Por Leonardo Pereira,
A realidade cristã é muito mais intensa, mais dificultosa do que as pessoas podem pensar ou imaginar. Os desafios do nosso cotidiano, a perseverança na Obra de Deus, a pregação da Palavra, orações constantes à Deus, o cuidado com a família, ensino da Palavra, o estudo bíblico, todas estas questões fora as demais que ainda não foram citadas aqui, demandam uma dedicação ao extremo, a excelência para um Deus de Excelência. Podemos muito bem ilustrar tal missão na obra de Deus como um verdadeiro cristão ao meditarmos no Evangelho de Mateus no capítulo 10. Ao convocar os seus doze discípulos para o ministério apostólico, e consequentemente, a continuidade desta belíssimo e ardoroso trabalho, o Senhor Jesus Cristo, comissiona-os a uma grandiosa obra primeiramente às pessoas de Israel (Mt 10.5-8). Alí, encontramos uma lista de como devem atuar os servos do Senhor e os desafios que surgiriam diante deles.
Aqueles que servem à Cristo fazem a Obra de Deus guiados por Cristo (Mt 10.5-8)
É o Senhor e Salvador Jesus Cristo que os chamara para tamanha obra, primeiramente em Israel, direcionando-os o caminho, aonde deviam andar e não andar, em quais cidades entrar e não entrar (Mt 10.5,6). Existem muitos que não ouvem mais ao Senhor, não tendo eles consciência do que devem fazer ou não fazer, aonde devem ir e não ir, por onde deve se caminhar ou não caminhar. A palavra de Jesus era a bússola dos apóstolos. Com Cristo na frente, tinham eles direção, objetivos e destino. Assim como os discípulos, em Cristo temos nós direção, objetivos e destino. Todo servo fiel do Senhor ouvindo à Cristo e guiado por Ele, possuem um rumo em sua vida, não fica enganado ou confuso na caminhada. Cristo deu aos seus discípulos autoridade e poder para pregar as Boas-Novas, curar os enfermos, expulsar os demônios, ressuscitar os mortos, limpar os leprosos, fazendo tudo isto no poder do Senhor sem cobrar nenhum centavo (Mt 10.7,8). Os discípulos não saíram momento algum de seus objetivos. Fizeram tudo conforme as palavras do Mestre Jesus, e assim, prosseguiram em seus ministérios para com o nosso Salvador. Não devemos ir além do que disse o Messias, ou mesmo ir menos do que Ele nos pede. Sirvamos ao Senhor com um coração quebrantado e contrito, buscando sempre a sua voz, guiados por Ele, pois assim, faremos corretamente o que Cristo nos solicita em nossas vidas.
Aqueles que servem à Cristo fazem a Obra de Deus com humildade e zelo(Mt 10.9-15)
Com exceção de Judas Iscariotes que fora o traidor que entregou o Mestre aos principais dos sacerdotes, os discípulos foram orientados pelo Senhor para que não andassem com ouro, prata e cobre em seus cintos, nem alforje, duas túnicas, nem sandálias e nem bordão (Mt 10.9,10). Isto significa naquele momento que o Senhor os levaria para uma grandiosa obra com dependência plena nEle. O Senhor Jesus Cristo estava mostrando-os e à nós hoje também (posteriormente) que aquela obra não era realizada por intermédio de algum objeto, ou mesmo que eles possuíam dependência das mesmas. Cristo os enviou para pregar o evangelho e demonstrá-lo por intermédio de obras e de palavras. Assim devemos ser nós também. Não digo aqui que não precisamos de utensílios e materiais para o nosso cotidiano, mas que a nossa suficiência provém do Senhor. E aqui encontra-se uma grande pergunta: em quem nós temos colocado a nossa dependência? nas coisas do mundo ou em Deus? Ao lermos Mateus 10.9,10 é necessário esta reflexão à nós como povo de Deus, pois nEle, e somente nEle, temos o que precisamos.
