terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

Comentário Bíblico Mensal: Fevereiro/2019 - Capítulo 5 - A Igreja Adorará para sempre ao Senhor




Comentarista: Oliveira Silva



Texto Bíblico Base Semanal: Apocalipse 21.1-11

1. E vi um novo céu, e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe.
2. E eu, João, vi a santa cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia do céu, adereçada como uma esposa ataviada para o seu marido.
3. E ouvi uma grande voz do céu, que dizia: Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles, e será o seu Deus.
4. E Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas.
5. E o que estava assentado sobre o trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. E disse-me: Escreve; porque estas palavras são verdadeiras e fiéis.
6. E disse-me mais: Está cumprido. Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim. A quem quer que tiver sede, de graça lhe darei da fonte da água da vida.
7. Quem vencer, herdará todas as coisas; e eu serei seu Deus, e ele será meu filho.
8. Mas, quanto aos tímidos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos que se prostituem, e aos feiticeiros, e aos idólatras e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre; o que é a segunda morte.
9. E veio a mim um dos sete anjos que tinham as sete taças cheias das últimas sete pragas, e falou comigo, dizendo: Vem, mostrar-te-ei a esposa, a mulher do Cordeiro.
10. E levou-me em espírito a um grande e alto monte, e mostrou-me a grande cidade, a santa Jerusalém, que de Deus descia do céu.
11. E tinha a glória de Deus; e a sua luz era semelhante a uma pedra preciosíssima, como a pedra de jaspe, como o cristal resplandecente.

Momento Interação

A Bíblia fala nesse texto do encontro dos salvos com Jesus nos ares, que constitui o arrebatamento da Igreja de Cristo. Cristo vem buscar a sua igreja para livrá-la da grande tribulação, que serão dias de muito sofrimento para todos os que não creram na Palavra de Deus e permaneceram no engano resistindo a se entregarem ao Senhor Jesus.   Para participar do glorioso encontro com Jesus  nos ares, é preciso antes  ter um encontro com Deus enquanto se está na terra. Deus dá oportunidades a cada pessoa  de ter um encontro com Ele. No livro de Gênesis podemos observar a oportunidade que o Senhor deu a Jacó, um homem que tinha várias falhas no seu caráter, de ter um encontro com Deus, através do qual foi transformado em  seu caráter, recebendo inclusive, um novo nome: Israel (Gn 32.22-32). Esse Encontro com Deus nos ares significa a Salvação, quando Jesus virá para buscar aqueles que creram e perseveraram até o fim para ter a Vida Eterna com Ele. Como estar em condições de participar desse glorioso Encontro com Deus?

Introdução

Como devemos adorar a Deus? Após uma rápida lapidagem no texto, percebemos a necessidade de compreendermos o pleno sentido da adoração contínua ao Senhor.

Nas igrejas denominacionais, é comum o pregador associar dízimos e ofertas com adoração a Deus, e muitos enfatizam dizendo: “Agora vamos adorar a Deus com os nossos dízimos e ofertas aqui no altar da casa do Senhor.” Essa prática é um equívoco, mais precisamente um engodo para que os fieis sintam no coração a emoção que realmente estão agradando e adorando a Deus com obra material. Mas, na carta Romanos 11.35, a Palavra alerta dizendo: Quem deu primeiro a Ele, para que lhe seja recompensado? O que também fora ratificado no livro de Jó 41.11, onde o próprio Senhor disse: Quem primeiro deu a mim, para que eu haja de retribuir-lhe? Pois o que está debaixo de todos os céus é meu. Portanto, é impossível adorar ou mesmo agradar a Deus doando qualquer bem material para as instituições religiosas.

Mas para que aprendemos a amar e adorar a Deus verdadeiramente em Espírito e em Verdade, Ele nos amou primeiro, o seu amado Filho Cristo Jesus é a maior expressão e prova do amor de Deus pela humanidade, porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna (Jo 3.16).

I. A Perseverança da Igreja de Cristo até o Fim

Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor, e o seu amor é à base da aliança, o fundamento da sua fidelidade e a razão da eleição do seu povo. Adorar a Deus,é guardar os seus mandamentos, pois no capítulo 2, versículo 9 da primeira carta universal do Apóstolo Pedro, o Senhor declara o seu amor de uma forma especial por aqueles que o adoram e buscam fazer a sua vontade, observem: Vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz. Essa adoração é dotada de compromisso com Altíssimo e confiança absoluta nele, diluindo amor aos inimigos e renúncia em favor dos necessitados. O amor é o sentimento de apreciação ao próximo, acompanhado do desejo de lhe fazer a caridade.

Porque o amor de Deus está derramado em nosso coração pelo Espírito Santo que nos foi dado. É a mais alta qualidade da vida cristã, norteando todas as relações de amor a Deus e ao próximo. Na carta aos Romanos 5.6-8, a Palavra revela e exemplifica a essência do verdadeiro amor; o amor do Senhor Deus pelo homem, ainda que este estava morto no pecado pela queda Éden. Afirma o Senhor que por algum bom, por algum justo, pode ser que alguém ouse a morrer, mas Deus prova o seu amor para conosco em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.

Adorar a Deus é amá-lo acima de todas as coisas, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento, porque este é o primeiro e grande mandamento. Adorar a Deus é amar o teu próximo como a ti mesmo (Mt 22.35-39). "Porque se alguém disser ama a Deus e aborrece a seu irmão, é mentiroso. Pois, quem não ama seu irmão, ao qual vê, como pode amar a Deus, a quem não vê?" (1 Jo 4.20). E na primeira carta aos Coríntios 13.1-3, a Palavra descreve a grandeza do sublime amor ao próximo, e diz: "Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos e não tivesse caridade, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor ao próximo, nada seria. E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse caridade, nada disso me aproveitaria".

II. O Arrebatamento: Momento Glorioso para a Igreja de Cristo

O ensino do Arrebatamento é mais claramente apresentado em 1 Tessalonicenses 4.13-18. Nessa passagem Paulo informa seus leitores de que os crentes que estiverem vivos por ocasião do Arrebatamento serão reunidos aos que morreram em Cristo antes deles. No versículo 17 a palavra "arrebatados" traduz a palavra grega harpazo, que significa "dominar por meio de força" ou "capturar". Essa palavra é usada 14 vezes no Novo Testamento Grego de várias maneiras diferentes. Ocasionalmente o Novo Testamento usa harpazo com o sentido de "roubar", "arrastar" ou "carregar para longe" (Mt 12.29; Jo 10.12). Também pode ser usada com o sentido de "levar embora com uso de força" (Jo 6.15; 10.28-29; At 23.10; Jd 23). No entanto, para nossos propósitos, um terceiro uso é mais significativo. Diz respeito ao Espírito Santo levando alguém de um lugar para outro. Encontramos esse uso em quatro ocorrências (At 8.39; 2 Co 12.2, 4; 1 Ts 4.17; Ap 12.5). No espírito do povo de Deus, por todo o mundo, há uma convicção crescente e certíssima - convicção baseada nas verdades da Palavra divina - de que a história da Igreja na terra está prestes a findar; e que o Senhor Jesus está para vir para levar a Sua noiva para a casa do Pai. Já compenetrado da realidade deste solene assunto, e do que ele significa? Se não estás ainda, que o Espírito Santo se sirva destas linhas para despertar a tua preciosa alma: "Para que o Senhor não venha de improviso e não te ache dormindo" (Mc 13.36).

A preocupação com "acontecimentos", em lugar do coração estar ocupado com a Sua pessoa, rouba ao coração muito daquele bem estar e conforto que deve resultar desta esperança celestial. Infelizmente, o inimigo tem conseguido fazer com que no espírito de muitos esta linda promessa da vinda do Senhor se pareça com uma ameaça judicial; enquanto, como vemos em João 14, foi o melhor tônico escolhido pelo Grande Médico para reanimar os corações desfalecidos e receosos dos Seus amados discípulos. E quando o inspirado apóstolo, anos mais tarde, escreve a sua primeira carta aos enlutados e perseguidos jovens convertidos de Tessalônica, ele conclui as suas observações sobre a vinda do Senhor com esta pequena, mas significativa frase: "Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras".

