domingo, 31 de maio de 2020

Incentivo á Leitura de Obras Cristãs




Por Leonardo Pereira



A articulista Lais Menini do site BHAZ.COM.BR, realizou uma intensa pesquisa na média de leitura do brasileiro. Nas palavras de Lais "Há cinco anos fiz uma pesquisa e encontrei um dado catastrófico sobre a média de leitura do brasileiro: apenas 4 livros por ano. Quase caí pra trás ao pesquisar novamente o dado no ano passado e descobrir que esse número diminuiu para 2,43 livros por ano. A tristeza que a estatística me causa é gigantesca! Além do sentimento ruim, ela me convida a refletir: por que as pessoas leem tão pouco? E, mais que isso, se existe uma parcela da população que sabe ler, por que escolhe não ler?  Deixei a melancolia de lado e pensei em algumas razões. Pra começar, a leitura é um compromisso a longo prazo. Diferente do cinema, do teatro, da internet ou das atrações de TV, o livro pede uma dedicação maior de tempo. Eu já li livros inteiros em uma tarde, mas também já demorei seis meses para terminar uma obra".

É inegável que ainda a nação brasileira passa por um processo de desenvolvimento literária e no incentivo à leitura, alguns fatores são prós e contras ao fato de a leitura ser um desafio à nação brasileira. Atualmente com as mídias sociais, redes sociais e tecnologia em seu nível extremo de informação e propagação de notícias, a leitura tem sido uma atividade que por muitos vem sendo ignorada e desvalorizada. No entanto, quando falamos de literatura cristã, o terreno no qual encontramos é um pouco mais profundo. Devido à uma produção que ainda se encontra em desenvolvimento gráfico e ao mesmo tempo digital (livros para ouvir, e-books, etc), a procura por livros é um fator que também dificulta o acesso das obras aos leitores. No entanto, neste artigo com base nas informações da articulista Lais Menini, mostrarei dez fatores que faz-nos levar à buscarmos interesses por bons livros e incentivar a leitura, sobretudo a leitura da Bíblia e de obras cristãs aos nossos amigos, familiares, cônjuges, filhos, enfim, à todos que possam se interessar

1 - Procure livros sobre os assuntos bíblicos que o interesse. Existem pessoas que possuem dificuldades com algumas ou diversas temáticas bíblicas. Existem livros que explicam as muitas dificuldades bíblicas, porém o mais importante é começar por aquilo que lhe atrai; por exemplo: existem pessoas que focam em ler obras sobre a vida e o ministério de Jesus, mas que não se interessam tanto em conhecer o ministério dos profetas ou da vida dos patriarcas. Em primeiro lugar, busque assuntos na leitura de obras com temáticas que sejam do seu interesse, e dali em diante, um leque de outros assuntos bíblicos com grandes obras, podem lhe interessar e o fará buscar tal conhecimento.

2 - Busque comprar livros que estejam na sua faixa aquisitiva. Um dos maiores erros dos leitores é se endividar no fato de comprarem obras muito caras e com um longo tempo para apreciar a leitura. Existem muitas pessoas que preferem a dívidas do que deixar de obter obras tão desejadas. O mais importante é saber o quanto pode ser gasto na compra dos livros e o quanto deva ser economizado para o bem da família e daqueles que carecem do seu auxílio. Uma boa recomendação é fazer uma lista dos livros que você gosta e dos preços que se encontra atualmente no mercado literário brasileiro.

3 - Não compre todos os livros pela frente - Seja Seletivo. Outro grande erro dos compradores de livros é que buscam comprar todos os livros que veem pela frente, sem pensar no tema, no assunto, na importância daquela obra para a sua vida e como ela o influenciará. Principalmente hoje com o mercado editorial á todo vapor com todos os tipos de livros em seu catálogo (devocional, teólogico, biográfico, histórico, etc), é muito facilmente sermos ofuscados pela tão grande quantidade de obras que podemos obter; no entanto cuidado, pois quantidade não significa em sua grande maioria qualidade. Normalmente é bem mais fácil obtermos livros que podem ser facilmente utilizados em nossas vidas no cotidiano do que obras que possamos ler apenas uma vez e o deixarmos empoeirados em uma cômoda de nossos lares.

4 - Busque por livros que causaram e ainda causam grande impacto evangelístico e missionário na História da Igreja. Livros antológicos como O Peregrino, Heróis da Fé, Os Puritanos, entre outros, são obras marcantes que tem muito à nos enriquecer pela sua preciosidade em enfatizar a pessoa de Jesus Cristo como o Senhor e Salvador de nossas vidas, além de nos instigar-nos a conhecer mais profundamente os fundamentos das Escrituras Sagradas. Livros de renome sempre são um bálsamo na alma daqueles que almejam conteúdo cristão de qualidade.

5 - Organize os livros de acordo com a sua temática e ordem cronológica. Um importante fator para os leitores é a organização. Obras volumosas, pequenas, teológicas ou apenas livretos devem sempre serem organizados para que possam ser localizados rapidamente para uma pesquisa, leitura ou até mesmo uma releitura na maioria das vezes. Não adiantará aos leitores buscarem no afã de comprar muitas obras, deixá-las espalhadas pela casa com o forte risco de perdê-las. O bom leitor deve ser também um exímio organizador, pois assim, ele estará valorizando o que o Senhor está colocando sobre sua vida: excelentes conteúdos que o abençoam.

6 - Organize um período de leitura em sua semana: Os dias tem sido cada vez mais frenéticos. A cada segundo que passa, muitas coisas acontecem e em decorrência de tal rapidez no tempo, muitas pessoas deixam a leitura de lado, em consequência de outras razões que exigem o seu tempo. Por isso, organize um espaço na sua semana para leitura. Seja 10, 15, 20 minutos, utilize-os bem. Mais do que ler rápido é não entender o livro que ler. Desfrute da leitura com calma, paciência e foco naquilo que está tendo a sua atenção.

