sábado, 26 de fevereiro de 2022

Comentário Bíblico Mensal: Fevereiro/2022 - Capítulo 5 - O Cristão e o Relacionamento com Deus

 




Comentarista: Matheus Gonçalves



Texto Bíblico Base Semanal: Salmos 139.1-10


1. SENHOR, tu me sondaste, e me conheces.

2. Tu sabes o meu assentar e o meu levantar; de longe entendes o meu pensamento.

3. Cercas o meu andar, e o meu deitar; e conheces todos os meus caminhos.

4. Não havendo ainda palavra alguma na minha língua, eis que logo, ó Senhor, tudo conheces.

5. Tu me cercaste por detrás e por diante, e puseste sobre mim a tua mão.

6.Tal ciência é para mim maravilhosíssima; tão alta que não a posso atingir.

7.Para onde me irei do teu espírito, ou para onde fugirei da tua face?

8.Se subir ao céu, lá tu estás; se fizer no inferno a minha cama, eis que tu ali estás também.

9. Se tomar as asas da alva, se habitar nas extremidades do mar,

10. Até ali a tua mão me guiará e a tua destra me susterá.



Momento Interação

DEUS nos chama a um relacionamento de Pai e Filho, intimidade, pois qual é o pai que não quer ver o filho bem? Sabemos que o propósito de DEUS é ter uma família de muitos filhos semelhantes a JESUS ! A base desta grande família são as nossas famílias ! Como estamos em casa? Amo minha esposa? Amo meus filhos? Mesmo quando as coisas não saem como eu quero?

Nosso relacionamento com Deus começa quando Ele nos chama ou nos atrai. Jesus disse: "Ninguém pode vir a Mim, se o Pai, que Me enviou, o não trouxer; e eu O ressuscitarei no último Dia" (Jo 6.44). Depois que Deus nos chama, Ele espera que, a partir daí, tomemos a iniciativa de nos aproximarmos dEle. Se fizermos isso, então recebemos essa encorajadora promessa: "Chegai-vos a Deus, e Ele se chegará a vós" (Tg 4.8). Então, a promessa de uma ressurreição para a vida após a morte torna-se o principal fator motivador. E essa é "uma melhor esperança, pela qual chegamos a Deus" (Hb 7.19).

A Bíblia é mais valiosa do que todos os outros livros do mundo juntos. Ela não tem preço! É a revelação que o Criador entregou à Sua criação sobre Seu plano e sobre como devemos viver nossas vidas para cumprir o nosso propósito e de obter os melhores e duradouros resultados. Até mesmo reis foram ordenados a ler as Escrituras todos os dias (Dt 17.18-20). A Bíblia é a Palavra de Deus—por ela Deus fala a cada um de nós. Temos de ouvi-la e ouvi-la atentamente!

Introdução

Construir um bom relacionamento com Deus é o objetivo principal de praticamente qualquer cristão. Isso é de extrema importância para se manter firme na caminhada, mesmo diante das maiores dificuldades. No entanto, começar a se relacionar e ter mais intimidade com Deus não é algo tão fácil e intuitivo. Afinal, isso requer esforços, paciência e, principalmente, perseverança. Para entender o que é o relacionamento com Deus, você pode pensar em como é se relacionar com uma pessoa próxima, como os seus pais ou o seu melhor amigo. Pense no que está envolvido no seu dia a dia, como diálogo, intimidade, confiança, troca, entre outros aspectos. Ter um contato íntimo com o Senhor é análogo, pois requer contato, confiança e, principalmente, perseverança — afinal, para construir um relacionamento sólido, é preciso alimentá-lo constantemente. A diferença, nesse caso, é que Deus conhece todo o seu interior, nunca erra e está sempre presente.

São três os maiores princípios desse relacionamento: a oração, perseverança e obediência. Partindo disso, é necessário ter em mente que Deus sempre está disposto a ouvir, independentemente do que tenha acontecido e do estado em que você se encontra. Por isso, não deixe de contar a ele o que está passando e sentindo. Entretanto, para chegar até ele é preciso manifestar interesse em segui-lo. Algo que é preciso ter bem forte em seu coração é que Deus não é invasivo, ou seja, Ele não força contato conosco se não estamos o procurando. E é essa a importância de manter uma busca constante pelas coisas do alto. Além disso, conforme vamos conhecendo a Palavra, é possível entender a importância de seguir a vontade do Senhor. Um dos livros da Bíblia que deixam isso mais explícito é o de Jonas, que recebe uma missão de Deus, tenta se esquivar, porém, percebe que a obediência é o melhor caminho e traz frutos não apenas para a própria caminhada, mas para a de muitos outros.

I. O Relacionamento com Deus quebrado no Éden

Um dos efeitos imediatos da Queda foi a separação da humanidade e Deus. No Jardim do Éden, Adão e Eva tinham perfeita comunhão com Deus. Quando se rebelaram contra Ele, essa comunhão foi quebrada. Adão e Eva se tornaram conscientes do seu pecado e ficaram envergonhados. Tentaram se esconder (Gn 3.8-10) e o homem tem se escondido de Deus desde então. Somente através de Cristo pode essa comunhão ser restaurada porque nEle nos tornamos justos e sem pecado aos olhos de Deus, assim como Adão e Eva eram antes de pecar. "Àquele que não conheceu pecado, Deus o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus" (2 Co 5.21). Por causa da Queda, a morte tornou-se uma realidade e toda a criação está sujeita a ela. Todos os homens morrem, todos os animais morrem, toda a vida vegetal morre. "Toda a criação geme" (Rm 8.22), esperando o momento em que Cristo voltará para libertá-la dos efeitos da morte. Por causa do pecado, a morte é uma realidade inescapável, e ninguém está imune. "Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus nosso Senhor" (Rm 6.23). Pior ainda, não só morremos, mas, se morrermos sem Cristo, experimentamos a morte eterna.

Um outro efeito da Queda é que os humanos perderam de vista a finalidade para a qual foram criados. O propósito principal do homem e o maior objetivo na vida é glorificar a Deus e desfrutar dEle para sempre (Rm 11.36, 1 Co 6.20, 1 Co 10.31, Sl 86.9). Portanto, o amor a Deus é a essência de toda moralidade e bondade. O oposto é a escolha de si mesmo como o ser supremo. O egoísmo é a essência da Queda e o que segue são todos os outros crimes contra Deus. De todas as formas, o pecado é voltar-se a si mesmo, o que é confirmado na forma como vivemos nossas vidas. Chamamos a atenção para nós mesmos e nossas boas qualidades e realizações. Minimizamos os nossos defeitos. Buscamos favores especiais e oportunidades na vida, querendo uma vantagem extra que ninguém mais tem. Exibimos vigilância por nossos desejos e necessidades enquanto ignoramos os dos outros. Em suma, nós nos colocamos no trono de nossas vidas, usurpando o papel de Deus.

Quando Adão escolheu rebelar-se contra o seu Criador, ele perdeu a sua inocência, incorreu a pena da morte física e espiritual, e sua mente foi obscurecida pelo pecado, assim como as mentes de seus sucessores. O apóstolo Paulo disse dos pagãos: "E assim como eles rejeitaram o conhecimento de Deus, Deus, por sua vez, os entregou a um sentimento depravado" (Rm 1.28). Ele disse aos Coríntios que "o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus" (2 Co 4.4). Jesus disse: "Eu, que sou a luz, vim ao mundo, para que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas" (Jo 12.46). Paulo lembrou aos Efésios: "pois outrora éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor; andai como filhos da luz" (Ef 5.8). O propósito da salvação é "para lhes abrir os olhos a fim de que se convertam das trevas à luz, e do poder de Satanás a Deus, para que recebam remissão de pecados e herança entre aqueles que são santificados pela fé em mim" (At 26.18).

II. O Relacionamento com Deus restaurado em Cristo Jesus

A Queda produziu no homem um estado de depravação. Paulo falou daqueles "cujas consciências estão cauterizadas" (1 Tm 4.2) e aqueles cujas mentes estão espiritualmente escurecidas como resultado de rejeitar a verdade (Rm 1.21). Neste estado e longe da graça divina, o homem é absolutamente incapaz de fazer ou escolher aquilo que é aceitável a Deus. "Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem em verdade o pode ser" (Rm 8.7). Sem a regeneração sobrenatural do Espírito Santo, todos os homens permaneceriam em seu estado caído. Entretanto, na sua graça, misericórdia e bondade, Deus enviou o Seu Filho para morrer na cruz e tomar sobre Si a penalidade do nosso pecado, reconciliando-nos com Deus e possibilitando a vida eterna com Ele. O que foi perdido na Queda é recuperado na Cruz. Como visto, para ter um bom relacionamento com Deus, é preciso seguir em busca daquilo que Ele oferece. Uma das melhores formas de aprender e pôr em prática os ensinamentos cristãos é por meio da convivência na igreja. Ao frequentar esse espaço você pode ter contato com diversos testemunhos e pessoas que estão dispostas a ajudar e serem ajudadas.

