Tanto
o pecado como a lei são associados à morte (5:12,21; 6:14; 7:10-11;
veja Gálatas 3:10). Por outro lado, a fé em Cristo leva à ressurreição e
à vida (6:4,8,9,23). É somente em Cristo que morremos à lei e ao pecado
para ter a vida.
Não Sujeitos à Lei (1-6)
“De modo nenhum”: Esta resposta aparece sete vezes no livro (6:2,15; 7:7,13; 9:14; 11:1,11). É uma expressão forte que Paulo usa para evitar conclusões falsas por parte de seus leitores, e normalmente para introduzir uma nova fase do argumento. |
Os
mortos não são sujeitos à lei (1). Para ilustrar esse fato, Paulo
introduz aqui a lei do casamento (2-4). A morte interrompe o laço de
lei. As pessoas que já morreram em relação à lei não são mais obrigadas a
guardá-la. No meio da ilustração, ele muda o sentido um pouco,
mostrando que a pessoa viva (a viúva, neste caso) fica livre para ser
ligada a outro (marido). Uma vez morta à lei, a pessoa pode ser ligada a
Cristo, mas não pode continuar com a lei e com Cristo ao mesmo tempo.
Esta
ilustração serve, também, para frisar a vontade de Deus para o
casamento. O casamento é para a vida toda, e deve ser interrompido
somente pela morte de um dos cônjuges. O outro (viúvo ou viúva) pode
casar-se de novo sem pecar. Mas, se casar de novo enquanto o primeiro
marido vive, torna-se adúltera. Neste trecho ele não trata da exceção
dada por Jesus em Mateus 19:9. Podemos observar, também, que o laço de
obrigação é com a lei conjugal (de Deus), e não somente com o cônjuge.
Por isso, a pessoa divorciada geralmente ainda não tem autorização de
Deus para casar de novo, e o segundo casamento se caracteriza como
adultério (Lucas 16:18; Marcos 10:2-12; veja Marcos 6:17-18; Malaquias
2:14,16).
Antes
de uma pessoa morrer para o pecado, o pecado produzia o fruto da morte
(5). Depois de ser libertada do pecado e da lei, a mesma pessoa passa a
servir a Deus (6). Vive na novidade de espírito (a fé, o evangelho,
Cristo), não na caducidade da letra (a lei, o pecado, a morte).
Embora
todos nós estivéssemos sujeitos ao pecado, somente os judeus estavam
sujeitos à lei que Paulo cita aqui. Ele mostrará no próximo parágrafo a
qual lei se refere.
A Lei ≠ Pecado (7-11)
Uma
vez que a liberdade da lei é comparada à liberdade do pecado, alguém
poderia concluir que são a mesma coisa. Paulo tira essa dúvida: “É a lei pecado? De modo nenhum!” (7). A lei não é pecado, mas ela torna o pecado conhecido. Paulo cita o exemplo de cobiça (7).
Qual lei?
Alguns ensinam que alguma parte da lei dada no Monte Sinai continua em
vigor hoje. Às vezes, sugerem uma distinção artificial entre a lei de
Deus (“moral”) e a lei de Moisés (“cerimonial”), dizendo que esta foi
removida enquanto aquela permanece. Paulo acabou de dizer que os judeus
não estavam mais sujeitos “à lei” (6) e agora cita um dos mandamentos da mesma lei: “Não cobiçarás”.
Este mandamento é um dos dez mandamentos (veja Êxodo 20:17), parte da
suposta lei moral. Ainda é pecado cobiçar, mas não por causa da lei
antiga. É condenada na Nova Aliança que nos guia (Efésios 5:3).
A
lei traz a consciência do pecado (8-9) e é ligada à morte (10-11). Quem
busca a vida terá que procurar em outro lugar, pois a lei não traz a
salvação.
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