terça-feira, 24 de dezembro de 2019

Comentário Bíblico Mensal: Dezembro/2019 - Capítulo 4 - Justificação e Santificação




Comentarista: Emanuel Barros



Texto Bíblico Base Semanal: Romanos 8.9-18

9. Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se é que o Espírito de Deus habita em vós. Mas, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele.

10. E, se Cristo está em vós, o corpo, na verdade, está morto por causa do pecado, mas o espírito vive por causa da justiça.
11. E, se o Espírito daquele que dentre os mortos ressuscitou a Jesus habita em vós, aquele que dentre os mortos ressuscitou a Cristo também vivificará os vossos corpos mortais, pelo seu Espírito que em vós habita.
12. De maneira que, irmãos, somos devedores, não à carne para viver segundo a carne.
13. Porque, se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo Espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis.
14. Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus esses são filhos de Deus.
15. Porque não recebestes o espírito de escravidão, para outra vez estardes em temor, mas recebestes o Espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai.
16. O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus.
17. E, se nós somos filhos, somos logo herdeiros também, herdeiros de Deus, e co-herdeiros de Cristo: se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados.
18. Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada.


Momento Interação

Entender a diferença entre justificação e santificação pode ser tão importante quanto entender a diferença entre salvação e condenação. Quando você entende o que elas são, você pode desenhar uma linha na areia e dizer, "Isto é o que salva. Isto é o que não salva". A Justificação é uma declaração legal que é instantânea, a Santificação é um processo. Onde a Justificação vem de fora, de Deus, a Santificação vem de Deus, porém; do nosso interior pelo trabalho realizado pelo Espírito Santo em concordância com a Bíblia. Em outras palavras, nós contribuímos com a Santificação através do nosso esforço concedido por Deus.
Em contraste, nós não contribuímos para a nossa Justificação através do nosso esforço. As Escrituras nos ensinam que devemos viver uma vida santa e evitar o pecado (Cl 1:5-11). Simplesmente porque somos salvos e eternamente justificados por Deus (Jo 10:28), que não há desculpas para continuar no pecado. Claro, que todos pecamos (1 Jo 1.8). Mas a guerra entre aquele que é salvo e o pecado continua (Rm 7.14-20) e não terminará até a volta de Jesus quando seremos libertos deste corpo de morte (Rm 7.24). Pecar continuamente e e usar a graça de Deus para desculpas é desonrar o Filho de Deus (Hb 10.29).

Introdução

As palavras justificação e santificação têm, em grande medida, deixado de ser usadas na cultura ocidental. Tristemente, elas também estão desaparecendo da perspectiva na igreja cristã. Uma das razões pelas quais esse declínio é angustiante é que a Bíblia usa as palavras justificação e santificação para expressar a obra salvífica de Cristo pelos pecadores. Ou seja, os dois termos estão no coração do evangelho bíblico. Então, o que a Bíblia ensina sobre justificação e santificação? Como elas diferem uma da outra? Como elas nos ajudam a entender melhor o relacionamento do crente com Jesus Cristo?
Tanto a justificação quanto a santificação são graças do evangelho; elas sempre estão juntas; e ambas lidam com o pecado do pecador. Mas elas diferem em alguns aspectos importantes. Primeiramente, enquanto a justificação se dirige à culpa do nosso pecado, a santificação se dirige ao domínio e à corrupção do pecado em nossas vidas. A justificação é a declaração de Deus de que o pecador é justo; a santificação é a renovação e a transformação de Deus em todo o nosso ser — nossas mentes, vontades, afeições e comportamentos.
Unidos a Jesus Cristo em sua morte e ressurreição, e habitados pelo Espírito de Cristo, estamos mortos para o reino do pecado e vivos para a justiça (Rm 6.1-23; 8.1-11). Portanto, somos compelidos a mortificar o pecado e a apresentar os nossos “membros, a Deus, como instrumentos de justiça” (6.13; veja 8.13).

I. A Justificação

Para colocar de forma simples, justificar significa declarar justo; fazer alguém justo diante de Deus. Justificação é quando Deus declara justo todo aquele que recebe a Cristo, baseado na justiça de Cristo sendo debitada às contas daqueles que O recebem. Apesar de que podemos achar justificação como um princípio por todas as Escrituras, a passagem principal que descreve justificação em relação aos crentes é Romanos 3:21-26: "Mas agora, sem lei, se manifestou a justiça de Deus testemunhada pela lei e pelos profetas; justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo, para todos {e sobre todos} os que crêem; porque não há distinção, pois todos pecaram e carecem da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus, a quem Deus propôs, no seu sangue, como propiciação, mediante a fé, para manifestar a sua justiça, por ter Deus, na sua tolerância, deixado impunes os pecados anteriormente cometidos; tendo em vista a manifestação da sua justiça no tempo presente, para ele mesmo ser justo e o justificador daquele que tem fé em Jesus."

Somos justificados (declarados justos) no momento de nossa salvação. Justificação não nos faz justos, mas declara nossa justiça. Nossa justiça vem de colocarmos nossa fé no trabalho completo de Jesus Cristo. Seu sacrifício cobre o nosso pecado, permitindo com que Deus nos veja como perfeitos e sem qualquer mancha. Por causa do fato de que como crentes estamos em Cristo, Deus vê a justiça de Cristo quando Ele olha para nós. Isso alcança as exigências de Deus para perfeição; portanto, Ele nos declara justos – Ele nos justifica. Romanos 5:18-19 resume esse conceito muito bem: "Pois assim como, por uma só ofensa, veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também, por um só ato de justiça, veio a graça sobre todos os homens para a justificação que dá vida. Porque, como, pela desobediência de um só homem, muitos se tornaram pecadores, assim também, por meio da obediência de um só, muitos se tornarão justos." Por que esse pronunciamento de justiça é tão importante? "Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo" (Rm 5.1). É por causa da justificação que a paz de Deus pode governar em nossas vidas. É por causa do FATO de justificação que crentes podem ter a garantia de salvação. É o FATO de justificação que deixa Deus começar o processo de santificação – o processo pelo qual Deus torna realidade em nossas vidas a posição que já ocupamos em Cristo.


II. A Santificação

Jesus tinha muito a dizer sobre santificação em João 17. No versículo 16, o Senhor diz: "Eles não são do mundo, como eu também não sou", e isso é antes de seu pedido: "Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade." Santificação é um estado de separação para Deus; todos os crentes entram neste estado quando são nascidos de Deus: "É, porém, por iniciativa dele que vocês estão em Cristo Jesus, o qual se tornou sabedoria de Deus para nós, isto é, justiça, santidade e redenção" (1 Co 1.30). Esta é uma separação que acontece de uma vez por todas, eternamente a Deus. É uma parte intrincada da nossa salvação, a nossa ligação com Cristo (Hb 10.10).


