sábado, 30 de abril de 2022

Comentário Bíblico Mensal: Abril/2022 - Capítulo 5 - A Salvação de Jerusalém

 




Comentarista: Leonardo Pereira



Texto Bíblico Base Semanal: Sofonias 3.8-20


8. Portanto esperai-me, diz o Senhor, no dia em que eu me levantar para o despojo; porque o meu decreto é ajuntar as nações e congregar os reinos, para sobre eles derramar a minha indignação, e todo o ardor da minha ira; porque toda esta terra será consumida pelo fogo do meu zelo.

9. Porque então darei uma linguagem pura aos povos, para que todos invoquem o nome do Senhor, para que o sirvam com um mesmo consenso.

10. Dalém dos rios da Etiópia, meus zelosos adoradores, que constituem a filha dos meus dispersos, me trarão sacrifício.

11. Naquele dia não te envergonharás de nenhuma das tuas obras, com as quais te rebelaste contra mim; porque então tirarei do meio de ti os que exultam na tua soberba, e tu nunca mais te ensoberbecerás no meu monte santo.

12. Mas deixarei no meio de ti um povo humilde e pobre; e eles confiarão no nome do Senhor.

13. O remanescente de Israel não cometerá iniqüidade, nem proferirá mentira, e na sua boca não se achará língua enganosa; mas serão apascentados, e deitar-se-ão, e não haverá quem os espante.

14. Canta alegremente, ó filha de Sião; rejubila, ó Israel; regozija- te, e exulta de todo o coração, ó filha de Jerusalém.

15. O Senhor afastou os teus juízos, exterminou o teu inimigo; o Senhor, o rei de Israel, está no meio de ti; tu não verás mais mal algum.

16. Naquele dia se dirá a Jerusalém: Não temas, ó Sião, não se enfraqueçam as tuas mãos.

17. O Senhor teu Deus, o poderoso, está no meio de ti, ele salvará; ele se deleitará em ti com alegria; calar-se-á por seu amor, regozijar-se-á em ti com júbilo.

18. Os entristecidos por causa da reunião solene, congregarei; esses que são de ti e para os quais o opróbrio dela era um peso.

19. Eis que naquele tempo procederei contra todos os que te afligem, e salvarei a que coxeia, e recolherei a que foi expulsa; e deles farei um louvor e um nome em toda a terra em que foram envergonhados.

20. Naquele tempo vos farei voltar, naquele tempo vos recolherei; certamente farei de vós um nome e um louvor entre todos os povos da terra, quando fizer voltar os vossos cativos diante dos vossos olhos, diz o Senhor.

Momento Interação

Podemos imaginar o que significa para uma criança ver que o pai ou a mãe estão se regozijando por causa dele. De igual maneira, podemos também nos alegrar com o pensamento de que Deus está alegre por nós. É claro que isso não é motivo para nos vangloriarmos, mas para desfrutarmos do amor de Deus, nosso Criador. O versículo 17 diz: "Ele terá grande prazer em você; em Seu amor Ele não vai mais lhe repreender, mas se deleitará em você com júbilo". Que quadro! Deus alegrando-se em nós a ponto de cantar de alegria! A imagem que me vem à mente é a imagem de um noivo adornando a sua noiva com belas roupas e depois regozijando-se por vê-la tão bela. Deus está nos tratando de uma forma maravilhosa e surpreendente. Louvemos ao Senhor por aquilo que Ele é!

Introdução

Neste último capítulo do estudo deste mês, analisaremos a parte final do capítulo 3 do Livro do Profeta Sofonias bem como a sua reflexão para os nossos dias. Apesar da crise existente em Judá pelas suas iniquidades e a sua indisciplina perante o Senhor, o próprio Criador por intermédio de seu profeta traz-lhes plena esperança de salvação e redenção da nação do Reino do Sul. Encontramos em Deus a redenção e salvação de nossas vidas. O profeta exorta-nos que é tempo de voltarmos as veredas do Altíssimo e assim, desfrutarmos da comunhão e da união do relacionamento para com Deus. Esta é a mensagem de Sofonias para Judá, e hoje é esta mensagem divina para todos nós.

I. O Objetivo do Senhor com a Disciplina

O juízo eminente para Judá traria sobre eles não somente um momento de angústia, mas um propósito bem maior, que se prossegue em uma intensa reflexão do agir do Senhor e a sua soberana vontade em toda a nação. Porém, para Deus, nada é impossível e por intermédio do profeta, ensina-lhes que és um Deus presente, atuante e constante em seu agir e no efetuar. Ao longo do Livro de Sofonias, podemos compreender que o Senhor usa a sua disciplina para os mais variados fins, que resultam na salvação de uma nação e o seu completo entendimento da vontade do Senhor em meio a exortação e correção divina.

1. A Disciplina como Instrumento Divino. É sempre importante possuirmos em mente que o Senhor sempre ao longo dos tempos, exorta e disciplina o seu povo para que os mesmos não sejam destruídos em suas próprias iniquidades. Por isto, o Senhor se utiliza da sua divina disciplina como forma de ensinar ao seu povo o correto e digno caminho, de acordo com a sua vontade para a nação em viver em integridade e retidão de coração. Jamais podemos pensar que a disciplina divina é injusta ou incorreta. O autor bíblico explica-nos os motivos da disciplina e o seu legado em nossas vidas, para a glória do Senhor: "E já vos esquecestes da exortação que argumenta convosco como filhos: Filho meu, não desprezes a correção do Senhor, E não desmaies quando por ele fores repreendido" (Hb 12.5).

