Capítulo 3 - As Batalhas do Povo de Israel na Conquista da Terra Prometida




Texto Bíblico Base Semanal: Josué 6.6-20

6. Então Josué, filho de Num, chamou aos sacerdotes e disse-lhes: Levai a arca da aliança; e sete sacerdotes levem sete buzinas de chifres de carneiros, adiante da arca do Senhor.
7. E disse ao povo: Passai e rodeai a cidade; e quem estiver armado, passe adiante da arca do Senhor.
8. E assim foi que, como Josué dissera ao povo, os sete sacerdotes, levando as sete buzinas de carneiros diante do Senhor, passaram e tocaram as buzinas; e a arca da aliança do Senhor os seguia.
9. E os homens armados iam adiante dos sacerdotes, que tocavam as buzinas; e a retaguarda seguia após a arca; andando e tocando as buzinas iam os sacerdotes.
10. Porém ao povo Josué tinha dado ordem, dizendo: Não gritareis, nem fareis ouvir a vossa voz, nem sairá palavra alguma da vossa boca até ao dia que eu vos diga: Gritai. Então gritareis.
11. E fez a arca do Senhor rodear a cidade, contornando-a uma vez; e entraram no arraial, e ali passaram a noite.
12. Depois Josué se levantou de madrugada, e os sacerdotes levaram a arca do Senhor.
13. E os sete sacerdotes, que levavam as sete buzinas de chifres de carneiros, adiante da arca do Senhor, iam andando, e tocavam as buzinas, e os homens armados iam adiante deles e a retaguarda seguia atrás da arca do Senhor; os sacerdotes iam andando e tocando as buzinas.
14. Assim rodearam outra vez a cidade no segundo dia e voltaram para o arraial; e assim fizeram seis dias.
15. E sucedeu que, ao sétimo dia, madrugaram ao subir da alva, e da mesma maneira rodearam a cidade sete vezes; naquele dia somente rodearam a cidade sete vezes.
16. E sucedeu que, tocando os sacerdotes pela sétima vez as buzinas, disse Josué ao povo: Gritai, porque o Senhor vos tem dado a cidade.
17. Porém a cidade será anátema ao Senhor, ela e tudo quanto houver nela; somente a prostituta Raabe viverá; ela e todos os que com ela estiverem em casa; porquanto escondeu os mensageiros que enviamos.
18. Tão-somente guardai-vos do anátema, para que não toqueis nem tomeis alguma coisa dele, e assim façais maldito o arraial de Israel, e o perturbeis.
19. Porém toda a prata, e o ouro, e os vasos de metal, e de ferro são consagrados ao Senhor; irão ao tesouro do Senhor.
20. Gritou, pois, o povo, tocando os sacerdotes as buzinas; e sucedeu que, ouvindo o povo o sonido da buzina, gritou o povo com grande brado; e o muro caiu abaixo, e o povo subiu à cidade, cada um em frente de si, e tomaram a cidade.

Momento Interação

Após a morte de Moisés, Josué foi encarregado com o trabalho de guiar os israelitas na próxima fase do desenvolvimento da nação. Sob sua liderança, o povo tomou posse da terra de Canaã e, desta maneira, Deus cumpriu mais uma parte da promessa feita a Abraão (Gn 12.3). A grande nação constituída na saída do Egito recebeu a herança prometida. 

O homem destacado no livro de Josué servira como auxiliar de Moisés durante a jornada do povo no deserto e se destacou como guerreiro valente e homem de fé. Josué e Calebe foram os únicos dois dos doze homens enviados numa missão de reconhecimento que acreditavam na promessa de Deus, e foram os únicos daquela geração admitidos à terra. Por isso, as conquistas na Terra prometida, e as mais diversas situações que se seguem são a base do nosso estudo bíblico de hoje.

Bons estudos!