A santificação também se refere à experiência prática dessa separação para Deus, sendo o efeito da obediência à Palavra de Deus na vida de alguém e deve ser ardentemente buscada pelo crente (1 Pedro 1:15, Hebreus 12:14). Assim como o Senhor orou em João 17, a santificação tem em vista a separação dos crentes para a finalidade pela qual foram enviados ao mundo: "Assim como me enviaste ao mundo, eu os enviei ao mundo. Em favor deles eu me santifico, para que também eles sejam santificados pela verdade" (v. 18, 19). Que Ele se separou para o propósito pelo qual foi enviado é tanto a base quanto a condição do nós mesmos sermos separados para o motivo pelo qual fomos enviados (Jo 10.36). A santificação de Cristo é o padrão e o poder para a nossa. O envio e a santificação são inseparáveis. Por causa disso os crentes são chamados de santos, hagioi, no grego: "os santificados". Enquanto anteriormente o seu comportamento dava testemunho da sua posição no mundo em separação de Deus, agora o seu comportamento deve ser testemunho da sua posição diante de Deus em separação do mundo.

De acordo com as Escrituras, a palavra "santificação" tem mais um sentido. Paulo ora em 1 Tessalonicenses 5.23: "Que o próprio Deus da paz os santifique inteiramente. Que todo o espírito, alma e corpo de vocês seja conservado irrepreensível na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo." Paulo também escreve em Colossenses da "esperança que lhes está reservada nos céus, a respeito da qual vocês ouviram por meio da palavra da verdade, o evangelho" (Cl 1.5). Logo depois, ele fala do próprio Cristo como "a esperança da glória" (Cl 1.27) e então menciona o fato dessa esperança quando diz: "Quando Cristo, que é a sua vida, for manifestado, então vocês também serão manifestados com ele em glória" (Cl 3.4). Este estado glorificado será a nossa separação definitiva do pecado, ou seja, alcançaremos a santificação total em todos os aspectos. "Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que havemos de ser, mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, pois o veremos como ele é" (1 Jo 3.2).


III. Processos para um Autêntico Viver em Cristo

Paulo em Gálatas 2 verso 20 sintetiza a sua vida depois de conhecer a Jesus na estrada para Damasco: "Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim". Tal pessoa passou pela experiência do novo nascimento. Ela tem um novo coração (no sentido espiritual). Ela tem uma nova vida. O novo nascimento é o maior dos milagres. A cura de um paralítico e a cura de um cego são milagres tremendos, mas seus valores são inferiores ao milagre do novo nascimento, que é operado pelo Espírito Santo na vida do não convertido, que assim passa pela experiência da conversão.

Todos pecaram e por isto estão afastados da Glória de Deus. Todos são devedores. Entretanto, aqueles que crêem em Jesus e no valor de seu sacrifício têm o seu pecado perdoado perante Deus. Não apenas isto, mas também são declarados justos diante de Deus, pois Jesus se fez justiça por aqueles que crêem nEle. Não anda mais segundo aquilo que vê. Tem certeza que alcançará as promessas de Deus. Obedece a um Deus invisível mesmo vivendo num mundo visível. A visão é orientada pelo celestial e não pelas coisas terrenas. O viver cristão é de fé em fé. No céu não haverá necessidade da fé, mas aqui, do início ao fim da carreira, a fé é extremamente necessária, pois só assim se agrada a Deus.
Quem vive em Cristo não vive mais para si mesmo. O egoísmo não é mais predominante. Ele visa viver para louvor e glória do Senhor. Jesus é o seu Senhor. Ele o adora em espírito e em verdade. Portanto, não apóia sua fé em coisas materiais ou pessoas, mas sim na Palavra de Deus. Alem disso, tem a marca da autenticidade. É uma pessoa genuína.


Conclusão

Para resumir, a santificação é sinônimo de santidade, a palavra grega para ambas significa "uma separação", de primeira uma separação posicional de uma vez por todas a Cristo em nossa salvação; em segundo lugar, uma santidade prática progressiva na vida de um crente enquanto aguarda o retorno de Cristo e, finalmente, uma separação permanente do pecado quando chegarmos ao céu. Uma vez que uma pessoa é justificada, não há mais nada que ela precise para ganhar entrada no céu. Já que a justificação vem pela fé em Cristo, com base em Seu trabalho em nosso nome, as nossas obras são desqualificadas como um meio de salvação (Rm 3.28). Existem vastos sistemas religiosos com teologias complexas que ensinam a falsa doutrina da justificação pelas obras. Entretanto, eles estão ensinando um "outro evangelho, o qual não é outro, senão que há alguns que vos perturbam e querem perverter o evangelho de Cristo" (Gl 1.6,7).
Sem uma compreensão da justificação apenas pela fé, não podemos verdadeiramente perceber a gloriosa dádiva da graça por Deus – o "favor imerecido" se torna "merecido" em nossas mentes, e começamos a pensar que merecemos a salvação. A doutrina da justificação pela fé nos ajuda a manter "pura devoção a Cristo" (2 Co 11.3). Manter a justificação pela fé nos impede de cair na mentira de que podemos ganhar o céu. Não há nenhum ritual, nenhum sacramento, nenhuma ação que possa nos tornar dignos da justiça de Cristo. É somente por Sua graça, em resposta a nossa fé, que Deus nos credita a santidade de Seu Filho. Tanto o Antigo quanto o Novo Testamento dizem: "O justo viverá pela fé" (Hb 2.4; Rm 1.17; Gl 3.11; Hb 10.38).

Pensamentos de alguns cristãos sobre a Teologia



Na época da Reforma Protestante com Martinho Lutero em 1517, surgiu um grupo denominado Anabatista. Esse grupo, considerado por muitos historiadores como radical, tinha um pensamento diferente dos reformadores sobre o “estudo das Escrituras”. Muitos deles acreditavam que não era necessário o estudo das Escrituras, “porque a letra mata”. Por conta disso, vários rasgaram a Bíblia sobre esse pretexto.

Hoje, muitos possuem o mesmo pensamento sobre a Bíblia ou um curso teológico. “Não se pode estudar demais, a letra mata”. Primeiro, devemos entender que todo texto não pode ser entendido fora do seu contexto. Quando Paulo fala sobre a “letra mata, mas o espírito vivifica”, o mesmo se refere a lei e a graça, ele não está condenando o estudo da palavra de Deus. Porque se o apóstolo estivesse fazendo isso, estaria se contradizendo, pois ele disse a Timóteo, seu filho na fé: “Aplica-te à leitura, à exortação, ao ensino” (1Tm 4.13). Segundo, “teologia não esfria o crente, mas apaga o fogo estranho”. A teologia é um auxílio para que possamos ter um entendimento mais amplo das Sagradas Escrituras. Ela é um dos meios pelos quais a analisamos e a compreendemos. A questão está na forma como fazemos uso da teologia. Se é para a glória de Deus ou para inflar nosso ego. Portanto, como disse o puritano William Ames: “Teologia é a doutrina ou o ensino de viver para Deus”.

