Texto Bíblico Base Semanal: João 1.1-14
1. No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.
2. Ele estava no princípio com Deus.
3.Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez.
4. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens.
5.E a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam.
6. Houve um homem enviado de Deus, cujo nome era João.
7. Este veio para testemunho, para que testificasse da luz, para que todos cressem por ele.
8. Não era ele a luz, mas para que testificasse da luz.
9. Ali estava a luz verdadeira, que ilumina a todo o homem que vem ao mundo.
10. Estava no mundo, e o mundo foi feito por ele, e o mundo não o conheceu.
11. Veio para o que era seu, e os seus não o receberam.
12. Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome;
13. Os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.
14. E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.
Momento Interação
A graça de Deus é o fator imprescindível da salvação eterna. Não há nada que possamos ser ou fazer, que de alguma maneira, possa substituí-la. Ela é infalível e cheia do amor de Deus. A graça é mais que suficiente para salvar e restaurar o pecador das garras do pecado. Contudo, precisamos conhecer alguns dos seus aspectos para que possamos extrair o melhor dela em nosso relacionamento com Deus. Desde a antiguidade é muito comum que o ser humano acredite que pode, de alguma forma, merecer a graça de Deus. Penitências. Sacrifícios. Promessas. Há muitos elementos que são utilizados para tal. No entanto, eles não são necessários. Como disse Paulo: “Vocês, que procuram ser justificados pela lei, separaram-se de Cristo; caíram da graça” (Gl 5.4) A graça não pode ser conquistada por mérito. Mas está à disposição como favor. Benevolência. Ela é a manifestação do grande amor de Deus por nós.
Introdução
Um Deus santo não tem nenhuma obrigação de conceder graça a pecadores, mas Ele assim o faz segundo o bem querer da Sua vontade. Ele demonstra graça ao estender Seu favor, Sua misericórdia e Seu amor para suprir a necessidade do ser humano. Visto que o caráter de Deus é composto de graça, movido por bondade Ele espontaneamente se dispõe a conceder Sua graça à humanidade pecadora em nosso tempo de aflição. A graça de Deus pode ser definida como “aquela qualidade intrínseca do ser ou essência de Deus, pela qual Ele, em Sua disposição e atitudes, é espontaneamente favorável” a outorgar favor imerecido, amor e misericórdia àqueles que Ele escolhe dentre a humanidade desmerecedora. As riquezas da maravilhosa graça são concedidas aos membros do corpo de Cristo segundo o beneplácito que Deus propusera em Si mesmo, de fazer convergir todas as coisas em Cristo (Ef 1.10; 3.11 ). Ao estabelecer Cristo como a cabeça do corpo, que é a igreja, todas as coisas convergem para Cristo, pois entre os filhos de Deus, Cristo é proeminente: a cabeça. Quando entendemos o real significado e todos as nuances que há na redenção do homem, constatamos que definir a graça de Deus somente como ‘favor imerecido’ constitui-se um reducionismo . Somente enfatizar que a salvação é favor imerecido não evidencia os elementos que compõe a maravilhosa graça de Deus que se revela em Cristo.
I. O que é a Graça?
A graça é um tema constante na Bíblia e culmina no Novo Testamento com a vinda de Jesus (Jo 1.17). A palavra traduzida como "graça" no Novo Testamento vem da palavra grega charis, o que significa "favor, bênção ou bondade." Podemos estender graça aos outros, mas quando a palavra graça é usada em conexão com Deus, ela assume um significado mais poderoso. Graça é Deus escolhendo nos abençoar ao invés de amaldiçoar como o nosso pecado merece. É a sua benevolência a quem não merece. Efésios 2.8 diz: "Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus."
A única maneira que qualquer um de nós possa entrar em um relacionamento com Deus é por causa da sua graça conosco. A graça começou no Jardim do Éden quando Deus matou um animal para cobrir o pecado de Adão e Eva (Gn 3.21). Ele poderia ter matado os primeiros seres humanos logo ali por sua desobediência. Entretanto, ao invés de destruí-los, o Senhor escolheu fazer um caminho para que pudessem renovar o seu relacionamento com Ele. Esse padrão de graça continuou durante todo o Antigo Testamento, quando Deus instituiu os sacrifícios de sangue como um meio para expiar os homens pecadores. Não foi o sangue desses sacrifícios que purificou os pecadores; foi a graça de Deus que perdoou aqueles que confiaram nele (Hb 10.4; Gn 15.6).
