Capítulo 2: O Amor da Esposa pelo Esposo




Texto Bíblico Base Semanal: Cantares 2.1-16



1. Eu sou a rosa de Sarom, o lírio dos vales.

2. Qual o lírio entre os espinhos, tal é meu amor entre as filhas.

3. Qual a macieira entre as árvores do bosque, tal é o meu amado entre os filhos;desejo muito a sua sombra, e debaixo dela me assento;e o seu fruto é doce ao meu paladar.

4. Levou-me à casa do banquete, e o seu estandarte sobre mim era o amor.

5. Sustentai-me com passas, confortai-me com maçãs, porque desfaleço de amor.

6. A sua mão esquerda esteja debaixo da minha cabeça, e a sua mão direita me abrace.

7. Conjuro-vos, ó filhas de Jerusalém, pelas gazelas e cervas do campo, que não acordeis nem desperteis o meu amor, até que queira.

8. Esta é a voz do meu amado; ei-lo aí, que já vem saltando sobre os montes, pulando sobre os outeiros.

9. O meu amado é semelhante ao gamo, ou ao filho do veado; eis que está detrás da nossa parede, olhando pelas janelas, espreitando pelas grades.

10. O meu amado fala e me diz: Levanta-te, meu amor, formosa minha, e vem.

11. Porque eis que passou o inverno; a chuva cessou, e se foi;

12. Aparecem as flores na terra, o tempo de cantar chega, e a voz da rola ouve-se em nossa terra.

13. A figueira já deu os seus figos verdes, e as vides em flor exalam o seu aroma; levanta-te, meu amor, formosa minha, e vem.

14. Pomba minha, que andas pelas fendas das penhas, no oculto das ladeiras, mostra-me a tua face, faze-me ouvir a tua voz, porque a tua voz é doce, e a tua face graciosa.

15. Apanhai-nos as raposas, as raposinhas, que fazem mal às vinhas, porque as nossas vinhas estão em flor.

16. O meu amado é meu, e eu sou dele; ele apascenta o seu rebanho entre os lírios.

17. Até que refresque o dia, e fujam as sombras, volta, amado meu; faze-te semelhante ao gamo ou ao filho dos veados sobre os montes de Beter.


Momento Interação

A canção começa antes do casamento, mostrando como a noiva anseia para estar com seu noivo e receber suas carícias íntimas. No entanto, ela aconselha a deixar que o amor se desenvolva naturalmente, em seu próprio tempo. O rei elogia a beleza da sulamita, superando os seus sentimentos de insegurança sobre sua aparência. A sulamita tem um sonho no qual ela perde Salomão e busca por ele em toda a cidade. Com a ajuda dos guardas da cidade, ela encontra o seu amado e fica com ele até levá-lo a um local seguro. Ao acordar, ela repete seu conselho para não forçar o amor. Neste capítulo, estudaremos os aspectos do amor da esposa pelo esposo e as suas características bíblicas para o nosso tempo.

Introdução

Em Cânticos 2 vemos que diante das declarações de amor de seu amado, a amada diz que não passa de “um lírio entre os lírios”. Ela se vê como mais uma, alguém sem muita importância. Mas a resposta do amado muda tudo, ele diz: “Como um lírio entre os espinhos é a minha amada entre as jovens” (Ct 2.2). Ou seja, ela é muito especial. Distinta. Nobre. Valiosa. Ela acrescenta vida e doçura a ambientes de dor, aflição, estupidez, arrogância. Ela é o contrapeso do bem.

As poucas palavras do amado colocam a amada em um outro nível. Devemos agir assim com o nosso cônjuge. Encorajá-lo, fazer com que se sinta especial, bem, confiante. Valorizar seus sonhos, lutar por seus anseios, tudo isso deve fazer parte de um relacionamento saudável. Palavras tem poder de vida e morte. Em nossos relacionamentos, principalmente nos conjugais, devemos evitar proferir maldições como: “vou te deixar”, você é burro ou burra”, “meu Deus me livra desse ou dessa…”. Mesmo que seja brincadeira, devemos evitar proferir palavras de maldição sobre nossas famílias, ao invés disso, devemos ministrar benção e o amor de Deus, constantemente.

O Livro de Cantares, deve ser interpretada de maneira alegórica, já que a maioria das palavra que surgem das figuras de linguagem que utiliza o livro, são comparações, são poesias, são aspectos da natureza, aspectos da criação, cujo único propósito é expressar o Amor que o Eterno tem para com seu povo lsrael. O tema desta canção é que houve um rompimento, um problema entre Elohim e seu povo, então este livro é uma canção de reconciliação. Então este tema é saber de qual maneira, Jeová busca a reconciliação conosco, e neste capitulo podemos tomar vários conselhos e referências para buscarmos a reconciliação com o Senhor. O tema desta canção não é matrimônio, porém daqui, podemos tomar vários conselhos para podermos buscar a reconciliação no matrimônio.

