sábado, 27 de fevereiro de 2021

Comentário Bíblico Mensal: Fevereiro/2021 - Capítulo 5 - O Cuidado de Deus com seu Povo no Deserto

 




Comentarista: Leonardo Pereira



Texto Bíblico Base Semanal: Deuteronômio 8.1-18

1. Todos os mandamentos que hoje vos ordeno guardareis para os cumprir; para que vivais, e vos multipliqueis, e entreis, e possuais a terra que o SENHOR jurou a vossos pais.
2. E te lembrarás de todo o caminho, pelo qual o Senhor teu Deus te guiou no deserto estes quarenta anos, para te humilhar, e te provar, para saber o que estava no teu coração, se guardarias os seus mandamentos, ou não.
3. E te humilhou, e te deixou ter fome, e te sustentou com o maná, que tu não conheceste, nem teus pais o conheceram; para te dar a entender que o homem não viverá só de pão, mas de tudo o que sai da boca do Senhor viverá o homem.
4. Nunca se envelheceu a tua roupa sobre ti, nem se inchou o teu pé nestes quarenta anos.
5. Sabes, pois, no teu coração que, como um homem castiga a seu filho, assim te castiga o Senhor teu Deus.
6. E guarda os mandamentos do Senhor teu Deus, para andares nos seus caminhos e para o temeres.
7. Porque o Senhor teu Deus te põe numa boa terra, terra de ribeiros de águas, de fontes, e de mananciais, que saem dos vales e das montanhas;
8. Terra de trigo e cevada, e de vides e figueiras, e romeiras; terra de oliveiras, de azeite e mel.
9. Terra em que comerás o pão sem escassez, e nada te faltará nela; terra cujas pedras são ferro, e de cujos montes tu cavarás o cobre.
10. Quando, pois, tiveres comido, e fores farto, louvarás ao Senhor teu Deus pela boa terra que te deu.
11. Guarda-te que não te esqueças do Senhor teu Deus, deixando de guardar os seus mandamentos, e os seus juízos, e os seus estatutos que hoje te ordeno;
12. Para não suceder que, havendo tu comido e fores farto, e havendo edificado boas casas, e habitando-as,
13. E se tiverem aumentado os teus gados e os teus rebanhos, e se acrescentar a prata e o ouro, e se multiplicar tudo quanto tens,
14. Se eleve o teu coração e te esqueças do Senhor teu Deus, que te tirou da terra do Egito, da casa da servidão;
15. Que te guiou por aquele grande e terrível deserto de serpentes ardentes, e de escorpiões, e de terra seca, em que não havia água; e tirou água para ti da rocha pederneira;
16. Que no deserto te sustentou com maná, que teus pais não conheceram; para te humilhar, e para te provar, para no fim te fazer bem;
17. E digas no teu coração: A minha força, e a fortaleza da minha mão, me adquiriu este poder.
18. Antes te lembrarás do Senhor teu Deus, que ele é o que te dá força para adquirires riqueza; para confirmar a sua aliança, que jurou a teus pais, como se vê neste dia.

Momento Interação

Em Deuteronômio 8 somos exortados a nos lembrar de tudo o que o Senhor já fez e como nos conduziu pelos diversos caminhos da vida. Tanto os bons, quanto os maus momentos devem ser encarados como treinamento, aperfeiçoamento, pois por meio dele o Senhor quer conhecer as nossas verdadeiras intenções. Muitos crentes dizem que são capazes de dar a vida pelo Senhor, mas na hora da provação o negam com suas atitudes, assim como fez Pedro. Um dos objetivos das provações é exatamente este, revelar quem realmente somos, para que tenhamos a consciência de que é preciso melhorar. Além disso, somos exortados a não nos esquecer do Senhor quando a provação finalmente tiver passado e formos introduzidos na terra da promessa. Não é incomum que o crente seja submisso e profundamente dedicado, enquanto as coisas vão mal, e se desviar dos mandamentos do Senhor quando está tudo indo mal. Neste capítulo, a grande lição é para que tenhamos em mente, sempre, os mandamentos do Senhor e Sua bondade, para que não nos desviemos deles e sejamos expulsos da terra da promessa.

Introdução

Em virtude dos acontecimentos com Israel na peregrinação no deserto pelo período de quarenta anos, reiteradas vezes o Senhor ajudou o povo hebreu por várias razões, entre as quais, foram a apostasia, a idolatria e a incredulidade. Deus como Senhor e Soberano das nações, sempre é fiel em suas palavras e promessas. Ainda que aquela geração perder-se-ia em suas próprias iniquidades, tombando nas areias do deserto sendo para aquela geração o cemitério, ali se encontrava uma nova geração forte, corajosa e dispostos a a entrarem na terra que o Senhor prometera à Abraão. Antes de entrarem na terra e conquistá-la, Moisés em suas últimas palavras aos hebreus, tem por objetivo relembra à nação, todo o cuidado do Senhor para com a primeira geração desde a partida do Egito, até o momento em que a segunda geração busca prosseguir na jornada. Aquele momento para Israel, é um precioso momento para trazerem em suas memórias, tudo aquilo que o Senhor fez por eles ao longo da jornada no deserto pelos quarenta anos.

I. Uma Recordação Maravilhosa

É deveras comum, sempre quando eventos ou acontecimentos, sobretudo na história bíblica, os autores sagrados relembram momentos de tamanha importância com o foco em exortar ou repreender o povo. Seja a batalha de Gideão e os seus 300 valentes contra os midianitas, seja a prática do adultério e o homicídio cometidos por Davi, encontra-se na Palavra de Deus, tudo o que necessitamos para uma vida de integridade e fidelidade ao Senhor. Aos hebreus, lembra o grande legislador Moisés, dos mandamentos, e ordenanças do Senhor para assim, ele devessem prosseguir em uma jornada de fé com o Criador.

1. Preparando-se para entrar na Terra Prometida. A mensagem de Moisés antes de os hebreu entrarem na Terra Prometida, foi separada em três partes:  lembranças do deserto, lembranças dos mandamentos e lembranças das promessas aos patriarcas. Cada uma delas tem por foco o encorajamento dos hebreus na conquista da Terra Prometida, o cuidado de suas vidas para com o Senhor, o zelo pelos mandamentos e o dever de se guardarem do pecado, da idolatria e da iniquidade, sendo este último a razão principal de o legislador hebreus relembrá-los aquela população que possuiria a terra que lhes era por herança aos descendentes de Abraão, Isaque e Jacó.

2. Lembranças do Deserto. A primeira exortação de Moisés foi em relação ao povo no deserto sustentado pelo Senhor. Não fosse o Deus de Abraão pronto à socorrer os hebreus, nem do Egito sairiam, quanto mais do seu povoamento no deserto que resultaria em consequente ruína. Deus em seu eterno amor e misericórdia, preservou e conservou o seu povo com milagres, sinais, leis, ordenanças e com a própria manifestação divina em diversos momentos durante a peregrinação do Povo de Israel.

3. Lembranças dos Mandamentos. Os mandamentos foram dados à Israel por diversas razões sendo a principal delas a segurança e proteção dos próprios hebreus entre sí, já que ficaram um longo período no Egito (430 anos), o que resultou na perda da sua identidade como uma nação, ainda que formalmente não existisse ainda. Estas leis serviriam como forma de se estabelecerem em paz e obediência ao Senhor na nova morada dos hebreus.

4. Lembranças das Promessas dos Patriarcas. A promessa que o Senhor fizera a Abraão, e foi ratificada em seus sucessores Isaque e Jacó, estava prestes à se cumprir. Moisés transmite ao povo tudo aquilo que o Senhor prometeu à eles, era por conta juramente a qual realizou ao gentio Abraão, quando este se encontrava entre seus patrícios em Ur dos Caldeus. Israel deveria recordar que, em cada momento, Deus velou a sua Palavra para a cumprir de maneira plena (cf. Jr 1.12).

II. O Cuidado de Deus

Deuteronômio 8.1-16 trata-se acerca da atuação divina no meio do povo e a exortação do grande legislador hebreu Moisés em guardar todos os mandamentos do Senhor quando estes estarem à entrar na Terra Prometida. No texto bíblico, encontramos fundamentos e preceitos para uma poderosa vida cristã, sobre o cuidado de Deus, a Palavra de Deus e a vontade de Deus. A exortação de Moisés foi necessária aos hebreus ontem e nos é necessária hoje à todos que amam e escutam a poderosa voz de Deus atentamente.

1. O Zelo de Deus. Não se encontra maior zelo, carinho e amor do que no cuidado do Senhor. É neste zelo em que os famintos são alimentos, corações são consolado, almas são purificadas e a Palavra do Senhor transforma e restaura vidas. Ainda que Israel tivesse desrespeitado todas as ordenanças e os mandamentos, Deus preservou a segunda geração, exceto Josué e Calebe da geração que veio das terras do Egito para o deserto. Deus preserva e conserva os seus diante das aflições e das provações. Sua fidelidade não tem fim e a sua misericórdia é a razão de não sermos consumidos. Ainda que sejamos infiéis como o foi o povo hebreu, Ele permanece fiel.

2. A Palavra de Deus. O Zelo de Deus vem acompanhado da sua gloriosa Palavra. Quando Moisés encontrou-se com o Senhor por intermédio da Sarça Ardente, Deus revelou à Ele como sendo o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó. Durante a peregrinação de quarenta anos, o Deus Altíssimo falou ao povo em diversas ocasiões para exortá-los, corrigi-los e repreendê-los. Israel foi infiel e incrédulo para com Deus e as consequências foram as mortes de quase toda a primeira geração hebreia no deserto por sua infidelidade e completa insensibilidade para com a Palavra de Deus e o Deus da Palavra. Entretanto, a sua Palavra não retorna; antes, faz o que lhe apraz. A segunda geração por intermédio de Moisés durante as proximidades das planícies do Jordão, escuta atentamente para as recomendações da mensagem divina (cf. Dt 8.11-13).