Além do mais, sempre foi o desejo de Deus que o seu povo aprendesse da sua palavra. O profeta Oseias usado por Deus disse: “O meu povo está sendo destruído, pois lhe falta o conhecimento” (Os 4.6). Isaías declarou: “O boi conhece o seu dono, e o jumento, o lugar onde lhe dão comida, mas Israel não tem conhecimento, o meu povo não entende” (Is 1.3). Neemias e Esdras começaram um avivamento por meio da palavra, toda a nação foi restaurada pela exposição das Escrituras (Ne 8.1-18). O rei Josias promoveu um grande avivamento, quando o livro da Lei foi encontrando na casa do Senhor, tirando todos os ídolos e promovendo várias reformas no reino de Judá (2Rs 22.8-20). Outro rei que realizou um grande avivamento, foi Josafá. Esse homem dedicou-se buscar a Deus, escolheu certos Levitas e Sacerdotes para percorrer todas as cidades de Judá, ensinando o povo a Lei do Senhor. Por esse ato de Josafá, “o terror do Senhor veio sobre todos os reinos das terras que estavam ao redor de Judá, de maneira que não fizeram guerra contra Josafá” (2Cr 17.1-19). É evidente que o estudo da palavra sempre trouxe avivamento para o povo de Deus.

Por fim, a reforma aconteceu através do estudo da palavra de Deus, considerado um dos maiores avivamento da história da igreja. Martinho Lutero lendo o texto de Romanos 1.17: “O justo viverá pela fé”. Descobriu que não precisava de indulgências para alcançar a salvação, mas o homem é justificado simplesmente pela fé e não pelas obras. Com suas 95 teses colocadas no Castelo de Wittenberg, que causou impacto em toda a Europa, a igreja se libertou de várias heresias ministrada pelo catolicismo – retornando aos princípios fundamentas da fé cristã. Lutero traduziu a Bíblia para o alemão, colocou-a nas mãos do povo, porque na época somente os padres tinham acesso a ela. O povo foi lendo a Bíblia, vendo os erros do catolicismo e se libertando dele. Um dos pontos principais defendido pelos reformadores foi a sola scriptura (somente as escrituras). A Escritura era o centro e não a tradição mais o Papa. Assim, a reforma aconteceu sobre o estudo sério das Escrituras. Homens como Martinho Lutero, João Calvino, Zuínglio, John Knox e outros, tiveram uma boa formação teológica, e Deus os usou grandemente para abençoar a sua igreja.

Portanto, usar como pretexto de que a “a letra mata” para não estudar a Bíblia ou fazer um curso teológico, é conversa de crente preguiçoso. Porque jamais a teologia esfriará o cristão, mas sempre contribuirá para o crescimento espiritual. A vontade de Deus para as nossas vidas é que cresçamos na graça e no conhecimento. Sempre equilibrando o conhecimento com uma vida oração.


Sidney Muniz  

terça-feira, 17 de dezembro de 2019

O homem da mão Mirrada



Em Marcos 3.1-6 encontramos uma controvérsia religiosa de Jesus com os fariseus por causa do dia de sábado, os fariseus entendiam que Jesus estava violando o quarto mandamento, porém, Jesus ao curar estava mostrando que o sábado foi feito para fazer o bem. Antes disso, Jesus já havia debatido com eles sobre o dia do descanso (Mc 2.23-28).

Nesse texto, queremos analisar como se deu o debate e as lições práticas que podemos aprender dele.

Jesus na sinagoga

De novo, Jesus entrou na sinagoga. E estava ali um homem que tinha uma das mãos ressequida (Mc 3.1).

Primeiramente, o texto começa com Jesus entrando na sinagoga. A sinagoga era uma espécie de igreja. Ela teve sua origem quando Israel estava no exilio por desobedecer a Deus – alguns consideram que Esdras deu origem as sinagogas. Onde estivessem três ou mais pessoas, ali estava uma sinagoga segundo os judeus. Eles se reuniam nesse lugar para adorar a Deus, orar e ouvir a exposição do Antigo Testamento. Segundo, Lucas registra um detalhe que não encontramos no Evangelho de Marcos, que Jesus ensinava na sinagoga. Terceiro, o homem da mão ressequida. Algumas versões menciona mão aleijada, mirrada e atrofiada. Lucas destaca que era a mão direita dele que se encontrava enferma. Logo, não sabemos o que de fato aconteceu com esse homem, se ele nasceu com essa doença ou se foi acidente de trabalho.

Os fariseus observam Jesus  

E estavam observando Jesus para ver se curaria aquele homem no sábado, a fim de o acusarem (Mc 3.2).

Os fariseus observavam se Jesus curaria no sábado. Aqueles homens não estavam no templo para adorar a Deus, mas analisando se Jesus efetuasse uma cura naquela dia. Além disso, o objetivo deles ali era justamente acusar a Cristo. Muitos cristãos caem no mesmo erro dos fariseus, vão ao culto somente para criticar, nada está bom para essas pessoas. Não apresentam seu culto a Deus de forma sincera e verdadeira, mas estão somente a analisar o tamanho da roupa, cabelos, brincos e etc. Tudo isso não passa de um mero legalismo.

Jesus chama o homem da mão ressequida

Jesus disse ao homem da mão ressequida: Venha aqui para o meio! (Mc 3.3).

Lucas afirma que Jesus conhecia os pensamentos dos fariseus. Jesus sabia muito bem o que se passava na mente deles. O desejo de acusa-lo, caso ele curasse o homem no sábado. Ainda assim, Jesus chama o homem para o meio. Cristo o coloca justamente no meio de uma controvérsia religiosa para ensinar sobre a verdade do sábado. Talvez você não se encontre a semelhante modo, contudo se encontra em meios as tempestades da vida, Jesus disse que no mundo teremos aflições (Jo 16.33). Assim, isso nos ensina que sempre que Deus nos colocar em qualquer situação, é para nos ensinar algo.

A pergunta de Jesus 

Então lhes perguntou: É lícito nos sábados fazer o bem ou fazer o mal? Salvar uma vida ou deixar morrer? Mas eles ficaram em silêncio (Mc 3.4).

Marcos menciona no texto “salvar uma vida ou deixar morrer”, por outro lado Mateus destaca que “o homem que tem uma ovelha, num sábado não deixará cair numa cova” (Mt 12.10-13). Aqui podemos perceber que Jesus faz uma pergunta aos fariseus, e o porquê ele fez essa pergunta? Porque os fariseus acreditavam que era permitido salvar qualquer animal no sábado, entretanto, o homem somente em casos de emergência – fica mais do que evidente que na teologia farisaica, os animais tinham mais privilégios que os homens. A pergunta de Jesus deixa-os em silêncio, sem condição para uma resposta. Outro aspecto a ser abordado, “Jesus ensinou que o sábado foi feito para fazer o bem”. Dessa forma, Cristo derrubou todo ensino legalista sobre o sábado.  

O homem da mão ressequida restaurado  

Então Jesus, olhando em volta, indignado e entristecido com a dureza de coração daquelas pessoas, disse ao homem: Estenda a mão. O homem estendeu a mão, e ela lhe foi restaurada (Mc 3.5).

