Comentarista: Maxwell Barbosa
Texto Bíblico Base Semanal: 2ª Coríntios 11.16-33
16. Outra vez digo: Ninguém me julgue insensato, ou então recebei-me como insensato, para que também me glorie um pouco.
17. O que digo, não o digo segundo o Senhor, mas como por loucura, nesta confiança de gloriar-me.
18. Pois que muitos se gloriam segundo a carne, eu também me gloriarei.
19. Porque, sendo vós sensatos, de boa mente tolerais os insensatos.
20. Pois sois sofredores, se alguém vos põe em servidão, se alguém vos devora, se alguém vos apanha, se alguém se exalta, se alguém vos fere no rosto.
21. Envergonhado o digo, como se nós fôssemos fracos, mas no que qualquer tem ousadia (com insensatez falo) também eu tenho ousadia.
22. São hebreus? também eu. São israelitas? também eu. São descendência de Abraão? também eu.
23. São ministros de Cristo? (falo como fora de mim) eu ainda mais: em trabalhos, muito mais; em açoites, mais do que eles; em prisões, muito mais; em perigo de morte, muitas vezes.
24. Recebi dos judeus cinco quarentenas de açoites menos um.
25. Três vezes fui açoitado com varas, uma vez fui apedrejado, três vezes sofri naufrágio, uma noite e um dia passei no abismo;
26. Em viagens muitas vezes, em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos dos da minha nação, em perigos dos gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre os falsos irmãos;
27. Em trabalhos e fadiga, em vigílias muitas vezes, em fome e sede, em jejum muitas vezes, em frio e nudez.
28. Além das coisas exteriores, me oprime cada dia o cuidado de todas as igrejas.
29. Quem enfraquece, que eu também não enfraqueça? Quem se escandaliza, que eu me não abrase?
30. Se convém gloriar-me, gloriar-me-ei no que diz respeito à minha fraqueza.
31. O Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que é eternamente bendito, sabe que não minto.
32. Em Damasco, o que governava sob o rei Aretas pôs guardas às portas da cidade dos damascenos, para me prenderem.
33. E fui descido num cesto por uma janela da muralha; e assim escapei das suas mãos.
Momento Interação
Estes ataques contra o ministério de Paulo conferem uma oportunidade para que o Espírito Santo nos dê uma ideia mais clara de suas obras e sofrimentos. Sim, ele era um ministro de Cristo e pode enumerar as provas disso: uma longa lista de sofrimentos suportados por amor ao Evangelho. Os versículos 23 a 28, 31 e 32 detalham o que o apóstolo chama em 2 Coríntios 4.17 de sua "leve e momentânea tribulação". Mas qual recurso divino o sustentava para que ele suportasse todas essas excepcionais provas? Um "eterno peso de glória" estava constantemente em seus pensamentos: Cristo na glória, sua eterna recompensa.
Queridos irmãos, retenhamos esse segredo: quanto mais tempo dedicarmos nosso pensamento ao Senhor, menos tempo teremos para pensar em nossas pequenas dificuldades - e o que elas são, comparadas às tribulações do apóstolo? Quanto maior peso o eterno amor divino tiver na balança do nosso coração, menos importância terão as circunstâncias momentâneas que nos afligem. Contudo, existe uma coisa que nunca devemos esquecer: "a preocupação com todas as igrejas" (v. 28). Esta preocupação se manifesta, em primeiro lugar, mediante as orações. Que o Senhor nos conceda um genuíno amor por Sua Igreja e por de seus membros individualmente.
Introdução
Por que nós complicamos tanto o Evangelho? Por que gostamos tanto de complicações e fórmulas mentirosas para viver? Por que será que existe tanta mentira e fingimento no meio dos irmãos? Estas são perguntas que nós devemos nos perguntar constantemente. A bíblia nos concedeu através do Espírito Santo o que foi citado na carta de Paulo aos Coríntios e, sinceramente, não sei já conseguimos entender estas palavras mesmo depois de dois mil anos de história.