A reconciliação com Deus só é possível através de Cristo. Isso significa que a única forma de o homem se reconciliar com Deus é por meio dos méritos do Senhor Jesus Cristo que através de sua obra redentora satisfez as exigências da justiça de Deus e trouxe paz aos redimidos. A Bíblia diz de uma forma muito clara que Jesus Cristo é único mediador entre Deus e o homem (1 Tm 2.15). Cristo nos deu acesso ao Santuário Celestial; por causa de sua justiça hoje podemos nos achegar com confiança com trono da graça de Deus (Hebreus 4:16). Então Cristo é a nossa reconciliação com Deus; à parte d’Ele não há outra forma de nos aproximarmos de Deus. Além disso, a Bíblia deixa claro que todos os homens, independentemente de sua raça, língua, nacionalidade ou qualquer característica – absolutamente todos – necessitam ser reconciliados com Deus. Por isso que na Carta aos Efésios o apóstolo Paulo explica que tanto os judeus quanto os gentios são reconciliados com Deus por meio de Cristo (Ef 2.16).
 
O pecado trouxe sérias consequências para a humanidade. A mais grave delas – e de onde todas as outras consequências resultam – foi a separação entre o homem e Deus. Isso significa que por causa do pecado o relacionamento entre Deus e o homem foi destruído. É fácil entendermos isso quando sabemos que basicamente o pecado é a transgressão da Lei de Deus. Deus é totalmente santo e justo e não pode tolerar o pecado. Então isso quer dizer que a culpa pelo relacionamento ter sido quebrado é inteiramente do homem. Foi o homem quem se tornou desobediente e preferiu ser inimigo de Deus ao ter prazer em transgredir sua Lei. Portanto, depois de ter sido corrompido pelo pecado, o homem se tornou incapaz de, por sua própria vontade, fazer qualquer bem espiritual em relação a Deus. O que realmente dá prazer ao homem morto em suas ofensas e pecados não é fazer a vontade de Deus e andar em seus caminhos, mas é fazer a vontade de sua própria carne e andar segundo o curso deste mundo. Logo, a paz foi perdida e o homem desobediente passou a ser merecedor da justa ira de Deus (Ef 2.1-3).

Reconciliar significa “fazer as pazes”, ou seja, “restabelecer a paz”. Na Bíblia o verbo “reconciliar” e seus cognatos traduz um termo grego que era empregado inclusive para se referir a um ajuste de valor numa transação comercial, ou para falar da troca de moedas de valor equivalentes. Passando ao contexto de relacionamento, esse termo traz o sentido de “voltar a ter o favor de alguém” ou “restabelecer um estado de harmonia anterior” no sentido de restaurar uma condição favorável que foi perdida. Então fica claro que o homem precisava de reconciliação com Deus. Por causa do pecado ele havia perdido o favor divino e passou a estar debaixo da Sua ira. Mas ainda havia um grande problema: a situação do homem era tão terrível que não havia nada que ele pudesse fazer para restaurar novamente o seu relacionamento com Deus. Havia um valor a ser ajustado que o homem jamais poderia pagar. Então a única forma para que houvesse reconciliação com Deus novamente, era se o próprio Deus providenciasse esse pagamento.

III. Conhecendo e Prosseguindo em conhecer ao Senhor

Quando falamos que Cristo é a nossa reconciliação com Deus, estamos afirmando que em Cristo a graça de Deus é restaurada aos pecadores que se arrependem e colocam sua confiança n’Ele ao compreender sua morte expiatória. O Filho de Deus morreu por nós quando ainda éramos pecadores (Romanos 5:8). Então uma vez tendo sido reconciliados, os redimidos agora têm paz com Deus. É isso que a Bíblia diz: “Sendo, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo” (Rm 5.1). O motivo e a fonte dessa paz é o próprio Cristo. Por isso o apóstolo Paulo escreve: “Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; e, derribando a parede da separação que estava no meio, na sua carne, desfez a inimizade, isto é, a lei dos mandamentos, que consistia em ordenanças, para criar em si mesmo dos dois um novo homem, fazendo a paz, e, pela cruz, reconciliar ambos com Deus em um corpo, matando com ela as inimizades” (Ef 2.14-16).

Perceba que Paulo não apenas diz que Cristo restabeleceu a paz entre Deus e os homens, mas também uniu em um só corpo dois povos que estavam separados – judeus e gentios. Cristo derrubou a “parede da separação que estava no meio” desses dois povos. Agora pelo Evangelho de Cristo, o Espírito Santo reúne, na presença do Pai tanto judeus quanto gentios. A reconciliação com Deus pela obra de Cristo foi completa. Definitivamente nenhum povo foi excluído. Assim, todos aqueles que recebem a Cristo como seu redentor mediante a fé, fazem parte de um novo templo espiritual edificado para a habitação de Deus no Espírito (Ef 2.20-22). Reconciliados com Deus por sua união com Cristo, aqueles que eram inimigos de Deus agora são chamados “amigos” (cf. Jo 15.15); aqueles que eram filhos da desobediência agora são chamados “filhos de Deus” (cf. 1 Jo 3.1). Essa reconciliação é tão perfeita que em Cristo, pelo Espírito, o próprio Deus habita naqueles que foram reconciliados (1 Co 3.16).

A declaração: “Conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor” é um convite que fala sobre a necessidade de adquirir o conhecimento revelado do Senhor. Essa frase está registrada no livro do profeta Oseias, e ao que parece faz parte de um tipo de cântico de arrependimento. O versículo completo diz: “Conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor; como a alva, a sua vinda é certa; e Ele descerá sobre nós como a chuva, como a chuva serôdia que rega a terra” (Os 6.3). Mas é verdade que esse versículo está dentro de um texto de difícil interpretação. Bons expositores bíblicos se dividem quanto ao propósito dessa declaração; embora todos concordem que sua máxima é absolutamente verdadeira, ou seja, “conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor” deve ser um objetivo comum a todo crente verdadeiro.

O exemplo de Israel deve servir de alerta a todos nós. O povo estava se deleitando com o seu pecado e pensava que podia enganar o Senhor com uma falsa aparência de piedade. Inclusive, a forma como o versículo bíblico é registrado parece demonstrar que o povo pensava que o favor de Deus em resposta à fidelidade daqueles que se comprometem com Ele, era algo mecânico. Em outras palavras, o povo pensava que bastava uma demonstração de compromisso para que automaticamente Deus derramasse suas bênçãos. Por isso logo após registrar: “Conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor”, o versículo completa: “Como a alva, será a sua saída; e Ele a nós virá como a chuva, como a chuva serôdia que rega a terra”. Isso significa que no entendimento do povo hipócrita, o favor do Senhor para com eles seria tão certo quanto o nascer do sol a cada dia, ou as chuvas da primavera.

Mas em Sua resposta o Senhor também aplicou os fenômenos da natureza para falar da inconstância de Israel: “Porque a vossa beneficência é como a nuvem da manhã e como o orvalho da madrugada, que cedo passa” (Os 6.4). Infelizmente Israel estava agindo com falsidade. O povo não buscou o Senhor verdadeiramente; em vez disso mentiu para Ele (Os 7.10-16). Tudo isso mostra que aquele povo estava preocupado mesmo era com o castigo pelo pecado, e não com o pecado em sim. Os israelitas não estavam arrependidos genuinamente; apenas queriam escapar do juízo de Deus. O povo queria as bênçãos do Senhor, não um compromisso sincero com Ele; queria uma aliança com base em rituais mecânicos e não com base em lealdade e sinceridade. Então que diferentemente do comportamento superficial e inconstante dos israelitas do tempo do profeta Oseias, que nossos lábios possam declarar de forma sincera e comprometida as conhecidas palavras: “Conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor”.

Conclusão

É nesse ponto que entra o sacrifício expiatório de Cristo. Jesus Cristo assumiu o lugar dos pecadores diante do juízo de Deus pagando a dívida que lhes era devida. Ele se fez “pecado por nós” e assumiu a punição que cabia ao homem por ter transgredido a Lei de Deus (2 Co 5.21; Gl 3.13). Então Ele cancelou “o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente, encravando-na cruz” (2 Co 2.14). Por isso que o apóstolo Paulo escreve que a história da redenção provém de Deus, “que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação, a saber, que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões, e nos confiou a palavra da reconciliação” (2 Co 5.18,19).


Recomendação de Leitura da Semana: SOUZA, Éverton; BARROS, Emanuel. A Imagem do Deus Invisível. São Paulo: Evangelho Avivado, 2018.


Comentário Bíblico Mensal: Fevereiro/2022 - Capítulo 4 - O Cristão e o Relacionamento com a Sociedade

 




Comentarista: Matheus Gonçalves



Texto Bíblico Base Semanal: Romanos 1.18-32


18. Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda a impiedade e injustiça dos homens, que detêm a verdade em injustiça.

19. Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou.

20. Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis;

21. Porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu.

22. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos.

23. E mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis.

24. Por isso também Deus os entregou às concupiscências de seus corações, à imundícia, para desonrarem seus corpos entre si;

25. Pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém.

26. Por isso Deus os abandonou às paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural, no contrário à natureza.

27. E, semelhantemente, também os homens, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, homens com homens, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro.

28. E, como eles não se importaram de ter conhecimento de Deus, assim Deus os entregou a um sentimento perverso, para fazerem coisas que não convêm;

29. Estando cheios de toda a iniqüidade, fornicação, malícia, avareza, maldade; cheios de inveja, homicídio, contenda, engano, malignidade;

30. Sendo murmuradores, detratores, aborrecedores de Deus, injuriadores, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes aos pais e às mães;

31. Néscios, infiéis nos contratos, sem afeição natural, irreconciliáveis, sem misericórdia;

32. Os quais, conhecendo o juízo de Deus (que são dignos de morte os que tais coisas praticam), não somente as fazem, mas também consentem aos que as fazem.


