Comentarista: Oliveira Silva
Texto Bíblico Base Semanal: Mateus 10.16-23
16. Eis que vos envio como ovelhas ao meio de lobos; portanto, sede prudentes como as serpentes e inofensivos como as pombas.
17. Acautelai-vos, porém, dos homens; porque eles vos entregarão aos sinédrios, e vos açoitarão nas suas sinagogas;
18. E sereis até conduzidos à presença dos governadores, e dos reis, por causa de mim, para lhes servir de testemunho a eles, e aos gentios.
19. Mas, quando vos entregarem, não vos dê cuidado como, ou o que haveis de falar, porque naquela mesma hora vos será ministrado o que haveis de dizer.
20. Porque não sois vós quem falará, mas o Espírito de vosso Pai é que fala em vós.
21. E o irmão entregará à morte o irmão, e o pai o filho; e os filhos se levantarão contra os pais, e os matarão.
22. E odiados de todos sereis por causa do meu nome; mas aquele que perseverar até ao fim, esse será salvo.
23. Quando pois vos perseguirem nesta cidade, fugi para outra; porque em verdade vos digo que não acabareis de percorrer as cidades de Israel sem que venha o Filho do homem.
Momento Interação
Prezado estudante da Palavra de Deus. É muito importante observar que a nossa vida é uma vida de discipulado. Sempre estaremos aprendendo de maneira que venhamos a sermos sábios e diligentes neste mundo. Os ensinos de Cristo muitas vezes, sendo ridicularizado e banalizado pelo mundo, nos mostra a diferença de quem é realmente fiel a Ele, e quem não é fiel à Ele. Devemos buscar atentarmos mais para as Palavras de Cristo, e atentar menos para as palavras do mundo que jaz no maligno (1 Jo 5.19). Que a cada oportunidade de mostrarmos os nossos exemplos de cristãos verdadeiros e sinceros neste mundo seja uma oportunidade bem aproveitada de maneira que possamos glorificar ao nosso Senhor toda honra e toda glória (Is 42.8). Bons Estudos!
Introdução
A perseguição é uma das tribulações que pode nos sobrevir durante nossa caminhada cristã na terra. Para entender o que ela significa, precisamos atentar para a palavra que Jesus usou. O cristão sofre perseguições quando é maltratado com palavras vis que são lançadas injustamente contra ele. Ele pode ser ofendido verbalmente, além de ser alvo de piada e de zombaria por parte dos outros. Pelo fato de sermos cristãos, é inevitável que isso nos aconteça. O próprio Cristo sofreu esse tipo de perseguição. Nosso Senhor Jesus Cristo, de forma injusta e cruel, foi zombado e insultado por muitos, especialmente no final de sua vida. Jesus já sabia que esse tipo de perseguição o esperava (Lc 6.32). E foi exatamente o que aconteceu com Ele antes e depois de ser pendurado na cruz. Ele foi zombado pelos soldados, (Mt 27.29-31); pelos que passavam perto da cruz (Mt 27.39-40); pelos líderes religiosos (Mt 27.41-43); pelos dois ladrões que estavam ao seu lado (Mt 27.44). Ninguém foi tão insultado e zombado quanto o Senhor Jesus Cristo e nem será. No entanto, Ele afirmou que seus discípulos sofreriam perseguição por meio de insultos e zombarias. “Como o Senhor, também os servos”, Ele disse. Seus discípulos foram os primeiros a serem zombados e insultados por causa de sua fé em Cristo.
I. As casas que os Recebem
Quando entrarem em uma cidade ou aldeia deverão procurar para hospedar uma casa que seja digna. A idéia é que se escolhiam como lugar de residência uma casa de má reputação, esta circunstância podia agir como impedimento em sua tarefa. Não deviam identificar-se com ninguém que pudesse dificultar sua tarefa. Isto não quer dizer que não deviam tratar de ganhar nessas pessoas para Cristo, mas sim o mensageiro de Cristo deve ser cuidadoso na escolha de seus amigos íntimos. Quando chegavam a uma casa, deviam ficar nela até que viajarem para outra cidade. Esta recomendação tem a ver com a mais elementar cortesia. É bem possível que depois de ter chegado a um lugar e procurado alojamento nele, o mensageiro, tendo ganho alguns discípulos, se visse tentado a mudar-se a outra casa que pudesse lhe oferecer maior luxo ou comodidade ou melhor companhia. O mensageiro de Cristo nunca deve dar a impressão de que corteja as pessoas por sua posição material, ou de que age guiado pelas exigências de sua comodidade.
