sexta-feira, 10 de junho de 2016

Não o Recebam em Casa, Nem o Saúdem (2 João 7-11)


Durante os primeiros dias da igreja, muitos falsos mestres andavam negando a humanidade de Cristo. Mesmo entre os irmãos de Corinto, alguns não acreditavam na ressurreição dos mortos e portanto anulavam a ressurreição de Cristo (1 Coríntios 15).
A igreja do Novo Testamento tinha problemas, como é evidente pelos escritos dos apóstolos. As epístolas de João descrevem os desafios enfrentados pelos filhos de Deus. A segunda e a terceira epístolas de João lidam especialmente com os falsos mestres e homens tais como Diótrefes.
Através do Espírito Santo, João dá orientação e exortação concernentes àqueles enganadores. 2 João 7-11 diz: "Porque muitos enganadores têm saído pelo mundo fora, os quais não confessam Jesus Cristo vindo em carne: assim é o enganador e o anticristo. Acautelai-vos para não perderdes aquilo que temos realizado com esforço, mas para receberdes completo galardão.Todo aquele que ultrapassa a doutrina de Cristo e nela não permanece, não tem Deus; o que permanece na doutrina, esse tem assim o Pai, como o Filho. Se alguém vem ter convosco e não trás esta doutrina, não o recebais em casa, nem lhe deis as boas-vindas. Porquanto aquele que lhe dá boas-vindas faz-se cúmplice das suas obras más."
João exorta "a senhora eleita e seus filhos" (2 João 1) a não confraternizarem com essas pessoas e a não darem nenhum crédito à falsa doutrina delas. Ele busca ajudá-los a manter sua fé em face da oposição, como o escritor de Hebreus exorta em Hebreus 10:35: "Não abandoneis, portanto, a vossa confiança; ela tem grande galardão."
A natureza dos enganadores é que eles querem "ir além" ou "avançar" a doutrina de Cristo. Para ser um discípulo de Cristo, é preciso "permanecer" ou "continuar" no ensinamento do Pai. Aqueles que são falsos mestres não continuarão nos ensinamentos do Pai mas farão para si mesmos sua própria lei. Jesus fez menção a isto em Marcos 7:7: "E em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens."
João escreve para advertir estes santos, dizendo para serem cuidadosos na associação e camaradagem oferecidas àqueles que não querem permanecer na doutrina de Cristo. Ele ainda os instrui: se alguém vem a eles e se recusa a seguir a doutrina de Cristo, que este falso mestre não seja recebido. Nem devem oferecer as boas-vindas com as saudações normalmente estendidas de uns aos outros.
A mesma instrução é dada por Paulo em Romanos 16:17-18: "Rogo-vos, irmãos, que noteis bem aqueles que provocam divisões e escândalos, em desacordo com a doutrina que aprendestes; afastai-vos deles, porque esses tais não servem a Cristo nosso Senhor, e, sim, a seu próprio ventre e com suaves palavras e lisonjas enganam os corações dos incautos."
Sabendo que "muitos enganadores têm saído pelo mundo fora" (2 João 7), e que os santos precisam "não dar crédito a qualquer espírito; antes provar os espíritos se procedem de Deus" (1 João 4:1), era preciso tomar cuidado com a sua recepção a esses falsos mestres. Quando João os adverte a não permiti-los em suas casas, ele está orientando-os a não permitir uma associação com eles que possa enfraquecer sua fé e decisão.
Para entender o versículo 10, precisamos compreender a idéia de receber alguém em casa e lhe dar boas-vindas. O Salmista descreve a essência deste assunto de saudação no Salmo 129:8: "E também os que passam não dizem: A bênção do SENHOR seja convosco! Nós vos abençoamos em nome do SENHOR!"
João instrui os santos a não dar tais bênçãos àqueles que não querem permanecer na doutrina de Cristo. Recebê-los em seus lares é uma relação de permanência com eles. Este versículo tem sido usado por alguns para ensinar que, se alguém bate à porta desejando ensinar alguma doutrina falsa, é errado aceitá-lo "dentro de casa" para conversar com ele. Este não é o significado da mensagem de João.
Não há nada de errado em permitir que uma pessoa entre em casa para discutir a Bíblia. João (através do Espírito Santo) proibia não o ato específico de conversar com alguém sobre a Bíblia em nossas casas, mas sim a nossa participação com tal falso mestre, apoiando a sua divulgação de falsas doutrinas.
Ele explica no versículo 11 que se tolerarmos, pela nossa amizade, os enganadores e lhes dermos estes tipos de saudações, acabaremos partilhando de suas más obras. Por quê? Porque não mostramos a convicção de ficar do lado de Cristo e de defender a verdade.
Se um Mórmon viesse à minha casa e quisesse falar comigo sobre a Bíblia (e só a Bíblia), eu o deixaria entrar para abrirmos a Bíblia e conversarmos sobre seu falso ensinamento. Isto não contradiria a Escritura enquanto eu procuro defender a verdade diante dele.
Abrir a porta para uma pessoa para estudar com ela não é a razão pela qual João escreveu as instruções aos santos de 2 João. Se isto fosse verdadeiro, proibiria qualquer pessoa de conversar com quem quer que fosse que não cresse na verdade, em sua própria casa. Este versículo tem sido usado incorretamente para definir um padrão desconhecido no Novo Testamento. Ele tem sido aplicado a um costume moderno de grupos religiosos que vão de porta em porta mascateando suas falsas doutrinas. Contudo, João (como Paulo) adverte que permanecer com estes enganadores pode levar a perder "aquilo que temos realizado com esforço..." (2 João 8).
Recebê-lo em sua casa demonstra uma disposição de associar-se com desejo de ser companheiro dele e de compartilhar sua falsa doutrina; isto Deus proíbe, para que não aprovemos o que falsos mestres ensinam.
Uma advertência precisa ser feita a quem esteja despreparado para falar com aqueles que batem à sua porta para discutir a Bíblia. Seria melhor pedir-lhes que voltem outra vez e convidar um cristão forte para ajudá-lo a falar com eles sobre a verdade.
Não podemos aceitar e manter comunhão com aqueles que ultrapassam a doutrina de Cristo, deixando que alguns suponham que todos são filhos de Deus em Cristo. Não posso tratar como cristã uma pessoa que não é cristã, nem posso tolerar a falsa doutrina dela. Seja em nossa sala de estar, escritório, portão, quintal, ou qualquer outro lugar, deveríamos estar sempre prontos para dar uma defesa a todos que pedem a respeito de nossa esperança e nossa confiança em Jesus Cristo (1 Pedro 3:15).

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