terça-feira, 9 de março de 2021

Jesus Abriu o Caminho

 




Por Leonardo Pereira



A História de praticamente todos os povos inclui relatos da coragem de desbravadores, pessoas que enfrentaram perigos e obstáculos para abrir caminhos que outros seguiriam nos séculos seguintes. Sejam os homens que enfrentaram os mares, aqueles que abriram caminhos pelas florestas, ou os primeiros a escalarem grandes montanhas, os desbravadores acharam ou criaram caminhos que outros continuam seguindo. Mas nenhum dos nossos trajetos terrestres pode se comparar com a nossa jornada eterna. Jesus disse que é difícil acertar o caminho (Mt 7.13,14). Mas, ele não nos deixou desamparado. Quando ele preparou os apóstolos para sua partida, ele oferece estas palavras de conforto: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14.6). Em vários aspectos da nossa vida espiritual, Jesus abriu o caminho e mostrou como devemos andar. Vamos ver alguns exemplos do trabalho deste grande desbravador.

Ele mostrou como amar

O amor é fundamental na nossa jornada para a eternidade. Jesus resumiu a lei divina em dois mandamentos: amar a Deus e amar ao próximo (Mt 22.36-40). O amor é a decisão de fazer o que é melhor para a pessoa amada, e assim se tornou uma ordem de Deus para nós. Se a pessoa não amar a Deus ou não amar ao próximo, ela peca contra Deus. Se o homem não amar a sua mulher e procurar o bem dela, ele peca contra Deus (Ef 5.25). O ensinamento de Jesus é tão elevado que nos chama a amar os nossos inimigos (Mt 5.43-45). A pessoa que odeia peca contra o Criador do céu e da terra. Observamos nestes exemplos que o amor divino é a base do nosso amor. O apóstolo João explica: “Nós amamos porque ele nos amou primeiro” (1 Jo 4.19). É interessante que o mesmo capítulo, um dos trechos mais bonitos sobre o amor, não trata o amor como sentimento emocional, mas como dever a ser cumprido (1 Jo 4.11). É por isso que entendemos que o amor é uma escolha e que a falta de amor é pecado.

Ele mostrou como obedecer

A obediência é essencial para chegar à presença de Deus. Quando Jesus estava aqui na terra, ele precisou ser obediente ao Pai para voltar à presença dele. Ele o fez com prazer, valorizando a recompensa de estar novamente junto ao Pai: “...olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus” (Hb 12.2). O mesmo livro diz: “Jesus, ... embora sendo Filho, aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu e, tendo sido aperfeiçoado, tornou-se o Autor da salvação eterna para todos os que lhe obedecem” (Hb 5.7-9). Aprendemos obedecer porque Jesus foi obediente.

Ele mostrou como servir

Seguindo Jesus, o perfeito Servo do Senhor, devemos nos dedicar ao serviço a Deus e aos outros. Jesus repreendeu a tendência dos discípulos a concorrerem para posições de honra: “Mas entre vós não é assim; pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva; e quem quiser ser o primeiro entre vós será servo de todos. Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos” (Mc 10.43-45). O verdadeiro discípulo coloca as necessidades dos outros acima das suas próprias (Rm 12.10-18).

Ele mostrou como ser crucificado

Alguns dos seguidores de Jesus foram literalmente crucificados. Mas todos os seguidores precisam ser crucificados com ele no sentido espiritual. Paulo disse: “Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim” (Gl 2.19b-20). Jesus abriu mão da vida aqui na terra para nos salvar. Nós abrimos mão dos prazeres carnais desta vida para lhe agradar, deixando ele viver em nós.

Ele mostrou como ser sepultado e ressuscitado

Após a sua morte, Jesus foi sepultado e, então, ressuscitado para uma nova vida. Paulo disse que nós imitamos este exemplo no batismo. Morremos ao pecado, somos sepultados nas águas do batismo, e ressuscitamos para a nova vida, deixando os pecados para trás (Rm 6.3-7). Observamos a sequência das coisas que Jesus fez e seguimos seu exemplo. Ele passou da morte pelo sepultamento para alcançar a nova vida. Nós passamos da morte pelo batismo para alcançara nova vida. É incrível como muitos distorcem a simplicidade deste ensinamento, até afirmando que a salvação (a nova vida) vem antes do batismo (o sepultamento). Mas, as pessoas que querem chegar à presença do Pai seguem o exemplo de Jesus e são batizadas para a remissão dos pecados (cf. At 2.38; Mc 16.16; At 22.16).

