sábado, 29 de janeiro de 2022

Comentário Bíblico Mensal: Janeiro/2022 - Capítulo 5 - A Ressurreição de Jesus

 




Comentarista: Henrique Lins



Texto Bíblico Base Semanal: Mateus 28.1-10


1. E, no fim do sábado, quando já despontava o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro.

2. E eis que houvera um grande terremoto, porque um anjo do Senhor, descendo do céu, chegou, removendo a pedra da porta, e sentou-se sobre ela.

3. E o seu aspecto era como um relâmpago, e as suas vestes brancas como neve.

4. E os guardas, com medo dele, ficaram muito assombrados, e como mortos.

5. Mas o anjo, respondendo, disse às mulheres: Não tenhais medo; pois eu sei que buscais a Jesus, que foi crucificado.

6. Ele não está aqui, porque já ressuscitou, como havia dito. Vinde, vede o lugar onde o Senhor jazia.

7. Ide pois, imediatamente, e dizei aos seus discípulos que já ressuscitou dentre os mortos. E eis que ele vai adiante de vós para a Galiléia; ali o vereis. Eis que eu vo-lo tenho dito.

8. E, saindo elas pressurosamente do sepulcro, com temor e grande alegria, correram a anunciá-lo aos seus discípulos.

9. E, indo elas a dar as novas aos seus discípulos, eis que Jesus lhes sai ao encontro, dizendo: Eu vos saúdo. E elas, chegando, abraçaram os seus pés, e o adoraram.

10. Então Jesus disse-lhes: Não temais



Momento Interação

A ressurreição de Jesus foi o evento mais importante da história da humanidade. A ressurreição de Cristo é uma doutrina fundamental para a Fé Cristã. Sem a ressurreição de Jesus não há Evangelho, não há Cristianismo, não há Igreja, não há salvação e não há esperança de vida eterna. Se alguém se diz cristão, mas nega que literalmente Jesus ressuscitou dos mortos, então essa pessoa pode ser qualquer coisa, menos um cristão genuíno. A história da ressurreição de Jesus está registrada nos quatro Evangelhos (Mt 28.1-8; Mc 16.1-8; Lc 24.1-10; Jo 20.1-8). Um túmulo, uma pedra, ou qualquer outra barreira não podia mais mantê-lo prisioneiro. Naquele domingo, antes do romper da manhã, Jesus saiu daquele túmulo como vencedor sobre a morte e o inferno.

Introdução

O ponto central do Evangelho é a ressurreição de Jesus. Só por meio da morte e ressurreição de Cristo temos acesso ao Pai, temos salvação, vida eterna, se crermos (Jo 3.16). Se Jesus não tivesse ressuscitado, seria em vão a pregação, a fé e não haveria esperança de vida eterna, não haveria salvação, como diz o apóstolo Paulo em 1 Coríntios 15.14-17. Com a ressurreição de Jesus, todo crente teve vitória. É importante, pois assim há vitória sobre o pecado e sobre a morte. Jesus ressuscitou e, com isso fomos ressuscitados com Ele (Ef 2.6), fomos justificados (Rm 4.25) e a morte não tem vitória sobre o crente (Jo 11.25). Portanto, Jesus ressuscitou para que todo crente fosse justificado, resgatado, tivesse salvação e vida eterna por meio Dele (Rm 4.25; Jo 3.16).

Podemos encontrar os versículos sobre a ressurreição de Cristo em: Mateus 28.1-20, Marcos 16.1-20, no capítulo 24 de Lucas, João 20.1-21 e em Atos dos Apóstolos 1.1-11. Os episódios registrados na Bíblia sobre testemunhas que viram Jesus ressuscitado foram diversos, começando com Maria Madalena em João 20.16-18. Apareceu também aos discípulos enquanto caminhavam para o povoado de Emaús (Lc 24.13-15). Em João 20.19-23, Jesus apareceu aos discípulos, sem a presença de Tomé, entretanto em João 20.24-29, novamente Jesus apareceu e desta vez Tomé estava presente.

Em João 21, Jesus apareceu aos seus discípulos à margem do mar de Tiberíades e também no monte da Galiléia (Mt 28.16-20). Ainda assim, muitas pessoas viram Jesus ressuscitado (Mt 28.5-9; Mc 16.9; Lc 24.13-34; At 1.6-8; 1 Co 15.5-7). A ressurreição de Cristo veio cumprir e revelar as profecias e o poder de Deus. Jesus veio para cumprir as profecias (Mt 5.17). Os relatos em Isaías e outras profecias ligados à ressurreição de Jesus foram cumpridas (Is 50.6; 53.5). Alguns temas importantes ligados à ressurreição de Cristo que trouxeram um significado para todos, sendo eles: salvação, pois fomos resgatados por Jesus da morte espiritual por causa do pecado; fomos libertos pela verdade, temos paz em Jesus, temos vitória em Cristo e temos vida eterna.