Introdução

Os diversos desafios e provações que Israel teve que passar durante as conquistas da Terra Prometida sem dúvida alguma, uma grande prova de fé, obediência e comunhão a Deus. Não obstante, muitos momentos houve vitórias e lágrimas, provações e conquistas. A vida do povo de Israel não foi fácil, mas sempre demonstrou confiança no Senhor e reiteradas vezes demonstrou isso combatendo a maldade e o pecado no meio do arraial quando o Senhor os denunciava o erro de alguém no meio deles. A vida de uma pessoa pode não ser perfeita ou sempre alegre, mas, sempre contará com o auxílio do Senhor para se viver da melhor forma possível enquanto aqui viver. Neste capítulo, estudaremos sobre as conquistas do povo de Israel sobre Jericó e as outras nações, sobre o pecado e como isso afetou grandemente a Josué e a todo o povo de Israel, e como se deu as repartições das terras conquistas para as tribos da nação procedente de Abraão.

I. A Conquista de Jericó

A conquista de Israel sobre a cidade de Jericó se mostra um momento muito importante não somente para Israel, como também para a Igreja de Cristo. A conquista de Jericó se passa por muitas etapas com a intervenção divina do Senhor em conceder a vitória ao seu povo. Começava ali naquela cidade as conquistas que se decorrem durante todo o livro de Josué. Antes da invasão de Israel a Jericó, Josué enviou dois espias com o intuito de ali observarem a terra e trazer informações importantes sobre a região, cidadãos, tudo o que seria imprescindível para uma luta contra Jericó. Raabe, a meretriz, que já mencionara antes que sabia que o Senhor já os tinham entregado aquela cidade (Js 2.9) se propôs em auxiliar aos espias na condição de que no momento da invasão da Israel a derrubada de Jericó, eles poupassem a sua vida e a vida de sua família, que deveriam estar dentro da casa de Raabe, com o cordão escarlate posto na janela de sua casa (Js 2.10-14). Tendo os espias retornado aonde  a nação de Israel se encontrava e relatado tudo da missão dada por Josué acerca do que presenciaram na cidade, e confirmado que aquela terra o Senhor os entregara nas mãos de Josué e de Israel, com a intervenção divina do Senhor trabalhando em prol dos israelitas e cumprindo fielmente a sua promessa dando-lhes a terra prometida para ser conquistada, Israel obedecendo fielmente as ordens de Deus, invade a cidade e a conquistam, não por braço forte ou por armas, mas pela graça, benevolência e misericórdia do Senhor Deus de Israel (Js 6.10-21). 

II. O Pecado de Acã

No capítulo 7 e 8 do livro de Josué, nós presenciamos nas Escrituras Sagradas um testemunho muito trágico sobre os efeitos do pecado no meio de uma nação e as malícias que os afetam, e depois das conquistas de Jericó, este homem passaria a ser de um servo do Senhor a um perturbador de Israel.  Acã é um personagem que entra para a história de Israel e da Igreja de Cristo.

Acã foi um israelita que desobedeceu a Deus, no tempo de Josué. Ele roubou coisas destinadas à destruição e trouxe condenação sobre Israel. Na primeira batalha dos israelitas na terra prometida, Deus mandou destruir todos os despojos (Js 6.17-19). Essa era uma guerra santa, para cumprir a vontade de Deus; o objetivo não era matar para ficar rico. Ao entregar todos os despojos da primeira batalha a Deus, os israelitas consagrariam sua missão a Deus. Josué e os israelitas destruíram Jericó e fizeram como Deus tinha ordenado: mataram todas as pessoas e animais, queimaram a cidade com fogo e entregaram todos os metais ao santuário de Deus. Mas uma pessoa desobedeceu – Acã. Em Jericó Acã viu uma capa bonita, algum ouro e prata e decidiu ficar com eles. Ele levou tudo para sua tenda e escondeu o que tinha feito (Js 7.20-21). Mas Deus viu e ficou muito zangado.

