Texto Bíblico Base Semanal: Eclesiastes 2.1-13
1. Disse eu no meu coração: Ora vem, eu te provarei com alegria; portanto goza o prazer; mas eis que também isso era vaidade.
2. Ao riso disse: Está doido; e da alegria: De que serve esta?
3. Busquei no meu coração como estimular com vinho a minha carne (regendo porém o meu coração com sabedoria), e entregar-me à loucura, até ver o que seria melhor que os filhos dos homens fizessem debaixo do céu durante o número dos dias de sua vida.
4. Fiz para mim obras magníficas; edifiquei para mim casas; plantei para mim vinhas.
5. Fiz para mim hortas e jardins, e plantei neles árvores de toda a espécie de fruto.
6. Fiz para mim tanques de águas, para regar com eles o bosque em que reverdeciam as árvores.
7. Adquiri servos e servas, e tive servos nascidos em casa; também tive grandes possessões de gados e ovelhas, mais do que todos os que houve antes de mim em Jerusalém.
8. Amontoei também para mim prata e ouro, e tesouros dos reis e das províncias; provi-me de cantores e cantoras, e das delícias dos filhos dos homens; e de instrumentos de música de toda a espécie.
9. E fui engrandecido, e aumentei mais do que todos os que houve antes de mim em Jerusalém; perseverou também comigo a minha sabedoria.
10. E tudo quanto desejaram os meus olhos não lhes neguei, nem privei o meu coração de alegria alguma; mas o meu coração se alegrou por todo o meu trabalho, e esta foi a minha porção de todo o meu trabalho.
11. E olhei eu para todas as obras que fizeram as minhas mãos, como também para o trabalho que eu, trabalhando, tinha feito, e eis que tudo era vaidade e aflição de espírito, e que proveito nenhum havia debaixo do sol.
12. Então passei a contemplar a sabedoria, e a loucura e a estultícia. Pois que fará o homem que seguir ao rei? O mesmo que outros já fizeram.
13. Então vi eu que a sabedoria é mais excelente do que a estultícia, quanto a luz é mais excelente do que as trevas.
Momento Interação
Ao longo desse livro, o autor apresenta uma série de perguntas em busca do propósito da vida. Suas perguntas e conclusões subsequentes ilustram sua própria jornada ao buscar entender por que estamos aqui na Terra. Ao estudarem esse livro, iremos refletir sobre o propósito da mortalidade e descobrir com o autor que todos, um dia, terão de comparecer perante Deus e ser julgados.
Introdução
Em Eclesiastes 2, Salomão nos diz que buscou o sentido e a satisfação da vida em várias coisas. A primeira delas foi nos prazeres da carne (v.1-3). Depois ele se dedicou a construir mais riquezas (v.4-9). Empreendeu, edificou, plantou, mas quando olhou para a motivação de tudo aquilo, não encontrou prazer nelas. Por fim, ele se dedica a conhecer ainda mais. Ele pesquisa, esquadrinha e adquiri conhecimento. No fim, ele está ainda mais frustrado. Em Eclesiastes, Salomão é o retrato do ser humano que vive sem Deus e busca o prazer e a satisfação da vida, nas coisas. Quanto mais ele procura, se doa ao pecado, quanto mais consegue bens e patrimônio, mais vazio se torna. Por isso, Jesus, que é maior do que Salomão, nos disse para buscar em primeiro lugar o Reino de Deus e Sua justiça, e as demais necessidades reais, seriam supridas. Muitas vezes observamos pessoas que aparentemente tem tudo o que precisam para uma vida feliz, mas são vazias e frustradas na sua alma. Exatamente porque o propósito da existência delas não foi alcançado. As “coisas” e o “ter” não substituem o anseio da nossa alma por Deus. Por isso, quanto mais perto dEle, mais felizes somos.
I. O Perigo de uma vida distante de Deus
Em Eclesiastes 2 Salomão resume sua vida. Sua experiência foi muito ampla e diversificada (v. 1). Ele obteve poder (v. 9), riquezas (v. 8), alcançou um enorme desenvolvimento intelectual (v. 3, 9); construiu grandes coisas, plantou árvores, vinhas e jardins (v. 4), sistemas de irrigação (v. 6), encheu sua casa com servos, e os seus campos com vacas e ovelhas (v. 7). Ninguém podia se igualar a ele. Salomão juntou ouro e prata e uma enorme variedade de objetos valiosos. Suas festas tinham os melhores músicos e instrumentos (v. 8) e, como se tudo isso não fosse suficiente, ele se dedicou sem restrições a satisfazer seus desejos e prazeres (v. 10, 25). Ele tinha tudo, mas se sentia vazio (v. 11). Salomão conclui, como num lamento, depois de ter alcançado grandes realizações e experimentado tudo: “tudo é vaidade” (cf. v. 1, 11, 15, 17, 19, 21, 23, 26). Através da inspiração divina ele nos deixou uma grande lição: o que dá significado à vida é o nosso relacionamento com Deus (v. 26). Quem trabalha somente para o hoje, não terá o amanhã. Aqueles cuja única preocupação é colocada nas coisas temporais morrerão com elas, e os que vivem para as coisas temporais não terão a eternidade (v. 21, 22). Hoje é o nosso tempo de definirmos se seremos sábios ou tolos. Salomão nos desafia a definirmos corretamente nossas prioridades e a concedermos o primeiro lugar a Deus, a Fonte da Sabedoria. Jesus resumiu da seguinte maneira: “Buscai primeiro o Reino de Deus” (Mt 6.33 ARA).
