O que é o Fruto do Espírito?
Antes de falarmos sobre o fruto do Espírito, precisamos saber que nos versículos anteriores (Gl 5.19-21) o apóstolo Paulo falou sobre os perigos das obras da carne. Essas obras são uma seleção de práticas pecaminosas decorrentes da natureza decaída do homem. O fruto do Espírito é mencionado dentro de um capítulo onde Paulo faz uma exposição acerca da liberdade que há em Cristo. Ele fornece uma contraposição com as restrições impostas pelo legalismo que estava sendo pregado na comunidade cristã da Galácia. Além disso, o apóstolo enfatizou que o julgo da Lei não é capaz de fazer com que alguém viva de acordo com a vontade de Deus, mas que somente através do Espírito Santo o homem é capacitado a viver uma vida que agrada ao Senhor.
O pano de fundo dos ensinos desse capítulo é a intensa luta entre a carne e o Espírito. O Espírito abomina os desejos da carne, e a carne, por sua vez, rejeita as coisas em que o Espírito nos conduz. Assim, o fruto do Espírito é o bem que nos faz vencer o mal. É o resultado natural de uma nova vida, uma vida regenerada, uma vida que reflete o novo nascimento, a vida no Espírito. Também é importante não confundir o fruto do Espírito com os dons especiais que o Espírito Santo concede a algumas pessoas e que devem ser utilizados a serviço da Igreja de Cristo. O fruto do Espírito é um conjunto de capacitações que todos os redimidos recebem.
Considerações sobre o Fruto do Espírito
É interessante notar que quando o apóstolo fala dessas capacitações ele utiliza o singular, “fruto do Espírito”, ao invés do plural, “frutos do espírito”. Já quando ele escreve sobre as práticas pecaminosas, ele utiliza o plural, “as obras da carne”. Muitas especulações já foram feitas na tentativa de explicar o porquê disto. A melhor de todas elas defende que isso acontece porque, diferentemente das obras da carne, o fruto do Espírito é uma unidade. Isso significa que todas as capacitações pertencem a um único fruto.
Não somos nós que produzimos esse fruto, mas o Espírito Santo que o produz em nós. Ele assim o faz de um modo em que uma virtude está diretamente ligada a outra. Por tanto, essas virtudes são indivisíveis e juntas formam “o fruto”. Pense em cada virtude como sendo gomos de um mesmo fruto. Também facilita o nosso entendimento quando conseguimos entender que o amor é à base de todas as outras virtudes citadas. Se não houver amor, é impossível que se tenha verdadeira alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Podemos dizer que o fruto do Espírito é o amor seguido necessariamente pelas outras oito preciosas virtudes citadas.
Essa não foi a única vez em que o apóstolo utilizou uma metáfora relacionada à produção agrícola para se referir a conduta esperada dos verdadeiros cristãos (Rm 6.22; Ef 5.9; Fp 1.11). Encontramos também em outras passagens bíblicas o mesmo princípio. Um exemplo disto é a pregação de João Batista que enfatizava que o arrependimento verdadeiro produz fruto visível de mudança de comportamento (Mt 3.8; Lc 3.8).
Referências:
GOMES, Osiel. As Obras da Carne e o Fruto do Espírito. Rio de Janeiro: CPAD, 2016.
GOMES, Eliezér. Batalha Espiritual. São Paulo: Evangelho Avivado, 2019.
Bíblia Sagrada. Almeida Revista e Corrigida. São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 2009.
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