A segunda batalha que os israelitas travaram foi contra uma cidade pequena, muito mais fácil de conquistar que Jericó. Mas os israelitas perderam a batalha e 36 homens morreram. Quando Josué perguntou a razão a Deus, Ele respondeu que os israelitas tinham pecado contra Ele, ficando com coisas consagradas para a destruição (Js 7.10-12). Para consertar a situação, os israelitas teriam de destruir os objetos roubados e o ladrão. Para revelar quem tinha cometido o pecado, Deus ordenou que os israelitas se santificassem. No dia seguinte, cada tribo se apresentou diante de Deus e a tribo de Judá foi sorteada. De entre a tribo de Judá, o clã e a família de Acã foram escolhidos (Js 7.18-19). Finalmente, a sorte caiu sobre Acã, que confessou seu pecado e revelou onde os objetos roubados estavam escondidos. 

Então os israelitas pegaram em Acã e em todos os seus filhos e filhas e os apedrejaram. Eles queimaram os corpos, os objetos roubados e tudo que pertencia a Acã (Js 7.25-26). Os israelitas se mantiveram fiéis a Deus e, depois desse incidente, conseguiram vencer seus inimigos.

O pecado de Acã foi a cobiça. Ele viu a prata, o ouro e a capa e não resistiu ao desejo de os roubar. Mas Acã não estava apenas roubando de um inimigo. Tudo que estava em Jericó estava consagrado a Deus. Ao roubar alguns objetos, Acã desobedeceu a Deus. O pecado de Acã teve consequências muito graves. 36 pessoas morreram! De acordo com a Lei, tudo que tocasse em algo impuro também se tornava impuro (Nm 19.22). Assim, Acã contaminou sua família, que também sofreu as consequências. O pecado escondido de Acã trouxe muita desgraça.

III. As Conquistas de Israel sobre as Diversas Tribos

Do capítulo sete em diante no Livro de Josué (Js 7-12) nós temos um grande relato das conquistas que o povo de Israel durante a progressividade em adentrar na Terra Prometida. Capítulos 7 a 12 falam da conquista do país, começando com o sul, passando para o norte e, depois, apresentando um resumo da campanha da conquista, incluindo as terras conquistadas na Transjordânia antes da morte de Moisés. É muito importante reconhecermos e crermos que durante toda a trajetória da nação de Israel em meio as conquistas, Deus foi o principal responsável pela retomada das terras para serem outorgadas a nação de Abraão, conforme a promessa do Senhor feita a ele (Gn 12.1-3). Não fosse o Senhor, nem mesmo Israel subsistiria para termos este livro de Josué sendo mostrado a todos nós a intervenção divina em favor do seu povo.

Estas conquistas na Terra Prometida  representam fielmente a manifestação da misericórdia e da graça de Deus em não deixar o seu povo perecer, e sempre encorajá-los a seguir no caminho que os tem direcionado. Por mais astuto e perito em guerras que sejam Josué e Calebe, e por mais que sejam numerosos que sejam os guerreiros hebreus dispostos a enfrentar os adversários, sem o Senhor não poderiam fazer, nem mesmo estarem vivos para verem e entrarem na Terra Prometida. Não fora a intervenção do Senhor, o Livro de Josué não seria escrito. Teria sido mais uma história de um povo que foi apagado como poeira sendo levado pelo vento.

Hoje, com o forte advento da Teologia da Prosperidade e de inúmeras outras campanhas com muitos adeptos outorgando para sim as bênçãos de Deus e muitas vezes jamais agradecendo ao Senhor se considerando para si o portador da bênção, creem infelizmente que por sí mesmas podem chegar a algum lugar ou fazer algo. As conquistas na Terra Prometida avançando desde o sul indo em direção ao norte servem-nos de grande lição para que sempre reconheçamos e nos humilhemos diante da soberania e da supremacia do Deus Altíssimo. Sem o Senhor, nada podemos fazer e de forma alguma, chegaremos a algum lugar.

IV. As Repartições das Terras ao Povo de Israel

Os capítulos 13 a 22 do Livro de Josué registram sobre a divisão da terra entre as tribos de Israel, destacando o estabelecimento das cidades dos levitas e, entre elas, as cidades de refúgio. Esta porção das Escrituras Sagradas é de suma importância e preciosidade pois aqui está a síntese do cumprimento da promessa do Senhor a Abraão. Ainda havia muita terra a ser conquistada, inimigos a serem vencidos e pecados que deveriam ser deixados. Estas repartições servem de um forma de organização das tribos em uma unidade partidária. Isso significa que as tribos teriam as suas terras conforme as promessas do Senhor mencionadas através de Moisés conforme nós encontramos no livro de Deuteronômio capítulos 2-4; 29. 