Momento Interação

Todo ser humano está envolvido num ambiente cultural. Mas toda cultura, por sua vez, carrega os efeitos do pecado após a Queda, de modo que só o Evangelho muda a cultura humana em seus aspectos que desagradam a Deus, e a redime de modo a proclamar a glória do Senhor. É verdade que muitos cristãos têm dúvida sobre qual deve ser o seu relacionamento com a cultura. Será que o crente deve se isolar culturalmente? Será que ele deve abraçar, sem reservas, a cultura de seu tempo e lugar? Ou será que deve haver uma abordagem equilibrada partindo do princípio de que o Evangelho muda a cultura humana? 

Não é uma tarefa fácil apresentar uma definição do que é a cultura. Ao longo dos tempos centenas de definições já foram apresentadas. A dificuldade se dá pelo fato de a palavra cultura ser frequentemente empregada de forma muito ampla e com sentidos diferentes. A decadência cultural é inegável. Contudo, como cristãos devemos nos atentar a alguns princípios bíblicos sobre este assunto. Em primeiro lugar, precisamos saber que o mandato cultural é parte da aliança de Deus com a humanidade. O homem é a coroa da criação, e Deus lhe outorgou autoridade para dominar sobre ela. Isso, claro, implica no fato de que o desenvolvimento do conhecimento do homem, e o resultado dele em obras e realizações, são parte do propósito divino.

Introdução

Existem algumas ponderações importantes a serem feitas quanto ao tema em questão. Em primeira análise, ele pressupõe que um determinado grupo, os cristãos, possuem uma importância no momento em que estes “atuam” ou “exercem” algo naquilo que chamamos de sociedade. Em uma perspectiva Aristotélica, a pólis (cidade-estado) é o bem mais elevado, devido este ser originado pela reunião dos diversos grupos que, associados, resultam na sociedade. Se a noção do discípulo de Platão for virtuosa, o que acreditamos ser, de imediato categorizaríamos, a partir do tema, os cristãos como partícipes da pólis, porém, com alguma peculiaridade e capacidade que são pertinentes a estes. Diante disso, vale ressaltar na continuidade da prévia política em Aristóteles, que este afirma pejorativamente ser “bruto ou divino”, o homem incapaz de viver em sociedade. De imediato é trazido a nossa memória a relutância por parte de muitos ditos “evangélicos”, que não compreenderam sua real importância na sociedade, tendo suas vidas quase que transcendentais ou gnósticas, não podendo se contaminar com a matéria presente. 

Em contrapartida, o nosso Santíssimo e Majestoso Senhor Jesus Cristo, rompe com todas as lógicas presentes na discursão do material e do imaterial, quando é concebido na barriga de uma mulher, mas gerado pelo Espírito Santo, e no momento do seu nascimento, crescimento e amadurecimento, este Homem Deus e Deus Homem vai ao encontro dos seres humanos presentes na cidade-estado e nos grupos da pólis aristotélica. O resultado disso? Uma atuação extraordinária dos atributos divinos no âmago social, seja pelo viés do amor, do perdão, da sabedoria, da compaixão, do poder, dos milagres, das curas, da restituição de uma vida sóbria, honesta e sã. Vale atentar que no caso em questão, ainda não estamos apreciando a atuação divina na redenção oriunda da cruz.

A partir do pano de fundo exposto no estudo sobre relacionamentos, notamos que nós, cristãos, discípulos e servos do nosso Mestre e Senhor Jesus, temos mais do que uma opção, temos um dever de ser como o nosso Mestre, de agir como o nosso Senhor, de seguir os seus passos, de sermos invadidos pela poeira dos seus pés. E nada melhor do que a compreensão de que tendo sido salvos pela atuação poderosa e graciosa do Espírito Santo, devemos agora como novas criaturas, viver e atuar significativamente na sociedade, a começar pelo levar as boas novas a todos os perdidos, anunciando a redenção presente na pessoa de Jesus Cristo, o caminho, a verdade e a vida. O Brasil, atualmente, é terreno sedento desta atuação cristã. Mais do que nunca se ouve o clamor popular por redenção. O problema é que este clamor por redenção é direcionado ao estado, ao dinheiro, a liberdade, e a tantas outras coisas. Categorizando de imediato uma idolatria pagã, onde seres humanos caídos colocam sua esperança em tudo o que não é Deus. Por isso, convido vocês para que a partir deste momento, sejam abertos os seus lábios para anunciar a única e verdadeira redenção encontrada na pessoa de Jesus Cristo, e vivendo a partir desta realidade, servir com amor o seu eu presente no seu próximo,

I. A Cultura Humana e os efeitos da Queda

Todo ser humano está envolvido num ambiente cultural. Mas toda cultura, por sua vez, carrega os efeitos do pecado após a Queda, de modo que só o Evangelho muda a cultura humana em seus aspectos que desagradam a Deus, e a redime de modo a proclamar a glória do Senhor. É verdade que muitos cristãos têm dúvida sobre qual deve ser o seu relacionamento com a cultura. Será que o crente deve se isolar culturalmente? Será que ele deve abraçar, sem reservas, a cultura de seu tempo e lugar? Ou será que deve haver uma abordagem equilibrada partindo do princípio de que o Evangelho muda a cultura humana?

Não é uma tarefa fácil apresentar uma definição do que é a cultura. Ao longo dos tempos centenas de definições já foram apresentadas. A dificuldade se dá pelo fato de a palavra cultura ser frequentemente empregada de forma muito ampla e com sentidos diferentes. Etimologicamente, a palavra cultura vem do latim e traz a ideia de “cultivar a terra” – que em sua raiz deriva de colere, “cuidar de”. O trabalho com o solo esteve entre as primeiras atividades desenvolvidas pela humanidade. Isso quer dizer que a agricultura não apenas serviu para desenvolver o conhecimento do homem no que diz respeito às atividades de cultivo, mas também a inúmeras outras atividades que tiveram lugar na história da raça humana.

Talvez por isso com o tempo a palavra cultura passou a ser empregada pelas pessoas para falar da ideia de “cultivar conhecimento”. Hoje, o conceito de cultura é extremamente complexo, e em seu sentido amplo abarca o resultado do conhecimento humano em todas as suas atividades. Então a cultura muitas vezes designa a soma das obras humanas tanto no que diz respeito à sua realização quanto no que diz respeito à sua apreciação. Isso obviamente inclui usos e costumes que refletem crenças e valores. Michael Horton define cultura como sendo “a atividade humana que intenciona o uso, prazer e enriquecimento da sociedade” (O Cristão e a Cultura). Num sentido mais estrito, a palavra cultura conserva esse seu conceito mais amplo, mas o aplica de forma mais específica para designar as características – adquiridas, desenvolvidas e transmitidas – que são próprias de um grupo social numa determinada época.

Há ainda uma sub categorização da cultura no o que é chamado de “cultura popular” – esporte, política, educação, gêneros populares de música e arte, diversão, etc. – e o que é chamado de “alta cultura” – ciência, música, literatura e artes clássicas, etc. A decadência cultural é inegável. Contudo, como cristãos devemos nos atentar a alguns princípios bíblicos sobre este assunto. Em primeiro lugar, precisamos saber que o mandato cultural é parte da aliança de Deus com a humanidade. O homem é a coroa da criação, e Deus lhe outorgou autoridade para dominar sobre ela. Isso, claro, implica no fato de que o desenvolvimento do conhecimento do homem, e o resultado dele em obras e realizações, são parte do propósito divino. Ao criar o homem à Sua imagem e semelhança, Deus comunicou à criatura certas capacidades de cumprir esse propósito. Sendo à imagem de Deus, o homem se parece com o Criador em certo sentido; ou seja, Deus lhe comunicou certas características que refletem algumas qualidades divinas. Portanto, a cultura humana era originalmente boa, visto que o homem foi colocado neste mundo para ser o representante de Deus; o refletor de Sua glória. Além disso, a Bíblia diz claramente que tudo quanto Deus criou era muito bom (Gênesis 1:28).

II. O Cristão e o Relacionamento com a Sociedade

temos que reconhecer que de fato a cultura humana está sob os efeitos da Queda do Homem. O pecado contaminou o homem em todos os sentidos. Embora tenha sido criado originalmente bom, por causa do pecado agora o homem é inclinado ao mal. Então todas as suas obras, atividades, costumes, crenças e valores carregam as marcas do pecado. O livro de Gênesis mostra isso muito claramente. Tão logo que a humanidade começou a se desenvolver, a cultura humana já era marcada por mentiras, assassinatos, imoralidades e outras coisas muito ruins (cf. Gn 4-6). Também precisamos admitir que nem todo resultado do conhecimento humano é mal. O pecado corrompeu a natureza humana e, consequentemente, sua cultura. Mas a imagem de Deus no homem não foi perdida – embora tenha ficado desfigurada. Por isso há coisas boas na cultura humana; coisas que resultam da graça comum de Deus para Suas criaturas; coisas que revelam a imagem de Deus no homem – ainda que não com nitidez – e que não afrontam o padrão moral de Deus.