III. Os Fiéis Reinarão para sempre com o Senhor

Jesus vai ser assistido no Seu reino pelos santos—Seus seguidores fiéis de todos os períodos da história humana, que serão ressuscitados quando Ele retornar. Eles se tornarão filhos imortais de Deus (1 Co 15.50-53), ascenderão para se encontrar com Cristo nos ares (1 Ts 4.17) e juntar-se-ão a Ele na conquista das nações rebeldes da terra e no estabelecimento do Reino de Deus (Salmo 149.5-9; Ap 5.10; 20.6). É-nos dada a garantia de que em Cristo “os santos do Altíssimo receberão o reino e possuirão o reino para todo o sempre e de eternidade em eternidade” (Dn 7.18). O Milênio será seguido por uma breve libertação de Satanás, como uma lição importante para a humanidade, e depois a sua remoção permanente (Ap 20.7-10). Logo a seguir à remoção permanente de satanás, virá outra ressurreição por meio da qual todos os que já viveram, serão dados a oportunidade de ser salvos e receber a vida eterna (versículos 5,11-12). E, após esse período, virá a destruição permanente no lago do fogo dos ímpios incorrigíveis, aqueles que finalmente se recusarem a arrepender-se (versículos 13-15; 21:8). Finalmente, o ambiente terrestre será transformado em “um novo céu e uma nova terra” (Ap 21.1) e a gloriosa cidade de Nova Jerusalém descerá do céu para a terra, juntamente com Deus Pai, que na última habitará com Seus filhos, agora imortais (versículos 2-3). “E Deus limpará de seus olhos toda lágrima, e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor, porque já as primeiras coisas são passadas” (versículo 4).

Conclusão

Esta é a culminação do plano de salvação de Deus, quando Cristo “tiver entregado o Reino a Deus, ao Pai … Porque convém que reine até que haja posto a todos os inimigos debaixo de Seus pés. Ora, o último inimigo que há de ser aniquilado é a morte” (1 Co 15.24-26). Os filhos imortais de Deus, submissos a Cristo e ao Pai, então herdarão “todas as coisas” (Ap 21.7)—o universo inteiro. E “do incremento deste principado e da paz, não haverá fim” (Is 9.7). Esta é a salvação impressionante pela qual esperamos—que começará no retorno glorioso do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. “Porque ainda um poucochinho de tempo, e o que há de vir virá e não tardará” (Hb 10.37). Como Ele declara no último capítulo da Bíblia:  “E eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo para dar a cada um segundo a sua obra” (Ap 22.12). Sim, Jesus Cristo está voltando. O Rei está vindo—em breve! Então, nas palavras de Hebreus 10.23: “retenhamos firmes a confissão da nossa esperança, porque fiel é o  que prometeu.”




Comentário Bíblico Mensal: Fevereiro/2019 - Capítulo 4 - Os Membros do Corpo de Cristo




Comentarista: Oliveira Silva



Texto Bíblico Base Semanal: 1 Coríntios 12.12-25

12. Porque, assim como o corpo é um, e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo, assim é Cristo também.
13. Pois todos nós fomos batizados em um Espírito, formando um corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres, e todos temos bebido de um Espírito.
14. Porque também o corpo não é um só membro, mas muitos.
15. Se o pé disser: Porque não sou mão, não sou do corpo; não será por isso do corpo?
16. E se a orelha disser: Porque não sou olho não sou do corpo; não será por isso do corpo?
17. Se todo o corpo fosse olho, onde estaria o ouvido? Se todo fosse ouvido, onde estaria o olfato?
18. Mas agora Deus colocou os membros no corpo, cada um deles como quis.
19. E, se todos fossem um só membro, onde estaria o corpo?
20. Assim, pois, há muitos membros, mas um corpo.
21. E o olho não pode dizer à mão: Não tenho necessidade de ti; nem ainda a cabeça aos pés: Não tenho necessidade de vós.
22. Antes, os membros do corpo que parecem ser os mais fracos são necessários;
23. E os que reputamos serem menos honrosos no corpo, a esses honramos muito mais; e aos que em nós são menos decorosos damos muito mais honra.
24. Porque os que em nós são mais nobres não têm necessidade disso, mas Deus assim formou o corpo, dando muito mais honra ao que tinha falta dela;
25. Para que não haja divisão no corpo, mas antes tenham os membros igual cuidado uns dos outros.

Momento Interação

A Igreja jamais crescerá integralmente se não existir unidade entre os membros do Corpo. A divisão de forças promoverá o enfraquecimento de todo o grupo. E o contínuo esforço para a convivência harmoniosa com Deus e com o próximo que promove o aperfeiçoamento das práticas cristãs e a participação nos privilégios da comunhão. Em João 17, Jesus roga ao Pai em favor da unidade do povo de Deus. Riqueza, posição social, nacionalidade e outros interesses são esquecidos em favor do que realmente importa. Portanto, Ele quer que vivamos no amor e na unidade de Seu Espírito. No estudo desta semana, analisaremos a grande importância que tem o Corpo de Cristo, e a importância de sua unidade relacional (uns com os outros) e congregacional (uns no meio de outros).

Introdução

A primeira consideração a ser feita é que existem dois significados para corpo de Cristo na Bíblia. O primeiro significado está ligado ao próprio corpo físico de Jesus Cristo, entregue na cruz do calvário pelos nossos pecados: “Assim, meus irmãos, também vós morrestes relativamente à lei, por meio do corpo de Cristo, para pertencerdes a outro, a saber, aquele que ressuscitou dentre os mortos, a fim de que frutifiquemos para Deus” (Rm 7.4). Nesse sentido, observamos que existem alguns textos que mencionam esse corpo com o objetivo de relembrar a obra de sacrifício realizada por Jesus na cruz. Temos também esse significado em 1 Coríntios 10.16, onde o objetivo é relembrar a entrega de Jesus de seu corpo na cruz.

O segundo significado de corpo de Cristo está ligado à igreja de Deus. Quando Jesus Cristo estava entre nós como homem, Ele inicia uma obra, a nova aliança de Seu sangue (Mt 26.28). Após a Sua morte essa presença física de Jesus não era mais possível, pois Ele subiu ao céu (At 1.11). Mas Jesus estabelece Sua igreja como sendo Seu próprio corpo aqui nesta terra, ou seja, como se Ele estivesse presente por meio de Seus servos: “Ora, vós sois corpo de Cristo; e, individualmente, membros desse corpo” (1 Co 12.27). Esse texto mostra que cada servo de Deus forma o corpo de Cristo. Não somente aqueles para quem Paulo escreveu, mas todos os servos fieis.

I. A Diversidade de Dons

Os dons espirituais são uma manifestação da graça de Deus concedida pelo Espírito Santo. Eles são fundamentais no crescimento e desenvolvimento da Igreja, o corpo de Cristo. Os dons estão a disposição de todos os santos. Contudo, precisamos buscá-los diligentemente. Devemos demonstrar interesse e disposição, porque os dons espirituais não são para proveito pessoal: “Irmãos, quanto aos dons espirituais, não quero que vocês sejam ignorantes”; “Há diferentes tipos de dons, mas o Espírito é o mesmo. Há diferentes tipos de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. Há diferentes formas de atuação, mas é o mesmo Deus quem efetua tudo em todos” (1 Co 12.1, 4-6).  dons espirituais não devem ser um tabu na Igreja. Os cristãos não devem apenas saber sobre os dons, de uma maneira geral como também, devem procurar descobrir quais possuem. omo nosso Deus é extremamente criativo, ele dispôs uma grande variedade de dons ministeriais e espirituais. Esses dons, se manifestam de diferentes maneiras. Isso promove uma dinâmica poderosa e rica, na Igreja. Não há ambiente mais dinâmico que o de uma Igreja que explora os dons espirituais e ministeriais de sua comunidade. Portanto, conhecê-los é nosso dever. Precisamos buscá-los.