A história dos israelitas ensina que eles falharam em sua conquista porque deixaram de eliminar completamente os habitantes de Canaã. A presença dos que ficaram na terra tornou-se um foco de infecção e impurezas, perturbando seriamente a paz interna no país. É um perigo que também corremos, se não eliminarmos o pecado completamente das nossas vidas, e que poderá ter conseqüências desastrosas para nossa vida espiritual. Em linhas gerais, a distribuição foi feita da seguinte forma:

A tribo de Levi não recebeu um território como herança, como as demais tribos. Sua função era o serviço de Deus no templo, e a instrução do povo na lei de Deus. Cada tribo lhes deu cidades para morar em proporção com o seu próprio território, e pastagens em volta para os seus animais (Js 13.14; 21). Recebeu ao todo 48 cidades.

As tribos de Rúbem e Gade, bem como metade da tribo de Manassés já haviam recebido de Moisés seu território ao oriente do rio Jordão (Nm 32).

As tribos de Judá, Efraim e a outra metade da tribo de Manassés receberam o território que lhes havia sido concedido por Jacó como herança, 450 anos antes (Gn 48.22; Js 15-17).

Os territórios das tribos restantes foram determinados através de sorteio (Js 18).

O tipo de território que cada tribo deveria receber havia sido definido por Jacó, em função do caráter de seus filhos (Gn 49) e por Moisés (Dt  33). Essas descrições foram proféticas, pois coincidiram com as características dos territórios designados ou sorteados para cada tribo.

As cidades de refúgio aparecem na narrativa bíblica do Antigo Testamento e despertam a curiosidade e algumas pessoas. As principais referência acerca das cidades de refúgio são encontrada nos livros de Números (Nm 35.9-34) e Josué (Js 20.1-9). As cidades de refúgio serviam como um tipo de asilo para os homicidas. Entretanto, havia uma restrição clara em relação ao tipo de homicídio. Só podia recorrer ao recurso das cidades de refúgio, a pessoa que, sem intenção (crime culposo), tirasse a vida de alguém (Nm 35.15). Em caso de assassinato intencional (crime doloso), o assassino não tinha qualquer direito de partir para as cidades de refúgio, devendo então ser morto por conta do crime cometido. Em Números 35.16-23, encontramos os critérios que ajudavam a determinar quando um crime era intencional e quando era involuntário. O próprio Deus foi quem cuidou dos detalhes de localização de cada uma das seis cidades de refúgio (indicamos o nome de cada uma delas abaixo). A localização geográfica era estratégica: três do lado leste do rio Jordão e três na terra de Canaã (Nm 35.13). Quando o Senhor entregou Canaã aos Hebreus, Ele ordenou que a terra fosse dividia em três partes, e cada parte deveria escolher uma cidade de refúgio (Dt 19.2-3). Assim, foram instituídas as três primeiras: BEZER, RAMOTE e GOLÃ.


Conclusão

Tanto as repartições das terra, quanto a importância das cidades de refúgio servem como referenciais para uma vida cristã no poder do Espírito Santo de Deus. Temor e tremor devem sempre fazer parte do nosso cotidiano pois o padrão de ser um seguidor de Cristo, de um verdadeiro discípulo, se encontra em sua conduta e da forma que lidamos prudentemente com as coisas do Senhor. Andar prudentemente nos caminhos de maneira ordenada e reta faz de nós exemplos para este mundo decaído. Devemos sempre buscarmos ser o sal da terra e a luz do mundo. Isso só sera possível quando verdadeiramente confiarmos no Senhor pois somente Ele poderá lutar as nossas batalhas. Somos verdadeiramente e totalmente, dependentes de Deus.

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