II. Não merecedores da Graça de Deus
Não fosse essa graça comum de Deus, o ser humano sofreria de forma quase insuportável o poder das consequências devastadoras de seus pecados, que transformariam tudo em um caos. O mundo estaria em um caos maior do que o que vemos hoje. Por isso a Bíblia declara: “Pois do SENHOR é o reino, é ele quem GOVERNA as nações” (Sl 22.28). O governo de Deus, de forma justa, derrama essa graça comum sobre justos e injustos.
É importante ressaltar que essa graça comum de Deus derramada sobre todos em nenhum momento invalida Sua justiça contra aqueles que o rejeitaram. Pois a Bíblia é clara quando mostra que Deus julgará toda a terra (Sl 96.13). Essa graça apenas acentua a benignidade e amor de Deus diante de seres que mereceriam apenas o Seu desprezo e condenação. Isso é a graça! Mais uma coisa a salientar é que a graça comum não salva ninguém. A graça salvadora é que atua na regeneração da pessoa, a graça comum não. Porém, na vida dos eleitos de Deus essas duas “graças” atuam de certa forma em conjunto na vida deles de forma muito especial.
III. Graça Superabundante
Talvez em nenhum outro lugar a magnificência da graça é mais maravilhosamente expressa do que em 2 Coríntios 9.8,11: As ênfases neste texto são admiráveis: “Deus pode fazer-vos abundar em toda graça, a fim de que, tendo sempre, em tudo, ampla suficiência, superabundeis em toda boa obra…enriquecendo-vos, em tudo, para toda generosidade, a qual faz que, por nosso intermédio, sejam, tributadas graças a Deus”. Em certo sentido, só esse texto já resume tudo que poderia ser dito sobre nossa suficiência em Cristo. Postos em um contexto que descreve as provisões materiais concedidas por Deus, estes versículos têm um significado que obviamente se estende a proporções ilimitadas. A graça superabundante habita todo crente (v. 14). É de se admirar que Paulo não pôde reter seu louvor a Deus portal dom indescritível (v,15)?
Uma das declarações mais maravilhosas sobre o Senhor é que Ele era “cheio de graça” (Jo 1.14); e “nós temos recebido da sua plenitude e graça acumulada – uma graça sobrepondo-se à outra. Tal graça é nossa a cada dia; é ilimitada e suficiente para cada necessidade. Paulo falava a este respeito como “abundância da graça” (Rm5.17);“a suprema riqueza da sua graça” (Ef 2.7) e a “superabundante graça” (2 Co 9.14). Pedro mencionou a “multiforme” graça de Deus (1 Pe 4.10). Ele usou esta mesma palavra, ao falar das várias provas que os crentes enfrentam (1 Pe 1.6). Este é um maravilhoso paralelo: a multifacetada graça de Deus é suficiente para as nossas múltiplas provas.
Conclusão
Há uma única palavra que abrange todas as riquezas que encontramos em Cristo: graça. Que palavra magnífica! Ela é usada mais de 170 vezes no Novo Testamento, para referir-se ao favor divino conferido a pessoas que não o merecem. É o meio pelo qual recebemos todas as bênçãos materiais e espirituais. Para nós a graça de Deus é inexaurível e ilimitada, incluindo tudo a respeito das provisões em Jesus Cristo. Pela graça, somos salvos (Ef 2.8) e nos mantemos firmes (Rm 5.2). A graça sustenta a nossa salvação, dá-nos vitória na tentação e ajuda-nos a suportar o sofrimento e a dor. A graça nos ajuda a entender a palavra e a aplicá-la com sabedoria às nossas vidas, nos conduz à comunhão e à oração, capacitando-nos a servir ao Senhor eficazmente. Em suma, existimos e estamos firmes no ambiente da graça toda-suficiente.
O sofrimento que revela as nossas fraquezas, serve também para revelar o poder de Deus: “Porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza” (v.9). Quando somos menos dependentes de nossa força humana e temos apenas o poder de Deus para nos sustentar, então somos canais adequados pelos quais Deus faz fluir seu poder. Desta forma, devemos louvar a Deus pela adversidade, pois ela é a ocasião em que o poder de Deus é mais evidente em nossas vidas. Não existe alguém tão fraco que não possa tornar-se forte, mas existem muitos que achando-se fortes continuarão fracos. Muitos cristãos parecem pensar que guardar os crentes de todas as dificuldades é a maior expressão da graça de Deus. Em muitos momentos Deus nos guarda de fato, das dificuldades, mas em outros Ele as usa para revelar sobre nós que a sua graça é suficiente para termos uma vida abundante de gozo e alegria no Espírito.
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