INTRODUÇÃO
Sem o Gênesis, não teríamos condições de responder às
grandes perguntas da vida: “Quem fez os céus e a terra?” e “De onde
viemos?”. Tendo em vista a sua importância à nossa fé, começaremos a
estudar, a partir de agora, essa porção tão querida das Sagradas
Escrituras.
Que o Senhor nos ajude a entender a sua obra criadora e
os propósitos da sua criação. E que o Espírito Santo nos ilumine com as
histórias e doutrinas do livro que, escrito há três mil e quinhentos
anos, jamais perdeu a influência e a atualidade.
Estude
metodicamente o Gênesis. Destaque as partes que mais lhe tocarem o
coração, aplicando-as à sua vida. Você comprovará a eficácia desse livro
da Bíblia em seu cotidiano.
I. TEMA, DATA, AUTORIA E LOCAL
Neste tópico, buscaremos algumas informações bibliológicas sobre o primeiro livro da Bíblia Sagrada.
1. Tema. O tema de Gênesis pode ser resumido em seu primeiro versículo:
“No princípio, criou Deus os céus e a terra” (Gn 1.1). O assunto
central do livro, portanto, é a origem divina dos céus, da terra, da
humanidade e do povo de Israel.
2. Data. A cronologia de que
dispomos indica que o Gênesis foi escrito no século 15 antes do
nascimento do Salvador. É a obra mais antiga a chegar-nos integralmente
às mãos. Dos textos mesopotâmios e egípcios, por exemplo, só nos restam
fragmentos confusos e bastante duvidosos. Quanto ao Gênesis, nós o temos
em sua integridade.
3. Autoria. As evidências da própria Bíblia
indicam que o livro de Gênesis foi escrito por Moisés (Lc 24.44).
Inspirado pelo Espírito Santo, ele selecionou as narrativas orais e os
registros genealógicos conservados pelos hebreus, redigindo-os como um
todo homogêneo, coerente e lógico. Trata-se de um texto confiável e sem
contaminação mitológica. Jesus mesmo atestou-lhe a historicidade (Mt
19.4-6; Lc 11.51). Sua inspiração divina é incontestável.
4. Local. O
livro de Gênesis foi escrito durante a peregrinação dos filhos de
Israel rumo à Terra Prometida, isto é, entre o Egito e o deserto do
Sinai (Êx 24.4).
II. OBJETIVOS DO GÊNESIS
Todos os livros da
Bíblia Sagrada foram escritos com objetivos bem definidos, pois o
propósito de Deus sempre foi a redenção plena de Israel e dos gentios (2
Tm 3.16). Na leitura de Gênesis, ressaltamos dois intuitos divinos.
1. Fortalecer a fé da geração do êxodo. Os leitores ou ouvintes
imediatos do Gênesis foram a geração dos filhos de Israel que, resgatada
do Egito, peregrinava em direção a Canaã. Na redenção dos hebreus, o
Espírito Santo usou não somente a doutrina do Único e Verdadeiro Deus,
mas também a narrativa da salvação (Êx 3.14-16).
Os israelitas,
pois, careciam inteirar-se de uma grande verdade: o mesmo Senhor, que
criou todas as coisas e se revelou a Abraão, era poderoso o bastante
para introduzi-los na Terra Prometida (Êx 3.17). Eles precisavam saber,
igualmente, que a região de Canaã pertencia-lhes por direito, como
atestam as várias escrituras de posse registradas em Gênesis (Gn 12.1;
15.18; 17.8; 26.3; 28.13; 50.24).
2. Responder às grandes perguntas
da vida. Paulo sabia como empregar as verdades do Gênesis. No Areópago
de Atenas, ele deixou bem patente aos filósofos que o Deus Desconhecido,
tão venerado pelos gregos, era de fato o Criador de todas as coisas (At
17.19-31). Além de evangelizá-los, o apóstolo respondeu-lhes as grandes
perguntas da vida: “Quem fez o Universo?”; “E de onde viemos?”. Até
então, eles haviam buscado respostas em seus poetas e filósofos, mas a
mitologia é incapaz de satisfazer-nos à sede espiritual.
Na
proclamação do Evangelho, faz-se necessária a evocação de três verdades
que se acham em Gênesis: 1) Deus criou os céus, a terra e o homem; 2) Em
Adão, todos pecamos, tornando-nos réus da morte eterna; 3) Entretanto,
Deus providenciou-nos eficaz salvação através da semente da mulher:
Jesus Cristo, nosso Salvador.
A leitura do Gênesis nunca se fez tão
necessária como nos dias de hoje. Nossas crianças precisam saber quem
fez todas as coisas. O que eles veem não é obra do acaso; é criação
divina. Se não formos precavidos, doutrinas fúteis, como o
evolucionismo, lhes roubarão a fé salvadora.
III. O CONTEÚDO DO GÊNESIS
O livro de Gênesis pode ser dividido em duas grandes seções. Do
capítulo um ao 11, temos a História Primitiva, que vai da criação ao
recomeço da civilização através de Noé. E, do capítulo 12 ao 50,
entramos em contato com o início da História de Israel. Todavia, para
efeitos didáticos, adotaremos uma divisão mais analítica.
1.
Criação. Em seus dois capítulos iniciais, o autor sagrado mostra como
vieram a existir os céus, a terra e a humanidade. Tudo quanto vemos, e
também o que não podemos ver, foi criado por Deus (Gn 1-2).
O
capítulo dois é dedicado à criação do homem e da mulher e à instituição
do casamento. Temos aqui uma história real, e não uma parábola como
alegam os incrédulos.
2. A Queda e a degradação humana. Nos
capítulos três, quatro e cinco, vemos como o pecado foi introduzido no
mundo e as suas terríveis consequências. Em meio a essa tragédia, porém,
o Senhor anuncia a redenção da humanidade através da semente da mulher
(Gn 3.15).
3. O dilúvio. Devido à degradação da raça humana, o
Senhor decreta o fim da primeira civilização. A descendência de Adão,
porém, seria preservada por intermédio de Noé (Gn 6-8).
4. O
recomeço da civilização. Passado o grande dilúvio, Noé dá início a um
novo ciclo civilizatório. A história do recomeço é contada dos capítulos
nove a 11 de Gênesis. Dessa forma, o clã noético acaba por gerar
nações, línguas e culturas diferentes.
5. A origem da nação de
Israel. A partir do capítulo 12 até ao fim do livro, o autor sagrado
dedica-se à formação da nação de Israel. A história do povo eleito, no
Gênesis, tem início com Abraão e encerra-se com José.
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