2. O Senhor corrige aqueles que o Amam. Deus, apesar de ver o seu povo sendo totalmente devastado pelos seus pecados, e enfrentando eles, um grande juízo divino, tanto externo (), quanto interno, ainda traz luz a um povo imerso em trevas. A correção divina é um ato de amor, de paixão pela humanidade, que deseja ardentemente que o seu povo não pereça, mas que encontre n´Ele o caminho verdadeiro à trilharem continuamente. Diz o autor da Epístola aos Hebreus: "Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há a quem o pai não corrija? Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois então bastardos, e não filhos" (Hb 12.7,8).

3. O Senhor capacita aqueles que o Amam. No caso de Judá, para eles havia uma preciosa promessa aos que se convertessem dos seus pecados e das suas iniquidades. Na mensagem profética, Sofonias diz-lhes que o Senhor capacitaria-os para um viver em comunidade abençoada pelo Senhor, com um novo estilo de vida e de conduta ética, moral e espiritual: "Portanto esperai-me, diz o Senhor, no dia em que eu me levantar para o despojo; porque o meu decreto é ajuntar as nações e congregar os reinos, para sobre eles derramar a minha indignação, e todo o ardor da minha ira; porque toda esta terra será consumida pelo fogo do meu zelo. Porque então darei uma linguagem pura aos povos, para que todos invoquem o nome do Senhor, para que o sirvam com um mesmo consenso" (Sf 3.8,9). Aqueles que voltam aos caminhos do Altíssimo em sinceridade e integridade, possuem uma vida moldada (transformada maravilhosamente)  por Ele, para a sua honra e glória.

II. O Renovo de Deus em Jerusalém

A parte final do capítulo 3 do Livro do Profeta Sofonias revela-nos promessa preciosas para a nação de Judá, promessas estas que são reservadas somente para aqueles que são fiéis e que renovam as suas constantemente na presença do Criador. Nas palavras do livro do profeta, encontramos esperança e redenção para os que buscam à Deus. Ainda que estejamos fracos, decaídos e abatidos, temos do Senhor plena segurança e esperança de um novo amanhã em nossas vidas e também em nossa querida nação, para a sua honra e glória creditadas somente à Ele.

1. A Promessa aos Fiéis. Dos versículos 8 à 10 do capítulo 3 de Sofonias, há uma promessa de renovo para Judá e as demais nações estrangeiras. Todas elas se congregariam diante da presença do Senhor para serem corrigidas e assim, suas vidas serão renovadas e todos trarão sacrifícios ao Senhor. Aqui, o sentido bíblico de sacrifício provém do termo de expiação dos pecados (cf. Lv 4.13-21; Dt 11.26-32), pois, eles houveram tido uma grande contenda contra o Altíssimo anteriormente (cf. Sf 2). Era necessário uma restauração para o povo por meio dos sacrifícios, a fim de aplacarem a ira do Senhor nas palavras do profeta Sofonias. Hoje, pela salvação que Cristo Jesus nos concede, Ele intercede por nós diante do Pai como nosso fiel advogado (Hb 2.9; 1 Jo 2.1,2).

2. A Alegria do Senhor em Judá. Logo após Judá ser restaurada pelo Senhor, a alegria voltaria à nação com muitos benefícios. Apesar do juízo divino, o Senhor é compassivo para aqueles que o temem e o honram. Haveria entre eles um povo pobre, mas humilde e fiel à Deus (v. 12), os remanescentes de Israel não cometeriam erros, ou adentrariam o caminho da iniquidade (v. 13), e que os judeus recuperariam a alegria que outrora havia sido perdida pelos seus muitos pecados diante dos homens e do Senhor, sobretudo pela sua indiferença  moral e espiritual (v. 14). O Senhor é um Deus de restituição. Para os que se arrependem e confessam verdadeiramente as suas iniquidades e retornam aos caminhos do Altíssimo, as bênçãos são restauradas, a alegria retorna e a paz e o poder de Deus permeia por todo ser do verdadeiro adorador.

3. O Renovo de Jerusalém. Jerusalém assim como toda a cidade será renovada pelo Senhor. Haverá para a capital da cidade santa purificação, santificação e restauração (cf Sf 3.15,16). Assim como em Jerusalém, nossas cidades e capitais podem ser purificadas e transformadas pelo Senhor. Em meio à corrupção que tanto nos rodeia, a incredulidade que nos cerca, e a imoralidade desenfreada que busca permear as nossas vidas, ouçamos a palavra do Senhor por intermédio do profeta, que busca exortar e renovar as nações, não somente para os tempos do profeta, bem como também em nossos dias: "Naquele dia se dirá a Jerusalém: Não temas, ó Sião, não se enfraqueçam as tuas mãos. O Senhor teu Deus, o poderoso, está no meio de ti, ele salvará; ele se deleitará em ti com alegria; calar-se-á por seu amor, regozijar-se-á em ti com júbilo" (Sf 3.16,17).