Ele mostrou como ser a plenitude de Deus

Jesus é “o resplendor da glória e a expressão exata” do Pai (Hb 1.3; Jo 14.7-10). Nele, reside toda a plenitude de Deus (Cl 1.19; 2.9). Da mesma maneira que ele reflete a perfeição de Deus, o povo dele (a igreja) é “a plenitude daquele que a tudo enche em todas as coisas” (Ef 1.22,23). Devemos viver de um modo que os outros possam ver a glória de Deus em nossas vidas.

Ele mostrou como aceitar a perseguição

Quando Jesus orientou os apóstolos sobre os desafios do seu trabalho, ele disse: “O discípulo não está acima do seu mestre, nem o servo, acima do seu senhor. Basta ao discípulo ser como o seu mestre, e ao servo, como o seu senhor. Se chamaram Belzebu ao dono da casa, quanto mais aos seus domésticos?” (Mt 10.24,25). A perseguição é um fato de vida para o cristão. “Ora, todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos” (2 Tm 3.12). Jesus não somente nos conduz num caminho que inclui perseguições, ele nos mostra como reagir: “...Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos exemplo para seguirdes os seus passos, o qual não cometeu pecado, nem dolo algum se achou em sua boca; pois ele, quando ultrajado, não revidava com ultraje; quando maltratado, não fazia ameaças, mas entregava-se àquele que julga retamente” (1 Pe 2.21-23).

Ele mostrou como vencer

Jesus nos livrou do pecado e da morte, porque ele venceu estes inimigos do homem. Ele enfrentou todas as nossas tentações, mas não cedeu a nenhuma (Hb 4:15). Desta maneira, ele se capacitou para ser o sacrifício perfeito e eficaz (Hb 9.12,14; 10.12,14). A vitória de Jesus é a base da nossa vitória sobre as tentações e obstáculos desta vida. Paulo perguntou sobre os eleitos de Deus: “Quem os condenará? É Cristo Jesus quem morreu ou, antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus e também intercede por nós.... Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou” (Rm 8.34,37). No mesmo capítulo, ele pergunta: “Se Deus é por nós, quem será contra nós?” (8.31). Um outro apóstolo fez outra pergunta parecida: “Quem é que vence o mundo, senão aquele que crê ser Jesus o Filho de Deus?” (1 Jo 5.5). Se não vencermos, será porque não seguimos o nosso Senhor vencedor!

Ele mostrou como ser ressuscitado

Quando Jesus rompeu os grilhões da morte (At 2.24), ele abriu o caminho para a nossa ressurreição para a vida eterna. O homem não vive mais sujeito ao domínio da morte (Hb 2.14,15). Jesus foi ressuscitado para possibilitar a nossa ressurreição: “Mas, de fato, Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo ele as primícias dos que dormem....Cada um, porém, por sua própria ordem: Cristo, as primícias; depois, os que são de Cristo, na sua vinda” (1 Co 15.20,23).

Ele mostrou como entrar no céu

Os apóstolos ficaram tristes e angustiados com a notícia da partida de Jesus. Mas ele ofereceu conforto, dizendo que iria na frente preparar lugar para eles e para todos que seguem o único caminho que leva ao Pai (Jo 14.1-6). Alguns ainda acreditam que a morte física marca o fim da existência do homem. Outros pregam que o alvo do servo do Senhor é habitar eternamente na terra. Mas Jesus nos preparou uma morada celestial, e nos mostrou como entrar no céu. O livro de Hebreus explica claramente que o discípulo de Cristo deve se esforçar para alcançar a recompensa no céu. Jesus entrou no descanso, penetrando o céu para estar na presença do Pai (4.10,14). Deus disse que nós devemos nos esforçar por entrar no mesmo descanso (4.11). A pessoa que não busca a vida eterna no céu não é discípulo do Senhor. Devemos correr para o refúgio, “a fim de lançar mão da esperança proposta; a qual temos por âncora da alma, segura e firme e que penetra além do véu, onde Jesus, como precursor, entrou por nós” (Hb 6.18-20).

Conclusão

Jesus Cristo é o maior de todos os desbravadores. Outros, por sua coragem e persistência, abriram caminhos aos mares e aos continentes, ou até a lugares fora deste planeta. Mas Jesus abriu o caminho para o céu, nos oferecendo uma habitação segura e eterna na presença do Pai. Vamos aprender dele e segui-lo, “olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus” (Hb 12.2).


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