quarta-feira, 31 de julho de 2019

O Viver do Cristão em uma Época Pós-Moderna





Por Leonardo Pereira




Vivemos em um período de enormes mudanças na sociedade. Nos encontramos hoje em um período com o avanço da tecnologia, dos desenvolvimentos científicos, das dinâmicas seculares e da evolução na educação, desde o nível infantil até as grandes universidades. Nunca em todo tempo da história humana compartilhamos os desenvolvimentos sociais e tecnológicos tão de perto como o temos visto. Podemos hoje facilmente ao irmos ás ruas, observar as pessoas com os seus celulares, notebooks e outros produtos que até um tempo atrás, eram irreais aos nossos olhos. De fato, a evolução tecnológica, social e didática com o passar do tempo levou as sociedades à um outro patamar, com uma melhora considerável de vida e de autorreflexões. Contudo, infelizmente existe um outro lado da evolução da sociedade que ainda é necessário ser observado e que traz malefícios à muitos que não possuem domínio próprio no assunto que diz respeito à todos, e nem mesmo buscam equilibrar estas mudanças que constantemente nos relacionamos de uma forma ou de outra. É nesta questão que encontra, hoje um dos maiores debates tanto para sociedade quanto para a Igreja: A que ponto o pós-modernismo nos afeta de maneira negativa? Cabe-nos aqui uma análise sobre como os novos tempos tem sido benéficos, porém ao mesmo tempo, negativos para o povo de Deus.

A Época Pós-Moderna

Não estou aqui dizendo que o Pós-Modernismo¹ é em si mesmo, um período escuro e maléfico para a sociedade e para os cristãos (o povo de Deus sempre viveu período de constantes mudanças em meio a sociedade). Antes, menciono que em um período como o atual, de grandes e rápidas mudanças, se torna necessário um filtro em nossas vidas sobre o que este tempo nos proporcionam de bem-estar e de mal-estar, seguindo pontualmente as orientações do apóstolo Paulo na sua primeira epístola aos Tessalonicenses: "Examinai tudo. Retende o bem. Abstende-vos de toda a aparência do mal. E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo" (1 Ts 5.21-23). Em todos os tempos os cristãos passaram por dificuldades e conflitos com as mudanças da sociedade. Podemos citar como exemplos a Idade das Trevas no Séc. XVI² com as corrupções da Igreja Católica e dos reis com seus interesses na mistura entre o governo e a religião³, A truculência do período nazista no Século passado, e ainda mesmo a perseguição aos primeiros cristãos que vai do século primeiro em sua ferrenha oposição à Jesus Cristo, até o século V, com as mudanças nos impérios da época. Com os desafios que interpõe o caminho dos discípulos de Cristo, devemos examinar o que vem adiante de nós, de maneira que sejamos sempre fiéis à Cristo, quer na tranquilidade, quer na adversidade.

Os desafios do Cristão no período Pós-Moderno

Faltar-me-ia o tempo em mencionar todos os desafios que os cristãos enfrentam no presente tempo. Podemos dizer que com o advento das diversas informações, sites de notícias juntamente com as redes sociais, os desafios hoje do cristão encontram-se desde escalas menores, até as grandiosas. O surgimento da intensa polarização política entre os cristãos nos últimos anos, a mameira de utilizar adequadamente as mídias digitais e as redes sociais, a ideologia de gênero, a desconstrução do núcleo familiar, as mudanças nos relacionamentos com os próximos, a enfatização de outros objetivos das igrejas evangélicas, polêmicas entre os cristãos com suas relações dentro e fora dos ambientes eclesiásticos e muitas outras questões que afetam tanto as famílias quanto o Corpo de Cristo, mostram que o cristão deve estar preparado para se apresentar como uma resposta do Senhor da Glória ao mundo repleto de dúvidas.4 Em tempos de conflitos e questões polêmicas em uma era digital, aonde tudo se encontra em extrema mudança com uma velocidade incrível, os desafios do cristão no período pós-moderno mostram-se diante de nós, e somente obteremos as respostas à estes desafios, naquele que venceu o mundo: Cristo Jesus (Jo 16.30-33).

Uma resposta do Senhor da Glória ao mundo repleto de dúvidas

O Senhor Jesus é a resposta para este mundo repleto de dúvidas e angústias. Ele deu uma resposta aos seus discípulos quando anunciava-lhes que Ele retornaria para o Pai que a sua missão estava sendo concluída aqui na terra: "Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo" (Jo 16.33). Cristo deixou bastante claro que enquanto vivermos aqui na terra, passaremos por aflições, mas ainda que tivéssemos tais aflições em nossas vidas, nEle encontramos a verdadeira paz e ânimo. Os desafios do cristão serão somente resolvidos em Jesus.5 Em meio à mudanças digitais, tecnológicas e sociais, tais evoluções por maiores que elas sejam contributivas à sociedade, estas somente ajudam no ambiente terreno e raso, não indo além do que lhe é permitido por Deus. A Igreja de Cristo, atuante viva e presente aqui na terra, seguirá como marcha triunfante em direção à Jerusalém Celestial.6 Os tempos podem encontrar-se em constante mudança, mas o que persevera é pura e verdadeira mensagem de Cristo, por intermédio dos seus santos profetas: "Seca-se a erva, e cai a flor, porém a palavra de nosso Deus subsiste eternamente" (Is 40.8).

Os desafios do crente são muitos, mas do Senhor vem à resposta da boca!

Salomão inspirado pelo  Espírito Santo utiliza-se de um provérbio bastante objetivo quando se refere à Deus e aos seus planos. À semelhança de Jó, reconhece o filho de Davi a primazia do Autor da Vida: "Do homem são as preparações do coração, mas do SENHOR a resposta da língua; O coração do homem planeja o seu caminho, mas o Senhor lhe dirige os passos" (Pv 16.1,9). Encontra-se hoje muitas pessoas dependentes da tecnologia e dos avanços nos relacionamentos da sociedade. Embora sejam-nos muito úteis, jamais podem preparar uma pessoa para as intempéries da vida. Somente Deus é historiador por excelência das nossas vidas e o Conservador de Todas as Coisas. Em meio às constantes mudanças do Cristão em meio a Pós-Modernidade, louvemos ao Senhor por nos preparar e conserva aos seus filhos na sua santa presença para buscar a sua Amada Igreja: "E então verão vir o Filho do homem numa nuvem, com poder e grande glória. Ora, quando estas coisas começarem a acontecer, olhai para cima e levantai as vossas cabeças, porque a vossa redenção está próxima" (Lc 21.27,28).



Referências:



1. O termo “pós-modernismo” significa literalmente “após o modernismo” e é usado para descrever filosoficamente a era atual, a qual veio depois do modernismo. O pós-modernismo é uma reação (ou talvez mais apropriadamente, uma resposta desiludida) à falha promessa do modernismo de usar apenas a razão humana para melhorar a humanidade e o mundo.

2. CHAVES, Gilmar Vieira. Reforma Protestante - História, Ensinos e Legado. Rio de Janeiro: Central Gospel, 2017. 

3. GRUDEN, Wayne. Política Segundo a Bíblia. São Paulo: Editora Vida Nova, 2014.

4. ATAÍDE, Romulo. O Cristão e a Pós-Modernidade. São Paulo: Evangelho Avivado, 2017.

5. ROGÉRIO, Marcos; PEREIRA, Leonardo. No Mundo Tereis Aflições. São Paulo: Evangelho Avivado, 2017.

6. RIBEIRO, Anderson. A Obra Gloriosa da Evangelização. São Paulo: Evangelho Avivado, 2019.

sexta-feira, 26 de julho de 2019

Apocalipse 5




Por Lucas Barbosa




Não há maior dignidade na pessoa de Cristo nem no céu, nem na terra e muito menos debaixo dela. Ele se encontra completamente qualificado para receber o reino e executar, perfeitamente, toda a vontade do pai contida naquele livro.