Muitos cristãos ao longo dos tempos se posicionaram de forma totalmente contrária à cultura, criando um tipo de isolacionismo. Nesse grupo houve – e ainda há – a tentativa de estabelecer uma distinção rígida do que é supostamente sagrado e do que é supostamente secular. Outros, por sua vez, acabaram abraçando totalmente a cultura, aceitando elementos que claramente são contrários à Palavra de Deus sob o pretexto de serem apenas aspectos culturais. Obviamente ambos os posicionamentos estão errados e são perigosos. O primeiro está errado porque biblicamente não há essa distinção entre “sagrado” e “secular”. A Bíblia diz que “do Senhor é a terra e tudo o que nela existe, o mundo e os que nele vivem” (Sl 24.1). O apóstolo Paulo escreve que “tudo o que Deus criou é bom, e nada deve ser rejeitado, se for recebido com ação de graças, pois é santificado pela palavra de Deus e pela oração” (1 Tm 4.4,5).

Além disso, o mesmo apóstolo escreve que devemos glorificar a Deus em todas as coisas que fazemos em nossas vidas (1 Co 10.31). Aqueles que tentam separar artificialmente o sagrado do secular acabam criando uma sub cultura cristã que muitas vezes se mostra uma imitação patética do que eles chamam de “cultura secular”. Concordo com Michael Horton que diz que esse tipo de pressão para se criar versões “cristãs” de tudo no mundo, no fim é uma pressuposição de que realmente existe algo essencialmente errado com a Criação. Isso não deixa de ser uma desvalorização da obra de Deus na Criação? Já o segundo grupo que abraça tudo o que há na cultura também erra porque ignora que, de fato, o pecado atingiu totalmente a raça humana e aquilo que é produzido por ela. Essas pessoas tentam incorporar no Cristianismo todo e qualquer elemento cultural, adotam o relativismo e se tornam coniventes – e até propagandistas – de costumes, ideologias e atividades que transgridem a lei moral do Senhor. Por exemplo: cristãos que defendem o aborto e a legalização das drogas, cristãos que enxergam comportamentos imorais e desonestos como simples traços culturais que devem ser aceitos etc.

III. Só o Evangelho muda a Cultura Humana

Se os extremos são errados, o cristão deve lidar com a cultura de forma equilibrada, sempre mantendo em mente três verdades importantes: 1) tudo o que há no mundo pertence ao Senhor; 2) o pecado é uma realidade que afeta toda cultura humana; 3) só o Evangelho muda a cultura humana que carrega os efeitos do pecado. A Bíblia diz que este mundo jaz no maligno (1 João 5:19). Também diz que Satanás é o deus deste século que segou o entendimento dos incrédulos (2 Coríntios 4:4). Porém, ele não é o dono do mundo; ele não age de forma autônoma na criação. Deus é o dono de tudo, de modo que nada acontece além da vontade divina. Satanás não passa de um usurpador que tem atuado temporariamente neste mundo dentro dos limites estabelecidos por Deus. Então em sua rebelião contra Deus, ele tem influenciado a cultura humana desvirtuada pelo pecado.

Mas os verdadeiros cristãos são os agentes transformadores da cultura deste mundo. Eles são chamados para ser sal da terra e luz do mundo (Mt 5.13,14). Eles possuem a mente de Cristo e pelo poder do Espírito Santo a imagem de Deus neles passa a ser restaurada (cf. 1 Co 2.16; Ef 4.24; Cl 3.10). Por isso ao mesmo tempo em que os crentes devem apreciar as coisas boas da cultura que apontam para a grandeza de Deus na criação do homem ao conceder-lhe conhecimento e dons incríveis, eles também devem rejeitar qualquer aspecto cultural que esteja em oposição à Palavra de Deus. Então em tudo isso deve haver entendimento. O cristão não deve rejeitar ou receber toda a cultura, mas deve redimi-la, transformá-la, santificá-la pelo Evangelho para a glória de Deus. Ao mesmo tempo em que aprecia aquilo que a cultura realmente tem de bom, o crente deve fazer oposição clara e vigorosa aos traços culturais que expressam a depravação total do homem, sabendo que de fato o Evangelho muda a cultura humana (cf. 1 Co 6.9-11; Tt 1.5-13).

Conclusão

Por sua misericórdia, graça e soberania, Deus tem permitido que “o seu sol se levante sobre maus e bons, e a chuva desça sobre justos e injustos” (Mt 5.45), de modo que ambos possam plantar e colher, se alimentar, transformar os recursos naturais e usufruir de dádivas comuns liberadas gentilmente pelo grande Provedor do universo. Ressalte-se que o pecado maculou, mas não anulou a inteligência do homem – se assim fosse, o pecador sequer poderia entender a existência de Deus, compreender o evangelho e fazer consciente confissão de pecados. Porém, a capacidade e as habilidades do descrente precisam serem, pela conversão do coração, redimidas e consagradas a Deus para sua glória e benefício do próximo. Esta é a vontade de Deus! 

O crente não é uma pessoa alienada, que vive uma cultura totalmente separada da secular. Não é porque somos santos pelo sangue de Cristo que nos santificou, que devemos agora separar-nos de tudo aquilo que foi produzido por pessoas descrentes. Se assim fosse, como disse Paulo, “vos seria necessário sair do mundo” (1 Co 5.10). Isso exigiria de nós sermos transladados imediatamente para outro mundo, onde só existisse crentes criando novas culturas.

Quando a Bíblia diz que “quem está em Cristo nova criatura é, as coisas velhas se passaram e eis que tudo se fez novo” (2 Co 5.17), os termos “nova criatura” e “tudo novo” precisam ser bem entendidos. Não é uma existência distinta da anterior, começando do zero, com coisas totalmente diferentes. Pois, mesmo estando em Cristo, nós ainda temos o mesmo corpo que precisa comer, se banhar, se vestir; continuamos lendo livros, revistas, jornais, ouvindo músicas, assistindo filmes, visitando parques e shoppings, usando a internet, trabalhando e buscando formação e salário melhores, casando e criando filhos, apreciando as cores, tirando fotos e fazendo filmagens, comprando torta, salgados e fazendo festas de aniversário… Resumindo: continuamos humanos, dentro de um contexto inevitavelmente cultural.

Recomendação de Leitura da Semana: GOMES, Eliezér. Maturidade Espiritual. São Paulo: Evangelho Avivado, 2019.


sábado, 19 de fevereiro de 2022

5 Orações não respondidas na Bíblia



Você já orou em um determinado momento de sua vida e não recebeu resposta de Deus? Na Bíblia, encontramos o Senhor não respondendo algumas orações, por conta de certas atitudes de seus filhos. Talvez, você tem cometido alguns desses erros e não tem encontrado respostas em suas orações. Portanto, vejamos 5 orações que Deus não responde.

1. Egoísmo

  Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para esbanjardes em vossos prazeres (Tg 4:3).

A primeira oração que Deus não responde, a egoísta. Tiago ao escrever essa carta para aquela igreja, reprovou completamente o comportamento daqueles irmãos. Entre eles havia contendas, invejas, cobiças e egoísmo. Por esse motivo, Deus não estava respondendo as suas orações. Logo, Deus sempre rejeitará nossas petições se elas forem acompanhadas de egoísmos, principalmente se eles tiverem o objetivo de satisfazer mais com as coisas desse mundo.

2. Falta de arrependimento

Eis que a mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar; e o seu ouvido não está surdo, para não poder ouvir. Mas as iniquidades de vocês fazem separação entre vocês e o seu Deus; e os pecados que vocês cometem o levam a esconder o seu rosto de vocês, para não ouvir os seus pedidos (Is 59:1,2).

Segunda oração que Deus não responde, quando há falta de arrependimento. O pecado faz separação entre o homem e Deus, quando mantemos pecados no coração, Deus não responde nossas orações. Sabemos por meio Bíblia que o ouvido de Deus não está surdo para ouvir os nossos pedidos, porém, a falta de arrependimento e reconhecimento do pecado leva o Senhor a não atender a nossa oração.

3. Dúvida

Se, porém, algum de vocês necessita de sabedoria, peça a Deus, que a todos dá com generosidade e sem reprovações, e ela lhe será concedida. Peça-a, porém, com fé, em nada duvidando, pois, o que dúvida é semelhante à onda do mar, impelida e agitada pelo vento (Tiago 1:5,6).

Terceira oração que Deus não responde, a com dúvida. Jesus disse que a fé remove montanhas (Mc 11:23), o autor de Hebreus declara que sem fé é impossível agradar a Deus (Hb 11:6). A dúvida, por outro lado, é o oposto de tudo isso, ela não leva há uma estabilidade como a fé. Dessa forma, a dúvida no coração leva a falta de fé em Deus na oração.

4. Falta de honra entre os cônjuges

Maridos, vocês, igualmente, vivam comum do lar com discernimento, dando honra à esposa, por ser a parte mais frágil e por ser coerdeira da mesma graça da vida. Agindo assim, as orações de vocês não serão interrompidas (1Pe 3:7).