7 - Tenha calma em sua leitura. Seguindo o tópico anterior, a leitura é uma atividade de pensamento, reflexão e auto-análise. Estas 3 características requer muito tempo para serem assimiladas e só as serão se o leitor compreender a importância destes 3 fatores. Por isso, desfrute da sua leitura em um ambiente silencioso, harmonioso, de acordo com a sua condição. Pause na leitura, reflita as frases, e se possível, para assimilar melhor, retorne aos capítulos e aos textos que mais lhe chamaram atenção.

8 - Faça anotações em suas leituras. Um caderno, uma caneta e um dicionário são bastante úteis quando se trata da leitura de obras cristãs. Marque passagens de livros que chamem a sua atenção e se possível, decore-as. A assimilação é o prêmio do leitor e a sua prática partindo do livro para a sua vida é a cerne da importância da leitura. Muitas pessoas foram impactadas com grandes obras históricas pelo fato de que os seus escritores traziam da reflexão para a ação, do pensamento para a realidade. É sempre importar marcar nas páginas aquilo que lhe marca, em prol do seu desenvolvimento literário.

9 - Incentive a leitura de grandes obras cristãs aos seus próximos. Um bem muito maior que possamos imaginar, é quando incentivamos ás pessoas próximas à nós. Isto se faz muito bem pelo fato de que as pessoas precisam buscar um grande conhecimento com a prática da piedade cristã. O apoio aos próximos na leitura de obras que os edificam, é um tônico em suas almas para buscarem ao Senhor. Mais ainda, explicando as etapas de uma leitura, traz-lhes segurança e confiança para perseverarem na jornada literária de excelentes obras.

10 - Tenha em primazia como leitura a Palavra de Deus. Ainda que as recomendações de bons livros cristãos venha a ser de uma grande ondas de bênçãos para a sua vida e a vida dos seus, não podemos nos esquecer de que a primazia de nossas mentes e corações só correspondem á Palavra de Deus. É um erro desvalorizar a Bíblia em prol de livros que falem sobre a Bíblia. Se o leitor ignorar a fonte principal da mensagem, como receberá o mensageiro com a mensagem a qual deveria conhecer? Por isso, com organização, persistência, paciência, sabedoria, paz e fé, podemos fielmente meditar no Santo Livro, compreender a vontade do Senhor para as nossas vidas e crescermos no conhecimento e na graça que há em Cristo Jesus.

Que o Senhor vos abençoe!


Fonte: MENINI, Lais. Por que o brasileiro lê tão pouco? Artigo publicado em: https://bhaz.com.br/2019/05/31/por-que-o-brasileiro-le-tao-pouco/. Consulta dia: 31/05/2020.

sábado, 30 de maio de 2020

Comentário Bíblico Mensal: Maio/2020 - Capítulo 5 - Igreja - A Voz Profética na Terra




Comentarista: Oliveira Silva



Texto Bíblico Base Semanal: 1 Tessalonicenses 5.14-23

14. Rogamo-vos, também, irmãos, que admoesteis os desordeiros, consoleis os de pouco ânimo, sustenteis os fracos, e sejais pacientes para com todos.
15. Vede que ninguém dê a outrem mal por mal, mas segui sempre o bem, tanto uns para com os outros, como para com todos.
16. Regozijai-vos sempre.
17. Orai sem cessar.
18. Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco.
19. Não extingais o Espírito.
20. Não desprezeis as profecias.
21. Examinai tudo. Retende o bem.
22. Abstende-vos de toda a aparência do mal.
23. E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.

Momento Interação

Acreditamos que o verdadeiro ministério profético hoje seja simplesmente a pregação da Bíblia com precisão e clareza. O dom da profecia hoje é a proclamação da Palavra escrita, não a transmissão de novas informações do céu. O propósito dos dons de sinais na igreja primitiva era fornecer orientação até que o Novo Testamento fosse completado e também validar o ministério dos apóstolos. Quando a Bíblia foi completada e os apóstolos morreram, os dons miraculosos deixaram de ser úteis na igreja. Podemos ver isso no Novo Testamento em que os primeiros livros como 1 Coríntios e Efésios mencionam os dons miraculosos, enquanto os livros posteriores como 1 e 2 Timóteo não os mencionam. A Bíblia completa é suficiente para seguirmos fielmente o Senhor, e a partir dela, ecoa um poderoso ministério profético da Igreja de Jesus Cristo.

Introdução

Do ponto de vista evangélico-espiritual, esta data tem sido considerada como um momento de reflexão sobre os acontecimentos ocorridos em nosso país, bem como uma oportunidade para que a igreja ore e jejue pelas lideranças políticas, civis e eclesiásticas de todos os segmentos, que estão investidas de autoridade e responsabilidade pelo destino do Brasil, dentro do contexto sócio-político-econômico-religioso. Neste aspecto, a Igreja, como a agência do Reino de Deus, não pode perder o seu foco, ou seja, precisa exercer com autoridade e destemor a sua voz profética, porque para isto é que ela existe e está no mundo. Por outro lado, segundo as palavras de Jesus, calar-se ou se esconder debaixo de um alqueire, para que a sua luz não brilhe neste mundo é uma das maiores afrontas a Deus, o que se caracteriza como um ato de indiferença e omissão medíocre, reprovado pelo Mestre (Mt 5.15). Por isso, não podemos nos esquecer de que, como parte do Corpo de Cristo na terra, existe para “expressamente viver o modelo apostólico do Novo Testamento, ensinando e encorajando os crentes a uma vida com Deus sob a égide do Espírito Santo, a fim de serem capacitados para evangelizar o mundo, que terão as manifestações sobrenaturais do Espírito Santo (Ef 1.22,23; 2.22; Hb 12.23; At 1.8; Mt 28.19, 20; Mc 16.15, 16; 1 Co 12.13; Ef 4.11-16; 1 Co 12.28; 14.12; Mc 16.15,20; At 4.29-31; Hb 2.3,4).

