A epístola aos Hebreus testifica sobre a superioridade de Jesus Cristo. Ele é maior que os anjos, tem um nome mais excelente e um chamado mais elevado. Os anjos são servos de Deus, mas Jesus Cristo é Seu Filho. Esse livro também ensina que Jesus é maior do que Moisés e que Seu ministério trouxe um novo convênio, superior ao convênio antigo da lei de Moisés. Sendo o Grande Sumo Sacerdote do Sacerdócio de Melquisedeque, o sacerdócio de Cristo é maior do que o dos sumos sacerdotes da lei de Moisés.
Embora as escrituras estejam repletas de referências sobre o Sacrifício Expiatório de Jesus Cristo, Sua Ressurreição e ascensão ao céu, o livro de Hebreus salienta a obra contínua do Redentor na vida de todos os que se achegam a Ele com obediência e fé. O estudo do livro de Hebreus vai ajudar os alunos a entender melhor a doutrina da Expiação e inspirá-los a viver com fé no Pai Celestial e em Jesus Cristo.
Autoria e Data: Embora alguns incluam a epístola aos Hebreus entre os escritos do apóstolo Paulo, a certa identidade do autor permanece um enigma. Em falta está a saudação habitual de Paulo que pode ser encontrada em suas outras obras. Além disso, a sugestão de que o escritor desta epístola baseara-se no conhecimento e na informação fornecida por pessoas que tinham sido testemunhas oculares reais de Jesus Cristo (Hb 2.3) torna duvidosa a autoria paulina. Alguns acham que Lucas foi o autor; outros sugerem que Hebreus tenha sido escrito por Apolo, Barnabé, Silas, Felipe, ou Áquila e Priscila. Independentemente de qual mão humana segurou a caneta, o Espírito Santo de Deus é o autor divino de toda a Escritura (2 Tm 3.16); portanto, Hebreus fala com a mesma autoridade canônica como os outros sessenta e cinco livros da Bíblia. Clemente, um dos pais da igreja primitiva, citou o livro de Hebreus em 95 d.C. No entanto, provas internas, tais como o fato de que Timóteo estava vivo no momento em que a carta foi escrita e a ausência de qualquer evidência mostrando o fim do sistema sacrificial do Antigo Testamento, o qual ocorrera com a destruição de Jerusalém em 70 d.C, indicam que o livro foi escrito por volta de 65 d.C.
Objetivos da Epístola: Rica na doutrina cristã fundamental, a epístola aos Hebreus também nos proporciona exemplos animadores de "heróis da fé", os quais perseveraram apesar das grandes dificuldades e condições adversas (Hb 11). Os homens e mulheres pertencentes à lista dos heróis da fé fornecem provas irrefutáveis quanto à garantia incondicional e absoluta confiabilidade de Deus. Da mesma forma, podemos manter a confiança perfeita nas ricas promessas de Deus, independentemente das nossas circunstâncias, ao meditarmos na sólida fidelidade das obras de Deus nas vidas dos Seus santos do Antigo Testamento. O escritor de Hebreus proporciona um grande incentivo aos crentes, mas há cinco advertências solenes às quais devemos prestar atenção. Há o perigo da negligência (Hb 2.1-4), o perigo da incredulidade (Hb 3.7 - 4.13), o perigo da imaturidade espiritual (Hb 5.11-6:20), o risco de deixar de perseverar (Hb 10.26-39) e o perigo inerente de recusar a Deus (Hb 12.25-29). Assim encontramos então, nesta obra-prima suprema, uma grande riqueza de doutrina, um refrescante manancial de encorajamento e uma fonte de advertências práticas e sãs contra a preguiça em nossa caminhada cristã. Entretanto, ainda há mais, pois em Hebreus encontramos um retrato magnificamente do nosso Senhor Jesus Cristo, o Autor e consumador da nossa grande salvação (Hb 12.2).
Resumo: A epístola aos Hebreus trata de três grupos distintos: seguidores de Cristo, incrédulos que tinham conhecimento e uma aceitação intelectual dos fatos de Cristo, e incrédulos que tinham sido atraídos a Cristo mas que acabaram rejeitando-no. É importante entender a qual grupo cada passagem está se dirigindo, pois deixar de fazer isso pode levar-nos a tirar conclusões inconsistentes com o restante das Escrituras. O escritor de Hebreus menciona continuamente a superioridade de Cristo, tanto de Sua pessoa como do Seu trabalho ministerial. Nos escritos do Antigo Testamento, entendemos que os rituais e cerimônias do judaísmo simbolicamente apontavam para a vinda do Messias. Em outras palavras, os ritos do judaísmo eram sombras das coisas futuras. Hebreus nos diz que Jesus Cristo é melhor do que aquilo que qualquer mera religião tem a oferecer. Toda a pompa e circunstância da religião empalidecem em comparação com a pessoa, trabalho e ministério de Jesus Cristo. É a superioridade do nosso Senhor Jesus, então, que continua a ser o tema desta eloquente carta. Talvez nenhum outro lugar do Novo Testamento esclareça o Antigo Testamento como faz o livro de Hebreus, o qual tem como seu fundamento o sacerdócio levítico. O escritor aos hebreus compara constantemente as insuficiências do sistema sacrificial do Antigo Testamento com a perfeição e realização em Cristo. Enquanto o Antigo Testamento exigia sacrifícios contínuos e uma expiação pelo pecado uma vez por ano, os quais eram oferecidos por um sacerdote humano, a Nova Aliança proporciona um sacrifício final através de Cristo (Hb 10.10) e acesso direto ao trono de Deus para todos os que estão nEle.
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