Senhor e Soberano

É importante enfatizarmos que Jesus sempre foi Deus, sempre foi Senhor e Soberano de todas as coisas existentes, contudo, o que vemos no contexto do plano de salvação, é que Ele se esvaziou de toda a sua glória e se tornou plenamente homem, mesmo não deixando de ser completamente Deus, e, como um humano, fez tudo aquilo que Adão não fez e muito mais, como homem ele obteve todos os méritos e cumpriu todas as exigências dadas por Deus que nem a mais santa de todas as pessoas teve a mínima condição de seguir.

Jesus - O Foco Central de Toda a Criação

O que precisamos entender é que, mesmo antes de Adão cometer o primeiro pecado, Jesus sempre foi o foco central de toda a criação, ele já era o prometido para ser o personagem principal do plano cósmico de Deus. Adão necessariamente não seria bom o suficiente para Deus, Noé não obteve o mérito necessário, nem mesmo Abraão com toda a sua fé e seu filho Isaque com seu neto Jacó; muito menos Moisés com todas as coisas incríveis que fez se quer chegou perto de ser o qualificado. O que dirá de Davi, homem segundo o coração de Deus, Salomão com toda a sua sabedoria. Qualquer dos apóstolos ou dos grandes homens e mulheres que foram grandes diante de Deus durante a história da igreja. O que diríamos de Jó, a respeito de quem o próprio Senhor afirmou: homem justo e reto e que se desvia do mal? Ninguém foi apto o suficiente para tomar o livro das mãos do Senhor.

Jesus - O Principal de Toda a História

Jesus sempre foi o principal de toda a história, Ele é o verdadeiro homem, o verdadeiro Israelita, o princípio da criação e o primogênito dos mortos. Por isso, mesmo sendo quem sempre foi na eternidade, Jesus se tornou homem e, através de sua humanidade, manifestou ainda mais glória, mostrando, na prática, que realmente é verdadeiramente digno de toda honra e glória e louvor.

quinta-feira, 25 de julho de 2019

S.O.S - Parece que perdemos a Afetividade




Por Carlos Vagner



Já dizia o poeta “Aviso aos navegantes, tem mais alguém aí? Só ouço o som da minha própria voz a repetir, S.O.S. Solidão!”. As relações humanas nem sempre são favoráveis, há embates, discordâncias de ideias, outras preferencias, e nisso está o mais intrínseco no ser humano, pois temos cada um de nós nossas idiossincrasias. Com o desenvolvimento da tecnologia e da modernidade, penso que boa parte dos humanos perderam a chance de cultivar uma boa saúde mental, compartilhando a presença, o toque, o olho no olho, o abraço, a resolução de uma indiferença a partir da relação direta com o outro. 

A afetividade está se esvaindo, escorrendo pelas mãos e caindo ao chão e evaporando sem a percepção que estamos nos perdendo como humano, diante disso, preferimos o mundo virtual, onde nos escondemos atrás da máquina, emitimos nossas opiniões sem se importar com o outro humano, não queremos saber se vamos destruir a reputação, o caráter, a imagem, pois o que queremos é mostrar que temos razão, já disse alguém: “a internet deu voz aos idiotas” e acredito que sim, pois o idiota é aquele que olha só pra si mesmo, sem se importar com o outro. O desenvolvimento humano vem através das relações humanas, por isso a melhor coisa a se fazer é sair da solidão dos nossos sentimentos perversos e nos relacionarmos de modo humilde reconhecendo que somos errados tanto quanto aquele que nos feriu, o mais belo é a reconciliação, o perdão, a misericórdia e o amor. Ao invés de vim no virtual para vomitar nossas próprias justiças, voltemos a nos alimentar da afetividade humana.

quarta-feira, 24 de julho de 2019

Comentário Bíblico Mensal: Julho/2019 - Capítulo 4 - Eclesiastes - Tempo para Todas as Coisas




Comentarista: Marcos Rogério



Texto Bíblico Base Semanal: Eclesiastes 12.1-14

1. Lembra-te também do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais venhas a dizer: Não tenho neles contentamento;
2. Antes que se escureçam o sol, e a luz, e a lua, e as estrelas, e tornem a vir as nuvens depois da chuva;
3. No dia em que tremerem os guardas da casa, e se encurvarem os homens fortes, e cessarem os moedores, por já serem poucos, e se escurecerem os que olham pelas janelas;
4. E as portas da rua se fecharem por causa do baixo ruído da moedura, e se levantar à voz das aves, e todas as filhas da música se abaterem.
5. Como também quando temerem o que é alto, e houver espantos no caminho, e florescer a amendoeira, e o gafanhoto for um peso, e perecer o apetite; porque o homem se vai à sua casa eterna, e os pranteadores andarão rodeando pela praça;
6. Antes que se rompa o cordão de prata, e se quebre o copo de ouro, e se despedace o cântaro junto à fonte, e se quebre a roda junto ao poço,
7. E o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu.
8. Vaidade de vaidades, diz o pregador, tudo é vaidade.
9. E, quanto mais sábio foi o pregador, tanto mais ensinou ao povo sabedoria; e atentando, e esquadrinhando, compôs muitos provérbios.
10. Procurou o pregador achar palavras agradáveis; e escreveu-as com retidão, palavras de verdade.
11. As palavras dos sábios são como aguilhões, e como pregos, bem fixados pelos mestres das assembléias, que nos foram dadas pelo único Pastor.
12. E, demais disto, filho meu, atenta: não há limite para fazer livros, e o muito estudar é enfado da carne.
13. De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus, e guarda os seus mandamentos; porque isto é o dever de todo o homem.
14. Porque Deus há de trazer a juízo toda a obra, e até tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau.

Momento Interação

Um dos maiores desafios da humanidade é encontrar o equilíbrio certo sobre como deve viver nesta terra. As muitas preocupações tem tomado as mentes de muitas pessoas levando-as ao cansaço e a imensa fadiga, deixando então, uma geração inteira imersa em desespero e medo. Em meio ao que ocorre hoje, Salomão já deixava registrado no Livro de Eclesiastes sobre qual é o verdadeiro sentido da vida, e em como devemos aproveitá-la. Se por um lado, o Livro de Eclesiastes é representado como um livro secular, devido as grandes questões que são tratadas nele, do outro lado vemos a preocupação de Salomão, inspirado pelo Espírito Santo a preparar toda uma geração para que possa conhecer, temer e viver com o Senhor do começo ao fim da vida da melhor forma possível.

Introdução

Salomão é o autor de Eclesiastes e o escreveu para os jovens de Israel enquanto morava em Jerusalém. Escreveu esse livro muito tempo depois de se tornar rei, mas antes de se envolver com a idolatria. A palavra Eclesiastes do hebraico Qoheleth quer dizer significa Pregador. Nos tempos bíblicos os ensinos eram transmitidos em uma assembléia através de um orador, instrutor. Também se ensinava nas ruas a céu aberto, nas portas da cidade ou em outros lugares. Nessa obra o propósito do autor é mostrar como é vã a vida sem Deus, por isso usa muito a expressão vaidade. No Salmo 127 escrito por Salomão ele já havia dito que se o Senhor não edificar a casa em vão trabalham os que a edificam; se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela. Inútil vos será levantar de madrugada, repousar a tarde, comer o pão que penosamente granjeastes; aos seus amados ele o dá enquanto dormem (Sl 127.1,2). Toda e qualquer obra, plano e trabalho é totalmente vão sem Deus. O ateísmo e ceticismo são filosofias vãs, vazias que nenhum conforto ou resultado trazem para o homem.

I. Tudo é Vaidade

A palavra vaidade é um substantivo feminino que denota qualidade daquilo que é vão, vazio, ilusório. O livro de Eclesiastes expande as ideias do Salmo 127 ampliando a mensagem desse Salmo aos jovens de Israel. É muito comum um senhor olhar para o passado e refletir nos erros que cometeu devido a sua inexperiência e pensar que se tivesse o entendimento que tem no presente não cometeria os erros que cometeu no passado e então transmite sua experiência em conselhos aos jovens para que não cometam os mesmos erros! Tão comum é os jovens não aproveitarem esses conselhos entendendo-os como uma restrição à sua liberdade!  Pensando nesse quadro Salomão se esforça por mostrar a vaidade e mesmice da vida e para ensinar que a busca pela satisfação é vaidade porque o homem carnal nunca ficará plenamente satisfeito, a cobiça nunca tem fim: "Vaidade de vaidades, diz o Pregador; vaidade de vaidades, tudo é vaidade" (Ec 1.3).