Primeiramente Jesus ficou indignado e condoído com a dureza de coração dos fariseus. Esses homens não queriam o bem do enfermo e nem acreditavam em Jesus como Messias prometido. Segundo, a mão do homem é restaurada pelo poder de Jesus. Sabemos que a fé é como uma “mão”, e é através dela que recebemos as bênçãos de Deus para a nossa vida. Muitas vezes nossa fé está como a mão daquela homem, atrofiada pelos desânimos, falta de esperança e sem perspectiva de vida. Assim como Jesus restaurou a mão daquele homem, ele é poderoso para restaurar a nossa fé. Portanto, Jesus demonstra sua misericórdia e seu poder ao restaurar aquele homem.

A conspiração dos fariseus contra Jesus

Os fariseus saíram dali e, com os herodianos, logo começaram a conspirar contra Jesus, procurando ver como o matariam (Mc 3.6).

Aqui nós temos nessa parte do texto, a conspiração dos fariseus contra Jesus. Eles tentaram isso com certeza por não conseguirem responder a pergunta que Jesus os fez, foram completamente refutados por Cristo. Com isso, tentam procurar uma forma de matar Jesus – eles eram inimigos da obra de Deus. Se juntam com os herodianos que, eram uma seita mundana e que lutava para manter a dinastia de Herodes. Jesus ao fazer a obra de Deus, enfrentou várias oposições, isto é, muitos inimigos. Assim, se queremos fazer a obra de Deus, estejamos cientes disso, há muitas pedras no caminho.

Conclusão   

Portanto, aprendemos aqui claramente como os fariseus eram duros de coração para não crerem no poder de Deus, o legalismo os levou a tudo isso. Além disso, a passagem nos ensina a importância do dia do descanso. Sobre a nova aliança, não guardamos mais o sábado, mas o domingo, por causa da morte e ressureição de Cristo no primeiro dia da semana. “Porque aquele que entrou no descanso de Deus, também ele mesmo descansou de suas obras, como Deus descansou das suas (Hb 4.10). Por fim, Jesus demonstra sua misericórdia ao restaurar o homem da mão ressequida.

Notas:

Pequena Enciclopédia Bíblica – Orlando Boyer 

Sidney Muniz

segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

Comentário Bíblico Mensal: Dezembro/2019 - Capítulo 3 - A Gloriosa Graça de Deus




Comentarista: Emanuel Barros



Texto Bíblico Base Semanal: João 1.1-14

1. No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.
2. Ele estava no princípio com Deus.
3.Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez.
4. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens.
5.E a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam.
6. Houve um homem enviado de Deus, cujo nome era João.
7. Este veio para testemunho, para que testificasse da luz, para que todos cressem por ele.
8. Não era ele a luz, mas para que testificasse da luz.
9. Ali estava a luz verdadeira, que ilumina a todo o homem que vem ao mundo.
10. Estava no mundo, e o mundo foi feito por ele, e o mundo não o conheceu.
11. Veio para o que era seu, e os seus não o receberam.
12. Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome;
13. Os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.
14. E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.

Momento Interação

A graça de Deus é o fator imprescindível da salvação eterna. Não há nada que possamos ser ou fazer, que de alguma maneira, possa substituí-la. Ela é infalível e cheia do amor de Deus. A graça é mais que suficiente para salvar e restaurar o pecador das garras do pecado. Contudo, precisamos conhecer alguns dos seus aspectos para que possamos extrair o melhor dela em nosso relacionamento com Deus. Desde a antiguidade é muito comum que o ser humano acredite que pode, de alguma forma, merecer a graça de Deus. Penitências. Sacrifícios. Promessas. Há muitos elementos que são utilizados para tal. No entanto, eles não são necessários. Como disse Paulo: “Vocês, que procuram ser justificados pela lei, separaram-se de Cristo; caíram da graça” (Gl 5.4) A graça não pode ser conquistada por mérito. Mas está à disposição como favor. Benevolência. Ela é a manifestação do grande amor de Deus por nós.

Introdução

Um Deus santo não tem nenhuma obrigação de conceder graça a pecadores, mas Ele assim o faz segundo o bem querer da Sua vontade. Ele demonstra graça ao estender Seu favor, Sua misericórdia e Seu amor para suprir a necessidade do ser humano. Visto que o caráter de Deus é composto de graça, movido por bondade Ele espontaneamente se dispõe a conceder Sua graça à humanidade pecadora em nosso tempo de aflição. A graça de Deus pode ser definida como “aquela qualidade intrínseca do ser ou essência de Deus, pela qual Ele, em Sua disposição e atitudes, é espontaneamente favorável” a outorgar favor imerecido, amor e misericórdia àqueles que Ele escolhe dentre a humanidade desmerecedora. As riquezas da maravilhosa graça são concedidas aos membros do corpo de Cristo segundo o beneplácito que Deus propusera em Si mesmo, de fazer convergir todas as coisas em Cristo (Ef 1.10; 3.11 ). Ao estabelecer Cristo como a cabeça do corpo, que é a igreja, todas as coisas convergem para Cristo, pois entre os filhos de Deus, Cristo é proeminente: a cabeça. Quando entendemos o real significado e todos as nuances que há na redenção do homem, constatamos que definir a graça de Deus somente como ‘favor imerecido’ constitui-se um reducionismo . Somente enfatizar que a salvação é favor imerecido não evidencia os elementos que compõe a maravilhosa graça de Deus que se revela em Cristo.

I. O que é a Graça?

A graça é um tema constante na Bíblia e culmina no Novo Testamento com a vinda de Jesus (Jo 1.17). A palavra traduzida como "graça" no Novo Testamento vem da palavra grega charis, o que significa "favor, bênção ou bondade." Podemos estender graça aos outros, mas quando a palavra graça é usada em conexão com Deus, ela assume um significado mais poderoso. Graça é Deus escolhendo nos abençoar ao invés de amaldiçoar como o nosso pecado merece. É a sua benevolência a quem não merece. Efésios 2.8 diz: "Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus." 

A única maneira que qualquer um de nós possa entrar em um relacionamento com Deus é por causa da sua graça conosco. A graça começou no Jardim do Éden quando Deus matou um animal para cobrir o pecado de Adão e Eva (Gn 3.21). Ele poderia ter matado os primeiros seres humanos logo ali por sua desobediência. Entretanto, ao invés de destruí-los, o Senhor escolheu fazer um caminho para que pudessem renovar o seu relacionamento com Ele. Esse padrão de graça continuou durante todo o Antigo Testamento, quando Deus instituiu os sacrifícios de sangue como um meio para expiar os homens pecadores. Não foi o sangue desses sacrifícios que purificou os pecadores; foi a graça de Deus que perdoou aqueles que confiaram nele (Hb 10.4; Gn 15.6).

