Os primeiros quatro livros do Novo Testamento são conhecidos como
"evangelhos", porque relatam as boas novas (o sentido da palavra
"evangelho") sobre Jesus. Mas, por que quatro, e não somente um
relato autorizado?
Podemos ver, pelo menos, quatro motivos para o Espírito Santo escolher
mais de uma pessoa para escrever sobre os mesmos eventos.
1. A confiança de ter várias testemunhas. "Por boca de duas ou três
testemunhas, toda questão será decidida" (2 Coríntios 13:1). A palavra
anunciada por Jesus "foi-nos depois confirmada pelos que a ouviram"
(Hebreus 2:3). Dois dos autores dos evangelhos eram apóstolos (Mateus e João),
testemunhas oculares dos eventos relatados.
2. A repetição enfatiza a mensagem. Muitas coisas na Bíblia são
repetidas. Pedro falou da importância de relembrar os seus ouvintes das coisas
que já haviam aprendido. "Também considero justo, enquanto estou neste
tabernáculo, despertar_vos com essas lembranças, certo de que estou prestes a deixar o meu
tabernáculo, como efetivamente nosso Senhor Jesus Cristo me revelou. Mas, de
minha parte, esforçar-me-ei, diligentemente, por fazer que, a todo tempo,
mesmo depois da minha partida, conserveis lembrança de tudo" (2 Pedro 1:13-15).
3. Ninguém falou tudo. Não foi possível escrever tudo que Jesus fez
(veja João 20:30; 21:25). Os vários relatos complementam um ao outro.
4. Ouvintes diferentes. Cada livro sobre a vida de Jesus foi destinado
a ouvintes diferentes. Lucas escreveu para Teófilo (Lucas 1:1-4). Mateus
enfatiza o cumprimento da lei, sugerindo que ele escreveu aos cristãos judeus.
Marcos fala muito pouco sobre a lei, e tinha a experiência de trabalhar entre
os gentios (nas viagens com Paulo e Barnabé). O livro dele foi direcionado mais
aos não-judeus. João apresenta provas destinadas a defender o Cristo como Deus
na carne.
Infelizmente, algumas pessoas não respeitam a sabedoria do Espírito
Santo na revelação das boas novas. Alguns enfatizam as diferenças nos
evangelhos para tentar evitar alguma doutrina que não agrada a eles. Outros
especulam que um autor copiou o trabalho dos outros, até ao ponto de esquecer
que todos foram inspirados por Deus (2 Timóteo 3:16-17).
Usando os quatro evangelhos como relatos paralelos, entenderemos melhor
a vida do maior homem que já viveu.
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