Capítulo 3: O Efeito do Evangelho na Igreja de Cristo

Introdução

Os sofrimentos do apóstolo testificavam completo desinteresse pessoal (ver Atos 20:35). Dois sentimentos o animavam: a contínua preocupação de agradar a Deus (v. 4) e o amor por aqueles que se tinham tornado "seus filhos". Como uma mãe, ele lhes havia alimentado e cuidado com ternura (v. 7). Como um pai, ele os exortava, consolava e ensinava a andar (vv. 11-12). Mas antes de tudo queria que eles tivessem plena consciência de suas relações com Deus. Que posição a deles... e a nossa! Deus nos chama nada menos que para Seu próprio reino e glória.

I. Como Paulo Exerceu seu Ministério

Os ultrajes e os maus-tratos padecidos por Paulo e Silas em Filipos (Atos 16:12-40), longe de desanimá-los, os impulsionaram a anunciar o Evangelho com ousadia. A furiosa reação do adversário provava precisamente que o trabalho deles não tinha sido em vão (v. 1). Ademais, eles não fizeram uso de nenhum dos métodos habituais da propaganda humana: sedução, fraude, bajulações e desejo de agradar; como escreveu o apóstolo aos coríntios: "... em Cristo é que falamos na presença de Deus, com sinceridade e da parte do próprio Deus" (2 Coríntios 2:17). Com muita freqüência, hoje em dia, o Evangelho é apresentado sob um aspecto atraente e sentimental ou como o complemento de uma obra social.

II. Paulo Intercedendo pelos Tessalonicenses

Depois de escrever 1 Tessalonicenses, capítulo 1, Paulo foi informado que os cristãos em Tessalônica estavam sendo enganados por falsos mestres, que estavam confundindo os cristãos com ideias equivocadas acerca da segunda vinda de Jesus. A segunda carta de Paulo foi sua tentativa de corrigir estes mal-entendidos.
A palavra grega traduzida por reunião aqui e congregação em Hebreus 10.25 e encontrada somente nessas duas passagens do Novo Testamento. Na segunda referência, ela se refere a congregação local, enquanto aqui se refere a Igreja de Cristo. Essa será a primeira vez que toda a Igreja (incluindo todo cristão) estará reunida diante do Senhor para adora-lo. A expressão parece referir-se ao evento descrito em 1 Tessalonicenses 4-17, no qual Paulo fala do encontro com o Senhor nos ares. O falso ensino era de que o Dia do Senhor, chamado de o Dia de Cristo aqui, (compare com 1 Ts 5.2-4) já havia chegado, trazendo com ele as tribulações pelas quais eles estavam passando. Portanto, alguns cristãos tessalonicenses acreditavam que a vinda de Cristo já havia passado. Paulo afirma que eles não deveriam acreditar nesse ensino, quer por espirito, quer por palavra, quer por epístola, como se ele o tivesse dado. Paulo ensinou-lhes que o Dia do Senhor começa após o Arrebatamento (1 Ts 5.1-11). Contudo, se o Dia do Senhor já veio, eles perderam o Arrebatamento ou, anteriormente, o tema Arrebatamento não foi ensinado de forma correta pelo apostolo. Paulo sentiu a necessidade de dar mais instruções para acalmar o coração dos novos convertidos.

III.  Testemunhas de Deus

Paulo lembrou como ele e Silas foram maltratados de modo vergonhoso em Filipos em virtude da pregação do evangelho. No longo caminho de Filipos a Tessalônica, cada passo era uma lembrança dolorosa desse tratamento cruel. Sem dúvida, eles traziam sinais exteriores da dor, mesmo no momento da chegada a Tessalônica. Nesse ponto, teria sido fácil adotar uma abordagem menos direta para o evangelismo na nova cidade. Depois de tudo que tinham acabado de passar, quem iria censurá-los?

Mas os tessalonicenses se mostraram ansiosos por receber a verdade e abertos para ela. A realidade dizia: “Jamais pregue o evangelho novamente. ” Mas, no meio da dor e do sofrimento, Deus estava dizendo a Paulo e Silas: “Sejam ousados. Sejam fortes! ” Por isso, eles “começaram a ser ousados” (1Ts 2:2, tradução do autor), apesar da probabilidade de que a perseguição se repetisse. Havia um forte e evidente contraste entre sua condição humana (e todas as fragilidades que vêm com ela) e o poder que Deus lhes concedia. No fim, o Senhor usou essas circunstâncias exteriores para Sua glória. As feridas visíveis dos pregadores evidenciavam duas coisas aos tessalonicenses. Primeira, sua pregação do evangelho realmente era o resultado de sua convicção pessoal. Eles não estavam fazendo isso para benefício pessoal (veja 1Ts 2:3-6). Segunda, ficou claro para os ouvintes que Deus estava de uma forma poderosa com Paulo e Silas. O evangelho que eles pregavam não era apenas uma concepção intelectual, mas era acompanhado pela presença viva do Senhor, como revelado na vida dos apóstolos (v. 13).

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