Umas
das característica da igreja primitiva era a sua perseverança na oração. Jesus
após a sua ressurreição, ordenou aos seus discípulos que não se ausentasse de
Jerusalém, mas que esperasse a promessa do Pai de serem revestido de poder que
vinha do alto (At 1.4,5; Lc 24.49). Eles entenderam o valor dessa promessa e
voltaram do monte das Oliveiras para Jerusalém. Em seguida, se reuniram em um
senáculo para orar, mais ou menos cento e vinte pessoas (At 1.12-14).
Aguardando a promessa em oração
Todos
estes perseveravam unânimes em oração, com as mulheres, com Maria, mãe de
Jesus, e com os irmãos dele (At. 1.14).
Jesus
disse aos seus discípulos: “Eis que envio sobre vocês a promessa de meu Pai;
permaneçam, pois, na cidade, até que vocês sejam revestidos do poder que vem do
alto” (Lc 24.49). Dessa forma, eles entenderam a promessa e “aguardaram em
oração”.
Semelhantemente,
devemos aguardar as promessas de Deus que estão na Bíblia em oração. Uma das
formas para aguardar, é meditando na importância que elas tem para a vida
cristã, fazendo o mesmo que Maria sobre as afirmativas da pessoa de Cristo: “Maria, porém, guardava todas estas palavras, meditando-as no
coração.” (Lucas 2.19).
Como disse o puritano William Spurstowe
sobre o meditar nas promessas: “A ruminação e meditação minuciosas de uma
única promessa é como uma porção de comida bem mastigada e digerida, a qual
distribui mais nutrição e força ao corpo do que grandes quantidades de alimento
enfiadas goela abaixo”. [[1]] Portanto, a meditação nelas em oração nos leva a
vida de obediência a Deus, os discípulos foram obedientes porque aguardaram em
oração. Aguarde as promessas de Deus em oração e meditação.
Perseverança em Oração
Todos
estes perseveravam unânimes em oração, com as mulheres, com Maria, mãe de
Jesus, e com os irmãos dele (At. 1.14).
A
igreja primitiva era uma comunidade que perseverava na oração. A palavra
perseverar segundo Orlando Boyer significa “persistir, conservar-se firme e constante”
[[2]].
Essa igreja, não tinha apenas a característica de perseverar na oração, mas de
permanecer na doutrina dos apóstolos, na comunhão e no partir do pão (At 2.42).
Matthew Henry afirma que, aqueles irmãos esperavam o derramamento do Espírito
Santo em abundante oração. Os que estão orando são os melhor situação para
receber bênçãos espirituais. Cristo tinha prometido enviar logo o Espírito
Santo; essa promessa não devia eliminar a oração, senão vivifica-la e
alentá-la. Um grupo pequeno unido em amor, de conduta exemplar, fervoroso para
orar, e sabiamente zeloso para o progresso da causa de Cristo, provavelmente
cresça com rapidez” [[3]].
Jesus
durante o seu ministério ensinou a relevância da perseverança na oração. No
sermão da montanha, ele ensinou: “Pois todo o que pede recebe; o que busca
encontra; e, a quem bate, a porta será aberta (Mt 7.8); mostrando assim a
eficácia da perseverança. Jesus ensinou por meio de parábolas a importância da
mesma, ele relatou uma parábola de um amigo que recebeu algo porque perseverou
no seu pedido (Lc 11. 5-8). Em outra ocasião, contou uma parábola para mostrar
que devia orar sempre e nunca desanimar (Lc 18. 1-8).
Ainda
mais, temos o apóstolo Paulo que nas suas epístolas ensinou sobre a
perseverança na oração também. Escrevendo para igreja de Roma ele disse:
“Alegrem-se na esperança, sejam pacientes na tribulação e perseverem na oração”
(Rm 12.12); A igreja de Éfeso: “Orem em todo tempo no Espírito, com todo tipo
de oração e súplica, e para isto vigem com toda perseverança e súplica por
todos santos” (Ef 6.18); a igreja de Colossos: “Perseverai na oração, vigiando
com ações de graças (Cl 4.2).
Dessa
forma, fica claro que a igreja primitiva foi grandemente influenciada pelos
ensinos de Jesus sobre perseverança na oração. A prova disso, encontra-se nos
ensinos de Paulo que exorta a essa ação e a igreja primitiva colocando em
prática em suas reuniões de oração no livro de Atos.
Os benefícios da perseverança
Depois
da igreja primitiva perseverar na oração em um cenáculo, foram poderosamente
beneficiados. Primeiro, com a descida do Espirito Santo sobre suas vidas. Lucas
descreve em Atos capítulo 2 que eles estavam reunidos no mesmo lugar. De
repente veio do céu um som, como de um vento impetuoso, e encheu toda a casa
onde estava reunidos. Começaram a falar em outras línguas e foram cheios do
Espírito Santo. A promessa de Cristo havia se cumprido na vida daquela igreja, a
causa disso, porque aguardaram em oração. Segundo, receberam poder para
evangelizar. Jesus disse: “Mas vocês receberão poder, ao descer sobre vocês o
Espírito Santo, e seres minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a
Judeia e Samaria e até os confins da terra” (At 1.8). As nações que estavam em
Jerusalém foram poderosamente evangelizadas, os discípulos falaram nas línguas
das outra nações, isto é, idiomas. Fica evidente isso, no testemunho das
próprias nações (At 2.6,11); no discurso de Pedro quase 3 mil almas se
converteram a Cristo. Assim, ao permanecer em oração, aquela igreja fora
grandemente beneficiada.
Conclusão
A
igreja primitiva é o modelo de cristianismo que precisamos colocar em prática.
Atualmente, muitas igrejas não dão valor mais a oração, a evidência disso encontra-se
as reuniões de oração vazias. Os próprios ministros não oram, não pregam sobre
a oração e nem estimulam a igreja a orar. Richard Baxter, pastor puritano,
declarou sobre a oração para o ministério pastoral: “A oração precisa sustentar
nosso trabalho, bem como nossa pregação. Não prega de coração ao seu povo aquele
que não ora fervorosamente por ele. Se não persuadimos Deus a lhes dar a fé e
arrependimento, jamais o persuadiremos a crer e se arrepender” [[4]].
A
semelhança da igreja primitiva, separe com zelo tempo para orar. Medite nas promessas
de Deus, elas são um balsamo para as aflições durante a caminhada. Persevere em
oração, ela te levará aos cumprimentos das promessas bíblicas, como uma vida
cheia do Espírito Santo para vencer o pecado e evangelizar com poder.
Sidney Muniz
[1] Site
igreja Puritana Reformada em São Paulo
[2] Pequena
Enciclopédia Bíblica de Orlando Boye
[3] Comentário
Bíblico de Matthew Henry
[4]
Teologia Puritana de Joel Beeke e Mark Jones
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