II. O Valor se Encontra em uma Vida com Deus

No livro de Eclesiastes Salomão mostra como uma pessoa pode passar a vida fuginho de Deus. Ou a pessoa trabalha muito que não tem tempo para a família e outras coisas tão importantes da vida, ou ela mergulha nos prazeres, nas aquisições, nos sentidos e continua fugindo de Deus para perceber já em idade avançada ou até tarde demais que tudo foi em vão, que simplesmente correu atrás do vento, que tudo foi vaidade.  Os primeiros a cometer o erro de fugir de Deus foram nossos primeiros pais, Adão e Eva.  Depois de desobedecer a Deus, ambos perceberam que estavam nus e sentiram medo e fugiram da presença de Deus (Gn 3.8). É isso que a vida longe de Deus causa, nudez, perda de tudo, medo, insegurança, arrependimento, remorso e tristeza. Desde então o homem vem fugindo de Deus e Deus vem buscando o homem a tal ponto de se fazer carne e habitar entre nós (Jo 1.14). A Bíblia não apresenta o quadro o homem em busca de Deus, mas Deus em busca do homem.  O homem pós moderno ainda foge de Deus! A falsa ciência, o ateísmo, o misticismo, a falsa intelectualidade são meios para se fugir de Deus.

O célebre cientista Isaac Newton, que disse: “Há mais indícios seguros de autenticidade na Bíblia do que em qualquer história profana”. A Bíblia já foi queimada em praças públicas, escondida etc. Nem por isso deixou de existir. Já dizia Napoleão: “A Bíblia não é um simples livro, senão uma Criatura Vivente, dotada de uma força que vence a quantos se lhe opõem”.

III. Há Tempo para Todas as Coisas

Vivemos numa cultura existencialista, imediatista. Isso é refletido nas músicas, no trabalho e nas demais atividades diárias. Não gostamos de esperar em uma fila para pagar contas, esperar um atendimento médico aguardando nossa vez, não toleramos atrasos, até uma noiva que se atrasa em uma cerimônia de casamento gera uma certa ansiedade tanto no noivo como nos que prestigiam o casamento. Somos apressados, corremos no trânsito e até no pensamento corremos na síndrome conhecida como (SPA) Síndrome do Pensamento Acelerado. Tem gente até com pressa de nascer (nascimento precoce ou prematuro) e por incrível que pareça tem também gente com pressa de morrer (eutanásia). Ao afirmar que há tempo determinado para tudo, Salomão há um propósito em tudo, um tempo designado. O homem precisa aprender a esperar, a se controlar, a confiar na providência de Deus e saber esperar descansando em Suas promessas. Deus sabe o momento certo de nos proporcionar um alimento, um emprego, um cônjuge ou qualquer outra coisa da qual possamos estar ansiosos para obter. Não temos controle sobre certos eventos como o nascimento, a morte e nada sabemos do nosso futuro. 

IV. Sabedoria e Temor de Deus para a Vida

Depois de contrastar a tolice de uma vida sem Deus, uma vida vã e tediosa com uma vida plena, satisfatória, regida pela sabedoria e temor de Deus em todo o livro Salomão relaciona essa sabedoria com o temor de Deus. Na alegria carnal desse mundo não há sabedoria ou felicidade. Para a Palavra de Deus viver com sabedoria é tomar as decisões certas. Um erro muito comum é seguir seus próprios caminhos, ouvir seu coração, seguir suas emoções e deixar de lado a razão divina. Em Tiago 1.5 lemos: "Se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e nada lhes impropera; e ser-lhe-á concedida".  O próprio autor de Provérbios, Eclesiastes e Cântico dos Cânticos seguiu esse conselho mesmo antes de ele ser escrito e Deus se agradou de tal pedido e o atendeu (1 Rs 3.1-3; 2 Cr 1.10-12). Por isso, Salomão escreveu três livros de sabedoria no Antigo Testamento e fez grande aconselhamento nesses livros para vivermos com sabedoria. Caro leitor, só há dois caminhos, o da sabedoria e êxito ou da estultície e a derrota. O conhecimento é a informação, a sabedoria é colocar o conhecimento em ação. Há estultos, ignorantes com doutorado, com títulos acadêmicos e há sábios analfabetos ou semianalfabetos. 

A sabedoria é o conhecimento aplicado, pois só o conhecimento sem a prática não nos garante conclusões acertadas e atitudes corretas.  Os filósofos gregos eram muito conhecidos pela filosofia e retórica, mas desprezavam o conhecimento de Deus apesar de todas as evidências da criação (Sl 19.1; Rm 1.20).

Conclusão

Há inumeráveis conselhos nos livros poéticos de sabedoria do Antigo Testamento e provavelmente não nos lembraremos de todos em todas as ocasiões. Essa é a razão pela qual sempre devemos estar lendo os conselhos de sabedoria. O sábio dá ouvidos a conselhos (Pv 12.15). Vivemos em uma sociedade pós moderna que não gosta de bons conselhos. Os estudantes não gostam dos conselhos sábios dos professores. Os filhos não gostam dos conselhos sábios de seus pais, mas ao mesmo tempo se aceita os estúpidos conselhos dos incultos e rebeldes que vivem uma vida desregrada.  O apelo aos jovens é: "Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dias quais dirás: Não tenho neles prazer" (Ec 12.1). Devemos nos lembrar de Deus antes que a velhice roube nossos melhores anos, antes de morrer sem esperança e o pó voltar à terra, como era, e o espírito voltar a Deus que o deu (Ec 12.2-7).

quarta-feira, 17 de julho de 2019

Comentário Bíblico Mensal: Julho/2019 - Capítulo 3 - Provérbios - Conselhos Práticos para um Viver Cotidiano Digno




Comentarista: Marcos Rogério



Texto Bíblico Base Semanal: Provérbios 2.1-12

1. Filho meu, se aceitares as minhas palavras, e esconderes contigo os meus mandamentos,
2. Para fazeres o teu ouvido atento à sabedoria; e inclinares o teu coração ao entendimento;
3. Se clamares por conhecimento, e por inteligência alçares a tua voz,
4. Se como a prata a buscares e como a tesouros escondidos a procurares,
5. Então entenderás o temor do Senhor, e acharás o conhecimento de Deus.
6. Porque o Senhor dá a sabedoria; da sua boca é que vem o conhecimento e o entendimento.
7. Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que caminham na sinceridade,
8. Para que guardem as veredas do juízo. Ele preservará o caminho dos seus santos.
9. Então entenderás a justiça, o juízo, a equidade e todas as boas veredas.
10. Pois quando a sabedoria entrar no teu coração, e o conhecimento for agradável à tua alma.
11. O bom siso te guardará e a inteligência te conservará;
12. Para te afastar do mau caminho, e do homem que fala coisas perversas.

Momento Interação

Você é uma pessoa que busca sempre a sabedoria do Senhor para as decisões na vida? Se sim, não encontrará dificuldades no estudo de hoje a respeito sobre o Livro de Provérbios. Todo o livro é completo de grandes riquezas morais e espirituais para a adequação de uma vida íntegra e reta nesta terra enquanto vivermos. Mais de três mil anos se passaram e este livro tem sido uma grande bênção na vida de muitas pessoas, quer por razões pessoais, quer por questões sociais. É isto que veremos no estudo de hoje. 

Bons Estudos!