3. A Vontade de Deus. Tudo diante dos hebreus só ocorreu em virtude da perfeita vontade de Deus. Devemos claramente compreender que, em todos os acontecimentos até aquele momento, tudo aquilo que só foi possível graças à vontade do Deus de Abraão. Não encontramos dúvida alguma de que todos os eventos do povo hebreu, estão sob o controle do Criador e Mantenedor de Todas as Coisas. Esta foi a mensagem inicial de Moisés aos seus patrícios quando iniciou o seu discurso diante de Israel (cf. Dt 8.1-3), que é a completa dependência de Israel, do poder e da autoridade do Senhor, agindo em todos os momentos dos descendentes de Abraão, fortalecendo-os e abençoando as suas vidas.

III. Deus é quem dirige os passos do seu Povo no Deserto

Uma pergunta deverá ser feita à nós: diante de toda a peregrinação do povo de Israel com a instituição da Lei, seus rituais e a sua forma litúrgica de se adaptar e prestar serviço e adoração ao Criador, o que esta jornada representa à nós neste dias? Como toda a Escritura é inspirada (cf. 2 Tm 3.16,17), as lições bíblicas mostra-nos a excelência do poder de Deus no curso da história humana e como Ele lida de modo sublime e soberano com o seu povo em toda a terra, que se encontra sob o seu controle.

1. Fé nos Caminhos do Altíssimo. A jornada do cristão é uma jornada rumo ao encontro com Deus e não para satisfazer ao corpo e ao coração. Os caminhos de Deus são entradas pelas quais os fiéis devem transitar. A jornada celestial é semelhante a peregrinação hebreia em seus aspectos. A caminhada é longa, a jornada é desafiadora, as provações são inúmeras mas quem nos sustenta é o Senhor da Jornada. Afim de prosseguir com perseverança rumo às mansões celestes, o cristão tem de seguir na escaldante estrada da vida, não como os hebreus, mas sim como verdadeiros discípulos de Cristo Jesus, os quais verdadeiramente são o Sal da Terra e a Luz do Mundo (cf. Mt 5.13,16).

2. Seguidora dos Preceitos de Deus. Israel no deserto falhou em observar os mandamentos do Senhor. À cada exortação de Deus em obedecer as ordenanças do levíticas, o povo hebreu, buscando fazer o que acreditava se melhor aos seus próprios olhos. Jesus Cristo disse aos seus discípulos que aquele que o ama guarda os seus mandamentos (Jo 14.21,23) e o apóstolo João diz-nos que os seus mandamentos não são pesados (1 Jo 5.3). A Igreja de Cristo Jesus, redimida e lavada pelo Sangue do Cordeiro é a Agência Missionária de Excelência, a genuína seguidora dos preceitos de Deus, dos mandamentos e da autêntica doutrina de Cristo.

3. Esperando a Redenção do Altíssimo. Na estrada da vida, surgem grandes tempestades das quais devemos enfrentar; não é diferente com o povo de Deus. Em constante contraste com a nação israelita, o povo escolhido do Senhor aguarda algo maior e especial de Deus. Israel aguardava a Terra Prometida, terra esta que mana leite e mel (Nm 14.8; Dt 26.9). A Igreja de Deus aguarda uma terra eterna, santa, fiel, celestial, aonde os prosseguiram fielmente em sua trajetória terrena e repousam em glória na presença do Senhor e Salvador Jesus Cristo. A jornada do cristão é mantida na redenção do Altíssimo, à saber, Jesus Cristo, o Filho de Deus.

Conclusão

Ao longo deste estudo sobre a jornada de Israel no deserto, aprendemos o quanto Deus é amoroso e o quanto Ele cuida de nós no decorrer da caminhada. Aprendemos também que uma jornada com o Senhor, vem acompanhada de lutas e provações e em todos elas o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó vem ao nosso auxílio, conduzindo-nos rumo à Terra Prometida dos Salvos, a Jerusalém Celestial, a Casa do Pai.



Sugestão de Leitura da Semana: GONÇALVES, Matheus. Conhecendo o Deus da Bíblia. São Paulo: Evangelho Avivado, 2017.


Comentário Bíblico Mensal: Fevereiro/2021 - Capítulo 4 - A Instituição da Lei do Senhor no Deserto

 




Comentarista: Leonardo Pereira



Texto Bíblico Base Semanal: Êxodo 20.1-17

1. Então falou Deus todas estas palavras, dizendo:
2. Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão.
3. Não terás outros deuses diante de mim.
4. Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra.
5. Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos, até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam.
6. E faço misericórdia a milhares dos que me amam e aos que guardam os meus mandamentos.
7. Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão; porque o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão.
8. Lembra-te do dia do sábado, para o santificar.
9. Seis dias trabalharás, e farás toda a tua obra.
10. Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus; não farás nenhuma obra, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o teu estrangeiro, que está dentro das tuas portas.
11. Porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo que neles há, e ao sétimo dia descansou; portanto abençoou o Senhor o dia do sábado, e o santificou.
12. Honra a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te dá.
13. Não matarás.
14. Não adulterarás.
15. Não furtarás.
16. Não dirás falso testemunho contra o teu próximo.
17. Não cobiçarás a casa do teu próximo, não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo.

Momento Interação

Por intermédio de Moisés, Deus deu leis à casa de Israel para substituir a lei mais elevada que eles deixaram de obedecer (Êx 34.1,2; Dt 10.2). A lei de Moisés consistia de muitos princípios, normas, cerimônias, rituais e símbolos para lembrar o povo de seus deveres e responsabilidades. Incluía a lei de mandamentos e cerimônias de cunho moral, ético, religioso e físico — inclusive sacrifícios (Lv 1–7) — com a finalidade de fazer com que se lembrassem de Deus e da obrigação que tinham para com Ele. A fé, o arrependimento, o batismo na água e a remissão dos pecados faziam parte da lei, bem como os Dez Mandamentos e muitos outros mandamentos de elevado valor ético e moral. Grande parte da lei cerimonial foi cumprida com a morte e a Ressurreição de Jesus Cristo, que puseram fim ao sacrifício por derramamento de sangue (Êx 34.13,14). A lei era administrada pelo Sacerdócio Aarônico, sendo um evangelho preparatório para levar os seus seguidores a Cristo.

Introdução

Em nossa época virtual, globalizada e bastante didática (estudos, cursos, faculdade e academia), fala-se muito sobre a Lei e a sua aplicação atual. Com a atualização e alteração de diversos valores que regem a nossa sociedade em contrariedade com as épocas anteriores (décadas atrás), sejam elas costumes, idiomas, regras, sociedade, família, igreja, amigos, trabalho, convivência social e institucional, é necessário conhecer a lei que regem a sociedade, o país e a sua ética. O Brasil, assim como muitos países passa por uma desconfiança imensa em seu sistema jurídico brasileiro. As ações do STF (Supremo Tribunal Federal do Brasil) tem levado muitos à criticarem suas ações e até desconfiarem se as suas aplicações são coerentes ou consistentes. No entanto, se hoje a nação brasileira possui uma constituição (atualmente rege no país a constituição de 1988), isto foi um trabalho que fora levado décadas para ser produzido, verificado e ratificado com o intuito de trazer bem-estar para o cidadão brasileiro. Uma das referências de nossa constituição fora a instituição da Lei do Senhor dada ao povo de Israel. Muitas deas referências jurídicas e legislativas vieram das Leis do Senhor, conhecida hoje como "Lei Mosaica". No estudo desta semana, veremos acerca da instituição da lei, a entrega da lei de Deus ao povo de Deus através de Moisés, o propósito da Lei de Deus, suas aplicações e o seu legado para a humanidade.

I. A Instituição da Lei 

Um evento revolucionário na época para o povo de Israel foi a instituição da Lei para toda a nação. Quando Moisés recebeu do Senhor os Dez Mandamentos (um compêndio resumido dos 316 mandamentos para os hebreus) no Monte Sinai (cf. Êx 20.1-17), ali conseguiria os israelitas, um modelo de vida para conviverem em sociedade com regras, ordem e ética social e moral para todos. A instituição da Lei veio para que por ela, Israel pudesse retirar de si mesmos todo o conteúdo arcaico egípcio que possuíam que faziam dos mesmos, meros escravos do pecado, do paganismo, da idolatria, da iniquidade e da incredulidade. Contudo, para que a lei chegasse aos hebreus, houve um longo processo que à muito tempo atrás, o Senhor já estava elaborando para a eminência  do momento apropriado; momento este que ocorreu com os hebreus no deserto e sendo liderados por Moisés.

1. O que é a Lei?  Lei, é um princípio, um preceito, uma norma, criada para estabelecer as regras que devem ser seguidas, é um ordenamento. Do Latim "lex" que significa "lei" - uma obrigação imposta. Gramaticalmente lei é um substantivo feminino. Em uma sociedade, a função das leis é controlar os comportamentos e ações dos indivíduos de acordo com os princípios daquela sociedade. De acordo com o Dicionário Aurélio, o termo lei significa "Regra necessária ou obrigatória: submeter-se a uma lei". No jurídico significa ato da autoridade soberana que regula, ordena, autoriza ou veda: promulgar uma lei; Conjunto desses atos: a ninguém é lícito ignorar a lei. Encontra-se outras terminologias para a palavra "lei" em seu sentido do regimento, cujo princípios devem ser para a segurança e bem-estar da humanidade em ética, respeito e dignidade uns com os outros e uns pelos outros.