A mensagem deste versículo não é mais uma falácia vazia, mas é a realidade que ecoa em nossos corações. Eva foi enganada e dissuadida pelo diabo assim como a maioria dos irmãos tem sido enganados nos nossos dias. E a forma como identificamos se estamos sendo enganados ou não pelo diabo é observar se o Evangelho é real em nós. Se vivemos a realidade daquilo que lemos, então a palavra de Deus toma forma em nossas vidas. No evangelho da cruz de Cristo não existe espaço para racionalização, existe compreensão, comunhão com o Espírito e prática da palavra de Deus. Tomar a cruz e viver ao lado de um Pai de amor até a nossa morte e assim certamente alcançaremos a ressurreição dos mortos! Glória a Deus!
O evangelho não é conhecimento ele é o poder de Deus que se manifesta através dos homens de pequena fé. Que flui através de nós como um rio. De nós, isto é, do nosso interior, fluem verdadeiros rios de água viva e estas águas certamente irão curar as pessoas à nossa volta. E uma vez unidos neste mesmo propósito e com a mesma mente e o mesmo parecer e o mesmo espírito, então este rio há de jorrar até a vida eterna. E, por fim, este rio há de crescer e inundar toda a terra. Aleluia! Esta é a promessa que vivemos.
I. A Autoridade Apostólica de Paulo
Antes de reconhecer a Autoridade, Paulo tentou acabar com a igreja (At 8.3); mas depois de se encontrar com Jesus na estrada de Damasco entendeu que era difícil recalcitrar (revoltar-se; rebelar-se, dar coices), contra os aguilhões (autoridade divina) (At 9.5) Imediatamente Paulo caiu no chão e reconheceu Jesus como Senhor. Em seguida, deu-se início ao tratamento de Paulo. O que precisava aprender aquele que tinha livre trânsito nas salas dos governadores e dos sumos-sacerdotes? O que precisava aprender aquele que fora instruído aos pés de Gamaliel, o homem mais sábio de sua época e que podia se comunicar livremente com qualquer estrangeiro do seu tempo? O que precisava aprender aquele que não parava de ameaçar e perseguir a igreja, por considerá-la a escória da humanidade?
A resposta é simples: Paulo precisava aprender a obedecer. A obediência era o ponto de partida não só para a restauração como para a confirmação da conversão de Paulo e posteriormente do seu ministério. Não nos esqueçamos de que foi ele quem escreveu a carta aos romanos. No momento em que foi salvo por Jesus, Paulo reconheceu a autoridade de Deus. Prova disso foi a sua atitude de submeter a sua vida a um cristão simples de Damasco chamado Ananias. Ananias é mencionado na Bíblia apenas uma vez. Humanamente não se tratava de um ilustre catedrático ou um respeitado homem de negócios. Era apenas um cristão cheio do Espírito Santo, cuja vida estava em total submissão a Deus.
Como pode Paulo, que era formado e capacitado dar ouvidos às Palavras de Ananias – um ilustre desconhecido? A resposta é: o conhecimento da Autoridade Espiritual. Se Paulo não tivesse tido um encontro com a Autoridade na estrada de Damasco jamais teria se sujeitado a Ananias. Isto nos faz aprender mais um princípio: Todo aquele que conhece a autoridade lida com a autoridade e não com o homem. Não consideramos o homem, mas a autoridade investida nele. Não obedecemos ao homem, obedecemos à autoridade de Deus que está nesse homem.
Isto deve responder às nossas posturas equivocadas diante de um governante calhorda, de um pai estúpido, de um líder espiritual hipócrita ou de um policial que abusa da sua autoridade. Certa vez, perguntaram a um grupo de membros de igreja: “Você é submisso aos seus líderes?”. As respostas mais comuns foram: ”Se eu achar que devo, sim”; “Se eles fizerem por onde merecer, sim”; “Se os líderes procurarem viver de acordo com a vontade de Deus, sim”. O nosso erro está em sempre atrelar a nossa obediência a homens e não a Deus. Com isso damos lugar à rebeldia, alimentamos a desordem e saímos do propósito de Deus. O que seria da família se os filhos só obedecessem aos pais que nunca cometeram erros? O que seria da nação?