E ele designou alguns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres, com o fim de preparar os santos para a obra do ministério, para que o corpo de Cristo seja edificado, até que todos alcancemos a unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, e cheguemos à maturidade, atingindo a medida da plenitude de Cristo.

O propósito é que não sejamos mais como crianças, levados de um lado para outro pelas ondas, nem jogados para cá e para lá por todo vento de doutrina e pela astúcia e esperteza de homens que induzem ao erro (Ef 4.11-14). O propósito dos dons espirituais não é para a promoção pessoal, é para “preparar os santos para a obra do ministério, para que o corpo de Cristo seja edificado, até que todos alcancemos a unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus”. Os dons dentre tantas coisas, têm a finalidade de preparar os cristãos para uma vida saudável e produtiva no seio da igreja. São mecanismos de segurança e desenvolvimento para o corpo de Cristo. A vontade de Deus é que cresçamos como cristãos. Não sejamos como crianças. Eles são portanto, responsáveis por essa evolução. Pela maturidade e pelo crescimento.

II. As Qualidades de cada membro do Corpo de Cristo

Alguns acreditam erroneamente que isoladamente podemos ser corpo de Cristo, no entanto, o que o texto nos esclarece é que somos membros desse corpo e, conjuntamente, formamos esse corpo que também é chamado de igreja. O que fortalece esse argumento é a forma como Paulo ensina a cooperação de cada membro na edificação desse corpo e dentro de sua missão dada pelo Mestre: “E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo” (Ef 4.11-12). O corpo de Cristo (a união de todas as partes) é edificado com a cooperação de cada um.

A Bíblia também nos ensina que Jesus Cristo exerce o papel de cabeça desse corpo, ou seja, a liderança plena pertence a Jesus e não a qualquer líder humano: “Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo” (Efésios 4:15). Além disso, isso nos aponta para a importância do bom funcionamento do corpo de Cristo. Sendo a cabeça o próprio Jesus, esse corpo tem todas as possibilidades de trabalhar unido, formando um corpo forte e vigoroso, com a contribuição de cada uma das partes, pois são importantes.

III. A Importância Preciosa da Unidade Cristã

“Há um só corpo e um só Espírito, assim como a esperança para a qual vocês foram chamados é uma só; há um só Senhor, uma só fé, um só batismo, um só Deus e Pai de todos, que é sobre todos, por meio de todos e em todos” (Ef 4.4-6). O Apóstolo Paulo faz um apelo à unidade, ele mostra a unidade divina e a unidade cristã. Mas a unidade cristã não implica necessariamente em uniformidade, ação que só tem uma forma, falta de variedade. O ensino das Escrituras é que vivenciemos a unidade na diversidade e na pluralidade de dons e chamados. Reconhecer a importância da diversidade, nos leva a uma obra mais excelente. As nossas diferentes habilidades e capacidades cooperam para um melhor serviço. Elas somam e não dividem quando há unidade espiritual. “São todos apóstolos? São todos profetas? São todos mestres? Tem todos o dom de realizar milagres? Tem todos dons de curar? Falam todos em línguas? Todos interpretam?” (1 Co 12.29-30). A unidade é do Espírito, mas também, é algo que não se realiza sem a nossa cooperação. Ao ensinar sobre o tema da unidade, o apóstolo Paulo, em Efésios 4.4-6 expôs o que é unidade.

A figura do corpo aqui se refere à Igreja e explica que ela é um organismo vivo e indivisível. É a figura que melhor expressa como devem ser nossos relacionamentos no contexto da igreja local. Todos os salvos formam “um corpo”, o corpo místico de Cristo. Somos “um só corpo” independente das diferentes denominações evangélicas, com exceção das pseudas igrejas, pois temos uma só cabeça espiritual – Cristo.

A Igreja como Corpo é uma unidade espiritual – onde todos os nascidos de novo estão unidos em Cristo. Mas esta unidade tem que se manifestar na horizontal, numa união onde judeus e gentios, homens e mulheres, escravos e livres, são um “em Cristo”. Nossa posição “em Cristo” presente nos escritos Paulinos indica nossa união espiritual com Jesus, nos dá poder para ser mais “santos” e “fiéis” a Ele neste mundo. É por esta razão que uma das armas principais de Satanás – e das mais utilizadas contra a Igreja é a divisão e a desunião entre os cristãos. Mas se somos “santos” e “fiéis” a Cristo, podemos superar as sutilezas do tentador.

Conclusão

A esperança nasce da vocação de Deus para nós. A nossa fé baseia-se na esperança. Quando Deus nos chamou para a salvação tornou possível nosso futuro em Cristo. A obra redentora de Cristo proporcionou a esperança da glória. Em relação ao presente, indica que aceitamos a obra de Cristo em nossos corações, cancelando os nossos pecados. Em relação ao futuro, esta esperança aponta para a volta de Cristo, a redenção plena da Igreja: “Peço a Deus que abra a mente de vocês para que vejam a luz dEle e conheçam a esperança para a qual Ele os chamou. E também para que saibam como são maravilhosas as bênçãos que Ele prometeu ao Seu povo” (Ef 1.18). 

A nossa bendita esperança é a volta de Jesus Cristo, este é o nosso objetivo final, mas a nossa caminhada e o nosso trabalho aqui na terra precisam ser relevantes. Precisamos crescer, frutificar, brilhar e ser instrumentos para que reflitam a glória de Deus a este mundo. Conhecer os propósitos de Deus para a nossa vida é fundamental! Por isso, precisamos, antes de tudo, conhecer o Criador e sua natureza. Deus não faz nada sem propósitos, tudo quanto Ele fez foi com propósito. Que Deus abra a nossa mente para descobrirmos a vocação de nosso chamado, afim de vivermos para o propósito de nossa criação.

domingo, 24 de fevereiro de 2019

A Ressurreição nas Escrituras Sagradas




Por Leonardo Pereira



A partir do monoteísmo primitivo, os homens criaram inúmeros sistemas religiosos, multiplicando deuses e filosofias para agradar ou manipular povos em todos os cantos do mundo. A maioria dessas religiões inclui alguma noção de vida após morte, embora os conceitos sejam muito diversos. Nenhuma das principais religiões enfatiza tanto a ideia da ressurreição dos mortos como o cristianismo. Vencer a morte, que aflige o homem como uma das consequências do pecado, e restaurar a vida é uma demonstração do poder divino. Nas Escrituras, esse poder é demonstrado por meio de servos humanos especialmente capacitados por Deus, e pelo próprio Senhor, como observamos em alguns dos mais notáveis dos milagres de Jesus.

Encontramos uma ênfase bíblica na ideia da ressurreição, tanto no sentido literal de reavivar uma pessoa morta como em sentidos figurados de reanimar uma pessoa ou até uma nação espiritualmente morta. Vamos considerar exemplos desses vários sentidos bíblicos da ressurreição.

Pessoas Literalmente Ressuscitadas. Tanto no Antigo como no Novo Testamento, há registros de várias ressurreições. No começo da época dos profetas, trabalho iniciado principalmente por Elias e Eliseu no século 9 a.C., três pessoas foram ressuscitadas para mostrar que a mensagem pregada por esses homens realmente veio de Deus. No Novo Testamento, o próprio Jesus ressuscitou algumas pessoas durante seu ministério. Pelo menos dois dos apóstolos, Pedro e Paulo, foram instrumentos usados para ressuscitar outras pessoas. Mateus relata a ressurreição de muitos santos para mostrar a vitória de Jesus sobre o pecado e a morte no seu sacrifício na cruz (Mt 27.51-53). A ressurreição mais importante de todas foi a de Jesus Cristo, que saiu do túmulo para mostrar a sua vitória absoluta sobre a morte.