2. As Ordenanças do Senhor antes da Lei. Muitos segmentos religiosos argumentam que a Lei não existia antes do tempo de Moisés. Esta objeção é muito sutil, cuja natureza real pode não ser compreendida prontamente. Muitos desatentos cristãos entendem que, visto como estamos vivendo depois do tempo de Moisés, a Lei aplica-se a nós, e que a nós não importa quando ela foi dada. O argumento é capcioso, pois, se homens de Deus como Enoque e Abraão não necessitaram observar a Lei de Deus, por que os cristãos de hoje necessitariam observá-la? Assim, como têm surgido outros argumentos que se associam a este, precisamos dar especial atenção, provando através as Escrituras Sagradas que a Lei realmente existiu antes de ser escrita pelo próprio dedo de Deus no monte Sinai.

A lei que nós estaremos abordando neste estudo tem a ver com questões morais. Ela não se limita a raças, tribos, nações e línguas. Trata-se de uma lei de abrangência universal e de cumprimento por toda a eternidade, diferentemente das outras leis dadas por Deus, como as leis civis, cerimoniais, e outros tipos de leis para o bem maior das nações. Evidentemente estaremos tratando da Lei dos Dez Mandamentos. Ela foi a única escrita pelo próprio dedo de Deus em duas tábuas de pedra (Êx 31.18; Dt 5.22) e foi a única Lei colocada dentro da arca (Dt 10.5). Por esta razão ela tem um significado muito especial. 

3. A Lei de Deus para Todos. Nos tempos eternos, antes de ser criado nosso mundo, Deus estava em perfeita conformidade com a Lei da vida, por Ele estabelecida. Essa Lei define Sua maneira de ser e a dos seres perfeitos criados por Ele. Ela tem a ver com questões morais. Os Dez Mandamentos revelam o padrão de Seu caráter. A Bíblia ensina que o caráter de Deus não muda: “Pois Eu, o Senhor, não mudo;...” (Ml 3.6);  “Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança, nem sombra de variação” (Tg 1.17). Ao Deus ter gravado a Lei dos Dez Mandamentos em tábuas de pedra, o intuito era dar-nos a certeza de que ela é eterna. A respeito da perpetuidade da Lei, o salmista declara o seguinte: “As obras das Suas mãos são verdade e justiça; fiéis são todos os Seus preceitos; firmados estão para todo o sempre; são feitos em verdade e retidão” (Sl 111.7,8).

4. O Processo da Chegada da Lei para os Hebreus. Moisés viveu em um contexto no qual o povo israelense, assim como o restante da Humanidade, estava mergulhado na mais completa ignorância espiritual, sem disciplina, sem ética, praticamente carente de preceitos morais, entregue à total violência – na era do ‘olho por olho’, ‘dente por dente’. O profeta tinha como missão guiar seus conterrâneos da escravidão no Egito até a Terra Prometida, através do Mar Vermelho e passando pelo Monte Horebe, na Península do Sinai. Aos pés do Monte Sinai, Moisés recebeu os Dez Mandamentos - inscritos em duas tábuas, as “Tábuas da Lei” -, das mãos de Deus, selando assim uma Aliança entre Javé e Israel. 

Nesta jornada, atravessando desertos, sofrendo intempéries, passando fome e sede, sob um calor inclemente, não era raro o povo se rebelar contra seu guia espiritual e perder a fé e o controle. Portanto, é bem possível, como creem muitos pesquisadores, que várias das leis consideradas divinas, sejam na verdade de natureza social e humana, assim como outras prescreviam normas para a realização de rituais religiosos. Moisés precisava ser um grande legislador, mas acima desse dom, ele tinha que convencer seus seguidores de que todas as leis eram ditadas por Deus, ou eles não as aceitariam. Naturalmente, alguns destes preceitos eram realmente de inspiração divina, adaptados à realidade destas pessoas endurecidas e rebeldes.

II. A Lei para a Nação de Israel

A lei dada a nação de Israel foi realizada devido à muitos fatores que se unem em benefício da nação e também para toda a humanidade. Através da institucionalização das ordenanças jurídicas, sociais, éticas, dietéticas, familiares, nacionais e internacionais, Israel obteve uma forte identidade para servir de modelo às demais nações. No entanto, além da lei buscar reger de modo prudente e ético à nação, a lei para Israel leva-nos a compreensão de como regras e valores para levarmos à toda vida, faz-nos achegar ainda mais ao Senhor, vendo nós o seu amor, sua graça e misericórdia perante à Israel e todo o mundo. Os propósitos da lei mostra ainda mais como o Senhor lida com o seu povo e como protege aos que vivem em unidade e sociedade.

1. A Lei para os Hebreus. É da maior importância compreender o verdadeiro caráter e o objeto da lei moral, como nos é apresentada neste capítulo (Êx 20). Existe uma tendência do homem para confundir os princípios da lei com graça, de sorte que nem a lei nem a graça podem ser perfeitamente compreendidas. A lei é despojada da sua austera e inflexível majestade, e a graça é privada de todos os seus atrativos divinos. As santas exigências de Deus ficam sem resposta, e as profundas e múltiplas necessidades do pecador permanecem insolúveis pelo sistema anômalo criado por aqueles que tentam confundir a lei com a graça. Com efeito, nunca podem confundir-se, visto que são tão distintas quanto o podem ser duas coisas.

2. Diversos tipos de Leis para os Hebreus. Quando se faz referência à Lei de Moisés nas igrejas, geralmente está se falando dos Dez Mandamentos. Mas esse é um engano, pois cumprir a Lei Mosaica é muito mais: ela é composta de todo o código de leis formado por 613 disposições, ordens e proibições. Em hebraico a Lei é chamada de Torá, que pode significar lei como também instrução ou doutrina. O conteúdo da Torá são os cinco livros de Moisés, mas o termo Torá é aplicado igualmente ao Antigo Testamento como um todo. Neste tópico usaremos o termo Torá para designar os cinco livros de Moisés, especialmente a compilação das leis mosaicas, as 613 disposições, ordens e proibições que são mencionadas.

• A Lei pode ser dividida em Dez Mandamentos , que no hebraico são chamadas simplesmente de As Dez Palavras. Eles regulamentam a relação do ser humano com Deus e com seu próximo.

• No código mosaico encontramos também o Livro da Aliança das Ordenanças Civis e Religiosas, que explica e expõe detalhadamente o significado dos Dez Mandamentos para Israel.

• O código mosaico ainda contém as leis cerimoniais, que regulavam o ministério no santuário do Tabernáculo e, posteriormente, no Templo. Elas tratavam também da vida e do serviço dos sacerdotes.

3. A Institucionalização das Leis para os Hebreus. A Lei do Senhor fez de Israel algo especial, transformando-o em parâmetro para todos os outros povos. A Bíblia exprime essa verdade da seguinte maneira: “Porque tu és povo santo ao Senhor, teu Deus; o Senhor, teu Deus, te escolheu, para que lhe fosses o seu povo próprio, de todos os povos que há sobre a terra” (Dt 7.6). Por consequência, o Israel do Antigo Testamento era a única nação cuja legislação, jurisdição e jurisprudência tinham sua origem na pessoa do Deus vivo. O próprio Senhor Deus estabelecerá a teocracia como forma de governo, definirá a legislação e executará justiça em Israel. Sobre a situação vigente quando o Messias estiver reinando, a Bíblia diz: “Deleitar-se-á no temor do Senhor; não julgará segundo a vista dos seus olhos, nem repreenderá segundo o ouvir dos seus ouvidos; mas julgará com justiça os pobres e decidirá com equidade a favor dos mansos da terra; ferirá a terra com a vara de sua boca e com o sopro dos seus lábios matará o perverso” (cf. Is 11.3,4).

III. Os Objetivos da Lei para os Israelitas

De maneira geral, lei é uma norma ou regra estabelecida com autoridade e tornada obrigatória para a manutenção da ordem em uma comunidade. No texto em questão, "a Lei", refere-se àquela dada por Deus ao povo de Israel, através de Moisés, quando estavam acampados em frente o monte Sinai, após saírem do Egito. Através dela Deus iniciou um processo de tornar-se conhecido ao povo revelando Sua vontade em diversas áreas da vida pessoal, social e espiritual. Por isso, obedecer a Lei, no Antigo Testamento, significava fazer a vontade de Deus.

1. Por que Deus deu a Lei? Após o pecado de Adão a humanidade ficou arruinada e por mais de 1600 anos os homens viveram sobre a terra apartados de Deus. Ele não interviu e deixou que seguissem seu próprio caminho. Sua maldade era tanta que Deus decidiu extermina-los da face da terra (Gn 6.5-7). Se não fosse por Noé, um homem que andava com Deus, a raça humana terminaria ali. O amor de Deus falou mais alto, e Ele resolveu poupá-lo da destruição que viria sobre a terra com o dilúvio. Toda a humanidade foi destruída exceto ele os de sua família. Porém, eles também traziam em sua natureza a semente do pecado e como a terra foi repovoada a partir deles, a raiz do problema não foi removida e perdura até os dias de hoje. Deus sabia que era impossível para o homem livra-se do pecado. Por isso Ele tinha um plano eterno, e começou então a desvendá-lo para resgatar a humanidade. Escolheu um homem chamado Abrão, habitante da cidade de Ur dos caldeus, separou-o para Si, o abençoou e prometeu que através dele, seriam abençoadas todas as famílias da terra. 