I. O Amor da Esposa pelo Esposo

A mulher virtuosa é aquela que cumpre bem o seu papel, tendo valor inestimável para seu marido.(Pv 31.10). Ela é forte e digna. Ela é trabalhadora e sabia, não come o pão da preguiça (Pv 31.27), fala com sabedoria (Pv 31.26), não fica por ai fazendo fofoca, usando sua ociosidade falando o que não deve, como algumas mulheres virtuais (1 Tm 5.13). Sendo sábia ela edifica sua casa (Pv 14.1). A mulher virtuosa é misericordiosa (Pv 31.20), abre mão ao aflito e estende mão ao necessitado, como exemplo podemos citar Dorcas, notável em boas obras e boas ações que fazia (At 9.36-42). Ela teme ao Senhor e será louvada (Pv 31.30b); Ela é conhecida pelos outros (Pv 31.31). Ela é a coroa do seu marido (Pv 12.4; 1 Co 11.7). Como podemos citar Abigail, dona de casa que evitou a morte de seu marido e que teve admiração de Davi, que no final acabou se tornando sua esposa (1 Sm 25.3-35;39).

Abigail se mostrou sensata e prudente, aliás, sensatez e prudência são características da mulher virtuosa (Tt 2.4,5). As prudentes são aquelas mulheres centradas em Deus, que refletem Sua Glória, que tem luz própria, cuja lâmpada não se apaga de noite (Pv 31.17). São cheias da unção, que não vendem suas lâmpadas e tudo aquilo que recebem de Deus, elas conservam o que receberam, pois sabem que foi com muito custo que adquiriram (Mt 25.8,9). As prudentes não entram na onda das néscias e estão sempre preparadas para a chegada do noivo e percebem quando Ele chega, por isso são fiéis (Mt 25.10). Outras características da mulher virtuosa são a honestidade, sobriedade e fidelidade (1 Tm 3.11). As virtuosas governam bem a sua casa, não temem o dia de amanhã, nem as circunstâncias (Pv 31.21;25). Os seus filhos e mesmo outras mulheres a reconhecem como ditosa (Ct 6.9,10; Pv 31.28,29).

Características da mulher virtuosa: trabalhadora, temente a Deus, submissa (respeita o cônjuge e cuida dele), prudente, encorajadora, misericordiosa, sábia em todos os sentidos (casa, dinheiro). *Submissão não significa apenas viver uma vida abnegada e servil, mas viver como submissa a Deus acima de tudo, sendo uma líder em tudo que faz, uma mulher de caráter provado, esposa e mãe zelosa. Ser virtuosa é o ideal que toda mulher deveria ser e ansiar.

II. O Amor que se Conhece

O esposo faz declarações à esposa que faz declarações ao esposo deixando assim fluir o amor em aroma suave e doce ao paladar e aos sentidos. Nada há melhor nesta vida do que curtir, debaixo das bênçãos de Deus, por inteiro, o corpo, alma e espírito de nosso cônjuge. O sexo é bom, saudável, não aconteceu depois da queda, mas antes da queda. Deus tinha dito e instruído aos homens que se multiplicassem e enchessem a terra e para isso a união entre o homem e a mulher deveria acontecer e, com certeza, acontecia e era somente bênção, prazer e alegria.

Hoje o mundo comemora o dia do orgasmo, mas orgasmo descompromissado e fora da presença de Deus é somente uma sensação forte, de grandes intensidades, mas vazia e oca. O que masturba, buscando a sensação orgástica é egoísta porque não está havendo compartilhamento, está faltando alguma coisa. O que trai seu cônjuge e sente o orgasmo na presença de outrem, estranho no ninho, também não se locupleta e está sendo egoísta ao usar o corpo estranho para sentir algo. Isso seria como uma masturbação também, mas mais complexa. Não deixa de haver egoísmo e o vazio com agravante de ter cometido algo que Deus reprova veementemente.

Toda forma de sexo fora do casamento é uma busca desenfreada e louca conduzida pelo egoísmo extremado que somente traz ao seu autor uma sensação forte, mas reprovada dentro de si mesmo. Já o crente, fiel, abençoado por Deus, sobe às nuvens numa sensação que o completa em tudo e há compartilhamento e prazer genuíno e aprovado por Deus e por nossa consciência. Quer sentir grande prazer e se alegrar, experimente buscar o auxílio do Espírito Santo que tem preparado seu cônjuge para isso. Fora de Deus não há prazer, mas egoísmo...

III. O Amor que se Demonstra

Eros e phileo não são demonstrados às pessoas que nos odeiam e querem o nosso mal; ágape é. Em Romanos 5.8, Paulo nos diz que o amor de Deus pelo Seu povo se manifestou "pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores". Então, movendo-se da base para o mais puro, temos eros, phileo e ágape. Isto não é para denegrir eros como pecaminoso ou impuro. O amor sexual não é inerentemente sujo ou mal. Pelo contrário, é o dom de Deus para que o marido e sua esposa possam expressar o seu amor um pelo outro, fortalecendo o vínculo entre eles e garantindo a sobrevivência da raça humana. A Bíblia dedica um livro inteiro para as bênçãos do amor erótico ou sexual - Cantares de Salomão. O amor entre um marido e sua esposa deve ser, entre outras coisas, erótico. No entanto, um relacionamento duradouro com base unicamente nesse tipo de amor está condenado ao fracasso. A "emoção" do amor sexual desaparece rapidamente, a menos que phileo ou ágape também esteja presente.

