Introdução
Vivemos numa época que tem a tendência de ser indiferente quando confrontada com erro. Ao invés de perguntar, como Pilatos: “O que é verdade?”, o homem pós-moderno diz: “Nada é verdade” ou talvez “A verdade existe, mas não podemos conhecê-la”. Já ficamos acostumados com mentiras e muitas pessoas já não se incomodam com a ideia de que a Bíblia também contém erros. A doutrina de inerrância bíblica é extremamente importante porque a verdade faz diferença. Esse assunto reflete no caráter de Deus e é fundamental ao nosso entendimento do que a Bíblia ensina.
I. A Bíblia é de Autoridade Divina
A Bíblia mesmo diz ser perfeita: “As palavras do SENHOR são palavras puras, prata refinada em cadinho de barro, depurada sete vezes” (Sl 12.6). “A lei do SENHOR é perfeita” (Sl 19.7). “Toda palavra de Deus é pura” (Pv 30.5). Essas declarações de pureza são relatos absolutos. Note que a Bíblia não diz que “Quase toda palavra de Deus é pura” ou “A lei do SENHOR é quase perfeita”. A Bíblia argumenta sua perfeição completa, não deixando nenhum espaço para teorias de “perfeição parcial”.
A Bíblia se sustenta como um todo ou cai como um todo. Se um jornal importante fosse conhecido por conter erros constantemente, perderia sua credibilidade facilmente. Não faria diferença nenhuma dizer: “Todos os erros são encontrados na página 3 apenas.” Para um jornal ser confiável em quaisquer de suas partes, tem que ser verdadeiro como um todo. Da mesma forma, se a Bíblia é inexata quando fala de geologia, por que a sua teologia deveria ser confiada? A Bíblia ou é um documento confiável ou não.
A Bíblia é uma reflexão do seu Autor. Todos os livros da Bíblia são. Ela foi escrita por Deus mesmo à medida que Ele trabalhava com autores humanos através de um processo chamado de “inspiração”. 2 Timóteo 3.16 diz: “Toda a Escritura é inspirada por Deus” (literalmente, “respirada por Deus”).Veja também 2 Pedro 1.21 e Jeremias 1.2.
II. A Bíblia tem seu Cumprimento Histórico
A mensagem da Bíblia deve ser aceita como um todo. Não é uma mistura de várias doutrinas das quais podemos escolher. Muitas pessoas gostam dos versículos que dizem que Deus os ama, mas não gostam dos versículos que dizem que Deus vai julgar os pecadores. Não podemos sair escolhendo o que gostamos da Bíblia e jogar fora o resto. Se a Bíblia está errada sobre o inferno, por exemplo, então quem pode dizer que ela esta correta sobre o céu – ou qualquer outra coisa? Se os detalhes da Bíblia sobre criação não são corretos, então talvez os detalhes sobre salvação também não podem ser confiados. Se a história de Jonas é um mito, então talvez a história de Jesus também o seja. Ao contrário, Deus disse o que disse, e a Bíblia nos apresenta um retrato completo de quem Deus realmente é: “Para sempre, ó SENHOR, está firmada a tua palavra no céu” (Sl 119.89). Também é importante dizer que A Bíblia nos julga, não o contrário: “Porque a palavra de Deus é ......apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração” (Hb 4.12). Note o relacionamento entre “coração” e “a palavra”. A palavra examina; o coração é examinado. Descontar partes da Palavra por qualquer razão é tirar a credibilidade da Bíblia. Nós nos tornamos os examinadores, e a Palavra de Deus precisa se submeter ao nosso “conhecimento superior”. Deus ainda diz: “Quem és tu, ó homem, para discutires com Deus?!” (Rm 9.20).
III. A Ciência Comprova toda a Bíblia
Acreditamos que o Deus que criou o universo é capaz de escrever um livro. E o Deus que é perfeito é capaz de escrever um livro perfeito. O problema não é só: “A Bíblia contém algum erro?”, mas sim “Pode Deus cometer um erro?” Se a Bíblia realmente contém erros, então Deus não é onisciente e é capaz dEle mesmo cometer erros. Se a Bíblia contém informação incorreta, então Deus não fala a verdade e é, portanto, um mentiroso. Se a Bíblia contém contradições, então Deus é o autor de confusão. Em outras palavras, se inerrância bíblica não é verdade, então Deus não é Deus.
A Bíblia é a nossa única regra para fé e prática. Se não é confiável, então em que baseamos nossas crenças? Jesus pede por nossa confiança, e isso inclui confiança no que Ele diz em Sua Palavra. João 6:68-69 é uma linda passagem. Jesus tinha acabado de testemunhar a partida de muitos que tinham clamado segui-lO. Então Ele se vira para os doze discípulos e pergunta: “Porventura, quereis também vós outros retirar-vos?” Pedro então responde por todos quando diz: “Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras da vida eterna.” Que também tenhamos a mesma confiança no Senhor e em Suas Palavras de vida.
Conclusão
Nada do que apresentamos aqui deve se entendido como uma rejeição ao estudo verdadeiro. Inerrância bíblica não significa que devemos parar de usar nossas mentes ou aceitar de forma cega tudo que a Bíblia diz. Somos comandados a estudar a Palavra (2 Tm 2.15), e aqueles que a estudam com avidez são elogiados (At 17.11). Além disso, reconhecemos que há passagens bíblicas que são difíceis de entender, e que há desacordos honestos sobre certa interpretação. Nosso objetivo é nos aproximar das Escrituras com reverência e oração, e quando achamos algo que não entendemos, oramos mais ainda, estudamos mais e; se a resposta ainda não é clara; humildemente aceitamos nossas limitações em face à perfeita Palavra de Deus.
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