A recomendação sobre a saudação, que se não for recebido deve recolher-se, é tipicamente oriental. No Oriente a palavra falada é concebida de maneira tal que pode atribuir-se a ela uma sorte de existência independente e ativa. Saía da boca do que fala com a mesma realidade que uma bala sai da boca de um revólver. Esta idéia aparece em repetidas oportunidades no Antigo Testamento, especialmente quando se trata das palavras que Deus fala. Isaías ouviu que Deus dizia: "Por mim mesmo tenho jurado; da minha boca saiu o que é justo, e a minha palavra não tornará atrás. Diante de mim se dobrará todo joelho, e jurará toda língua" (Is 45.23). "Assim será minha palavra que sai de minha boca; não voltará para minha vazia mas sim fará o que eu quero, e será prosperada naquilo para que a enviei" (Is 55.11). Zacarias vê um rolo voador e ouve uma voz que lhe diz: "Esta é a maldição que sai sobre a face de toda a terra" (Zc 5.3). Até nossos dias, no Oriente, se alguém saudar outro pela rua com uma bênção e depois descobre que o outro professa uma fé diferente à sua, voltará para recolher de volta sua bênção. A idéia nesta passagem é que o mensageiro do Rei pode pronunciar sua bênção sobre uma casa, e se esta é indigna de recebê-la pode, por assim dizer, recolher sua bênção e levá-la de volta.
II. As Cidades que não os Recebem
Se em algum lugar a mensagem é rechaçada, os mensageiros do Rei devem sacudir o pó desse lugar que tiver ficado preso em suas sandálias e ir para outra parte. Para o Judeu o pó de um caminho ou lugar de gentios tinha a qualidade negativa de torná-los impuros; portanto, cada vez que um judeu cruzava o limite da Palestina, depois de ter viajado por terra de gentios, sacudia de suas sandálias o pó dos caminhos gentios, para eliminar deste modo, até a mais insignificante partícula de impureza. Jesus diz a seus discípulos: "Se alguma cidade ou vila não receber a mensagem, devem tratá-la como se fosse um lugar gentio." Devemos procurar entender claramente qual é a idéia que Jesus está tratando de comunicar:
(1) A verdade transitiva é a seguinte: Jesus não está dizendo que certas pessoas deviam ser abandonadas como se estivessem fora do alcance da mensagem do evangelho e da graça. Esta instrução é similar a de que no momento não devem dirigir-se aos gentios ou aos samaritanos. Seu significado depende da situação em que a reparte. Deve-se principalmente ao fator tempo. Os discípulos dispunham de pouco tempo; era necessário que a maior quantidade possível de pessoas ouvisse a proclamação do Reino; nesse momento não havia tempo para discutir com os discutidores ou tratar de ganhar os teimosos. Isso viria mais tarde. Naquele momento os discípulos deviam percorrer toda a região, o mais rapidamente possível, e portanto deviam prosseguir seu caminho quando sua mensagem não tinha uma acolhida imediata.
(2) A verdade permanente é a seguinte: Um dos fatos mais importantes da vida é que em geral as grandes oportunidades nos são apresentadas uma só vez, e se não formos capazes das aproveitar, perdemos definitivamente a possibilidade de fazer uso delas. Os habitantes da Palestina tinham a grande oportunidade de conhecer e aceitar o evangelho. Se não a recebiam, muito provavelmente nunca mais se lhes voltaria a oferecer.
III. As Perseguições que Viriam
A missão dos discípulos trata-se de missão perigosa, cheia de riscos, pois o mundo é hostil aos emissários de Deus. O alerta confirmar-se-ia na sorte de Jesus e, posteriormente, na perseguição sofrida pela primeira cristandade. Mas Jesus encoraja seus obreiros. Três vezes lhes diz: “Não temais!” (Mt 26,28,31). É esse o propósito da perícope, a saber: motivar para a confissão destemida de Jesus Cristo perante todo o mundo. Quem assim faz tem a promessa de que também Jesus há de confessá-lo perante o Pai celeste (Mt 10.32). Isso porque o evangelho é assunto público. Não permite ser mantido em segredo. Nenhuma oposição aos mensageiros será capaz de impedir que ele venha à luz (Mt 10.26). Consequentemente, os discípulos são encarregados de divulgar o que Jesus lhes disse às escuras (Mt 10.27). Devem tratar da “publicidade” da mensagem cristã. E não há o que temer dos “homens”. Esses podem matar apenas o corpo, não a alma, ou seja, podem destruir a vida física, mas não a pessoa. O temor é devido somente a Deus. Ele, sim, pode aniquilar o ser humano por inteiro (Mt 10.28). Enquanto isso, violência humana é limitada em seus efeitos.
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