Quarta oração que Deus não responde. Quando há falta de honra entre os cônjuges. Nessa passagem, Pedro estava chamando atenção aos casais daquela igreja a viverem em união. Se um casal não viver em harmonia no lar, mas se desrespeitando ou um humilhando ao outro, suas orações serão interrompidas. Em resumo, Deus leva o casamento a sério, ele deve ser respeitado e honrado, porque Deus não responde à oração de um casal sem união no lar.

5. Ignorar os conselhos de Deus

Então eles me invocarão, mas eu não responderei; sairão à minha procura, porém não me encontrarão. Porque odiaram o conhecimento e não preferiram o temor do Senhor; não quiseram o meu conselho e desprezaram toda a minha repreensão. Portanto, comerão do fruto da sua conduta e dos seus próprios conselhos se fartarão (Pv 1:28-31).

Quinta oração que Deus não responde, a que ignora os conselhos de Deus. Quando ignoramos os conselhos de Deus, desprezando a Sua sabedoria e temor no coração, o Senhor não responde nossas orações. Deus rejeitou várias orações de Israel na Antiga Aliança por conta do seu desprezo aos conselhos de Deus. Enfim, se desprezarmos a palavra de Deus, nossas petições não serão atendidas.

Conclusão

Portanto, essas são as 5 orações na Bíblia que Deus não responde. Diante disso, é importante refletimos o porquê de Deus não responder nossas orações. Será que não estamos cometendo alguns desses 5 erros? Se não, saiba que Deus no tempo determinado por Ele, responderá suas orações!

 

Sidney Muniz  


 

Comentário Bíblico Mensal: Fevereiro/2022 - Capítulo 3 - O Cristão e o Relacionamento Eclesiástico

 




Comentarista: Matheus Gonçalves



Texto Bíblico Base Semanal: Atos 2.37-47


37. E, ouvindo eles isto, compungiram-se em seu coração, e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos, homens irmãos?

38. E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo;

39. Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão longe, a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar.

40. E com muitas outras palavras isto testificava, e os exortava, dizendo: Salvai-vos desta geração perversa.

41. De sorte que foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra; e naquele dia agregaram-se quase três mil almas,

42. E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações.

43. E em toda a alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos.

44. E todos os que criam estavam juntos, e tinham tudo em comum.

45. E vendiam suas propriedades e bens, e repartiam com todos, segundo cada um havia de mister.

46. E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração,

47. Louvando a Deus, e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar.


Momento Interação

A Igreja de Cristo se organiza nesta terra através de comunidades locais. Então podemos dizer que a igreja local é uma comunidade organizada de crentes que se reúnem para participar de tudo o que envolve o serviço do culto a Deus. Em outras palavras, só há uma única Igreja de Cristo. A Igreja é um só corpo, e essencialmente sempre deve ser vista como uma unidade. Porém, essa única Igreja universal de Cristo é manifestada em igrejas locais estabelecidas em toda parte. Mas onde estiver cada igreja local, ali estará a manifestação da família de Deus; o corpo ministerial de Cristo; e a comunhão dos crentes mediante o poder do Espírito Santo.

A Bíblia fala claramente sobre a existência das igrejas locais. Inclusive, desde os tempos do Antigo Testamento vemos o povo de Deus reunido como uma comunidade local de fé (cf. Dt 31.30). Mas sem dúvida é no Novo Testamento que o conceito de igreja local é desenvolvido. A expressão “igreja local” não está na Bíblia, mas o próprio significado da palavra “igreja” pressupõe esse conceito ao expressar o sentido de uma assembleia publica; isto é, uma reunião de pessoas convocadas que compartilham um mesmo interesse geral. 

Introdução

A igreja de Filipos foi a maior parceira do apóstolo Paulo no que tange a dar e receber. Assistiu o apóstolo em várias circunstâncias. Era uma igreja com forte pendor missionário. Portas para fora aquela igreja era um exemplo. Porém, internamente enfrentava alguns problemas. A área vulnerável da igreja era os relacionamentos. Havia discordância entre duas mulheres proeminentes na igreja, Evódia e Síntique (Fp 4.2). Em Filipenses capítulo 2.1-30 Paulo dá sete princípios para a restauração dos relacionamentos na igreja e depois dá quatro exemplos. Os princípios para mantermos relacionamentos saudáveis na igreja (Fp 2.1-4). O primeiro princípio é pensar a mesma coisa. Podemos ter divergências uns com os outros, mas devemos focar nossa atenção naquilo que nos une e não no que nos separa. Se estamos em Cristo, somos irmãos, membros do mesmo corpo, participantes da mesma família e nosso papel não é lutar uns contra os outros, mas manter unidade de pensamento. O segundo princípio é ter o mesmo amor. 

O amor é o vínculo da perfeição. O amor é a primeira marca da maturidade cristã. O amor é nosso distintivo. É por meio dele que somos conhecidos como discípulos de Cristo. Precisamos amar o irmão em vez de concorrer com ele ou lutar contra ele. O terceiro princípio é ser unido de alma. Não basta amar os irmãos de forma genérica; é preciso que esse amor seja pessoal, profundo, como se fôssemos almas gêmeas.  O quarto princípio é ter o mesmo sentimento. Não raro brotam divergências e até contendas entre os irmãos. Se não vigiarmos instala-se em nosso coração a amargura, o rancor e a indiferença. Nosso papel, como membros da família de Deus, é nutrirmos o mesmo sentimento de uns para com os outros. A humildade deve reger nossos relacionamentos e não a altivez. Sempre que colocamos o “eu” na frente do “outro” levantamos muralhas nos relacionamentos. Sempre que enaltecemos a nós mesmos para diminuir o outro, cavamos abismos em vez de construir pontes nos relacionamentos. O sétimo princípio é pensar nos interesses dos outros antes de laborarmos em nossa própria causa. Se observamos esses sete princípios, curaremos feridas, restauraremos relacionamentos, a igreja será edificada e Deus será glorificado em nós.

Antes da queda, o ser humano gozava de plena comunhão e de um relacionamento sincero e profundo com Deus, ao ponto do Senhor Criador vir dialogar com o homem ao fim de cada dia. Após a queda, a ruptura foi grande. O homem se distanciou dos planos de Deus, incluindo essa proposta de comunhão. Comunhão e relacionamentos saudáveis dependem necessariamente da nossa aproximação de Deus. O Senhor Criador, o Deus Pai, vive em plena comunhão com Jesus Cristo, seu Filho, e com o Espirito Santo, o Consolador. Deus é exemplo em relacionamento saudável e, no seu plano eterno, ele planejou a igreja sendo formada através de seu Filho para resgatar o sentido de comunhão plena e de desenvolvimento de relacionamentos saudáveis.

I. O Cristão e a Igreja

A igreja como família de Deus, que se reúne para adorá-lo, é a comunidade dos santos e salvos que deve ser a expressão máxima de como relacionamentos devem ser. Em uma sociedade corrompida na qual os relacionamentos são superficiais, interesseiros, hipócritas, medíocres e doentios, a comunidade que se reúne no nome de Jesus deve viver, cultivar e demonstrar relacionamentos saudáveis. É difícil lidar com o ser humano, mas é nossa missão trabalharmos para a reconciliação do ser humano, caído, com Deus e com seus semelhantes. A igreja é a agência de Deus aqui na terra, que anuncia o evangelho, que é o poder de Deus para a salvação, e esse evangelho transforma todas as áreas da vida do ser humano, inclusive os relacionamentos. Aqueles que gozam de uma nova vida em Cristo Jesus aprendem uma nova forma de se relacionar, intermédio da salvação e da graça. A igreja passa ser um laboratório onde vamos aprendendo e desenvolvendo relacionamentos saudáveis.

E nessa busca por relacionamentos saudáveis, iremos machucar e nos machucaremos porque somos imperfeitos e precisamos crescer mais e mais. Não machucaremos de propósito, mas porque não somos completamente maduros. A concepção cristã de que estamos sendo moldados e retrabalhados por Deus nos ensina que não estamos prontos, mas estamos sim em um processo de santificação, de que estamos na trilha da perfeição e que Deus está nos conduzindo e remodelando nossa vida até chegarmos ao padrão de Jesus Cristo, seu Filho. Alguém já disse que se encontrarmos a igreja perfeita é melhor não irmos para lá, para não estragá-la. Igreja perfeita não existe, não porque Deus não é perfeito, mas porque a igreja é a reunião dos remidos por Jesus. A igreja é a congregação das pessoas que se convertem e reconhecem o senhorio de Jesus e estão se desintoxicando dos padrões e conceitos seculares, e estão se revestindo dos princípios do reino de Deus. E nesse processo, os pecadores regenerados vão perdendo a identidade de pecadores e se tornando santos. Essa é uma caminhada na direção do padrão que é Jesus.

A igreja não é um clube social, uma agremiação de pessoas moralmente perfeitas, mas é o corpo de Cristo, um organismo vivo que precisa aprender com as suas doenças nos relacionamentos. Em qualquer outra organização e instituição, as pessoas doentes ou carentes de cuidados são colocadas de lado para não contaminar as outras. Na igreja de Jesus, tais pessoas aprendem a sarar as feridas dos relacionamentos com perdão, amor e graça. E assim os ferimentos, as frustrações, os desacordos, as mágoas e o rancor vão sendo sarados e o amor de Deus é evidenciado. Lute pelos relacionamentos. Enquanto nutrimos ódio, raiva, falta de perdão, inveja ou fofoca, estamos nos aproximando do inimigo de nossas almas, mas quando baixamos a guarda, liberamos perdão, abraçamos os que não nos amam, estendemos a mão aos que precisam, trabalhamos sabendo que seremos criticados, aí Deus é glorificado. A igreja é o hospital que restaura os relacionamentos, sara as feridas e instrui os cristãos a buscarem relacionamentos pautados pelos princípios do reino de Deus. A igreja nos ensina a nos relacionarmos como Jesus fez. Ele é o exemplo de relacionamentos saudáveis. Olhemos para ele para nos inspirarmos!