Introdução

O livro de Provérbios logo de início trata de seu objetivo: "Para aprender a sabedoria e o ensino; para entender as palavras da inteligência; para obter o ensino do bom proceder, a justiça, o juízo e a equidade; para dar aos simples prudência e aos jovens, conhecimento e bom ciso" (Pv 1.2-4). O livro de Provérbios, no hebraico mashal que significa "ser igual" ou "comparar" adquiriu vários significados como parábolas, ditados populares, entre outros é uma espécie de manual sobre sabedoria produzido por um mestre, um sábio, por isso, os hebreus o classificam como literatura de sabedoria. O principal dos mestres dessa literatura de sabedoria é Salomão Provérbios 1.1, mas ele não escreveu toda a obra. Provérbios 22.17 e 24.23 se referem a palavras dos sábios, o capítulo 30 é atribuído a Agur, e o capítulo 31.1-9 ao rei Lemuel. Salomão, nome que em hebraico significa pacífico compôs 3000 provérbios e 1005 cânticos (1 Rs 4.32).  A sabedoria sobrenatural de Salomão era uma dádiva celeste 1 Rs 4.29,30 sendo ele um dos homens mais sábios que já viveu de modo que: "De todos os povos vinha gente a ouvir a sabedoria de Salomão, e também enviados de todos os reis da terra que tinham ouvido da sua sabedoria" (1 Rs 4.34). Devemos também ouvir dessa sabedoria.

I. Provérbios - Um Livro Atual para um Povo Atual

O livro de Provérbios é uma mensagem de Deus ao homem quando este enfrenta todas as pressões do dia a dia. Visa dar sabedoria prática em todos os relacionamentos humanos. Salomão não escreveu todos os Provérbios, escreveu uma e compilou outros escritos por outros homens sábios do reino de Israel. Salomão era um filósofo que amava o conhecimento, a contemplação, a meditação. Salomão também alerta os jovens contra as tentações que eles sofreriam, por isso os jovens devem também ler o livro de Provérbios. Salomão mostra que Deus gostaria que aprendêssemos que a maneira mais sábia de se viver é fazer o que é certo e não o que é mais fácil ou mais prazeroso. Mas que se não fizermos isso aprenderemos o que é certo depois de enfrentar o amargo resultado das escolhas erradas sofrendo as consequências de nossos erros e todo o horror do caminho que escolhemos. Embora os sábios aprendem com os próprios erros, Salomão oferece a proposta de ser mais sábio ainda evitando cometer esses erros. Deus quer que façamos o certo não para limitar nossa liberdade, mas porque nos ama e quer evitar o sofrimento através dessas escolhas erradas e impensadas.

II. Conselhos para o Nosso Viver

As vezes plantamos nossa própria infelicidade fazendo escolhas erradas e depois lamentamos a sorte que nos cabe ou a vida infeliz que temos quando na verdade nós que procuramos tal vida. Se plantarmos a felicidade através das escolhas certas teremos uma vida muito mais satisfatória. Ser feliz apesar das dificuldades é uma questão de escolha e não de destino: "Não havendo sabia direção, cai o povo, mas na multidão de conselheiros há segurança" (Pv 11.14). "O temor do Senhor é o princípio do saber, mas os loucos desprezam a sabedoria e o ensino" (Pv 1.7). A sabedoria está em um relacionamento com Deus obedecendo Sua vontade a qual é para nosso bem. Sabedoria do hebraico chokmah é diferente do conhecimento que em hebraico é da'ath. Conhecimento é esclarecimento intelectual, acúmulo de informações. E sabedoria é a capacidade de colocar em prática aquilo que se aprendeu. A sabedoria em Provérbios revela o caráter ideal do cristão.  O temor no texto não é associado ao medo, mas à reverência ao Senhor motivada pelo amor e que coloca em prática a obediência: "O temor do Senhor é o princípio da sabedoria, e o conhecimento do Santo é prudência" (Pv 9.10). Essa mesma ideia o salmista expressou ao escrever: "O temor do Senhor é o princípio da sabedoria, revelam prudência todos os que o praticam.  O seu louvor permanece para sempre" (Sl 111.10).  Moisés também relacionou o temor à obediência e não ao medo. "Guarda os mandamentos do Senhor, teu Deus, para andares nos seus caminhos e o temeres" (Dt 8.6).

III. Um Livro que Devemos Meditar Sempre

Em Provérbios 16.6 lemos que pelo temor do Senhor os homens evitam o mal: "Feliz o homem constante no temor de Deus..." (Pv 28.14); "O temor do Senhor prolonga os dias de vida..." (Pv 10.27); "O temor do Senhor é fonte de vida para evitar os laços de morte" (Pv 14.27); "O galardão (recompensa) da humildade e o temor do Senhor são riquezas, e honra, e vida" (Pv 22.4). A Bíblia diz que devemos temer a Deus e adorá-lo porque Ele é o Criador: "Temei a Deus e dai-lhe glória, pois é chegada a hora do seu juízo; e adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas" (Ap 14.7).

Conclusão

Sendo um livro de sabedoria prática, o livro de Provérbios traz inúmeros conselhos para nosso viver cotidiano. Na era pós moderna há uma crescente tendência de se esquecer dos padrões morais de Deus. O salmista escreveu: "Tu ordenaste os teus mandamentos, para que os cumpramos à risca" (Sl 119.4). E quão fácil é esquecer esses mandamentos na era em que vivemos. O livro de Provérbios apela para nos lembramos desses mandamentos em nossas decisões diárias. "Filho meu, não te esqueças dos meus ensinos, e o teu coração guarde os meus mandamentos; porque eles aumentarão os teus dias e te acrescentarão anos de vida e paz" (Pv 3.1,2).

sexta-feira, 12 de julho de 2019

Álbuns Abençoadores da Música Cristã Brasileira




Por Leonardo Pereira



Em Setembro do ano de 2015, foi produzida uma lista dos 100 maiores álbuns da música cristã brasileira, cujo objetivo final foi uma junção de vários portais do meio protestante, encabeçada pelo site Super Gospel.  A escolha dos álbuns envolveu uma grande parceria entre vários portais do meio protestante: Super Gospel, Arquivo Gospel, O Propagador, Virtual Gospel, Casa Gospel e Gospel no Divã. Para as seleções deste nível, contou-se também com a participação de vários historiadores, jornalistas e músicos, que selecionaram os discos conforme o "impacto cultural e histórico".

Neste artigo, a partir da lista dos 100 maiores álbuns da música cristã brasileira, pretendo listar 10 álbuns desta lista, focalizando a importância do conteúdo, sua naturalidade, como também a necessidade de retornarmos às raízes da musicalidade cristã brasileira, e de revermos a condição destes álbuns serem mais uma vez, poderosa ferramenta melódica na glorificação do Reino de Deus, no combate às heresias e no aprofundamento bíblico e teológico que se encontram nas Escrituras Sagradas. Estes 10 álbuns para este artigo nos serviram de modelos para a posteridade como um todo para a Igreja do Senhor Jesus Cristo.

Antes de começarmos com a lista destes 10 álbuns da música cristã brasileira, é importante ser frisado que os álbuns que serão aqui mostrados não parte de uma opinião pessoal, nem de conveniência, escolha e gosto pessoal. Esta lista tem como objetivo principal, criar uma porta de entrada para que os que já ouviram, ou para os que ainda não ouviram, possam se aprofundar mais no conteúdo bíblico que estão nas letras incríveis destas músicas que marcaram gerações, décadas e muitas igrejas evangélicas espalhadas pelo Brasil e no mundo. Por isso, servem como base para a busca de mais álbuns incríveis das décadas que foram lançadas e das excelentes músicas que se seguiram com os grupos e com os cantores solos das épocas. Vamos conhecer então estes álbuns, não necessariamente os melhores de todos, mas sim aqueles que todos deveriam pelo menos conhecer como porta de acesso para outras belíssimas obras de melodias cristãs sem igual.

1) Portas Abertas - Grupo Logos (1987)

Portas Abertas é o sexto álbum de estúdio do Grupo Logos, lançado em 1987. A faixa-título, "Portas Abertas", é um dos maiores sucessos do Logos e até hoje é entoada em muitas igrejas do Brasil. Com a liderança de seu vocalista e compositor Paulo Cezar da Silva, ou simplesmente Paulo Cezar como é conhecido por muitos, o álbum Portas Abertas traz uma musicalidade voltada para a redenção do ser humano decaído em Cristo Jesus, aquele que se fez pecado por nós para que nós tenhamos acesso ao Pai. Grupo Logos aborda esta temática com maestria do começo ao fim e a música-título marca com louvores este belíssimo conteúdo musical cristão.