II. A Prova do Apostolado de Paulo
A Segunda Carta aos Coríntios contém: uma defesa pessoal e comovente de seu apostolado e ministério cap.(1-7). o apóstolo Paulo se apresenta como apóstolo de Cristo Jesus pela vontade de Deus. É significativo ele começar com essa observação, pois alguns em Corinto questionavam se Paulo havia, de fato, sido comissionado pelo Senhor. Ele responde que não escolheu o ministério por sua própria vontade, nem foi ordenado pelos homens; antes, foi escolhido por Cristo Jesus pela vontade de Deus. Nos últimos capítulos da epístola, Paulo volta a defender seu ministério, desta vez contra os ataques dos super-apóstolos (11.5) que, do mesmo modo, são falsos apóstolos (11.3). Na qualidade de apóstolo, sua autoridade é tanto de natureza espiritual quanto soberanamente poderosa para combater o mal e o pecado. Com efeito, toda vanglória é ilegítima. É Deus quem realiza o trabalho (10.17). A aprovação do Senhor é a única que tem validade (10.18).
Ser “autêntico” é “ter origem comprovada”, “em que não há falsidade, espontâneo, real”, “que tem autoridade, válido”. Paulo sempre foi um homem autêntico, alguém que jamais escondeu as suas convicções e que as defendia em todo lugar, sob quaisquer circunstâncias. Fosse diante do Sinédrio, de César ou dos apóstolos, Paulo jamais escondeu as suas convicções e o seu modo de pensar. O preço da autenticidade é alto e, por vezes, Paulo muito sofreu por causa de seu apego à verdade (IICo 11.23-28). Aliás, ao resumir o ministério, o Senhor disse que Paulo aprenderia quanto se deve padecer pelo nome de Cristo (At 9.16). ou seja, o desprezo que sofremos, a desonra que ganhamos por parte do mundo em virtude de nossa submissão ao Senhor, pois, como nos diz Jesus: “Se o mundo vos aborrece, sabei que, primeiro do que a vós, me aborreceu a Mim” (Jo 15.18).
III. Os Sofrimentos de Paulo por amor ao Evangelho
A segunda Epístola aos Coríntios fala especificamente do cuidado da parte de Deus em preservar a doutrina, utilizando homens fiéis, como Paulo e outros, a fim de manter a integridade da palavra do senhor. Podemos afirmar que esta segunda carta é uma continuação da primeira. A segunda carta aos Coríntios, deve ter sida escrita entre os anos de 56-57 D.C., Na Macedônia. Provavelmente seu portador tenha sido Tito. Logo após ter saído de Éfeso, onde quase perdeu a vida (At.19), o apostolo foi a procura de Tito, indo encontrá-lo em terras da Macedônia (At. 20.1,2 2 Co 7.5,6). Chegando ao local, tomou conhecimento dos efeitos que sua primeira carta produzira. Então resolveu escrever a segunda, com o propósito de consolar, admoestar e prevenir os crentes contra os falsos mestres, bem como também para manter a sua autoridade apostólica (2 Co 12,13).
Apostolo Paulo, um homem temente a Deus e preocupado com a igreja da época, fugindo dos perseguidores, os quais o caçavam por pregar a palavra de Deus e seus ensinamentos, mesmo assim, sofrendo estas perseguições, ainda encontrava tempo e disposição para escrever suas cartas no sentido de conduzir a igreja a viver o evangelho ensinado por Jesus Cristo e preservar a sã doutrina. Por amor a este evangelho e temente a Deus, apostolo Paulo, passa a sofrer perseguições a ponto de ser açoitado e preso. Paulo acima descreve a perseguição que sofrera, por pregar o evangelho de Cristo e as consequências das escolhas de proclamar o amor de Cristo. Trazendo ao nosso tempo, vemos muitos crentes, abandonando as igrejas e evangelho e alegar o fracasso espiritual, devidos às lutas. Aqui aprendemos que as lutas devem nos fortalecer e leva ao entendimento que estamos percorrendo os caminhos de lutas que conduzem ao céu
IV. O Testemunho de Paulo
O Apóstolo Paulo por várias vezes enfatizou o modo como ele se conduzia perante os outros e consigo mesmo. No caso do verso ele se dirigia aos Coríntios. Em primeiro lugar vinha sua consciência para com ele mesmo, em seguida para com Deus e, finalmente, para com os homens. Assim, Paulo demonstrava ser muito rigoroso em seus pensamentos e para com sua individualidade, não admitindo que o exterior de sua pessoa refletisse outra coisa que não seu próprio interior, com as reservas normais de qualquer ser humano, claro.