II. O Relacionamento com a Igreja Local

A Bíblia ensina que as pessoas devem viver sua fé em comunidades (igrejas). A fé cristã não é uma experiência que se deve experimentar de forma isolada. Sendo assim, os relacionamentos entre as pessoas dentro das igrejas é de enorme importância. Quando esse relacionamento é bom, todas ganham – há apoio mútuo, compreensão, carinho, etc. Quando não é assim, aparecem atritos, fofocas, ciúmes, etc e as consequências podem ser muito ruins. Os seres humanos vivendo em comunidade costumam disputar os lugares de honra – querem ser admirados, prestigiados e paparicados. Tudo isso é produto da vaidade humana. Como evitar isso? Jesus, como sempre, surpreendeu a todos com sua resposta: as pessoas importantes são as humildes e as puras de coração. Justamente as que não querem ocupar os lugares mais importantes. As que agem com a pureza de coração das crianças.

Em outras palavras, a disputa por admiração e honrarias dentro das igrejas cristãs é errada. As comunidades cristãs devem ser pautadas por simplicidade e humildade. Nelas não deveria haver espaço para vaidade e inveja. Infelizmente sabemos bem que muitas vezes não é assim. Jesus falou depois sobre uma pessoa da comunidade de fé que se desvia das boas práticas cristãs (a ovelha perdida). E isso é muito comum, especialmente entre os jovens. Agora, o que fazer quando a ovelha se perde? Jesus orientou que os líderes da comunidade devem ir atrás dessa ovelha e resgatá-la. Isso não significa despejar sobre ela acusações, ameaças de expulsão da comunidade e coisas assim. Trata-se sim de entender a fragilidade da natureza humana, analisar os atos dessa pessoa com olhos de amor e ajudá-la a curar suas feridas emocionais e espirituais – exatamente como o Espírito Santo faz com cada um de nós. Esse é o conceito de “resgatar” a ovelha que se perdeu.

A orientação de Jesus foi clara: implantar um processo de resgate que pode ter etapas. A primeira é uma conversa a sós de alguém da liderança da igreja com a ovelha perdida, tentando fazê-la mudar seus caminhos. Se essa conversa der, certo ótimo. Problema resolvido. Mas se não der, passa-se a outra fase. A mesma liderança marca nova conversa, agora com a presença de duas testemunhas. A finalidade dessas duas testemunhas é dupla.  Primeiro, servem para atestar o que foi conversado. Mas o segundo motivo talvez seja ainda mais importante: trata-se de agregar duas pessoas que possam apresentar um testemunho de vida do Evangelho ainda maior do que a pessoa que fez a conversa inicial. Em outras palavras, a pessoa que fez a abordagem inicial precisa ser capaz de dar um bom testemunho do Evangelho, isto é viver realmente aquilo que prega e defende, coisa que não é para qualquer um. E isso faz todo sentido.

Mas talvez isso não seja suficiente, aí duas outras pessoas se juntam ao diálogo, capazes de dar um testemunho talvez ainda maior do Evangelho. Por exemplo, digamos que eu procure um irmão que está com problemas e tente convencê-lo a mudar seus caminhos e ele recuse minha abordagem. Eu deveria então chamar para o diálogo o pastor da igreja e alguém mais que tivesse uma vida espiritual elevada. Talvez onde eu não tenha tido sucesso, essas pessoas, capazes de dar um testemunho ainda maior do Evangelho, podem conseguir o resultado desejado. Mas se ainda assim a iniciativa não der certo, Jesus orientou a tratar a pessoa como gentio (não judeu) e/ou publicano (coletor de impostos), sinônimo (para os judeus) de pecador. Muita gente interpreta isso como expulsar publicamente a ovelha perdida da igreja e é isso que muitas igrejas fazem. E isso é um erro.

De fato, penso que o sentido real é o alerta de Jesus que quando uma relação entre membros de uma igreja se estabelece, sempre há consequências espirituais. A relação de amizade ou amor que se firma, gera também laços espirituais. O mesmo acontece quando a relação se desfaz: as duas pessoas brigam. Dentro das igrejas, o mundo físico não anda desacompanhado do mundo espiritual. Em outras palavras, as relações entre membros das igrejas têm consequências amplas. Muito maiores do que normalmente se percebe. Daí ser tão importante cuidar delas.

III. A Unidade da Igreja

Quem nunca sonhou em ter um corpo saudável? Talvez esse seja um dos maiores desejos de homens e mulheres nos nossos dias. Alcançar um condicionamento físico ideal que proporcione melhor qualidade de vida. Mas o nosso maior desafio é o de manter essa condição com o passar dos anos, o que requer esforço, dedicação e disciplina. Ora, isso também vale quando falamos sobre a saúde da igreja, o Corpo de Cristo. Cada membro desse Corpo precisa se exercitar para que ele permaneça saudável. A grande diferença é que, do ponto de vista da obra de Cristo, a igreja é um organismo perfeito, que foi gerado na unidade do Espírito. Sendo assim, o nosso esforço não é para alcançarmos a unidade, antes, lutamos contra os inimigos que tentam destruir a unidade da igreja. Unidade não é uniformidade. Também não é ter preferências e gostos semelhantes. Ao contrário, a unidade da igreja implica em diversidade e pluralidade de dons na vida dos seus membros. Unidade é compreender que a obra de Cristo em favor da igreja supera todas as barreiras étnicas, sociais, culturais e ideológicas; é o poder que une os diferentes em torno do propósito para o qual existimos: a glória de Deus.

Estamos unidos a Cristo pelo que Ele fez por nós. Não existe membro fora do Corpo. Todas as etnias e classes de pessoas como “membros do mesmo corpo e juntamente participantes da promessa de Deus em Cristo Jesus por meio do evangelho” (Ef 3.6). O fato de nos reunirmos regularmente não implica que estamos vivendo em unidade. Unidade não se fabrica ou se conquista a partir do nosso esforço. Não. A unidade é uma condição sem a qual não há igreja. “Há um só corpo, e um só Espírito, e uma só esperança,[…] um só Senhor, uma só fé e um só batismo. E há somente um Deus e Pai de todos.” (Ef 4.4-6). O propósito da unidade é o de comprovar, testemunhar e proclamar que o nosso Senhor Jesus é o Cristo de Deus enviado ao mundo. Ajude a fortalecer a unidade da sua igreja. Não existe outro caminho. A boa saúde do Corpo de Cristo passa pelo nosso esforço intencional em praticar as verdades bíblicas e andar de modo digno da vocação que recebemos.

A figura do corpo aqui se refere à Igreja e explica que ela é um organismo vivo e indivisível. É a figura que melhor expressa como devem ser nossos relacionamentos no contexto da igreja local. Todos os salvos formam “um corpo”, o corpo místico de Cristo. Somos “um só corpo” independente das diferentes denominações evangélicas, com exceção das pseudas igrejas, pois temos uma só cabeça espiritual – Cristo. A Igreja como Corpo é uma unidade espiritual – onde todos os nascidos de novo estão unidos em Cristo. Mas esta unidade tem que se manifestar na horizontal, numa união onde judeus e gentios, homens e mulheres, escravos e livres, são um “em Cristo”. Nossa posição “em Cristo” presente nos escritos Paulinos indica nossa união espiritual com Jesus, nos dá poder para ser mais “santos” e “fiéis” a Ele neste mundo. É por esta razão que uma das armas principais de Satanás – e das mais utilizadas contra a Igreja é a divisão e a desunião entre os cristãos. Mas se somos “santos” e “fiéis” a Cristo, podemos superar as sutilezas do tentador.

Conclusão

Comumente gostamos muito de estar com aqueles que gostam das mesmas coisas que nós, mas nos afastamos daqueles que são contrários aos nossos gostos. Supervalorizamos nossas habilidades e desvalorizamos as dos outros. Quando não há entendimento de que somos um corpo, a diversidade gerará divisão e não cooperação mútua. Um corpo saudável é constituído por vários membros e órgãos que trabalham em harmonia. Cada membro desempenhando sua função com excelência, coopera para o crescimento do corpo. Se algo não está bem em algum órgão, isto provocará uma má disposição em todo o organismo. As minhas atitudes e desempenhos individuais refletirão no coletivo. O meu relacionamento com os demais membros do corpo definirá a saúde dele. Conhecer os propósitos de Deus para a nossa vida é fundamental! Por isso, precisamos, antes de tudo, conhecer o Criador e sua natureza. Deus não faz nada sem propósitos, tudo quanto Ele fez foi com propósito. Que Deus abra a nossa mente para descobrirmos a vocação de nosso chamado, afim de vivermos para o propósito de nossa criação.