II. Não merecedores da Graça de Deus

Não fosse essa graça comum de Deus, o ser humano sofreria de forma quase insuportável o poder das consequências devastadoras de seus pecados, que transformariam tudo em um caos. O mundo estaria em um caos maior do que o que vemos hoje. Por isso a Bíblia declara: “Pois do SENHOR é o reino, é ele quem GOVERNA as nações” (Sl 22.28). O governo de Deus, de forma justa, derrama essa graça comum sobre justos e injustos.

É importante ressaltar que essa graça comum de Deus derramada sobre todos em nenhum momento invalida Sua justiça contra aqueles que o rejeitaram. Pois a Bíblia é clara quando mostra que Deus julgará toda a terra (Sl 96.13). Essa graça apenas acentua a benignidade e amor de Deus diante de seres que mereceriam apenas o Seu desprezo e condenação. Isso é a graça! Mais uma coisa a salientar é que a graça comum não salva ninguém. A graça salvadora é que atua na regeneração da pessoa, a graça comum não. Porém, na vida dos eleitos de Deus essas duas “graças” atuam de certa forma em conjunto na vida deles de forma muito especial.

III. Graça Superabundante

Talvez em nenhum outro lugar a magnificência da graça é mais maravilhosamente expressa do que em 2 Coríntios 9.8,11: As ênfases neste texto são admiráveis: “Deus pode fazer-vos abundar em toda graça, a fim de que, tendo sempre, em tudo, ampla suficiência, superabundeis em toda boa obra…enriquecendo-vos, em tudo, para toda generosidade, a qual faz que, por nosso intermédio, sejam, tributadas graças a Deus”. Em certo sentido, só esse texto já resume tudo que poderia ser dito sobre nossa suficiência em Cristo. Postos em um contexto que descreve as provisões materiais concedidas por Deus, estes versículos têm um significado que obviamente se estende a proporções ilimitadas. A graça superabundante habita todo crente (v. 14). É de se admirar que Paulo não pôde reter seu louvor a Deus portal dom indescritível (v,15)?

Uma das declarações mais maravilhosas sobre o Senhor é que Ele era “cheio de graça” (Jo 1.14); e “nós temos recebido da sua plenitude e graça acumulada – uma graça sobrepondo-se à outra. Tal graça é nossa a cada dia; é ilimitada e suficiente para cada necessidade. Paulo falava a este respeito como “abundância da graça” (Rm5.17);“a suprema riqueza da sua graça” (Ef 2.7) e a “superabundante graça” (2 Co 9.14). Pedro mencionou a “multiforme” graça de Deus (1 Pe 4.10). Ele usou esta mesma palavra, ao falar das várias provas que os crentes enfrentam (1 Pe 1.6). Este é um maravilhoso paralelo: a multifacetada graça de Deus é suficiente para as nossas múltiplas provas.

Conclusão

Há uma única palavra que abrange todas as riquezas que encontramos em Cristo: graça. Que palavra magnífica! Ela é usada mais de 170 vezes no Novo Testamento, para referir-se ao favor divino conferido a pessoas que não o merecem. É o meio pelo qual recebemos todas as bênçãos materiais e espirituais. Para nós a graça de Deus é inexaurível e ilimitada, incluindo tudo a respeito das provisões em Jesus Cristo. Pela graça, somos salvos (Ef 2.8) e nos mantemos firmes (Rm 5.2). A graça sustenta a nossa salvação, dá-nos vitória na tentação e ajuda-nos a suportar o sofrimento e a dor. A graça nos ajuda a entender a palavra e a aplicá-la com sabedoria às nossas vidas, nos conduz à comunhão e à oração, capacitando-nos a servir ao Senhor eficazmente. Em suma, existimos e estamos firmes no ambiente da graça toda-suficiente.

O sofrimento que revela as nossas fraquezas, serve também para revelar o poder de Deus: “Porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza” (v.9). Quando somos menos dependentes de nossa força humana e temos apenas o poder de Deus para nos sustentar, então somos canais adequados pelos quais Deus faz fluir seu poder. Desta forma, devemos louvar a Deus pela adversidade, pois ela é a ocasião em que o poder de Deus é mais evidente em nossas vidas. Não existe alguém tão fraco que não possa tornar-se forte, mas existem muitos que achando-se fortes continuarão fracos. Muitos cristãos parecem pensar que guardar os crentes de todas as dificuldades é a maior expressão da graça de Deus. Em muitos momentos Deus nos guarda de fato, das dificuldades, mas em outros Ele as usa para revelar sobre nós que a sua graça é suficiente para termos uma vida abundante de gozo e alegria no Espírito.





Comentário Bíblico Mensal: Dezembro/2019 - Capítulo 2 - A Importância da Lei




Comentarista: Emanuel Barros



Texto Bíblico Base Semanal: Gálatas 3.1-12

1. Ó insensatos gálatas! quem vos fascinou para não obedecerdes à verdade, a vós, perante os olhos de quem Jesus Cristo foi evidenciado, crucificado, entre vós?
2. Só quisera saber isto de vós: recebestes o Espírito pelas obras da lei ou pela pregação da fé?
3. Sois vós tão insensatos que, tendo começado pelo Espírito, acabeis agora pela carne?
4. Será em vão que tenhais padecido tanto? Se é que isso também foi em vão.
5. Aquele, pois, que vos dá o Espírito, e que opera maravilhas entre vós, o faz pelas obras da lei, ou pela pregação da fé?
6. Assim como Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado como justiça.
7. Sabei, pois, que os que são da fé são filhos de Abraão.
8. Ora, tendo a Escritura previsto que Deus havia de justificar pela fé os gentios, anunciou primeiro o evangelho a Abraão, dizendo: Todas as nações serão benditas em ti.
9. De sorte que os que são da fé são benditos com o crente Abraão.
10. Todos aqueles, pois, que são das obras da lei estão debaixo da maldição; porque está escrito: Maldito todo aquele que não permanecer em todas as coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las.
11. E é evidente que pela lei ninguém será justificado diante de Deus, porque o justo viverá pela fé.
12. Ora, a lei não é da fé; mas o homem, que fizer estas coisas, por elas viverá.

Momento Interação

Podemos inferir qual é a grande importância da lei e dos mandamentos de Deus para nós, através das inúmeras passagens bíblicas que a eles se referem (mais de 650 citações diretas das palavras, sem contar os mandamentos e estatutos propriamente ditos, especialmente na Lei de Moisés). É importante lembrar que desde a criação do primeiro casal, Deus lhes deu mandamentos específicos mesmo quando se encontravam em estado de inocência e sem pecado no Jardim do Éden. De maneira que ainda que não sejamos salvos pelas obras da lei, todavia não estamos sem lei em Cristo. Ao contrário, pela fé nele confirmamos que a lei é espiritual, santa, perfeita, justa e boa, refletindo o caráter do grande Legislador.