O trabalho evangelístico é extremamente árduo, desafiador e que colide de frente com o mundo em que vivemos. Nos tempos de Jesus Cristo era assim também. O Senhor deu aos seus discípulos instruções quando for realizar um trabalho missionário. Primeiramente conhecer muito bem o residente do local em que estarão hospedados, um ato prudente do Mestre para com os seus (Mt 10.11). O residente deverá ser digno e os discípulos deverão ficar naquele local até que tenha terminado o trabalho missionário ali. E m outras palavras, não deveria ser em qualquer local em que os discípulos de nosso Senhor Jesus Cristo deveria estar. O ambiente é um reflexo do ministério evangelístico, teológico e eclesiástico. Antes de entrarem na residência, deveriam os discípulos conhecer muito bem a reputação de quem os hospedarem. Isto mostra a precaução e o zelo do Mestre para com os seus. Cristo não os deixaria em situações conflitantes, antes, alerta-os para estarem em locais seguros, de maneira que a mensagem do Reino dos Céus seja ecoada da residência até os demais judeus. Vigiemos quanto ao local em que nos encontramos. O ambiente pode ser tanto bênçãos em nossas vidas quanto prejudiciais na caminhada cristã. Isto se reflete muito nos versículos 12 à 15. Dependendo da residência, poderia ter sobre ela a Paz de Cristo ou não, se as mesmas escutam ou não a Palavra do Senhor, o que certamente mostra a realidade do mundo atual, quando muitos não possuem a Paz de Cristo Jesus, por não receber nos lares a mensagem do Reino dos Céus.
Aqueles que servem à Cristo fazem a Obra de Deus apesar das provações (Mt 10.16-20)
Em conversas com amigos e pastores sobre assuntos referentes à obra de Deus, geralmente muitos deles diziam sempre a mesma frase: "Muitos querem ir para o céu, mas não querem sofrer pela causa de Cristo". Ainda que em momentos de descontração este assunto venha sempre à tona, é necessário dizer que o Senhor e Salvador Jesus Cristo, foi e é, o homem mais sincero da terra no que concerne ao transmitir aos seus discípulos as questões sobre o ministério, obra, privações e aflições. Primeiramente, ele disse aos seus que deveriam eles terem muito cuidado dos homens (pessoas), pois eles por não darem ouvidos à mensagem do Reino dos Céus, os entregariam aos líderes judaicos e os fariam sofrer (Mt 10.16), os enviando como ovelha no meio de lobos, tipologia perfeita para ilustrar a condição de muitos líderes da época (sacerdotes, escribas, fariseus) usando a religião como desculpa para esses mesmos líderes cometerem grandes atrocidades em nome de Deus, fato este que culminou na morte do Messias. Não somente estes levariam os servos do Senhor aos líderes religiosos, mas também à líderes e governadores de nações, para dar-lhes o testemunho do Filho de Deus.
Mas, apesar das agruras e provações vorazes que haveremos de enfrentar, assim com os discípulos enfrentaram, temos em Cristo confiança plena no controle de todas as condições de nossas vidas. Jesus disse que quando os seus discípulos forem ser entregues diante das autoridades, não seriam eles que falariam deles mesmos, mas o Espírito de Deus é que haveria de guiá-los no falar como convém(Mt 10.19,20). Cristo não deixa os seus discípulos sozinhos ou abandonados diante das provações. É o Senhor que pelo Espírito de Deus nos instrui o que falar o que convém. Com Cristo, haveremos de fazer e falar não o que nossas mentes e corações almejam falar, mas sim, o que o Espírito de Deus nos guiar para darmos testemunha do Cristo Ressurreto aonde quer que estejamos. Esta é a Palavra de Cristo em nossas vidas: presença constante na caminhada deste maravilhoso discipulado (Mt 10.20; 28.20).
Referências:
Bíblia Sagrada. Almeida Revista e Corrigida. São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 2009.
CAMPOS, Ygor; PEREIRA, Leonardo; SILVA, Oliveira. Comentário Bíblico Evangelho Avivado Volume 2 - Novo Testamento. São Paulo: Evangelho Avivado, 2020.
CAMPOS, Ygor. Panorama Bíblico Volume 5 - Evangelhos e Atos. São Paulo: Evangelho Avivado, 2017.
GONÇALVES, Matheus. O Evangelho do Médico Amado. São Paulo: Evangelho Avivado, 2019.
RIBEIRO, Anderson. A Obra Gloriosa da Evangelização. São Paulo: Evangelho Avivado, 2018.
RIBEIRO, Anderson. A Mensagem de Cristo. São Paulo: Evangelho Avivado, 2020.
SILVA, Oliveira. A Missão dos Discípulos de Cristo. São Paulo: Evangelho Avivado, 2018.
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