2. Um Plano Divino em uma Família. Deus começou a revelar-se a ele mais e mais intensamente e também lhe deu um filho, Isaac, que foi pai de Jacó, também chamado Israel e dessa família formou uma nação, a fim de cumprir sua promessa (Gn 12.1-3). Eles trariam ao mundo Seu filho, por meio do qual revelaria Sua graça. Ele conservou seu povo no Egito por mais de 400 anos, para que se tornassem fortes e numerosos (Gn 45.5-7; Êx1.7). Depois, tirou-os dela com grande poder (Êx14.21,22) para leva-los à terra de Canaã, que prometera a Abraão (ÊX 6.2-5). Enquanto caminhavam pelo deserto, rumo à terra prometida, chegaram ao monte Sinai (Êx 19.1-6) e Deus, através de Moisés, firmou uma aliança com o povo entregando-lhes diversas leis que deveriam regulamentar seu relacionamento com Ele e entre si. Estas leis estão registradas nos livros de Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio e são conhecidas com a "lei de Moises" ou a "lei de Deus", da qual fazem parte os "Dez Mandamentos".

3. Padrão de Conduta. Na lei havia mandamentos morais e cerimoniais. A lei moral estabelecia um padrão de conduta que mostrava como o homem deveria agir em suas relações interpessoais e com Deus. A lei cerimonial era constituída de um conjunto de normas e regulamentos para o culto a Deus, adoração, perdão dos pecados e gratidão. Esse não era o plano original de Deus. A lei foi "acrescentada por causa das transgressões". Deus criou o homem bom e sem pecado, mas após a queda, ele passou a ter um comportamento indecente diante de Deus. Seus pensamentos, atos e atitudes se tornaram ofensas. Porém, ele não tinha conhecimento de que muitas de suas práticas rotineiras eram verdadeiros insultos a santidade de Deus. Por esse motivo, Deus deu a lei: para que o homem se tornasse consciente de suas ofensas (Rm 5.20). 

4. Efeitos da Lei. Após ser acrescentada a lei, uma ofensa passou a ser uma transgressão. Antes da lei Deus tolerou muitos pecados (Rm 4.15), mas depois dela, eles se tornaram transgressões da lei. A transgressão é o pecado concretizado, a quebra do mandamento, a violação da lei. É a evidencia da rebelião interior. A palavra hebraica mais comumente traduzida por "transgressão" no Antigo Testamento significa "revolta", "rebelião". É a lei que faz aparecer a rebelião na forma de transgressão.
 
IV. O Legado dos Dez Mandamentos para a Humanidade

Toda história possui o seu legado, quer seja para o bem ou mesmo para o mal. De acordo com a Palavra de Deus, os Dez Mandamentos servem para a humanidade como um padrão moral para aqueles que temem à Deus, que respeita ao seu próximo e que protege a sua família com tudo o que pode se fazer. Não fossem os Dez Mandamentos, a nação hebreia logo pereceria no deserto sem regras, éticas costumes morais e sociais. Por isso, sejamos gratos ao Senhor, ao instituir a lei ao seu povo no deserto por intermédio de Moisés, de modo que em muitas nações atualmente, vive-se harmoniosamente em sociedade e em ambientes nacionais e internacionais  em prol do legado dos Dez Mandamentos e dos seus muitos efeitos que estão presente em muitas leis e constituições, de maneira à preservar a sociedade, ao nosso próximo e as famílias.

1. O Legado Ético dos Dez Mandamentos. Os Dez Mandamentos valem-se muito de um padrão ético elevadíssimo. Todas as suas leis tem por objetivo proteger a comunhão com o Senhor e com o seu próximo. Não fora o Senhor conceder tais leis aos hebreus, muitas imoralidades, crimes bárbaros e momentos de verdadeiro terror social e familiar, aconteceriam ao longo de toda a jornada no deserto. Por isso, Moisés antes de tudo transmitiu ao povo não suas palavras, mas às do Senhor, para preservar toda a Israel na Palavra Divina tendo eles, agora uma lei para os reger e serem prudentes na conduta para com Deus e com os seus patrícios.

2. O Legado Moral dos Dez Mandamentos. Antes da lei chegar aos corações dos hebreus, em muitos momentos, o povo almejou regressar ao Egito para uma vida de escravidão e de submissão ao paganismo estrangeiro. Com a chegada da Lei do Senhor sintetizada nos Dez Mandamentos, o povo passou a ter uma condição moral de convivência. Um dos mandamentos que se encontram entre os dez é exatamente a submissão à deuses criados por homens e a sua desenfreada idolatria: "Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos, até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam" (Êx 20.5). A moralidade da nação começaria na fidelidade ao Senhor e se estenderia aos seus familiares e a sociedade que estava começando á ganhar identidade.

3. O Legado Social dos Dez Mandamentos. A nação de Israel estava sendo regida agora por uma lei que estava sendo condensada nos Dez Mandamentos. Com a lei agora imposta em Israel, a sociedade estaria convivendo com normas que não poderia ser ultrapassadas. A lei em seu âmbito social para a nação israelita trazia o temor ao Senhor (Êx 20.2-5), respeito pelo trabalho e pelo descanso do jornaleiro (Êx 20.8-11), respeito pelos familiares (Êx 20.12), respeito pela vida alheia (Êx 20.13-16), e respeito pela propriedade do próximo (Êx 20.17). A sociedade encontrara em Deus e nos mandamentos, princípios para uma vida de boa conduta entre os seus conterrâneos e para tudo aquilo que pertence ao seu próximo. O legado social dos Dez Mandamentos valem para os nossos dias como o foram para a primeira geração no deserto.

4. O Legado Espiritual dos Dez Mandamentos. Israel precisaria antes de tudo, temer à Deus e também a sua mensagem. Quando as leis vieram para todos os hebreus, tinha um objetivo muito claro para a convivência de todos que estavam no deserto, que é de os guiarem ao temor ao Senhor e à sua plena vontade. No entanto, ao decorrer da jornada no deserto, o povo em diversos momentos se rebelou contra o Senhor, ignorando os valores espirituais e a Palavra de Deus. Os Dez Mandamentos leva o povo à um novo padrão de vida entre os próprios hebreus e em um relacionamento maior com o Deus Vivo.

Conclusão

Neste capítulo estudamos acerca da instituição da lei ao povo de Israel no deserto. Ainda que outras leis vieram em momentos e locais específicos, todas elas possuíam a finalidade de trazer ao povo de Deus uma identidade geográfica, mas principalmente espiritual. Ao proteger o povo com as leis, Deus concedia a todos um limite de ética, moralidade e integridade social. Com as leis, o povo agora poderia viver de maneira que houvesse limites nas suas atitudes, evitando a imoralidade, o paganismo, a idolatria e a iniquidade. Deus estava com estas leis protegendo o povo do pecado e do paganismo. Devemos agradecer hoje ao Senhor por estas leis serem referências magnas hoje em muitos locais no mundo, protegendo o cidadão, o próximo e tudo aquilo que lhe pertencem. O legado da lei é o bem estar da sociedade em nosso tempo.



Sugestão de Leitura da Semana: BARROS, Emanuel. Lei e Graça. São Paulo: Evangelho Avivado, 2019.


sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

A importância dos Hinos em Nossas Igrejas

 




Por Leonardo Pereira



O que é hino?

Bom, podemos dizer que hino é uma composição musical de espírito religioso endereçada a uma personalidade divina ou de caráter civil – patriótico, neste em questão, fica fácil a compreensão devido ouvir, cantar e escutar o famoso HINO NACIONAL BRASILEIRO. Umas das formas de enaltecer, elogiar e prestar culto, o fazemos também com música, canções e hinos. Para nós cristãos, temos uma ligação muito particular e peculiar com os hinos. A nossa hinódia (acervo) cristã está inspirada nos Salmos de Davi, hinário oficial do povo de Israel. Nele há um compêndio de todas as formas e situações que devemos adorar ao Mestre da boa música, seja reconhecendo os Seus grandes feitos; entendendo quem somos; para que fomos criados; exprimindo as nossas súplicas e aflições confiante n’Aquele que pode resolver tudo; celebrando-O com ações de graças; reconhecendo as nossas misérias e lembrando de tudo o que Ele já fez por nós.

Uma Rápida Retrospectiva

Desde a Idade Média já existiam livros com cânticos, porém, todos eles numa escrita e linguagem padrão, o latim. Na Pré-Reforma e Reforma (séc. XII – XVI) começam a surgir textos na língua vernácula, ou seja, textos com idiomas puro, tanto no falar como no escrever, sem a utilização de outro idioma que não fosse do estado ou país. A partir de então, a importância de cantar os hinos ganhou grande extensão de divulgação e execução, pois o hino se torna uma ferramenta de ensino. Em meados do séc. XVI surgem novos hinários, com a invenção da impressa no séc. XV por Johannes Gutenberg (ca.1398 – 1468), tornou possível imprimi-los em grande número tornando acessível a todos. Em 1562, o reformador João Calvino (1509-1564) produziu o Saltério de Genebra, nele, continham os primeiros hinos dos Salmos completos. Já na Inglaterra por volta de 1709, o então considerado Pai do Hino Inglês, Isaac Watts (1674-1748), publica o Hinos e Cânticos Espirituais, hinário de grande aceitação e ampla divulgação. Aqui no Brasil, a primeira coletânea de hinos evangélicos em língua portuguesa foi o Salmos e Hinos em 1861, hinário contendo 50 salmos e hinos cantados pela 1ª igreja evangélica em língua portuguesa no Brasil fundada pelos pastores – missionários Dr. Robert Reid Kalley (1809-1888)  e Sarah Poulton Kalley (1825-1907).

Suma Importância

É de suma importância conservar os hinos nas igrejas, os hinos em sua essência carregam histórias e um legado de grandes personalidades de autores, músicos, tradutores, arranjadores de diversos países que em diferentes pontos do mundo, se unificam em um único quesito: propagar as boas-novas. Momentos devocionais, hinos de louvor a Deus, letras com base bíblicas, músicas santas que enobrecem o nome d’Aquele que desde a fundação dos séculos a criou se personaliza no hino sacro – cristão.