2) Obra Santa - Luiz de Carvalho (1969)

"Ninguém detém! É obra santa; Nem satã, nem o mundo todo pode apagar esse ardor. Ninguém detém! É obra santa!". Este é o refrão de um dos maiores louvores compostos em solo brasileiro. Obra Santa é a música-título do álbum de Luiz de Carvalho e esta obra possui uma peculiaridade que o torna marcante.  A música Obra Santa foi escrita pelo Pr. Rosivaldo de Araújo e gravado por Luiz de Carvalho e se tornou o hino do Movimento de Renovação Espiritual. Este Movimento começou com Rosalee Mills Appleby, missionária Batista americana que trabalhou no Brasil na metade do século 20. Ela dedicou sua vida para encorajar um avivamento nas igrejas evangélicas brasileiras, especialmente na década de 1950. Este álbum é conhecido por músicas marcantes como Quando Ele estendeu as suas Mãos, Flor Gloriosa, Atrás não Volto, Madeiro Lavrado e Estrada de Espinho, louvadas como chamado "corinhos" nos dias atuais. 

3) Cem Ovelhas - Ozéias de Paula (1973)

Cem Ovelhas é o segundo álbum de estúdio do cantor brasileiro Ozeias de Paula, lançado em 1973 pela gravadora Estrela da Manhã. A faixa-título tornou-se a canção mais famosa da carreira do cantor, tornando o disco um dos clássicos da música cristã contemporânea no Brasil. Quase simultaneamente ao lançamento do disco, Ozeias sofreu um grave acidente automobilístico, do qual se recuperou tempos depois. Ozéias de Paulo neste álbuns trata sobre muitos assuntos bíblicos como por exemplo a confiança em Deus, o cuidado e a amizade de Cristo com seus filhos, a importância e preciosidade de se viver na presença de Jesus e de nós deixarmos nossas ansiedade no Senhor (1 Pe 5.7). É um álbum que trata com grandiosidade bíblica e cristocêntrica sobre o cuidado do Senhor para com os seus.

4) Aliança - Grupo Koinonya (1988)

Se nós temos os chamados "cantos congregacionais" nos dias de hoje, deve-se muito à um Grupo Koinonya com o seu álbum de estréia Aliança. Koinonya foi uma banda cristã brasileira, formada em 1988 na cidade de Goiânia, por Bené Gomes como líder e vocalista do grupo e em seu álbum de estreia, produzida por Asaph Borba e Gerson Ortega, estão algumas das músicas mais notórias da banda, como "Ao Único", "Tu És Soberano", "Quem Pode Livrar", "Aliança" e "Espírito Enche". Alda Célia também está entre os principais vocais e compositora de várias faixas cuja carreira logo depois se seguiu com grandes louvores. O álbum Aliança é o principal responsável pelo surgimento do movimento conhecido como "canto congregacional", movimento responsável por lançar grandes grupos congregacionais em evidência na nação com grandes louvores impactantes.

5) Alma Cansada - Jair e Hozana (1968)

Alma Cansada é o álbum de estreia da dupla Jair e Hozana, lançado em 1968 pela gravadora Celeste. Maior sucesso comercial da dupla, o disco destacou-se no cenário religioso pelas músicas "Alma Cansada" e "Canta Meu Povo", que tornaram-se sucesso na carreira dos músicos. A dupla alcançou notoriedade nacional com o disco Alma Cansada (1968), o qual, com a faixa-título, escrita por Jair Pires, tornou-se um dos clássicos da música cristã no Brasil. Destaque para as "Alma Cansada", "Canta meu Povo", "Uma Mirada", "Mensageiros de Cristo", "Sobre as ondas do Mar", "Há Poder no Sangue de Jesus" que exploram bem o ambiente do álbum.

6) Oração de Davi - Feliciano Amaral (1981)

Feliciano Amaral assim como Luiz de Carvalho encabeçam um nível bíblico de profundidade com fantástica harmonia e melodia em suas obras. Isso se percebe do começo ao final no LP Oração de Davi do saudoso cantor Feliciano Amaral (1920-2018). As músicas "Oração de Davi", Cristo Amou a mim e a Ti, "Eu te Agradeço", "Onisciente", "Deus e a Natureza", "A Cada Instante", "O Rosto de Cristo" especialmente a música-título, embelezam o álbum com grande dedicação e esmero falando sobre temas bíblicos como a oração, o Amor de Jesus, os atributos de Deus e a sua soberania. É uma obra prima da música sacra cristã brasileira com grandes ensinamentos bíblicos.

7) O Sétimo - Sérgio Lopes (1997)

O Sétimo é o sétimo álbum de estúdio do cantor Sérgio Lopes, lançado pela gravadora Line Records em 1997. Neste disco, o cantor transforma em canções alguns relatos da Bíblia, como a história de Sansão ("Sansão e Dalila") e a passagem da crucificação de Jesus ("A Dor de Lázaro"), e ainda canta em espanhol três faixas extras e interpreta em hebraico uma versão do hit "O Lamento de Israel" ("Bney ya' Akov"), que lhe rendeu o troféu de melhor música do ano em 1998. É uma prima magistral com entendimento pelos assuntos bíblicos passando desde o Antigo até o Novo Testamento interpretando na forma de belíssimas canções que abençoam vidas.

8) Meu Clamor -  Denise Cerqueira (1998)

Denise Cerqueira é até hoje uma unanimidade entre os cantores evangélicos pelo Brasil. Desde o início de sua carreira até o fim de sua vida, abençoou vidas com suas canções que tocam a alma e fortalece o ânimo de muitos. A carreira de Denise Cerqueira se deu no início dos anos 90, com a música "Renova-me", que esteve dentre as mais executadas nas rádios cristãs em 1993."Eterno Amor" e "Jerusalém e eu" também obtiveram destaque em sua carreira e com o Meu Clamor, último álbum de estúdio inédito da cantora evangélica Denise Cerqueira, lançado em 1998 pela gravadora Line Records, faz da música "Jerusalém e Eu" um grande sucesso e até hoje, é cantada nas igrejas evangélicas de todo Brasil. As músicas "Por Amor", "Olha Meu Amigo", "Você e Eu", "Através da Cruz", "Pode Alguém" compõem uma coletânea fantástica da excelente safra de Denise Cerqueira.

9) Preciso de Ti - Diante do Trono (2001)

Se a banda Diante do Trono é reconhecida hoje no território nacional como um todo pelas suas canções e composições Preciso de Ti é completamente responsável por este trabalho de excelência que até hoje, rende a alma de muitos ao Senhor com este álbum. Preciso de Ti é o quarto álbum ao vivo da banda brasileira Diante do Trono, gravado e lançado em 2001. Trabalho de maior sucesso do grupo mineiro, a obra contém algumas das canções de maior notoriedade do grupo, como a faixa-título "Preciso de Ti", "Quero Subir" e "Coração Igual ao Teu". É até hoje consideravelmente, um dos discos mais vendidos na história da música cristã brasileira.

10) Sem Limites - Aline Barros (1995)

Sem Limites é o álbum de estreia da pastora e cantora evangélica brasileira Aline Barros, lançado em 1995. O disco foi um sucesso em todo território brasileiro, muito de suas músicas viraram hinos nas igrejas. Devido a aceitação do público às canções do disco, em 1999 foi relançado pela AB Records em CD com a inclusão de mais duas músicas: a inédita "Tua Palavra" e a regravação de "Consagração/Louvor ao Rei", música que Aline solou no disco Tempo de Adoração da Comunidade Evangélica Vila da Penha, e que a projetou completamente em todo território nacional. "Sem Limites", "Sou Feliz", "Para Sempre Te Adorarei", "Deus do Impossível", "Jesus Cristo Mudou Meu Viver, "Tua Palavra" "Consagração / Louvor ao Rei" são algumas das músicas que fazem deste álbum um excelente momento de intimidade com Deus no ouvir e na compreensão das letras destas belas melodias entoadas desde 1995 até os nossos dias em muitas igrejas brasileiras.

