Capítulo 3: As Aflições na Igreja de Cristo




Texto Bíblico Base Semanal: Mateus 10.17-24

17. Acautelai-vos, porém, dos homens; porque eles vos entregarão aos sinédrios, e vos açoitarão nas suas sinagogas;
18. E sereis até conduzidos à presença dos governadores, e dos reis, por causa de mim, para lhes servir de testemunho a eles, e aos gentios.
19. Mas, quando vos entregarem, não vos dê cuidado como, ou o que haveis de falar, porque naquela mesma hora vos será ministrado o que haveis de dizer.
20. Porque não sois vós quem falará, mas o Espírito de vosso Pai é que fala em vós.
21. E o irmão entregará à morte o irmão, e o pai o filho; e os filhos se levantarão contra os pais, e os matarão.
22. E odiados de todos sereis por causa do meu nome; mas aquele que perseverar até ao fim, esse será salvo.
23 Quando pois vos perseguirem nesta cidade, fugi para outra; porque em verdade vos digo que não acabareis de percorrer as cidades de Israel sem que venha o Filho do homem.
24. Não é o discípulo mais do que o mestre, nem o servo mais do que o seu senhor.

Momento Interação

Ao longo dos anos, depois que a Igreja foi estabelecida pelo próprio Senhor Jesus Cristo (Mt 16.18), ela tem sido constantemente atacada de diversas formas e maneiras que cada vez mais tem afligido os seus servos reais e fiéis. No capítulo de hoje analisaremos os constantes ataques que a Igreja sofreu durante os anos.

Introdução

Depois que a Igreja foi proclamada e edificada pelo próprio Senhor e Salvador Jesus Cristo (Mt 16.18), sempre a mesma foi atacada de diversas que possam haver, seja por meio Satanás, ou seja pelos seus instrumentos. Ao longo da história da igreja cristã, muitos eventos ocorreram para que haja descrédito da igreja e da Sua palavra. Quando Pedro se levantou com os onze no dia de Pentecostes, pregou à uma multidão desde o Antigo Testamento quem é o Senhor Jesus Cristo e a Sua obra da redenção (At 4.14-47). Logo depois da pregação houve uma perseguição extremamente ferrenha à Igreja, os Pedro e João foram presos (At 4), logo após os doze foram presos e milagrosamente pelo Senhor, soltos da prisão (At 5), e mais à frente mais lutas, mais desafios, muitas lágrimas e vitórias na caminha da Igreja, que está viva e triunfante até hoje glorificando o nome do Senhor (Ef 4.4-6).

I. A Igreja Primitiva foi Afligida

A Igreja em seu início foi alvo de diversas provações e aflições constantes tanto do lado de fora, quanto do lado de dentro (cf. At 2.13; 4.1-8; 5.1-10,17,18). A Igreja Primitiva lidava com as situações através do discernimento, com oração e com a pregação. Momentos diversos sempre será necessário que busquemos à Cristo, para o decorrer da vida na presença do Senhor, e para o progresso da continuidade da obra.  A história da Igreja foi marcada por perseguições. O próprio Senhor  Jesus, os apóstolos e todos aqueles que fielmente pregaram e viveram  segundo os princípios do Evangelho foram vítimas das mais cruéis e  sanguinárias ações. As primeiras perseguições contra a Igreja  estão registradas no livro de Atos (At 4.1-22; 5.17-42; 6.8-15; 7.54-60;  8.1-3; 12.1-19; 14.1-7; 19-20; 16.19-26; 35-40; 17.13; 18.5-11;  19.23-41; 20.1-3; 21.27-36, 22-30; 23.12-35; 24.1-27; 25.1-12 ss.). Os  primeiros perseguidores da Igreja foram os líderes judaicos da época: "Falavam eles ainda ao povo quando  sobrevieram os sacerdotes, o capitão  do templo e os saduceus,   ressentidos por ensinarem eles o povo e anunciarem, em Jesus, a   ressurreição dentre os mortos; e os prenderam, recolhendo-os ao cárcere  até ao dia seguinte, pois já  era tarde" (At 4.1-3, ARA).
"Levantando-se, porém, o sumo sacerdote e  todos os que estavam com ele,  isto é, a seita dos saduceus, tomaram-se  de inveja, prenderam os apóstolos e os recolheram à prisão pública"  (At 5.17-18, ARA).