Introdução

Não existe uma “equação” que possa explicar a complexa relação entre a lei e a graça. Ao tentarmos estabelecer algum mecanismo de explicação e controle, sempre nos faltam as certezas e sobram os mistérios. Seria porque a graça sempre nos surpreende? É provável. Talvez a única afirmação que possamos fazer com alguma segurança é que nós, seres humanos, temos uma certa tendência a sermos mais legalistas do que graciosos. Jesus nos revela sua autoridade exclusiva e sua plena justiça ao ter que arbitrar o caso de uma mulher pega em adultério. A lei já previa uma punição capital, mas a presença ali da graça em forma de gente mudaria para sempre a história daquela mulher e a nossa. Jesus não se torna refém da “armadilha” dos líderes religiosos, mostrando uma vez mais que a lei foi feita para o ser humano, e não o ser humano para a lei. O que podemos aprender com o Mestre a partir deste relato? Será que existe um caminho possível onde a lei e a graça estejam reconciliadas, e agindo conjuntamente para a transformação e libertação do ser humano? Poderia a lei nos conduzir em direção à graça salvadora de Cristo, e esta por sua vez nos conduzir à lei santificadora de Cristo?

I. O que é a Lei?

Quando se fala da “Lei” é bom especificar a qual refere pois pela Bíblia, existe várias leis e significados da palavra “lei”. A lei pode ser a ordem de eventos estabelecida (lei da luz, som e da relação entre os elementos químicos). Neste caso as leis podem ser interpretadas simplesmente como fatos. A lei pode ser também a força que causa a ordem de eventos (lei da gravidade, de calor, da eletricidade, do pecado, etc.). A lei pode referir-se também àquela que obriga a consciência à moralidade. Por existir uma norma há obrigação de conformidade à ela (à lei moral que não é escrita ou à qualquer lei que é escrita enquanto tem uma operação legítima). Qualquer que seja a lei, a existência de uma lei implica a existência de alguém que deu a lei; ou seja, uma inteligência que age voluntariamente para realizar um propósito. A perfeição das leis naturais que existem (tanto a ordem quanto a força que impulsiona a ordem e aquela que obriga a consciência à moralidade) revela a natureza perfeita desta inteligência (Rm 7.12; 1 Pe 1.15,16). Pelo fato de um que pode promulgar uma lei é entendida a autoridade tanto para requerer a obediência ou para castigar qualquer desobediência.

Qual é princípio básico da lei de Deus? A Bíblia diz em Romanos 13:10: “O que ama ao seu próximo não lhe faz nenhum mal. Pois o amor é o cumprimento total da lei.” A lei de Deus resume-se em amor. A Bíblia diz em Mateus 22:37-40: “Respondeu-lhe Jesus: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas”. Jesus Cristo ajuda-nos a clarificar a nossa relação com a lei de Deus. A Bíblia Sagrada diz em Mateus 5:17-18: “Não penseis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim destruir, mas cumprir. Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, de modo nenhum passará da lei um só i ou um só til, até que tudo seja cumprido.”

II. A Lei e o Cristão

Nenhuma das leis do Velho Testamento se aplica a nós nos dias de hoje. Quando Jesus morreu na cruz, Ele aboliu a lei do Velho Testamento (Rm 10.4; Gl 3.23-25; Ef 2.15). Em substituição à lei do Velho Testamento, nós estamos sob a lei de Cristo (Gl 6.2), que é: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos depende toda a lei e os profetas” (Mt 22.37-40). Se fizermos estas duas coisas, estaremos cumprindo tudo o que Cristo quer que façamos, “Porque este é o amor de Deus: que guardemos os seus mandamentos; e os seus mandamentos não são pesados” (I Jo 5.3). Tecnicamente, nem os Dez Mandamentos são aplicáveis aos cristãos. Entretanto, 9 dos Dez Mandamentos são repetidos no Novo Testamento (todos, exceto o mandamento para que se guarde o Sábado). Obviamente, se nós amamos a Deus, não estaremos adorando a outros deuses ou ídolos. Se amamos aos que nos cercam, não os mataremos, não mentiremos para eles, não cometeremos adultério contra eles ou cobiçaremos o que a eles pertence. Portanto, não estamos sob nenhuma das exigências da lei do Velho Testamento. Nós devemos sim amar a Deus e a nosso próximo. Se com fé cumprirmos estes dois preceitos, todo o restante se ajustará.

III. A Lei é um "guia" que nos conduz para Cristo

Em Gálatas, Paulo mostra que as pessoas que estavam sujeitas à lei de Moisés no passado não permanecem subordinadas a este "aio". Ele afirma que a lei cumpriu sua função temporária. Por isso, ela não tem o mesmo domínio depois da chegada da fé em Cristo. Ele disse: "Mas, antes que viesse a fé, estávamos sob a tutela da lei e nela encerrados, para essa fé que, de futuro, haveria de revelar-se. De maneira que a lei nos serviu de aio para nos conduzir a Cristo, a fim de que fôssemos justificados por fé. Mas, tendo vindo a fé, já não permanecemos subordinados ao aio" (Gl 3.23-25). O aio representa a lei revelada através de Moisés (os Dez Mandamentos e diversas outras regras dadas aos judeus). A fé representa o evangelho de Jesus Cristo. As boas novas de salvação em Cristo já foram reveladas, e ninguém precisa guardar as leis do Velho Testamento.

No primeiro século, houve muitos problemas entre cristãos porque alguns não entenderam este fato. Continuaram guardando a lei de Moisés, insistindo, por exemplo, que a circuncisão era necessária para ter comunhão com Deus. Paulo procurou corrigir este erro. Hoje, há muitas igrejas cometendo o mesmo erro. Algumas ensinam que a lei do sábado ainda está em vigor, e guardam regras sobre alimentos. Outras voltam ao Antigo Testamento para defender o dízimo, o sacerdócio, ou alguma outra prática que fazia parte do "aio". É um grave erro com terríveis conseqüências: "De Cristo vos desligastes, vós que procurais justificar-vos na lei; da graça decaístes" (Gl 5.4). Vamos permanecer na liberdade que há em Cristo (Gl 5.1).

Conclusão

Aprendemos que, durante todo o tempo em que o Velho Testamento esteve em vigor, Deus tinha planos para substituí-lo, finalmente. Será o Novo Testamento, do mesmo modo, substituído por outro sistema de mandamentos para os homens, na terra? Deus não removeu a velha lei para que pudéssemos ficar sem lei, mas para que pudéssemos servi-lo nas condições do Novo Testamento. Há mandamentos para obedecermos, mas estes são os mandamentos do Novo Testamento e não aqueles do Velho Testamento.

2 Coríntios 3.6-11 - A primeira aliança desapareceu para que pudesse ser trocada por aquela que 
permanece (não desvanece).