O processo de criação não é sentimental – relativo, e sim devocional – reflexivo. O hino em sua estrutura, enaltece e faz sempre menção de Cristo – a mensagem é sempre Cristocêntrica. Sua melodia, ritmo, harmonia sempre se une ao texto de forma singular e única. Sua execução varia de forma simples convencional – tradicional (piano – órgão), as mais elaboradas (orquestras), porém, todas com um único objetivo: que o hino louve ao Senhor e a finésse de seu texto seja o veículo que o Espírito Santo atue com grande propriedade. Não há coração que resista ao chamado e ouvido que não queira escutar:

“Vem já, vem já! Alma cansada, vem já!”
Manso e suave Jesus, convidando …

A palavra importância traz consigo a seguinte definição: grande valor, influência, relevância e prestígio. Não é porque cantamos a Deus que Ele fica mais Deus ou Santo, independente se você cantar ou não, assim Ele É – Santo e Deus.Louvamos a Deus através dos hinos porque com isso nos aproximamos mais d’Ele, nos santificamos e por bondade e misericórdia somos agraciados por sua Graça.É isto o que nos ensina e mostra o Salmos 115.8 – “A eles se tornem semelhantes os que os fazem, assim como todos os que neles confiam.”. O salmista descreve com clareza a diferença daquele que é Deus e daquele que nada tem ou pode fazer, e com isso, lança o versículo citado anteriormente.



Referências:

BRAGA, Henriqueta Rosa Fernandes. Música Sacra Evangélica no Brasil. Rio de Janeiro: Editora Kosmos, 1961.

PEREIRA, Leonardo. Musicalidade Cristã. São Paulo: Evangelho Avivado, 2019.

Sousa, Salvador de. História da Música Evangélica no Brasil. São Paulo: Editora Ágape, 2011.


terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

O Fruto do Espírito

 




Por Leonardo Pereira


O fruto do Espírito é uma seleção de virtudes produzidas pelo Espírito Santo na vida daqueles que foram feitos novas criaturas. Esse fruto resulta em uma conduta de vida integra e de acordo com a vontade de Deus. O fruto do Espírito Santo é descrito pelo apóstolo Paulo em Gálatas 5.22,23. Neste estudo bíblico, entenderemos melhor o que é o fruto do Espírito e qual o seu significado e implicação na vida dos seguidores de Cristo.

O que é o Fruto do Espírito?

Antes de falarmos sobre o fruto do Espírito, precisamos saber que nos versículos anteriores (Gl 5.19-21) o apóstolo Paulo falou sobre os perigos das obras da carne. Essas obras são uma seleção de práticas pecaminosas decorrentes da natureza decaída do homem. O fruto do Espírito é mencionado dentro de um capítulo onde Paulo faz uma exposição acerca da liberdade que há em Cristo. Ele fornece uma contraposição com as restrições impostas pelo legalismo que estava sendo pregado na comunidade cristã da Galácia. Além disso, o apóstolo enfatizou que o julgo da Lei não é capaz de fazer com que alguém viva de acordo com a vontade de Deus, mas que somente através do Espírito Santo o homem é capacitado a viver uma vida que agrada ao Senhor.

O pano de fundo dos ensinos desse capítulo é a intensa luta entre a carne e o Espírito. O Espírito abomina os desejos da carne, e a carne, por sua vez, rejeita as coisas em que o Espírito nos conduz. Assim, o fruto do Espírito é o bem que nos faz vencer o mal. É o resultado natural de uma nova vida, uma vida regenerada, uma vida que reflete o novo nascimento, a vida no Espírito. Também é importante não confundir o fruto do Espírito com os dons especiais que o Espírito Santo concede a algumas pessoas e que devem ser utilizados a serviço da Igreja de Cristo. O fruto do Espírito é um conjunto de capacitações que todos os redimidos recebem.

Considerações sobre o Fruto do Espírito

É interessante notar que quando o apóstolo fala dessas capacitações ele utiliza o singular, “fruto do Espírito”, ao invés do plural, “frutos do espírito”. Já quando ele escreve sobre as práticas pecaminosas, ele utiliza o plural, “as obras da carne”. Muitas especulações já foram feitas na tentativa de explicar o porquê disto. A melhor de todas elas defende que isso acontece porque, diferentemente das obras da carne, o fruto do Espírito é uma unidade. Isso significa que todas as capacitações pertencem a um único fruto.

Não somos nós que produzimos esse fruto, mas o Espírito Santo que o produz em nós. Ele assim o faz de um modo em que uma virtude está diretamente ligada a outra. Por tanto, essas virtudes são indivisíveis e juntas formam “o fruto”. Pense em cada virtude como sendo gomos de um mesmo fruto. Também facilita o nosso entendimento quando conseguimos entender que o amor é à base de todas as outras virtudes citadas. Se não houver amor, é impossível que se tenha verdadeira alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Podemos dizer que o fruto do Espírito é o amor seguido necessariamente pelas outras oito preciosas virtudes citadas.

Essa não foi a única vez em que o apóstolo utilizou uma metáfora relacionada à produção agrícola para se referir a conduta esperada dos verdadeiros cristãos (Rm 6.22; Ef 5.9; Fp 1.11). Encontramos também em outras passagens bíblicas o mesmo princípio. Um exemplo disto é a pregação de João Batista que enfatizava que o arrependimento verdadeiro produz fruto visível de mudança de comportamento (Mt 3.8; Lc 3.8).


Referências:

GOMES, Osiel. As Obras da Carne e o Fruto do Espírito. Rio de Janeiro: CPAD, 2016.

GOMES, Eliezér. Batalha Espiritual. São Paulo: Evangelho Avivado, 2019.

Bíblia Sagrada. Almeida Revista e Corrigida. São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 2009.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

Breve resumo do Pentecostalismo no Brasil e o Legado para a Geração Atual

 




Por Carlos Junior



Sobre o Pentecostalismo Clássico No Brasil:

Desde a chegada dos missionários suecos, Daniel Berg e Gunnar Vingren, em Belém do Pará, em 19 de novembro de 1910, a expansão do Pentecostalismo clássico cresceu territorialmente. Logo depois outras denominações evangélicas "Pentecostais" surgiriam no Brasil. No início do Movimento pentecostal, muitas coisas aconteceram, tais como:

  • Dia 18 de Junho de 1911, com 18 pessoas presentes mais Vingren e Berg, nasceu, na casa de Celina Albuquerque, a Missão de Fé Apostólica, que, em 11 de janeiro 1918, foi registada oficialmente como SOCIEDADE EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS. 
  • A Expansão territorial do Pentecostalismo No Brasil, alcançando os Estados do Brasil. 
  • Fundação do Jornais (Boa Semente, O Som Alegre, Mensageiro da Paz), criaram as lições Bíblicas para Escola Dominical, editaram os primeiros hinários, publicaram livros e folhetos evangelísticos e em 1940 fundaram a Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD).
  • Há registros históricos, segundo consta na revista DEFESA DA FÉ edição especial (revista número 5), página 115, que: “Em 1923. Gunnar Vingren, um dos maiores fundadores da Assembléia de Deus no Brasil, fora informado de que certo movimento pentecostal começava a alastrar-se por Santa Catarina. Sem perda de tempo Vingren deixou Belém do Pará, berço do pentecostalismo brasileiro, e embarcou para o Sul. No endereço indicado, veio ele a constatar: ‘Não se tratava de pentecostes, mas feitiçaria e baixo espiritismo”.
  • Seminários Teológicos surgiram ao longo da História do Pentecostalismo No Brasil, dentre eles, o mais conhecido (IBAD).

Como o passar do tempo, a imagem do Pentecostalismo No Brasil foi preservada por alguns e menosprezadas por outros, práticas deturpadas e antibíblicas à exemplo do "re-té-té", outras práticas surgiram no intitulado (movimento pentecostal atual). Dentre ele citamos, campanhas de prosperidade, quebra de maldição, A letra mata, modismos, elementos judaicos nas liturgias, unção do riso e outras bizarrices neopentecostais. Os cânticos da harpa foram trocados pelos louvores antropocêntricos, as pregações não são mais bíblicas, trocaram a expressão bíblica " Seja feita tua vontade" pelo EU DECRETO, RECEBA AGORA!, TA AMARRADO.....

Dentre muitos erros e distinções que surgiram no Pentecostalismo, venho dizer que ainda existe homens e mulheres de Deus, que prezam pela doutrina, ortodoxia, credo e visão bíblica.  Chamamos de Pentecostal " Clássico", devido ao fato de que, ainda obedecemos às escrituras e combatemos os erros e heresias que estão neste século!!  Que vivamos um evangelho genuíno e fervoroso no Espírito Santo.

A Situação do Pentecostalismo atual

Não defendo o Pentecostalismo por si só (placa), mas pela história e legado. Se estamos falando de VERDADEIRO PENTECOSTALISMO, devemos ser transparentes em tudo, quando começou e onde terminará.  Começamos com a Bíblia, em Atos 2, seguidos dos avivamentos da história da Igreja, em Azusa, e até a terras de Belém do Pará. Não obstante estamos presenciando os mais diversos ventos de doutrinas e modismo, o pentecostalismo em si não só ficou em Atos 2 ou no fechamento do Cânon do Novo testamento, ele permanece até o dia do arrebatamento. O grande problema é que algumas denominações foram influenciadas pelas Igrejas Americanas e alguns líderes, hoje estamos lutando para trazer novamente a herança pentecostal clássica nos dias atuais. 