II. Os Apóstolos foram Mortos

O início do martírio dos apóstolos já se iniciou em 44 d.C, com a morte do apóstolo Tiago, irmão de João (At 12.1,2), e posteriormente com os demais. Foi uma perseguição ferrenha e implacável, aos apóstolos de nosso Senhor Jesus Cristo. Mas quanto maior era o nível da perseguição, maior foi o e sempre será o crescimento da Igreja (Mt 16.18; Ef 2.20). Não podemos deixar de testemunhar o que temos visto e ouvido à respeito de Cristo (At 4.20), e em que outro nome, senão Cristo, não há salvação (At 4.12). Os 12 discípulos seguiram a Jesus Cristo, aprenderam com Ele, e foram treinados por Ele. Após a ressurreição e a ascensão de Jesus, Ele enviou os discípulos ao mundo (Mateus 28:18-20) para que fossem Suas testemunhas. Eles então passaram a ser conhecidos como os doze apóstolos. No entanto, mesmo quando Jesus ainda estava na terra, os termos discípulos e apóstolos eram de certa forma usados alternadamente, enquanto Jesus os treinava e enviava para pregarem. Os doze discípulos/apóstolos originais estão listados em Mateus 10.2-4: “Ora, os nomes dos doze apóstolos são estes: primeiro, Simão, por sobrenome Pedro, e André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão; Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu; Simão, o Zelote, e Judas Iscariotes, que foi quem o traiu”. A Bíblia também lista os 12 discípulos/apóstolos em Marcos 3:16-19 e Lucas 6.13-16. Ao comparar as três passagens, há algumas pequenas diferenças. Aparentemente, Tadeu também era conhecido como “Judas, filho de Tiago” (Lc 6.16). Simão, o Zelote também era conhecido como Simão, o cananeu. Judas Iscariotes, que traiu Jesus, foi substituído entre os doze apóstolos por Matias (veja Atos 1.20-26). Alguns professores bíblicos vêem Matias como um membro “inválido” para os 12 apóstolos, e acreditam que o apóstolo Paulo foi a escolha de Deus para substituir Judas Iscariotes como o décimo segundo apóstolo. Os doze discípulos/apóstolos eram homens comuns a quem Deus usou de maneira extraordinária. Entre os 12 estavam pescadores, um coletor de impostos, um revolucionário. Os Evangelhos registram as constantes falhas, dificuldades e dúvidas destes doze homens que seguiam a Jesus Cristo. Após testemunharem a ressurreição e a ascensão de Jesus ao Céu, o Espírito Santo transformou os discípulos/apóstolos em homens poderosos de Deus que “viraram o mundo de cabeça para baixo” (At 17.6). Qual foi a mudança? Os 12 apóstolos/discípulos haviam “estado com Jesus” (At 4.13). Que o mesmo possa ser dito de nós!

Todos eles se tornaram mártires da fé. Eles perderam sua vida porque não a amaram mais do que Deus, a morte deles serviu para glorificar o nome de Deus e fortalecer a Igreja, pois são testemunhas para a nossa geração. Como discípulos de Jesus, eles mesmo o ouviram dizer em várias situações sobre isso: "Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me. Porque aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de mim, achá-la-á. Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma? Ou que dará o homem em recompensa da sua alma?"(Mt 16.25-27).

III. As Heresias afligem a Igreja

As palavras “herege”, “heresia” e “seita” vêm de palavras gregas usadas no Novo Testamento, derivadas da mesma raiz. A idéia fundamental atrás destas palavras é “escolher” ou “escolha”. Assim a forma de verbo é usada quando Deus diz que escolheu seu servo (Mt 12.18). Outras vezes na Bíblia e no uso atual destas palavras, ainda podemos ver um elemento de escolha. Quando homens decidem seguir suas próprias opiniões, criando novas doutrinas e facções religiosas, estas palavras se aplicam. É neste sentido que lemos no Novo Testamento sobre seitas como dos saduceus (At 5.17) e fariseus (At 15.5), grupos que escolheram defender falsas doutrinas e tradições humanas. Os apóstolos condenaram o espírito faccioso (Gl 5.20), alertaram sobre heresias destruidoras (2 Pe 2.1) e ensinaram os cristãos a admoestarem e depois rejeitarem os hereges, ou homens facciosos (Tt 3.10). Escolher seguir qualquer doutrina que não vem de Deus é uma infração gravíssima da vontade do Senhor. Às vezes, estas palavras são corretamente usadas para identificar doutrinas erradas e seus defensores, e é assim que devem ser empregadas. Mas as palavras certas usadas pelas pessoas erradas podem se tornar armas maliciosas. Já no primeiro século, estas mesmas palavras foram usadas pelos adversários do Senhor para difamar seus servos fiéis. Tértulo, o orador que representou os judeus no processo contra Paulo, descreveu o apóstolo como “o principal agitador da seita dos nazarenos” (At 24.5). Paulo respondeu a esta distorção da palavra: “Porém confesso-te que, segundo o Caminho, a que chamam seita, assim eu sirvo ao Deus de nossos pais, acreditando em todas as coisas que estejam de acordo com a lei e nos escritos dos profetas” (At 24.14). Mais de dois anos depois, quando Paulo chegou a Roma, os judeus queriam ouvir “a respeito desta seita que, por toda parte, é ela impugnada” (At 28.22). Desde aquela época, os poderes religiosos têm usado estas palavras para identificar ideias ou pessoas que discordam da posição oficial de uma igreja ou das correntes principais de movimentos populares. Homens bons podem ser chamados de hereges, e homens maus podem ser vistos como servos “ungidos por Deus”.O Senhor Jesus já alertava aos seus discípulos sobre o surgimento de falsos mestres, e falsos cristos (Mt 24.2,3). Os apóstolos também escreveram cartas, alertando às igrejas à respeito deste assunto tão importante (1 Pe 2; 1 Tm 4; 1 Jo 4). Nunca em todo o tempo da história da igreja, ficou segura à respeito deste perigo. Pelo contrário, as heresias tem se espalhado cada vez mais (1 Pe 2.1-3). 

Conclusão

Vários falsos profetas e falsos mestres tem deturpado a real e pura mensagem do Evangelho do Senhor Jesus Cristo (Rm 1.16,17). É necessário e vital, todos nós atentarmos para a Palavra do Senhor, para não sermos, engodados por essas heresias, e por um outro evangelho, que não é o evangelho do nosso Senhor Jesus Cristo (Gl 1.6).

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