A Ressurreição Figurativa de uma Nação. Vários dos profetas do Antigo Testamento pregaram mensagens fortes de castigo iminente, mostrando que Deus chamaria nações pagãs para destruir a nação de Israel. Nas mesmas profecias, ele falou da restauração de um restante. A figura empregada para comunicar esta mensagem esperançosa, em alguns casos, foi a imagem de uma ressurreição. Um excelente exemplo desse sentido figurado se encontra em Ezequiel 37, onde o profeta assiste à cena de um vale cheio de ossos secos se tornarem em um exército de pessoas vivas, representando o povo restaurado.

A Ressurreição Figurativa de Pecadores. Uma vez que a morte espiritual, a separação de Deus, é consequência do pecado, a salvação do pecador é comparável a uma ressurreição. Foi exatamente nesse sentido que Paulo escreveu: “Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, — pela graça sois salvos, e, juntamente com ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus; para mostrar, nos séculos vindouros, a suprema riqueza da sua graça, em bondade para conosco, em Cristo Jesus” (Ef 2.4-7).

A Ressurreição dos Mortos no Dia Final. A Bíblia promete a ressurreição de todos os mortos na vinda do Senhor Jesus. Depois de saírem dos seus túmulos, todos serão julgados e separados, recebendo a vida eterna ou a condenação eterna. Jesus disse: “Não vos maravilheis disto, porque vem a hora em que todos os que se acham nos túmulos ouvirão a sua voz e sairão: os que tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida; e os que tiverem praticado o mal, para a ressurreição do juízo” (Jo 5.28,29). Em 1 Coríntios 15, Paulo frisou a importância da doutrina da ressurreição. Entre outros fatos, ele afirmou a ressurreição de todos os mortos (1 Co 15.22).


quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

Comentário Bíblico Mensal: Fevereiro/2019 - Capítulo 3 - A Igreja e o seu Propósito no Mundo




Comentarista: Oliveira Silva



Texto Bíblico Base: Atos 17.22-34

22. E, estando Paulo no meio do Areópago, disse: Homens atenienses, em tudo vos vejo um tanto supersticiosos;
23. Porque, passando eu e vendo os vossos santuários, achei também um altar em que estava escrito: AO DEUS DESCONHECIDO. Esse, pois, que vós honrais, não o conhecendo, é o que eu vos anuncio.
24. O Deus que fez o mundo e tudo que nele há, sendo Senhor do céu e da terra, não habita em templos feitos por mãos de homens;
25. Nem tampouco é servido por mãos de homens, como que necessitando de alguma coisa; pois ele mesmo é quem dá a todos a vida, e a respiração, e todas as coisas;
26. E de um só sangue fez toda a geração dos homens, para habitar sobre toda a face da terra, determinando os tempos já dantes ordenados, e os limites da sua habitação;
27. Para que buscassem ao Senhor, se porventura, tateando, o pudessem achar; ainda que não está longe de cada um de nós;
28. Porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos; como também alguns dos vossos poetas disseram: Pois somos também sua geração.
29. Sendo nós, pois, geração de Deus, não havemos de cuidar que a divindade seja semelhante ao ouro, ou à prata, ou à pedra esculpida por artifício e imaginação dos homens.
30. Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, e em todo o lugar, que se arrependam;
31. Porquanto tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do homem que destinou; e disso deu certeza a todos, ressuscitando-o dentre os mortos.
32. E, como ouviram falar da ressurreição dos mortos, uns escarneciam, e outros diziam: Acerca disso te ouviremos outra vez.
33. E assim Paulo saiu do meio deles.
34. Todavia, chegando alguns homens a ele, creram; entre os quais foi Dionísio, areopagita, uma mulher por nome Dâmaris, e com eles outros.

Momento Interação

O Reino de Deus só pode ser encontrado como o tesouro do campo e como a pérola de grande valor. Devemos procurar em primeiro lugar o Reino e a sua justiça. A nossa opção pelo Reino de Deus, vai nos colocar em conflito com tudo que é contrário ao Reino. Todo aquele que adquiriu a cidadania do Reino de Deus, deve contar com a oposição daqueles que negam as reivindicações de justiça, da verdade, da fraternidade, da solidariedade e da paz (2 Tm 3.12).

O Reino de Deus quer se fazer presente de um modo concentrado na igreja. O termo missão não aparece na Bíblia. Para empregar a ideia de missão, a Bíblia emprega os verbos enviar, escolher, delegar, ir e testemunhar. O grande propósito de Deus é a reconciliação. As circunstâncias mais adversas podem motivar o início de uma missão (At 11.19-26).Quando a Igreja voltar a se reconhecer como integrante deste mundo? Criado por Deus, então ela readquire o seu caráter missionário.

Introdução

Toda igreja é dirigida ou motivada por alguma coisa. Existe uma força que guia, uma pressuposição controladora, uma convicção motivadora por trás de tudo o que acontece. Se olharmos a palavra ‘dirigir’ no dicionário, acharemos esta definição: “guiar, controlar ou direcionar”. Este direcionamento pode não estar escrito em nenhum lugar, ele pode ser desconhecido para a maioria das pessoas da Igreja. Provavelmente nunca houve uma votação para aprovar tal direcionamento. Mas, ainda assim, ele existe e influencia cada aspecto da vida da Igreja.

I. Testificando a Ressurreição de Cristo Jesus

No segundo capítulo de Atos se registra que Pedro e os outros discípulos ficaram cheios do Espírito Santo, cinquenta dias após a ressurreição de Jesus, no dia de Pentecostes. A começar pelo versículo 11, lemos o registro do primeiro sermão de Pedro, que ocorreu naquele dia. Sua mensagem estava centrada em torno da vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo. “A Jesus … matastes, crucificando-O” (versículos 22-23). Logo em seguida, Pedro enfatizou que antes que Seu corpo pudesse sofrer deterioração, Deus O ressuscitou de volta à vida (versículos 24,31-32). Porque Ele foi crucificado por nossa causa, por isso nossa única e adequada resposta seria nos arrepender de nossos pecados e sermos batizados (versículo 38). Então, Deus dá o Seu Espírito Santo para os crentes arrependidos para que eles possam se salvar “desta geração perversa” (versículos 38-40). A mensagem de Pedro dizia que através do poder de Cristo ressuscitado era que os milagres estavam sendo realizados. Uma e outra vez, as mensagens de Pedro ressoavam o fato de que ele servia a Cristo ressuscitado. Nossa “esperança viva”, diz ele em sua primeira epístola preservada, é “pela ressurreição de Jesus Cristo” (1 Pe 1.3). E acrescenta: “Porque também Cristo morreu uma só vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus; sendo, na verdade, morto na carne, mas vivificado no Espírito” (1 Pe 3.18). Esta mensagem perene sobre a vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo tem sido levada adiante pelo ministério de Deus através das eras. Mensagem amparada pelo fato inegável de que servimos a um Salvador vivo, Jesus Cristo.

II. Afirmando a Existência do Único Deus Verdadeiro

Ao confirmarmos a verdade maravilhosa da existência do Deus Criador e sustentador de tudo o que há no universo, não há como não se maravilhar com Sua grandeza, poder e majestade. A Criação é obra das Suas mãos. Saber que Deus é onisciente, onipresente, onipotente, imutável, eterno (atributos incomunicáveis aos seres humanos) nos traz a segurança em um Deus tão grande que se importa conosco, seres humanos tão pequenos, finitos e limitados. Ao mesmo tempo em que se mostra fiel, bom, paciente, amoroso, gracioso, misericordioso, santo, reto, justo (atributos comunicáveis aos seres humanos), somos constrangidos, uma vez alcançados pela Sua graça, a manifestarmos tais características que emergem de Seu infinito amor.

O Deus único e verdadeiro é um Deus de amor, mas de justiça também. Fruto do Seu amor, Ele enviou o Seu filho para tirar o pecado do mundo; fruto de Sua justiça, Ele proveu um sacrifício suficiente para apagar os nossos pecados, pois nós que deveríamos estar no lugar do nosso Senhor Jesus. Dentro dessa perspectiva de amor e justiça, que as Escrituras revelam a obra de um Deus que deseja salvar homens e mulheres, reconciliando-os consigo mesmo por intermédio de Jesus Cristo (2 Co 5.19).

