Um jovem rico perguntou para Jesus: "Mestre,
que farei eu de bom, para alcançar a vida eterna?" Jesus concluiu
a conversa com o jovem com um mandamento que o deixou triste: "...vai,
vendes os teus bens, dá aos pobres e terás um tesouro no céu; depois, vem e
segue-me" (Mateus 19:16-22).
Devemos praticar e ensinar a mesma
coisa hoje? Temos que vender tudo que possuímos e dar aos pobres para alcançar
a vida eterna? Para encontrar a resposta bíblica, temos que considerar alguns
exemplos.
Os cristãos primitivos em Jerusalém
vendiam seus bens para sustentar seus irmãos necessitados (Atos 2:45; 4:32).
Alguns citam este exemplo para defender um tipo de comunismo cristão, dizendo
que bens materiais precisam ser compartilhados igualmente entre irmãos.
Um estudo mais completo do Novo
Testamento deixa bem claro que Jesus não pretendia abolir diferenças econômicas
entre irmãos. Poucos capítulos depois, descobrimos que Maria, mãe de João
Marcos, teve uma casa suficiente para reunir muitas pessoas (Atos 12:12). Irmãos
em outros lugares tinham casas próprias (Atos 16:40; Romanos 16:5). Quando
Paulo escreveu aos santos em Éfeso e Colossos, ele incluiu instruções para os
servos e para seus senhores (Efésios 6:5-9; Colossenses 3:22 - 4:1). No mesmo
capítulo que Paulo avisou Timóteo sobre o perigo de desejar riqueza, ele
direcionou algumas palavras aos irmãos ricos. Ele não mandou que eles
vendessem tudo, mas orientou-lhes em como usar o seu dinheiro, confiando em Deus
e não nas riquezas (1 Timóteo 6:17-19).
Colocando as instruções de Jesus
ao jovem rico no contexto do Novo Testamento, podemos entender que o Senhor não
pediu que todos os cristãos vendessem todas as suas posses. Jesus viu que o
dinheiro estava impedindo a salvação daquele jovem, e assim ele mandou que
vendesse tudo. Neste sentido, ele continua exigindo a mesma coisa. Qualquer
coisa que impede a nossa devoção ao Senhor deve ser eliminada da nossa vida.
Até os mais pobres precisam lembrar
do mandamento de Jesus: "...buscai, pois, em primeiro lugar, o seu
reino e a sua justiça" (Mateus 6:33).
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