Gênesis do hebraico “bereshit” (no principio, em principio ou em um principio), no grego significa origem.
Segundo tradição judaica e cristã, Moisés foi o autor e compilador dos cinco primeiros livros da Bíblia (Pentateuco).
O livro de Gênesis foi escrito aproximadamente entre 1450 e 1410 a.C, durante o período de quarenta anos que Israel ficou no deserto.
Gênesis descreve a origem de muitas coisas: do mundo, do homem, da mulher, do pecado, da redenção, da civilização, das nações, do casamento, da família, de Israel, da fé, das promessas, a um individuo, das promessas as nações. Ensina também a existência de um único Deus vivo soberano e misericordioso.
Os principais acontecimentos da Bíblia são: a criação (Gn1-2), o primeiro pecado (Gn3), a primeira redenção (Gn3); o primeiro assassinato (Gn4), o dilúvio (Gn 6-9); a torre de Babel (Gn11), a chamada de Abraão (Gn12), a destruição de Sodoma e Gomorra (Gn18-19), o oferecimento de Isaque (Gn22), a venda do direito da primogenitura (Gn25), a história de José (Gn37-50).
Principais personagens:
Adão: Alguns estudiosos sugerem que o vocabulo adão vem do hebraico, e significa “solo”; mas não se pode ter certeza disso.
Adão, feito por Deus, tornou-se o primeiro ser humano a habitar a recém-criada terra.
O homem distingue-se claramente de todo o resto. Feito a imagem de Deus, recebeu domínio sobre toda a criatura terrena (Gn1.26). Ele tinha em si o sopro do Senhor (Gn2.7) e foi colocado no Jardim do Éden (Gn2.8-17), para obedecer aos mandamentos de Deus, principalmente o de não comer o fruto da arvore do conhecimento do bem e do mal (Gn2.17). Adão trabalharia e cuidaria desse paraíso e Deus fez-lhe a mulher, para ajuda-lo a cumprir as tarefas para as quais fora criado. Ele descreveu sua esposa como “ossos dos meus ossos, e carne da minha carne” (Gn2.23). Ambos foram feitos sem pecado e viviam na inocência.
A maneira como a Bíblia descreve Adão nesses primeiros capítulos ajuda o leitor a entender a comunhão entre Deus e sua obra-prima. O Senhor conversava com Adão (GN1.28-30). Além dessa comunhão intima, os dois primeiros capítulos servem também para reforçar a completa dependência que o homem tinha de seu Criador. Ele começou a exercer seu domínio sobre a criação (Gn1-26), quando deu nome a todos os animais (Gn2.19,20): mas aqui fica claro que esse poderio era secundário. No entanto, ele mostrou claramente que apreciara sua companheira e suas palavras em Genesis 2.23 podem muito bem ter suscitado a idéia que o apóstolo Paulo usou em Efésios 5.28,29 quando disse que “quem ama sua mulher, ama-se a si mesmo”.
Genesis 3 descreve o pecado de Adão. A comunhão com Deus e a sujeição ao Criador, mostradas nos dois primeiros capítulos, são repentinamente destruídas. Eva foi tentada pela serpente (Satanás) e comeu o fruto da arvore do conhecimento do bem e do mal. Além disso, ofereceu-o a Adão. A pureza da criação foi imediatamente corrompida. Nus, sem nenhum constrangimento (Gn2.25), de repente seus olhos foram “abertos”, ficaram envergonhados, e buscaram meios de se cobrir (Gn3.7). O desejo de se vestirem foi um reflexo de tentar se esconder da presença de Deus, quando ele passeia pelo jardim (Gn3.8). A única conversa entre o Senhor e Adão registrada na Bíblia é aquela em que ele tenta jogar a culpa sobre a mulher por tudo o que acontecera.
O trabalho que Adão recebeu para fazer, para a gloria de DEUS, como parte do seu domínio sobre a criação, agora seria doloroso (Gn3.17-19). A partir daquele instante, nosso primeiro pai teria dificuldades em cultivar o solo e exercer o domínio sobre os animais. Esta seria sua tarefa, mas mediante um esforço cansativo e doloroso, que continuaria até a morte – quando então retornaria ao pó, de onde foram formado (Gn3.19).
Por intermédio de Adão, o pecado entrou no mundo e trouxe o castigo e a maldição do Criador sobre toda criação.
É importante notar que, após o castigo e a exclusão do Jardim do Éden. Adão continuou o mesmo. Ele não regrediu a um estado no qual não seria melhor que os animais. Ele possuía a imagem de Deus, possuía o sopro do Criador dentro dele. Agora, contudo, era um ser pecaminoso e, conforme a narrativa bíblica prossegue, fica claro que cada aspecto da vida do homem foi permeada pelo pecado e pelo desejo de negar a Deus, em pensamentos, palavras e obras.
Em Lucas 3.38, Adão encabeça a genealogia que leva até Jesus. Jesus mencionou Gênesis 1.27 e 2.4, quando falou do casamento como uma instituição indissolúvel. Paulo usa os mesmos textos de forma similar em Efésios 5.31. Ali, contudo, o apostolo acrescenta mais um significado ao relacionamento entre homem e mulher, ao indicar que na própria convivência conjugal havia uma alusão a comunhão entre Cristo e sua Igreja (cf. 1Co6.16,17). Foi também nos escritos de Paulo que uma clara descrição foi formulada sobre o lugar teológico que Adão ocupa nos assuntos relacionados com o homem. Em Romanos 5, o apostolo apresenta sua visão de comunhão entre Adão e Cristo. Adão (Rm5.14), um homem (v.12), trouxe o pecado a toda a humanidade. Ele, portanto, é a figura daquele que havia de vir (v.14). Paulo provavelmente viu nisso uma figura, mas o interesse do apostolo era, na verdade, demonstrar o quanto Adão e Cristo são diferentes.
Cristo obedeceu a Deus quando Adão não o fez. Cristo trouxe justiça – Adão, juízo. Cristo trouxe vida eterna (v.21) – Adão morte.
Esse contraste entre Adão e Cristo foi desenvolvido em linhas similares em 1 Coríntios 15, na discussão de Paulo sobre a morte e a ressurreição. O v.22 diz “pois assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo”. O contraste que o apóstolo fez foi entre a pessoa natural e a que, pela fé, é espiritual. Paulo fala sobre isso de forma mais vivida em 1 Coríntios 15.45-47, onde faz contraste entre o “primeiro homem, Adão, (que) foi feito alma vivente”, e o “último Adão, espírito vivificante”. O primeiro era o Adão de Gênesis, “sendo da terra”, e o segundo “é do céu”.
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