Capítulo 2: Lembranças dos Benefícios do Senhor

 




Texto Bíblico Base Semanal: Deuteronômio 8.1-20


1. Todos os mandamentos que hoje vos ordeno guardareis para os cumprir; para que vivais, e vos multipliqueis, e entreis, e possuais a terra que o SENHOR jurou a vossos pais.

2. E te lembrarás de todo o caminho, pelo qual o Senhor teu Deus te guiou no deserto estes quarenta anos, para te humilhar, e te provar, para saber o que estava no teu coração, se guardarias os seus mandamentos, ou não.

3. E te humilhou, e te deixou ter fome, e te sustentou com o maná, que tu não conheceste, nem teus pais o conheceram; para te dar a entender que o homem não viverá só de pão, mas de tudo o que sai da boca do Senhor viverá o homem.

4. Nunca se envelheceu a tua roupa sobre ti, nem se inchou o teu pé nestes quarenta anos.

5. Sabes, pois, no teu coração que, como um homem castiga a seu filho, assim te castiga o Senhor teu Deus.

6. E guarda os mandamentos do Senhor teu Deus, para andares nos seus caminhos e para o temeres.

7. Porque o Senhor teu Deus te põe numa boa terra, terra de ribeiros de águas, de fontes, e de mananciais, que saem dos vales e das montanhas;

8. Terra de trigo e cevada, e de vides e figueiras, e romeiras; terra de oliveiras, de azeite e mel.

9. Terra em que comerás o pão sem escassez, e nada te faltará nela; terra cujas pedras são ferro, e de cujos montes tu cavarás o cobre.

10. Quando, pois, tiveres comido, e fores farto, louvarás ao Senhor teu Deus pela boa terra que te deu.

11. Guarda-te que não te esqueças do Senhor teu Deus, deixando de guardar os seus mandamentos, e os seus juízos, e os seus estatutos que hoje te ordeno;

12. Para não suceder que, havendo tu comido e fores farto, e havendo edificado boas casas, e habitando-as,

13. E se tiverem aumentado os teus gados e os teus rebanhos, e se acrescentar a prata e o ouro, e se multiplicar tudo quanto tens,

14. Se eleve o teu coração e te esqueças do Senhor teu Deus, que te tirou da terra do Egito, da casa da servidão;

15. Que te guiou por aquele grande e terrível deserto de serpentes ardentes, e de escorpiões, e de terra seca, em que não havia água; e tirou água para ti da rocha pederneira;

16. Que no deserto te sustentou com maná, que teus pais não conheceram; para te humilhar, e para te provar, para no fim te fazer bem;

17. E digas no teu coração: A minha força, e a fortaleza da minha mão, me adquiriu este poder.

18. Antes te lembrarás do Senhor teu Deus, que ele é o que te dá força para adquirires riqueza; para confirmar a sua aliança, que jurou a teus pais, como se vê neste dia.

19. Será, porém, que, se de qualquer modo te esqueceres do Senhor teu Deus, e se ouvires outros deuses, e os servires, e te inclinares perante eles, hoje eu testifico contra vós que certamente perecereis.

20. Como as nações que o Senhor destruiu diante de vós, assim vós perecereis, porquanto não queríeis obedecer à voz do Senhor vosso Deus.


Momento Interação

Deus não nos permite enfrentar desertos para que sejamos derrotados. Não é esse o propósito dos desertos que enfrentamos. Deus quer nos ver vencer em meio aos desertos. É como se Ele ficasse torcendo pela nossa vitória, pelo nosso sucesso, pois Ele nos criou com a grande capacidade de vencer as lutas da vida, de superar obstáculos, levantar-se em meio às quedas. Tudo isso faz parte da vida. Em Deuteronômio 8 somos exortados a nos lembrar de tudo o que o Senhor já fez e como nos conduziu pelos diversos caminhos da vida. Tanto os bons, quanto os maus momentos devem ser encarados como treinamento, aperfeiçoamento, pois por meio dele o Senhor Deus quer conhecer as nossas verdadeiras intenções.

Muitos crentes dizem que são capazes de dar a vida pelo Senhor, mas na hora da provação o negam com suas atitudes, assim como fez Pedro. Um dos objetivos das provações é exatamente este, revelar quem realmente somos, para que tenhamos a consciência de que é preciso melhorar. Além disso, somos exortados a não nos esquecer do Senhor quando a provação finalmente tiver passado e formos introduzidos na terra da promessa. Não é incomum que o crente seja submisso e profundamente dedicado, enquanto as coisas vão mal, e se desviar dos mandamentos do Senhor quando está tudo indo mal. Neste capítulo, a grande lição é para que tenhamos em mente, sempre, os mandamentos do Senhor e Sua bondade, para que não nos desviemos deles e sejamos expulsos da terra da promessa.