I. Jesus Ressuscita ao Terceiro Dia

O primeiro evento da ressurreição de Jesus aconteceu na madrugada do domingo. Mateus descreve que, os guardas que guardavam a entrada do túmulo foram surpreendidos por um terremoto, causado por um anjo que desceu do céu (Mt 28.2-4). Ele, pousou à entrada do sepulcro e rolou a pedra. Obviamente, os guardas ficaram tremendo de medo e desmaiaram do susto.Enquanto isso, as mulheres que seguiam a Jesus, estavam a caminho do sepulcro com o objetivo de cuidar do corpo morto do Mestre. Mas chegando lá, foram recebidas pelo anjo que lhes disse que o Senhor havia ressuscitado (Mt 28.1; Mc 16.1-4; Lc 24.1-3; Jo 20.1).

Surpreendida com o fato, Maria Madalena saiu correndo. Seu objetivo era encontrar Pedro e João e lhes contar a MARAVILHOSA NOTÍCIA (Jo 20.1,2). As outras mulheres permaneceram no sepulcro e foram surpreendidas com a chegada de um segundo anjo. Eles se colocaram ao lado delas, o que lhes causou grande susto e perguntaram o que elas estavam procurando Jesus entre os mortos? O anjo assegurou que o Senhor não estava mais ali, pois havia ressuscitado e estava indo para a Galileia, como havia dito antes que tudo isso acontecesse (Lc 24.4-8).

Enquanto isso, atordoados e cheios de expectativa, estavam Pedro e João correndo a caminho do sepulcro. João chegou primeiro, e ficou olhando da entrada do túmulo. Pedro, chegou em seguida e entrou no sepulcro. Ele percebeu os as faixas de linho e o lenço que estava envolto ao corpo do Mestre. Observando a cena e as evidências, João foi convencido de que Jesus havia ressuscitado, mesmo sem saber direito o que estava acontecendo (Lc 24.12; Jo 20.3–10). O relacionamento entre Jesus e Maria Madalena é intenso. Ele era horrivelmente afligida por sete demônios havia muito tempo. Tendo a encontrado, o Senhor Jesus a curou e libertou da opressão do Diabo (Lc 8.2). Desde então, ele se tronou seguidora do Mestre.

Havia um turbilhão de sentimentos inundando a todos e com ela, não era diferente. Depois que convenceu Pedro e João a virem ao sepulcro, Madalena começou a refletir sobre o que havia acontecido. Ela não acreditava ainda que o Senhor havia ressuscitado. Isso fica ainda mais evidente, quando na porta do sepulcro, ela foi questionada por dois anjos sobre o motivo de estar de chorando. Maria Madalena respondeu “Levaram embora o meu Senhor”, respondeu ela, “e não sei onde o puseram”” (Jo 20.13). Em seguida, ela se virou e outro “personagem” lhe perguntou porquê estava chorando.

Pensando que era o jardineiro, Madalena respondeu “Se o senhor o levou embora, diga-me onde o colocou, e eu o levarei” (Jo 20.15). O “jardineiro” era na verdade o Senhor Jesus ressurreto, que lhe disse: “Maria!”. O som inconfundível da voz de amor do Mestre, a fez compreender. ERA JESUS! Maria Madalena, exclamou em aramaico Rabôni! (Mestre). Com certeza ela quis abraçá-lo e chamar todo mundo para vê-lo vivo. Mas o Senhor a orientou de uma maneira diferente. Disse-lhe que voltasse ao discípulos e contasse o que tinha acontecido (Mc 16.9-11; Jo 20.11-18). Madalena foi a primeira pessoa a ver Jesus ressurreto. Não sem razão. Sua devoção e amor, eram inconfundíveis e incomparáveis.

II. Jesus aparece à muitos

Estavam os guardas que estavam guardando o túmulo e desmaiaram com a chegada do anjo. Ao recobrar os sentidos, eles foram até os chefes dos sacerdotes para dizer o que havia acontecido. Tendo dito tudo, os sacerdotes os orientaram a mentir, dizendo que os discípulos haviam roubado o corpo enquanto eles estavam dormindo, o que era uma história absurda para qualquer soldado, ainda mais para a elite romana. Mas os soldados sabiam que isso poderia custar suas vidas, Roma não tolerava este tipo de erro. Mas sobre isso os sacerdotes também lhes deram segurança, dizendo que falariam com o Governador se fosse necessário.

