Panorama do Livro de Êxodo



A palavra “êxodo” significa partida. No tempo definido por Deus, o êxodo dos israelitas do Egito marcou o fim de um período de opressão para os descendentes de Abraão (Gênesis 15:13), e o início do cumprimento da promessa da aliança com Abraão que seus descendentes não só viveriam na Terra Prometida, mas também se multiplicariam e se tornariam uma grande nação (Gênesis 12:1-3, 7). O objetivo desse livro pode ser definido como delinear o crescimento rápido dos descendentes de Jacó, do Egito ao estabelecimento da nação teocrática em sua Terra Prometida.

Versículos-chave: Êxodo 1:8: “Entrementes, se levantou novo rei sobre o Egito, que não conhecera a José.”

Êxodo 2:24-25: “Ouvindo Deus o seu gemido, lembrou-se da sua aliança com Abraão, com Isaque e com Jacó. E viu Deus os filhos de Israel e atentou para a sua condição.”

Êxodo 12:27: “Respondereis: É o sacrifício da Páscoa ao SENHOR, que passou por cima das casas dos filhos de Israel no Egito, quando feriu os egípcios e livrou as nossas casas. Então, o povo se inclinou e adorou.”

Êxodo 20:2-3: “Eu sou o SENHOR, teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão. Não terás outros deuses diante de mim.”

Resumo: Êxodo começa onde Gênesis terminou: com Deus lidando com o Seu povo escolhido, os judeus. Esse livro traça os eventos de quando Israel entrou no Egito como convidados de José, que era poderoso no Egito, até quando acabaram sendo libertados da escravidão cruel à qual tinham sido forçados por ... “novo rei sobre o Egito, que não conhecera a José” (Êxodo 1:8).

Os capítulos 1-14 descrevem as condições de opressão dos judeus sob Faraó, a elevação de Moisés como o seu libertador, as pragas que Deus trouxe sobre o Egito devido à recusa de seu líder de se submeter a Ele e a saída do Egito. A mão soberana e poderosa de Deus é vista nos milagres das pragas - terminando com a praga da morte dos primogênitos e a instituição da primeira Páscoa - na libertação dos israelitas, na abertura do Mar Vermelho e na destruição do exército egípcio.

A parte do meio do livro de Êxodo é dedicada à peregrinação no deserto e à provisão milagrosa de Deus para o Seu povo. Mas apesar de Deus ter providenciado o pão do céu, água doce da amarga, água de uma rocha, vitória sobre aqueles que iriam destruí-los, Sua Lei escrita em tábuas de pedra por Sua própria mão e a Sua presença na forma de nuvem e colunas de fogo, as pessoas continuamente resmungavam e se rebelaram contra Ele.

A terceira parte do livro descreve a construção da Arca da Aliança e o plano para o Tabernáculo com seus vários sacrifícios, altares, mobília, cerimônias e formas de adoração.

Prenúncios: Os numerosos sacrifícios exigidos dos israelitas eram um retrato do último sacrifício, o Cordeiro Pascal de Deus, Jesus Cristo. Na noite da última praga sobre o Egito, um cordeiro sem defeito foi morto e seu sangue aplicado nas ombreiras das casas do povo de Deus, protegendo-os contra o anjo da morte. Este comportamento aponta para Jesus, o Cordeiro de Deus sem mancha ou defeito (1 Pedro 1:19), cujo sangue aplicado a nós garante a vida eterna. Entre as apresentações simbólicas de Cristo no livro do Êxodo está a história da água da rocha em Êxodo 17:6. Assim como Moisés bateu na rocha para fornecer água que dá vida para o povo beber, assim Deus fez sofrer a Rocha da nossa salvação, crucificando-o pelo nosso pecado para que essa Rocha pudesse fornecer o dom da água viva (João 4:10). A provisão do maná no deserto é uma imagem perfeita de Cristo, o Pão da Vida (João 6:48) providenciado por Deus para nos dar a vida eterna.

Aplicação Prática: A Lei Mosaica foi dada em parte para mostrar à humanidade que eram incapazes de segui-la. Somos incapazes de agradar a Deus através do mantimento da lei; por isso, Paulo nos exorta: “sabendo, contudo, que o homem não é justificado por obras da lei, e sim mediante a fé em Cristo Jesus, também temos crido em Cristo Jesus, para que fôssemos justificados pela fé em Cristo e não por obras da lei, pois, por obras da lei, ninguém será justificado” (Gálatas 2:16).

A provisão de Deus para os Israelitas, da libertação do cativeiro ao maná e peregrinação no deserto, são indícios claros de Sua graciosa provisão para o Seu povo. Deus prometeu suprir todas as nossas necessidades. “Fiel é Deus, pelo qual fostes chamados à comunhão de seu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor” (1 Coríntios 1:9).

Devemos confiar no Senhor pois Ele pode nos livrar de qualquer coisa. Entretanto, Deus não permite que o pecado continue impune para sempre. Como resultado, podemos confiar nEle e na Sua vingança e justiça. Quando Deus nos tira de uma situação ruim, não devemos tentar voltar atrás. Quando Deus faz exigências de nós, Ele espera que as obedeçamos, mas ao mesmo tempo Ele dá graça e misericórdia por saber que, sozinhos, não seremos capazes de obedecer totalmente.

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