II. O Apego às questões do Mundo
Aqui está o pregador a procurar algo que não seja também a vaidade, mas sua busca é vã porque ao final ele sempre conclui que tudo é vaidade, aflição de espírito, e que proveito nenhum há debaixo do sol. Ele buscou o prazer e a alegria máxima, ele se esmerou no trabalho e em obras, ele juntou para si riquezas e tesouros, ele se engrandeceu muitíssimo, adquiriu fama, prestígio, sexo, buscou a sabedoria. Depois foi pelo caminho contrário, buscando entender a loucura e a estultícia e começou a ficar triste, com ódio e sem esperanças. Desprezou o trabalho de suas mãos, suas conquistas e viu que o que sucede ao estulto também ao final sucederá com o sábio e não gostou nada disso. Concluiu sua aventura de uma vida dizendo que o melhor a fazer mesmo é comer e beber e fazer com que nossa alma goze do trabalho que Deus nos deu. Isso tudo é dádiva de Deus, inclusive o trabalho. Ou seja, Deus é soberano e tem o governo das coisas em suas mãos e o faz com sabedoria, justiça, amor e verdade.
III. Devemos buscar a Sabedoria do Senhor
A conclusão final do capítulo é fruto da observação pessoal do Pregador de Eclesiastes, conforme ele diz no verso 25: “pois quem pode comer, ou quem pode gozar melhor do que eu?”. E para ancorar essa sua observação humana ele demonstra um outro fato da vida, o que está no verso 26: “porque ao homem que é bom diante dele, dá Deus sabedoria e conhecimento e alegria; mas ao pecador dá trabalho, para que ele ajunte, e amontoe, para dá-lo ao que é bom perante Deus.” Isto é, há um gozar da vida que vem da distribuição de Deus e um não gozar que ocorre apesar de todo o trabalho humano. Para demonstrar isso o Pregador usa o exemplo extremo do despojamento da riqueza amontoada para dar a outro – mas não significa que seja só isso; isso é o extremo, mas há muitas pessoas que apesar de muito trabalhar e amontoar não gozam a vida, seja por falta de paz, por doenças emocionais, desestruturação familiar e muitas outras coisas. Cabe apontar o que indica a palavra “pecador” constante do verso 26. Pecador aí – antes de ser enxergado no contexto bíblico maior – deve ser verificado no seu sentido imediato. A palavra pecador, aí, faz contraponto “ao homem que é bom diante de Deus”. Esse “ser bom diante de Deus” parece que o Pregador retira de sua experiência pessoal, referida no verso 25; “ pois quem pode comer, ou quem pode gozar melhor do que eu?”.
E a conclusão que o Pregador faz, no texto, é que Deus é a causa inicial do bem gozar a vida; e não o labor humano. O homem bom diante de Deus é o homem que transcende; que enxerga o gozar a vida como algo além do esforço humano. E o homem pecador – embora trabalhe, ajunte e amontoe – e não goza a vida é o homem imanente: que não consegue ver a simplicidade da vida além do seu trabalho e esforço; o homem para quem o trabalho e o esforço – e o valor deles, que é a moeda e a propriedade. Enfim, é o velho conflito entre Deus (transcendência) e os deuses dos povos pagãos (imanência), aí incluindo Mamon, o deus dinheiro, que muito vêem como extensão de si próprio, pois não reconhecem que tudo vem de Deus.
Conclusão
A bandeira de Deus é a perfeição, a justiça, a verdade e a bondade em tudo o que faz e permita que se faça. Assim, não há nem nunca haverá homens injustiçados por Deus nem Deus fazendo e consentindo com o mal. Embora tudo possa ser vaidade, como o sábio disse, por meio do evangelho, Deus deu ao homem um trabalho que não é vaidade, nem aflição de espírito, nem inutilidade debaixo do sol. Esse trabalho glorioso, ambicionado pelos anjos, não foi concedido a qualquer um, mas aos homens lavados e remidos pelo sangue de Jesus.
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