I. Igreja - Baluarte do Deus Vivo

A igreja foi escolhida soberana e livremente pelo Pai desde a eternidade. Foi remida pelo sangue de Cristo e selada pelo Espírito Santo. A igreja é o corpo de Cristo em ação na terra, é o santuário da habitação de Deus, a noiva do Cordeiro, a coluna e baluarte da verdade. A igreja deve ser depositária e portadora da verdade. Fora da verdade não há evangelho para pregar, não há salvação para receber nem esperança que sirva de âncora para a alma. Vemos hoje, com pesar, a realidade de uma geração pós-cristã na América do Norte e na Europa e o florescimento de um misticismo acentuado na América Latina. Um grupo foge da verdade revelada pelo secularismo e o outro, pelo experiencialismo. Ambos relativizam as Escrituras: um esvaziando o seu conteúdo por uma interpretação racionalista e liberal; o outro, por buscar nela a sustentação para as suas práticas.

Na América do Norte e na Europa muitas igrejas estão vazias, trôpegas e mortas. Existem grandes templos, suntuosas catedrais, ricas propriedades, uma colossal estrutura, mas sem vida, sem poder, sem autoridade para viver e pregar. Isso, porque abandonaram a fidelidade às Escrituras. Bandearam para o liberalismo teológico. Suprimiram a pregação evangélica. Deram pedra em vez de pão ao povo para comer. Por isso, a igreja está morrendo. Na verdade, quando a igreja começa a flertar com o liberalismo e se render aos seus interesses, ela perde a sua autoridade e deixa de ser embaixadora de Deus. Onde o liberalismo teológico chega, a igreja morre. Esse é um aviso solene que deve estar sempre trombeteando em nossos ouvidos. Mas, esse não é o único perigo. 

No Brasil, sobretudo, temos visto a pregação de um semi-evangelho, imiscuído com práticas condenáveis pelas Escrituras, induzindo os incautos a um misticismo semi-pagão. O evangelho tornou-se mercadoria e a igreja um balcão de negócio. A mensagem passou a ser para atender o gosto e a preferência da freguesia, fruto da pesquisa do mercado de consumo. A igreja capitulou-se ao pragmatismo moderno. Para muitos segmentos religiosos hoje, o que interessa não é a verdade, mas o que funciona. Não estão preocupados com o que é certo, mas com o que dá certo. É imperativo que nesse tempo de confusão, apostasia e desequilíbrio a igreja de Deus se levante como coluna e baluarte da verdade. A doutrina bíblica é inegociável. Não podemos transigir com os absolutos de Deus.

II. A Missão da Igreja de Jesus Cristo

Há uma diferença entre unidade (que ocorre quando um grupo de pessoas se reúne por um motivo comum) e uniformidade (que ocorre quando se espera que as pessoas no grupo sejam todas do mesmo tipo e façam o mesmo tipo de coisa). Encoraje o grupo a pensar sobre esta diferença e a discutir em que aspectos eles veem a igreja pressionando as pessoas a serem uniformes, ao invés de unidas – e o que causa isso. Você pode pedir para que reflitam sobre se eles tendem a esperar que as outras pessoas na igreja sejam exatamente como eles – é mais fácil fazer isso do que pensamos.
A igreja foi criada para ser o corpo de Cristo na terra. Seu papel é continuar a missão que ele tinha de mostrar às pessoas o amor de Deus e fazê-las saber que é possível entrar em um relacionamento com ele. Devemos entender que isso envolve explicar o que Jesus fez, incluindo a importância da cruz, bem como mostrar como é ter um relacionamento com Deus e permitir que este relacionamento transforme vidas.

Hoje em dia, muitas pessoas entendem a igreja como um prédio. Esta não é a compreensão bíblica da igreja. A palavra igreja vem da palavra grega “Ecclesia”, que é definida como “uma assembléia”, ou “os que foram chamados”. O significado primário de “igreja” não é de um prédio, mas de pessoas. É irônico que quando você pergunta às pessoas que igreja freqüentam, geralmente dizem Batista, Metodista, ou outra denominação. Muitas vezes eles se referem à denominação ou ao prédio. Leia Romanos 16:5: “...Saudai também a igreja que está em sua casa.” Paulo se refere à igreja em sua casa, não à igreja prédio, mas um corpo de crentes.

A igreja é o Corpo de Cristo. Efésios 1:22-23 diz: “E sujeitou todas as coisas a seus pés, e sobre todas as coisas o constituiu como cabeça da igreja, que é o seu corpo, a plenitude daquele que cumpre tudo em todos.” O Corpo de Cristo é feito de todos os crentes desde o tempo de Pentecoste até ao Arrebatamento. O Corpo de Cristo consiste em dois aspectos: 1) A igreja universal é a igreja que consiste de todos aqueles que têm um relacionamento pessoal com Jesus Cristo. I Coríntios 12:13-14 diz: “Pois todos nós fomos batizados em um Espírito, formando um corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres, e todos temos bebido de um Espírito. Porque também o corpo não é um só membro, mas muitos.” 

Vemos que qualquer pessoa que crer é parte do corpo de Cristo. A verdadeira igreja de Deus não é nenhum prédio de igreja em particular ou denominação. A igreja universal de Deus é composta por todos os que já receberam a salvação através da fé em Cristo Jesus;  2) A igreja local é descrita em Gálatas 1.1-2: “PAULO, apóstolo ... E todos os irmãos que estão comigo, às igrejas da Galácia.” Aqui vemos que na província de Galácia havia muitas igrejas: o que chamamos de igreja local. Uma igreja Batista, igreja Luterana, igreja Católica, etc, não é A igreja, como a igreja universal, mas ao invés disso, uma igreja local. A igreja universal é composta por aqueles que já confiaram em Cristo para salvação. Estes membros da igreja universal deveriam buscar comunhão e edificação em uma igreja local.

III. O Ministério Profético da Igreja do Senhor Jesus

Como cristãos, devemos conhecer o que significa ser igreja. Paulo, escrevendo a Timóteo, qualifica a igreja como coluna e baluarte da verdade (1 Tm 3.15). Com as palavras coluna e baluarte, Paulo exibe a figura de uma construção que tem alicerces e estruturas. Sobre estas estruturas está erguida a verdade. O papel da igreja não é definir a verdade, mas sim exibi-la, exaltá-la e proclamá-la. É certo, porém, que, mesmo a igreja não sendo a dona da verdade, ela é a agência escolhida e preparada por Deus para a manutenção da verdade. 