Hebreus 12.27,28 (veja v. 18-29) - A lei dada no Sinai foi abalada (removida) para que ela pudesse ser substituída por outra (o Novo Testamento) que jamais será abalada, mas permanecerá. A razão pela qual o Velho Testamento teve que ser substituído foi que ele tinha sacrifícios que não podiam retirar a culpa permanentemente. Estes sacrifícios foram oferecidos por sacerdotes que, eles próprios, eram pecadores. O Novo Testamento tem o sacrifício de Jesus, que pode tirar todos os pecados, de modo que não sejam mais lembrados. Este sacrifício foi oferecido pelo Sumo Sacerdote, eterno e sem pecado, o próprio Jesus Cristo (Hb 10.1-18; 7.11-28; 8.6-9; 9.11-28; Rm 1.16; Mc 16.15,16).

Judas 3 - A fé do evangelho foi entregue aos santos uma vez por todas. "Uma vez" é a mesma palavra usada para a morte de Jesus Cristo, em contraste com o sacrifício de animais (Hb 10.10-14; 7.27; 9:12,25-28). Os animais tinham de ser oferecidos repetidamente, porque eles não tiravam a culpa permanentemente. Jesus ofereceu o sacrifício perfeito, que não precisa ser substituído por qualquer outra coisa. Do mesmo modo, o evangelho é dado aos homens "uma vez". É a última palavra de Deus ao homem. Ele é tão perfeito que jamais será mudado ou substituído por Deus, enquanto o mundo existir (Tg 1.25; 1 Co 13.8-13).





terça-feira, 10 de dezembro de 2019

A Fé do Centurião



Em Mateus 8.5-13, narra a cura do servo de um centurião. Esse homem movido de compaixão pelo seu servo, vai até Jesus e pede ao mestre para curá-lo. Jesus fica admirado com a fé do centurião. Mas a final de contas, o que chamou tanta atenção de Jesus nesse homem? Nesse texto queremos analisar a fé do centurião, o porquê de Jesus ficar tão admirado com a fé daquele indivíduo.  

O centurião se aproxima de Jesus

Tendo Jesus entrado em Cafarnaum, um centurião aproximou-se dele, implorando: Senhor, o meu servo está na minha casa, de cama, paralítico, sofrendo horrivelmente (Mt 8.5,6).

Há alguns pontos importantes a destacar nesse texto. Primeiro, Jesus entra em Cafarnaum. Esse lugar, era o centro das missões de Jesus, por isso ele estava sempre retornando a esse local. Segundo, o que era um centurião? O centurião era chefe de cem homens na milícia romana. Terceiro, o servo do centurião. Esse homem se encontrava enfermo e sofrendo horrivelmente, grande era a dificuldade dele. Quarto, a oração do centurião. O texto menciona que ele se aproxima de Jesus e implora pela a cura de seu servo. Esse trecho, nos ensina a importância da oração para a vida cristã, a solução para os nossos problemas, está na oração.

A resposta de Jesus ao centurião

Jesus disse: Eu vou lá curá-lo (Mt 8.7).

Por que Jesus decidiu curar aquele servo? Primeiramente, ele teve reverência diante de Jesus. Ele reconheceu Jesus como “Senhor”. Se queremos ser bem sucedidos em nossas orações, é importante a reverência nela. Além disso, o amor do centurião pelo o seu servo. Certamente, isso foi crucial para que Jesus decidisse curar aquele homem que estava sofrendo. O apóstolo João disse: “E está é a confiança que temos para com ele: que, se pedirmos alguma coisa segundo a sua vontade, ele nos ouve” (1Jo 5.14). Portanto, quando termos reverência e amor ao próximo, Jesus responde nossas petições.

A resposta do centurião a Jesus

Mas o centurião respondeu: Senhor, não sou digno de recebe-lo em minha casa. Mas apenas mande com uma palavra, e o meu servo será curado. Porque também eu sou homem sujeito à autoridade, tenho soldados às minhas ordens e digo a este: “Vá”, e ele vai; e a outro: “Venha”, e ele vem; e ao meu servo: “Faça isto”, e ele o faz (Mt 8.8,9).

Jesus decide curar o servo do centurião após saber da sua situação. De imediato, é surpreendido com as palavras do centurião, palavras essas que podemos destacar três atitudes daquele homem:

Primeiro, a sua humildade. Ele sentiu-se indigno de receber Jesus em sua casa, isto é, não era digno de receber a Cristo. Segundo, a sua fé. Aquele homem tinha uma fé extraordinária, pediu que Jesus mandasse “apenas uma palavra e seu servo seria curado”. Terceiro, a sua autoridade. Esse homem revela a sua autoridade a Jesus, mostrando que tinha homens as suas ordens. Apesar disso, demonstra total submissão e reconhecimento da autoridade de Jesus. Dessa forma, o centurião era um homem de muita humildade, fé e submissão, que possamos seguir esse grande exemplo.

Jesus admirou-se da fé do centurião

Ao ouvir isso, Jesus ficou admirado e disse aos que o acompanhavam: Em verdade lhes digo que nem mesmo em Israel encontrei fé como esta. Digo a vocês que muitos virão do Oriente e do Ocidente e tomarão lugar à mesa com Abraão, Isaque e Jacó no Reino dos Céus. Mas os filhos da Reino serão lançados para fora, nas trevas; ali haverá choro e ranger de dentes (Mt 8.10-12).

Jesus fica completamente admirado com a fé do centurião. Mas o que o levou a isso? A fé daquele homem era tanta, porque estava misturada com a humildade, amor ao próximo e submissão – se queremos uma fé como essa, é necessário que ela tenha esses ingredientes. Tudo isso, deixou Cristo admirado. Além disso, Jesus usa a fé desse homem como exemplo para os israelitas, que não acreditavam em Jesus como Messias. A nação de Israel era o povo escolhido por Deus para ser a sua propriedade peculiar, enquanto que o centurião era um gentio que havia crido em Cristo como Senhor. Assim, o que podemos aprender com isso, é que Jesus espera uma fé semelhante do seu povo.

A fé recompensada

Então Jesus disse ao centurião: Vá! E seja feito conforme você crê. E, naquela hora, o servo do centurião foi curado (Mt 8.13).

A fé do centurião fora recompensada e seu servo recebeu a cura. Não sabemos qual era a relação de ambos, mas fica evidente no texto uma boa relação entre patrão e empregado. Será que você querido leitor, teria a mesma atitude do centurião? De ir até Jesus e orar pelo seu empregado que se encontrava paralítico e horrivelmente sofrendo? Tudo que aquele oficial romano fez, foi movido pela fé. A fé sem as obras, é completamente morta (Tg 2.17). Portanto, que não possamos amar apenas de palavras, mas com obras também (1Jo 3.18).

Conclusão

Em suma, o que podemos aprender nessa passagem é sobre a fé do centurião. Jesus usa a fé desse gentio como exemplo para os israelitas que não acreditavam em seu ministério. Jesus revela nesse texto, que sempre foi o plano de Deus de salvar os gentios. Fica claro na passagem que Jesus é o Senhor e que tem poder sobre toda enfermidades.   