Introdução

Depois de concluir o decorrer da jornada e a imensa responsabilidade de modo virtuoso e agradável ao Senhor, Moisés proferiu uma série de discursos recapitulando os eventos das duas últimas semanas próximas à despedida de Moisés ao Povo de Israel (cf. Dt 1-7). Além de exortá-los a lembrarem-se da jornada no deserto, o grande legislador recorda-os de observarem as leis do Senhor, além da sua graça e poder divino manifestado entre eles. No estudo desta semana, veremos a exortação de Moisés sobre o povo hebreu conservar de maneira plena a sua preciosa aliança para com o Senhor.

I. Guardando os Mandamentos do Senhor

Sem os estatutos, a nação de Israel iria se perder já em pleno Egito, à começar pelo sangue nos umbrais das casas hebreias residentes em terra estrangeira. Ao reafirmar a fidelidade do povo para com o Senhor, através dos mandamentos e ordenanças, Moisés como líder e orientador do povo israelita, exorta toda a nação para uma sincera obediência ao Criador, começando por relembrar os mandamentos à aqueles que entrarão na Terra Prometida.

1. Os Mandamentos em Deuteronômio. À luz do Livro de Deuteronômio no capítulo 8, todo o contexto só pode ser estendida quando regressamos alguns capítulos. No capítulo 6, Moisés exorta o povo de Israel rumo à obediência e a fidelidade. No capítulo 7, o legislador trata a respeito da infidelidade da nação, bem com a sua indiferença para com o Senhor. A partir dos versículos 12 á 26 do mesmo capítulo, encontram-se as bênçãos decorrentes da obediência ao Deus Vivo e Poderoso. No capítulo 8 é registrado as memórias que a segunda geração dos hebreus deveriam possuir sobre todas as beneficências do Senhor durante estes quarenta anos no deserto, lembrando-se sempre da atuação divina por amor à toda nação de Israel.

2. Recordando-se do Caminho até aquele Momento. Trazendo a tona uma série de eventos dos quais a participação de Israel é inteiramente evidente, Moisés profere o seu discurso orientando a nação acerca de guardarem a Palavra do Senhor e conservá-los plenamente em suas vidas, pois só assim, todos teriam um extremo zelo (cuidado) quando forem habitar na Terra Prometida. O cuidado de guardar os mandamentos do Senhor e preservá-los em seu coração (cf. Dt 4-5) é extritamente fundamental para uma vida abençoada na presença do Criador, aonde querer que eles estivessem (cf. Dt 8.23).

3. Deserto - A Escola de Israel. Moisés em seu precioso sermão, fala de modo progressivo como Deus lidou como Povo de Israel em seu caminhar pelo deserto. O Senhor os tirou do Egito indo em direção à herança dos patriarcas: Abraão, Isaque e Jacó (cf. Dt 9.4-6). No deserto, Deus mostrou a sua soberania sustentando seu povo no deserto, disciplinando o seu povo no deserto e corrigindo o seu povo no deserto. O Criador com esse período de quarenta anos teve como objetivo disciplinar o seu povo e prepará-los para adentrarem na Terra Prometida. O deserto é a escola do povo israelita na qual Deus matriculou o seu povo eleito para ser fiel, íntegro e reto diante dos homens e diante de Deus.

II. Lembrando dos Cuidados do Senhor

Durante os quarenta anos de peregrinação no deserto, Deus por intermédio de Moisés, guiou o povo com total cuidado e zelo, como um Pai zeloso cuida de maneira sublime aos seus filhos. Por isso, além de exortar o povo hebreu a se guardarem nos mandamentos do Senhor, Moisés exorta-os a se lembrarem sempre de todo o cuidado e provisão de Deus desde que partiram do Egito pelo Mar Vermelho até chegarem as planícies do Jordão (Dt 1.1), local aonde o grande líder e legislador Moisés inicia as suas séries de Sermões do último livro do Pentateuco.

1. O Cuidado na Provisão. O Deus do qual o exímio líder hebreu trata em seu sermão no Livro de Deuteronômio é o Deus Único e Verdadeiro. O Deus que tirou-lhes da casa da servidão, do jugo voraz do Faraó do Egito, é o mesmo que lança-os em uma terra frutífera, com bênçãos morais, sociais e espirituais (água, trigo, frutas, azeite e mel). Não foi Israel que lutou pela Terra Prometida, foi Deus quem lhes deu a terra por herança. O deserto era apenas um lugar de passagem para que a geração fiel parasse e alcançar o desejado rumo na presença do Senhor.

