Maria de Betânia, irmã de Lázaro de Marta, é a mesma mulher pecadora referida em Lucas 7.37,38.
“E eis que uma mulher da cidade, pecadora, sabendo que ele estava à mesa da casa do fariseu, levou um vaso de alabastro com ungüento. E, estando por detrás, aos seus pés, chorando, regava-os com suas lágrimas e os enxugava com os próprios cabelos. E beijava-lhes os pés e os ungia com o ungüento”.
No Evangelho de Mateus descobrimos que Simão, o fariseu que convidou Jesus para jantar, era leproso e morava em Betânia, a mesma aldeia onde morava a família de Lázaro. (Mateus 26.6).
Betânia era uma espécie de subúrbio de Jerusalém, pois ficava a menos de três quilômetros dali.
O bálsamo que Maria usou era muito caro. Mateus diz que os discípulos ficaram indignados com aquele “desperdício”. (Mateus 26.8,9). Ele diz que foram “os discípulos” que reclamaram, incluindo, assim a todos.
Marcos diz que foram “alguns entre si” que se indignaram e nem chega a dizer se eram ou não discípulos. Podiam ser outros convidados para o jantar.
No Quarto Evangelho temos mais detalhes desse memorável jantar. Vemos que toda a família de Lázaro estava presente. Ele estava com Jesus à mesa e Marta, como era de sua índole e costume, estava servindo aos convivas. (12.2). Também descobrimos a quantidade de nardo que ela usou (uma libra) e uma avaliação do preço (trezentos denários). (12.3).
Tendo em vista que um denário pagava a diária de um trabalhador braçal, concluímos que o nardo tinha o valor de 300 dias de trabalho, o que era uma pequena fortuna. No Quarto Evangelho nem há registro da indignação “dos discípulos”, nem de “alguns”, mas há uma declaração clara de que foi Judas Iscariotes o que se indignou e calculou o preço do nardo.
Podemos concluir três coisas aqui.
⦁ Judas pode ter influenciado alguns dos convidados (incluindo os discípulos), a se indignarem junto com ele.
⦁ A família de Lázaro era uma família de grandes posses.
⦁ Judas valorizou o nardo dez vezes mais do que a vida do Senhor Jesus, a quem ele vendeu por apenas trinta denários.
⦁ A Maria que ungiu Jesus, foi sem dúvida, a irmã de Lázaro, pois no capítulo 11 do Evangelho de João, lemos.
“Esta Maria, cujo irmão Lázaro estava enfermo, era A MESMA que ungiu com bálsamo o Senhor e lhe enxugou os pés com os seus cabelos”. (v.2).
Logo, Maria de Betânia, aquela mulher que se assentou, de maneira submissa e piedosa, aos, pés de Jesus, para ouvir suas palavras, e que foi por Ele elogiada, por ter escolhido a melhor parte, era a mesma mulher que foi identificada pelo evangelista Lucas e pelos convidados do jantar com uma mulher “pecadora”. (Lucas 7.37.39).
Que tipo de “pecadora” seria ela? Dificilmente seria uma meretriz, pois a família parece bem rica para tal artifício. Talvez fosse uma mulher de vida mundana.
Não sabemos exatamente que tipo de pessoa foi Maria, o que sabemos com certeza é que, depois, ela “escolheu a melhor parte” (Lucas 10.42), ou seja, converteu-se a Cristo e passou a ter uma vida maravilhosa.
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