Uma Última Palavra

Por último, deixo aqui um registro de Ruben Mukama, líder do site Blog do Mukama, que relata a importância de conservarmos os valores instaurados nestes antigos álbuns que marcaram épocas, vidas, gerações e igrejas ao redor de todo o brasil e que com o passar do tempo, foram-se perdendo o foco nos louvores cristocêntricos e bíblicos. Nas palavras de Ruben Mukama:

"A ideia de elencar as obras mais conceituadas do meio surgiu após a inexistência de produções do tipo na cena cristã, e da historiografia musical, no meio cristão, ser ainda tão incipiente. Desta forma, muito acerca da cultura cristã, dentro do Brasil, se perde. O ranking tenta, portanto, suprir esta carência no meio cristão. O Arquivo Gospel, do historiador Salvador de Souza, está há mais de uma década, mantendo no ar uma extensa discografia e artigos sobre a história da música cristã. Mais recentemente, o O Propagador vem publicando a Rocklogia, uma coluna sobre a história do rock cristão nacional. O site, por sua vez, pretende fazer algo semelhante com a música pentecostal, em 2016. Após a escalação dos discos, chegou-se aos seguintes resultados: apenas onze dos discos presentes na lista estão em plataformas digitais de streaming, como o Spotify; sendo que apenas um, dentre esses onze, está entre os dez primeiros. Ou seja: as memórias de nossa música, infelizmente, não têm sido preservadas como deveriam".

Referências:

Equipe O Propagador. Artigo - Os 100 maiores álbuns nacionais da musica cristã. Consulta em: http://www.opropagador.com/os-100-maiores-albuns-nacionais-da-musica-crista/. Consulta dia: 12/07/2019. 

MUKAMA, Ruben. Artigo - Os 100 álbuns da música cristã brasileira antes de você ir para o céu. Consulta em: http://www.rubenmukama.com/2015/09/os-100-albuns-da-musica-crista-para.html. Consulta dia: 12/07/2019.

Lista dos 100 maiores álbuns da música cristã brasileira. Consulta em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_dos_100_maiores_%C3%A1lbuns_da_m%C3%BAsica_crist%C3%A3_brasileira_pelo_Super_Gospel. Consulta dia: 12/07/2019.

Redação Super Gospel. Artigo - Sites cristãos produzem lista dos 100 maiores álbuns nacionais. Consulta em: https://www.supergospel.com.br/noticia_sites-cristaos-produzem-lista-dos-100-maiores-albuns-nacionais_7212.html. Consuta dia: 12/07/2019.

Comentário Bíblico Mensal: Julho/2019 - Capítulo 2 - Salmos - A Adoração Genuína ao Deus de Israel




Comentarista: Marcos Rogério



Texto Bíblico Base Semanal: Salmos 1.1-6

1. Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores.
2. Antes tem o seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite.
3. Pois será como a árvore plantada junto a ribeiros de águas, a qual dá o seu fruto no seu tempo; as suas folhas não cairão, e tudo quanto fizer prosperará.
4. Não são assim os ímpios; mas são como a moinha que o vento espalha.
5. Por isso os ímpios não subsistirão no juízo, nem os pecadores na congregação dos justos.
6. Porque o Senhor conhece o caminho dos justos; porém o caminho dos ímpios perecerá.

Momento Interação

No estudo desta semana, meditaremos no Livro dos Salmos, a poesia melódica de Israel com as suas vastas lições para a vida do servo do Senhor. Além do livro - texto escrito pelo comentarista para o estudo deste mês, é recomendado para todos os irmãos, a leitura dos livros Salmos - Adoração ao Rei dos Reis, de Matheus Gonçalves e Panorama Bíblico - Volume 3 - Livros Poéticos, de Leonardo Pereira e Marcos Rogério. Ambos os livros, assim como o livro - texto também, podem ser obtidos gratuitamente no Blog Evangelho Avivado em formato digital. É muito importante sabermos bastante sobre o Livro de Salmos para compreendermos como podemos estudar e meditar ainda mais neste livro glorificando ao Senhor com os nossos pensamentos e as nossas atitudes. Deus vos abençoe e bons estudos!

Introdução

O nome Salmos significa uma canção cantada com acompanhamento de instrumentos de cordas. O livro de Salmos é o segundo livro poético do que conhecemos como o Antigo Testamento. O segundo livro de sabedoria.

O livro de Salmos é uma coleção de cânticos inspirados por Deus compostos sob angústias, perseguições e provações. Trazem esperança e conforto para o povo de Deus em suas tribulações no decorrer dos séculos. Acredita-se que são composições de vários autores reunidos na sua forma final por Esdras, Neemias e ou escribas posteriores a eles. Moisés, Corá, Jedutun, Hemã, Asafe, Etã, Davi e Salomão são alguns dos compositores mencionados nos subtítulos considerados como verdadeiros e que marcam as divisões do livro.

As experiências do dia a dia desses autores, suas lutas, provações e a fidelidade e adoração a Deus são retratados no contexto do grande conflito entre o bem e o mal. O aspecto histórico-redentor é nítido nos cânticos salmos que em si trazem lições importantes sobre a justificação pela fé.

I. A Riqueza do Livro dos Salmos

Os salmos eram elaborados com grande habilidade artística resultando em verdadeiras obras de arte. Os cânticos geralmente eram trechos das Escrituras cantados para facilitar a memorização ou relatos das intervenções de Deus na história de Seu povo.

Havia teologia nos salmos que estavam repletos de verdades espirituais, não eram simples cânticos motivacionais, não eram antropocêntricos, triunfalistas, ou músicas voltadas para entretenimento gospel, mas músicas sacras voltadas unicamente para louvor e adoração a Deus e ensinamentos espirituais. O livro de Salmos é o Evangelho cantado, a Palavra de Deus em forma de melodia sacra.  "Por ser o hinário de Israel, o livro de Salmos também aborda os principais temas teológicos da fé professada pelo povo de Israel. Os Salmos 1 e 2, a introdução ao Saltério, salientam dois grandes pilares da existência de Israel: a Torah (Sl 1) e o Messias (Sl 2);..." (Bíblia de Estudo Andrews pág. 694). 

Os salmos devem ser um exemplo do verdadeiro louvor o qual visa adorar e agradar a Deus e não aos homens, honrar e exaltar a Deus e não aos homens.  Se o louvor não segue esses requisitos, essas diretrizes acaba perdendo seu propósito se tornando mero entretenimento ou emocionalismo.

"Os cantores do mundo gospel, embalados pelo sucesso, estão mergulhando de cabeça nessa ideia do culto show. Muitas igrejas, já transformaram o templo num grande salão de dança, onde as pessoas pulam e se agitam ao som das guitarras. É preciso entender que o culto é para Deus e não para os homens e show sempre é montado para agradar os homens e arrancar deles aplausos. Deus não se impressiona com a performance humana. Deus vê o coração e requer que o culto seja em espírito e em verdade.

II. A Adoração Genuína no Livro dos Salmos

A música que agrada a Deus vem de Deus e é endereçada de volta para Deus (Sl 40.3). A música que glorifica a Deus produz temor no coração das pessoas (Sl 40.3). Logo, precisamos tomar cuidado para que não sejamos seduzidos pelo nosso aparente sucesso e não caiamos na armadilha da secularização". Os salmistas demonstraram sua reação aos méritos divinos através da oração e louvor. Os Salmos inspiraram muitas orações da Bíblia e mesmo orações dos cristãos em momentos de tribulação e angústia, mas também cânticos de vitórias. Os Salmos também apontam para a redenção vindoura por meio do Messias, especialmente o Salmo 110.  Os Salmos são ecléticos tanto na quantidade de temas teológicos abordados como também na quantidade de escritores com diferentes características que somadas contribuem para a riqueza deste livro inspirado.

III. O Padrão de Salmos para a Atualidade

Os cabeçalhos nos Salmos estão presentes em todos os escritos hebraicos e isso reforça a autenticidade desses sobrescritos ou títulos e dos 150 salmos, 116 tem cabeçalhos. Excetuando-se os cabeçalhos todo o livro de Salmos foi escrito em poesia lírica. A principal característica da poesia hebraica não é a rima fonética, mas a rima de pensamentos, de ideias, chamada de paralelismo.