III. As Bênçãos de Deus para Jerusalém

Os versos finais do Livro de Sofonias mostra a redenção de Jerusalém por intermédio do próprio Deus Vivo e Todo-Poderoso. O profeta do Senhor descreve as preciosas bênçãos da cidade santa para o presente e a posteridade. Sofonias por intermédio do Espírito Santo, escreve que o Senhor possui planos maravilhosos de Jerusalém para todo o mundo. Encontramos nas palavras do profeta um reflexo da salvação no tempo futuro. Sofonias utiliza os versos finais para trazer à tona a mensagem divina para o atual momento e também para o porvir, abençoando a sua querida nação.

1. As Bênçãos de Deus para Jerusalém. Os versículos 18 e 19 do capítulo 3 do Livro de Sofonias se refere à proteção do Senhor em Judá, reunindo o seu povo em comunhão e união em seu precioso nome, e julgando aqueles que intentam mal contra a nação eleita. Sofonias vai nos dizer que o objetivo do Senhor era uní-los para abençoá-los em unidade, como se fossem um só. O Senhor em suas promessas e bênçãos não isola ninguém. À respeito de uma nação, família, ou comunidade eclesiástica, as bênçãos são para todos. Quando um é abençoado, todos são abençoados, tanto pela proteção do Senhor, quanto pelo modelo de Judá agora presente para a nação da época e hoje para todos nós. Assim como estava sendo abençoado o povo judeu, assim seremos nós abençoado pelo nosso Criador dos Céus e da Terra.

2. As Bênçãos de Deus para a Posteridade. O versículo final do Livro de Sofonias é um prelúdio para os tempos futuros: "Naquele tempo vos farei voltar, naquele tempo vos recolherei; certamente farei de vós um nome e um louvor entre todos os povos da terra, quando fizer voltar os vossos cativos diante dos vossos olhos, diz o Senhor" (Sf 3.20). O texto bíblico indica muito provavelmente o primeiro cativeiro da nação de Judá (597-538 a.C.), mas também pode se referir ao cativeiro da nação de Israel na maior diáspora da sua história, do ano 70 d.C. à 14 de maio de 1948 quando o estado de Israel é devidamente reconhecido em todo o mundo. Contudo, o povo congregado, abençoado e reunido é um sinal extremamente claro de que o nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo virá para mais uma vez estar conosco presencialmente para todo o sempre,

Conclusão

O Livro do Profeta Sofonias possuem maravilhosas lições para nossas vidas, sobretudo para o nosso porvir. Aprendemos por intermédio da palavra profética que o Senhor utilizando de suas disciplinas, exorta o seu povo à caminhar pelo vivo caminho e puro coração em conduta e práticas, e assim sendo, buscarmos conhecê-lo cada vez mais para caminhar com Ele e amadurecer em Espírito e em Verdade em sua preciosa presença. Sofonias foi um prelúdio da restauração de Judá através de Hilquias e Josias. O profeta com as suas ações e atitudes de acordo com a vontade de Deus, promoveu um verdadeiro reavivamento espiritual. Sua mensagem é objetiva, porém clara Forte, porém transformadora. O Livro de Sofonias é-nos tão importante hoje quanto o foi no período em que foi redigido pelo profeta do Senhor.


sábado, 23 de abril de 2022

Comentário Bíblico Mensal: Abril/2022 - Capítulo 4 - O Juízo de Deus sobre Jerusalém

 




Comentarista: Leonardo Pereira



Texto Bíblico Base Semanal: Sofonias 3.1-7


1. Ai da rebelde e contaminada, da cidade opressora!

2. Não obedeceu à sua voz, não aceitou o castigo; não confiou no Senhor; nem se aproximou do seu Deus.

3. Os seus príncipes são leões rugidores no meio dela; os seus juízes são lobos da tarde, que não deixam os ossos para a manhã.

4. Os seus profetas são levianos, homens aleivosos; os seus sacerdotes profanaram o santuário, e fizeram violência à lei.

5. O Senhor é justo no meio dela; ele não comete iniquidade; cada manhã traz o seu juízo à luz; nunca falta; mas o perverso não conhece a vergonha.

6. Exterminei as nações, as suas torres estão assoladas; fiz desertas as suas praças, a ponto de não ficar quem passe por elas; as suas cidades foram destruídas, até não ficar ninguém, até não haver quem as habite.

7. Eu dizia: Certamente me temerás, e aceitarás a correção, e assim a sua morada não seria destruída, conforme tudo aquilo porque a castiguei; mas eles se levantaram de madrugada, corromperam todas as suas obras.

Momento Interação

Em Sofonias 3, o Senhor Deus apresenta um paralelo entre o comportamento humano e o Seu. Um comportamento injusto e opressor de nossa parte e o comportamento justo e benigno do nosso Deus. Todos os dias cometemos muitos erros. Todos eles ferem o coração de Deus. Mas o que lhe causa mais dor é o fato de estarmos atentos à sua correção. Todos os dias Ele está entre nós por meio de seu Espírito Santo, e poucos de nós prestam atenção às suas palavras. Por isso precisamos estar atentos à sua Palavra e à direção do seu Espírito, para que possamos desfrutar da paz da sua justiça.

No capítulo três, o profeta muda abruptamente de assunto da ira de Deus contra as nações vizinhas para a situação de Jerusalém. Deus vai direto ao ponto ao descrever o núcleo do problema do antigo Israel, assim como em nossas vidas: a falta de vontade de ouvir a Deus, de aceitar a correção, a nossa falta de vontade de colocar nossa confiança no Senhor, e de buscarmos a Deus como deveríamos. Todo o resto que dá errado são consequências, sintomas, da nossa falta de vontade de ter um relacionamento íntimo com Deus. A nossa condição contrasta totalmente com a descrição de Deus no versículo cinco.