III. Deus já determinou o Dia do Julgamento do Mundo

Nesse versículo do Livro de Atos, Lucas nos lembra que Jesus virá em Glória como juiz para o Julgamento Final que dividirá os justos dos maus, e separará as pessoas individualmente. O juízo final é o evento em que Deus irá julgar os homens e os seres espirituais. O juízo final marca a transição entre a consumação da presente era e o início do estado eterno, sendo amplamente referenciado em toda Bíblia, com particular detalhe no livro do Apocalipse, sobretudo na passagem onde é descrito “o grande trono branco”. 

No Julgamento Final, toda a humanidade aparecerá diante de Deus, quando cada um receberá a sua recompensa de acordo com os seus atos. Contrariando as doutrinas que usam esse julgamento para intimidar, os cristãos não precisam temer o julgamento, pois de acordo com a Bíblia, Deus nos perdoa quando nos arrependemos, e Ele escolhe não se lembrar mais dos nossos pecados, conforme registra Hebreus 8.12; 10.17). Haverá um julgamento para os cristãos, mas não para envergonhá-los ou culpá-los por seus pecados que Deus já perdoou e nem se lembra mais.

Conclusão

O propósito da igreja está no âmago de sua natureza, atributos e marcas. E práticas corretas de membresia, governo e disciplina servem a esse propósito. Os objetivos apropriados da vida e ações de uma igreja local são a adoração a Deus, a edificação da igreja e a evangelização do mundo. Muitas igrejas tem caído no erro de imaginar que o seu papel se resume a evangelizar, entendendo que a grande comissão se resume a isso. Evangelizar é fundamental e importante, mas dentro da grande comissão, ele é parte de um todo. Ir e compartilhar as boas novas fazem parte do propósito da igreja, mas não cumprem totalmente o seu papel. Quantas igrejas estão domingo após domingo “evangelizando” os seus membros e se esquecendo de alimentá-los com a verdade. O Senhor Jesus neste texto apresenta o seu projeto e plano para sua Igreja. Este projeto tem um alvo que são realizados por três digamos objetivos. Fazer discípulos é o grande projeto de Cristo, evangelizar, batizar e ensinar completam o conceito de fazer discípulos. Portanto, nossa vida aqui na terra deveria refletir este propósito divino. Nossas igrejas deveriam avaliar suas práticas e perguntar como cumprimos esta comissão. Jesus deixou em seu ministério registrado nas páginas dos Evangelhos diversas orientações e exemplos práticos de como podemos e devemos cumprir esta missão ordenada por Ele a sua Igreja.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

Comentário Bíblico Mensal: Fevereiro/2019 - Capítulo 2 - A Missão Integral da Igreja




Comentarista: Oliveira Silva



Texto Bíblico Base Semanal: Atos 2.38-47

38. E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo;
39. Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão longe, a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar.
40. E com muitas outras palavras isto testificava, e os exortava, dizendo: Salvai-vos desta geração perversa.
41. De sorte que foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra; e naquele dia agregaram-se quase três mil almas,
42. E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações.
43. E em toda a alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos.
44. E todos os que criam estavam juntos, e tinham tudo em comum.
45. E vendiam suas propriedades e bens, e repartiam com todos, segundo cada um havia de mister.
46. E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração,
47. Louvando a Deus, e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar.

Momento Interação

Todo o empreendimento missionário tem como o seu princípio a partir do agir salvífico de Deus (Jo 16.27-28). O envio de Jesus Cristo e a existência das Sagradas Escrituras evidenciam que o agir de Deus é missionário junto à humanidade. A Igreja é o Corpo de Cristo. Ela deve continuar a obra iniciada pelo Jesus histórico. No pouco tempo em que Jesus esteve aqui na terra, ele cuidou do caráter especifico de sua missão como o Cristo de Deus. A Igreja sempre deve se entender como serva da missão de Deus. E a Igreja não deve confundir serviço com poder. Devemos também saber detectar indícios do Reino de Deus dentro do processo histórico de toda a humanidade.

Introdução

A missão integral da igreja consiste em apresentar o evangelho em sua plenitude, sua mensagem chega à totalidade do homem: espírito, alma e corpo. Podemos chamar de missão integral a preocupação com a salvação humana sem negligenciar o cuidado ou atendimento das privações materiais básicas daqueles que são comprovadamente carentes: escola, creche, clínicas, asilos, orfanatos, alimentação, vestuário etc. Todas estas ações fazem parte do evangelho e não podem ser escanteadas. Todavia, reconhecemos que a pregação do evangelho para a salvação do pecador vem em primeiro lugar.

Jesus, o nosso maior referencial, nunca fez vistas grossas às necessidades daqueles que o rodeavam. Ele saciava tanto a fome espiritual quanto a física, ouvia os problemas das pessoas e não se preocupou com o título que lhe deram de amigo de publicanos e pecadores. Possuía uma visão ampla (diferente da visão míope da maioria dos líderes contemporâneos) e via os homens não apenas como seres espirituais, mas como seres multifacetados constituídos de emoções, intelecto, moral, religiosidade, matéria etc. Sendo assim, procurava alcançá-los de maneira plena e equilibrada.

I. A Igreja com a Mensagem do Arrependimento

Após sermos chamados por Deus, o arrependimento é o ponto de início da nossa relação com Ele. Sem arrependimento, estamos separados de Deus: “Eis que a mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar; nem o seu ouvido, agravado, para não poder ouvir. Mas as vossas iniquidades fazem divisão entre vós e o vosso Deus, e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça” (Is 59.1-2). Mas, Deus quer que todos se arrependam e se tornem Seus filhos (2 Pe 3.9; Jo 1.12). Para isto acontecer, Deus na Sua grande misericórdia começa por nos dirigir ao arrependimento  (Rm 2.4). Reparar como Deus usou o apóstolo Pedro para instruir quem Ele chamava. No primeiro sermão de Pedro proferido no Dia de Pentecostes, ele disse: “Saiba, pois, com certeza, toda a casa de Israel que a esse Jesus, a quem vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo. Ouvindo eles isto, compungiram-se em seu coração e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos,  varões irmãos? “E disse-lhes Pedro: ‘Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para perdão dos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo’” (At 2.36-38).

Mas o que quer dizer “arrepender”? A definição de arrepender inclui: um mudar, com mágoa, de comportamento; o mudar de uma opinião para melhor; lamento ou contrição; mágoa pelo erro com auto condenação; repulsa pelos erros passados; completo  desvio do pecado. A Bíblia descreve arrependimento como um profundo reconhecimento dos nossos pecados e da mágoa resultante que nos leva a mudar os nossos pensamentos e acções: “Porque a tristeza segundo Deus opera arrependimento para a salvação, da qual ninguém se arrepende; mas a tristeza do mundo opera a morte” (2 Co 7.10). Pedro, no seu sermão atrás referido, descreve arrependimento como uma expressão pessoal de profunda e sentida rendição a Deus, o resultado de reconhecer e aceitar o que Jesus, como nosso Salvador pessoal, fez para nos reconciliar com Deus Pai  (Rm 5.8-10; 2 Co 5.18-20). O arrependimento  une-nos com Deus Pai e Jesus Cristo numa relação extraordinária.

II. A Igreja com a Doutrina dos Apóstolos

Pode ser dito que no começo as doutrinas apostólicas não estavam bem definidas ou totalmente sintetizadas para a compreensão das igrejas. Os ensinos de Jesus só foram organizados em estudos doutrinários algum tempo depois de sua morte. Quando ainda vivos, os apóstolos eram, por assim dizer, o “próprio” ensino doutrinário, isto porque tinham sido testemunhas vivas de Jesus. Após a morte do último apóstolo, João, que se deu por volta do ano 100 d.C., os escritos dos apóstolos não estavam compilados pelo fato de o cânon bíblico ainda não ter se fixado. Havia a necessidade de reunir esses escritos que se tornariam normativos às igrejas da época. Sendo assim, precisamos considerar estes fatores que, sem dúvida, são muito relevantes para quem deseja saber qual era a doutrina mencionada em Atos 2.42. 