Os Salmos eram acompanhados de instruções aos cantores que os estariam entoando com instrumentos musicais e havia instrumentos específicos para determinados Salmos. Havia reverência na entoação dos Salmos e tanto o louvor ascendia a Deus como também havia e entrega do coração do adorador. Os Salmos eram poesias ricas em teologia. Ao cantar ou ouvir o louvor memorizava-se trechos das Escrituras. Os Salmos são recomendados no Novo Testamento: "Falando entre vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor com hinos e cânticos espirituais" (Ef 5.19); "Habite, ricamente, m vós a palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em vosso coração" (Cl 3.16).

Conclusão

A adoração tem forte ênfase no livro de Salmos. Cada Salmo é um ato de adoração, agradecimento, louvor, pedido de perdão, clamor pela justiça e busca pela presença de Deus. Essas ênfases todas aparecem na forma de música, hinos de louvor.

A verdade adoração visa unicamente a glória de Deus. A adoração deve também ser aceita por Deus, para isso é necessário serví-lo e adorá-lo como Ele ordenou e não de acordo com nossas conveniências e gostos pessoais. Não existe "cada um adora a Deus como achar melhor!" É justamente a falsa adoração e vida inadequada que leva o Senhor a lamentar profundamente e anunciar o juízo como lemos no Salmo 50.4-6: "Intima os céus lá em cima e a terra, para julgar o seu povo. Congregai os santos que comigo fizeram aliança por meio de sacrifícios. Os céus anunciam a justiça, porque é o próprio Deus quem julga". Nesse ponto são separados os verdadeiros e falsos adoradores. A aliança por meio de sacrifícios representa a fé no sacrifício vindouro do Senhor Jesus (Jo 1.29; 1 Co 5.7; Hb 9.23,24; 1 Pd 1.19).

segunda-feira, 8 de julho de 2019

O Deus Supremo Mantenendor




Por Leonardo Pereira




Estamos adentrando em um mês que se prossegue para o fim do ano de 2019; a nosso ver, o mês de Julho, o primeiro, do segundo semestre deste ano. Mais uma vez, uma período incrível diante dos nosso olhos nos sobrevêm; o alvorecer de um novo tempo se achega com um tempo diferente e especial para as nossas vidas com novas oportunidades, com novos dias, e com novos momentos especiais para cada um de nós. Assim como ocorre conosco nos dias atuais, há muito tempo isso ocorreu de maneira emblemática para um homem disposto à se dedicar para a Obra de Deus, este homem era chamado de Neemias.

Neemias era copeiro do rei Artaxerxes de Susã; era um homem de extrema confiança e com destacada posição no Império Persa e um judeu em sua plena linhagem e com seu coração envolto em grandes projetos para restaurar Jerusalém aos tempos de glória que antes esta gloriosa terra possuía. Em seu esplêndido progresso no trabalho que Deus lhe comissionara, ele executou um momento de adoração para o Senhor dos Céus e da Terra: "Só tu és Senhor; tu fizeste o céu, o céu dos céus, e todo o seu exército, a terra e tudo quanto nela há, os mares e tudo quanto neles há, e tu os guardas com vida a todos; e o exército dos céus te adora" (Ne 9.6).

Precisamos reconhecer completamente que o Senhor nosso Deus é que tem guiado todas as nossas vidas até este momento. Não foi Neemias quem iniciou esta obra, muito menos se sustentou pessoalmente, e nem mesmo ele que deu prosseguimento com a sua própria mente humana. Foi somente o Senhor e plenamente o próprio Deus que concede a sabedoria aos seus filhos a fim de que toda a sua vida foi uma grande história de um servo do Senhor quem guiou com sabedoria vinda do Alto para abençoar à Israel. Isto se aplica com forte afinco aos nossos dias.

Vivemos muitos dias estando bem, outros dias nos encontramos mal. Dias de abundância, dias de dificuldades. Dias amenos, dias tempestuosos. Momentos de alegria, momentos de tristezas. Como ser humanos vivendo aqui na terra, cumpre-se à todos instante as palavras de Jesus Cristo: "Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo" (Jo 16.33). 

Assim como Neemias, engrandeçamos e exaltemos à cada dia o nome do Criador dos Céus e da Terra, o Supremo do Universo, O Deus Perfeito, Completo, Único e Sublime. Pois Nele "vivemos, e nos movemos, e existimos" (At 17.28). Deus sustentou a vida de Neemias, deu-lhe forças para perseverar em sua caminhada, o animou em momentos de grande aflição de seu filho e realizou a obra através dele e nele. Deus é o mesmo ontem, hoje e eternamente. É Ele que nos sustenta, nos restaura e nos transforma para uma novidade de vida, um alvorecer de um novo tempo.

É este precioso tempo que chega até nós para a honra e a glória do Senhor!


Referências:

BARBER, Ciyril. Neemias e a dinâmica da liderança eficaz. São Paulo: Editora Vida, 2011.

Bíblia Sagrada. Almeida Revista e Corrigida. São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 2009.

KINNER, Derek. Esdras e Neemias, introdução e comentário - Série cultura bíblica. São Paulo: Editora Vida Nova, 1992.

LOPES, Hernandes Dias. Neemias : O líder que restaurou uma nação. São Paulo: Editora Hagnos, 2006.

PEREIRA, Leonardo; MUNIZ, Sidney; ROGÉRIO, Marcos; ATAÍDE, Romulo. Comentário Bíblico Mensal - Volume 1 - Antigo Testamento. São Paulo: Evangelho Avivado, 2017.

RATA, Tiberius. Esdras e Neemias. São Paulo: Cultura Cristã, 2017. 

RENOVATO, Elinaldo. Neemias - Integridade e Coragem em Tempos de Crise. Rio de Janeiro: CPAD, 2011.








sexta-feira, 5 de julho de 2019

Conhecimento gera Liberdade




Por Pedro Nunes



Quando Deus nos cria sua imagem e semelhança Ele nos dá uma capacidade muito grande de pensar, isso vai nos diferenciar dos demais animais dando a nós uma consciência, pensamentos e razões. Quando o homem peca em sua desobediência a Deus, somos separados de Deus, mas o que nos unia a Deus? O que nos unia a Deus era o conhecimento da pessoa de Deus, de seus atributos e o pecado faz essa separação entre Deus e o homem, mas Jesus vem e nos resgata, é através dessa mensagem que podemos ver o Pai, como ele mesmo disse em João 14.9: “quem me vê a mim vê o pai”. 

Através de Jesus podemos conhecer a Deus e vê nosso pecado, que seria nossa separação de Deus. Estudar a bíblia é um conhecimento sobre Deus, quando lemos um livro estamos lendo a mente do autor e podemos através da leitura do estudo saber como o autor pensa e com a bíblia não é diferente, o autor é Deus, com sua palavra inspirada na bíblia podemos ver qual é sua vontade e tomar atitudes que vai nos libertar desse mundo de pecado.

Deus vai declarar em Oséias 4.6: “o meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento” o próprio Deus nos chama para buscar o conhecimento, para não sermos destruídos, uma nação que não busca o conhecimento é muito fácil de ser dominada pelo seu adversário, seu inimigo o domina com muitos enganos, Pedro em sua segunda carta vai nos dar um conselho, ele diz em 2 Pedro 3.18: “antes crescei na graça e no conhecimento de nosso senhor e salvador Jesus Cristo”.

Ainda mais em tempos onde há muitos estudos teológicos, várias linhas de pensamento, temos que estudar a bíblia, buscar a verdade em Cristo para sermos livres e poder dizer como Paulo disse, eu sei em quem tenho crido (cf. 2 Tm 1.12).

Você sabe em quem você tem crido? 

quinta-feira, 4 de julho de 2019

Comentário Bíblico Mensal: Julho/2019 - Capítulo 1 - O Livro de Jó - Fidelidade, Sofrimento e Lealdade ao Senhor




Comentarista: Marcos Rogério



Texto Bíblico Base Semanal: Jó 42.1-6

1. Então respondeu Jó ao SENHOR, dizendo:
2. Bem sei eu que tudo podes, e que nenhum dos teus propósitos pode ser impedido.
3. Quem é este, que sem conhecimento encobre o conselho? Por isso relatei o que não entendia; coisas que para mim eram inescrutáveis, e que eu não entendia.
4. Escuta-me, pois, e eu falarei; eu te perguntarei, e tu me ensinarás.
5. Com o ouvir dos meus ouvidos ouvi, mas agora te vêem os meus olhos.
6. Por isso me abomino e me arrependo no pó e na cinza.