Introdução

Neste capítulo estudaremos sobre a primeira parte do capítulo 3 do Livro de Sofonias no que se refere sobre o juízo divino em Jerusalém. O profeta menciona que a situação da capital de Judá era trágica e decadente. A população encontra-se descrente no Senhor, a iniquidade continua ganhando o seu poderio entre os judeus e a ira divina continua crescendo de maneira contra o povo da nação do norte, de modo a promulgar um julgamento imediato perante a capital da nação santa e escolhida do Criador dos Céus e da Terra. Também neste estudo aprenderemos também sobre o que  um verdadeiro servo do Senhor deve agir em conformidade com a sua Palavra e sua vontade, não estando momento algum, enveredado por caminhos escuros e tortuosos, mas sim, atentando-se sempre a mensagem divina por intermédio dos autores inspirados pelo Santo Espírito inclusos nas Escrituras Sagradas.. 

I. Deus Enviará Disciplina à Jerusalém

Deus atua de maneira soberana nas nações de diversas formas e com variadas situações. Judá estava em uma situação moral e espiritual extremamente crítica. O povo na imoralidade e na incredulidade. Os sacerdotes inertes diante da situação e a monarquia seguindo rumo à sua destruição eminente. Diante desta grande calamidade, o Senhor ergue Sofonias como o
seu arauto nestes tempos difíceis para exortar o seu povo, e repreendê-los pelas suas más obras e sua falta de fé. Em momentos de grande turbulência na nação, Deus haverá sempre de corrigir o seu povo, disciplinando-os para os mesmos não serem destruídos e condenados à ruína presente e eterna.

1. O Juízo em Jerusalém. Os cidadãos de Jerusalém se comportavam de maneira rebelde e incrédula. Não mais buscava à Deus e nem mesmo a sua Palavra. Mais do que buscarem seguir os seus próprios desígnios, tinham eles por alvo de suas vidas não buscarem mais ao Criador. Por isso, a grande indiferença como povo de Judá, a falta de zelo com as questões espirituais e morais da nação e as questões no que concerne a exortação que provém do profeta Sofonias para os seus patrícios, tinham como objetivo o iníico de um justo julgamento para Jerusalém. Da capital para a nação provinha intenções que Deus não se agradara. Antes, Ele mesmo os condena e através do seu profeta, diz-lhes que haverá à eles um juízo, por não darem ouvidos à sua voz, e por serem rebeldes e indiferentes quanto as questões espirituais de suas vidas e da própria população (Sf 3.1,2).

2. A Condição de Jerusalém. O Profeta Sofonias diz que as pessoas da cidade de Jerusalém estavam em uma situação de decadência moral e cegueira espiritual: "Ai da rebelde e contaminada, da cidade opressora! Não obedeceu à sua voz, não aceitou o castigo; não confiou no Senhor; nem se aproximou do seu Deus" (Sf 3.1,2). A cidade vivia uma completa apostasia. Um distanciamento completo de Deus levava-os a dizerem que não precisaram mais do Senhor, nem mesmo desejar buscá-lo. Se consideravam autosuficientes e por isto, receberam do Altíssimo um severa advertência, por sua iniquidade e desde a monarquia até mesmo os sacerdotes com o culto ao Senhor (Sf 3.3,4). Mais do que uma corrupção de cidade, era o perigo de ser um reflexo eminente do que ameaçava acontecer em toda a Israel. Sofonias como um profeta do Altíssimo, no Espírito do Senhor, expõe o triste estado da capital da cidade santa, que desde as lideranças da nação até os responsáveis pelos cultos e a exposição da Palavra de Deus, mostra-se uma condição debilitada pela indiferença para com o Criador.

3. A Exortação e a Disciplina Profética. No capítulo 3 do Livro do Profeta Sofonias, é-nos mostrado pela exortação e disciplina profética, com grande seriedade e responsabilidade dos povos têm para com o Senhor, especialmente no caso de Israel. A introdução do terceiro capítulo do livro profético informa-nos como se alastrou à semelhança do fogo em florestas, a incredulidade, a iniquidade e a apostasia generalizada dos judeus para com Jeová. Jerusalém deixara de cultuar a Deus e andar corretamente em seus caminhos. Antes, resolveu abandonar à Jeová e obterem um viver iníquo (cf. Sf 3.4). Tal apostasia da capital da Cidade Santa é um alerta para nós. Tomemos cuidado com a apostasia, pois ela é uma rota que leva-nos à um caminho da condenação (1 Pe 2.1-3; 5.7,8).

II. O Exemplo das outras nações à Jerusalém

No contexto do Antigo Testamento, o juízo divino era configurado de diversas maneiras, entre elas, um castigo como disciplina do Senhor para com o seu povo em meio à diversas condutas incorretas diante dos homens e do próprio Criador. Deus por intermédio de Sofonias, relembra os cidadãos de Jerusalém o que aconteceram com as nações que se rebelaram contra Ele e o seu fim eminente. Devemos sempre relembrar que o Senhor é plenamente um Deus de Amor, mas também é um Deus de Justiça e que jamais permitirá que o pecado fique impune ou que passe desapercebido aos seus olhos. Maior que o seu amor é a sua santidade e que todos nós devemos sempre recordar-nos deste atributo divino. Assim teremos temor e tremor diante da sua presença, majestade, glória e poder. O Deus de Israel é um Deus santo e exige do seu povo, plena santidade em meio à condição moral, social, ética e espiritual da nação (cf. Lv 11.44,45; 1 Pe 1.15,16).

