INTRODUÇÃO
Deus não criou o ser humano por mero acaso ou
capricho. Fomos chamados à existência como resultado de um desígnio
eterno da Santíssima Trindade: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme
a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves
dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que
se move sobre a terra” (Gn 1.26).
Ao contrário do evolucionismo, que
vê o homem como um simples fenômeno biológico, o Criacionismo Bíblico
mostra-o como a concretização da vontade de um Deus amoroso, sábio e
justo.
I. COMO O HOMEM FOI CRIADO
O homem é da Terra e a Terra é
do homem. A este planeta estamos intimamente ligados. Não podemos fugir
a este solo, pois dele o Senhor nos chamou à vida, e para ele haveremos
de voltar.
1. A matéria prima do homem. Deus escolheu o pó da Terra
para modelar o homem. Ele poderia ter optado pelo ouro, ou pelo
mármore. Naquele momento, porém, o Senhor não tencionava fazer uma joia,
nem talhar uma estátua. Era o seu propósito criar algo infinitamente
mais precioso: o ser humano segundo a sua imagem e semelhança.
O
próprio Deus criou o homem, a coroa da criação. E usou o pó da Terra
para criar-nos, pois nela vivemos e dela nos alimentamos. Nenhum outro
solo, a não ser o da Terra, serviria para dar-nos forma.
2. O sopro
divino. Após formar o homem do pó da terra, e nele imprimir a sua
imagem, sopra-lhe Deus as narinas, tornando-o alma vivente (Gn 2.7). O
Criador dispensou-nos cuidados paternos, de maneira que, embora pó e
cinza, possuímos uma alma imortal que, um dia, a Ele tornará (Ec 12.7;
1Ts 5.23). Fomos criados no tempo, mas no coração vai-nos a eternidade
(Ec 3.11).
3. Adão, um ser imortal. Deus não criou o homem para que
viesse a morrer. Pelo contrário, Ele o fez imortal (Gn 2.17). Se Adão e
Eva não tivessem pecado, ainda estariam vivos, e nós não precisaríamos
conviver com a morte.
4. A missão do homem. Adão foi criado com uma
tripla missão: governar a Terra, cultivar o solo de onde fora tomado e,
especificamente, para guardar o jardim que o Senhor plantou no Éden (Gn
1.26; 2.15). O trabalho, por conseguinte, já fazia parte da vida humana
antes mesmo da Queda. A partir do Éden, o homem deveria estender a
civilização até aos confins do planeta, para que o Senhor fosse
magnificado eternamente por seus filhos.
II. A CRIAÇÃO DA MULHER
O último dia da criação foi pleno de atividades: a criação do homem, o
estabelecimento de suas tarefas, a nomeação dos animais, a feitura da
mulher e, finalmente, a instituição do casamento.
1. A solidão do
homem. Para completar a felicidade de Adão e por fim à sua solidão, Deus
criou Eva, nossa mãe. O Pai, na formação da mulher, simplesmente
declara: “Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma auxiliadora
que lhe seja idônea” (Gn 2.18 — ARA).
A matriz da raça humana,
enfim, estava completa. Agora, homem e mulher haveriam de se propagar,
multiplicar-se e espalhar-se por toda a Terra.
2. A criação da mulher. Na criação de Eva, Deus atuou como anestesista, cirurgião e geneticista.
a) Anestesista. Antes de tudo, Deus seda o homem, para que este
adormeça profundamente (Gn 2.21). E, assim, o Senhor dá início, bem ali
no Éden, a uma ciência que só viria a ser descoberta alguns milênios
mais tarde: a anestesiologia.
b) Cirurgião. Ato contínuo, o Criador
submeteu Adão a uma intervenção cirúrgica: “e tomou uma das suas
costelas e cerrou a carne em seu lugar” (Gn 2.21). A operação foi tão
perfeita que incluiu uma plástica. Somente aquele que nos conhece a
estrutura haveria de praticar uma medicina tão perfeita (Sl 103.14).
c) Geneticista. Como última etapa da cirurgia, o Senhor extraiu de Adão
uma de suas costelas. E, desta, formou a mulher (Gn 2.22). Tinha início
a engenharia genética. Nesse processo, Deus vai além da mera clonagem:
traz à vida um ser autônomo e cônscio de si.
3. A principal
característica moral da mulher. Deus criou Eva, a fim de que ela
estivesse ao lado de Adão, auxiliando-o com sabedoria e prudência. A
idoneidade da mulher é pormenorizada em Provérbios 31. Diante de sua
companheira Adão compõe um poema: “Esta é agora osso dos meus ossos e
carne da minha carne; esta será chamada varoa, porquanto do varão foi
tomada” (Gn 2.23).
III. A INSTITUIÇÃO DO CASAMENTO
O Senhor
não permitiu que o homem, instintiva e levianamente, se ajuntasse à sua
mulher. De forma solene, une-os através do casamento, decretando:
“Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua
mulher, e serão ambos uma carne” (Gn 2.24). Estas, pois, são as
características do casamento: monogâmico, heterossexual e indissolúvel.
1. Monogâmico. O primeiro ideal do casamento é a monogamia: um homem
para uma única mulher, e uma mulher para um único homem. Infelizmente,
não demoraria a aparecer o primeiro caso de poligamia (Gn 4.19). Depois
de Lameque, o costume generalizou-se, contaminando até varões piedosos
como Jacó, Gideão e Davi (Gn 29.21-30; Jz 8.30; 2Sm 3.1-5). O mais
notório dos polígamos foi Salomão (1Rs 11.1-7). Tal costume, que não era
aprovado, mas temporariamente tolerado por Deus, sempre acabava por
acarretar sérios problemas domésticos (1Sm 1.1-6).
A monogamia foi
plenamente ratificada por Jesus e pelos apóstolos (Mt 19.4-6; 1Tm 3.2).
Por isso, hoje a poligamia não tem lugar na Igreja de Deus.
2.
Heterossexual. A heterossexualidade é o segundo ideal do casamento (Gn
2.24). Deus fez a mulher para o homem e o homem para a mulher: ambos se
completam (1Co 11.11,12). Portanto, o homossexualismo, quer masculino,
quer feminino, é uma abominação aos olhos do Criador (Lv 18.22; Rm
1.26).
3. A indissolubilidade. Finalmente, o terceiro ideal do
casamento é a indissolubilidade (Mt 19.6). O casamento só pode ser
dissolvido em três circunstâncias: morte (Rm 7.2,3), infidelidade (Mt
19.9) e abandono (1Co 7.15). No caso de traição conjugal, se houver
guarida para o perdão, este não deve ser ignorado.
CONCLUSÃO
Em
meio a tantas mentiras e falsas teorias, apregoemos com urgência que
Deus criou o homem à sua imagem e semelhança. Não somos produto de
nenhum processo evolutivo, mas de um ato criativo de Deus. O ser humano,
criado no sexto dia, tem a obrigação de glorificar o Autor e
Preservador da vida.
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