Momento Interação

Prezados estudantes da Palavra do Senhor. Depois de um grandioso estudo na Epístola a Tito, temos no mês de Julho a preciosa oportunidade de estudarmos acerca dos Livros Poéticos (Jó a Cantares de Salomão). Em meio aos perigos que rondam a Igreja e a vida do cristão, Satanás e os seus agentes no mundo estão procurando de todas as formas minar com a fé e com a esperança da glória que é Cristo. Nos livros poéticos, podemos compreender o valor e a grande importância de nos firmarmos em Deus, indo na contramão do mundo, indo em direção ao Senhor.

O comentarista do mês de Julho é Marcos Rogério. Ministro do evangelho, teólogo, escritor, articulista e membro da equipe educacional do Ministério Evangelho Avivado. Que Deus vos abençoe com esta meditação através dos livros poéticos: a genuína poesia exalando a glória de Deus.

Introdução

A Bíblia narra pelo menos duas reuniões entre Deus e Seus filhos em algum lugar no universo que não era a Terra uma vez que Satanás ao ser questionado pelo Senhor de onde ele vinha ele respondeu que veio da Terra e que passeava por ela e a rodeava (Jó 1.6-7; 2.1,2).  Nesse contexto, em ambas as reuniões Satanás se aproximou e pelo que dá a entender no texto ele não foi convidado, pois o próprio Deus o questionou perguntando-lhe de onde vinha. 

Deus aproveitou essa ocasião para mostrar a esse anjo rebelde a fidelidade de Jó. Esse anjo caído reprovado em sua consciência pela traição ao governo de Deus começou a justificar seus erros e insinuar que Jó só era fiel porque era abençoado por Deus e que se Deus lhe tirasse tudo ele blasfemaria contra Deus. Deus permitiu que Jó fosse provado para que os sofismas do inimigo fossem desmascarados diante do universo.

I. A Fidelidade e Integridade de Jó em meio as Aflições

A história de Jó escrita por Moisés no livro que leva seu nome e que assim como Provérbios e Eclesiastes faz parte dos livros de sabedoria do Antigo Testamento conta a história desse homem que foi afligido apesar da sua fidelidade. Entendemos equivocadamente que as provas, tribulações e aflições são consequências de nossos erros e pecados, mas esse relato nos ensina que pode ocorrer justamente o oposto. A Bíblia afirma que todos os que quiserem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos (2 Tm 3.12), então, o sofrimento pelo qual você esteja passando pode ser também consequências não de seus erros, mas de seus acertos ao tomar uma decisão ao lado do Senhor, despertando assim a ira do inimigo de Deus e dos homens.

O interessante no fato de não termos precisão histórica da escrita do livro de Jó é que isso acaba contribuindo para o aspecto atemporal da mensagem do livro. O livro de Jó conta a história de um homem da era patriarcal que perdeu tudo, família, riquezas e mesmo sua saúde e passou a lutar com a pergunta que aflige toda a humanidade: "Por que?"

Algumas pessoas carregam o peso da culpa entendendo que seus sofrimentos são uma punição da parte de Deus, outros entendem que Deus está sendo injusto para com eles e outros ao verem alguém sofrendo em vez de levar uma palavra de ânimo e conforto passam a acusá-los dos seus erros ou supostos erros. A obra de apontar pecado dos outros para acusá-los é demoníaca, pertence a Satanás (Ap 12.10).

II. Jó Conhecendo ao seu Senhor

A obra de visitação missionária é tão importante que Jesus a destacou em Seu Evangelho dizendo que os que visitam presos, enfermos e outros é como se estivesse visitando Ele mesmo, o Senhor Jesus, ao passo que os que se negam a visitar os necessitados são tidos como tendo negligenciado visitar o próprio Senhor Jesus (Mt 25.31-46). Por outro lado, as vezes é melhor não visitar uma pessoa do que visitar uma pessoa sem estar preparado para tão importante obra.

A Bíblia relata que os três amigos de Jó ao visitá-lo choraram. Quando visitamos uma pessoa enferma a qual pode estar psicológica ou espiritualmente abalada precisamos levar-lhe esperança, alegria e fé. Os sentimentos positivos auxiliam no processo de cura ou mesmo chegam a aliviar o sofrimento, ao passo que o choro pode ter efeito contrário. A pessoa é contagiada por sentimentos negativos perdendo a esperança e, às vezes passa a acreditar que seu caso é mais grave do que em realidade o é podendo ter um agravo na enfermidade devidos a influência no corpo produzida por pensamentos negativos. 

Nos capítulos 4 e 5 do livro de Jó vemos outro erro, após Jó desabafar no capítulo 3, Elias repreende a Jó e passa a incentivá-lo a buscar a Deus insinuando que Jó estava sofrendo por não buscar a Deus. No capítulo 8 vemos o outro amigo de Jó chamado Bildade também insinuando que Jó sofria devido a uma punição de Deus por seus erros.  Já no capítulo 11 Zofar, o terceiro amigo de Jó passa a acusar a Jó de iniquidade. No capítulo 15 Elifaz acusa a Jó de impiedade e perversidade, acusação semelhante fez novamente Bildade no capítulo 18 do livro. Zofar, no capítulo 20 insinua que Jó é perverso e descreve a sorte dos perversos da parte de Deus e no capítulo 22 Elifaz acusa a Jó de grandes pecados.  Certo pensador afirmou: "Nunca diga nada a não ser que tuas palavras sejam melhor que o teu silêncio!". Acredito que esse conselho deveria ter sido seguido à risca pelos amigos de Jó que era melhor nem terem visitado Jó. 

Que as acusações contra Jó eram falsas torna-se evidente pelos elogios que Jó recebeu do Soberano do universo em Jó 1.8 e 2.3.

III. Jó Sabe que seu Redentor Vive

"A reputação de Jó quanto à sua sabedoria e estatura moral era impecável. Tanto que, Jó não teve a opção de escolher quem viria consolá-lo durante a crise, foram seus amigos que tomaram a iniciativa. O líder sábio descobrirá, com a experiência de Jó, como pode ser destruidor um grupo de conselheiros negativos. Quando está sob pressão, o líder precisa de bons conselhos de colegas sábios. Conselhos negativos só irão agravar o problema" (Bíblia do Executivo, pg 460). O livro de Jó mostra-nos a importância de sermos fiéis ao Senhor mesmo em meio as mais severas provações. Ser leal ao Senhor mesmo sem entender o que está acontecendo e o porque é a lição do livro de Jó. 

Por lidar com o tema do sofrimento humano, o livro de Jó é um dos mais difíceis de ser interpretado. Ao mesmo tempo, este livro de sabedoria tem sido considerado uma das maiores obras-primas literárias do mundo. Usa linguagem altamente poética, com uma série de palavras que só ocorrem uma vez em toda a Bíblia. O livro de Jó tem personagens e discursos, mas não se restringe ao drama. Envolve também argumentos. Esse modo, seria mais bem definido como um tratado filosófico. Ensina que o sofrimento é um teste para a humanidade em um confronto cósmico entre Deus e Satanás.

Conclusão

O livro é enfático ao afirmar a retidão desinteressada de Jó. Mostra que nem sempre o sofrimento humano é merecido. A habilidade humana de compreender a origem do pecado e do sofrimento sofre limitações. A história de Jó não foi escrita na tentativa de dar resposta ao sofrimento humano. Em vez disso, seu propósito é mostrar a firme confiança de Jó em Deus, a despeito da dor e miséria imerecidas que enfrentou" (Bíblia de Estudo Andrews, págs 646-647). O quiasma se nota no livro observando como Deus termina a obra redentora que começou. O livro começa em Deus e termina em Deus.