A Reforma Protestante foi fundamental para nós, pentecostais, só que não nascemos de lá, cada grupo cristão ou denominacional, que professa uma fé ortodoxa foram nascidos pela Palavra de Deus, a diferença é, que, em cada época nasce uma confissão, credo e declarações de fé, em anos distintos, sendo assim cada uma originada pela Bíblia. Hoje estamos no século 21, onde vimos e veremos mais coisas acontecerem no que tange ao pentecostalismo, as novas gerações de pentecostais estão em toda parte, que Deus levante homens e mulheres com a finalidade de anunciar o verdadeiro pentecostalismo, tendo a Bíblia com a única regra de fé e conduta.


sábado, 20 de fevereiro de 2021

Comentário Bíblico Mensal: Fevereiro/2021 - Capítulo 3 - Os Desafios da Nação de Israel no Deserto

 




Comentarista: Leonardo Pereira



Texto Bíblico Base Semanal: Números 11.1-10

1. E aconteceu que, queixou-se o povo falando o que era mal aos ouvidos do SENHOR; e ouvindo o SENHOR a sua ira se acendeu; e o fogo do SENHOR ardeu entre eles e consumiu os que estavam na última parte do arraial.
2. Então o povo clamou a Moisés, e Moisés orou ao Senhor, e o fogo se apagou.
3. Pelo que chamou aquele lugar Taberá, porquanto o fogo do Senhor se acendera entre eles.
4. E o vulgo, que estava no meio deles, veio a ter grande desejo; pelo que os filhos de Israel tornaram a chorar, e disseram: Quem nos dará carne a comer?
5. Lembramo-nos dos peixes que no Egito comíamos de graça; e dos pepinos, e dos melões, e dos porros, e das cebolas, e dos alhos.
6. Mas agora a nossa alma se seca; coisa nenhuma há senão este maná diante dos nossos olhos.
7. E era o maná como semente de coentro, e a sua cor como a cor de bdélio.
8. Espalhava-se o povo e o colhia, e em moinhos o moía, ou num gral o pisava, e em panelas o cozia, e dele fazia bolos; e o seu sabor era como o sabor de azeite fresco.
9. E, quando o orvalho descia de noite sobre o arraial, o maná descia sobre ele.
10. Então Moisés ouviu chorar o povo pelas suas famílias, cada qual à porta da sua tenda; e a ira do Senhor grandemente se acendeu, e pareceu mal aos olhos de Moisés.

Momento Interação

Em nossa caminhada muitas vezes passamos por momentos de intensa provação. Situações onde tudo parece ir de mal a pior. Para alguns, a vida é um eterno sofrimento. Determinadas pessoas entram nesta vida chorando, passam toda a vida chorando e, por fim, saem dela chorando. Diante de momentos como estes, somos levados a sentimentos extremos, e um sentimento bastante comum é a murmuração. Este é um típico sentimento de oposição a algo. Mas, o grande problema da murmuração é quando murmuramos contra Deus ou contra sua vontade Santa. A Bíblia nos ensina que devemos fazer as coisas sem murmurações nem contendas (Fp 2.14). Esta postura está diretamente relacionada com a nossa santificação (Fp 2.15,16). Podemos ver que o próprio apóstolo Paulo tinha esta postura (Fp 2.17). No texto de Número 11, que é a base do capítulo desta semana, podemos ver um grande evento de murmuração, onde todo o povo, ou pelo menos a maioria do povo, murmura contra Moisés. Na verdade, eles estavam murmurando contra o próprio SENHOR. Esse ato de murmurar marcou o povo durante sua peregrinação no deserto. No entanto, apesar da murmuração parecer ser normal ou inevitável, Deus não se agrada de tal postura.

Introdução

Um dos temas que mais aparecem durante a peregrinação da nação de Israel no deserto é o tema da murmuração. Nos capítulos anteriores estudamos que apesar das realizações do Senhor e dos inúmeros milagres que foram mostrados perante eles em nada significavam ou encorajavam eles a perseverarem na fé. Antes, cada vez mais murmuravam contra Moisés e contra o Senhor, e buscavam sempre retornarem para o Egito, lugar de onde eram escravos e viviam presos socialmente, mentalmente e espiritualmente. O capítulo 11 do Livro de Números que é a base de nosso estudo desta semana, mostra a grande incredulidade desta primeira geração e o seu forte desejo de regressarem como antes. O Senhor em muito se indignou contra Israel pela ingratidão e pela incredulidade, apesar de tanto tempo estarem peregrinando e verem pessoalmente a poderosa mão e voz de Deus os sustentando e zelando por eles na jornada pelo deserto. Neste capítulo, estudaremos os desafios da nação de Israel no deserto, sua murmuração e incredulidade diante do Deus e como isto representa um perigo para o povo de Deus nos dias atuais.

I. As Queixas dos Israelitas à Moisés

Inúmeras vezes encontramos nas Escrituras Sagradas a murmuração como inclinação para atuação do pecado em famílias, igrejas e sobretudo nas nações. Os israelitas não se isentam deste ponto. Desde o começo da jornada do povo, do mar vermelho até a continuidade da caminhada, constantemente o povo se irava contra Moisés, buscando algumas vezes apedrejá-lo se ele não buscasse uma solução imediata. Ignorava sempre os hebreus o Senhor, seus feitos, sua palavra, seus milagres, sinais, maravilhas e orientação sobre o que eles deveriam fazer e o que não deveriam fazer. Apesar de tantos eventos grandiosos atestado por eles, em nada os esclareciam; antes, endureciam ainda mais os seus corações para Deus, sua Palavra e sua orientação no deserto.

1. Uma Retrospectiva Israelita Conflituosa. A primeira parte do livro de Êxodo aplica-se em compreendermos sobre a origem de Israel quanto o seu desenvolvimento no Egito, a sua libertação do Egito e o começo da sua peregrinação no deserto. Partindo do capítulo 15 chegando na região de Mara, pelo deserto de Sim (Êx 16.1-36) aprendendo com o Senhor acerca dos seus cuidados e se preparando para a jornada. Partindo do deserto de Sim em direção em uma região chamada Refidim, contederam o povo naquele local com Moisés, cobrando-o por água para todos. Moisés naquele local obedecendo a vontade do Senhor, feriu a rocha naquele local e o povo saciou a sua sede (Êx 17.3-6). Logo após a sede saciada, os israelitas pelejaram contra os amalequitas e vencendo-os com o auxílio de Moisés no poder do Deus Vivo (Êx 17.8-13). Logo em seguida à tantos eventos, Jetro, sogro de Moisés orienta que ele deveria organizar anciões sábios, tementes a Deus e experientes que tomem as responsabilidades em algumas categorias de dificuldades (Êx 18.1-27). Depois de três meses após a saída dos hebreus do Egito, o Senhor falou com Moisés no Monte Sinai para que ali os israelitas firmassem uma aliança com o Senhor (Êx 19.1-8), purificá-los (Êx 19.9-13), e ali no Monte Sinais todos pudessem ver a manifestação da glória do Altíssimo (Êx 19.14-25).

2. Queixas atrás de Queixas. O Livro de Números é a finalização das instituições da Lei no Livro de Levítico e o progresso da jornada dos hebreus durante o deserto. Também é conhecido por muitos como o "Livro das Queixas de Israel", pois aqui se concentra a maior parte das reclamações constantes do povo contra Moisés e principalmente contra o Senhor. Israel passa a murmurar continuamente na jornada rumo à Terra Prometida (cf. Nm 11.1; 14.2,27,29,36; 16.1-3,41; 17.5).Em meio a desobediência e incredulidade da nação de Israel acerca dos feitos do Senhor, a população foi rigorosamente disciplinada pela ira de Deus (cf. Nm 11.1,10,33; 12.9; 14.18; 25.3,4) e o Senhor castigou o seu povo em certos momentos da jornada no deserto (Nm 14.27;166.46-50; 25.8,9,18) assim como também o fizeram com Faraó e os egípcios (cf. Êx 9.14; 12.13; 30.12). 

3. A Insensibilidade dos Israelitas para com Deus e os seus Feitos. Ainda que Israel tivera sido libertado das garras de Faraó e dos egípcios, permaneciam os hebreus continuamente em buscarem regressar à antiga vida de antes. Ainda que viram a manifestação do Senhor e terem confirmado diante de Moisés e principalmente diante do Senhor que faria tudo conforme o Senhor vos dissessem (Êx 19.7-9; 17-24), eles desobedeceram ao Senhor muitas vezes demonstrando insensibilidade e irreverência para com o líder Moisés e para com o Altíssimo. Por conta desta conduta indo muitas vezes na contramão dos planos do Senhor, dando ouvidos aos seus corações ao invés der ouvir a Deus, os israelitas foram muitas vezes provocadores da ira do Senhor, sendo consumidos no deserto aqueles que agiam com rebelião e desrespeito para com Deus. A murmuração dos hebreus era tamanha a ponto de almejar sempre retornar ao Egito e não compreender e valorizar as promessas e as bênçãos do Senhor para o seu povo (Nm 11.1-3).

II. A Ingratidão aos Feitos de Moisés por Intermédio do Senhor

A jornada de Israel no deserto trouxe condições difíceis na relação para com Deus. Ainda que o povo houvesse dado a palavra à Moisés de que cumpririam tudo aquilo que o Senhor ordenara que eles fizessem, interiormente eles não demonstravam que iriam seguir os ensinamentos e andarem na direção do Senhor. Constantemente, os hebreus no deserto viviam em conflitos com Moisés, Arão e buscavam sempre contender com o Senhor. A incredulidade dos israelitas e a falta de fé em Deus, mesmo diante dos seus feitos, dos cuidados, do zelo, da proteção e da suprema autoridade com a qual o Senhor guia o seu povo pelo deserto por intermédio de Moisés, que busca liderar sempre na direção do Senhor. A incredulidade dos hebreus os levaram à insensibilidade espiritual e a ingratidão moral. No entanto, á semelhança do povo no deserto, muitas igrejas e famílias correm o risco de entrar por este caminhos se não recordarmos o que aconteceu com os israelitas no deserto.

