Abordamos a questão delicada do
suicídio para ajudar pessoas que contemplam esse ato, e não para acrescentar
dor na vida daqueles cujas famílias já sofreram o suicídio de algum ente
querido.
Começamos com duas observações:
É Deus que fará o julgamento final, e devemos sempre deixar as decisões sobre
a eternidade daqueles que já morreram nas mãos dele. Nosso interesse em questões
como essa é para ajudar os vivos. Deus determina quem é responsável diante
dele. Da mesma maneira que reconhecemos a inocência de crianças pequenas,
podemos entender a inocência de algumas pessoas que sofrem de defeitos mentais.
Abordamos a questão do suicídio aqui em termos de pessoas capazes de
raciocinar e tomar decisões próprias.
O que a Bíblia diz? Encontramos
alguns casos em que pessoas tomaram a própria vida. Saul e seu escudeiro se
mataram para não cair nas mãos do inimigo (1 Samuel 31:4-5). Aitofel se
enforcou quando o seu conselho foi rejeitado (2 Samuel 17:23). Zinri, cercado
pelo ini-migo, queimou a casa sobre si (1 Reis 16:18). Judas Iscariotes, traiu
Jesus e se suicidou (Mateus 27:5). Um caso um pouco diferente envolve Sansão,
que se sacrificou num ato de guerra contra os filisteus (Juízes 16:30).
Alguns têm usado tais casos para
defender o suicídio, observando que os trechos citados não apresentam
julgamentos morais. Mas a Bíblia nem sempre condena os erros dos homens no
mesmo contexto, deixando com o leitor a responsabilidade de aplicar princípios
de outros trechos das Escrituras. Devemos fazer isso em relação ao suicídio.
Observe estes fatos:
Deus definiu a santidade da vida
humana e exige que ela seja respeitada (Gênesis 9:6).
Paulo impediu o suicídio do
carcereiro, di-zendo que estaria fazendo mal (Atos 16:28).
A solução ao sofrimento nesta vida
não é fugir ou procurar escapar da dor, mas encarar os problemas com fé em
Deus. Jó sofreu terrivelmente, mas não tomou a própria vida. Num momento de
depressão, Elias até pediu que Deus o tomasse, mas não ousou tirar a própria
vida (1 Reis 19:4). Paulo sofreu com seu espinho na carne, mas não tentou
escapar pelo suicídio (2 Coríntios 12:7-10). O suicídio normalmente é uma
tentativa de fugir de problemas, ao invés de procurar a ajuda de Deus. Pedro e
Judas negaram Jesus na mesma noite. Judas fugiu e se suicidou (Mateus 27:5),
enquanto Pedro se humilhou diante do Senhor e se tornou útil no reino de Deus
durante o resto da vida (Mateus 26:75; João 21:15-19).
O suicídio não ajuda as pessoas
que ficam para trás. Quando se suicida para fugir de problemas, outras pessoas
têm de solucioná-los depois. Quando se suicida para "poupar" os
outros (como alguns fazem quando sofrem de doenças terminais), acaba negando a
oportunidade para os outros crescerem no amor e serviço. Pior ainda, deixa
familiares e amigos com sentimentos de remorso e culpa.
Na vida enfrentamos grandes desafios,
mas o suicídio não é a resposta do servo de Deus.
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