seu contemporâneo, Ezequiel, também usou a mesma linguagem ao falar sobre o castigo do Egito (Ez 30.3) e o de Jerusalém (Ez 13.5; Sf 1.7,14). Joel usa esta frase para falar do castigo do povo judeu (Jl 1.15; 2.1) e do julgamento de várias nações (Jl 3.14; Ob 15).

Conclusão

Duas características que encontram-se de maneira muito comum na nação de Judá em sua atualidade, mas que não pode sobrepor a vida do cristão é a indiferença e também a idolatria. Por conta destas duas características da convivência humana, Judá haveria de arcar seriamente com as consequências de seus atos, por ignorar a mensagem divina e tratarem a Deus como um ser irrelevante, sem importante para a história e o decorrer do povo como um todo. Devemos mantermos em sobriedade e vigilância para que não ocorra conosco o que ocorreu com Judá. Por isto, é-nos mui preciosa a orientação apostólica de Paulo quando se refere o objetivo primal de todo cristão, o seu alvo magno: "Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra" (Cl 3.2).


Recomendação de Leitura da Semana: ATAÍDE, Romulo. Panorama Bíblico Volume 4 - Livros Proféticos. São Paulo: Evangelho Avivado, 2017.


sábado, 2 de abril de 2022

Comentário Bíblico Mensal: Abril/2022 - Capítulo 1 - Sofonias - Profeta de Excelência do Deus Vivo

 




Comentarista: Leonardo Pereira



Texto Bíblico Base Semanal: Sofonias 1.1-6

1. Palavra do SENHOR, que veio a Sofonias, filho de Cusi, filho de Gedalias, filho de Amarias, filho de Ezequias, nos dias de Josias, filho de Amom, rei de Judá.

2. Hei de consumir por completo tudo de sobre a terra, diz o Senhor.

3. Consumirei os homens e os animais, consumirei as aves do céu, e os peixes do mar, e os tropeços juntamente com os ímpios; e exterminarei os homens de sobre a terra, diz o Senhor.

4. E estenderei a minha mão contra Judá, e contra todos os habitantes de Jerusalém, e exterminarei deste lugar o restante de Baal, e o nome dos sacerdotes dos ídolos, juntamente com os sacerdotes;

5. E os que sobre os telhados adoram o exército do céu; e os que se inclinam jurando ao Senhor, e juram por Milcom;

6. E os que deixam de andar em seguimento do Senhor, e os que não buscam ao Senhor, nem perguntam por ele.


Momento Interação

O estudo no Livro de Sofonias pode também ajudar os alunos a se prepararem para a Segunda Vinda de Jesus Cristo, que também é chamada de “O Dia do Senhor”. Os alunos vão aprender que, se eles se prepararem para a Segunda Vinda, arrependendo-se de seus pecados e voltando-se para Jesus Cristo, vão ter paz nesta vida e poderão esperar com alegria a Segunda Vinda. Ao estudarmos Livro do Profeta Sofonias, iremos aprender que não precisa seguir os costumes errados da sociedade em que vivem e que podemos buscar ao Senhor a despeito do que outros a sua volta escolham fazer. O comentarista deste mês é Leonardo Morais Pereira. Escritor, articulista, professor de teologia e de estudos bíblicos e editor do Ministério Evangelho Avivado. Que o Senhor Deus vos abençoe no prosseguimento dos estudos sobre o Profeta Sofonias.

Introdução

Durante o mês de Abril de 2022, estudaremos a respeito do Livro do Profeta Sofonias. Este arauto divino possui uma mensagem clara e bastante atual para o nosso tempo, sobretudo para a Igreja do Senhor Jesus Cristo: Exortação ao arrependimento, mudança de vida e de conduta, e também, prenúncios acerca da Segunda Vinda do Filho do Homem. Ainda que em um conteúdo profético, sua mensagem não pode ser ignorada, muito menos relativizada. A medida em que decorrermos os nossos estudos no livro do profeta que leva o seu nome, seremos poderosamente abençoados pela sua mensagem, bem como também capacitados à conhecermos cada vez mais ao Senhor, e nos prepararmos para os eventos futuros. No estudo desta semana, faremos um introdução a respeito do profeta Sofonias e da sua mensagem profética, tão preciosa e vital para os nossos dias.

I. O Profeta Sofonias

Antes de conhecermos a sua mensagem na obra profética, é-nos necessários conhecermos  a vida e o ministério do profeta Sofonias. À semelhança de muitos profetas do Antigo Testamento, o mensageiro do Senhor possui características que são bastantes sublime, de maneira que o possamos conhecê-lo profundamente. Muito da sua obra e do seu ministério revela o seu modo de viver, especialmente no que concerne ao seu ministério para com o Senhor. Busquemos conhecer ainda mais a vida e o ministério do profeta Sofonias.