1. A Excelência do Criador. A fim de compreendermos a mensagem profética, teremos de regressar à época em que o Profeta Sofonias exortou o povo judeu. A nação dividida no caso da profecia de Sofonias em Judá, estava corrompida completamente á ponto de se apostatarem completamente dos caminhos do Criador. Antes, foram eles indo mais além ainda, seguindo as suas próprias intenções, e se tornando um povo de dura cerviz, desde o sacerdócio até a monarquia. Por isso, Deus por intermédio do profeta palaciano prenuncia um julgamento severo, para que os judeus, sobretudo o povo de Jerusalém. Deus é soberano nos seus desígnios, mas sempre exortando e disciplinando o seu povo para que entendam que Ele sempre está no controle de todas as coisas, ainda que Jerusalém pensasse ser autossuficiente e autoconfiante em suas ações. A justiça de Deus sempre será cumprida, pois os seus planos não podem ser frustrados (Jó 42.1,2; Sf 3.5).

2. O Exemplo das Nações Estrangeiras. Sofonias em sua mensagem profética, transmite á cidade santa que o julgamento do Senhor às nações estrangeiras é um exemplo do que poderia acontecer com os seus patrícios caso continuassem com as mesmas atitudes dos povos de outras nações: "Exterminei as nações, as suas torres estão assoladas; fiz desertas as suas praças, a ponto de não ficar quem passe por elas; as suas cidades foram destruídas, até não ficar ninguém, até não haver quem as habite" (Sf 3.6). Jerusalém caminhava à passos largos rumo à sua condenção, à semelhança das nações estrangeiras que não ouviam à Deus, desobedeciam à Deus e constantemente entrava em conflitos com o Altíssimo. Sofonias pela sua mensagem exorta-os à um tempo necessário para que regressem aos caminhos do Senhor. A mensagem do profeta palaciano é um alerta para todos nós. Vigiemos para que não entremos em condenação e perecermos em nossos próprios pecados. Se não nos arrependermos e confessarmos as nossas falhas, de igual modo, receberemos o juízo divino pela nossa soberba e iniquidade aos olhos de Deus (Sl 14.1-3; Sf 3.8; Mt 19.23-28; Lc 13.1-5).

III. O Julgamento do Senhor à Jerusalém

O papel do julgamento do Altíssimo à Cidade de Jerusalém possuem vários ensinamentos para nós, sobretudo no que diz respeito ao temor do Senhor ao seu nome e o seu eterno poder e soberania sobre tudo e todos. Deus é santo e jamais permite que o pecado impune, nem mesmo entre os que pertencem a cidade santa e amada por Ele. Por isso, Sofonias exorta-os trazendo sobre eles uma mensagem clara e objetiva, que o Senhor haveria de agir repreendendo-os por suas atitudes errôneas e contrárias à vontade do Senhor, não dizendo d´Ele, o que é correto e justo, mas sim, tratando o próprio Deus como um ser indiferente e abstrato, e inerte às questões humanas. Deus por intermédio do profeta palaciano ensina-os que mais do que encontrar-se presente, o Senhor está sempre consciente e totalmente no controle de todas as situações que vemos e as que não vemos.

1. Jerusalém e a sua Reflexão sobre Vida e sobre Deus. A nação de Judá (Reino do Sul) bem como a sua capital e principal cidade Jerusalém, possuíam uma ideia completamente errônea de suas vidas, de conduta, e de entendimento sobre o Senhor. O próprio Altíssimo por intermédio do profeta define plenamente como os judeus refletiam a respeito de suas próprias vidas e d´Ele mesmo: "E há de ser que, naquele tempo, esquadrinharei a Jerusalém com lanternas, e castigarei os homens que se espessam como a borra do vinho, que dizem no seu coração: O Senhor não faz o bem nem faz o mal" (Sf 1.12). O caminho de uma vida tranquila e agradável para os judeus era viver como bêbados, atônitos a toda e qualquer situação que sobrevier as suas vidas, sabendo que, no pensamento deles, Deus é indiferente com esta situação, não fazendo bem nem mal. Os judeus possuíam uma ideia errada do Senhor e por isso, suas iniquidades cresciam em demasia. Por isso, o Senhor haveria de vir com um justo juízo para que Jerusalém conhecesse verdadeiramente quem é o Deus Vivo e Todo-Poderoso.

2. Devemos buscar conhecer verdadeiramente á Deus. O principal erro dos judeus no que tange á suas vidas e no relacionamento com o Altíssimo encontra-se no principal objetivo de suas vidas terem um foco totalmente errado. Ao invés de voltarem-se para o Senhor com quebrantamento de coração contrito, arrependendo dos seus pecados, o Reino do Sul (Judá), intentava-se contra o Criador, sendo impiedosos chegando-se à ser comparados por Sofonias com as nações estrangeiras, em suas práticas e na desobediência contra o Altíssimo. Um pensamento errado e um entendimento do Senhor contrário à sua Palavra, pode levar-nos à uma vida totalmente incorreta e incompatível com o que o Senhor anseia de nós, se não o buscarmos conhecê-lo verdadeiramente. O pensamento de Judá em crer que Deus não se importa com a nossa condição é incorreta e nas palavras do salmista, não há um ser maior que se importa e se preocupa conosco do que o Altíssimo, o Criador dos Céus e da Terra: "SENHOR Deus da minha salvação, diante de ti tenho clamado de dia e de noite. Chegue a minha oração perante a tua face, inclina os teus ouvidos ao meu clamor" (Sl 88.1,2).