Por outro lado, embora não haja nada inerentemente pecaminoso com o amor erótico, é nesta esfera que a nossa natureza pecaminosa é mais evidente, por centrar-se primeiramente em si, enquanto que phileo e ágape se focalizam nos outros. Considere o que o apóstolo Paulo diz à igreja de Colossos: "Fazei, pois, morrer a vossa natureza terrena: prostituição, impureza, paixão lasciva, desejo maligno e a avareza, que é idolatria" (Cl 3.5). A palavra grega para "imoralidade sexual" (porneia) abrange essencialmente a gama do pecado sexual (adultério, prostituição, homossexualidade, bestialidade, etc.).

Quando compartilhado entre marido e mulher, o amor erótico pode ser uma coisa maravilhosa, mas por causa da nossa natureza pecaminosa, eros muitas vezes torna-se porneia. Quando isso acontece, os seres humanos tendem a ir a extremos, tornando-se ascetas ou hedonistas. O asceta é a pessoa que evita completamente o amor sexual porque a sua associação com a imoralidade sexual o faz parecer perverso e, portanto, deve ser evitado. O hedonista é a pessoa que vê o amor sexual sem restrição como perfeitamente natural. Como de costume, a visão bíblica encontra-se no equilíbrio entre esses dois extremos pecaminosos. Dentro dos laços do casamento heterossexual, Deus celebra a beleza do amor sexual: “Venha o meu amado para o seu jardim e coma os seus frutos excelentes! Já entrei no meu jardim, minha irmã, noiva minha; colhi a minha mirra com a especiaria, comi o meu favo com o mel, bebi o meu vinho com o leite. Comei e bebei, amigos; bebei fartamente, ó amados" (Ct 4.16-5.1). No entanto, fora do casamento bíblico, eros torna-se distorcido e pecaminoso.

IV. Guardando o Casamento em Extremo Zelo

Desde o início Deus ensinou que “deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne” (Gn 2.24). Esse acordo especial, esse vínculo entre um homem e uma mulher, foi criado para durar, como é dito nas cerimônias tradicionais de casamento: “Até que a morte nos separe”. Ele foi planejado para ser um relacionamento para toda a vida (Rm 7.2,3), que geraria filhos piedosos (Ml 2.15) e ajudaria a ambos os cônjuges a compreender melhor a relação profunda de amor entre Jesus Cristo e os membros da “família de Deus”, a Sua Igreja (Ef 5.25-32; 2.19-22).

Um casamento feliz é uma das maiores bênçãos que podemos usufruir. Deus planejou para que os casais vivessem felizes para sempre, uma vez que trocassem seus votos de casamento. Para este fim Eclesiastes 9.9 instrui aos maridos: “Desfrute a vida com a mulher a quem você ama, todos os dias desta vida sem sentido que Deus dá a você debaixo do sol; todos os seus dias sem sentido! Pois essa é a sua recompensa na vida pelo seu árduo trabalho debaixo do sol” (NVI). Da mesma forma, as mulheres devem desfrutar a vida com seus maridos.

No entanto, a julgar pelas taxas de divórcio em muitos países, a humanidade ainda não aprendeu como fazer isso. Todo mundo quer um bom casamento, mas poucos estão dispostos a seguir as instruções de Deus que, se seguidas, produziria relações afetuosas e comprometidas. Deus criou o casamento e quer que sejamos felizes nele (Gn 2.24). Para obter sucesso nessa área da vida, precisamos aprender do Criador do casamento os princípios que levam a uniões felizes e bem sucedidas. Em suma, precisamos compreender e aplicar conceitos que funcionam ao invés de seguir caminhos modernos que tantas vezes têm levado ao fracasso.

Conclusão

Para criar uma distinção entre Philos e Eros, o amor ágape ganha um sentimento muito mais elevado ao aparecer como amor de Deus ao homem, amor do homem a Deus e amor do homem com o próximo. É um sentimento que transcende a compreensão humana. Usado mais de trezentas vezes no Novo Testamento, a expressão é relacionada à caridade e podemos até ligá-la a um termo muito conhecido e usado ultimamente: a empatia. O amor ágape convida a pessoa a lançar o olhar ao próximo e amá-lo como merece e incondicionalmente. Sem buscar interesses, o amor ágape é puro e genuíno, tanto que define o nosso sentimento por Deus. Ele é forte, constante e consegue enfrentar qualquer barreira. Não entenda como submissão, ele é entrega verdadeira. Como Paulo define na bíblia, o amor ágape “tudo sofre, tudo crê, tudo espera e tudo suporta” (1 Co 13.4-7).

 


 


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