Todos nós temos uma esfera de existência e de consciência só nossa, e não mostrar esse lado aos outros não é egoísmo ou defraudação, mas tão somente o resguardo da privacidade que Deus dá a cada um, e que, portanto, nos cabe. A questão de Paulo não era o seu testemunho em si, como pessoa diante de Deus, mas, sim, o testemunho do “homem Paulo” para com Deus e, por consequência, deste mesmo “homem Paulo”, que cria em Deus e Dele falava, para com os demais homens. Ele, Paulo, dizia que sua consciência estava limpa, pois que pregava o Evangelho com simplicidade, idoneidade, integridade, sinceridade, honestidade. Pode parecer algo óbvio de se dizer, mas houve e há muitos e muitos que pregam o Evangelho sem essa preocupação, e isso sem investigarmos e levarmos em conta os motivos e os interesses dessas pessoas.
Assim, antes de darmos testemunho nosso de Deus Pai aos outros, a nossa própria consciência deve dar-nos testemunho de nós mesmos, em relação à nossa posição e estado para com Deus. Parece algo sem sentido, mas não é: veja-se que nós temos presença de espírito em relação ao meio em que vivemos, logo, para que possamos falar de Deus, precisamos primeiro Nele crer, para em seguida termos consciência do que somos diante Dele, e do que devemos fazer e como nos portar. Isso é sério, e não é tão simples como se possa imaginar. O mais importante nisso tudo é contarmos com a Graça de Deus. Devemos ser quem somos (tentando melhorar, em Jesus, a cada instante), porém, empenhados em sempre dar o nosso melhor ao Senhor e aos demais, de coração aberto e com idoneidade. Sendo verdade que não temos como ser 100% transparentes com quem está à nossa volta, tenhamos consciência de que para o Senhor somos 100% transparentes, não por nós, mas por Ele, que tudo vê e sabe. O que nos mantêm firmes neste Mundo não é a nossa força, sabedoria, habilidades e/ou riquezas, mas a Graça de Deus, na qual devemos nos fiar e viver.
Conclusão
O trabalho do diabo é complicar o que é simples, colocar nas nossas vidas o que não fazem sentido no reino de Deus. Ele semeia ídolos na nossa vida e a partir deles o diabo continua nos prendendo e assim você se torna infrutífero e sem vida em si mesmo. Mas qual seria o antídoto destas mentiras e ídolos? A simplicidade pode ser a resposta. Por que será que você acha que das crianças é o reino dos Céus? As crianças são singelas e ingênuas. A palavra 'simplicidade' no grego trás este sentido de singeleza e até de ingenuidade. Mas também carrega a ideia de sinceridade como alguém que não tem do que se esconder. Não há do que se esconder de Deus e nem tampouco também tem o que se esconder dos homens, porque se pecamos, então temos advogado junto ao Pai. Mas não precisamos pecar mais, porque Deus, em Cristo, aperfeiçoou em nós o Espírito para que através do Espírito a nossa guerra fosse vencida naqueles que não andam na carne.
Quer saber se alguém é de Cristo? Veja se ela é uma pessoa singela, simples e até ingênua. Uma pessoa pura que não se mistura com a sujidade do mundo e das impurezas. Porque nós não fomos chamados para viver novamente no engano do pecado, mas para que em nossos membros reinasse a justiça de um Deus Justo. É sobre isso que o versículo trata. O Evangelho é singelo, deve ser verdadeiro e nós devemos ser verdadeiros com Deus e com os nossos irmãos. Sem máscaras, sem mentiras. Seja quente, seja frio, mas não seja morno. Seja útil nas mãos de Deus. Tenha um ardor pela santidade tamanha que o pecado será para ti uma sujeira imensa que você não ousará olhar. Essa vida é possível e está disponível, mas ela reside na simplicidade e na pureza que estão em Cristo Jesus.
Pela Graça de Deus, pois, dom gratuito e favor imerecido que nos foi e é dado constantemente, temos a obrigação, por gratidão, de sermos pessoas verdadeiras, íntegras e honestas, tendo em vista a nossa vida no Senhor e com relação à Sua Santa Palavra. Esse deve ser o testemunho de nossas consciências, nosso para nós mesmos, ininterruptamente. E depois, só depois disso acertado, então, aos outros.
Sugestão de Leitura da Semana: BARBOSA, Maxwell. Ações de Graças. São Paulo: Evangelho Avivado, 2020
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