2. Não esqueçamos jamais do Senhor. Moisés fala ao povo que os hebreus não deveriam se esquecer dos benefícios do Senhor ao povo, bem como também das ordenanças divinas (Dt 8.10-14), para que assim, de maneira alguma o orgulho e a prepotência do próprio braço viessem a tomar conta dos hebreus e isso aconteceria de duas maneiras basilares: gratidão ao Senhor continuamente e meditação constante nos mandamentos do Altíssimo. Assim, o povo presenciaria a fidelidade, as bênçãos, a gratidão à Deus e meditação na Lei Divina, à saber, os Mandamentos.

3. Gratidão ao Senhor. O que o grande legislador hebreu almeja realmente transmitir em seu sermão no capítulo 8 do Livro de Deuteronômio, é que o sentimento que deveria reinar em seus corações, que é o sentimento de gratidão. Moisés fala ao povo que é o Deus Vivo que lhes entrega a nova terra, quem os guiou pelo deserto, quem os sustentou e quem os manteve vivos até aquele momento (Dt 8.15,16). A maravilhosa graça do Eterno Deus superabundou perante a toda Israel no deserto e ainda fluía no presente e fluirá no porvir durante toda a caminhada na Terra da Aliança. Os hebreus não deveriam se esquecer da benignidade do Criador do Universo.

III. Lembrando dos Milagres do Senhor

Diante da mensagem do profeta à uma nova geração que está prestes à alcançar o objetivo tão almejado, o que as palavras de Moisés significam para nós hoje, a Igreja de Deus? Assim como aquela palavra profética foi transmitida à uma nova geração que não conhecia os feitos do Senhor (maravilhosas obras operadas no Egito e durante o percurso do trajeto no deserto), em suas primícias, a Igreja de Cristo deve sim, estar atenta a mensagem do servo do Senhor, o líder hebreu.

1. A Promessa de Deus em Nossas Vidas. Deus é fiel para cumprir com as suas promessas. Deus prometeu que os tiraria o povo hebreu do Egito e os tirou do Egito. Deus prometeu que os conduziria pelo deserto e os conduziu pelo deserto. Deus prometeu que os sustentaria no deserto e os sustentou no deserto. Mesmo que haja grande infidelidade e incredulidade, nos corações das pessoas, o Senhor sempre mantém a sua preciosa Palavra. Deus prometeu-nos a vida eterna, a qual pela fé em Cristo Jesus, possuímos vívida esperança aos nos encontrarmos com Ele nos ares naquele Grande Dia.

2. Os Mandamentos do Senhor pela Fé. O profeta Moisés recorda ao povo diversas vezes que eles sempre retornassem à reflexão dos mandamentos do Deus Vivo. Isto deve sempre ser relembrados a fim de que não nos desviemos dos caminhos do Altíssimo e que sigamos na direção certa e concreta por intermédio da sua Palavra. Hoje, nós temos acesso livre à Palavra do Senhor e ao Senhor da Palavra, com o alvo de sermos adequados para a toda a boa obra (cf Dt 8.3; Mt 4.4; Lc 4.4; 2 Tm 3.16).

3. O Deus à quem Servimos. O Deus de Israel é o Deus Eterno, o mesmo ontem, hoje e eternamente (cf Hb 13.8). Moisés recapitula aos hebreus que o Deus à quem eles servem, é o Deus à quem eles devem manterem-se obedientes, servindo-os continuamente, de modo à não se esquecerem do Deus Único e Verdadeiro. Hoje, muitos tentam fazer com que outras pessoas não acreditem mais no Senhor, seja por questões de fé, seja questões sociais ou morais do dia-dia. O Deus à quem servimos vai além do entendimento humano, é o Deus que detém todo o povo e que sempre deve ser lembrado e enfatizado por aqueles à quem ama a sua poderosa palavra inspirada.

Conclusão

Neste capítulo estudamos sobre a provisão divina e o cuidado do Senhor no relacionamento entre Ele e Israel. Moisés mostrou grande preocupação ao fazer uma recapitulação entre os eventos da primeira e segunda geração e a atuação divina em todos os eventos na trajetória. Ao meditar nos mandamentos do Senhor e na sua vontade, a nação israelita deveria seguir as ordenanças, de modo a se manterem fiéis e retos na presença do Glorioso Senhor, o Mantenedor da nação eleita e da sua Igreja.


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