Deus nos criou para sermos o Louvor de Sua Glória e nos deu habilidades para isso. Assim como, quando concluía cada obra de Sua criação e via que “era bom”, Deus possa olhar para nós e para cada realização nossa e dizer: “É muito bom”! A Bíblia ensina que não é relevante ser judeu ou gentio, homem ou mulher, escravo ou livre. Não importa nossa posição social, as riquezas e habilidades, pois estas distinções, revelam nosso velho homem. Agora, como povo de Deus, temos que olhar para frente, para a “esperança da nossa vocação”. A igreja fica dividida em função dos nossos títulos e posições, que são coisas periféricas. O caminho para conservar a unidade do Espírito na Igreja é olhar para as coisas que são de cima, não para as coisas que são da terra. A nossa bendita esperança é a volta de Jesus Cristo, este é o nosso objetivo final, mas a nossa caminhada e o nosso trabalho aqui na terra precisam ser relevantes. Precisamos crescer, frutificar, brilhar e ser instrumentos para que reflitam a glória de Deus a este mundo.

Recomendação de Leitura da Semana: SILVA, Oliveira. O Fundamento da Igreja de Cristo. São Paulo: Evangelho Avivado, 2019.


sábado, 12 de fevereiro de 2022

Comentário Bíblico Mensal: Fevereiro/2022 - Capítulo 2 - O Cristão e o Relacionamento Familiar

 




Comentarista: Matheus Gonçalves



Texto Bíblico Base Semanal: Atos 16.23-34


23. E, havendo-lhes dado muitos açoites, os lançaram na prisão, mandando ao carcereiro que os guardasse com segurança.

24. O qual, tendo recebido tal ordem, os lançou no cárcere interior, e lhes segurou os pés no tronco.

25. E, perto da meia-noite, Paulo e Silas oravam e cantavam hinos a Deus, e os outros presos os escutavam.

26. E de repente sobreveio um tão grande terremoto, que os alicerces do cárcere se moveram, e logo se abriram todas as portas, e foram soltas as prisões de todos.

27. E, acordando o carcereiro, e vendo abertas as portas da prisão, tirou a espada, e quis matar-se, cuidando que os presos já tinham fugido.

28. Mas Paulo clamou com grande voz, dizendo: Não te faças nenhum mal, que todos aqui estamos.

29. E, pedindo luz, saltou dentro e, todo trêmulo, se prostrou ante Paulo e Silas.

30. E, tirando-os para fora, disse: Senhores, que é necessário que eu faça para me salvar?

31. E eles disseram: Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e a tua casa.

32. E lhe pregavam a palavra do Senhor, e a todos os que estavam em sua casa.

33. E, tomando-os ele consigo naquela mesma hora da noite, lavou-lhes os vergões; e logo foi batizado, ele e todos os seus.

34. E, levando-os à sua casa, lhes pôs a mesa; e, na sua crença em Deus, alegrou-se com toda a sua casa.

Momento Interação

Cuidar da família é um dever de todo cristão. O estudo bíblico mostra claramente que a família é uma unidade social instituída pelo próprio Deus. É absolutamente correta aquela conhecida frase que diz que a família é projeto de Deus. Muitos cristãos caem no terrível erro de negligenciar suas responsabilidades familiares; e com isso falham em perceber que Deus também os chamou para cuidarem de suas famílias. Se há um tema que merece toda atenção por parte da Igreja, esse tema é a família. O cuidado com a família precisa ser uma disciplina constantemente tratada nas comunidades cristãs. É preciso estudar e entender o que é a família à luz da Bíblia; é preciso que haja mais pregações sobre a família de acordo com os princípios de Deus; é preciso que os cristãos sejam ensinados e treinados sobre como ser bons mordomos de suas famílias. Ter famílias equilibradas e bem estruturas não é apenas essencial para que se tenha uma sociedade geral mais consistente; mas também para que se tenham igrejas mais sadias e sólidas.

Introdução

Há uma crise moral e familiar em todos os níveis da sociedade. Isso dificulta falar sobre relacionamentos familiares. São muitos os problemas, diversos os pensamentos, pequenas as soluções e diminutos os interessados em uma melhoria. Isso porque cada um parece estar buscando seus interesses pessoais sem contemplar a família. Vários tipos de relacionamentos envolvem e disputam atenção com a família. Então o que fazer? O autor do Salmo 128 descreve a convivência de uma família abençoada por Deus. Isso nos inspira a buscar neste salmo algumas respostas para os relacionamentos. Muitas famílias são cercadas de pessoas, atividades e conforto e não encontram tempo para buscar a Deus. Quantas festas de Natal, Páscoa e outras que passam sem uma oração sequer. Parece que Deus nem foi convidado. Existem famílias que só se reúnem para falar de Deus quando estão num velório. A família vai bem quando busca direcionar suas decisões e planos de acordo com a vontade de Deus, através da oração familiar e aprendizado conjunto da Palavra.

A bênção de Deus é para “todas as famílias da terra” (Gn 12.3) e a família do cristão é abençoada pela fé nesta promessa. Orar juntos, ir à Igreja e viver na presença de Deus são formas de cultivar sua vida espiritual em família. Precisamos buscar os caminhos e os pensamentos de Deus, que são mais altos que os nossos (Is 55.8,9) para não cair nas vaidades do mundo e “buscai ao Senhor enquanto se pode achar” (Is 55.6). O salmista destaca o interior da casa como uma área importante do relacionamento familiar. A família foi criada por Deus. O Senhor Jesus Cristo veio viver em família e priorizou o lar até os 30 anos. Andou por muitos lugares onde Ele se encontrava com as pessoas, mas o lugar que mais frequentou foi a casa, o ambiente familiar das pessoas. Ensinou que o relacionamento com Deus deve ser tão íntimo e intenso como o de pai e filho.

A casa, o lugar onde todos passam horas e horas juntas, tem perdido o seu valor principalmente nos grandes centros urbanos. Não há mais privacidade no lar, por falta de espaço, pela poluição sonora e vários outros fatores. Em muitas famílias a casa tem sido “visitada” pelos familiares que não têm tempo de estar em casa e isso atrapalha a convivência, porque é dentro de casa que se faz intimidade, que descansamos, alimentamos, onde podemos ter privacidade e encontrarmos com as pessoas que podemos confiar. É importante priorizar estar em casa com a família. A falta de autocontrole sobre o aparelho de televisão tem impedido muitas famílias de terem momentos de descontração e bate-papo, pois passam a maior parte do pouco tempo que têm para estarem juntos, assistindo TV e o pouco que conversar é sobre a programação que toma a atenção de todos.

I. A Família como Núcleo de União

Os relacionamentos familiares são os mais desafiadores, pois, no lar, as características de cada um são reveladas de forma transparente. Para manter uma relação saudável, é preciso buscar o equilíbrio entre família e Deus. Não é sem propósito que Deus organizou sua criação em família desde a formação do mundo, com a finalidade de gerar segurança, proteção e demonstrar o amor a todas as pessoas. Sabemos que relacionamentos saudáveis são essenciais quando tratamos da família, pois é nesse ambiente em que podemos aprender a amar como Jesus nos amou. Contudo, nem sempre é fácil desenvolver hábitos de convivência que levam à harmonia familiar. Por isso, neste post, você vai conhecer algumas dicas para tornar seus relacionamentos mais saudáveis e equilibrar a união entre família e Deus de maneira prática no seu dia a dia.

No trabalho, na academia ou na fila do supermercado demonstrar respeito é natural, pois indica educação e postura correta. No convívio familiar, quando estamos cansados pela sobrecarregada do trabalho, por horas de ônibus ou pelas tarefas domésticas, a oportunidade se abre para agirmos com desrespeito. Por isso, é essencial desempenhar o respeito mútuo dentro do lar e ensinar aos filhos, com atitudes e palavras, a importância desse hábito. O respeito reconhece o outro como um indivíduo que tem valor e comunica o quanto estamos decididos a enfrentar os conflitos com a ajuda e seguindo os valores de Deus. Se existe algo primordial para crescer no relacionamento de forma saudável, é a habilidade de perdoar: tanto a de perdoar o outro quanto a de se sentir perdoado. Na Palavra de Deus, encontramos claramente recomendações sobre o perdão.

Em Marcos 11.25, temos a seguinte afirmação: “E sempre que estiverdes orando, se tendes alguma coisa contra alguém, perdoai, para que vosso Pai celestial vos perdoe as vossas ofensas”.  Quando família e Deus andam juntos, o perdão é presente e visível. Por isso, decida exercitá-lo e procure ensinar essa prática dentro do lar com suas palavras e ações, lembrando que, em primeiro lugar, o Senhor nos perdoou. Assim como o perdão, a generosidade deve se tornar um hábito familiar. Cada membro deve decidir agir intencionalmente para o bem do outro. Ser generoso é fazer com que suas atitudes transmitam amor e bondade. A generosidade é uma virtude que não espera nada em troca. É quando a pessoa se doa ou doa algo sem interesse pelo retorno.

