A grande maioria das igrejas de hoje
não se preocupa com a questão de independência (ou autonomia) de
congregações. Com o mesmo fervor de expansão de empresas multinacionais, elas
procuram crescimento à base de hierarquias internacionais. Placas de igrejas
incluem informações sobre ministérios e sedes. A idéia de criar e manter
laços entre congregações é tão espalhada que poucos fazem a pergunta
fundamental: donde veio tal sistema, "do céu ou dos homens?"
(veja Mateus 21:23-27).
Um estudo do Novo Testamento mostra
a independência de congregações. Mesmo na época dos apóstolos, estes faziam
questão de ensinar a importância de resolver os assuntos de uma igreja naquele
grupo. Convocaram a comunidade em Jerusalém para resolver o problema das
viúvas (Atos 6:2-6). Quando Deus quis encaminhar Barnabé e Saulo na sua
primeira viagem evangelística, o Espírito Santo comunicou diretamente aos
irmãos em Antioquia e estes o obedeceram (Atos 13:1-3). Ao invés de pedir que
os presbíteros de Jerusalém governassem as igrejas novas em outros lugares,
Paulo e Barnabé promoveram a escolha de presbíteros "em cada
igreja" (Atos 14:23). Paulo falou de presbíteros locais
(Filipenses 1:1; Tito 1:5). Pedro disse aos presbíteros: "pastoreai
o rebanho que há entre vós" (1 Pedro 5:1-3).
A independência de congregações
se torna evidente, também, nas cartas às igrejas da Ásia em Apocalipse 2 e 3.
Eram sete igrejas numa mesma região, mas as cartas revelam que cada uma tinha
suas próprias características. As cartas não sugerem uniformidade imposta por
alguma hierarquia. Sete igrejas autônomas enfrentavam seus próprios desafios,
algumas fazendo bem melhor do que outras.
Apesar de tantas evidências
bíblicas, os homens continuam criando, mantendo e defendendo laços entre
igrejas para manter uniformidade de doutrina e prática nas suas denominações.
Alguns, buscando desesperadamente algum tipo de apoio nas Escrituras, recorrem a
Atos 15. Dizem que encontraram uma conferência com representantes de várias
congregações estabelecendo uma doutrina uniforme para todas as igrejas. Tal
interpretação foge do contexto do problema em Atos 15. Leia o capítulo e
observe estes fatos:1.
A doutrina foi decidida por Deus, e os homens
simplesmente discutiram e estudaram para chegar à verdade já revelada; 2. O problema de falsa doutrina começou com
evangelistas que saíram de Jerusalém, e foi corrigido na fonte; 3. Irmãos de fora vieram para apresentar o
problema e pedir esclarecimento, não para criar nenhum tipo de organização
maior do que a congregação local; 4. Sabendo que a doutrina errada foi espalhada,
cartas foram enviadas para corrigir o erro.
Atos 15 não contradiz o padrão de autonomia de
congregações locais encontrado no Novo Testamento. Não temos direito de criar
ou manter organizações e hierarquias não autorizadas por Deus.
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