1. O Nome do Profeta Sofonias. De acordo com o Pequeno Dicionário Bíblico de Orlando Boyer, o nome Sofonias tem por seu significado "Deus escondeu-se". O interessante é que o Criador do Universo e de Todas as Coisas contrasta o significado do profeta e do seu ministério com o seu nome. Sofonias será um dos maiores profetas da nação de Israel em evidência de modo a transmitir as nações, tanto em Israel quanto às estrangeiras, a poderosa Palavra do Senhor de maneira íntegra e fiel. O arauto do Senhor mostra uma modo peculiar de vida que se difere em muito do seu nome e de seu significado. Encontramos também outras referências do nome de Sofonias em outras passagens bíblicas das Escrituras Sagradas (cf. Jr 21.1; 2 Rs 25.18; 1 Cr 6.36; Zc 6.10,14).

2. A Vida do Profeta Sofonias. A conduta e o ministério profético de Sofonias provém de um tempo no período do reinado do rei Josias. De acordo como o decorrer do livro que leva o seu nome, Sofonias poderia ter sido um dos profetas que desencadearam um poderoso avivamento espiritual na nação de Israel. A temática profética de Sofonias não era somente de avivamento, mas também de arrependimento, confissão de pecados e conversão ao Deus Vivo e Poderoso de Abraão, de Isaque e Jacó (Sf 1.7-10; 14-16). Sofonias vivia para o ministério profético e devotava a sua vida a levar ao povo a mensagem divina. Para Sofonias, viver em prol da obra do Senhor era o alvo magno da sua vida.

3. Características do Profeta Sofonias. Assim como eram os profetas do Antigo Testamento, reconhecidos e autenticados por Deus, Sofonias era um autêntico profeta de Jeová. Uma grande questão que o diferenciava era a sua linhagem com a monarquia, sobretudo a de Judá. Sofonias era trineto do rei Ezequias (Sf 1.1), o qiue significa que ele era também parente do rei Josias (641-609 a.C.). Pela reflexão que fazemos do livro que leva o seu nome, Sofonias demonstra bastante objetividade pela sua forma de transmitir a mensagem divina, tanto no seu modo de falar quanto pelo seu modo de escrever. Também demonstra grande coragem e ousadia quando cumpre o seu ministério profético (Sf 1.14-17). O ministério de Sofonias é de aproximadamente entre 635-625 a.C., que o faz ser contemporâneo do profeta Jeremias.

II. Data, Autoria e Local do Livro

Conhecer a data, a autoria e a localidade em que uma das obras das Escrituras Sagradas estão inseridas é muito importante, pois nos leva à uma melhor compreensão dos textos bíblicos em sua época, bem como a sua relevância para os tempos atuais. Assim, seremos capacitados à conhecermos a Palavra do Senhor de maneira ampla, eficaz e estritamente edificante para todo o povo de Deus. Por isso, todo o contexto da sua época, data e autoria, são necessários para o nosso presente tempo na continuidade no estudo da Palavra de Deus.

1. A Data da Obra Profética. Assim como consideramos a sua obra em sua introdução (Sf 1.1), o autor data a sua obra no período do rei Josias (604-609 a.C.). No entanto, elementos encontrados neste livro indicam com clareza que o ministério profético iniciou-se em um período anterior às reformas de Josias em Judá (Sf 1.4-6; 3.1-7).

2. A Autoria da Obra Profética. Como é o caso nos escritos de todos os Doze Profetas Menores, essa profecia leva o nome de seu autor Sofonias (Sf 2.3). Sendo parente distante do rei Ezequas (715-868 a.C.) e também do rei Josias, isto faz de Sofonias um profeta palaciano, ou seja, um arauto do Senhor com descendência da linhagem real de Judá. Sua autoridade é amplamente aceita pelos pesquisadores e estudiosos da Palavra de Deus e a sua linhagem autentifica ainda mais a autoria desta belíssima e impactante obra profética.

3. A Localidade da Escrita da Obra Profética. No capítiulo 1 do Livro de Sofonias, o próprio profeta revela muitas informações importantes para o conhecimento da sua obra: "Palavra do SENHOR, que veio a Sofonias, filho de Cusi, filho de Gedalias, filho de Amarias, filho de Ezequias, nos dias de Josias, filho de Amom, rei de Judá" (Sf 1.1). A mensagem de Sofonias foi provavelmente escrita em Judá, palco dos eventos aonde ocorreram as reformas de Judá no período do rei Josias. Durante o período antes e depois das reformas, Sofonias descreveu com detalhes e pela plena vontade divina, a mensagem profética.

III. O Contexto do Tempo de Sofonias

Sofonias escreveu e profetizou em um período de forte idolatria e incredulidade tanto em Israel quanto para as nações estrangeiras. Naquele período de profunda escuridão moral e espiritual, o Senhor levanta um valente profeta para trazer a mensagem divina as nações daquele tempo. No entanto, a mensagem do profeta transpassou as fronteiras do tempo, chegando à nós como uma exortação e consolação em tempos tão difíceis em que vivemos. O contexto do tempo de Sofonias ajuda-nos à obtermos um entendimento melhor desta magnífica obra profética.