1. A Desobediência dos Israelitas no Deserto. Conforme dito anteriormente, diante do Senhor e de Moisés, o povo anunciou depois da manifestação do Altíssimo no Monte Sinai, que todos eles fariam tudo conforme o Senhor vos dissessem e obedeceriam à risca as ordens e a autoridade de Deus (Êx 19.7-9; 17-24). Logo após este forte pronunciamento da população israelita no deserto, houve uma série de momentos em que o povo continuamente desobedeceu a Deus, inclinando-se ao caminho do mal, não dando ouvidos a voz do Senhor e a orientação divina. Após a promulgação da Lei dos Dez Mandamentos (cf. Êx 20), o povo não tendo a devida paciência e fé nas palavras de Moisés quanto à ida ao Monte para receber as tábuas do testemunho (cf. Êx 30.18), o povo buscava fazer para eles mesmos um bezerro de ouro para que o adorassem e à este bezerro, creditar o livramento dos hebreus no Egito (cf. Êx 32.1-6) também com a participação de Arão, irmão de Moisés levantando um altar para este bezerro de ouro (Êx 32.6). Após tal fato, muitos outros eventos ocorreram com a desobediência dos israelitas ao Senhor sempre em foco. A desobediência tomou grande parte do protagonismo dos hebreus durante a jornada no deserto. Por conta disto, o Senhor muitas vezes julgou o seu povo por irá-lo diversas vezes, e com os idólatras do bezerro não foi diferente (Êx 32.25-29).

2. A Ingratidão dos Israelitas no Deserto. Tomando por base o povo com o intuito de construir um bezerro de ouro para adorá-lo, juntamente com Arão levantando um altar à este ser criado, é visível a ingratidão dos israelitas no deserto, diante dos feitos do Senhor e o seu zelo para com o seu povo escolhido rumo á Terra Prometida. Não importando-se a população com Moisés e a sua ida ao monte para consultar o Senhor e trazer ao povo as Tábuas do Testemunho (Êx 31.18), buscaram trazerem para sí um deus criado e dar à ele todos os feitios de Deus, conforme relata o autor sagrado: "E Arão lhes disse: Arrancai os pendentes de ouro, que estão nas orelhas de vossas mulheres, e de vossos filhos, e de vossas filhas, e trazei-mos. Então todo o povo arrancou os pendentes de ouro, que estavam nas suas orelhas, e os trouxeram a Arão. E ele os tomou das suas mãos, e trabalhou o ouro com um buril, e fez dele um bezerro de fundição. Então disseram: Este é teu deus, ó Israel, que te tirou da terra do Egito" (Êx 32.2-4). A idolatria era muito forte entre os hebreus no deserto. Buscavam creditar as honras de Deus à aquilo que criaram. Idolatria é um pecado que o Senhor condena veementemente e os tais não tem parte com o Reino de Deus (1 Co 6.10).

3. Os Israelitas sempre desejando voltar ao Egito. Os escritos do Novo Testamento quando relembram a jornada dos israelitas no deserto sempre enfatizam o perigo eminente dos hebreus buscarem sempre regressarem ao Egito. Paulo quando se refere a este povo, menciona dez citações do Antigo Testamento em sua 1ª Epístola aos Coríntios (Êx 13.21,22; 14.22-29; 16.35; 17.6; 32.6; Nm 11.4; 16.41,49; 20.11; 21.5,6) quanto à tentarmos ao Senhor no decorrer da nossa jornada. O deserto de voltar às terras egípcias se explica pela maneira de como o povo se acomodou com a vida de escravidão e de sofrimento. Moisés mesmo demonstrando o poder e a Palavra de Deus e o Senhor se comunicando com o seu povo por intermédio de seu servo, o povo demonstra regressar a sua vida antiga e rejeitando de forma constante a mensagem do Senhor, o povo buscava permanecer em uma vida iníqua, idólatra, incrédula, indiferente e longe de Deus. Conforme nos afirma o apóstolo dos gentios: "Não vos façais, pois, idólatras, como alguns deles, conforme está escrito: O povo assentou-se a comer e a beber, e levantou-se para folgar" (1 Co 10.7).

III. Devemos ser Gratos pelos Feitos do Senhor

Conforme observamos a progressão da jornada do povo de Israel durante a caminhada no deserto, faltava-lhes creditar toda honra e toda glória ao Criador e, ao invés disso, buscavam outros deuses para adorar e dar louvores. Ignoravam completamente a proteção, o cuidado e os milagres de Deus realizados pelo e através do povo. Isto em diversos momentos provocou a ira de Deus e conforme vemos ao longo dos livros de Êxodo e de Números, a primeira leva de Hebreus foram julgados duramente pelo Senhor ao longo da jornada. Alguns exemplos destes momentos são: O bezerro de ouro (Êx 31.18-32.6); a murmuração dos israelitas clamando pela volta ao Egito (Nm 11.1-9); a sedição de Arão e Miriã (Nm 12.1-16); a incredulidade dos dez espias e a sedição do povo (Nm 13.25-14.12); a desobediência quanto a violação do sábado (Nm 15.32-36); a rebelião de Corá, Datã, Abirão e dos rebeldes hebreus (Nm 16-1-40). Houveram outras grandes crises entre o povo, mas a jornada foi marcada pela contenda contra o Senhor e a sua Palavra e Autoridade, mas entre todas estas crises, sua graça, misericórdia e justiça sempre reinou e reinará, e não foi diferente com Israel.

1. Foi o Senhor quem os libertou do Egito. Infelizmente  para o povo de Israel, era muito rápido esquecer dos feitos e dos milagres de Deus. De uma maneira ingrata e profana de se expressar, o povo logo após o momento em que Moisés subiu ao monte (depois de realizada a aliança do Senhor com Israel - Êx 24.19), durante quarenta dias e quarenta noites (cf. Êx 24.15-18), o povo ficou impaciente e com um paganismo intenso a tal modo de lhes fazerem pouco caso de Moisés e do Senhor, o povo pediu a Arão "deuses" para adorar no Egito e para guiá-los (Êx 32.1,2) por não saberem ao certo o que ocorreu com Moisés. A corrupção dos hebreus chegou a tal ponto que Arão participou criando para eles um bezerro de ouro e um altar para este bezerro (Êx 32.3,4). Este é um evento entre muitos outros das quais a rebeldia, a ingratidão, o paganismo e a idolatria se encontra em locais e ambientes aonde o Senhor não se faz presente. O Senhor os libertara do Egito, mas os hebreus lhes endureciam os seus corações. O Senhor zelava por eles, mas eles mesmos não zelavam pelas suas vidas devocionais com o Senhor. O pecado ascende a ira de Deus por aqueles que se entregam a completa iniquidade, como os israelitas fizeram em pleno deserto no meio da jornada.

2. Foi o Senhor quem conduz o povo no Deserto. A murmuração dos israelitas no deserto e os constantes conflitos e contendas contra Deus os fizeram os hebreus serem punidos pela rebeldia e incredulidade (cf. Êx 32.25-28; Nm 15.32-36; 16.20-33). Ainda que Deus seja um Soberano Senhor de misericórdia e de infinita graça, sua divina paciência possui um limite que sempre ultrapassava os limites possíveis para com as iniquidades da nação de Israel. A gratidão que Israel deveria possuir para com o Senhor era sempre irreal, inexistente. Em determinados momentos da jornada buscava o povo voltar a escravidão e a vida de servidão que tinham nas terras do Egito. Sempre escolhendo desobedecerem ao Senhor  e darem as costas à promessa que o Senhor fizeram a Abraão, promovia o povo de Israel a revolta do Senhor pelas suas iniquidades, incredulidade e inclinação ao mal. A saída do povo do Egito sempre ratificada desde o livro do Êxodo, em todo o Antigo Testamento e no Novo também.

3. É o Senhor quem tem todo Poder e Autoridade. Israel sempre buscava criticar ou até mesmo tentar matar Moisés por ele não conseguir ter soluções imediatas para os problemas que surgiam ao longo da caminhada no deserto. O povo advindo do Egito não compreendia que Moisés era servo daquele que os livrariam com braço estendido e poderosa mão diante de todos os olhos do Egito, inclusive de Faraó. O Senhor detém toda a autoridade e poder, tal qual por eles foram libertados do Egito os hebreus e todos tomaram rumo à Terra Prometida, promessa esta que fora dita pelo Senhor a Abraão, estando ele ainda em Ur dos Caldeus (Gn 12.1-3). Moisés era humano como nós, e assim como somos feituras de Deus, não possuía ele tais recursos se os mesmos não viessem de Deus. Devemos ser gratos ao Senhor por cuidar de nossas vidas, em todos os momentos. Não fosse o Senhor, Israel pereceria no Egito e assim, a linhagem do Messias também seria perdida. Teve ele misericórdia da nação e zelou-a por amor e por graça, rumo às terras que são por direito da nação.

Conclusão

Neste capítulo estudamos que a nação por muitas vezes entrou em conflitos contra Moisés e contra o Senhor também. Eles não compreendiam os planos divinos e por isso, buscavam para sí, deuses falsos que poderiam fazer, ao invés do Deus Vivo e Todo-Poderoso. A primeira geração de israelitas pereceram em muito no deserto em decorrência da desobediência, do paganismo e da incredulidade em reconhecer as ações de Deus na história do povo ao longo do período pré-Egito e pós-Egito. Compreendemos também que devemos sempre ser gratos a Deus pela sua graça e misericórdia na história da redenção humana. Nenhum conflito entre Ele e os hebreus fez o Senhor recuar ante ao plano da salvação. Ainda que o povo buscasse voltar para o Egito, Deus por intermédio de Moisés levaria a descendência de Abraão para a terra a qual mostrou muitos séculos atrás. Os planos do Senhor não são os nossos planos. Os desígnios de Deus estão sobre a autoridade do próprio Deus. É Ele quem dirige os nossos passos (Pv 16.9).



