sábado, 4 de abril de 2020

Comentário Bíblico Mensal: Abril/2020 - Capítulo 1 - Os Evangelhos - A Centralidade da Mensagem de Cristo




Comentarista: Anderson Ribeiro



Texto Bíblico Base Semanal: Mateus 11.25-30

25. Naquele tempo, respondendo Jesus, disse: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, que ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos.
26. Sim, ó Pai, porque assim te aprouve.
27. Todas as coisas me foram entregues por meu Pai, e ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar.
28. Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei.
29. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas.
30. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.

Momento Interação

Enquanto toda a Bíblia é inspirada por Deus (2 Tm 3.16), Ele usou autores humanos com estilos de vida e personalidades diferentes para cumprir Seus propósitos através do que eles escreveram. Cada um dos autores dos Evangelhos tinha um propósito distinto por trás do que escrevia, e ao executar esses propósitos, cada um enfatizou aspectos diferentes da pessoa e ministério de Jesus Cristo. Dessa forma, por ter quatro distintas e ao mesmo tempo exatas narrativas de Cristo, você pode ter acesso a aspectos diferentes de Sua pessoa e ministério. Cada narrativa, quando adicionada às outras três, torna-se como uma diferente linha colorida em uma bela tapeçaria e, quando tecidas juntas, formam um retrato mais completo dAquele que vai além de qualquer descrição. Apesar de que nunca vamos entender completamente tudo sobre Jesus Cristo (Jo 20.30), através do quatro Evangelhos podemos conhecer o suficiente sobre Ele para apreciar quem Ele é e o que tem feito por nós, para que possamos ter vida através de fé nEle.

Introdução

Os evangelhos são relatos da vida de Jesus, escritos pelos apóstolos ou pessoas próximas dos apóstolos. Existem quatro evangelhos na Bíblia, cada um contando a história de Jesus de uma perspetiva um pouco diferente. Os evangelhos nos mostram quem Jesus é e por que ele é importante. Durante seu tempo na terra, Jesus não escreveu nada sobre sua vida nem sobre seus ensinamentos. Mas depois que ele subiu ao Céu, os discípulos de Jesus começaram a registrar o que tinham visto e ouvido por escrito. Foi assim que surgiram os quatro evangelhos. Evangelho significa “boa notícia”. O propósito dos quatro evangelhos e contar a boa notícia sobre Jesus, o Salvador do mundo (Mc 1.1). Como cada um foi escrito por uma pessoa diferente, cada evangelho apresenta Jesus de uma perspetiva diferente, mas sem contradizer uns aos outros. Todos os evangelhos relatam a morte e ressurreição de Jesus.

I. O Evangelho de Mateus

O Evangelho de Mateus é o primeiro livro do Novo Testamento. Ele era o principal Evangelho utilizado pela Igreja Primitiva. Através do evangelho de Mateus, todo cristão verdadeiro é instruído a cumprir com gratidão o serviço de anunciar o Reino de Deus. Como acontece também com os outros Evangelhos, no livro de Mateus não consta o nome do seu autor. Porém, a tradição cristã o atribuiu a Mateus (também chamado de Levi), um dos doze apóstolo de Jesus. Após o século 18, alguns críticos começaram a contestar a autoria do primeiro Evangelho. Eles passaram a sugerir que o verdadeiro autor foi um cristão anonimo do século 1, e que talvez este tenha utilizado alguns manuscritos originalmente escritos pelo apóstolo Mateus para compor essa obra canônica.

Um dos pontos mais discutidos entre tais críticos é a dificuldade que existe com relação ao idioma em que o Evangelho de Mateus foi escrito. Existe a possibilidade de que Mateus tenha escrito sua obra em hebraico e grego. Seja como for, a verdade é que não existem argumentos realmente convincentes para que de fato a autoria do Evangelho de Mateus, pelo próprio Mateus, seja contestada. Assim, o apóstolo Mateus continua sendo o autor mais aceito entre os estudiosos, desde os mais antigos até os mais modernos. Mesmo que haja alguma dificuldade em se determinar com exatidão sua autoria, nada esconde a verdade que o próprio Espírito de Deus é o principal autor desse Evangelho.