3. Sejamos Sóbrios e Vigilantes. Vivemos tempos difíceis à semelhança do profeta Sofonias. Encontramos em um estado de crise na nação nunca antes vista. No entanto, em tempos trabalhosos (2 Tm 3.1-5), devemos manter-nos sóbrios e vigilantes, pois o Diabo ainda busca  aqueles que se mantém firmes no Senhor para devorá-los (1 Pe 5.8). Busquemos sempre á Palavra do Senhor e estarmos atentos à sua voz, pois cremos que Ele tem cuidado de nós (1 Pe 5.7). Evitemos a idéia errônea da inércia do Senhor diante do mundo e da humanidade, pois ela jamais se susterá perante às Escrituras Sagradas. Deus é um ser participativo em nossas vidas, que nos exorta, repreende e corrige aqueles que amam, assim como um pai que corrige os seus filhos para que não suceda em nós coisa pior em nossas vidas. Temos em Deus um porto-seguro para nossas almas e o nosso viver presente com Ele.

Conclusão

O Reino do Sul presenciava um crise interna extremamente conflitante para com o Senhor e os valores divinos à ponto de chegar à serem semelhantes no agir e no pensar com as demais nações estrangeiras. Deus novamente retorna ao justo julgamento que será realizado em Jerusalém como indiferença às advertências que o Senhor havia dito por intermédio de Sofonias. O perigo de dar às costas à exortação divina, está no fato de que corremos o risco de não mais obtermos à direção que nos é necessária para vivermos em retidão de coração e e alma perante o Senhor. Vigiemos quanto ao nosso andar e falar perante os homens e perante Deus. Somente na sua presença é que jamais perderemos o foco de nossas vidas no presente e no porvir.


Recomendação de Leitura da Semana: GOMES, Eliezér. Batalha Espiritual. São Paulo: Evangelho Avivado, 2019.


sábado, 16 de abril de 2022

Comentário Bíblico Mensal: Abril/2022 - Capítulo 3 - O Juízo do Senhor às Nações Estrangeiras

 




Comentarista: Leonardo Pereira



Texto Bíblico Base Semanal Sofonias 2.1-15


1. Congregai-vos, sim, congregai-vos, ó nação não desejável;

2. Antes que o decreto produza o seu efeito, e o dia passe como a pragana; antes que venha sobre vós o furor da ira do Senhor, antes que venha sobre vós o dia da ira do Senhor.

3. Buscai ao Senhor, vós todos os mansos da terra, que tendes posto por obra o seu juízo; buscai a justiça, buscai a mansidão; pode ser que sejais escondidos no dia da ira do Senhor.

4. Porque Gaza será desamparada, e Ascalom assolada; Asdode ao meio-dia será expelida, e Ecrom será desarraigada.

5. Ai dos habitantes da costa do mar, a nação dos quereteus! A palavra do Senhor será contra vós, ó Canaã, terra dos filisteus; e eu vos destruirei, até que não haja morador.

6. E a costa do mar será de pastos e cabanas para os pastores, e currais para os rebanhos.

7. E será a costa para o restante da casa de Judá; ali apascentarão os seus rebanhos; de tarde se deitarão nas casas de Ascalom; porque o Senhor seu Deus os visitará, e os fará tornar do seu cativeiro.

8. Eu ouvi o escárnio de Moabe, e as injuriosas palavras dos filhos de Amom, com que escarneceram do meu povo, e se engrandeceram contra o seu termo.

9. Portanto, tão certo como eu vivo, diz o Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel, Moabe será como Sodoma, e os filhos de Amom como Gomorra, campo de urtigas e poços de sal, e desolação perpétua; o restante do meu povo os saqueará, e o restante do meu povo os possuirá.

10. Isso terão em recompensa da sua soberba, porque escarneceram, e se engrandeceram contra o povo do Senhor dos Exércitos.

11. O Senhor será terrível para eles, porque emagrecerá todos os deuses da terra; e todos virão adorá-lo, cada um desde o seu lugar, de todas as ilhas dos gentios.

12. Também vós, ó etíopes, sereis mortos com a minha espada.

13. Estenderá também a sua mão contra o norte, e destruirá a Assíria; e fará de Nínive uma desolação, terra seca como o deserto.

14. E no meio dela repousarão os rebanhos, todos os animais das nações; e alojar-se-ão nos seus capitéis assim o pelicano como o ouriço; o canto das aves se ouvirá nas janelas; e haverá desolação nos limiares, quando tiver descoberto a sua obra de cedro.

15. Esta é a cidade alegre, que habita despreocupadamente, que diz no seu coração: Eu sou, e não há outra além de mim; como se tornou em desolação, em pousada de animais! Todo o que passar por ela assobiará, e meneará a sua mão.