Para selar o acordo, deram uma grande quantia em dinheiro, e espalharam esta versão da história da ressurreição de Jesus. Inacreditavelmente, essa é a versão na qual eles acreditam ainda hoje. Não reconhecendo que Jesus Cristo é o Messias (Mt 28.11-15). A terceira aparição do Senhor Jesus ressurreto foi a Simão Pedro. O relato é feito pelo apóstolo Paulo em 1 Coríntios 15.5. Contudo, não há muitos detalhes de como isso aconteceu. Mas é fato, que após a Sua ressurreição, o Senhor apareceu primeiro a Pedro, depois aos outros.            

III. Jesus proclama o Ide aos seus Discípulos

Antes subir ao céu, Jesus deu a seguinte ordem: “Portanto ide e fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo” (Mateus 28:19). Este versículo é um dos mais conhecidos da Bíblia. Ele é muito lembrado principalmente quando o assunto é a evangelização. Embora sua aplicação sirva corretamente a esse propósito, poucas pessoas conhecem um detalhe interessante nessa passagem. Por conta disto, ultimamente é comum ver pessoas interpretando e aplicando a frase “ide e fazei discípulos” de uma forma equivocada. É comum ouvir alguém dizer que temos que fazer o “ide” que Jesus ordenou, porque o “ide” é a tarefa da Igreja. Normalmente quando se interpreta esse versículo, a ênfase é colocada sempre no “ide”. O mesmo acontece com a passagem correlata em Marcos, onde geralmente é destacado o “ide por todo o mundo” (Mc 16.15).

Confesso que nunca tinha visto problema nessa interpretação até que certa vez fui questionado por uma aluna acerca de um “excelente” trabalho evangelístico que uma determinada denominação estava realizando. O problema é que tal denominação é um centro de heresias. Ao expor a essa aluna a verdade sobre as heresias pregadas por tal denominação, ela me respondeu o seguinte: “Ah, pelo menos eles estão fazendo o ide que o Senhor ordenou”. Foi aí que eu percebi que talvez houvesse um problema com essa interpretação tão popular. Minha resposta para ela foi em forma de outra pergunta, a mesma que agora repito para você que está lendo este texto: Qual é o verdadeiro significado desse “ide”?

O problema não está no entendimento do significado do “ide” ou na forma com que ele é aplicado. O problema está na falta de compreensão acerca do que realmente é a ordem “fazei discípulos”. Qualquer um pode “ir”. Uma seita pode ir. Uma denominação que prega heresias pode ir. Até mesmo um incrédulo pode ir! Mas o “fazei discípulos” é que não é para qualquer um. Para que não houvesse dúvida, o próprio Jesus nos esclarece que é somente pela pregação do Evangelho que podemos fazer discípulos (Mc 16.15). Sem o Evangelho verdadeiro é possível fazer espectadores para os cultos. É possível fazer público para as apresentações da igreja. É possível fazer consumidores para o mercado gospel, clientes para as “campanhas santas”, e ativos para o relatório financeiro do mês. Só não será possível fazer discípulos como Jesus ordenou.

Conclusão

Somente a mensagem que expõe a verdade sobre o pecado e aponta para o Cristo ressuscitado é que pode gerar discípulos verdadeiros para o reino de Deus. Essa mensagem não é seletiva. Ela não está interessada em quem pode oferecer mais ou menos. Ela não está fundamentada no mérito humano. Mas essa mensagem iguala todos os pecadores à condição de inimigos de Deus, a menos que sejam reconciliados com Ele através de Cristo. Daí entendemos o ordem: “Ide e fazei discípulos de todas as nações”.

O povo comprado por Cristo provém de todos os povos, línguas e nações. Estes discípulos então devem ser batizados como sinal de que foram regenerados, remidos de seus pecados e unidos com Cristo. Apenas ir não basta. A ordem do Mestre é que façamos discípulos. Como faremos isto? Simples! Indo pelo mundo, pregando o Evangelho! Até podemos continuar encarando o “ide” como imperativo, desde que esse nosso “ir” necessariamente resulte no “ir” de pecadores a Cristo através da Palavra genuína.

Recomendação de Leitura da Semana: BARROS, Emanuel; SOUZA, Éverton. O Progresso do Evangelho. São Paulo: Evangelho Avivado, 2018.


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