A Igreja mantém a verdade porque, por meio da pregação, a Igreja a proclama, a conserva pura e íntegra, a transmite à posteridade… O silêncio da Igreja significa o afastamento e a supressão da verdade. Visto que temos a responsabilidade de sustentar a verdade, resta saber o que Paulo quer dizer por verdade. Muito poderia ser dito a respeito do conceito de verdade, mas há um breve texto bíblico que explica de forma simples e clara o que é a verdade que a Igreja tem por responsabilidade sustentar: "Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim" (Jo 14.6).

Conclusão

Jesus é a verdade. É isso que precisamos proclamar! Jesus Cristo, que pregou o evangelho, sendo ele próprio o assunto principal do evangelho, é o ponto focal da proclamação (kerigma) e da prática (praxis) da igreja. Muitas igrejas hoje têm reduzido o evangelho a um conjunto de programas, atividades, ou normas que podem até ser boas, mas não partem do princípio básico de que, pelo pecado, o homem está completamente afastado de Deus e que, através de Jesus, Deus restaura esse relacionamento rompido. Essa mensagem deve permear tudo o que fazemos ou falamos. Nossa missão é levantar a Cristo, para que todos possam vê-lo! Sendo assim, as nossas igrejas será verdadeiramente evangélica.



Sugestão de Leitura da Semana: SILVA, Oliveira. O Fundamento da Igreja de Cristo. São Paulo: Evangelho Avivado, 1ª Ed: 2019.

sexta-feira, 29 de maio de 2020

Comentário Bíblico Mensal: Maio/2020 - Capítulo 4 - Jesus Cristo - O Profeta por Excelência




Comentarista: Oliveira Silva



Texto Bíblico Base Semanal: Deuteronômio 18.15-22

15. O Senhor teu Deus te levantará um profeta do meio de ti, de teus irmãos, como eu; a ele ouvireis;
16. Conforme a tudo o que pediste ao Senhor teu Deus em Horebe, no dia da assembléia, dizendo: Não ouvirei mais a voz do Senhor teu Deus, nem mais verei este grande fogo, para que não morra.
17. Então o Senhor me disse: Falaram bem naquilo que disseram.
18. Eis lhes suscitarei um profeta do meio de seus irmãos, como tu, e porei as minhas palavras na sua boca, e ele lhes falará tudo o que eu lhe ordenar.
19. E será que qualquer que não ouvir as minhas palavras, que ele falar em meu nome, eu o requererei dele.
20. Porém o profeta que tiver a presunção de falar alguma palavra em meu nome, que eu não lhe tenha mandado falar, ou o que falar em nome de outros deuses, esse profeta morrerá.
21. E, se disseres no teu coração: Como conhecerei a palavra que o Senhor não falou?
22. Quando o profeta falar em nome do Senhor, e essa palavra não se cumprir, nem suceder assim; esta é palavra que o Senhor não falou; com soberba a falou aquele profeta; não tenhas temor dele.

Momento Interação

Como profeta, Jesus tem a grande função de revelar o caráter do Pai. João diz: “Ninguém jamais viu a Deus; o Deus unigênito, que está no seio do Pai, é quem o revelou” (Jo 1.18). Jesus revelou o caráter do seu Pai, especialmente por meio do seu ensino. Suas explicações sobre Deus, bem como o seu amor, a sua misericórdia, a sua graça, a sua justiça, a sua santidade, o seu propósito, a sua natureza e pessoa, foram manifestações do seu ofício profético. Cristo é a eterna sabedoria do Pai, ele se tornou o tradutor de Deus para a raça decaída, que não conseguia falar a linguagem de Deus. Tentar entender Deus à parte de Cristo é como tentar entender uma nação estrangeira sem um embaixador. Cristo disse: “Quem me vê a mim vê o Pai” (Jo 14.9). 

Jesus Cristo precisava ser Deus, para poder falar a verdade sobre o Pai, e, ao mesmo tempo, precisava ser homem a fim de que entendêssemos o que ele estava dizendo. Cristo é a ponte que liga o finito ao infinito, a sua cruz liga os céus à terra, atravessa o imenso abismo entre o bem e o mal, entre a santidade e a iniquidade. Lloyd-Jones está certo em assegurar a importância disso, pois de fato “uma parte de nossa salvação consiste em nossa recepção desse conhecimento que nosso Senhor nos tem comunicado”.

Introdução

O tríplice ofício de Cristo (“Munus triplex”), o qual ele exerceu tanto em seu estado de humilhação como no de exaltação, está figurado no Antigo Testamento nos ofícios profético, sacerdotal e real – ofícios que eram consagrados através de unção (sendo “ungido” o significado do termo grego “Cristo” e hebraico “Messias”). Como Profeta, ele nos revela a vontade e a pessoa de Deus. Como Sacerdote, ele é nosso mediador diante de Deus, oferecendo a si mesmo, uma só vez, em sacrifício para satisfazer a justiça divina e nos reconciliar com o Pai e vivendo sempre para interceder por aqueles que se achegam a Deus. Como Rei, ele governa como o vice-regente do Pai sobre o mundo, protege o seu povo e conquista sobre seus inimigos. Ressalta-se que, apesar de vermos tais sombras no Antigo Testamento, não devemos supor que Deus se aproveitou “a posteriori” desses ofícios para ilustrar a obra messiânica, mas que foram decretados antes da fundação do mundo para nos revelar o Cristo. Primeiro vem a realidade eterna do Filho, depois os ofícios terrenos. Ele é o Logos, o Cordeiro que foi morto e o braço direito do Pai antes da fundação do mundo.

I. O Messias Prometido

Moisés foi o primeiro grande profeta do A.T e escreveu os cinco primeiros livros da Bíblia, o Pentateuco. Depois vieram outros que transmitiam a palavra de Deus. Mas Moisés profetizou que um dia viria outro profeta como ele (Dt 18.18): “Suscitar-lhe-ei um profeta...”. Mas se olharmos a história de Jesus nos evangelhos, ele não é visto como um profeta ou O Profeta semelhante a Moisés, apesar de que em algumas referências as pessoas o chamavam de profeta, eles conheciam pouco sobre Ele. Por ex. quando Jesus disse a mulher samaritana um pouco da sua vida passada, ela imediatamente disse que Ele era profeta (Jo 4.19), o cego de nascença também falou que Jesus era profeta (Jo 9.17). Mas havia uma expectativa de que viria o profeta predito por Moisés, como por exemplo, na multiplicação dos pães e peixes, alguns exclamaram “Este é, verdadeiramente, o profeta que devia vir ao mundo” (Jo 6.14).