De fato, não havia uma doutrina (teologia) totalmente aclarada. O que no começo se ensinava era a respeito da salvação trazida por Cristo e a respeito do evangelho da salvação proclamada e explicada pelos apóstolos do primeiro século. Os discípulos de Jesus não tinham em mente sistematizar as doutrinas. As doutrinas foram tomando espaço à medida que as heresias, advogadas pelos estudiosos, curiosos e filósofos da época, iam se intensificando e a ortodoxia doutrinária tinha de ser defendida. 
Estes ensinamentos eram as instruções que os apóstolos apresentavam aos judeus que se converteram ao cristianismo e frequentavam as orações da comunidade. Os livros Sagrados passam a ser explicados a luz dos acontecimentos recentes do cristianismo e não tinham mais a preocupação da proclamação da Boa Nova de Jesus Cristo. Vida do cristianismo nas comunidades, passa a uma segunda fase de compreensão de Jesus e a vivência de seus ensinamentos.

III. A Igreja dando Exemplo para o Mundo

Nós vemos em Atos 9 o testemunho da conversão de Saulo e todos os perigos que ele enfrentou após a sua conversão; lemos também em Atos capítulo 9.31 como as igrejas primitivas, apesar de todas as perseguições e dificuldades, se desenvolviam. É um verdadeiro exemplo para as igrejas de hoje. Que exemplos a igreja de hoje encontra então, na igreja primitiva?  
    
Tinham Paz: Era uma igreja que vivia em constante tribulação, constante perseguição. Seus membros eram torturados e mortos, caluniados e condenados injustamente, mas tinham Paz. Por quê? Eles tinham paz porque Cristo deixou a sua paz João 14.27: "Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize". Jesus que nos deixou a paz, e essa paz que Jesus nos deixou ninguém nos tira, pois ele não a dá como o mundo dá. A paz que Jesus dá não significa ausência de guerra, significa Cristo conosco nesta guerra garantindo a vitória.

Eles tinham paz porque eram pacificadores: "Portanto, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas de fogo sobre a sua cabeça. Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem" (Rm 12.20,21). O pacificador é aquele que pode até ter inimigos, mas ele não é inimigo de ninguém. Aonde ele chega, a paz chega, a comunhão chega, por que ele é um pacificador. Por que nós saudamos os irmãos com a paz do Senhor? Porque somos pacificadores. Se nós saudamos com a paz e não praticamos a paz estamos sendo hipócritas.

Eram Edificadas: Eram igrejas que não tinham um templo bonitinho, arrumadinho e de portas abertas como o nosso não. Os cultos eram celebrados as escondidas nas casas dos irmãos, ou no meio do relento as ocultas. Todavia eram igrejas edificadas. Eram edificadas no amor a Deus: "E estavam sempre no templo, louvando e bendizendo a Deus. Amém" (Lc 24.53). Pouco antes da ascensão de Jesus aos céus, os discípulos o adoraram e quando ele subiu ao trono da sua glória, a Bíblia diz que os discípulos voltaram para Jerusalém, a fim de receberem a promessa do Espírito Santo, e estavam sempre no templo, louvando e bendizendo a Deus. O amor ao próximo existia, e não era apenas um amor de palavras, mas de ações. E todos se amavam com amor fraternal, sem fingimentos, sem mascaras, mas com sinceridade de coração.

Conclusão

A Igreja como sal da terra e luz do mundo deve fazer a diferença nos vários setores da sociedade, principalmente no socorro aos menos favorecidos. A injustiça social, verdadeira afronta contra a imagem e semelhança de Deus, tem solapado nosso país e a Igreja muitas vezes tem se afastado como se nada tivesse com isso. É verdade que a Igreja não é uma instituição político-partidária que deva defender qualquer bandeira política. É mais que isso. Ela é uma instituição divina suprapartidária.

sábado, 9 de fevereiro de 2019

Comentário Bíblico Mensal: Fevereiro/2019 - Capítulo 1 - Igreja - Corpo Vivo de Jesus Cristo




Comentarista: Oliveira Silva



Texto Bíblico Base Semanal: Mateus 16.13-18

13. E, chegando Jesus às partes de Cesaréia de Filipe, interrogou os seus discípulos, dizendo: Quem dizem os homens ser o Filho do homem?
14. E eles disseram: Uns, João o Batista; outros, Elias; e outros, Jeremias, ou um dos profetas.
15. Disse-lhes ele: E vós, quem dizeis que eu sou?
16. E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.
17. E Jesus, respondendo, disse-lhe: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque to não revelou a carne e o sangue, mas meu Pai, que está nos céus.
18. Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela;

Momento Interação

Prezados estudantes da Palavra de Deus. Depois de um estudo no mês de Janeiro a respeito do avivamento, no mês de fevereiro estudaremos acerca da maior instituição já fundada e dirigida por alguém: a Igreja de Nosso Senhor e Salvador Jesus com o tema: O Fundamento da Igreja de Cristo: Sua presença marcante na terra e os seus preciosos ensinamentos. O comentarista deste mês é o irmão Oliveira Silva. Ministro do Evangelho, teólogo, professor de Escola Bíblica Dominical e articulista do Blog Evangelho Avivado. Que este estudo querido estudante da Palavra do Senhor, possa lhe fazer conhecer ainda da Igreja de Jesus Cristo, o corpo vivo e atuante na terra como sal e luz.

Introdução

Quando se fala em igreja, hoje em dia, logo se pensa em uma organização ou instituição. No Antigo Testamento, o termo usado para as assembleias dos hebreus é kahal, cujo significado era de uma convocação religiosa que, normalmente, era feita por Deus. Já nos tempos do ovo Testamento a palavra empregada é ekklesia, que aparece 115 vezes, sendo que o sentido deste termo grego é uma convocação, uma assembleia na qual os integrantes são “chamados para fora”.  Em nosso estudo de vamo-nos preocupar com a Igreja no sentido de congregação. É no contexto da congregação local que o cristão se desenvolve no estudo e na prática da fé no Senhor Jesus Cristo. Ali ele deve encontrar os recursos para crescer, até atingir à “maturidade, alcançando a medida da plenitude de Cristo” (Ef 4.13).

I. Igreja: Corpo de Cristo

A palavra ekklesia foi aplicada, em Atos dos Apóstolos, ao povo de Israel que foi chamado para fora do Egito, sendo chamados de “congregação de Israel” (At 7.38). Semelhantemente, Deus nos chama em Cristo para fora do poder do pecado. Constituímos, dessa forma, o corpo de Cristo na face da terra. A Igreja é, portanto, um organismo vivo e dinâmico. O próprio significado da palavra dá-nos uma ideia do dinamismo de sua existência. 

A palavra “igreja” tem dois significados fundamentais no Novo Testamento. Na maior parte de suas ocorrências,  ou seja, em 95 das 115 vezes que aparece, significa “congregação”. Nesse sentido, a ênfase está no grupo local de cristãos, que se reúnem para adoração, companheirismo e serviço cristão (At 8.1; Rm 16.16). Outras vezes a palavra igreja é usada para descrever todos aqueles que aceitaram a Jesus Cristo como Salvador. É o sentido global e mais amplo da palavra “igreja” (1 Co 15:9).