Momento Interação

No início do capítulo dois o profeta Sofonias enfaticamente pede ao seu povo para que se unam. Ele usa a expressão antes que três vezes no versículo 2, referindo-se à urgência do assunto. Ele enfatiza que o dia do Senhor está bem próximo, e portanto ele exorta as pessoas a se voltar para o Senhor, porque senão elas terão que sofrer as consequências da ira divina. A humildade é uma característica dos grandes personagens da Bíblia. Podemos pensar em Moisés, a quem a Bíblia denomina o homem mais humilde que já viveu na terra (cf. Nm 12.3). A humildade, segundo a Bíblia Sagrada, é uma das principais qualificações para uma liderança de excelência.

Deus sabe que haverá uma chance para o seu povo e que a salvação do povo irá acontecer se eles estiverem dispostos a humilhar-se diante de Deus e entre sí. Ao ligar humildade com justiça, Sofonias deixa claro que a verdadeira humildade está sempre ligada à justiça social. A cura de igrejas, sociedades e comunidades só é possível através da humildade perante Deus (cf. 2 Cr 7.14) e de uns para com os outros. Portanto, busquemos ao Senhor com humildade e retidão, para que possamos estar protegidos quando Ele vier.

Introdução

No estudo desta semana trataremos sobre o julgamento divino do Senhor por intermédio de Sofonias perante as nações estrangeiras. O capítulo 2 do livro profético informa-nos que o Senhor, à semelhança da nação de Judá, exorta aos povos de outras nações que se convertam e humilhem-se perante a poderosa mão de Deus, deixando as suas práticas pecaminosas, idólatras e pagãs. Neste capítulo, conheceremos um pouco mais também da onisciência do Altíssimo, quando Deus através do seu profeta, lida com as nações conhecendo-as profundamente concedendo a elas um diagnóstico da situação na qual, elas se encontravam.

I. O Juízo Divino sobre os Filisteus

Os Filisteus era uma nação adversária de Israel desde épocas remotas. No entanto, como um Deus de amor, de graça e de misericórdia, o Senhor exorta ao povo adversário da nação eleita que abandone as iniquidades ou então viria sobre eles o juízo divino. Filístia retrata a condição de um povo que não cria em Deus, muito menos em sua palavra profética. Sofonias então corajosamente no poder de Deus, entrrega-lhes uma mensagem proveitosa ao seu tempo, de modo que os antigos inimigos de Israel, reconheçam a autoridade divina sobre tudo e todos.

1. O Convite ao Arrependimento. O Profeta Sofonias diz para os filisteus que o Senhor estava convocando-os para um período de grande arrependimento, confissão de pecados e adoração ao Deus Vivo e Verdadeiro. Deus está dando ao povo estrangeiro um tempo para que possam examinar-se a si mesmos e assim, abandonarem as práticas errôneas que possuíam, se atentarem a poderosa voz do Senhor e caminharem na sua presença em sinceridade e integridade de coração. Deus exortando-os a obterem uma vida santa e fiel mostra perante as nações a sua graça, misericórdia, dando-lhes o perdão se convertem dos maus caminhos.

2. O Juízo Divino sobre Filístia. No entanto, devido as suas práticas pecaminosas, idólatras e impiedosas, Sofonias também transmite-lhes um juízo severo perante eles. Suas cidades seriam completamente arrasadas, sua moral abalada e soberba colocada por terra. As suas iniquidades seriam lidadas diretamente com o Senhor que não permite que o pecado continue impune. Deus é misericordioso e gracioso, no entanto, Jeová também é justo e executa corretamente a sua reta justiça. Sofonias proclama com ousada a mensagem divina do fim de suas atitudes perversas, contrárias a vontade do Senhor.

3. A Graça de Deus sobre Filístia. Infelizmente muitas pessoas erroneamente lidam de maneira diversificada com a forma de como o Senhor executa a sua justiça perante as nações, ao tempo em que Ele também transmite o seu amor, misericórdia e graça às nações. É importante nos lembrarmos que o amor de Deus não anula a sua justiça. O Senhor não permite que o pecado continue impune e por isso, exerce com detalhes a sua reta justiça para as nações. Por isso, Deus é santo e plenamente justo, e ainda que não mereçamos a sua graça e misericórdia, Ele derrama a sua infinita bondade, e como um pai exortando aos seus filhos, assim Ele o faz para com as nações, e também para conosco.

II. O Juízo Divino sobre Moabe e Amom

Pela palavra profética, entendemos que as nações de Moabe e de Amom também fizeram o que não lhes era devido na presença do Senhor. Por isso, mediante ao intermédio do profeta Sofonias, o Senhor haveria de julgar também estas nações pelas suas práticas e palavras contra Israel e também contra o Criador. Moabe e Amom enfrentariam um juízo divino em decorrência das suas iniquidades e atos profanos. Chegava o momento destas nações receberem do Altíssimo o que lhes era devido mediante as suas ações contra a nação santa e eleita do Senhor, Israel.

1. O Juízo Divino sobre Moabe. Os moabitas eram um povo que descendia de Moabe, filho de Ló. Eles eram parentes próximos dos israelitas, e até conseguiram conviver com eles amistosamente em alguns períodos da História. Porém em muitas outras ocasiões os moabitas aparecem na Bíblia como inimigos do povo de Deus. Moabe falou de Israel o que não era correto aos olhos do Altíssimo. Deus estava ao mesmo tempo que santificando o seu povo, dando-lhes autoridade perante as demais nações, sendo ela uma nação abençoadora para todo o planeta. No entanto, os amonitas, ainda que exerciam práticas pagãs, iníquas, estavam lietralmente zombando de Israel e Deus não permitiria que eles escarnecessem continuamente. Nas palavras do profeta Sofonias, Moabe seria reduzida às cinzas como ocorreu com Sodoma (Sf 2.9), não restando "pedra sobre pedra". Moabe durante muito tempo, fora inimigos do Povo de Deus e a partir de Sofonias, proclamava a ruína de uma nação que zombava do Povo do Senhor (cf. Is 15; 16; Jr 9.26; 25.21; 48; Ez 25.8:11; Am 2.1-3; Sf 2.8-11).