As cartas paulinas não citam Jesus como profeta. Apesar de Jesus ser o profeta predito por Moisés, Ele é infinitamente maior que todos os profetas, tanto do A.T como do N.T. Jesus era aquele sobre quem os profetas falavam e escreviam. Ele não era meramente um mensageiro da revelação de Deus (como todos os profetas), mas ele era a própria fonte de revelação de Deus. Em vez de dizer como os profetas “Assim diz o Senhor”, Jesus podia dizer com toda autoridade divina “Eu, porém, vos digo”. Jesus é o verbo eterno de Deus (Jo 1.1), é o resplendor da glória e a expressão exata de Deus, Ele é a verdadeira luz que ilumina a todo homem, todas as coisas foram feitas por intermédio Dele. No sentido genérico da palavra profeta, Cristo é verdadeiramente um profeta, mas Ele é também aquele profetizado por Moisés, Ele é maior que todos os profetas.

II. O Ministério Profético de Cristo Jesus

A grande função do profeta era anunciar algo da parte de Deus para o ser humano. O profeta não tinha uma mensagem de si mesmo para transmitir, ele transmitia a Palavra de Deus, a qual precisaria ter recebido de Deus anteriormente. O profeta comunicava a vontade de Deus ao povo por meio de admoestações, exortações, promessas ou ameaças. Jesus é o profeta por excelência. Moisés, o grande profeta de Israel anunciou a vinda de um profeta que devia ser ouvido: “O SENHOR, teu Deus, te suscitará um profeta do meio de ti, de teus irmãos, semelhante a mim; a ele ouvirás” (Dt 18.15). Quando as pessoas viram os milagres de Jesus, especialmente a multiplicação dos pães e dos peixes, declararam: “Este é, verdadeiramente, o profeta que devia vir ao mundo” (Jo 6.14). Não há dúvida de que eles estavam pensando na promessa de Moisés. Pedro entendeu que o anúncio de Moisés se referia a Jesus, e deixou isso bem claro no seu primeiro sermão: “Disse, na verdade, Moisés: O Senhor Deus vos suscitará dentre vossos irmãos um profeta semelhante a mim; a ele ouvireis em tudo quanto vos disser” (At 3.22).

O Novo Testamento diz que todos os profetas do Antigo Testamento eram movidos pelo Espírito de Cristo, ou seja, era o caráter profético de Jesus que dava aos profetas a revelação, conforme as palavras de Pedro na sua Primeira Epístola: “Foi a respeito desta salvação que os profetas indagaram e inquiriram, os quais profetizaram acerca da graça a vós outros destinada, investigando, atentamente, qual a ocasião ou quais as circunstâncias oportunas, indicadas pelo Espírito de Cristo, que neles estava, ao dar de antemão testemunho sobre os sofrimentos referentes a Cristo e sobre as glórias que os seguiriam” (1Pe 1.10,11). Ele está dizendo que os profetas puderam antever as coisas futuras porque o Espírito de Cristo estava neles e lhes concedia a revelação.

III. Jesus Cristo - Profeta por Excelência

Como profeta, Jesus tem a grande função de revelar o caráter do Pai. João diz: “Ninguém jamais viu a Deus; o Deus unigênito, que está no seio do Pai, é quem o revelou” (Jo 1.18). Jesus revelou o caráter do seu Pai, especialmente por meio do seu ensino. Suas explicações sobre Deus, bem como o seu amor, a sua misericórdia, a sua graça, a sua justiça, a sua santidade, o seu propósito, a sua natureza e pessoa, foram manifestações do seu ofício profético. Cristo é a eterna sabedoria do Pai, ele se tornou o tradutor de Deus para a raça decaída, que não conseguia falar a linguagem de Deus.
Tentar entender Deus à parte de Cristo é como tentar entender uma nação estrangeira sem um embaixador. Cristo disse: “Quem me vê a mim vê o Pai” (Jo 14.9). Jesus precisava ser Deus, para poder falar a verdade sobre o Pai, e, ao mesmo tempo, precisava ser homem a fim de que entendêssemos o que ele estava dizendo. Cristo é a ponte que liga o finito ao infinito, a sua cruz liga os céus à terra, atravessa o imenso abismo entre o bem e o mal, entre a santidade e a iniqüidade. Lloyd-Jones está certo em assegurar a importância disso, pois de fato “uma parte de nossa salvação consiste em nossa recepção desse conhecimento que nosso Senhor nos tem comunicado”.

Desse modo, o mediador estava fazendo a ponte entre Deus e o ser humano, revelando-nos um pouco da maravilhosa pessoa do Pai. Toda a revelação está, de certo modo, na pessoa de Cristo como profeta. Assim, de fato, “desde o início, tanto em seu estado de humilhação quanto de exaltação, tanto antes quanto depois do seu advento na carne, Cristo executa o ofício de profeta ao revelar-nos, por meio de sua Palavra e seu Espírito, a vontade de Deus para nossa salvação”. Deus ordenou aos homens, no monte da transfiguração que ele fosse ouvido (Mt 17.5). Se ele devia ser ouvido é porque de fato é o portador da revelação. Na pessoa de Cristo, segundo Paulo, estão escondidos “todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento” (Cl 2.3), e nas sábias palavras de Calvino “fora dele não há nada que valha a pena conhecer”.

Conclusão

Os três cargos mais importantes que poderiam existir para o povo de Israel no Antigo Testamento eram: o de Profeta (como Isaías, Jeremias, Natã), o de Sacerdote (como Arão, Samuel), e o de Rei (como Davi, Josafá). O profeta falava as palavras de Deus ao povo, o sacerdote oferecia sacrifícios e orações a Deus em favor do povo, e o rei governava o povo como representante de Deus. Cristo preenche esses três ofícios da seguinte maneira: como profeta ele transmite a palavra de Deus a nós, como sacerdote ele tanto oferece sacrifício em nosso favor quanto ele mesmo é o sacrifício; e como rei governa a Igreja e todo o universo.

