De várias
maneiras, a Bíblia afirma a divindade de Jesus Cristo. Ele mesmo aceitou a
adoração de homens porque ele, como Deus, merece tal honra. O próprio Pai
mandou que os anjos adorassem a Jesus (Hebreus 1:6). O autor de Hebreus aplica
Salmo 102, um salmo dirigido ao Senhor (Yahweh, Javé ou Jeová) ao Filho
(Hebreus 1:8-12). João, talvez o autor que mais enfatiza a divindade de Jesus,
chamou-o de Deus (1:1), relatou as afirmações de Jesus de ser eterno
(8:24,58), falou da adoração por ele recebida (9:38-39) e até registrou que o
Filho deve ser honrado do mesmo modo que o Pai (5:23). E a lista de evidências
da divindade de Jesus continua.
Mas
alguns, como os muçulmanos e as testemunhas de Jeová, usam João 17:3 para
negar todas estas evidências. Jesus disse: “E
a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a
Jesus Cristo, a quem enviaste”. O argumento deles é que Jesus faz
uma distinção entre ele mesmo e o Pai e afirma que o Pai é o único Deus. Se
esta interpretação for correta, contradiria as outras passagens que afirmam a
divindade de Jesus.
Em
qualquer caso de dúvida, devemos começar com o texto no seu contexto, e depois
considerar evidências de outros contextos. Quando mantemos versículo 3 no seu
contexto, percebemos que Jesus está enfatizando a imagem do Pai diante dos
homens, imagem tal glorificada pela conduta do próprio Filho. Ele até enfatiza
sua humanidade quando comenta sobre suas obras na terra a seu desejo de receber
de volta sua glória na presença do Pai (17:4-6). No mesmo capítulo, Jesus
afirma ser um com o Pai (17:21-22).
Mas será
que esta interpretação do versículo 3, negando todas as outras afirmações
das Escrituras, seja um uso válido do texto? Quando Jesus chamou o Pai de
“único Deus”, ele negou sua própria divindade? Agora vamos para
outros textos para ver se esta abordagem é válida. Outros versículos falam de
Cristo e afirmam que há um só Guia (Mateus 23:10), um só Mestre (Mateus 23:8;
veja João 13:13) e um só Senhor (Efésios 4:4). Devemos, então, concluir que
o Pai não é Guia, nem Mestre nem Senhor? Se João 17:3 nega que Jesus seja
Deus, 1 Coríntios 8:6 não negaria que o Pai seja Senhor? Judas 4 fala do
“único Soberano e Senhor, Jesus Cristo”. Podemos, então,
concluir que o Pai não é o Soberano Senhor? De modo nenhum!
Jamais
negaríamos a soberania do Pai, e jamais negaríamos a divindade do Filho. E com
muita tristeza notamos que aqueles que negam Jesus, o eterno Deus, estão
caminhando para a morte (João 8:24).
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