II. O Evangelho de Marcos

O Evangelho de São Marcos foi o primeiro Evangelho a ser escrito, mais ou menos pelo ano 70 d.C. para a comunidade Cristã de Roma, que estava sendo perseguida pelo império. Ser Cristão era causa de perseguição, por isso o evangelho quer animar, confortar e dar esperança para a comunidade perseguida. O autor quer responder quem é Jesus? Para responder relata a prática de Jesus, deixando com que o leitor chegue a conclusão de que Jesus é o Messias, o Filho de Deus vivo (1.1; 8.29; 14.61; 15.39). Marcos reuniu apostilas soltas costuradas num único livro. O texto do evangelho nada fala sobre o autor. Conhecemos Marcos pelos textos do Novo Testamento. No livro dos Atos nos diz que o primeiro nome era João (At 12.12.25;14.37), filho de certa Maria cuja casa em Jerusalém servia para reuniões da comunidade. João Marcos acompanhou o trabalho missionário de Barnabé e Paulo (At 12.25;13.5). Foi causa de discussão entre os Apóstolos (At 15.37-39). Abandonou a Paulo e trabalhou com Barnabé (At 15.39) Mas as diferenças entre Paulo e Marcos não duraram muito (Cl 4.10; Fm 24; 2 Tm 4.11). Marcos esteve em Roma com Pedro (1 Pe 5.13). Ele sempre foi uma pessoa bastante atuante nas primeiras comunidades ao lado dos Apóstolos como Paulo, Barnabé e Pedro. Marcos fez um grande trabalho reunindo passagens espalhadas e soltas sobre Jesus nas primeiras comunidades dando inicio ao primeiro Evangelho.

III. O Evangelho de Lucas

Lucas, o “médico amado” (Cl 4.14), evangelista e companheiro do Apóstolo Paulo, escreveu o Evangelho de Lucas e o livro de Atos. Lucas é o único autor gentio do Novo Testamento. Ele foi aceito há muito tempo como o historiador hábil e diligente por aqueles que usaram seus manuscritos em estudos geológicos e históricos. Como um historiador, ele afirma que seu objetivo é escrever uma exposição em ordem da vida de Cristo baseada no testemunho daqueles que foram testemunhas oculares (Lc 1.1-4). Porque ele escreveu especificamente para o proveito de Teófilo, aparentemente um gentio de certa estatura, seu Evangelho foi escrito com uma audiência pagã em mente, e seu objetivo é mostrar que a fé de um Cristão é baseada em eventos historicamente confiáveis e verificáveis. Lucas se refere com frequência a Cristo como o "Filho do Homem", enfatizando Sua humanidade, e compartilha muitos detalhes que não são registrados nas narrativas dos outros Evangelhos.

IV. O Evangelho de João

O Evangelho do João, escrito pelo Apóstolo João, é diferente dos outros três evangelhos e contém muito conteúdo teológico em relação à pessoa de Cristo e o significado de fé. Mateus, Marcos e Lucas são frequentemente chamados de “Evangelhos sinópticos” por causa de seus estilos e conteúdos similares, e porque eles dão uma sinopse da vida de Cristo. O Evangelho de João não começa com o nascimento de Cristo ou Seu ministério terreno, mas com a atividade e características do Filho de Deus antes de Se tornar carne (Jo 1.14). O Evangelho de João enfatiza a divindade de Cristo, como é visto pelo fato de que ele usa frases como "o Verbo era Deus" (Jo 1.1), "o Salvador do mundo" (Jo 4.42), o "Filho de Deus" (usado repetidamente), "Senhor e...Deus" (Jo 20.28) ao descrever Jesus. No Evangelho de João, Jesus também afirma Sua divindade com várias declarações de “EU SOU” (compare com Êxodo 3.13,14). Mas João também enfatiza o fato da humanidade de Jesus, querendo mostrar o erro de uma seita religiosa de seu tempo, os Gnósticos, que não acreditavam na humanidade de Cristo. João deixa claro seu propósito principal ao escrever o evangelho: “Na verdade, fez Jesus diante dos discípulos muitos outros sinais que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram registrados para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome” (Jo 20.30,31).

Conclusão

A Bíblia, desde o início, afirma que um julgamento em um tribunal de justiça não deve ser feito contra uma pessoa na base de apenas uma testemunha, mas sim de pelo menos duas ou três (Dt 19.15). Sendo assim, ter narrativas diferentes sobre a pessoa e o ministério terreno de Jesus Cristo nos capacita a avaliar a veracidade da informação que temos sobre Ele. por ter quatro distintas e ao mesmo tempo exatas narrativas de Cristo, você pode ter acesso a aspectos diferentes de Sua pessoa e ministério. Cada narrativa, quando adicionada às outras três, torna-se como uma diferente linha colorida em uma bela tapeçaria e, quando tecidas juntas, formam um retrato mais completo dAquele que vai além de qualquer descrição. Apesar de que nunca vamos entender completamente tudo sobre Jesus Cristo (Jo 20.30), através do quatro Evangelhos podemos conhecer o suficiente sobre Ele para apreciar quem Ele é e o que tem feito por nós, para que possamos ter vida através de fé nEle.



Sugestão de Leitura da Semana: CAMPOS, Ygor. Panorama Bíblico Volume 5 - Evangelhos e Atos. São Paulo: Evangelho Avivado, 2017.

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