1. O Contexto de Israel na época de Sofonias. A decadente ruína dos Assírios em virtude do grande desenvolvimento militar e expansionista dos babilônios pelo mundo da época, indicava grandes sinais da independência de Judá perante Nínive (capital da Assíria), o que lhes conduzira à uma período de profundas transformações sociais (costumes da nação), morais (retorno do povo à Lei de Deus), e espirituais (o compromisso de Judá para com o Senhor). Com a chegada de Josias ao trono, os judeus uma vez mais, teriam um grande período de reformas desde o período do rei Ezequias. Podemos então compreender que à luz do período de Judá e do contexto bíblico de Sofonias, que o Altíssimo sabiamente estava preparando o cenário para um grande período de exortação com o seu povo e também com as nações estrangeiras.

2. O Contexto das Nações Estrangeiras na época de Sofonias. Conforme dito anteriormente, na época em que se passa o Livro de Sofonias, a Assíria estava perdendo o seu poder para a chegada do Império Babilônico. Isto foi um grande sinal de Deus para o seu povo, visto que Judá estava ganhando uma liberdade (independência) para que houvesse naquela região, um desenvolvimento e amadurecimento como nação que antes, pelo domínio dos Assírios, não era possível ocorrer. No entanto, as nações ainda estavam aderindo às idolatrias aos deuses falsos, com rituais pagãos e sacrifícios ilícitos dos quais o Senhor abomina. Deus também estava preparando nesta época Sofonias para transmitir mensagens para estas nações como forma de repreensão e exortação.

IV. A Mensagem do Profeta Sofonias

O Livro de Sofonias possui apenas três capítulos. Apesar de ser um livro pequeno, possui nesta mensagem profética ensinamentos grandiosos e necessários para os nossos dias. Ao meditarmos nesta obra, o profeta inspirando pelo Espírito Santo (2 Pe 1.21) conduz-nos à uma importante reflexão: nos conscientizarmos que o Senhor está sempre presente e que em breve virá para os seus e com juízo prudente. Este livro permanece tão claro e atual quanto no período em que ele foi escrito.

1. A Necessidade de um Concerto com o Senhor. Sofonias trata bastante em seu livro da temática exortação e concerto. No período em que a sua mensagem profética foi propagada, a nação de Judá e os povos estrangeiros se encontravam em uma completa idolatria e generalizado paganismo, condutas estas as quais o Senhor condena. Sofonias vai tratar em seu livro que é mister que reconheçamos os nossos erros e assim voltemos com humildade e quebrantamento de coração, aos caminhos do Todo-Poderoso.

2. A Consciência da Onipresença de Deus. A Onipresença de Deus é um dos atributos do Criador que permeia por toda a Bíblia Sagrada e no Livro de Sofonias, esta característica divina não é ignorada. O profeta poderosamente usado por Deus detalha com maestria as condições de Judá e das outras nações. Nada passa desapercebido pelo Senhor, nem uma iniquidade sequer. À semelhança dos tempos de Sofonias, Deus continua contemplando os corações dos maus e dos bons, estando sempre ciente do que acontece no mundo e fora dele e por isso, o Senhor continuamente no controle de todas as coisas.

3. O Dia do Senhor está Próximo. A expressão Dia do Senhor é frequentemente utilizada por Sofonias em todo seu livro (Sf 1.7; 2.3; 3.9-20). Esta expressão indica um dia muito próximo, de julgamento, juízo, repreensão, angústia, escuridão, lamento, indignação, desolação e de densas trevas. Um juízo rigoroso iria cair nas nações por não escutarem a voz do Senhor e continuarem com as suas más práticas. Este dia é marcado como um momento de repreensão e correção do Senhor para com os povos. Para os nossos dias, Sofonias assemelha muita a sua mensagem com a do apóstolo Pedro, quando o pescador de homens afirma em sua segunda epístola que "os céus e a terra que agora existem pela mesma palavra se reservam como tesouro, e se guardam para o fogo, até o dia do juízo, e da perdição dos homens ímpios" (2 Pe 3.7).

Conclusão

Neste capítulo conhecemos um pouco sobre o Livro de Sofonias. Certamente assim como os demais livros proféticos, este arauto do Senhor possui em sua obra e em sua mensagem, pérolas de ensinamentos bíblicos para nossas vidas. Sofonias nos ensina que a mensagem do Senhor é fiel, que Ele está sempre presente e em breve irá vir para buscar a sua Igreja e julgará os infiéis. O profeta também nos ensina a estarmos sempre prontos para nos apresentarmos diante do Altíssimo. Fazendo assim, nos manteremos dispostos sempre à cumprir a sua obra com excelência e integridade.


Recomendação de Leitura da Semana: SILVA, Oliveira. Arautos de Deus. São Paulo: Evangelho Avivado, 2019.