Panorama da Primeira Epístola de Paulo aos Tessalonicenses




A Primeira Carta aos Tessalonicenses é um dos escritos mais antigos que conhecemos do Novo Testamento; pensa-se que tenha sido escrita por volta do ano 50 d.C. Os primeiros leitores e destinatários desta carta demonstram as características de uma jovem igreja, cheia de entusiasmo e esperança (1 Ts 1.3), mas demasiado sensível a boatos sem fundamento. A carta transpira entusiasmo não somente por parte da igreja como também entre esta e os missionários que ali lançaram as sementes do evangelho e que agora se lhe dirigem. Quanto ao conteúdo, o grande tema desta carta é o Dia do Senhor; isto é, a segunda vinda de Jesus. É um dos textos-chave e com tratamento mais profundo do Novo Testamento acerca deste assunto.

Autoria e Data: Paulo escreveu de Corinto as Epístolas aos Tessalonicenses, durante a sua segunda viagem missionária, cerca de 50–51 d.C. Paulo escreveu 1 Tessalonicenses para os membros da Igreja em Tessalônica. Tessalônica era a cidade mais populosa e próspera na Grécia antiga, no reino da Macedônia, por dois fatores importantes: a cidade foi construída no melhor porto natural no Mar Egeu e estava localizada no principal caminho que ligava Roma à Ásia.

Objetivos da Epístola: Durante a segunda viagem missionária de Paulo, o Espírito orientou Paulo e seus companheiros — Silas, Timóteo e Lucas — a viajarem através do Mar Egeu em direção à Macedônia (cf. At 16.6–12). Esse foi o início da pregação do evangelho na Europa. Depois de pregar em Filipos (At 16.12–40), Paulo e Silas viajaram para Tessalônica. Paulo trabalhou com Silas em Tessalônica, mas eles foram expulsos da cidade por líderes judeus (At 17.1–9). Mais tarde, Timóteo relatou a Paulo que os santos de Tessalônica tinham permanecido fiéis apesar da perseguição e que a influência da retidão deles estava se espalhando (At 18.5; 1 Ts 1.7–8; 3.6–8). Os conversos de Tessalônica foram os primeiros europeus a aceitar o evangelho e, por isso, sofreram perseguição. Eles também tinham muitas dúvidas sobre a Segunda Vinda. Por isso, em sua carta aos tessalonicenses, Paulo escreveu palavras de incentivo e força, e respondeu suas perguntas sobre a Segunda Vinda de Jesus Cristo.

Resumo: A cidade de Tessalônica, atualmente chamada Salônica, era a capital da província romana da Macedônia e ficava situada na região nordeste da Grécia. Ali existia uma numerosa comunidade judaica e uma sinagoga que era frequentada igualmente por não-judeus. Daí vieram alguns dos primeiros membros da comunidade cristã e simultaneamente se levantaram algumas das primeiras dificuldades que Paulo teve de enfrentar naquela cidade (At 17). A estadia de Paulo em Tessalônica, acompanhado de Silvano e Timóteo, deve ter acontecido por volta do ano 50 d.C., durante a sua segunda viagem missionária.

As dificuldades levantadas pelos judeus obrigaram Paulo a deixar Tessalônica mais cedo do que teria sido normal, para garantir a consolidação da comunidade. Encontrando-se já em Atenas, Paulo enviou Timóteo para se informar do estado da igreja. Depois de receber as notícias positivas, teve oportunidade de manifestar a sua satisfação (1 Ts 2.17—3.9) através desta carta que foi escrita seguramente já de Corinto. Nela Paulo exprime a sua satisfação pelos princípios da igreja (1 Ts 1.2–10), evoca a sua estadia (1 Ts 2.1—3.16) e exprime o desejo de voltar (1 Ts 2.17–18) para poder completar a formação cristã que fora interrompida antes do tempo (1 Ts 3.9–10). Mas Paulo serve-se desta carta para completar, desde logo, alguns aspetos de formação que lhe parecem mais necessários (1 Ts 4.1–12). Em primeiro lugar é a situação daqueles que já morreram. Estes, por terem morrido, não devem ser considerados em desvantagem para quando o Senhor chegar. Quando isso acontecer, assegura Paulo, os mortos ressuscitarão e junto com os vivos irão em cortejo ao encontro do Senhor (1 Ts 4.13–18). Nessa altura, muitos pensavam que a segunda vinda do Senhor estaria para breve. E Paulo também não parece opor-se muito profundamente a essa convicção (1 Ts 4.15-17). Contudo, adverte que o momento em que o Senhor virá é absolutamente imprevisível e que o fundamental é cada um estar sempre preparado para esse encontro, ocorra ele quando ocorrer (1 Ts 5.1–3).

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