Sugestão de Leitura da Semana: SILVA, Oliveira. Arautos de Deus. São Paulo: Evangelho Avivado, 2020.


quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

A mulher que Deus escolhe para gerar o milagre dEle para a Terra

 




Por Priscila Rodrigues



Hoje pelo dia Deus me fez essa seguinte pergunta:  "que modelo de mãe você está sendo para seus filhos?" Aí eu pensei, meditei em minha maternidade, foi quando mais uma vez Deus me disse:" filha você é quem ESCOHE a mãe que deseja ser para seus filhos, o que você deseja que seus filhos recebam e sejam é você". Bem sabia o porquê dessas palavras, pôs buscamos moldes de perfeição, seguimos padrões que impõe a nós, e geralmente o que aprendemos reproduzimos em nossos filhos, mas nem sempre nossa reprodução é como queríamos, e quando a fixa cai, ficamos sem saber muito o que fazer, aí, novamente o ESPÍRITO SANTO me disse: "você tem um molde, vou te mostrar; pega sua bíblia e veja MARIA".

Sabe filha, Deus escolhe sempre alguém para uma finalidade, que cumpra até o final seu propósito é foi isso que fez de Maria ser a mãe de Jesus é também foi assim com algumas mulheres que Deus escolheu para ser mãe, e vou te contar, Deus nunca erra em suas escolhas!

Maria não só foi escolhida por ser quem ela era, mas Deus sabia que Maria iria ser capaz de levar Jesus até a cruz.  Ao receber a notícia que seria mãe, ela não se preocupou com as represárias que podia sofrer por gerar solteira, nem muito menos com que seu noivo José pensaria ou faria ao saber do fato. Simplesmente ela se submeteu ao que Deus estava lhe confiando, e assumiu total responsabilidade. Não foi fácil ver ser filho sendo preso, cuspido, apanhando, carregado uma cruz pesada, e sendo perfurado para ser posto em um madeiro...

Deus sabia que Maria suportaria tamanha dor ao ver seu filho sendo exposto à essa maneira, mas Maria sabia que aquela dor era necessária e passageira, pois o propósito de Deus era maior do que aquele sofrimento.  Hoje Deus fala com você através desse texto para que você nunca venha desistir do seu propósito, mesmo que isso possa furar teu coração, Ele viu que você é capaz de vencer onde dói o que você acha que jamais irá superar.  Não vê Maria, Jesus não a deixou no sofrimento, deu um filho para ela (João), para ela continuar a exercer seu propósito na terra.

Quando Deus te colocar em uma missão, não se preocupe Com o percurso, Ele garante que você chegue até o final. Aquilo que o propósito levou, traz recompensa. 






Como Restaurar o Fervor Espiritual



Sabemos que a vida cristã não é um mar de rosas, ela é cheia de altos e baixos. Existem momentos na caminhada cristã que estamos cheios fervor espiritual, em outras ocasiões, nem tanto assim. Mesmo que em momentos de nossas vidas venhamos a perder de alguma forma o fervor espiritual, a Bíblia nos ensina como restaurar. Portanto, o objetivo desse texto é trazer algumas diretrizes com base na Palavra de Deus de como restaurar o fervor espiritual.  

O que é fervor espiritual?

Segundo Orlando Boyer, fervor espiritual é uma pessoa que tem “diligencia, dedicação e zelo pelas coisas de Deus.”[1] O dicionário online de português define como: “zelo ardente por coisas de piedade, de caridade, ardor e entusiasmo.”[2]

Paulo escrevendo a igreja de Roma disse: “no zelo, não sejais remissos; sede fervorosos de espírito, servindo ao Senhor (Rm 12.11).” Observe, Paulo fala para aquela igreja ser “fervorosa de espírito”, mas o que significa ser fervoroso de espírito? Segundo F.F. Bruce, significa ser “ardoroso no Espírito Santo.” Ele interpreta “espírito” sendo uma referência ao Espírito Santo.”[3] A mesma expressão é usada com relação a Apolo em Atos 18.25. Às duas passagens abordam o mesmo significado. Portanto, esses sãos alguns dos significados da palavra fervor.

Características de quem perdeu o fervor espiritual

Após descrevermos o significado de fervor, quais seriam as características de uma pessoa que perdeu o fervor espiritual?

Primeiramente, falta de uma vida de oração. Quando um cristão deixa de cultivar uma vida de oração, provavelmente ele perde esse fervor em sua vida. Um carro jamais caminhará sem gasolina, do mesmo modo é o cristão em sua vida de oração.

Segundo, falta de interesse pela Bíblia. Um cristão que não zela pela leitura da Palavra de Deus na sua vida diária, ele abre várias portas para o mal, inclusive para a falta de diligência.

Terceiro, falta de interesse em congregar. Alguns cristãos perderam o entusiasmo de estarem reunidos com seus irmãos, para adorar a Deus, ouvir o sermão, orar com seus irmãos. Muitas dessas pessoas entendem que ela é a igreja individualmente, mas Jesus e os Apóstolos nunca ensinaram uma carreira solo dos cristãos, somos dependentes uns dos outros, isso que é ser igreja.

Enfim, essas, sãos às três características de quem perdeu o fervor espiritual. E você querido leitor, se encontra dentro dessas características?

Por que devemos ser fervorosos?

Diante dessas características de pessoas que perderam o fervor, qual seria o motivo para um cristão ser fervoroso? Primeiro, ser fervoroso é uma “ordem divina.” Paulo disse para a igreja de Roma: “sede fervoroso de espírito” (Rm 12.11), ele não estava falando de uma opção para aqueles servos de Deus, mas um imperativo divino. Deus não esperava deles uma vida morna, sem diligência, porém, dedicação nas coisas de Deus. Além disso, não devemos ser “vagarosos em buscar a Deus.” Nunca foi da vontade do Senhor que os seus filhos sejam relaxados na sua maneira de buscar a Deus, isso não é cristianismo bíblico. Portanto, ser fervoroso é uma ordem divina para os cristãos, não é buscar a Deus de qualquer jeito, mas com dedicação e temor.

Como restaurar o fervor espiritual?

A Bíblia ensina que o fervor é uma ordem divina, entretanto, como restaurar o fervor espiritual? Três atitudes são de extrema importância:

Primeiro, buscar a Deus em oração. Quando o povo de Deus encontrava-se em decadência espiritual, os profetas de Deus proclamavam os seus erros e os exortavam a voltar a Deus em oração. O Senhor apareceu a Salomão em sonhos e disse como o povo deveria restaurar o fervor espiritual se um dia perdesse:

“Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e me buscar, e se converter dos seus maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus, perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra (2Cr 7.14).”

Precisamos buscar a Deus em oração, confessar os nossos pecados, lembrar de onde caímos e praticar as primeiras obras para retornar ao primeiro amor (Ap 2.4,5). Além do mais, devemos seguir os exemplos bíblicos de homens de oração. Precisamos falar para Deus em nossas orações como Davi: “a minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo (Sl 42.2);” falar como Samuel: Quanto a mim, longe de mim que eu peque contra o Senhor, deixando de orar por vós (1Sm12.23);” ou seguir o exemplo de oração que Jesus nos deixou, o Pai nosso (Mt 6.9-15), a própria vida de oração de Jesus deve ser um exemplo para nós.

Segundo, buscar a Deus em sua Palavra. Jamais teremos restauração espiritual sem buscarmos a Deus diariamente nas Sagradas Escrituras, a Bíblia cita vários homens de Deus que eram dedicados nisso. Queremos apenas destacar três:

Esdras

“Esdras tinha disposto o coração para buscar a Lei do Senhor, e para a cumprir, e para ensinar em Israel os seus estatutos e os seus juízos (Ed 7.10).”

Davi

“Quanto amo a tua lei! É a minha meditação, todo o dia! (Sl 119.97).”

Jesus

“Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará (Jo 8.31,32).”

Alcançamos uma restauração espiritual quando decidimos buscar a Palavra de Deus, praticar os seus ensinos e para compartilhar com outras pessoas sobre o amor de Deus. A meditação é imprescindível nas Escrituras, é nosso dever meditar no livro Sagrado diariamente para aquecer as chamas do entusiasmo cristão, seremos apenas de fato discípulos se permanecemos na Palavra.

Terceiro, os dons espirituais. Procurar usar os dons que Deus nos concedeu é uma forma de restaurarmos o fervor espiritual. Paulo demonstra que todo cristão recebeu um dom quando recebeu a Cristo como seu Salvador (Rm 12.4; Ef 4.7; 1Pe 4.10). A Bíblia demonstra várias categorias de dons que Deus concedeu a igreja (Rm 12.6-8; 1Co 12.8-11,28; Ef 4.11). O que um cristão deve fazer, é orar a Deus pedindo por iluminação para saber qual o dom que Deus lhe deu, para assim usar na edificação do corpo de Cristo.   

Conclusão

Portanto, a única forma de restaurar o fervor espiritual é buscar a Deus. Os caminhos que Deus nos concede é por meio da sua Palavra, lendo, meditando, estudando e praticando. A oração de extrema importância, vários homens de Deus fizeram proezas para o reino de Cristo porque cultivaram uma vida de oração. Deus tem concedido dons a você querido leitor, use para o reino de Deus e para que vidas sejam edificadas para a glória de Deus.

 

Sidney Muniz

 

Notas:



[1] Orlando Boyer – Enciclopédia Bíblica

[2] Dicionário online de português

[3] Romanos Introdução e Comentário – F. F. Bruce.