Jesus nasceu para ser o Rei dos judeus, mas não aceitou ser um rei do jeito que o povo queria: um rei terreno com poder militar, com espada, com um exército de soldados, um rei que libertasse o povo judeu do domínio de Roma. Eles queriam um rei político, cheio de fama e de pompa, mas Jesus recusou tudo isso, Ele disse a Pilatos em (Jo 18.36): “O meu reino não é deste mundo...”).  Mas Jesus tem um reino, cuja vinda ele anunciou em sua pregação aqui na terra, é um reino celestial, Jesus é o “Rei que vem em nome do Senhor”, é o “Rei dos reis e Senhor dos senhores”, está sentado à direita do Pai, está acima de todo nome, tem todas as coisas debaixo dos seus pés, Ele é o cabeça de todas as coisas, esse oficio de Rei será reconhecido pelas pessoas quando Jesus voltar com poder e grande glória para reinar, Filipenses 2.10-11 diz que: “Todo joelho se dobrará e toda língua confessará que Jesus Cristo é Senhor, para a glória de Deus Pai”.



Sugestão de Leitura da Semana: GONÇALVES, Matheus. O Evangelho do Médico Amado. São Paulo: Evangelho Avivado, 2019.

domingo, 24 de maio de 2020

Comentário Bíblico Mensal: Maio/2020 - Capítulo 3 - O Ministério Profético no Novo Testamento




Comentarista: Oliveira Silva



Texto Bíblico Base Semanal: 1 Coríntios 14.1-6

1. Segui o amor, e procurai com zelo os dons espirituais, mas principalmente o de profetizar.
2. Porque o que fala em língua desconhecida não fala aos homens, senão a Deus; porque ninguém o entende, e em espírito fala mistérios.
3. Mas o que profetiza fala aos homens, para edificação, exortação e consolação.
4. O que fala em língua desconhecida edifica-se a si mesmo, mas o que profetiza edifica a igreja.
5. E eu quero que todos vós faleis em línguas, mas muito mais que profetizeis; porque o que profetiza é maior do que o que fala em línguas, a não ser que também interprete para que a igreja receba edificação.
6. E agora, irmãos, se eu for ter convosco falando em línguas, que vos aproveitaria, se não vos falasse ou por meio da revelação, ou da ciência, ou da profecia, ou da doutrina?

Momento Interação

Há muita diferença entre profeta do Antigo Testamento e profeta da graça. No Antigo Testamento profeta era oficio (profissão), no Novo Testamento é dom: “Pelo que diz: Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro e deu dons aos homens. E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profeta, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores” (Ef 4.8-11). No Antigo Testamento era Deus sobre o homem, no Novo Testamento é Deus dentro do homem. No Velho Testamento o oficio de profeta terminou em João Batista. “A lei e os profetas duraram até João…” (Lc 16.16). No Novo Testamento começou no dia de pentecoste. No Antigo Testamento o profeta era para a nação de Israel, no Novo Testamento o profeta é para a igreja em cada localidade. Houve uma pausa: por espaço de trezentos anos não tinha Deus falado aos homens. Mas no fim desse tempo, João, filho de Zacarias, cognominado o Batista, que foi “profeta”, e “mais de que profeta” (Mt 11.9), apareceu, revelando às multidões a vontade de Deus a respeito delas, e dizendo-lhes que estava chegado o tempo em que as profecias sobre a vinda do Libertador deviam ser cumpridas. E chegou esse tempo do Profeta ideal, em quem tiveram realização, no maior grau. as palavras de Moisés (Dt 18.18; At 3.22), revelando Ele nos Seus atos e palavras o Espírito do Pai celestial.

Introdução

O dom de profecia, em seu sentido original no Novo Testamento, é um privilégio especial concedido pelo Espírito Santo a certos membros das igrejas para receber e transmitir mensagens e revelações vindas de Deus. No início da igreja os que recebiam esse dom eram chamados “profetas”, a exemplo dos que aparecem no Velho Testamento. Junto com os apóstolos, eles construíram o fundamento para a edificação dos santos, membros da família de Deus, sendo Cristo Jesus a principal pedra da esquina (Ef 2.19,20). Os profetas falavam sob a imediata autoridade do Espírito de Deus, e transmitiam comunicações divinas concernentes a verdades doutrinárias, e esclarecimentos de eventos futuros, conforme o caso. Seu ministério foi preservado para nós no Novo Testamento. Entre eles contamos Tiago e Judas, sendo que este começou seu livro dizendo: “enquanto eu empregava toda a diligência para escrever-vos acerca da salvação que nos é comum, senti a necessidade de vos escrever, exortando-vos a pelejar pela fé que de uma vez para sempre foi entregue aos santos” (versículo 3).

I. O Profeta no Novo Testamento

Existe muita diferença, muita confusão e falta de informação sobre ministério profético do velho testamento, ministério profético do novo testamento e pessoas com dom de profecia. O profeta do velho testamento era alguém que naturalmente não tinha Bíblia, pois o cânon bíblico ainda não tinha sido fechado, a bíblia estava sendo formada. Este tipo de profeta era alguém que recebia uma capacitação divina para profetizar, ou seja, recebia uma mensagem de Deus, muitas das vezes mensagem quem buscava fazer o povo se arrepender de seus pecados e voltar a servir ao Senhor com integridade. Muitas das mensagens que estes profetas receberam eram canônicas, faziam parte de escritos que iriam compor a Bíblia sagrada.  Este tipo de ministério profético vigorou até João Batista, o que é confirmado em Mateus 11.13.