Sidney Muniz 

domingo, 8 de dezembro de 2019

Estudo Bíblico Temático - Parte 2 - A Origem da Raça Humana




Por Leonardo Pereira



Qual será a maior obra prima que marcou a história da humanidade? As obras de Da Vinci? As composições de Beethoven e Mozart? Os escritos de Julio Verne? Ainda que muitos possam ter os seus pensamentos em quão grandiosas realizações ocorreram para que hoje tivessem tantas realizações sublimes, reconhecemos que por maior que seja a mentalidade humana em criações e obras, a maior obra prima que marcou a humanidade certamente não foi realizada por um ser humano, mas sim, por uma Deus que detém todo o poder, conhecimento, autoridade, soberania, glória e majestade. Deus demonstra alguns pontos específicos do seu eterno, gradioso poder e suprema excelência quando em um diálogo com o patriarca Jó descreve algumas criações as quais ao ser humano não é lícito responder, somente se atentar para as maravilhosas palavras do Criador. Os capítulos 38 e 39 de Jó informam com riqueza sobre as maravilhas de Deus:

"Agora cinge os teus lombos, como homem; e perguntar-te-ei, e tu me ensinarás. Onde estavas tu, quando eu fundava a terra? Faze-mo saber, se tens inteligência. Quem lhe pôs as medidas, se é que o sabes? Ou quem estendeu sobre ela o cordel? Sobre que estão fundadas as suas bases, ou quem assentou a sua pedra de esquina, Quando as estrelas da alva juntas alegremente cantavam, e todos os filhos de Deus jubilavam? Ou quem encerrou o mar com portas, quando este rompeu e saiu da madre; Quando eu pus as nuvens por sua vestidura, e a escuridão por faixa? Quando eu lhe tracei limites, e lhe pus portas e ferrolhos, E disse: Até aqui virás, e não mais adiante, e aqui se parará o orgulho das tuas ondas? Ou desde os teus dias deste ordem à madrugada, ou mostraste à alva o seu lugar; Para que pegasse nas extremidades da terra, e os ímpios fossem sacudidos dela; E se transformasse como o barro sob o selo, e se pusessem como vestidos; E dos ímpios se desvie a sua luz, e o braço altivo se quebrante; Ou entraste tu até às origens do mar, ou passeaste no mais profundo do abismo? Ou descobriram-se-te as portas da morte, ou viste as portas da sombra da morte?" (Jó 38.3-17).

Estas perguntas são alguns dos pontos em que Deus mostra a Jó a sua soberania perante tudo e todos, soberania esta que mostra evidente através da criação da raça humana. Todos os pontos do surgimento do homem são belíssimos e explicados detalhadamente pelo legislador Moisés, profeta aprovado pelo Senhor inspirado pelo Espírito Santo. Escrevendo o Livro de Gênesis, ele detalha como surgiu pontualmente a raça humana, desde um plano que provém do Senhor para uma realidade gloriosa em que todos nós estamos aqui neste planeta, como prova viva das maravilhas do Senhor em nossas vidas. Os relatos de Gênesis 1 e 2 é um compêndio poético do amor de Deus pelas suas criações, a obra maravilhosa do Criador sendo ilustrada por intermédio da criatura nos seus mínimos detalhes.

A Trindade de Acordo com a Criação

A origem do homem estava em Deus e não no acaso. De um plano idela para uma ideia real. Da concordância divina para sua divina e grandiosa vontade. A origem do ser humano não fora um mero capricho ou um momento em que o Senhor estava entediado conforme alguns incrédulos insensivelmente zombam e escarnecem da criação do ser humano. Foi uma vontade plena e perfeita da trindade em concordância e certeza da origem do homem. O relato bíblico diz assim sobre a origem do homem (ser humano): "E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra. E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. E Deus os abençoou, e Deus lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra" (Gn 1.26-28).  O final do capítulo 1 é um resumo do que virá no capítulo sobre o nascimento da ração humana. Animais das mais variadas espécies foram criadas, plantas, verduras e frutas já estavam prontas para serem cultivadas e um jardim estava sendo preparado para o homem. Com isso, a Trindade em concordância traz à existência um plano que nasceu dentro de si, partindo para uma realidade a qual graciosamente o Senhor nos concede, a nossa vida, o maior milagre.

A Formação do Ser Humano

Como foi criado o ser humano? Qual a sua estrutura, como que uma vontade se tornou realidade? A Palavra do Senhor detalha todos os momentos desde grande eventos jamais visto na história desde a fundação do mundo, desde a palavra pronunciada pelo Senhor, até o momento em que o homem fica de pé com vida, esta vinda de Deus: "E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou em suas narinas o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente" (Gn 2.7). 

O relato do Livro de Gênesis trata acerca da criação do primeiro ser humano, o qual mostra todo o cuidado que o Criador teve com sua magnífica obra. Não foi o acaso que formou o homem, foi o Senhor quem o formou. Não foi de mitos que surgiu a humanidade como é relatado em contos gregos e árabes, mas sim da própria terra aonde pisamos e construímos as nossas vidas. A vida não surgiu a partir de um acaso, mas sim proveniente das narinas de Deus para o pó da terra, na qual ali se formou o primeiro ser humano, denominado aqui no texto de alma vivente (Gn 2.7c).  O corpo humano pode ser analisado em diferentes níveis de organização. Podemos estudar as células, os tecidos, os órgãos ou ainda os vários sistemas. Considerando as células como o primeiro nível hierárquico de organização, temos:

As células são consideradas as unidades funcionais e estruturais dos seres vivos. No nosso corpo, encontramos milhares de células e, por isso, somos classificados como organismos pluricelulares. As células encontradas no nosso corpo são eucariontes, ou seja, apresentam um núcleo definido e organelas membranosas.

Os tecidos podem estar organizados em órgãos, que são definidos como agrupamentos de tecidos que desempenham algumas funções específicas. Os órgãos, por sua vez, podem estar interligados formando sistemas, que desempenham funções ainda mais complexas.

Toda a estrutura do ser humano foi elaborada propriamente por Deus. Cada detalhe do mais complexo órgão ao menor fio de cabelo se encontra no controle do Senhor Todo-Poderoso. De um plano da criação surgindo na eternidade com a Trindade, para a realidade que se encontra até os dias atuais originando-se a partir de um homem só. Não podemos com as nossas mentes compreender como se deu esta criação ou como o Senhor preparou de maneira pontual a existência do nascimento da humanidade.

Sobre isto o apóstolo Paulo reafirma o plano de Deus na criação da raça humana mostrando aos atenienses que mais do que crê em contos gregos da época, devemos reafirmar as verdades divinas da Palavra de Deus no que concerne ao nascimento da humanidade. Nas palavras do apóstolo Paulo, ele afirma aos atenienses que "de um só sangue fez toda a geração dos homens, para habitar sobre toda a face da terra, determinando os tempos já dantes ordenados, e os limites da sua habitação; Para que buscassem ao Senhor, se porventura, tateando, o pudessem achar; ainda que não está longe de cada um de nós; Porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos; como também alguns dos vossos poetas disseram: Pois somos também sua geração" (At 17.26-28).