II. O Fundamento da Igreja

Note-se bem a passagem de Mateus 16 e atente-se na confissão de Pedro a respeito do Senhor Jesus: "Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo" (verso 16). Pedro não fazia esta confissão segundo o seu proprio conhecimento, mas sim segundo uma revelação distinta recebida da parte do Pai a respeito do Filho de Deus. Quanto a este título, O Filho do Deus Vivo, é único no Novo Testamento. O Senhor é chamado, noutros lugares, o Filho do homem, o Filho de Davi, o Filho de Deus, o Filho do Pai, etc.; mas somente em Mateus 16 encontramos este título de Filho do Deus Vivo. Porquê ? Nós sugerimos que este título particular está em relação com a revelação do Senhor acerca da Sua Igreja. "... tu és Pedro; e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja..." (verso 18). Não temos aqui uma estrutura material e tangível; temos, sim, uma estrutura espiritual. E um organismo vivo, animado da mesma vida que tem o Filho de Deus. Em 1Timóteo 3.15, a Palavra de Deus utiliza a expressão: A Igreja do Deus vivo. 

A pedra não é outro senão o próprio Filho de Deus, precedentemente confessado pelo apóstolo. Em sua primeira epístola, o apóstolo Pedro refere-se justamente a esta circunstância e recorda aos crentes que eles se aproximaram do Senhor, "pedra viva" (At 2.4,5). É preciso ler também muito atentamente a 1ª epístola aos Coríntios 3.11: "Porque ninguém pode pôr outro fundamento, além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo". Assim, pois, Jesus é o fundamento, deste edifício, e os verdadeiros crentes são pedras vivas, edificadas para formarem um casa espiritual (1 Pe 2.5). Que encorajamento para os nossos corações o sabermos que, apesar de todos os esforços e intentos do Inimigo, "as portas do inferno não prevalecerão contra ela" (Mt 16.18) ! A Igreja do Deus vivo assenta sobre uma Pessoa divina e tira o seu carácter dessa mesma Pessoa; é, pois, tão sólida corno o próprio fundamento. É verdade que no que concerne ao testemunho da Igreja face a este mundo temos de baixar a cabeça em sinal de humilhação Mas quanto ao seu lugar perante Deus e a sua constituição espiritual, a Igreja é o fruto do trabalho do eterno Filho de Deus e é sustentada por Ele mesmo.

É completa e perfeita, pois que provém de Deus. Nenhuma táctica e nenhum esforço dos poderes da maldade prevalecerão sobre esta Igreja.

III. Se tornando parte da Igreja de Cristo

Paulo fala da exaltada posição de Cristo, como cabeça do corpo que é a igreja (Cl 1.17-18). Na mesma carta, ele adverte contra o perigo de se tornar desligado da cabeça: "... e não retendo a cabeça, da qual todo o corpo, suprido e bem vinculado por suas juntas e ligamentos, cresce o crescimento que procede de Deus" (Cl 2.19). Os membros do corpo de Cristo estão sujeitos à cabeça (Ef 5.23,24,30). Como os membros do corpo se tornam ligados uns aos outros e a Cristo? Aqueles que demonstram sua fé obediente no arrependimento e no batismo entram em comunhão com Cristo. "Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados..." (At 2.38). "Pois todos vós sois filhos de Deus mediante a fé em Cristo Jesus; porque todos quantos fostes batizados em Cristo, de Cristo vos revestistes ... porque todos vós sois um em Cristo Jesus" (Gl 3.26-28). Deus continua a fazer como fez quando os apóstolos começaram a pregar o evangelho: "Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos" (At 2.47). Quando nos submetemos verdadeiramente a Cristo em obediência ao evangelho, ele nos acrescenta ao seu corpo espiritual, que é a igreja.

Quando pertencemos a Cristo, gozamos de privilégios especiais. O Pai, o Filho e o Espírito Santo habitam em nós (Jo 14.23; 1 Co 6.19-20; Mt 28.18-20). Esta é uma relação especial, que é impossível quando estamos em pecado. No Velho Testamento, Deus recusava habitar com os israelitas quando eles abandonavam sua palavra (Êx 33.3; Ez 8.6; 9.9; 10.18). Hoje, ele habita com aqueles que estão apartados do pecado (2 Co 6.16-7.1), e recusa permanecer com aqueles que não respeitam Sua palavra (2 Jo 1.5-10; 2.3-6).

Conclusão

A Igreja começou no dia de Pentecostes, após a morte, a ressurreição e a glorificação do Senhor Jesus. Aquando desta ocasião especial, o Espírito de Deus, vindo habitar sobre a Terra, forma a Igreja num corpo "espiritual" e une este corpo à Cabeça glorificada na presença de Deus. As três principais características da presente dispensação são as seguintes: Há um Homem na glória de Deus (o Homem Cristo Jesus), uma Pessoa divina sobre a Terra (o Espírito de Deus), e uma nova companhia de remidos, unidos ao seu Chefe. A igreja tem uma origem e um destino celestes; além disso, o seu Chefe é celestial. Nos desígnios de Deus, esta posição celeste da Igreja está em contraste com o lugar atribuído a Israel, o povo terrestre de Deus. E não esqueçamos nunca a Pessoa maravilhosa sobre a qual assenta a Igreja de Deus -o Cristo, o Filho do Deus vivo. Este é eterno, imutável e divino. O Senhor Jesus é certamente digno de todo o nosso respeito e da nossa inteira adoração. "Assim que, já não sois estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos santos e da família de Deus; edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina; no qual, todo o edifício, bem ajustado, cresce para templo santo no Senhor. No qual também vós, juntamente, sois edificados para morada de Deus em Espírito" (Ef 2.19-22).

terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

Igreja - Uma instituição ímpar na história da humanidade




Por Leonardo Pereira


A Igreja é uma instituição ímpar na história da humanidade. Ela foi fundada não por mãos humanas, nem mesmo com intuitos terrenos, mas com propósitos e direções espirituais, com objetivos celestiais. Temos como foco principal nesta poderosa e inabalável instituição as plenas palavras de Cristo Jesus: "as portas do inferno não prevaleceram contra ela" (Mt 16.18).

A importância de estudarmos sobre a Igreja de Jesus Cristo nos remete um retorno ás origens da fé cristã. É sabermos aonde nos encontramos, com quem nós estamos, e o que ali buscamos. É entramos em uma grandiosa dimensão da qual o mundo humano não compreende e que ali temos um rumo da terra para a eternidade, na santa presença do Senhor Jesus.

Um dos grandes erros da atualidade é percebermos que a Igreja é apenas um lugar para ir, ou como um clube aonde trocamos informações. Pelas Escrituras Sagradas temos um profundo conhecimento de que a Igreja é mais do que um local para se estar e para se receber informações. Indo além das quatro paredes, temos na fundação da Igreja realizada por Cristo Jesus uma dimensão além do que podemos imaginar e passados 2.000 anos, esta grande instituição tem sido hospital para aquelas pessoas que estava feridas pelo mundo, refúgio para os que encontram um mar de dores, uma escola para um aprendizado não somente para estarmos nos preparando para o presente mundo, mas sim para conhecermos e recebermos com maravilhosa graça, os tesouros da sabedoria do Senhor Jesus.

O mundo contemporâneo tem visto a Igreja com outros olhos, logicamente, com a ótima do mundo. Visando observar os comportamentos, temos visto a luz da rede global mundial, ou seja, na internet, imensos casos polêmicos envolvendo dos menores até grandes nomes outrora conhecidos como grande líderes  que lideravam com grande eloquência e dinâmica uma parte do rebanho do Senhor.

Quando o assunto é Igreja atualmente, muito cuidado, atenção e imensa prudência pois primeiramente trata sobre uma bas poderosíssima criada pelo Messias prometido, o Salvador da Humanidade, O Senhor da Glória Jesus Cristo. Por isso, sabermos o que ela é, o que faz e o seu papel no mundo é de suma importância hoje tanto para os que estudam, ao mesmo tempo para aqueles que almejam fazer parte do Corpo de Cristo.