2. O Juízo Divino sobre Amom. Os amonitas eram os descendentes de Ben-Ami, filho de Ló com sua filha mais nova (Gn 19.38). O povo amonita era aparentado dos israelitas. Este parentesco se devia ao fato de Ló ser sobrinho de Abraão, o grande patriarca do povo de Israel. O Povo do Senhor recebeu ordens divinas para tratar os amonitas com misericórdia (Dt 2.19). Apesar disto, os textos bíblicos revelam que muitas vezes os amonitas foram um problema para os israelitas. Em diversas ocasiões eles aparecem associados a outros povos em oposição ao povo de Deus. Os amonitas também estavam entre os invasores estrangeiros de Judá nos dias do rei Jeoaquim (2 Rs 24.1-4). Vários profetas do Senhor profetizaram o juízo divino contra os amonitas (Jr 49.1-6; Ez 21.20; 25.1-7; Am 1.13-15; Sf 2.8-11). Partindo do profeta Sofonias a mensagem do juízo divino, à semelhança de Moabe, Amom ficaria também destruída por completo, sem qualquer vestígio de continuidade na história, pela sua falta de temor á Deus e ao Povo do Senhor.

II. O Juízo Divino sobre Assíria e Etiópia

Os assírios eram de uma região a norte de Israel, que atualmente é o norte do Iraque. Sua capital era Nínive, que se situava perto da cidade moderna de Mosul. Entre 900 e 600 a.C., Os assírios conquistaram um vasto império, de um tamanho nunca visto antes, e dominaram politicamente toda a região à volta de Israel. O império assírio se tornou uma grande ameaça para os israelitas, que sofreram muitos ataques. Já a Etiópia era um país que ficava ao sul do Egito e que incluía a Núbia, o Sudão e o norte da Etiópia dos tempos modernos. Em hebraico esse país se chamava Cuxe (RA) ou Cuse (RC), nome de um dos filhos de Cam. Israel teve em alguns momentos de sua trajetória como nação, contatos com a Etiópia (Nm 12.1; 2 Cr 12.3; 14.9-13; 2 Rs 19.9). Os profetas a mencionaram (Is 11.11; 18.1; 20.3-5; Jr 46.9; Ez 29.10; 30.4-9; Na 3.9; Sf 3.10). Estas duas nações provocaram a ira do Altíssimo e por intermédio do profeta Sofonias consequentemente, tiveram do Senhor um severo juízo divino.

1. O Juízo Divino sobre a Assíria. Os assírios eram um povo violento e cruel que conquistou vários países, incluindo o reino de Israel. O império assírio foi a maior potência de seu tempo e foi usado por Deus para castigar os israelitas. O reino de Judá sobreviveu como vassalo do império assírio. Quando o império ruiu, os assírios foram conquistados pelos babilônios. A força do império assírio estava no seu exército organizado e tecnologicamente avançado. Eles também usavam o terror para intimidar os inimigos, se tornando famosos por sua brutalidade contra quem derrotavam. Para manter os povos conquistados subjugados, os assírios criaram uma política de deportações. Eles obrigavam povos conquistados a viver em outras partes do império, perdendo sua identidade nacional e união para se revoltarem. 

2. O Juízo Divino sobre a Etiópia. Conforme dito anteriormente na introdução deste tópico, a Etiópia em alguns momentos da história bíblica, encontrou-se com Israel em situações adversas (Nm 12.1; 2 Cr 12.3; 14.9-13; 2 Rs 19.9). O Profeta Sofonias promulga-lhes um juízo proveniente do Senhor no que concerne à condição futura dos etíopes: "O Senhor será terrível para eles, porque emagrecerá todos os deuses da terra; e todos virão adorá-lo, cada um desde o seu lugar, de todas as ilhas dos gentios. Também vós, ó etíopes, sereis mortos com a minha espada" (Sf 2.11,12). O profeta diz que o Senhor estará no controle da condição das nações estrangeiras. Da autoridade do Senhor, ninguém poderá fugir ou se esconder. As nações haveriam de prestar contas diretamente ao Deus Vivo.

Conclusão

Neste capítulo estudamos sobre os juízos do Altíssimo que haveriam de sobrevir às nações estrangeiras por intermédio do Profeta Sofonias. Aprendemos também que o Deus de Israel é único e exclusivo detentor dos atributos de conhecer, saber e observar tudo e todos. O Senhor jamais se encontrava inerte enquanto as nações estrangeiras zombavam de Israel e do seu santo nome. Deus estava dando-lhes o tempo necessário para que se arrependessem e criam no seu nome e no seu eterno poder. No entanto, persistindo na iniquidade, Deus jamais se deixaria escarnecer mediante ao pecado. Sobre isto, alerta-nos o apóstolo Paulo: "Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará. Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna" (Gl 6.7,8).


Recomendação de Leitura da Semana: SOUZA, Éverton. O Reino de Israel. São Paulo: Evangelho Avivado, 2021.