Isso tem a ver com o que encontramos em 1 João 3.16-18: “Nisto conhecemos o que é o amor: Jesus Cristo deu a sua vida por nós, e devemos dar a nossa vida por nossos irmãos. Se alguém tiver recursos materiais e, vendo seu irmão em necessidade, não se compadecer dele, como pode permanecer nele o amor de Deus? Filhinhos, não amemos de palavra nem de boca, mas em ação e em verdade”. Não há como promover a felicidade sem que Jesus seja a base do relacionamento. Por isso, para tornar o ambiente do seu lar feliz, é preciso praticar algumas virtudes ensinadas por Deus. A felicidade familiar não se alcança por mérito próprio, mas é fruto de um esforço conjunto para fazer com que a família e Deus se relacionem diariamente. Para isso, é preciso andar em bondade e honestidade, a fim de que os membros da família se sintam amados e acolhidos. Na Bíblia, existem versículos sobre a importância do relacionamento familiar que afirmam que somos a família de Deus, como está em Efésios 1.5,6: “Em amor nos predestinou para sermos adotados como filhos, por meio de Jesus Cristo, conforme o bom propósito da sua vontade, para o louvor da sua gloriosa graça, a qual nos deu gratuitamente no Amado”.

II. A Família Unida pela Palavra de Deus

os tipos de relacionamentos que estamos cobrindo nesta série, familiares é o único que não temos uma escolha, ou seja, Deus não nos dá a opção de escolhermos quem são os nossos pais, filhos, irmão, tios, primos, etc. Esta é uma escolha que Deus reserva para si e possui uma razão de ser que está além da nossa compreensão. Sim, não sabemos o porquê que a alguns cristãos são dadas excelentes famílias, onde todos ou quase todos também são cristãos e onde o amor e a harmonia reinam. Minha esposa e eu conhecemos famílias assim. Por outro lado, também conhecemos casos em que dentro de uma grande casa existe apenas um servo de Deus. Eu mesmo, por muitos anos fui o único da minha família que se importava em servir ao Senhor. Depois de um tempo uns poucos seguiram o meu exemplo e também começaram a adorar a Deus. Infelizmente, no entanto, ainda tenho muitos parentes que não se interessam pela vida eterna e continuam apaixonados pelo mundo atual. Para estes, o meu testemunho de vida não tem nenhum valor, preferindo eles seguirem o caminho da grande maioria que trocou a vida eterna no céu por uns poucos anos de prazeres mundanos aqui na terra.

Quando se trata de salvação, cada pessoa adulta responderá por si perante Deus. Jamais devemos permitir que a preocupação com os nossos familiares interfira no nosso relacionamento com o Senhor. Isso foi o que Jesus quis dizer quando alguém expressou a vontade de segui-lo, mas argumentou que precisava de um tempo para resolver a situação do falecimento (já ocorrido ou prestes a ocorrer) do seu pai: “Deixa os mortos sepultar os seus próprios mortos; tu, porém, vai e anuncia o reino de Deus” (Lc 9.60). Obviamente, com essas palavras Jesus não nos ensina que devemos negligenciar os nossos pais, pois Ele mesmo fez questão de providenciar que um dos seus apóstolos cuidasse da sua mãe na sua falta (Jo 19.27). Sem mencionar o claro mandamento de que devemos honrar pai e mãe (Êx 20.12; Ef 6.2).

Estudar sobre o valor da família é de muita importância para nós, pois, de uma forma ou de outra, nascemos numa família. Com exceção daqueles que são fruto da marginalidade, cada um de nós vem de uma família, seja pobre ou rica, desconhecida ou famosa, pequena ou grande, evangélica ou não. A família é a base de nossa vivência. Dela nascemos e dela dependemos na maior parte da existência. Isso é plano de Deus. Meditemos um pouco sobre o assunto. O homem, na sua origem, talvez não criasse a família. Não saberia como fazê-lo. Depois da Queda, podemos ter certeza de que o homem jamais buscaria criar uma organização que haveria de lhe impor limites e regras de convivência, contrariando seus instintos pecaminosos e egoístas. Deus só fez uma mulher para o homem e, mesmo assim, há uma tendência à poligamia ou ao adultério masculino e feminino.
 
III. A Comunicação na Família

Todos os males da sociedade, sejam financeiros, políticos, trabalhistas, escolares ou religiosos têm a sua origem no coração do homem. Sabemos como é o coração do homem (Jr 17.9; Rm 3.10-23). A instituição que Deus estabeleceu, ainda no jardim do Éden, que ajuntou duas pessoas em maneiras especificas para ser uma unidade é o que chamamos de família. O ambiente que é formado pelo amor exercitado entre todos da família cria o que chamamos de “o lar”. O lar tem suma importância na vida humana pois é o berço de costumes, hábitos, caráter, crenças e morais de cada ser humano, seja no contexto mundial, nacional, municipal ou familiar. Então, podemos dizer, como vai o lar vai o mundo, e também, o que é bom para a família é bom para o mundo. Reconhecendo a existência e influência do pecado, sabemos que todos os lares não estão operando com as mesmas regras e propósitos com os quais um lar cristão opera. Aprender o que a Bíblia ensina sobre o assunto do lar é uma garantia que atingiremos o alvo o que Deus tem para nós na relação de família.

Segundo o Dicionário Aurélio Eletrônico: comunicação é o ato ou efeito de comunicar (-se), que é de emitir, transmitir e receber mensagens. É a capacidade de trocar ou discutir ideias, de dialogar, de conversar, com vista ao bom entendimento entre pessoas. A comunicação social, próprias dos seres humanos, é baseada em sistemas de signos em oposição à comunicação baseado em sistemas de instruções ou comandos, como a se faz entre animais ou máquinas. Qualquer tentativa de fazer saber ou tornar comum algo é de comunicar-se. Comunicação tem como objetivo de travar ou manter entendimento. É de ligar ou unir por exposição oral (Novo Dicionário Aurélio, 1ª edição). Vendo essas definições, podemos concluir que comunicação é o ato de uma pessoa relatando à uma outra as suas ideias, sentimentos, crenças, sugestões ou ordens. Mesmo que se transmite sentimentos, a comunicação não é sentimentos em expressão, mas palavras expressando sentimentos. Geralmente, no contexto familiar, os problemas na comunicação centram no erro que comunicação é um diálogo de emoções. Não é. Comunicação é um dialogo de palavras que expressam as emoções.

O que é no coração logo acha expressão pela boca. Meditações banais, alimentação visual de programas menos virtuosos pela televisão e amigos com boca suja enchendo os nossos ouvidos de palavras torpes logo influenciam-nos de comunicar-nos com hábitos sujos. Sinais visuais bem como expressões faciais e sinais do corpo tornam parte de uma comunicação com hábitos sujos tanto quanto a falar de palavras torpes (Pv 6.12-14). Antes de Paulo nos instruir de despojar-nos de ira, da cólera, da malícia, da maledicência e das palavras torpes da vossa boca, ele nos exorta de pensar nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra (Cl 3.2,8). Então no básico, é necessário ter pensamentos altos bem como tudo que é verdadeiro, honesto, justo, puro, amável e de boa fama (Fp  4.8). E isto ele fala à igreja em Colossos tanto quanto em Éfeso dizendo que não deve sair nenhuma palavra torpe da nossa boca, !mas só a que for boa para promover a edificação, para que dê graça aos que a ouvem? (Ef 4.29). “Faça-se tudo para edificação” (1 Co 14.26). Lembre-se da instrução de Filipenses 2:14, “Fazei todas as coisas sem murmurações nem contendas.” 

“Como é que com a mesma língua bendizemos a Deus e Pai, e com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus? De uma mesma boca procede bênção e maldição. Meus irmãos, não convém que isto se faça assim” (Tg 3.9,10). Para quebrar hábitos ruins de conversação é necessário mudar os pensamentos primeiro. Algumas dicas seguem: Agradeça a Deus constantemente, memorize versículos da Bíblia, cante hinos no coração e leva “cativo todo o entendimento à obediência de Cristo” (2 Co 10.5). Assim a mente será melhor preparada para ter uma palavra “sempre agradável, temperada com sal” e você pode ser sábio para responder a cada um como convém (Cl 4.6).

Conclusão

A família é uma instituição divina. Ela é tão importante, que foi criada antes da Igreja, antes do Estado, antes da nação. Deus não fez o homem para viver na solidão. Quando acabou de criar o homem, Adão, o Senhor disse: "Não é bom que o homem esteja só. Far-lhe-ei uma adjutora, que esteja como diante dele" (Gn 2.18). Deus tinha em mente a constituição da família, mas esta não está completa só com o casal. Por isso, o Senhor previu a procriação, dizendo: "Crescei e multiplicai-vos e enchei a terra (Gn 1.27-28). Fica mais clara a origem da família, quando lemos: "Portanto, deixará o homem seu pai e e sua mãe e se unirá à sua mulher e serão ambos uma só carne" (Gn 2.24). "O homem" aí é o filho, nascido de pai e mãe. Deus fez a família para que o homem não vivesse na solidão (Sl 68.6; 113.9). Por ser de origem divina, o inimigo tem atacado a família de maneira implacável. As tentações aos pais de família, principalmente na área do sexo e do mau relacionamento com os filhos tem sido constante; os ataques aos filhos, lançando-os contra os pais; dos pais contra os filhos; o problema das drogas, do sexo ilícito, da pornografia, de outros vícios, do homossexualismo.

Recomendação de Leitura da Semana: ROGÉRIO, Marcos. Família Cristã. São Paulo: Evangelho Avivado, 2017.