sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Uma Reforma Digna de ser Contada: Parte 3 - Martinho Lutero e as 95 Teses




Martinho Lutero foi um sacerdote e professor de teologia alemão nascido no dia 10 de novembro de 1483 em Eisleben. Seu nome é sempre lembrado como figura mais notável da Reforma Religiosa que tomou a Europa na Modernidade. Ainda jovem Lutero estudou Filosofia na Universidade de Erfurt concluindo seu mestrado em 1505.

A pedido da mãe ele se inscreveu na escola de Direito da mesma Universidade, mas não chegou a estudar. Isso porque durante uma forte tempestade o jovem quase foi atingido e aterrorizado gritou: “Ajuda-me, Sant’Ana! Eu me tornarei um monge!” Como sobreviveu ele abandonou a faculdade e entrou para a ordem dos Agostinianos, de Frankfurt, a 17 de julho de 1505. Começava sua vida religiosa!

Apesar de se revelar um religioso dedicado, Lutero vivia atormentado com seus pecados. Ele se sentia acusado, o que levou seu superior Johann von Staupitz sugerir algo que o afastasse do excesso de reflexão. Esta iniciativa fez de Lutero doutor em teologia no ano de 1512.

A Degradação da Igreja Católica Romana

Numa viagem a Roma Martinho se decepcionou muito com a Igreja Católica pela venda indiscriminada de Indulgências e o distanciamento dos princípios iniciais da fé cristã. O acúmulo de riquezas com a exposição de relíquias era destinado à construção de templos luxuosos enquanto o povo passava fome. Revoltado ele começou expor sua opinião nas pregações e aulas de Teologia, o que chamou a atenção das autoridades católicas.

No dia 31 de outubro, Lutero fixou as 95 Teses na porta da Igreja de Wittenberg. Com o desenvolvimento da Imprensa, as teses foram copiadas e impressas e em poucos dias tinham se espalhado pela Europa. Apesar de não dar importância ao caso no início por acreditar que Lutero mudaria de ideia, o Papa acabou se surpreendendo com sua coragem e o classificou como herege. Nesta época Lutero já havia mudado totalmente seu discurso que antes pregava a obediência implícita à Igreja. Agora ele questionava os dogmas católicos e negava abertamente a autoridade papal, pedindo que fosse realizado um Concílio. Muitas conferências foram realizadas mas o reformante estava irredutível e não aceitava fazer retratações. O alemão questionava também que a salvação pertencesse à Igreja Católica ocidental  e que o homem precisava ser intermediado por outro homem para chegar à Deus. Ele defendia que todos deveriam ter acesso à Bíblia e a fé era o instrumento de salvação uma vez que para alcançar redenção era preciso crer em Cristo e na sua misericórdia. Quanto aos abusos eclesiásticos ele defendia a abolição das rendas do Papa, a abolição dos Interditos e abusos relacionados com a excomunhão, a ab-rogação do celibato do clero, o fim da venda de Indulgências e uma reforma geral na moralidade pública.

Guerra dos Camponeses

Em 1522, enquanto Lutero estava em Wartburg, seu seguidor Thomas Münzer comandou camponeses contra a nobreza imperial e o clero. O episódio conhecido como Guerra dos Camponeses acabou com a morte de milhares de servos e senhores e foi repudiado por Lutero. Isso dificultou a centralização política alemã.
Além de iniciar a Reforma que daria outros rumos não só à religião, mas à história da  Europa nos anos seguintes, as obras de Martinho são base para estudo Teológico até os dias de hoje. Vale lembrar ainda que ele foi o autor de uma das primeiras traduções da Bíblia.
Martinho Lutero morreu em 18 de fevereiro de 1546 com mais de 60 anos de causa natural. Mesmo sendo perseguido e até mesmo ameaçado, ele não foi assassinado e seu corpo encontra-se sepultado na Igreja de Wittenberg em Wittenberg.

Fontes:

César, Elben M, Lenz: Conversas com Lutero - História e Pensamento - Editora Ultimato

Chaves, Gilmar Vieira: Reforma Protestante - História, ensinos e legado - Central Gospel

George, Timothy: Teologia dos Reformadores - Editora Vida Nova

http://essaseoutras.xpg.uol.com.br/tudo-sobre-martinho-lutero-resumo-biografia-reforma-religiosa-teses/ - Acesso em 15/10/2017



Nenhum comentário:

Postar um comentário