Eu vos convido a este mês estudarmos o Comentário Bíblico Mensal de Fevereiro do irmão Oliveira Silva, tema este preciosíssimo da Igreja de Cristo em estudo para todos nós, no Ministério Evangelho Avivado: "Para que agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus" (Ef 3.10).






sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

Comentário Bíblico Mensal: Janeiro/2019 - Capítulo 5 - Aviva ó Senhor a Tua Obra




Comentarista: Leonardo Pereira



Texto Bíblico Base Semanal: Habacuque 3.1-10

1. Oração do profeta Habacuque sobre Sigionote.
2. Ouvi, Senhor, a tua palavra, e temi; aviva, ó Senhor, a tua obra no meio dos anos, no meio dos anos faze-a conhecida; na tua ira lembra-te da misericórdia.
3. Deus veio de Temã, e do monte de Parã o Santo (Selá). A sua glória cobriu os céus, e a terra encheu-se do seu louvor.
4. E o resplendor se fez como a luz, raios brilhantes saíam da sua mão, e ali estava o esconderijo da sua força.
5. Adiante dele ia a peste, e brasas ardentes saíam dos seus passos.
6. Parou, e mediu a terra; olhou, e separou as nações; e os montes perpétuos foram esmiuçados; os outeiros eternos se abateram, porque os caminhos eternos lhe pertencem.
7. Vi as tendas de Cusã em aflição; tremiam as cortinas da terra de Midiã.
8. Acaso é contra os rios, Senhor, que estás irado? É contra os ribeiros a tua ira, ou contra o mar o teu furor, visto que andas montado sobre os teus cavalos, e nos teus carros de salvação?
9. Descoberto se movimentou o teu arco; os juramentos feitos às tribos foram uma palavra segura. (Selá) Tu fendeste a terra com rios.
10. Os montes te viram, e tremeram; a inundação das águas passou; o abismo deu a sua voz, levantou ao alto as suas mãos.

Momento Interação

Estudantes da Palavra de Deus, chegamos ao final de mais um Comentário Bíblico Mensal. Durante todo o mês de Janeiro estudamos acerca do avivamento genuíno e as suas bases bíblicas. A nação passa por um momento muito delicado, com crises das mais diversas vertentes. Somente o Senhor pode conceder-nos um avivamento que restaure esta nação, famílias, e vidas para a sua glória. Foi em um momento assim que o profeta Habacuque se levantou para clamar ao Senhor por um avivamento dada a situação em que se encontrava a nação: "Ouvi, Senhor, a tua palavra, e temi; aviva, ó Senhor, a tua obra no meio dos anos, no meio dos anos faze-a conhecida; na tua ira lembra-te da misericórdia" (Hb 3.2). Deus abençoe os vossos estudos e até o próximo Comentário Bíblico Mensal.

Introdução

Avivamento é levar vida onde havia morte eminente, reviver novamente (Ef 2.1). Quem precisa de um avivamento são aqueles que estão amortecidos. Como uma planta que está murchando e após ser regada, então revive. Como uma brasa quase apagando e quando assoprada se reascende.

Quando uma pessoa tem um surto que necessita ser reanimada, logo deve-se pressionar o seu peito fortemente, depois pode-se fazer a respiração e se preciso for, um médico faz o tratamento de choque. Deste modo também acontece, quando estamos morrendo espiritualmente. Sentimos uma pressão forte no peito que são provações vindas para nos acordar. Precisamos do sopro de vida do Espírito Santo que nos reanime (Ez 37.9). Mas às vezes somente um choque de poder pode nos levantar novamente.

Vamos refletir sobre as características do verdadeiro avivamento neste capítulo meditando no Livro do Profeta Habacuque

I. O Clamor ao Senhor pelo Avivamento na Nação

O avivamento traz grandes surpresas. Habacuque se declara espantado com tanta grandeza do poder de Deus. Em cada lugar e com cada pessoa Deus age de uma forma nova, “mas um só e o mesmo Espírito realiza todas estas coisas, distribuindo-as, como lhe apraz, a cada um, individualmente” (1 Co 12.11). Então não existem fórmulas prontas para um avivamento. Não será através de um evento apenas ou de um bom pregador que Deus vai avivar sua Igreja. Quando conhecemos ao Espírito Santo, ficamos maravilhados com tudo que Deus faz. Uma vida avivada faz que “também andemos nós em novidade de vida” (Rm 6.4). Jesus mesmo disse “aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço e outras maiores fará” (Jo 14.12). Quando estamos cheios do Espírito Santo, Deus realiza coisas surpreendentes e milagrosas. Tornamos-nos mais sensíveis a perceber as obras de Deus. O Avivamento Sincero é traz Surpresas!

II. Buscando ao Senhor de todo o Coração

Um avivamento genuíno é fruto de uma vida de intimidade com Deus. O profeta está orando e declara que ouve a voz de Deus. Orar não é apenas falar com Deus e sim um diálogo com o Senhor. Enquanto oramos, Deus fala conosco.

Para buscar um avivamento, seja na vida pessoal ou na igreja, precisamos passar mais tempo com Deus em oração. O avivamento não acontece em congressos lotados, mas em quartos solitários, com portas fechadas em oração (Mt 6.6). Deus sempre se comunica conosco, nós que às vezes não o ouvimos. O fato de não conseguir ouvir Deus é um sintoma de morte espiritual (Is 59.2), tornando-se necessário reviver. O Avivamento Sincero é fruto de Oração!

Habacuque entendia que Deus sempre restaurava o seu povo, como aconteceu na história, então esperava que acontecesse em sua geração. Por isso pediu que Deus realizasse no tempo certo. Devemos ficar firmes em oração como os crentes no cenáculo até que o Espírito venha (At 2.1). O avivamento vem na hora que o Senhor determina e não quando marcamos. A obra de Deus acontece no tempo de Deus (Ec 3.1). O tempo de Deus não é o mesmo que o nosso (2 Pe 3.8). Também podemos saber se um movimento é de Deus através de sua duração, porque “tudo quanto Deus faz durará eternamente” (Ec 3.14). Se permanecer certamente será verdadeiro, mas se for passageiro é porque se trata de algo apenas humano. O Avivamento Sincero acontece com o Tempo!  
  
III. A Urgente Necessidade de um Avivamento do Senhor

Habacuque 2.1-3 diz: “Pôr-me-ei na minha torre de vigia, colocar-me-ei sobre a fortaleza e vigiarei para ver o que Deus me dirá e que resposta eu terei à minha queixa. O SENHOR me respondeu e disse: Escreve a visão, grava-a sobre tábuas, para que a possa ler até quem passa correndo. Porque a visão ainda está para cumprir-se no tempo determinado, mas se apressa para o fim e não falhará; se tardar, espera-o, porque, certamente, virá, não tardará”. Habacuque viveu em meio a um povo que estava morto espiritualmente, por isso sentiu necessidade de um avivamento. Colocou-se na torre de vigia, escreveu para que todos soubessem e esperou no Senhor por uma mudança na realidade espiritual de seu povo.

Como Habacuque, precisamos tomar uma posição e declarar o que Deus quer fazer, esperando a restauração da obra do Senhor. Se você está em meio a pessoas amortecidas espiritualmente, seja um profeta do avivamento. Não declare a morte da igreja, como quem dá um atestado de óbito, mas seja um proclamador de boas novas.

Conclusão

Habacuque 3.17,18 nos diz que “Ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; o produto da oliveira minta, e os campos não produzam mantimento; as ovelhas sejam arrebatadas do aprisco, e nos currais não haja gado, todavia, eu me alegro no SENHOR, exulto no Deus da minha salvação”. A esperança de Habacuque era vivenciar o agir de Deus, mas estava preparado para continuar lutando quanto tempo fosse necessário. Aprendeu a confiar em Deus independente das circunstâncias.

Quando acontece um genuíno avivamento, as pessoas se tornam mais dedicadas a Deus e mais espirituais. O fruto do Espírito não faz de nós pessoas arrogantes e cheias de si, mas produz “fidelidade, mansidão e domínio próprio” (Gl 5.23). A perseverança é uma condição para receber o Espírito Santo (Lc 24.49). O Avivamento Sincero produz Fidelidade!