Já o ministério profético do novo testamento é totalmente diferente, pois ele é formado, gerado, feito por Jesus, após a Sua ressurreição: "E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo" (Ef 4.11,12). A Bíblia contém toda a Palavra de Deus que foi revelada pelo Espírito Santo, primeiro na antiguidade através dos profetas, depois pelo Filho (Hb 1.1,2), em seguida pelos apóstolos e profetas inspirados pelo Espírito Santo (Jo 16.13-15), finalmente mediante a revelação de Jesus Cristo ressuscitado e elevado ao céu, a João o seu apóstolo amado. Assim terminou a Revelação Divina (Ap 28.18-20). Visto que a Bíblia Sagrada está completa, rejeitamos qualquer pessoa que diz ter o dom de revelar mais mensagens proféticas da parte de Deus.  

II. O Ministério Profético no Novo Testamento

Deus, o Todo-Poderoso, sempre procurou comunicar-se de modo pessoal com os homens. No Antigo Testamento, utilizou os profetas para falar com os israelitas. Porém, em o Novo Testamento, observamos o Pai se revelando a toda a humanidade de uma forma sublime e surpreendente, falando através de seu Filho, o maior Profeta de todos os tempos (Hb 1.1). Quando recebemos a Jesus como nosso Salvador, passamos a ter um relacionamento pessoal com Deus. Podemos ouvir a voz do Pai falando diretamente conosco. 

Todavia, Deus não encerrou o ministério profético em o Novo Testamento, Ele continua a utilizar os seus profetas para revelar a sua vontade ao seu povo. É o que estudaremos na lição de hoje. Já vimos reiteradas vezes que o autêntico profeta falava em nome de Deus e por Deus. Suas mensagens contemplavam os elementos mais comuns de uma profecia bíblica, os quais consistem das revelações quanto ao futuro, bem como de mensagens de encorajamento, fortalecimento, advertência e repreensão. Assim, apesar de o Novo Testamento consistir em grande parte de cumprimento profético veterotestamentário, o elemento preditivo também se acha em suas páginas com exceção das epístolas a Filemon e de 3 João.

Muitos foram os profetas do Antigo Testamento quando comparados ao número de apóstolos do Novo Testamento. Em relação ao período profético, o ministério apostólico foi relativamente curto. Assim como o volume da produção profética do Antigo Testamento quando comparada ao do Novo Testamento é muito maior. O importante, porém, é saber que todas as coisas ocorreram segundo o programa de Deus. Não obstante, com o nascimento de Cristo no período do Novo Testamento, deu-se o cumprimento máximo das profecias do Antigo Testamento. A esse evento Paulo denomina de a “plenitude dos tempos” (Gl 4.4).

III. A Excelência do Profetismo do Novo Testamento

Houve uma pausa: por espaço de trezentos anos não tinha Deus falado aos homens. Mas no fim desse tempo, João, filho de Zacarias, cognominado o Batista, que foi “profeta”, e “mais de que profeta” (Mt 11.9), apareceu, revelando às multidões a vontade de Deus a respeito delas, e dizendo-lhes que estava chegado o tempo em que as profecias sobre a vinda do Libertador deviam ser cumpridas. E chegou esse tempo do Profeta ideal, em quem tiveram realização, no maior grau. as palavras de Moisés (Dt 18.18; At 3.22), revelando Ele nos Seus atos e palavras o Espírito do Pai celestial. E compreende-se que a atividade profética não tivesse a sua paragem em Jesus Cristo, continuando duma maneira nova, depois que o Espírito Santo foi derramado no dia de Pentecoste. Então, as palavras de Joel receberam parte do seu cumprimento: “vossos filhos e as vossas filhas profetizarão” (Jl 2.28; At 2.17); e mais uma vez se acostumaram os crentes a ouvir os profetas, que se lhes dirigiam em nome do Senhor.

O Novo Testamento retrata Jesus como um “pregador” e “mestre” (no grego, didaskalos, termo usualmente traduzido por “mestre”, no sentido de mestre-escola), bem como “aquEle que cura” (Mt 9.35). Ele anunciou a salvação aos pobres (Lc 4.18,19). Nos tempos bíblicos, o termo “profeta” não incluía necessariamente a capacidade de olhar para o futuro. Os profetas eram apenas aqueles que falavam por Deus, e se houvesse predição do futuro, seria Deus, e não o profeta, que via o futuro e o revelava. O profeta era apenas boca usada por Deus. Os profetas também eram chamados videntes, porque Deus lhes permitia enxergar a mensagem, algumas vezes em suas mentes, outras, em sonhos e visões. Jesus, entretanto, cumpriu o ministério de profeta no sentido mais elevado. Ele disse: “… a palavra que ouviste não é minha, mas do Pai que me enviou” (Jo 14.24). Particularmente no ano do encerramento de seu ministério público, Jesus muito ensinou a seus discípulos sobre os eventos que ainda aconteceriam. Capítulos inteiros de discurso nos evangelhos – Mateus 24, por exemplo -, são compostos por profecias futuristas [grifo nosso]. É claro que Jesus cumpriu o ofício de profeta.

Conclusão

O cumprimento das profecias da Bíblia Sagrada é uma das evidências de sua origem divina. Nestas escrituras, todas inspiradas pelo Espírito Santo de Deus, temos um seguro guia em nossa jornada para o céu. O seu cumprimento é tão certo quanto à sucessão dos dias e das noites; por isso, todos devemos esperar nas fiéis promessas de Deus feitas por meios de seus profetas e apóstolos. A natureza exata do dom da profecia, como exercido na igreja do século I, é muito debatida. 

Alguns consideram que 13.8 (na versão ARA), “profecias... desaparecerão” significa que, depois de completados os escritos do Novo Testamento, revelações especiais dadas por meio de membros das congregações locais não seriam mais necessárias, e que, sendo assim, o “dom da profecia” original foi transformado em um dom de pregar a Palavra. Outros sustentam que é o dom da revelação. Não que a profecia substitua a Palavra de Deus, mas que, de certa maneira, ela suplementa a Escritura ao mesmo tempo em que se mantém subordinada a ela.



Sugestão de Leitura da Semana: ATAÍDE, Romulo; PEREIRA, Leonardo; MUNIZ, Sidney. ROGÉRIO, Marcos. Comentário Bíblico Mensal Evangelho Avivado Volume 1 - Antigo Testamento. São Paulo: Evangelho Avivado, 2017.

quarta-feira, 20 de maio de 2020



TRISTEZA X DEPRESSÃO 

Tristeza e depressão, falta de Deus?


Quem nunca se auto diagnosticou como uma pessoa triste e depressiva? Na sociedade em que vivemos, procurar ajuda psicológica é um tanto que “vergonhoso”, seja por causa do que os amigos irão dizer, pelo próprio preconceito ou mesmo por conta de uma frustação religiosa.  Muitos se falam sobre tristeza e depressão, mas, será que sabemos diferenciá-las? 

Um conceito simples para diferenciar tristeza normal e depressão é a autoestima da pessoa. A doutora Ana Beatriz Barbosa Silva em seu livro: “Mentes depressivas”, nos esclarece de forma simples e objetiva a forma com uma se diferencia da outra: “Quando as pessoas estão vivenciando uma tristeza norma ou “fisiológica”, apresentam pensamentos negativos sobre a sua perda, mas não se veem incapazes de tocar a vida no presente nem no futuro”. Para definir a depressão ela nos diz:“ (...) as pessoas com depressão de fato são dominadas completamente por pensamentos negativos que englobam sua autoimagem, todos os aspectos do presente e suas possibilidades para o futuro.”   

É importante ressaltar que é normal e podemos sim ficarmos tristes, principalmente nos dias quando tudo parece estar dando errado ou quando vivemos por perdas de pessoas próximas e não conseguimos alcançar algum objetivo. Não existe nenhum ser humano inseto de passar por dias difíceis e cansativos, todos nós passamos e ainda passaremos por eles, mas é algo passageiro.  

O que diferencia uma pessoa triste para uma pessoa depressiva é conseguir seguir em frente. Alguém triste pode ficar por um tempo desfrutando da sua tristeza, mas não deixará de seguir sua vida após o período (é um sentimento normal), já alguém com depressão, interrompe sua vida presente e futura por pensamentos negativos e duradouros, podendo cometer suicídio. 




DEPRESSÃO NA ANTIGUIDADE 
O autor Táki Athanássios Cordás, que é médico e professor do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina (FMUSP) da USP e o historiador Matheus Schumaker Emilio, formado na Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo, nos mostram através do livro: “O livro A história da Melancolia (Editora Artmed, 2016), o avanço do conceito de depressão que até os dias de hoje. Destaco aqui dois conceitos: Modelo Mágico religioso ( Xamanístico) e Teoria dos Humores. 

No modelo mágico religioso a questão da doença era vista como um resultado de transgressões de natureza individual ou coletiva, ou seja, era resultado de uma punição divina pelos pecados e transgressões. A cura só era realizada através de pessoas consideradas “sacerdotes “do povo.  

Hipócrates (considerado pai da medicina), relaciona homem/ ambiente com o processo de saúde em sua Teoria dos Humores (Água= fleuma, terra= bile negra fogo= bile amarela e ar= sangue).  O equilíbrio desses elementos era considerado o estado de saúde e o desequilíbrio era a causa da doença. Com o avanço da filosofia e medicina os concepções sobre doenças sofreram grandes modificações até chegarem à definição racional 

Hoje o  Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5, na sigla em inglês), criado pela Associação Americana de Psiquiatria para definir como é feito o diagnóstico de transtornos mentais, diagnostica e classifica a depressão como “presença de humor triste, vazio ou irritável, acompanhado de alterações somáticas e cognitivas que afetam significativamente a capacidade de funcionamento do indivíduo” 




DEPRESSÃO:  UMA EPIDEMIA MODERNA 
O caso de depressão pelo mundo tem cada dia mais se aumentado. E mostra que a depressão está permanecendo por tempo cada vez maior e se iniciando em idades mais jovens. O que agravou e agrava o quadro de tristeza resultando na maioria das vezes a depressão, ainda é o preconceito. Em um contexto de pessoas cada vez mais auto suficientes e auto independentes, torna- se “difícil” reconhecer as fraquezas, expor os fracassos e inquietações, fazendo cada vez mais pessoas engavetarem seus medos.  

A depressão é uma doença clínica que muitas vezes, pode ser fatal. Em um artigo denominado: “Um custo crescente da modernidade: depressão”, o psicólogo norte americano Daniel Golemam  conclui  que a cada geração, a depressão tende a se agravar em idades mais precoces e os níveis serão cada vez mais elevados.  

Estudos realizados pela Escola de Saúde Pública de Harvard e pela OMS, destacam que a depressão ocupa o primeiro lugar em termos de impacto econômico (perde apenas para doenças cardíacas e aids) 




O QUE CAUSA AFINAL A DEPRESSÃO? 
Estudos do Ministério da Saúde indicam que as causas podem ser consideradas: 

Genética: estudos com famílias, gêmeos e adotados indicam a existência de um componente genético.  

Bioquímica cerebral: há evidencias de deficiência de substancias cerebrais, chamadas neurotransmissores. São eles Noradrenalina, Serotonina e Dopamina que estão envolvidos na regulação da atividade motora, do apetite, do sono e do humor; 

Eventos vitais: eventos estressantes podem desencadear episódios depressivos naqueles que tem uma predisposição genética a desenvolver a doença. 


PRINCIPAIS SINTOMAS 
Os sintomas mais comuns são: Humor deprimido, perda de interesse, prazer , energia reduzida, levando a uma diminuição das atividades em geral (por pelo menos duas semanas), ansiedade, distúrbios do sono e de apetite e podem ter sentimentos de culpa ou baixa autoestima. Falta de concentração, humor exaltado ou irritado, excesso de atividades, pressão de fala, autoestima inflada e uma menor necessidade de sono, bem como a aceleração do pensamento 




TRATAMENTO 
Os principais tratamentos são realizados por meio de terapias psicológicas individuais ou coletivas e medicamentos antidepressivos (que só deve ser prescrito por um psiquiatra). 




BIBLIOGRAFIA  

Silva, Ana Beatriz Barbosa - Mentes depressivas- as três dimensões da doença do século/ Ana Beatriz Barbosa Silva - 1 ed. - São Paulo : Pricipium,